À memória de meu pai - digituma: página...

84

Upload: leduong

Post on 14-Nov-2018

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação
Page 2: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação
Page 3: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

iii

“ Não viva para que a sua presença seja notada,

mas para que a sua falta seja sentida…”

Bob Marley

À memória de meu Pai.

Page 4: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

iv

Agradecimentos

Todo o trabalho realizado foi fruto, do indispensável empenho de diversas

pessoas, que permitiram finalizar com determinação o vasto conjunto, que compõe a

verdadeira tarefa.

Assim, é com muito gosto que expresso o meu verdadeiro agradecimento a

todos os que me ajudaram, em especial:

À Professora Doutora Maria João Almeida, minha orientadora, pelo apoio, pela

segurança, conselhos e esclarecimentos sempre necessários, em que a mesma

demonstrou disponibilidade, de forma contínua, para transmitir um pouco do seu

conhecimento.

À Mestre, Ana Rodrigues, minha co-orientadora e verdadeira amiga, por todo o

seu apoio e disponibilidade incansável para conselhos e esclarecimentos ao longo de

todo o trabalho.

À Secretaria Regional da Educação e Cultura pelos recursos e apoios,

fundamentais para concretização desta pesquisa.

Aos Directores dos Órgãos de Gestão das escolas participantes, referentes às

regiões autónomas da Madeira e Açores, os quais permitiram a aplicação do projecto.

Aos colegas de Educação Física, de ambas as escolas e principalmente a todos

os alunos que participaram no estudo.

Ao grupo PANPA`s por toda a recolha e trabalho efectuado ao nível da

informação dos dados.

Às minhas colegas de mestrado e boas amigas, Marlene Rodrigues e Bebiana

Sabino, as quais acompanharam-me ao longo de todo o trabalho, demonstrando sempre

apoio e motivação para a finalização do mestrado. Um especial, obrigada, para minha

terceira colega de mestrado, Joana Martins, que para além de ter ganho uma grande

amiga, demonstrou-se sempre disponível para apoiar-me e ajudar no indispensável

Às minhas queridas amigas, Maria da Paz, Vera, Sílvia, Paula, Iolanda, Tecas,

Carla, e Ana Afonso, pelo apoio e incentivo demonstrado, sempre que necessário e pela

sua presença ao longo dos anos.

À minha maninha e autêntica amiga, Rafaela Pascoal, pela sua imprescindível

ajuda na parte da estruturação do meu trabalho, assim como, em ambas as traduções.

Page 5: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

v

À minha mana, Marla Santos, que me acompanhou e apoiou ao longo do

trabalho, não só como irmã, mas também como colega de mestrado e especial amiga

que é.

À minha querida tia e madrinha (considerada “maninha mais velha”), pelo apoio

sempre prestado e exemplo de vivência no meu longo caminho da vida.

Ao meu cunhado, por estar sempre presente e disponível para qualquer situação

necessária ao encontro da família.

Às minhas mais que tudo, Mãe e sobrinha Margarida Santos um especial

agradecimento, pelo simples facto de fazerem parte da minha vida.

Page 6: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

vi

Índice Geral

Índice Geral ............................................................................................................................... vi

Índice de Tabelas ....................................................................................................................... ix

Índice de Figuras ........................................................................................................................ x

Resumo ...................................................................................................................................... xi

Abstract ..................................................................................................................................... xii

Resumé .................................................................................................................................... xiii

Resumen .................................................................................................................................. xiv

Lista de Abreviaturas ................................................................................................................ xv

1. Introdução............................................................................................................................ 2

2. Revisão da Literatura .......................................................................................................... 6

2.1. Actividade Física (AF) ........................................................................................................ 7

2.2 – Envolvimento Físico ........................................................................................................ 11

2.3 – Comportamentos Alimentares ......................................................................................... 13

2.4 – Indicadores de Adiposidade............................................................................................. 17

2.4.1 - Percentagem de massa gorda (%MG) .................................................................... 18

2.5 - Relação entre a actividade física, as actividades sedentárias, percepção do envolvimento,

%MG e consumo de alimentos processados e de bebidas açucaradas ..................................... 20

2.5.1 - Actividade Física e Actividades Sedentárias ......................................................... 21

2.5.2 - Actividade Física e Envolvimento Físico .............................................................. 22

2.5.3 - Actividade Física e o Consumo de Alimentos Processados e de Bebidas

Açucaradas ........................................................................................................................ 23

3. Metodologia ...................................................................................................................... 25

3.1. Enquadramento do Contexto Escolar ................................................................................ 25

3.1.1. Concelho de Câmara de Lobos................................................................................ 25

3.1.2. Ribeira Grande ........................................................................................................ 26

Page 7: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

vii

3.2. Amostra ............................................................................................................................. 27

3.3. Medidas e Instrumentos ..................................................................................................... 28

3.3.1. AF geral ................................................................................................................... 28

3.3.2. Actividades Sedentárias ...................................................................................... 28

3.3.3. Percepção de Envolvimento Físico..................................................................... 28

3.3.4. Comportamentos Alimentares ............................................................................ 29

3.3.5. Indicadores de adiposidade ................................................................................. 29

3.3.5.1. Fiabilidade ........................................................................................................ 31

3.4. Procedimentos Gerais ............................................................................................. 32

3.5. Procedimentos Estatísticos ..................................................................................... 32

4. Apresentação dos Resultados ............................................................................................... 35

4.1 Actividade Física ................................................................................................................ 35

4.1.1. Score AF Geral: ....................................................................................................... 35

4.2 Actividades Sedentárias ...................................................................................................... 35

4.3 Percepção de Envolvimento Físico..................................................................................... 36

4.4 Comportamentos Alimentares ............................................................................................ 37

4.5 Indicadores de Adiposidade................................................................................................ 37

4.5.1 Análise normativa .................................................................................................... 38

4.5.2 Análise criterial ........................................................................................................ 38

4.5.2.1 Índice de Massa Corporal (IMC) ....................................................................... 39

4.5.2.2 Percentagem de Massa Gorda (%MG) .............................................................. 40

4.5.2.3 Perímetro da Cintura Médio .............................................................................. 40

4.6 Relação entre a actividade física, as actividades sedentárias, percepção do envolvimento,

%MG e consumo de alimento processados e de bebidas açucaradas ....................................... 41

5. Discussão dos Resultados ..................................................................................................... 44

5.1 Actividade Física ................................................................................................................ 44

Page 8: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

viii

5.2 Percepção de Envolvimento Físico..................................................................................... 45

5.3 Consumo de alimentos processados e de bebidas açucaradas ............................................ 46

5.4 Composição Corporal ......................................................................................................... 47

5.5 Relação entre a actividade física, as actividades sedentárias, percepção do envolvimento,

%MG e consumo de alimentos processados e de bebidas açucaradas ..................................... 49

6. Conclusões Gerais ................................................................................................................ 52

7. Limitações e Recomendações ............................................................................................... 55

8. Referências Bibliográficas .................................................................................................... 57

Page 9: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

ix

Índice de Tabelas

Tabela 1 – Caracterização da amostra por escola e sexo ...................................................................... 27

Tabela 2 – Scores do Envolvimento utilizado no estudo ...................................................................... 29

Tabela 3 – Scores do consumo de AliPro e BeAçu ............................................................................... 29

Tabela 4 – Limites de tolerância para a mensuração antropométrica ................................................... 30

Tabela 5 – Valores de referência de Cole et al., (2000; 2007) .............................................................. 30

Tabela 6 – Equações de Slaughter et al. (1988) para o cálculo da %MG ............................................. 30

Tabela 7 –Classificação da %MG e respectivos pontos de corte segundo Lohman (1987) .................. 31

Tabela 8 – Coeficiente de correlação intra-classe (R), intervalo de confiança de 95% (IC95%), erro

técnico de medida (ETM), erro mediano (“Me error”) e coeficiente de variação (CV) do Peso, Altura e

pregas de adiposidade tricipital e geminal, no estudo piloto ................................................................. 31

Tabela 9 – Caracterização da amostra ao nível da AFgeral (score de Crocker et al., 1997) ................ 35

