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A MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA E AS TRANSFORMAÇÕES
SOCIOESPACIAIS NO MUNICÍPIO DE GRANDES RIOS-PR
Autor: Francisco de Paula Marques1 Orientadora: Margarida Cássia Campos2
Resumo
O objetivo deste artigo é debater como o processo de modernização da agricultura modificou a vida das comunidades rurais do município de Grandes Rios/Pr. Para desenvolver as ações pelas quais nos propomos, utilizamos como metodologia, a mobilização de um grupo de colaboradores nas informações que fossem úteis durante as aulas de pesquisas, que culminou com uma série de trabalhos em sala de aula, partindo das informações levantadas nos trabalhos em campo, visando o sucesso e cumprimento das ações propostas, cujo público foi os educandos do oitavo ano do Colégio Estadual na cidade de Grandes Rios-PR. Conclui-se que, na educação não nos apropriamos de nada, os conhecimentos que adquirimos são para serem compartilhados, desse modo, o estudo da Geografia, efetivado nesse trabalho, permite que os alunos desenvolvam hábitos e construam valores significativos para a vida em sociedade. Palavras-chave: Geografia. Cidadania. Solidariedade. Coletividade. Agricultura.
1 Introdução
A Sociedade contemporânea vem, ao longo dos séculos, sofrendo
transformações constantes de ordem social, política e econômica tendo implicações
na organização espacial. São diversos os fatores que levam o homem ao
enfrentamento dessas mudanças.
Com isso, o presente artigo tem como objetivo debater como o processo de
modernização da agricultura modificou a vida em sociedade das comunidades
rurais.
Isso porque, o espaço rural brasileiro tem passado por processos de
transformação de várias ordens, desde as relativas às características de sua
1 Pós-graduação em Geografia e Meio Ambiente em 1990, Graduação em Geografia em 1989,
professor no Colégio Comendador Geremias Lunardelli Ensino Fundamental e Médio. 2 Graduação, Mestrado e Doutorado em Geografia.
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população, marcado por intensos fluxos migratórios, principalmente em direção às
cidades; até a intensa mecanização da agricultura (FUSCALDO, 2010).
Infelizmente, a realidade global é de um mundo onde só há lugar para o
individualismo, por outro lado os desafios, as mudanças e os novos costumes às
vezes segrega a própria busca da cidadania.
A metodologia utilizada para alcançar o objetivo deste estudo, contou com
levantamento bibliográfico em livros (principalmente o material do Programa Editorial
do Curso de Especialização em Ensino de Geografia da Universidade Estadual de
Londrina); bancos de dados online; acervo do município de Grandes Rios-Pr
disponibilizado nos órgãos públicos da cidade; e com a participação dos alunos da
disciplina de Geografia, do 8º ano, Colégio Estadual Comendador Geremias
Lunardelli, localizado no município de Grandes Rios-PR, em um trabalho de campo.
Lacoste (1949, p. 91) entende que “o trabalho de campo, para não ser
somente um empirismo, deve articular-se à formação teórica que é, ela também,
indispensável”.
O estudo abrangeu a participação de 30 alunos, sendo 16 meninas e 14
meninos, todos com menos de 13 anos. A execução das atividades teve um total de
64 horas/aulas, sendo 24 horas em sala de aula e 40 horas em campo. Foram
realizadas visitas à propriedades rurais; indústria; e à escolas em comunidades
rurais.
Pode ser observado que as atividades, teóricas e práticas, contribuíram
significativamente para o processo de conhecimento acadêmico e desenvolvimento
cultural dos participantes da clientela participante deste estudo.
1.1 Modernização da Agricultura
A partir de meados da década de 1960, o Estado brasileiro passou a
representar interesses agrários, industriais e financeiros através da criação do
Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) com o objetivo de fomentar a agricultura
brasileira (SILVA, 1998).
A criação do Fundo Geral para Indústria e Agricultura (FUNAGRI), em 1965,
seguida de outros fundos oficiais de incentivos fiscais e cambiais, ao longo da
década de 1970, representou um novo paradigma da atuação governamental em
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relação à agroindústria, configurando uma verdadeira política agroindustrial para o
país (SILVA, 1998, p. 31, apud CAMPOS, 2010, p. 73).
Com as mudanças que ocorreram no cenário agropecuário no país, surgem
os Complexos Agroindustriais (CAIS), através dos grandes investimentos
agropastoris, emerge o capital estrangeiro com as multinacionais, facilitando os
recursos para os tomadores de empréstimos.
Todo o aparato financeiro é bancado pelas agências do Banco do Brasil e demais bancos oficiais, com participação muito pequena do sistema bancário privado. Por outro lado, a partir de 1978 o Estado começa a se desvencilhar dessa política financeira, elevando taxas de juros, reduzindo subsídios financeiros e apontando crescentemente para o sistema de crédito privado e para condições gerais do mercado financeiro, como nova forma de inserção da clientela agropecuária. Essa tendência que se acentuou particularmente em 1983, com a interferência do FMI sobre a política econômica financeira, é, possivelmente, o momento de maior embaraço e crise do projeto de modernização conservadora, sob a égide financeira estatal (DELGADO, 1985, p. 46).
O período de 1980-85 registrou-se uma diminuição no ritmo de crescimento
das áreas cultivadas, particularmente de lavouras permanentes. No que diz respeito
à evolução tecnológica, verifica-se uma redução drástica no uso de tratores em
todas as regiões (MARTINI, 1991, p. 14).
Com as mudanças políticas ocorridas nas décadas de 1980 e 1990, o país
passou por inúmeros desafios, entre outros, a indexação da moeda nacional, novas
políticas de desenvolvimento. Para cumprir as novas metas o governo obrigou-se a
tomar empréstimo junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) (SILVA, 1998).
Em resumo, comparativamente aos períodos anteriores, as variáveis-chaves da dinâmica agrícola mudam: parte significativa da agricultura, agora cresce não mais apenas em função dos preços das commodities no mercado externo, mas também em função das demandas industriais que se estabeleceram sobre agricultura. De um lado, há a procura de matérias-primas pelas agroindústrias; de outro, a busca de mercado pelas indústrias de máquinas e insumos, muitas vezes aprisionadas pela ação direta do Estado. Há uma nova dinâmica porque há um novo padrão agrícola, cuja estrutura produtiva e cujas articulações e integração com a economia global se transformaram (SILVA, 1998, p. 32-33 apud CAMPOS, 2010, p. 71).
Os produtores rurais tiveram fácil acesso ao Sistema Nacional de Cadastro
Rural (SNCR), adquirindo os novos insumos para se manterem competitivos no
mercado. A compra pelo agricultor desses insumos é condição para seu acesso aos
recursos, já que o Manual de Crédito Rural estipulava que 15% do orçamento de
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custeio seriam utilizados no emprego de agrotóxicos, serviços de aviação agrícola,
fertilizantes, sementes melhoradas, eletricidades etc. (RAMOS, 2001, p. 383).