Tabela 10 – Caracterização da amostra relativamente ao score de envolvimento natural .................... 36

Tabela 11 – Scores do consumo de alimentos processados e bebidas açucaradas ................................ 37

Tabela 12 – Caracterização antropométrica da amostra ........................................................................ 38

Tabela 13 – Relação entre AF, ActSed, EnvN, %MG e consumo de AliPro e de BebAçu .................. 41

Page 10: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

x

Índice de Figuras

Figura 1 – Mapa do Concelho de Câmara de Lobos. ............................................................................ 25

Figura 2 - Mapa do Concelho da Ribeira Grande ................................................................................. 27

Figura 3 – Tempo despendido em Actividades Sedentárias .................................................................. 36

Figura 4 – Taxas de prevalência do IMC nas duas escolas ................................................................... 39

Figura 5 – Taxas de prevalência das categorias de risco da %MG. ...................................................... 40

Figura 6 – Variação do Factor de Risco de obesidade abdominal ........................................................ 41

Page 11: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

xi

Resumo

Os padrões baixos de Actividade Física (AF), com aumento de tempo em

actividades sedentárias (ActSed), num envolvimento natural (EnvN) desafiador e um

elevado consumo de alimentos processados (AliPro) e de bebidas açucaradas (BeAçu),

são factores responsáveis pelo aumento da obesidade nos jovens.

Este trabalho tem por objectivo caracterizar os alunos do 7º ano de escolaridade,

de duas escolas: Região Autónoma da Madeira (R.A.M.) e outra nos Açores (R.A.A.),

bem como estudar as relações entre as variáveis AFg, ActSed, EnvN, o consumo dos

AliPro e de BeAçu, e os indicadores de adiposidade.

O total da amostra consistiu em 337 alunos (164 rapazes e 173 raparigas), sendo

123 da escola da R.A.A. e 214 da escola da R.A.M., ambas de um meio medianamente

urbano.

Os participantes preencheram questionários acerca da AF (Crocker, Bailey,

Faulkner, Kowalski & McGrath, 1997), percepção de envolvimento físico (Evenson et

al., 2006), ActSed e consumo alimentar (Wilson, Magarey & Mastersson, 2008). Foi

efectuada a avaliação ao nível do peso, altura e pregas de adiposidade tricipital e

geminal (Cooper, 2007). A %MG foi calculada segundo a fórmula de Slaughter et

al.(1988) e os participantes classificados segundo as categorias de Lohman (1987).

Os alunos reportaram resultados baixos nos níveis de AF, e em média um

dispêndio de 3 horas por dia em ActSed. Cada participante afirma consumir

aproximadamente 3 AliPro e 1 BeAçu por dia. No parâmetro da %MG, os resultados de

ambas as escolas foram considerados alarmantes.

Foram encontradas diferenças não significativas, entre as duas escolas, nos

parâmetros de AF, ActSed, consumo de AliPro e BeAçu, EnvN e %MG (p> 0,05).

Correlações moderadas entre as ActSed e o consumo de BeAçu; e fracas entre o EnvN,

BeAçu e AliPro, e AliPro com o IMC e %MG.

Em suma, ocorrem necessidades de hábitos de AF para a prevenção da obesidade.

Palavras-chave: Actividade Física; Actividades Sedentárias; Envolvimento

Natural; Alimentos Processados; Bebidas Açucaradas; percentagem de massa gorda.

Page 12: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

xii

Abstract

The low patterns of the Physical Activity (AF), with the time’s increase in

sedentary activities (ActSed), in a natural environment (EnvN) challenging and a high

consume of processed food (AliPro) and of sweetened beverages (BeAçu), are the

factors responsible for the obesity’s increase in young people-

This work has as a goal to characterize the 7th

grade students of two schools: in

the Autonomous Region of Madera (RAM) and the other one in the Azores (RAA), as

well as study the relations between the variables AFg, ActSed, EnvN, the consume of

the AliPro and the BeAçu, and the indicators of adiposity.

The total of the sample was about 337 students (164 boys and 173 girls), being

123 from R.A.A. and 214 of the school of R.A.M., both from medium urban areas.

The participants fulfilled the inquiries about the AF (Crocker et al., 1997), about

the physical involvement’s perception (Evenson et al., 2006), ActSed and about the

food consume (Wilson et al., 2008).

The evaluation was made at the level of the weight, high and triceps and germinal

adiposity skinfolds (Cooper, 2007). The %BF was measured according to the

Slaughter’s et al.(1988) formula and the participants were classified according to the

Lohman’s (1987) categories.

The students reported low levels of AF, and a medium expenditure of 3 hours per

day in ActSed. Each participant affirms to consume approximately 3 AliPro and 1

BeAçu per day. In the %BF parameter, the results of both schools were considered

alarming.

There were found non significant differences between the two schools, in the

parameters of AF, ActSed, consume of BeAçu, EnvN and %MG (p> 0,05) Moderated

correlations between the ActSed and the consume of BeAçu; and weak correlations

between the EnvN, BeAçu and AliPro, and AliPro with the IMC and %BF.

In summary, it is needed some AF’s habits to prevent the obesity.

Key-words: Physical Activity; Sedentary Activity; Natural Involvement;

Processed Food; Sweet Beverages; Body Fat percentage.

Page 13: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

xiii

Resumé

Les recensements bas de l’Activité Physique (AP), avec une augmentation du

temps des activités sédentaires (ActSed), dans un environnement naturel (EnvN)

provoqué et une augmentation de la consommation de la nourriture industrielle (AliPro)

et des boissons sucrées (BeAçu), sont les facteurs responsables de l’augmentation de

l’obésité chez les jeunes.

Ce travail a pour objectif de caractériser les élèves de 7e année de scolarité, de

deux écoles se situant dans : la Région Autonome de Madère (RAM) et l’autre au

Açores (RAA), et aussi comment étudier les relations entre les variables AFg, ActSed,

EnvN, la consommation des AliPro et des BeAçu et les indicateurs d’adiposité.

Le total de l’étude portait sur 337 élèves (164 garçons et 173 filles), 123 étaient

de l’école de la R.A.A et 214 de l’école de la R.A.M d’un environnement semi urbain.

Les participants ont rempli un questionnaire sur l’AF (Crocker et al., 1997), la

perception de l’enveloppement physique (Evenson et al. 2006), ActSed et la

consommation alimentaire (Wilson, Magarey, & Mastersson, 2008).

L’évaluation s’est faite au niveau du poids, de la hauteur et de plis cutanés

d’adiposité des triceps et des mollets (Cooper, 2007).

La %MG a été calculé selon la formule de Slaugther et al. (1998) et des

participants classés selon les catégories de Lohman (1987).

Les élèves reportèrent les bas résultats dans les niveaux d’AF, et en moyenne

une dépense de 3 heures par jour en ActSed. Chaque participant affirma consommer

approximativement 3 AliPro et 1 BeAçu par jour. Dans le paramètre du %MG, les

résultats des deux écoles ont été considérés alarmants.

Il a été rencontré quelques différences non significatives, entre les deux écoles,

au niveau des paramètres de Af, ActSed, la consommation des AliPro et des BeAçu ; et

de faibles entre l’EnvN, BeAçu et AliPro avec l’IMC et le %MG.

En résumé, il en ressort des nécessités des habitudes de la AF pour la prévention

de l’obésité.

Mots clé : Activité Physique, Activités Immobiles, Environnement Naturel,

Aliments Traités, Boissons sucrées, pourcentage de masse graisseuse.

Page 14: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

xiv

Resumen

Los padrones bajos de la Actividad Física (AF), con un aumento de tiempo en

actividades sedentarias (ActSed), en un entorno natural (EnvN) hostil y un elevado

consumo de alimentos procesados (AliPro) y de bebidas azucaradas (BeAçu), son los

factores responsables por el aumento de obesidad en los jóvenes.

Este trabajo tiene como objetivo caracterizar los alumnos del 7º año de

escolaridad, de dos escuelas: en la Región Autónoma de la Madera (RAM) y otra en las

Azores (RAA), y también como estudiar las relaciones entre las variables AFg, ActSed,

EnvN, el consumen de los AliPro y de las BeAçu y los indicadores de adiposidad.

El total de la muestra fue de 337 alumnos (164 chicos y 173 chicas), de los que

123 eran de la escuela de la R.A.A. y 214 de la escuela de la R.A.M. ambas de un medio

semi urbano.

Los participantes han rellenado los cuestionarios sobre la AF (Crocker et al.,

1997), de la percepción de la participación de la actividad física (Evenson et al., 2006),

ActSed y del consumo alimenticio (Wilson et al., 2008).

Se hizo la evaluación a nivel de peso, altura y del tejido adiposo de los tríceps y

de los gemelos (Cooper, 2007).

El %MG fue calculado según la formula de Slaughter et al.(1988) y de los

participantes clasificados según las categorías de Lohman (1987).

Los alumnos presentaron resultados bajos en los niveles de AF, y una media de 3

horas al día de ActSed. Cada participante afirma consumir aproximadamente 3 AliPro y

1 BeAçu por día. En el parámetro del %MG, los resultados de ambas las escuelas fueran

considerados alarmantes.

Fueron encontradas algunas diferencias no significativas, entre las dos escuelas,

en los parámetros de AF, ActSed, consumo de AliPro y BeAçu, EnvN y %MG (p>

0,05). Correlaciones moderadas entre las ActSed y el consumo de BeAçu; y bajas entre

el EnvN, BeAçu y AliPro, y AliPro con el IMC y %MG.

En resumen, ocurren necesidades de los hábitos de la AF para la prevención de la

obesidad.

Palabras-clave: Actividad Física; Actividades Sedentarias; Entorno Natural;

Alimentos Procesados; Bebidas Azucaradas; porcentaje de materia grasa.

Page 15: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Lista de Abreviaturas

xv

Lista de Abreviaturas

ACSM – American College of Sports Medicine

ActSed – Actividades Sedentárias

AF – Actividade Física

AFg – Actividade Física Geral

AliPro – Alimentos Processados

BeAçu – Bebidas Açucaradas

CC – Perímetro Umbilical

CDC – Centers for Disease Control

DREM – Direcção Regional de Estatística da Madeira

E – Escola

ECL – Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos do Estreito de Câmara de Lobos

EF – Educação Física

EnvN – Envolvimento Natural

E.U.A. – Estados Unidos da América

Fem - feminino

HHS - Dietary Guidelines Press Release

IMC – Índice de Massa Corporal

INE – Instituto Nacional de Estatística

kg - quilogramas

Mas – masculino

mm - milímetros

p – Valor de prova

Perm CM – Perímetro da cintura médio

Prg Ge – Prega Geminal

Prg Trp – Prega Tricipital

Page 16: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Lista de Abreviaturas

xvi

R.A.A. – Região Autónoma dos Açores

R.A.M. - Região Autónoma da Madeira

RG – Escola Secundária da Ribeira Grande

SedTvIntJvc – Actividades Sedentárias da televisão, internet e jogos de

vídeo computador

sd – Desvio Padrão

SREA – Serviço Regional de Estatística dos Açores

TV – Televisão

TvSH – Televisão em horas semanais

WHO - World Health Organization

%MG - Percentagem de Massa Gorda

Page 17: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Introdução

Page 18: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Introdução

2

1. Introdução

Ao longo do tempo, a integração de uma prática regular de Actividade Física

(AF), desde a infância até à idade adulta, tem demonstrado ser um fundamento

determinante para a criação de um estilo de vida saudável (Feldman, Barnett, Shrier,

Rossignol & Abenhaim, 2003). Diversas organizações mundiais, no domínio da saúde,

referem a importância de uma prática de AF regular, com intensidade e duração

suficientes, para produzirem um efeito benéfico, ao nível de diversos parâmetros de

saúde (Klein et al., 2004).

Entre os efeitos benéficos ao nível da saúde, destacam-se os que contribuem para

um melhor perfil lipídico e metabólico, nas diversas faixas etárias (Lazzoli et al., 1998),

assim como, na ocorrência de melhorias no aumento da resistência cardiovascular, no

metabolismo da glicose, da força muscular, da pressão arterial, entre outros (Menschik,

Ahmed, Alexander & Blum, 2008).

No entanto, actualmente vivemos numa sociedade com uma grande

disponibilidade no acesso às novas tecnologias que potencializam por um estilo de vida

menos activo, sendo elevado o tempo dispendido em ActSed (tais como, internet, jogos

de computador e televisão), estando este comportamento muitas vezes associado a um

aumento ao nível da obesidade (Menschik et al., 2008). Alguns autores reforçam ainda

que, para além da influência por parte da evolução das novas tecnologias, o meio

envolvente para a prática de AF é um parâmetro relevante, o qual permite que

determinados factores, tais como, sociais e ambientais, sejam uma forma de incentivo

promissor a esse desempenho, nas crianças e adolescentes (Santos, Page, Cooper,

Ribeiro & Mota, 2009). Assim a existência de parques, locais adequados nas áreas

residenciais, como de boas condições climatéricas, demonstram ser condições que

promovem o aumento da AF a longo prazo e em contrapartida à diminuição da

obesidade (Mota, Delgado, Almeida, Ribeiro & Santos, 2006).

Neste contexto e num estudo efectuado na Região Autónoma da Madeira

(R.A.M.), constatou-se que a percepção de envolvimento natural (declive acentuado das

ruas ou veredas referentes à sua área de residência), estava associado negativamente aos

seus níveis de AF e positivamente com os níveis de adiposidade (Medeiros, 2009).

No entanto, numa análise aos factores etiológicos da obesidade, além dos factores

anteriormente mencionados (AF, sedentarismo e envolvimento), a nutrição demonstra

Page 19: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Introdução

3

ser igualmente um factor determinante, para a prevenção da obesidade (Klein et al.,

2004). Segundo, os autores, Contento, Williams, Michela & Franklin (2006), a maioria

dos adolescentes opta por uma escolha incorrecta de alimentos e de bebidas com alta

intensidade calórica (Contento et al., 2006). Estando o consumo de alimentos

processados e de bebidas açucaradas associados a níveis elevados de adiposidade

(Samuelson, 2000), sendo determinante o estudo da relação entre estes factores

etiológicos no delineamento de estratégias de prevenção ao aumento da obesidade

(Samuelson, 2000; WHO, 2004).

É nesta conjuntura, que pretendemos, mais especificamente nas regiões

autónomas da Madeira (R.A.M.) e dos Açores (R.A.A.), desenvolver o presente

trabalho com o objectivo de caracterizar as populações específicas e explorar as relações

entre as variáveis (AFg, ActSed, percepção do EnvN, consumo dos alimentos

processados (AliPro) e de bebidas açucaradas (BebAçu), assim como, os indicadores de

adiposidade), em alunos do 7ºano de escolaridade de uma escola da R.A.M. e de uma

escola da R.A.A..

Neste seguimento, pretendemos deste modo:

- Determinar níveis de AF, ActSed, percepção do EnvN, o consumo de AliPro e

de BeAçu, assim como, as taxas de prevalência das categorias de risco da %MG, em

alunos do 7ºano de escolaridade de uma escola da R.A.M. e de uma escola da R.A.A.;

- Determinar se existem diferenças entre os alunos das escolas R.A.M. e R.A.A.,

assim como, entre sexos nas variáveis em estudo (AFg, comportamentos sedentários,

%MG, percepção do EnvN e consumo de alimentos processados e de bebidas

açucaradas);

- Estudar a relação entre as variáveis de AFg, ActSed, EnvN, consumo de AliPro

e de BebAçu, e indicadores de adiposidade.