Em 2000 os investimentos do Governo Federal nos programas de
financiamentos da agricultura ganha uma nova etapa a partir do advento do
Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos
Associados e Colheitadeiras (MODERFROTA) e dos Financiamentos para Aquisição
de Máquinas e Equipamentos Novos, de Fabricação Nacional (FINAME), ambos
ligados ao Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES); além de uma oferta mais
significativa de crédito rural para custeio e comercialização. Após 2003, esses
programas diminuíram a venda do produto antecipada pelo produtor nos mercados
futuros, com isso o produtor ganhava, porque ao vender sua produção antecipada
ele perde cerca de 20 a 30% (CAMPOS, 2010, p. 92).
No Paraná, com o declínio da lucratividade da cafeicultura no final da
década de 1960 a opção dos agricultores paranaenses foi a adoção da cultura da
soja com resultados bastante significativos na produção dos anos de 1970 e 1976
(OLIVEIRA, 2001, p. 36). Pode ser observada a introdução de novas culturas além
do café3, antecipando assim, a onda de modernização agropecuária (FAJARDO,
2010).
Esse processo de modernização foi muito eficiente na sua difusão:
Impôs condições de produção sem as quais se torna inviável qualquer atividade agrária com fins comerciais. Tendo como base principalmente a mecanização, o uso de novos elementos e insumos químicos e biológicos, bem como a aplicação de novas formas de trabalho, as transformações na produção agropecuária foram enormes. De um lado houve um ganho de produção e produtividade com um consequente aumento da renda agrícola; de outro estão os resultados trágicos, com a expulsão da mão-de-obra rural para os centros urbanos ou outras áreas de fronteira agrícola, e ainda, com a exclusão de produtores que não conseguiram incorporar-se à modernização (FAJARDO, 2010, p. 5).
A tabela a seguir mostra a evolução dessa modernização.
3 Importante mencionar os apontamentos de Fajardo quando o mesmo afirma que, no Paraná, a
cafeicultura representou não apenas uma atividade econômica, mas um dos elementos responsáveis por uma das mais extraordinárias mobilizações ocupacionais de território já observadas no Brasil.
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Tabela 1 - Evolução da utilização tecnológica, mecânica e química no Paraná – 1970
a 1995/96
Elementos Anos
1970 1975 1980 1985 1995/96 Aumento % entre os anos
de 1970-1995/96
Uso de adubo químico
56.424 122.597 207.011 229.143 221.754 293,01%
Uso de arado (tração mecânica)
18.883 59.785 90.526 97.570 99.032 424,45%
Uso de tratores 18.618 52.498 81.727 101.346 130.826 602,68%
Uso de maquinas (plantio e colheitas)
19.719 20.699 87.838 96.608 106.482 439,99%
Fonte: IBGE (2009, apud CAMPOS, 2011, p. 180)
Com o aumento do uso da tecnologia no campo, houve melhor qualidade e
aumento dos produtos agropecuário brasileiros, melhorando não só a produção e a
venda para mercados internos, como também fez com que os produtos da região
norte paranaense atraíssem o mercado externo (SORJ, 1980, p. 80).
Dentro desse contexto, a ação estatal apareceu como um importante
instrumento de promoção da modernização via mecanismos de crédito, incentivos
fiscais e políticas direcionadas para produtos como a soja (FAJARDO, 2010, p. 7).
Apesar desse promissor cenário, a intensiva mecanização do cultivo e
colheita do produto levou à dispensa de um efetivo número de trabalhadores rurais,
motivo de contínuo êxodo rural (OLIVEIRA, 2001).
2 O MUNICÍPIO DE GRANDES RIOS-PR
O desenvolvimento do município, na área localizada entre a margem direita
do rio Alonso e a esquerda do rio Ivaí, por estar entre dois rios, recebeu o nome de
Grandes Rios.
Com fundamentos nas antigas tradições históricas do Estado do Paraná, na
formação de sua povoação e na integração das unidades administrativas, faz parte
do Vale do Ivaí, e é originado pelo desmembramento de parte do território do
município de Cândido de Abreu, Comarca de Reserva na área central do Estado
(JORNAL TRIBUNA DO NORTE, 2009, p. 40).
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Figura 1: Localização do muncípio de Grandes Rios no Estado do Paraná
Fonte: Grandes Rios, 2012
A promissora colonização das Terras se deu em 1956. Os colonos que
vieram de vários pontos do país, em especial da região Nordeste do Brasil, zona sul
de Minas Gerais, do Triângulo Mineiro, São Paulo e norte do Paraná. Eles
adquiriram pequenos lotes de 2,1 hectares a 48,4 hectares e, logo iniciaram o cultivo
do café em larga escala (JORNAL TRIBUNA DO NORTE, 2009, p. 40).
As terras que viriam a constituir o promissor município surgiram através da demarcação das terras com nome de Gleba Fazenda Ribeirão Bonito, Quinhão VIII, registrado sob a Escritura Pública de bens Imóveis, tendo como proprietário os senhores: José Manoel Fernandes e Guilherme Xavier de Miranda na Comarca de Tibagi, em 12 de maio de 1856, posteriormente em 26 de agosto de 1892, os herdeiros requereram a divisão judicial da fazenda, cabendo a Manoel Caetano Martins e outros o Quinhão VIII da Fazenda Ribeirão Bonito, que foi mais tarde adquirida pelo senhor Roque Decunto e sua mulher dona Teresa Longo Decunto, cuja escritura pública foi lavrada também na Comarca de Tibagi a 23 de julho de 1923 (JORNAL PARANA CENTRO DE NOTICIAS E NEGOCIOS, 2012, p. 1).
Logo no início de 1960, com o apogeu do crescimento da monocultura do
café e as novas políticas agrícolas, aumentaram as chances de criação do município
de Grandes Rios que aconteceu em 11 de fevereiro de 1967.
Em 1978 as autoridades municipais lograram êxito, tendo em 28 de
dezembro conseguido junto ao Governador Jaime Canet Junior e ao Tribunal de
Justiça do Estado, a instalação da Comarca (JORNAL PARANA CENTRO DE
NOTICIAS, 2012, p. 1).
O município, através dos anos, vem se desenvolvendo sendo considerado
uma promissora área de produção agropecuária, adequando-se a modernização
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agrícola com o uso de novas tecnologias que auxiliam os produtores na melhoria da
produção. A importância das transformações socioespaciais no espaço agrário em
Grandes Rios provocou mudanças no sentimento de coletividade e solidariedade da
população rural, tendo em vista as mudanças culturais ocorridas em todas as
regiões do país, provocadas a partir da urbanização e da industrialização. Na cidade
em estudo, alguns bairros e vilas perderam grande parte da população, enquanto
outros deixaram de existir.
2.1 Desenvolvimento das Ações Realizadas
As atividades práticas foram realizadas a partir de duas palestras, uma na
sala de aula e outra em uma propriedade particular situada no município de Grandes
Rios-Pr. Além das palestras, também foram realizadas sete aulas de campo em
locais diversos do município, dentre eles: espaço cultural, duas propriedades rurais,
asilo, indústria, casa familiar rural, associação de cafeicultores e viveiro municipal.