O presente trabalho, está estruturado em oito capítulos: 1) Introdução, 2)

Revisão de Literatura, 3) Material e Métodos, 4) Apresentação dos Resultados, 5)

Discussão dos Resultados, 6) Conclusões Gerais, 7) Limitações e Recomendações, e 8)

Referências Bibliográficas, que passam a descrever de uma forma mais pormenorizada:

Capitulo I – Introdução: consiste no enquadramento do tema a ser estudado e sua

pertinência. Descreve também os objectivos do estudo e estrutura;

Page 20: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Introdução

4

Capitulo II – Revisão de Literatura: onde é abordado, o estado actual do

conhecimento sobre a prática de actividade física e restantes factores

(actividades sedentárias, envolvimento natural, consumo de alimentos

processados e de bebidas açucaradas, assim como, dos indicadores de

adiposidade;

Capitulo III – Metodologia: em que se efectua a caracterização da população em

estudo, as variáveis abordadas, como também, a descrição sobre as medidas

estabelecidas, instrumentos utilizados e procedimentos metodológicos e

estatísticos;

Capitulo IV – Apresentação dos resultados: indica os valores obtidos nas

diversas variáveis (AFg, ActSed, EnvN, consumo de AliPro e de BebAçu, e

indicadores de adiposidade);

Capitulo V – Discussão dos Resultados: interpretação e discussão dos resultados

em relação aos objectivos inicialmente estabelecidos;

Capitulo VI – Conclusões Gerais: apresenta, as principais conclusões do estudo;

Capitulo VII – Limitações e Recomendações: descreve as limitações

encontradas no presente estudo, como recomendações futuras;

Capitulo VIII – Referências Bibliográficas.

Page 21: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Revisão da Literatura

Page 22: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Revisão da Literatura

6

2. Revisão da Literatura

A Organização Mundial de Saúde (WHO) (2004) estabelece a obesidade como

excesso de gordura corporal e identifica-a como uma doença que pode acarretar graves

lesões ao nível de saúde do ser humano. Consiste mesmo, no excesso de gordura no

corpo que ocorre devido à maior ingestão de alimentos (maior quantidade de energia)

em relação ao insuficiente gasto de energia (Miguel, 2004; Santos, Carvalho & Júnior,

2007; Truccolo, 2008).

Sabendo que alguns autores alertam que este estado nutricional tem como factores

etiológicos a inactividade física e os maus hábitos alimentares (Sallis, 2004; Wilson et

al., 2008). Torna-se determinante definir os referidos factores, efectuando inicialmente

referência à actividade física (AF). Deste modo, a ausência de AF demonstra ser um

factor de risco predominante para o aparecimento da obesidade, devido à maior

acumulação energética, sendo então fundamental ter uma prática regular e contínua em

junção com uma alimentação adequada, de forma adequada para impedir o

aparecimento e desenvolvimento da obesidade (Mota & Sallis, 2002).

A relevância da inactividade é reforçada por Garcia et al. (2004) ao verificar que

30% das crianças afirmam assistir a cinco ou mais horas por dia de televisão (TV), além

de que também 30% de jovens admitem não participar em qualquer AF moderada ou

vigorosa.

Neste momento, Garcia et al. (2004), alertam mesmo que devido aos elevados

valores de inactividade física as crianças americanas de hoje, poderão vir a ser a

primeira geração com um tempo de vida mais reduzido em relação a seus pais. Esta

informação tem como consequência o aumento de determinadas doenças crónicas, tal

como, diabetes tipo2, doenças cardiovasculares, hipertensão, asma, alguns cancros,

problemas reprodutivos e, como referido anteriormente, problemas psicológicos que

incluem para além da baixa auto-estima e imagem corporal desfavorecida, também

distúrbios no sono e transtornos alimentares (Garcia et al., 2004).

Uma vez que determinou que 50% das crianças e adolescentes com sobrepeso se

tornam adultos obesos (Garcia et al., 2004), tal opinião é igualmente partilhada por

Laitinen, Power & Jarvelin (2001).

Page 23: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Revisão da Literatura

7

2.1. Actividade Física (AF)

Actividade física (AF), de acordo com alguns autores (Bates, 2006; Gonzaga,

Silveira, Lisboa & Melo, 2008; Sallis, 2003) consiste em qualquer movimento corporal,

resultado da contracção ósseo e muscular promovendo o dispêndio de energia, a uma

intensidade moderada, assumindo benefícios fundamentais no que diz respeito à saúde.

Salienta-se que uma AF moderada consta no gasto de energia de 3 a 6 vezes mais que a

energia necessária em relação ao estado de repouso, exemplos deste são o subir escadas

ou realizar um passeio a um ritmo moderado, no entanto, uma AF vigorosa baseia-se

num gasto e intensidade maior, como exemplo correr 8km/h (Nowicka & Flodmark,

2007; Sallis, 2003). Contrariamente ao referido, a inactividade física pode ser definida

como estado de baixos níveis de AF, na qual as despesas energéticas ocorrem quando se

encontra em repouso (Gonzaga et al., 2008; Nowicka & Flodmark, 2007).

A AF apresenta-se como uma área importantíssima de investigação por

considerar-se uma fonte que permite combater o aparecimento de doenças

degenerativas, vindo a reduzir o grau de mortalidade (Säakslahti et al., 2004; Silva &

Malina, 2000). Sendo considerada, mesmo, como um importante inibidor na

problemática do excesso de peso e obesidade (Lopes, 2010; Santos et al., 2007).

De acordo com instituições e organizações, tais como, International Federation of

Sports Medicine (1990), a American Heart Association (Fletcher et al., 1992), a WHO

(Bijnen et al., 1994) e o Colégio Americano de Medicina Desportiva (Pate et al., 1995).

Deve ser dada à AF uma ênfase à sua prática regular como forma de potencializar

melhorias na saúde, permitindo prevenir graves riscos em doenças cardiovasculares

(Silva & Malina, 2000).

Um dos benefícios indicados, para além da prevenção de algumas doenças,

consiste no aumento e na manutenção corporal de massa magra, o que permite o

aumento da capacidade de mobilização e do gasto de gordura, mesmo num estado de

repouso (Nowicka & Flodmark, 2007).

Perante o mencionado, podemos verificar então que o sedentarismo e a

inactividade física abrangem cerca de 30% dos alunos de 12-17 anos da zona de

Michigan, demonstrando mesmo que a introdução de hábitos de AF regular torna-se

num benefício que se irá transpor para idade adulta bem como durante a infância e a

adolescência (Perkins, Jacobs, Barber & Eccles, 2004).

Page 24: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Revisão da Literatura

8

Resultados similares foram obtidos no estudo transversal de (Kin - Isler, Asci,

Altintas & Guven - Karahan, 2009), obtiveram-se resultados diferentes tanto a nível do

género como na idade, em adolescentes turcos de 11-14 anos. Verificou-se uma redução

na prática de actividade física, como um aumento na execução de actividades de baixo

gasto energético. Para além do mencionado, os rapazes demonstraram ser mais activos

que as rapariga, sendo importante e referido pelos autores incentivar tanto professores

de Educação Física, como os próprios pais à prática por parte dos adolescentes,

principalmente as raparigas, accionando padrões de prática até à idade adulta (Kin -

Isler et al., 2009).

Semelhante opinião é partilhada por Okely, Booth, Hardy, Dobbins & Denney -

Wilson (2008) que alertam para a necessidade de criação de padrões de AF, na infância

e adolescência, demonstrando serem fundamentais para se obter benefícios a nível da

saúde (Lopes, 2010; Okely et al., 2008).

Tendo em conta que a actividade física tem efeitos positivos sobre o bem-estar

psicológico e fisiológico das crianças e adolescentes, acredita-se ser importante para o

desenvolvimento e manutenção de padrões saudáveis que iram transitar para a vida

adulta (Anderssen & Wold, 1992).

Souza, Silva, Assis, Fiaccone, Pinto & Moraes (2010) destaca, mesmo, a

importância do espaço escolar para a promoção de acções que levam a um estilo de vida

saudável, através da AF e de uma alimentação adequada, obtendo como resultado a

inibição do ganho de peso na adolescência.

Dietary Guidelines Press Release (HHS, 2000) recomenda a prática moderada de

AF diária em média de 30 minutos em adultos e de 60 minutos em crianças, estando

associado ao controlo a nível do peso e ganhos positivos para saúde, permitindo

construir e manter os ossos saudáveis, músculos e articulações, assim como, criar

resistência e força muscular, obtendo também um aumento a nível da auto-estima e um

bem-estar psicológico (Cavill, Biddle & Sallis, 2001; HHS, 2000), sendo esses efeitos

comprovados a médio prazo (Perkins et al., 2004).

No entanto, e perante uma maioria de organizações os autores Fulton, Garg,

Galuska, Rattay & Caspersen (2004) descrevem assim que se recomenda diariamente,

para crianças e adolescentes, cerca de 20 – 30 minutos de AF vigorosa, ou cerca de 60

minutos, ou mais, de AF de intensidade moderada, contudo os autores Gonzaga et al.

Page 25: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Revisão da Literatura

9

(2008) mostram que de acordo com os seus resultados a AF só apresenta significância

aquando de uma prática de duas horas diárias.

Mota & Sallis (2002) mencionam uma proposta que consiste em duas

recomendações gerais e uma afluente (Cavill et al., 2001). Deste modo temos, como

recomendações, que todas as crianças e adolescentes deveram praticar AFs moderadas a

intensas no mínimo 60 minutos diários e que as crianças sedentárias deverão efectuar

pelo menos 30 minutos diariamente. Como recomendação subsidiária indicam que pelo

menos duas vezes por semana, as actividades efectuadas deverão proporcionar um

reforço e/ou manutenção da força muscular, flexibilidade e desenvolvimento da

densidade óssea (Cavill et al., 2001).

Neste contexto a WHO (2010) recomenda, para crianças dos 5 anos aos 17 anos, a

prática de actividades que consistem em brincadeiras, jogos, desportos, entre outros, no

contexto familiar, escolar e de actividades comunitárias. O fundamental será que a

prática permitirá a ocorrência de melhorias cardiorrespiratórias, cardiovasculares,

musculares, saúde óssea e melhorias no sistema metabólico, do mesmo modo, irá

conduzir a uma redução nos sintomas de ansiedade e de depressão. É aconselhado então

que as crianças e adolescentes devem efectuar cerca de 60 minutos diários de actividade

física moderada, mencionando que se for superior a 60 minutos levará a benefícios

adicionais de saúde (WHO, 2010). É apontado também que a AF, na sua maioria, deve

ser aeróbia, no entanto, deve haver pelo menos 3 vezes por semana um trabalho de

actividade de intensidade vigorosa que promova um fortalecimento ósseo e muscular

(WHO, 2010).

Visto isto, Maia, Lopes & Morais (2001) denotam mesmo que a AF promove

benefícios na saúde, sendo esses visivelmente determinantes na vida adulta, mas

salientam ainda que na infância e adolescência, os estudos efectuados até ao momento,

não demonstram ser claros em relação aos benefícios, nessas etapas de vida

relativamente à prevenção de doenças. Deste modo, a AF demonstra ser uma forma

fundamental para prevenir o excesso de peso e obesidade nas crianças e adolescentes

(Fonseca, 2005; Gonzaga et al., 2008; Maia & Lopes, 2003; Silva, 2009).

Os autores fomentam que apesar dos benefícios que a prática de AF pode

transmitir para a saúde, evidencia-se que existe uma diminuição da execução de AF,

essencialmente ao longo da adolescência até à idade adulta (Maia et al., 2001; Silva &

Malina, 2000).

Page 26: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Revisão da Literatura

10

Podemos a partir do artigo sobre “ Physical Activity Fundamental to Preventing

Disease” (U.S. Department, 2002), demonstrar que a probabilidade de aumentar o

número de doenças cardíacas, derrames, cancro do cólon, diabetes, obesidade e

osteoporose é imensa. Milhões de americanos, obesos ou com de excesso de peso,

sofrem de doenças crónicas que podem ser prevenidas desde cedo a partir da prática

regular de AF, visto que, por exemplo no que diz respeito ao custo a nível financeiro

para a saúde, no ano 2000, o valor estimado foi à volta de 117 milhões de dólares no

total (U.S. Department, 2002).

Alguns autores (Nollen et al., 2007) evidenciam similarmente que os adolescentes

obesos tendem a mostrar baixos níveis de auto-estima, de tristeza, solidão e nervosismo

e tendem com maior margem a conter comportamentos de alto risco, como fumar

consumir álcool e drogas. Deste modo, leva a que estes adolescentes em adultos venham

a conter um risco maior de sofrerem doenças associadas a esses factores (Fonseca &

Matos, 2005).

Segundo os autores Mello, Boscolo, Esteves & Tufik (2005) um dos benefícios

relevantes que se encontra na prática de AF é a nível da qualidade do sono, ao contrário

dos adolescentes inactivos que têm problemas de insónias, acarretando mesmo o

aumento do stress. Da mesma forma esses autores, como Lopes (2010), indicam que

algumas pesquisas demonstram o quanto a prática de exercício promove efeitos

positivos sobre o humor, o controlo dos estados de ansiedade e depressão (Lopes, 2010;

Mello et al., 2005).

Tendo em conta que a inactividade física leva ao aparecimento de determinadas

doenças crónicas e consequentemente a problemas financeiros devido aos gastos para a

saúde, no que diz respeito aos E.U.A, além dos aspectos associados à saúde existe

também o impacto económico (U.S. Department, 2002).

Posteriormente ao desenvolvido as evidências consistem, no entanto, num

sucessivo decréscimo na execução de AFs intensas comparativamente ao aumento da

idade. Sendo este um importante ponto de intervenção, torna-se importante criar

programas de promoção de AF, valorizando-o como elemento importante para a saúde

(Gonzaga et al., 2008; Mota & Sallis, 2002).

Page 27: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Revisão da Literatura

11

2.2 – Envolvimento Físico

De acordo com os autores, Papas, Alberg, Ewing, Helzlsouer, Gary & Klassen

(2007) e a partir da literatura a nível da saúde, o envolvimento pode ser entendido como

“tudo o que é externo ao indivíduo”, tendo em consonância os aspectos que se encontra

em volta dele, com os aspectos da natureza e respectivas modificações. Os factores de

envolvimento estão em grande medida associados aos estilos e hábitos de vida, de

forma positiva, para as estratégias que intercedem a prática regular de AF (De

Bourdeaudhuij et al., 2005). Na maioria dos países, o mesmo autor, demonstra que os

hábitos saudáveis em relação à prática de AF, está realmente interligados a um

adequado entendimento entre diversos factores (De Bourdeaudhuij et al., 2005). Assim

como, ambientes relativos à dimensão geográfica, que determina o historial do local e a

própria cultura específica do meio em que se encontram (Papas et al., 2007).

Alguns estudos indicam a relação que existe mesmo entre o envolvimento e o

estilo e hábitos de vida (Lopez & Hynes, 2006; Papas et al., 2007). Um dos parâmetros,

que demonstra ser relevante, consiste nos favoráveis acessos para instalações de lazer,

como parques, adequados passeios, piscinas e ginásios tanto para as crianças, como para

os adultos (Lopez & Hynes, 2006; Mota & Sallis, 2002; Norman et al., 2006).

Lopez & Hynes (2006), indicam ainda que um ambiente positivo leva à

sensibilização para a conectividade social, motivando e estimulando a interacção entre

as pessoas, aumentando a confiança na sociedade inerente e próprio governo.

Deste modo, é relevante demonstrar que os atributos ambientais podem

influenciar a prática de AF, sendo que o próprio caminhar ao ar livre é um claro

exemplo de como melhorar a saúde pública (Owen, Humpel, Leslie, Bauman & Sallis,

2004).

Foram encontrados, também, em investigações ao nível de populações pediátricas

que o envolvimento apresenta-se como elemento influenciador da prática de AF e na

própria alimentação (Glanz, Sallis, Saelens & Frank, 2005; Sallis et al., 2001). Com

particular realce para o envolvimento escolar pois a sua maior parte do dia é passada em

tempo lectivo (Glanz et al., 2005; Sallis et al., 2001).

De acordo, com o artigo de Environmental Health Perspectives (Trasande et al.,

2009), podemos demonstrar um exemplo positivo relativo à influência do espaço

escolar. O estado de Arkansas evidenciou-se como um bom exemplo em relação ao

ambiente escolar, em que as alterações da dieta escolar, juntamente com programas

Page 28: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Revisão da Literatura

12

educativos de ordem física, obtiveram resultados positivos na diminuição de crianças

com sobrepeso, sendo no ano lectivo de 2004-2005 percentualmente cerca de 20,8%,

passando para 20,4% no seguinte ano lectivo, 2005-2006 (Trasande et al., 2009).