Ao longo do trabalho foram utilizados alguns textos em sala de aula no
intuito de complementar a vivência teórica e prática dos alunos: “A modernização da
Agricultura no Brasil”; “A Modernização da Agricultura na Região Norte Paranaense”;
“As Transformações Ocorridas a Partir do Processo de Modernização da Agricultura
e as Transformações Socioespaciais”; “A Globalização e a Tecnologia e as
Transformações nas Comunidades Rurais”; “As Mudanças Socioespaciais na
Cultura de Grandes Rios, Provocadas pela Modernização da Agricultura”; “O
Histórico do Município de Grandes Rios”; “A Modernização da Agricultura no
Município de Grandes Rios”.
Antes do início das atividades, de modo geral, foi passado aos educandos
instruções de como deveriam proceder nos locais onde ocorreriam as aulas de
campo, além de mostrar a necessidade de um comportamento adequado durante as
explicações dos conteúdos e também o limite de movimentação que deveriam
adotar, pois, todos deveriam permanecer próximos ao professor e a turma, tanto
para que aproveitassem para aprender sobre o tema, como para evitar possíveis
acidentes com máquinas, equipamentos e até com animais. Durante as aulas de
campo todos levaram uma mochila com papel e caneta, para fazerem anotações e
também toalha e garrafa com água.
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É importante reconhecer que a aprendizagem do aluno ocorre sob
orientação do professor, trabalhando, operando, executando, analisando,
comparando, explicando, opinando e debatendo sobre o assunto (TOMITA, 1983, p.
13).
2.1.1 Palestras
Foi dado início a programação junto com os alunos envolvidos, através de
uma palestra com o objetivo de compreender melhor os conhecimentos sobre o
processo de modernização da agricultura. Durante a arguição foram lembrados os
momentos em que a família Gaspar chegou no município de Grandes Rios-PR, a
imensa floresta tropical, o solo fértil, a selva rude, as dificuldades encontradas pelos
primeiros moradores na década de1950.
Não havia comércio na área urbana, nem meio de transporte para chegar até as novas terras, eram estradas de chão batido, além da travessia do Rio Alonso e o Ivaí ser em pequenas embarcações. A maioria dos colonizadores veio do Estado de São Paulo, Minas Gerais, da região nordeste, um grande número de trabalhadores veio da região norte do nosso Estado, especialmente da cidade de Londrina, que na época era conhecida como a Rainha do Café. Nesse período de ouro do café, começava em Grandes Rios o plantio de café, pois as terras roxas se estendiam até o norte centro paranaense, as margens do rio Ivaí. Durante as décadas de 1960 até meados de 1970, surgiram imensos cafezais, nas áreas de Grandes Rios, sede, no Distrito de Ribeirão Bonito e Flórida do Ivaí, devido o solo propício, e o estimulo do colonizador Sr. Olympio Nogueira Monteiro, que durante as vendas de terras aos agricultores, eram nos moldes de pequenas propriedades rurais de até 12,1 ha. Nos meados de 1970, com as geadas que se sucederam nos anos subseqüentes e a crise do café ocasionado pelo próprio desestímulo do Governo criando o GERA. O cultivo do café foi substituído por outras lavouras. Nesse período, o município de Grandes Rios já havia sido transformado em Comarca em 28/12/l978, porém pouco tempo depois o território havia dado margem a criação de dois novos municípios: Rosário do Ivaí e Rio Branco do Ivaí, com essas alterações a Comarca perdeu 2/3 de suas terras e consequentemente 2/3 de sua população, com isso houve mudanças significativas na produção agrícola, pois o município deixou de ter as áreas de terras propícias para o cultivo de soja e trigo, continua a vocação agrícola e a pequena propriedade de economia familiar, preservando a produção de café adensado e a vasta produção de gado leiteiro e de corte algumas propriedades já ocupa com as atividades dos agronegócios na criação de suínos e aves e o plantio de tomate, predomina no município a atividade agrícola, pois a maioria da população vive no campo (informação verbal
4).
A palestra foi encerrada em um segundo período após o intervalo, o
palestrista enalteceu a atenção dos alunos, a iniciativa do professor, e finalizou:
4 Palestra ministrada pelo Sr. Pedro Lopes Gaspar, na condição de pioneiro do município realizada
em novembro de 2011.
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São iniciativas como essa que nos dá a oportunidade de reviver momentos agradáveis, aqui mesmo nesta sala, como aluno desse estabelecimento. É importante trabalhos como este, pois promove a integração escola e comunidade, fator que considero como cidadão, um novo rumo da educação para meu Estado do Paraná e nosso país (informação verbal
5).
Tal afirmação vem de encontro com a opinião de Tomita (1983, p. 13) ao
afirmar que “o ponto de partida do processo de aprendizagem é o estudo da
realidade a partir das áreas mais próximas dos alunos”.
Essa atividade foi importante para que os alunos pudessem se situar quanto
ao tema proposto, assim como, terem uma ideia de como surgiu o município e as
dificuldades dos pioneiros nessa época, contado por eles próprios.
Os alunos estiveram atentos aos comentários do palestrante, pois muito do
que ouviram tinha identificação com o que já havia sido discutido na sala de aula
durante o período letivo e o projeto previsto pelo PDE, o que pode ser reforçado
através de uma discussão em sala, no qual fizeram observações sobre o conteúdo
abordado.
Prosseguindo a nossa jornada, foi agendada uma visita a casa de um antigo
morador do município de Grandes Rios. Os alunos obtiveram uma aula de
economia, bem estar social e política. Segue abaixo alguns trechos das explicações:
O espaço onde vive a maioria da sociedade vem se modificando há décadas. Mesmo os interesses pessoais e os de forma coletiva, mostram que o homem vem traçando seu próprio destino nas migrações internas. Eu mesmo deixei minha terra Natal no Estado do Espírito Santo e, em busca de uma nova vida, cheguei ao Paraná, aqui em Grandes Rios [...] durante 40 anos vivo na agricultura como pequeno produtor [...] desde os anos 50 até hoje o país pouco mudou. Quanto a política do campo, acho que o Estado como mediador das crises e dos conflitos agrários desenvolve uma ação considerada paliativa, sempre empurrando para os próximos anos os programas de benefícios ao homem do campo. Lembro-me bem, dos anos 60 para cá, com os novos programas para as lavouras, a falta de financiamentos e subsídios para o homem camponês, são fatores que penalizam ás atividades agrárias em todo o país, culminando com a modernização da Agricultura. Se não me falha a memória, a criação dos CAIS favoreceu as grandes propriedades que podiam realizar grandes financiamentos para a aquisição de novos equipamentos, na época os tratores e semeadoras, penalizando a pequena propriedade de economia familiar [...] durante poucos anos houve uma intensa migração do homem do campo para os grandes centros, causando um enorme vazio no campo, algumas colônias por aqui desapareceram, hoje ainda é possível ver as marcas do passado, naquelas comunidades; são as igrejinhas resistindo ao tempo, a vizinhança agora só naquelas fotos em preto e branco. Atualmente, chegam às comunidades, somente a lembrança de um
5 Palestra ministrada pelo Sr. Pedro Lopes Gaspar, na condição de pioneiro do Município realizada
em novembro de 2011.
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momento de ouro que se foi sem percebermos o fim, intermináveis lavouras de cafeeiros, substituídas por outras lavouras ou a criação de gado, em outras áreas o sinal da globalização: o AGRONEGÓCIO, com o surgimento dos barracões de aves, as estufas de tomate e o perigo dos agrotóxicos, a poluição do campo. Nos anos 1990, as questões agrárias continuaram uma problemática sem solução para os agricultores, porém em momento algum o homem do campo deixou de lutar por melhores dias, já no início do século XXI, temos novas expectativas, diante do governo Lula, tudo leva a crer que as política do campo serão melhores [...] estou feliz com a presença de sua sala de aula aqui na minha casa, para mais esse aprendizado meu e certamente de vocês, muito obrigado! (informação verbal
6).
Nessa atividade os alunos ouviram situações relacionadas à economia, bem
estar social e política, transformação do espaço geográfico desde a década de 1950
até os dias atuais. Ainda hoje é possível ver sinais do passado nas comunidades
rurais: são as igrejinhas, onde os moradores do bairro iam praticar sua fé religiosa,
além das casas coloniais que resistem ao tempo.
Frente ao exposto, percebe-se que “o espaço enquanto conceito e
especificidade da Geografia é a um só tempo produto e processo histórico, um
mosaico de relações, formas, funções e sentidos” (SERPA, 1949, p. 11). E ainda:
Se o espaço é a totalidade verdadeira para a Geografia, a história se impõe como recurso metodológico, já que é através do significado particular de cada segmento do tempo, que apreendemos o valor de cada coisa num dado momento (SANTOS, 1994 apud SERPA, 1949, p. 20).
Diante das transformações das comunidades rurais após a modernização da
agricultura, os moradores que permanecem no campo vêm, ao longo do tempo,
enfrentando as mudanças, deixando o modo de vida rural buscando adaptar-se com
a nova realidade, como as novas tecnologias. Alguns hábitos estão acabando: a
vendinha do seu Zé, o pequeno campo de várzea, tomar banho no ribeirão de águas
limpas, além da pescaria nas horas de folga, entre uma colheita e outra.
Após a palestra a turma de alunos do 8º ano, protagonista do projeto,
realizou algumas indagações entre si, tal qual: É possível resgatar pelo menos parte
da identidade perdidas das famílias do campo? Como fazer para recuperar as coisas
boas no passado como a vivência, a coletividade, a solidariedade e a cidadania em
nosso município?
Foi passada atividade em sala aos alunos para que analisassem algumas
imagens e respondessem as questões, com objetivo de mostrar que a escola tem o
6 Informações do Sr. Osvaldo do Carmo Machado, colaborador emérito do Projeto PDE, líder
comunitário e colonizador do Município, em novembro de 2011.
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poder de buscar, através de projetos, discutir a história da comunidade em que ela
está inserida, reproduzindo com o alunado o cotidiano dos moradores em diversos
momentos do passado.
Em um mural, no próprio espaço cultural do estabelecimento escolar, é
possível ver um exemplo importante, no salão nobre do colégio pode, qualquer
visitante, conhecer a história do município de Grandes Rios, estampada em fotos e
objetos, mostrando, em detalhes, todos os seguimentos grandesrienses,
oportunizando conhecer a vida dos pioneiros (Figura 2).
Figura 2: Ocupação e colonização da cidade de Grandes Rios
Fonte: Pesquisa (2011)
Os alunos da oitava série buscaram imagens postadas em sites, em fotos
disponibilizadas por moradores da cidade e também no próprio museu da memória
do município para montar cartazes (Figura 2), distribuídos por temas abordando a
educação, economia, religião, etc. do município de Grandes Rios-Pr, para a Feira de
Ciências, que acontece todos os anos no Colégio em estudo.
Durante o trabalho de campo, o professor deve manter-se como elo de
motivação e despertando o interesse dos alunos, discutindo e fazendo perguntas
que agucem a curiosidade, de tal forma que eles sintam a importância e a
necessidade dessa atividade como complementação da aula teórica (TOMITA, 1983,
p. 13).
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Puderam visualizar, nessa atividade, todo o conteúdo discutido durante o
ano letivo em sala, inclusive na disciplina de Geografia, onde foi percebido o
processo de modernização do município.
2.1.2 Trabalho de Campo
Dando prosseguimento a implementação do projeto saímos com os alunos
da sala de aula e passamos a promover o trabalho de pesquisas fora do ambiente
escolar, como experiência única na disciplina de Geografia, com o objetivo de criar
uma nova oportunidade aos envolvidos, bem como um novo desafio para o
professor, pois foi possível realizar um estudo geográfico do município; vivenciar a
teoria e pratica do manuseio com a terra e animais; conhecer produtos, sementes e
velhas e novas tecnologias.
O cidadão criativo e consciente de seus direitos políticos, sociais, culturais,
individuais, territoriais, precisa conhecer a cidade, compreendê-la com profundidade,
decifrar seus símbolos, desenvolver um sentido ético e estético sobre ela, para que
possa lutar e conquistar seus direitos cívicos e sociais e cumprir com seus deveres,
individual e coletivamente (CAVALCANTI, 2011).
O trabalho de campo aconteceu na área rural e urbana do município de
Grandes Rios-Pr, tendo como enfoque uma maquete que dimensiona a geografia
física e econômica do município, retratando o espaço rural e urbano em detalhes
como: os distritos, Ribeirão Bonito e Flórida do Ivaí, além de cada comunidade que
compõe o município, os mananciais agrícolas, os rios, o sistema viário, o comércio,
as ocupações e atividades econômicas.
No local da maquete, situada na Praça Maria Ignácio Monteiro, os alunos
travaram uma discussão, priorizando o conhecimento de cada área. Foi possível um
estudo geográfico do município e análise dos bairros: Ivaizinho, Cerâmica, Paulistas,
Adolfo Pinto, Venda do Ernesto, Macuco, Ponte Nova Carvoeiro, Chicote, Serra Alta,
Serra Negra e Água Encantada.
Durante o debate os alunos lembraram a importância dos antigos moradores
que desbravaram essas terras, os pioneiros, desde a criação do município em 1967,
até a criação da Comarca em 1978.
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A visita durou 4 (quatro) horas e os alunos demonstraram satisfação na
participação do debate, pois puderam conhecer, passo a passo o espaço geográfico
onde eles vivem.
Na sala de aula foi solicitado que os alunos respondessem um questionário
cujo tema remete ao que foi discutido na referida visita, com o objetivo de reforçar a
compreensão dos alunos sobre o espaço geográfico.