Também Glanz et al. (2005) constatou uma associação entre o envolvimento escolar

relativo a alimentação e prevalência de obesidade.

Com a quantidade de tempo dispendido no sistema educativo, as escolas tornam-

se em locais marcantes para a promoção da AF na juventude, merecendo destaque para

uma melhor avaliação dos ambientes físicos escolares (Fein, Plotnikoff, Wild & Spence,

2004).

Na R.A.M, através de Rodrigues (2010), mostra-se que perante estudo obteve-se

também, relativamente a uma escola pública e uma privada, que os alunos de ambas

demonstravam resultados baixos nos níveis de AF e consequente aumento de obesidade,

quando em percepção a um número menor em acessos a parques, pavilhões ou ringues.

Além do envolvimento escolar a percepção de envolvimento físico tem sido

estudada em populações pediátricas, num em três concelhos do norte de Portugal,

mostra que a existência de material desportivo em casa para a prática de AF, leva haver

um aumento nessa variável e em ambos os sexos, assim como, o estatuto

socioeconómico e a permanência de pontos importantes ao longo do caminho a

percorrer por estes. Tendo a preocupação de focar, contudo, a importância dos pais nas

escolhas e actividades dos filhos, ponderando em consequência a utilização de meios

activos de transporte (Pizarro, 2009).

Similares conclusões são apresentadas por outros autores, ao indicar alguns

aspectos que promovem o aumento da inactividade física, a partir da existência de

ambientes com obstáculos para a prática de AF, tais como, a ausência de estruturas ou

locais com barreiras que acarretam à ausência de segurança (Lopez & Hynes, 2006;

Mota & Sallis, 2002).

As particulares do envolvimento mostram influenciar potencialmente tanto a

prática de AF, como a permanência de comportamentos sedentários tanto na infância

como na idade adulta (Salmon, Timperio, Telford, Carver & Crawford, 2005). De certa

forma, o aumento ao acesso dos meios electrónicos, essencialmente a TV e jogos de

computador, mostram contribuir igualmente para o aumento do sedentarismo das

crianças e adolescentes e consequentemente riscos de excesso de peso e obesidade

Page 29: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Revisão da Literatura

13

(Dowda, Ainsworth, Addy, Saunders & Riner, 2001; Garcia et al., 2004; Salmon et al.,

2005).

As evidências relativas às características climatéricas demonstram, ser em junção

ao mencionado, um outro dos aspectos em ter em atenção (Mota & Sallis, 2002).

Contudo, os próprios autores mostram que os estudos efectuados a este nível, não são

suficientes, ou seja, não são de forma significativa para validação de tais factores ao

nível da influência do aumento do excesso de peso e obesidade (Salmon et al., 2005).

Verificamos que perante os autores Lytle & Fulkerson (2002), necessita-se

realmente demonstrar que o ambiente é um factor de mediação nos resultados ao nível

da saúde. Onde os mesmos mostram, que a partir de um aconselhamento nutricional

adequado, para a inibição dos riscos alimentares, ou através do meio educativo em que

as crianças e adolescentes se enquadram, poderia assim quantificar-se e documentar as

reacções positivas que promovem nessas idades (Lytle & Fulkerson, 2002).

2.3 – Comportamentos Alimentares

Todos nós sabemos que a vida promove hábitos e comportamentos promotores de

saúde, um determinante é os hábitos alimentares (Viana, 2002). Viana (2002) diz

mesmo que uma alimentação racional, a qual proporciona ao organismo a quantidade

necessária ao seu ideal funcionamento, também promove absorção das propriedades

preventivas dos nutrientes, deste modo, o ser humano permite manter um estilo de vida

saudável e prevenir o aparecimento de doenças, como diabetes.

Actualmente existe uma evidência de que a alimentação, essencialmente na região

europeia, demonstra ter um papel determinante no que diz respeito ao estado de saúde

desde a infância, passando pela adolescência, até à vida adulta (WHO, 2005). Deste

modo menciono que após breve princípio, denotamos o quanto se torna difícil manter

uma alimentação saudável e adequada às necessidades diárias.

Com o aumento da obesidade infantil, determinadas pesquisas concentraram-se

em abordar os padrões alimentares, perante os factores familiares e sociais (Cruz,

Martins, Dantas, Silveira & Guiomar, 2003; Patrick & Nicklas, 2004). Sendo que cada

vez mais a tendência é de consumir os alimentos que se encontram mais acessíveis e em

quantidades superiores ao necessário. Perante este cenário, ainda se faz referência às

características da sociedade, que inclui os factores na ordem socioeconómica e

Page 30: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Revisão da Literatura

14

sociocultural, assim como, educação dos pais, restrições de tempo e a própria etnia

(Patrick & Nicklas, 2004).

Do mesmo modo, Adair & Popkin (2005) referem que ocorreu uma mudança

rápida a nível global, tanto em relação à disponibilidade dos alimentos de origem rápida

e dos alimentos processados, como também, das alterações na distribuição dos

alimentos e marketing. No entanto, estes parâmetros ainda não se encontram claramente

definidos como os verdadeiros responsáveis ao aumento da obesidade nas crianças, mas

de certa forma, sabe-se que têm determinada influência (Adair & Popkin, 2005).

No estado da América do Norte (E.U.A. e Canadá) a alteração de hábitos

alimentares, encontra-se muito relacionado com o constante acréscimo do consumo de

calorias, o qual acontece devido aos alimentos de elevado nível calórico e do aumento

de refeições efectuadas fora de casa, promovendo deste modo, a um maior consumo de

nutrientes ao longo do dia em junção com a forte diminuição do gasto energético que se

reflecte no aumento do peso (Adair & Popkin, 2005; Roblin, 2007), estando tal

associado a um aumento das taxas de prevalência de obesidade (Roblin, 2007).

Adair & Popkin (2005) citam Lytle, Seifert, Greenstein & McGovern. (2000)

mostrando que, os mesmos averiguaram que tem ocorrido uma diminuição na qualidade

e consumo de frutas e hortícolas, de 41% para 25%, como também um aumento de

consumo de refrigerantes, cerca de três vezes mais, comparativamente a uma

diminuição da inserção de leite e de sumos naturais de fruta. Estes padrões são um dos

factores que levam ao potencial aumento de consequências na saúde infantil. O E.U.A. é

caracterizado pelo aumento no consumo de refrigerantes, sumos de fruta e fast food,

aumentando a percentagem de consumo de 10,5% para 21,2% do consumo total de

energia durante os anos de 1977 a 1996 (Adair & Popkin, 2005; Roblin, 2007).

No que diz respeito a Portugal, a “Workshop de Lisboa” (WHO, 2006b)

determina que os registos de que existe declaram com um elevado consumo de sal, de

gorduras e de bebidas alcoólicas, fomentando assim a alta prevalência de excesso de

peso. Posteriormente temos também, como no Brasil, o baixo consumo de frutas e

hortícolas, essencialmente nos jovens da faixa etária dos 15 anos, com 23,2% das

raparigas e 18,1% dos rapazes no consumo diário desses nutrientes (WHO, 2006b).

Cruz et al. (2003) vai de encontro igualmente ao mencionado, demonstrando que

certos estudos realizados no concelho de Lisboa, em relação a crianças e adolescentes,

revelaram que a problemática a nível alimentar está relacionada com o próprio estilo de

Page 31: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Revisão da Literatura

15

vida e com o tipo de alimentação nos países industrializados, ou seja, a população

jovem apresenta um excesso de consumo de gorduras, açúcar, sal e álcool,

contrariamente ao défice de ingestão de fibras alimentares, de hortícolas, cereais

completos e frutas.

Na R.A.M., o mesmo verificou-se em que e a partir dos resultados de estudos

(Batista, 2010; Rodrigues, 2010), constatou-se que a obesidade está do mesmo modo

relacionada com uma alimentação incorrecta, onde existe uma diminuição do consumo

de frutas e hortícolas comparativamente também com o aumento da idades dos jovens.