O segundo trabalho de campo foi escolhido criteriosamente para
desenvolver nos alunos o senso de cidadania e solidariedade. Para isso, fomos a
uma instituição Filantrópica que cuida de idosos, o Lar São Vicente de Paulo, que
atende 44 idosos.
Cada um dos internos tinha uma história, deixando os visitantes encantados
com a sabedoria que demonstravam.
Um dia fui criança como vocês, fui jovem, adulto, tive uma família, tornei um velho e fui deixado aqui. Levo uma vida com muito amor, gosto muito dos amigos aqui e da direção da casa, pois cuidam de todos nós com muito carinho, e assim vou levando a vida, e daqueles que nos abandonaram não carrego nenhuma mágoa, Deus sabe o que faz (informação verbal
7).
Após a experiência, os alunos fizeram uma demonstração de gratidão dando
um forte abraço em cada idoso, deixando com cada um deles, uma lembrancinha
durante a despedida.
Na sala de aula, cada aluno fez uma redação sobre o que aprendeu nessa
atividade.
Para o cumprimento da agenda de atividades, realizamos o terceiro trabalho
de campo, visitando uma propriedade rural a sudeste do Município com o objetivo de
aprenderem questões práticas relacionadas ao dia a dia do trabalho rural e a
necessidade do uso de novas tecnologias.
Chegamos à propriedade no horário combinado e a turma de alunos do 8º
ano iniciaram os estudos e pesquisas anotando no caderno suas observações feitas
na área de criação de gado, visitando uma área de ordenha e resfriamento do leite
produzido.
Ali os alunos aprenderam com o Sr. Osvaldo e seus filhos Edvaldo e Célio,
proprietários do sítio, toda a tarefa sobre como manusear os animais, bem como, a
7 Informações dos idosos do Lar São Vicente de Paulo, realizada em novembro de 2011.
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separação de bezerros por ocasião do ordenhamento e o processo de alimentação
animal, dos quais é usada a silagem como ração enriquecida de sais minerais. Os
alunos foram informados que é feita a extração do leite pelo menos duas vezes ao
dia, pela manhã e a tarde. A propriedade possui 30 vacas leiteiras e são coletados,
em média, 450 litros por dia.
Concluída essa etapa de trocas de experiências os alunos foram deslocados
até a área de silagem, onde receberam instruções sobre o procedimento para a
construção de silos na propriedade, processo importante na produção do leite.
Prosseguindo a aula, os alunos perceberam como é o trabalho diário no trato
com os animais num pequeno espaço de terra e que é a necessidade de usar novas
tecnologias, tal como a cerca elétrica móvel, onde são deslocados os animais de
uma área à outra, com melhor aproveitamento da pastagem.
Após duas horas de trocas de experiências os alunos foram conduzidos para
outra área da mesma propriedade e também uma área vizinha da propriedade a
família arrenda a terra e cultiva: soja, trigo milho e outras cultivares. Ali, os alunos
observaram como é feito o sistema de plantio direto, bem como o período adequado
para cada plantio na região: geralmente para soja é novembro, para o milho
basicamente o mesmo período e para o plantio de trigo de abril e maio.
Os alunos conheceram as inúmeras variedades de sementes de produtos,
sendo a maioria de transgênicos. Neste momento questionaram o uso de sementes
geneticamente modificadas, qual eram as vantagens, e os possíveis riscos. As
informações do Sr. Edvaldo foram afirmativas de que:
Houve uma enorme vantagem no aumento da produtividade na mesma área, além da queda de insumos e inseticidas, consequentemente houve uma queda de custos por hectare de plantio, quanto aos riscos no uso de sementes transgênicas não chegamos a nenhuma conclusão sobre esse assunto em nossa propriedade e em nossa região e concluiu, estamos vivendo o melhor momento da agricultura no Brasil e em nossa região, os preços estão bons e estáveis no mercado, graças aos problemas sazonais como seca e a queda constante dos produtos primários em outras áreas. Esses fatores vêm deixando uma boa margem de lucro aos produtores de soja, trigo, milho e outros cereais (informação verbal
8).
Nesse momento, o professor explicou aos alunos que as sementes
transgênicas são organismos geneticamente modificados, ou seja, tiveram alteração
8 Informações do Sr. Osvaldo Alves Rosa, proprietário rural no município de Grandes Rios-Pr,
realizada em novembro de 2011.
15
em seu código genético e por esse motivo, há na literatura, grande discussão sobre
a utilização desse tipo de semente. Os alunos indagaram os filhos do proprietário
sobre a forma do uso das máquinas e equipamentos que eles usam durante o
preparo das terras para o plantio, como os tratores, as semeadoras, colheitadeiras e
outros acessórios usados nas lavouras.
A partir desse campo, os alunos conheceram as novas tecnologias que
ajudam a desenvolver as atividades neste local. Observando a infraestrutura do
sitiante, os alunos despertaram para o fator de armazenagem dos produtos para
melhor aproveitamento de preços e comercialização, já que existe uma queda dos
preços dos produtos agropastoril após a colheita. Foram prontamente atendidos pelo
produtor, que respondeu:
Em algumas fases isso acontece no Brasil, pois não temos uma política do Governo quanto ao preço mínimo, estamos sempre sujeitos a prejuízos no momento da comercialização, no entanto não compensa construir um armazém próprio, tendo em vista o sistema de armazenagem usado por cooperativas, estarem disponíveis na região, também a logística no transporte dos cereais, da propriedade até as cooperativas torna-se mais viável ser cooperado do que a construção de depósito na propriedade (informação verbal
9).
Em sala, como atividade posterior do campo, foi realizada uma discussão
com os alunos sobre as informações que receberam pelos agricultores dessa
atividade e comparado com o que eles vislumbraram no local onde se realizou o
campo, tendo sido focadas questões como maquinários, a utilização de sementes,
armazenagem, conservação e comercialização de grãos.
O quarto trabalho de campo foi em uma indústria, com o objetivo de que os
alunos pudessem observar a modernização do processo de produção desse
segmento. Colocamos em discussão o processo de tecnologia desenvolvido na área
do projeto local. Solicitei ao grupo que escolhesse o tipo de produção e os serviços
prestados na cidade. Inicialmente os alunos apresentaram algumas opiniões sobre o
processo industrial e ficaram surpresos com a pouca participação de industrialização
no município. Chegaram a conclusão de que o setor de produção industrial gera
uma fatia muito pequena de benefícios para a coletividade local, não só de
prestação de serviços, como oferta de emprego.
9 Informações do Sr. Edvaldo Alves Rosa, filho do proprietário rural no município de Grandes Rios-Pr,
realizada em novembro de 2011.
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A turma colocou em pauta a visita à padaria local de nome “Panificadora
Afonsus”, localizada no centro urbano da sede.
Fomos até o estabelecimento conhecer o processo de produção do pão, ali
os alunos puderam verificar novos equipamentos com alta tecnologia e, também, os
aparelhos antigos, que ainda são usados na produção de pães, bolos, salgados,
além de outros produtos.
O proprietário do estabelecimento fez uma demonstração aos alunos de todo
o trabalho durante a produção, o preparo dos produtos, o período de preparação
(geralmente a noite), como conservar a produção no estabelecimento e durante a
entrega (geralmente domiciliar) ao consumidor, como processo de distribuição e
técnica de venda, que variam conforme exigência do consumidor, podendo ser por
unidade e peso.
Outro fator importante para os visitantes foi conhecer a figura do padeiro
como uma das mais antigas profissões no mundo e também aprenderam que o
pãozinho do tipo francês é considerado a primeira refeição diária no Brasil e de
várias partes do mundo.
A aula foi encerrada após a duração de 3 (três) horas, sendo oferecido, pelo
dono da padaria, um lanche aos alunos.
Com esse campo foi possível notabilizar as novas tecnologias e suas
vantagens, mesmo numa indústria de pequeno porte, bem como a utilização de
técnicas consideradas ultrapassadas, como foi o caso do forno a lenha e o cilindro
manual ainda usado na padaria, em momentos especiais de falta de energia local.
Para encerrar essa atividade foi realizada discussão em sala, com o
apontamento do entendimento de cada aluno sobre o que foi exposto na aula de
campo.
O quinto trabalho de campo foi realizado em 25 de outubro de 2011, numa
terça feira, na propriedade rural da família Delatorre, situada, na comunidade Barra
do Rio Branco, com o objetivo de trabalhar a questão da solidariedade, ocupação do
campo e artesanal.
O local não foi escolhido aleatoriamente, pelo contrário, trata-se de
residência de um dos alunos da 8a série, que, cheio de entusiasmo, recepcionou
seus colegas na propriedade.
Ali foi realizada a coleta de milho verde cedido pelos proprietários, para o
preparo de uma pamonha de curau e bolo de milho. Os alunos se empenharam
17
mutuamente durante os trabalhos. Primeiramente foram até a lavoura e sob a
supervisão da proprietária, fizeram a colheita no campo, retornaram até a residência,
onde realizaram o procedimento de escolha da espigas, o descascamento e a
seleção de palhas para o armazenamento dos ingredientes, enquanto uma receita
era posta em estudos pelos participantes, quanto a escolha de sabores e compostos
e a quantidade necessária para atender a turma.
Três horas mais tarde, saia o primeiro cozimento de pamonhas, para a
alegria da turma. Enquanto isso, o primeiro bolo era colocado no forno a lenha da
residência e a primeira panelada de curau era colocada a disposição da equipe para
degustação.
Figura 3: Atividade prática na propriedade rural DelaTorre
Fonte: Pesquisa (2011)
No final da atividade, surgiu a turma da limpeza escolhida pelo grupo
podendo por fim, cada colega da turma levar para casa três unidades de pamonhas
prontinhas e uma receita para uso do milho verde e derivado, como importante
componente alimentar.
Para cumprimento dos trabalhos do dia, houve a demonstração dos
participantes reforçarem o exemplo de participação em grupo. Aprenderam a prática
de união e solidariedade, além de novas experiências da ocupação no campo, como
o plantio do milho; sua importância na produção e alimentação animal; a
produtividade no Paraná; a industrialização do milho na região em fubá, óleo
comestível, amido de milho, maisena, além do emprego deste cereal para a
alimentação de suínos, aves e empregado na ração de bovinos.
18
Em alguns momentos foi colocada em discussão a importância da produção
do milho no município e na região norte paranaense, culminando com o início da
industrialização da agricultura brasileira, com o aparecimento dos CAIS nos meados
da década de 1960, e, por conseguinte, o aparecimento dos primeiros moinhos de
milho, e ainda, a ocupação dessa lavoura pela pequena propriedade de economia
familiar.
Os alunos deixaram a propriedade rural da família Delatorre, agradecidos e
conscientes de um dia importante nas suas vidas como estudantes, e com uma nova
visão social, pois durante os trabalhos realizados, conviveram com um modelo de
vida com simplicidade e companheirismo. Os alunos comentaram entre si a
importância do exemplo de valorização do próximo, na pessoa dos vizinhos, que
sempre eram lembrados pelos donos da casa como valores de vital importância para
a convivência em sociedade, cidadania e coletividade.
Na sala de aula foi solicitado aos alunos que respondessem questões sobre
o tema proposto nessa aula de campo com o intuito de assimilarem o que haviam
aprendido.
Para melhor desenvolvimento do Projeto, cumprimos uma importante
agenda a partir do sexto trabalho de campo junto a Casa Familiar Rural Olívio
Massaro, localizada no Distrito de Ribeirão Bonito, município de Grandes Rios.
Figura 4: Casa Familiar Rural Olívio Massaro
Fonte: Pesquisa (2011)
19
Esse estabelecimento de ensino tem como primazia, atender filhos de
pequenos agricultores da região, não só no ensino tradicional como também o
acompanhamento dos residentes na sua propriedade rural.
O governo, preocupado com o êxodo rural investe em escolas do campo,
pois, para trabalhar no campo, e preciso conhecimento cientifico aprendido nas
escolas.
Ali chegando, fomos recebidos por um dos monitores da escola, um técnico
agrícola. Durante a recepção os alunos da casa e os alunos visitantes realizaram um
encontro formal de congraçamento no rol de entrada. A coordenadora presente
encaminhou todos para conhecer as dependências do estabelecimento, mostrando a
funcionalidade de cada espaço de trabalho.
O que mais chamou a atenção dos alunos visitantes foi a repartição
conhecida como “sala de confissão” dos residentes e o setor de dormitórios
masculino e feminino, pelos detalhes específicos que possuem, diferentes da
realidade de uma residência escolar.
Logo em seguida, os alunos visitantes foram encaminhados até uma das
salas. Ali um monitor informou todos os passos de ensino e o funcionamento e
metodologia da aprendizagem, tendo impressionado a todos com a forma de
estudos, pois uma parte é igual aos moldes da escola tradicional aplicada no Estado
e no território nacional e outra parte com diversidades de disciplinas bem como uma
carga horária diferenciada, com aplicação de 4 horas de estudos normais e
ofertadas 2 horas a mais em contra turno complementar para a prática no campo
para o preparo do terreno e o plantio de hortaliças, viveiros, plantas ornamentais,
bem como o manejo e uso racional de fungicidas priorizando o plantio de orgânicos
num terreno próximo da Casa familiar.
O processo que mais chamou a atenção dos alunos e professor da turma foi
quanto a participação das famílias dos alunos durante o ano todo, participando
ativamente das ações programadas. Os internos matriculados ficam quinze dias
consecutivos estudando e exercendo todas as atividades domésticas, inclusive os
cuidados com os objetos pessoais, depois de uma quinzena o aluno vai para junto
da família, na zona rural a fim de realizarem experiências sobre sua aprendizagem
na escola e, monitorado por um professor, técnico agrícola que se desloca da casa
escola e vai até a residência do aprendiz, desenvolver uma atividade complementar
junto da propriedade rural, geralmente de propriedade e economia familiar.