Rodrigues (2010) menciona mesmo, que apesar de alunos obterem conhecimentos

adequados relativamente às porções diárias de frutas e hortícolas, o resultado do

consumo demonstra ser de forma contrária ao referido, ou seja, a ingestão de alimentos

processados acaba por ser superior à ingestão de alimentos saudáveis, sendo da mesma

opinião Batista (2010).

Deste modo, mostra ser relevante evidenciar a influência a nível de marketing,

onde Almeida, Nascimento & Quaioti (2002) aponta para que os alimentos que são

publicitados na televisão, serem percentualmente cerca de 57,8% referentes ao grupo da

pirâmide alimentar representados por gorduras, entre eles os óleos e os açúcares

simples; 21,2% no grupo dos hidratos de carbono, como os pães, cereais, arroz e

massas; com 11,7% o grupo dos lacticínios; e com 9,3% o grupo das proteínas, das

carnes e peixes. Denotando-se completamente a ausência de publicidade no grupo de

frutas e hortícolas (Almeida et al., 2002).

Gortmaker et al., (1996) e Lobstein & Dibb, (2005); citados por Trasande et al.

(2009) indicam que o marketing através da publicidade televisiva, durante os programas

infantis, para as crianças pode ter um grande peso na influência negativa para o

consumo de alto teor de gordura e açúcares.

Assim perante o mencionado e a partir de um estudo a nível de Portugal, Fialho &

Almeida (2008) demonstram, do mesmo modo, que a publicidade de maior destaque

consta na transmissão de produtos de baixo valor nutricional, ricos em açúcar, sal e/ou

gordura. Deste modo, indicam que cinco dos maiores anúncios passados na televisão,

quatro são dirigidos para o público infantil e adolescente, como por exemplo “The Coca

– Cola Company” e “Nestlé”, ou seja, 87% da publicidade (Fialho & Almeida, 2008).

No entanto, em contrapartida Roblin (2007) vem demonstrar que de certo modo,

através da comunicação, devido às empresas de alimentação e à publicidade, pode-se

Page 32: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Revisão da Literatura

16

mostrar que tais serão fontes de promoção adequadas para transmitir às crianças e

adolescentes as escolhas saudáveis dos nutrientes e impedir o aumento de crianças e

adolescentes com excesso de peso e de obesidade.

Contudo, através dessa última abordagem, poder-se-á estimular a mudança do

comportamento alimentar, tendo como bases as variações do conhecimento, atitudes e

comportamentos alimentares, promovendo as melhorias na saúde (O'Brien & Davies,

2006; Roblin, 2007). Mas o reflexo surge de forma contraditória, referem esses autores

(O'Brien & Davies, 2006) perante estudos bem controlados concluíram que apesar do

maior e melhor conhecimento a nível da alimentação saudável, o que demonstra ter

mais resultados positivos na melhoria da saúde são os programas de comportamentos.

Exemplo deste prende-se no Reino Unido, onde as taxas de obesidade continuam a

aumentar, apesar do bom nível de consciência das orientações à realização de uma

alimentação adequada e das diversas campanhas de incentivo a dietas saudáveis, para se

predispor a uma melhoria da saúde pública (O'Brien & Davies, 2006).

Torna-se visível que, apesar do conhecimento relativo à realização de uma

alimentação saudável, a atitude das crianças e adolescentes de origem americana e

canadiana baseia-se, desde o inicio do século XX, numa diminuição do consumo de

lacticínios, hortícolas e hidratos de carbono de origem integral, havendo um consumo

maior de ingestão de frutas, sumos de fruta, bebidas açucaradas e de alimentos ricos em

gordura (Roblin, 2007).

Rodrigues (2010) demonstra ainda que apesar do conhecimento face à ingestão e

porção adequada de alimentos saudáveis, como frutas e hortícolas, os resultados obtidos

consistiram em uma diminuição da ingestão desses alimentos com o aumento da idade,

promovendo os maus hábitos alimentares. Para Batista (2010), a causa fundamental para

a má ingestão dos alimentos processados, provém essencialmente da maior facilidade

em aceder aos snacks - bares próximos da escola, onde contêm uma vasta oferta de

alimentos, com alto teor de gordura e de açúcar.

A nutrição, no período essencialmente da adolescência, consiste de acordo com

WHO (2006b) crucial, necessitando que haja uma aquisição de nutrientes importantes

para as exigências do crescimento e desenvolvimento físico e cognitivo. Deste modo,

leva à prevenção de possíveis doenças, tal como, doenças cardiovasculares, diabetes,

osteoporose e cancro (WHO, 2006b).

Page 33: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Revisão da Literatura

17

De acordo, com o Relatório Mundial de Saúde de 2002, citado por WHO (2006b),

estima-se que o baixo consumo de frutas e hortícolas levam à origem de 19% dos

cancros gastrointestinais, 31% da doença cardiovascular isquémica e por 11% dos

enfartes miocárdios. Sublinhando ainda que 2,7 milhões de vidas podiam ser salvas

todos os anos se a população consumisse as porções adequadas de frutas e hortícolas

(WHO, 2006b).

Para além do mencionado e com padrões alimentares inadequados, impulsiona-se

que o aumento da obesidade infantil pode mesmo se verificar perante pesquisas e que

tais padrões são influenciáveis por características de origem do ambiente físico e social

(Patrick & Nicklas, 2004).

2.4 – Indicadores de Adiposidade

De acordo com os autores Dehghan, Akhtar-Danesh & Merchant (2005), a

obesidade infantil tem vindo a aumentar constantemente a nível Mundial, mais

concretamente nos países em desenvolvimento. Nos E.U.A. constata-se que 25% das

crianças apresentam sobrepeso e 11% são considerados obesos, mais alarmante é o facto

de 70% são obesos e que vêem se tornar adultos obesos (Dehghan et al., 2005).

Valores mais moderados são apresentados por Garcia, et al. (2004), uma vez que

determinou que 50% das crianças e adolescentes com sobrepeso se tornam adultos

obesos, tal opinião é igualmente partilhada por Laitinien, et al. (2001).

Mota & Sallis (2002) citam do mesmo modo que, nos dados da população

Portuguesa vem-se a verificar uma percentagem elevada de alunos que apresentam

valores indicadores de sobrecarga ponderal ou até mesmo nível de obesidade (Sardinha,

Matos & Loureiro, 1999).

Do mesmo modo, existe autores (Cole, Bellizzi, Flegal & Dietz, 2000; Roblin,

2007) que indicam que a prevalência de obesidade infantil está aumentar de forma

rápida em todo o mundo, e que a mesma se encontra associada a diversos factores de

risco que se reflectem a médio longo prazo através de patologias como doenças

cardíacas e outras doenças crónicas incluindo a hiperlipidémia, hiperinsulinemia,

hipertensão e inicialmente a aterosclerosis (Cole et al., 2000; Roblin, 2007).

Também refere-se que a obesidade está associada também, ao sofrimento

emocional devido ao impacto negativo sobre a auto-estima (Jacobs, 2005).

Page 34: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Revisão da Literatura

18

Além das patologias associadas à obesidade alguns autores alertam para o factor

económico, uma vez que a obesidade é o problema de saúde mais dispendioso nos

Estados Unidos da América, descreve mesmo que a principal estratégia, para se obter

uma população mais responsável, poderá passar pela correcta promoção de opções

alimentares saudáveis, assim como, de exercício físico (Sallis, 2004). No entanto, para

elaborar estratégias é necessário compreender a realidade das diferentes culturas e

sociedades (Sallis, 2004).

A WHO (2006a) indica mesmo que em 2010 a Europa irá apresentar 150 milhões

de adultos e 15 milhões de crianças e adolescentes com obesidade, representando 20% e

10% do universo populacional respectivamente.

No que diz respeito ao nosso país e de acordo com a comissão Europeia, Portugal

encontra-se entre os países da Europa com o maior número de crianças com excesso de

peso, cerca de 30% das crianças apresentam excesso de peso ou então são obesas,

predominando, com valores superiores, o sexo feminino em relação ao sexo masculino.