20
Outro fator que chamou a atenção dos alunos foi o informe dado ao final da
palestra pela coordenadora sobre o confessionário, usado como método de
desenvolvimento durante o período de ensino aprendizagem. É uma sala preparada
para recepcionar todo o aluno que retorna, após os dias de convívio na família,
submetido a uma sabatina ou confissão, por aproximadamente 30 à 45 minutos. O
aluno é questionado pelo seu desempenho e aproveitamento da aprendizagem, ao
mesmo tempo é formulado um relatório pelo monitor que atentamente houve o
aprendiz e só então o jovem é autorizado a retomar seu alojamento para continuar a
sua rotina novamente de interno, respeitando as diretrizes internas.
Durante todo o tempo o estabelecimento mantém uma coordenadora, uma
cozinheira, que desempenha os serviços e oferece orientações durante todo o dia,
distribuindo tarefas aos alunos. São realizadas três refeições normais: café da
manhã, as 7:30hs, o almoço às 11:30hs e o jantar às 18:00hs, recreação e TV até
22:00hs, logo após, o recolhimento para o descanso normal. Estudam anualmente
60 alunos, com um índice baixo de evasão e reprovação. Ao se despedir um aluno
bradou:
Queremos manter a integração e aprender mais vindo aqui, nesta casa de aprendizagem múltipla, em outras vezes, nos próximos anos, pois o nosso município é essencialmente agrícola, certamente esta casa nos auxiliará a manter nossa vocação e também poder divulgar esse trabalho tão importante e diferenciado de Ensino e Aprendizagem. Foi sem dúvida o melhor trabalho de campo realizado (informação verbal
10).
Para cumprir a programação do projeto, quanto às atividades realizadas no
campo, fizemos a sétima aula de campo na Associação dos Cafeicultores de
Grandes Rios (ACAFE) e no Viveiro Municipal, localizado na sede do Distrito de
Ribeirão Bonito, uma área de 0,5ha, destinados ao plantio de plantas ornamentais e
frutíferas, com o objetivo de mostrar aos alunos que é preciso ter conhecimento
teórico para produzir, além de que, são os resultados de políticas estatais que irão
manter o homem no campo.
Realizamos algumas tarefas prevista no interior da sala, e logo em seguida
fomos para a sede da ACAFE, instalada as margens da PR 182, Km 3, próximo da
sede da Comarca no município de Grandes Rios.
Chegamos ao local da programação às 14 horas, numa terça feira
ensolarada do mês de outubro. Fomos recepcionados pelo presidente da casa, ele
10
Relato do aluno da 8a série (A.S.R.), sobre a atividade realizada na Escola Familiar Rural, realizada
em novembro de 2011.
21
demonstrou todo o trabalho realizado pela instituição, em benefício dos seus 370
produtores associados.
Desde sua fundação em 1990, defendemos os interesses dos produtores de café, desde o plantio até a colheita, com a orientação de um agrônomo, bem como um técnico agrícola sob convênio com a Prefeitura Municipal, a Secretaria municipal de Agricultura e a EMATER, com visitação periódica nas propriedades, orientando os produtores através de análises e pesquisas, quanto a melhor maneira de realizar o manejo do solo, a escolha do cafeeiro mais adequado e combate as pragas. Da sede fazemos cotação do preço do café, todos os dias no mercado Nacional, visando informar os associados o melhor momento de comercialização da produção anual (informação verbal
11).
Durante a aula de campo os alunos puderam verificar também os benefícios
dos associados através de vários equipamentos que estão à disposição para o
desempenho de suas atividades: provador de renda, tratores, caminhão para
transporte, sacarias, ferramentas para colheita e correção da lavoura como
esquileto, e uma máquina móvel, para beneficiamento do café na lavoura, com
capacidade para 1000 sacas diárias.
Durante a exposição das atividades e ações realizadas, os alunos
conheceram a forma do plantio adensado desses cultivares, hoje uma realidade na
região, pois melhora o aproveitamento das propriedades, aumenta a durabilidade da
lavoura, podendo ter um tempo útil de produtividade de até 40 anos na região, bem
como melhora a produção e qualidade da produção anual.
Foram feitas demonstração das últimas ferramentas tecnológicas usadas
para o desenvolvimento de uma lavoura de cafezais, desde o plantio até a colheita.
Visando ampliar as informações e conhecimentos dos visitantes, foram avaliados
alguns cafeeiros armazenados, sendo dadas instruções sobre o funcionamento da
tiragem de bebidas do café, como a técnicas do experimento do sabor por cada
porção, adquirindo o tipo de bebida de cada lote, por propriedade e lavoura, por
conseguinte é feita a classificação do produto, podendo ser entre outras: “bebida
dura”12, “bebida mole”13, etc.
11
Informações do Sr. Igidio de Almeida, cafeicultor do Distrito de Flórida do Ivaí e proprietário de pequenas propriedades rurais em outros bairros da localidade, realizada em novembro de 2011. 12
Bebida "dura": a fruta já está formada, mas não houve maturação de açúcares, amidos, ácidos etc. É adstringente, "pega" na boca. 13
Bebida "mole": igual a comer uma fruta recentemente madura, ainda "pega" um pouco e não mostra tudo que tem.
22
Os alunos encerraram a visita convictos da importância da Associação da
ACAFE para os produtores de café, além de sua importância na orientação aos seus
associados, ela contribui para a fixação do homem nas comunidades rurais do
município e também na manutenção da pequena propriedade rural, garantindo a
mão de obra no campo, pois todos os anos muitos trabalhadores volantes
conseguem trabalho durante a colheita do café.
Depois de quatro horas de visitas, deixamos o local, fizemos uma avaliação
do aproveitamento da aula através de uma discussão entre os alunos que resultou
em apontamentos escritos em seus blocos de anotações.
Para complemento das aulas realizadas no campo, previstas no Projeto,
fomos ao Viveiro Municipal, no qual as árvores são utilizadas para recuperação de
mananciais de fundos de vale e microbacias, e uma seção de terras usadas para a
semeadura de cafeeiros que são distribuídos para os cafeicultores e donos de
pequenas propriedades, com vocação para formação de lavouras do café, ladeado
por uma reserva de Mata Atlântica, conhecida no local como bosque, onde é
possível estudar o solo basáltico e várias plantas nativas, os alunos da turma
puderam, com a ajuda de um monitor, aprender as técnicas de plantio, como
semear, o uso adequado da água, a distribuição das espécies no viveiro e a
quantidade e variedade das plantas.
O que mais chamou a atenção dos visitantes foi a quantidade de mudas de
cafeeiros que são produzidas e distribuídas todos os anos, cerca de 600.000
exemplares somente de café do tipo; Sumatra, Catuai Vermelho, Mundo Novo, Iapar
59, Acaia IPR 104, são sementes que garantem uma melhor produção, durabilidade
e adaptação climática e solo, bem como o uso na modalidade de plantio adensado,
basicamente utilizado por todos os cafeicultores existentes no município, e os
associados da ACAFE, informações dadas pelo responsável do empreendimento.
O mesmo encerrou as instruções dadas aos alunos, dando uma aula de
como é feito o plantio da maioria das sementes, sendo importante destacar que:
[...] os produtores retiram as plantas, no mês de setembro à março de cada ano, enquanto aqui no viveiro, trabalhamos concentrados no plantio e renovação dos canteiros, o ano todo, com uma queda de produção das espécie nos meses, considerados de inverno que vai de maio à julho (informação verbal
14).
14
Informações do responsável pelo Viveiro Municipal, realizada em novembro de 2011.
23
Já era tarde quando deixamos aquela localidade, convictos de uma aula de
campo dotada de muito aproveitamento para todos os participantes, desde a
simplicidade e o atendimento dos trabalhadores do viveiro, até as paisagens e o
espaço geográfico objeto do nosso estudo.
Os alunos puderam aprender, na prática, como acontece o plantio de
mudas, sua evolução e a importância do solo.
Na sala de aula foi aplicado um questionário com o tema abordado na aula
de campo para reforçar a compreensão do conteúdo teórico e prático, aproveitando
para mencionar a questão ambiental que, direta e indiretamente, se faz necessário
quando o assunto é geografia, uma vez que não há como questionar estudos de
agricultura sem discutir questões ambientais.
3 MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA NO MUNICÍPIO DE GRANDES RIOS-PR:
CONSIDERAÇÕES SOBRE A TEORIA E A PRÁTICA
A modernização da agricultura no município de Grandes Rios provocou e
transformações socioespaciais, devido aos inúmeros acontecimentos de ordem
econômica, política e social, ora ocasionados por políticas governamentais, ou pela
ação dos próprios moradores das comunidades rurais, às vezes por influência de
ordens globais, desencadeando novos fatores comuns na sociedade local que são:
diferenças estruturais, êxodo rural, concentração fundiária, exploração da mão de
obra local, concentração de renda, especialização tecnológica e até problemas
ambientais.
Frente ao exposto, foram realizadas discussões sobre o processo de
modernização da agricultura no município visualizado na teoria e na prática, visando
melhorar o conhecimento da turma sobre o tema proposto, enfatizando que as
transformações que ocorreram nas comunidades rurais tiveram consequências
significativas e foram ocasionadas pelo processo de urbanização e a industrialização
do Brasil em quase todas as regiões, sendo acentuados nas regiões sul sudeste e
centro oeste, onde houve a maior concentração industrial e maior uso da tecnologia
na agricultura.
24
Com estas transformações a identidade do pequeno produtor mudou o
sentimento de solidariedade, cidadania e coletividade, dando lugar ao
individualismo. Não há mais o companheirismo entre as famílias, das comunidades,
acabaram as visitas semanais, as diversões de fins de semana, as danças
comunitárias, as peladas no campo de futebol, o jogo de malhas na estradinha do
bairro, tudo agora é recordação e saudade.
Silvone e Tsukamoto (2006) ensinam que, frente ao exposto, o trabalho de
campo é uma prática indispensável, capaz de mostrar ao aluno que os conteúdos de
sala de aula estão presentes no espaço, dando assim, significado e importância aos
mesmos.
Nesse sentido, é oportuno o comentário de Beltrame (2002) quando afirma
que é possível pensar o trabalho dos professores das escolas rurais numa direção
que lhes permita reelaborar os conhecimentos organizados pelos programas oficiais
e oferecer uma formação de qualidade, possibilitando construir-se a si próprio e aos
alunos como sujeitos do processo educativo, mostrando que é possível as
transformações numa população, quando todos buscam trocas de experiências com
base na cidadania, solidariedade e coletividade.
É fundamental que o professor crie e planeje situações de aprendizagem em
que os alunos possam conhecer e utilizar os procedimentos de estudos geográficos.
Ao estudar uma realidade mais concreta e interativa, usando a associação
da teoria com a prática para levar os alunos a reconhecerem a importância da
relação homem e natureza, o processo ensino/aprendizagem torna-se mais
dinâmico e criativo, o que propicia a participação dos alunos na construção dos
conhecimentos (URQUIZA; ASSARI, 2007, p. 290).
A observação, descrição, analogia e síntese são procedimentos importantes
e podem ser praticados para que os alunos possam aprender a explicar,
compreender e representar os processos de construção dos diferentes tipos de
paisagens, territórios e lugares. Isso não significa que os procedimentos tenham um
fim em si mesmo: observar, descrever e comparar serve para construir noções,
espacializar os fenômenos, levantando problemas e compreendendo as soluções
propostas. Enfim, para conhecer e começar a operar os conhecimentos que a
Geografia, como ciência, produz (BRASIL, 1998, p. 30).
25
A compreensão de como a realidade local relaciona-se com o contexto
global é um trabalho a ser desenvolvido durante toda a escolaridade (BRASIL,
1998).
Por fim, considera-se viável utilizar a prática de aulas em campo, que
possibilita o acompanhamento mais aproximado das transformações, e a partir da
qual o aluno consegue tirar maiores conclusões (URQUIZA; ASARI, 2007, p. 286).
É importante os alunos compreenderem que a modernização no Brasil, onde
o campo e a cidade foram se inserindo nas novas relações de trabalho, buscando
maior eficiência e produtividade, foram os setores hegemônicos das cidades, aliados
aos segmentos empresariais do campo, que passaram a ser os maiores
beneficiados (BRASIL, 1998, p. 7).
O estudo de Geografia, desse modo, permite que os alunos desenvolvam
hábitos e construam valores significativos para a vida em sociedade. O educador
precisa ser consciente da nova responsabilidade na condução e inovação na escola
de nova realidade. Tudo foi de grande valia, desde a comunidade envolvida até o
processo das pesquisas, além da participação solidária de cidadãos que atuaram no
projeto voluntariamente, como engenheiros da EMATER, técnicos agrícolas,
diretores e supervisores de escolas, funcionários públicos municipais, pioneiros do
município, ex-alunos do colégio e dirigentes de associações.
Todo esse contingente de pessoas contribuíram para o sucesso dos
trabalhos realizados, representando a essência da verdadeira cidadania,
coletividade e solidariedade.
Cabe ainda mencionar que, o comportamento dos alunos, participantes
deste estudo, demonstra que propostas nas quais há conciliação da teoria com a
prática, propiciam resultados muito positivos no que diz respeito ao ensino
aprendizagem desse público. As atividades foram marcadas pela motivação inicial e
satisfação após cada aula. Houve melhora no comportamento dos alunos na sala de
aula, bem como, um aumento significativo na participação de todos nas aulas e nos
questionamentos referentes ao conteúdo de geografia.
Fazer trabalho de campo representa, portanto, um momento do processo de
produção do conhecimento que não pode prescindir da teoria, sob pena de tornar-se
vazio de conteúdo [...] (ALENTEJANO; ROCHA-LEAO, 1949, p. 57).
26
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