Sendo a nível regional, a zona do Alentejo a qual prevalece o maior número de obesos

(Gonçalves & Diamantino, SD).

Relativamente à R.A.M. veio-se verificar, perante estudos efectuados na região

(Andrade, 2008; Batista, 2010; Fonseca, 2008; Silva, 2008), que se obteve taxas de

prevalência de obesidade de 7,7% nos rapazes e cerca de 5,1% nas raparigas.

Em relação à R.A.A. e de acordo com um estudo “Crescimento e

Desenvolvimento de Crianças e Jovens Açorianos”, pela direcção regional da saúde

(drs, 2009), verificou-se que cerca de 39,7% das crianças, de 10 aos 13 anos, têm

excesso de peso/obesidade. Pereira (2008), conferiu também valores de sobrepeso de

22,8% em relação às raparigas e 17,6% no que diz respeito aos rapazes, do mesmo

modo, demonstrou ainda valores de 13,2% das meninas e de 12,3% dos meninos

considerados obesos.

2.4.1 - Percentagem de massa gorda (%MG)

Tendo em conta que o excesso de gordura corporal está relacionado com

determinado aparecimento de doenças sobre a saúde física e psicológica como os

diabetes Tipo 2, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e colesterol (Dehghan et

al., 2005; Higgins, Gower, Hunter & Gorant, 2001; King, Dorgo & Deemer, 2006),

torna-se deste modo inevitável quantificar a adiposidade.

Page 35: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Revisão da Literatura

19

Deste modo, para uma avaliação da composição corporal podemos requerer a

determinadas formas que nos permitirão obter uma estimativa, possibilitando o

suficiente para adquirir os resultados necessários a nível de saúde de como o indivíduo

se encontra (Araújo & Petroski, 2002; Branca, Nikogosian & Lobstein, 2007; Dehghan

et al., 2005). Assim, a partir da finalidade dos estudos podemos recorrer a diversos

métodos de avaliação da adiposidade, tais como, o do índice de massa corporal (IMC),

das pregas cutâneas (forma de avaliar a %MG), da impedância, do perímetro umbilical

(CC), DXA, entre outros métodos menos comuns.

A American College of Sports Medicine (ACSM) indica que actualmente o nível

aconselhável de gordura corporal para os homens é entre os 10% e 20% e para as

mulheres entre os 20% e 32%. Visto que o músculo-esquelético requer mais energia do

que gordura, para manter o funcionamento de uma forma correcta, verifica-se assim que

o tecido magro é metabolicamente mais activo. Mostrando que, quanto mais músculo

maior a necessidade de gasto de calorias (King et al., 2006).

A partir de um estudo efectuado no Japão (Ochiai et al., 2010), a nível escolar em

crianças (9 e 10 anos) e adolescentes (12 e 13 anos), constatou-se que, o método de

avaliação da composição corporal através do IMC que consiste na forma mais acessível

e de custo financeiro reduzido de obter resultados a nível de obesidade. No entanto, o

IMC apresenta limitação de não fazer distinção entre a massa gorda e massa magra,

assim tornou-se necessário a criação de uma forma mais eficiente da avaliação da

%MG, sendo este o método mais fidedigno uma vez que permite fazer a distinção entre

a massa gorda e massa magra.

Diversos autores referem igualmente o facto de a %MG considerar aspectos como

o desenvolvimento físico e hormonal, particularmente durante a adolescência (Higgins

et al., 2001; Ochiai et al., 2010).

Perante Maia & Lopes (2007) podemos verificar que, comparativamente às duas

regiões autónomas, R.A.M. e R.A.A., os resultados relativamente a duas pregas de

adiposidade (a prega tricipital e a subescapular) e relativamente a ambos os sexos,

demonstrou ser superior os valores encontrados na R.A.A. do que os da R.A.M..

Constando que a partir de Mota & Sallis (2002), citando Hill & Melanson, (1999),

demonstram que o excesso de massa gorda pode estar relacionado com diversos

factores, os quais a má nutrição, a falta de AF, assim como, factores de ordem genética

e metabólica.

Page 36: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Revisão da Literatura

20

Truccolo (2008) reforça mesmo que a génese da obesidade está relacionada com

aspectos genéticos e metabólicos, assim como, as mudanças no estilo de vida, que

levam à diminuição na prática de exercícios físicos, e às alterações dos hábitos

alimentares, que reflectem-se no aumento no consumo de alimentos de alta densidade

energética.

2.5 - Relação entre a actividade física, as actividades sedentárias, percepção do

envolvimento, %MG e consumo de alimentos processados e de bebidas açucaradas

A recente expansão na prevalência de obesidade manifesta ser o reflexo de uma

complexa interligação entre diversos factores, tais como, as mudanças no

comportamento individual de cada pessoa, as mudanças na estrutura da comunidade, no

estilo de vida, no ambiente construído e na possível exposição a certos produtos

químicos sintéticos, como desregulados endócrinos, com a capacidade de perturbar o

equilíbrio energético (Trasande et al., 2009). Sendo assim, perante todo o anterior

desenvolvimento das referidas variáveis, podemos fomentar que a causa básica para a

obesidade consiste, de um desequilíbrio entre a ingestão calórica e o dispêndio de

energias, sendo este inferior ao necessário gasto do consumo de alimentos (Garcia et al.,

2004). No entanto, aponta-se ainda que existem diversos factores que contribuem para o

aumento da obesidade para além dos posteriormente referidos, deste modo, não

podemos esquecer que a variabilidade de cada indivíduo provém de aspectos genéticos,

sociais e de factores ambientais (Garcia et al., 2004; Sallis, Story & Lou, 2009a).

A partir, do autor Gomes (2004), podemos destacar um exemplo no qual,

mostrou-se que alguns comportamentos dos adolescentes em estudo advêm de factores

culturais, sendo que, é o género feminino o que apresenta valores superiores no IMC e o

qual passa mais tempo à frente da televisão. Por outro lado, o género masculino é o

apresenta valores superiores na prática de actividades físicas, mostrando resultado mais

baixo relativamente ao IMC (Gomes, 2004).

Em referência a diversas autoridades de saúde dos E.U.A., assim como, a WHO e

a Internacional Obesity Task Force, as mesmas mencionam que as intervenções ao nível

do ambiente e da política potencializam a ocorrência de alterações positivas na

população, assim como, nos hábitos alimentares e na prática de AF, de modo a reflectir-

se numa redução da obesidade (Sallis et al., 2009a). Exemplo esse que demonstramos

Page 37: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Revisão da Literatura

21

através do plano de estratégia, ao nível da AF e nutrição, por parte do estado de

Colorado, onde realça essencialmente a necessidade da promoção de um ambiente

favorável, juntamente a um estilo de vida mais activo e a uma alimentação saudável

(Colorado, 2010).

2.5.1 - Actividade Física e Actividades Sedentárias

A AF e a actividade sedentária (ActSed), são factores opostos no que se refere ao

gasto de energia, sendo a ActSed determinada como um conjunto de actividades, de

baixo nível de AF, tais como, a utilização de internet, o ver televisão, os jogos de

computador ou de playstation (Katzmarzyk et al., 2008).

O constante aumento, por parte dos adolescentes, em ActSed promove a que haja

uma crescente taxa de prevalência no excesso de peso, como na obesidade, em todo o

mundo (Dehghan et al., 2005).

Através de um estudo, Gracia et al. (2004) demonstrou que as crianças

americanas apresentavam cerca de 30% em actividade sedentária, relatando que

ocupavam diariamente à volta de cinco horas ou mais assistindo televisão. Contribuindo

para o aumento do sedentarismo, tanto nas crianças como nos adolescentes, como

consequência a inibição de AF com o crescente risco de excesso de peso e obesidade

(Garcia et al., 2004).

Assim, torna-se determinante a ocorrência de alterações na prática de AF, de

modo, a promover um aumento no dispêndio de energia, e assim combater a crescente

taxa de obesidade infantil (Nowicka & Flodmark, 2007).

A WHO (2010), indica mesmo que as crianças e adolescentes devem praticar

actividades, que promovam o dispêndio energético à volta de 60 minutos diários,

promovendo assim ganhos ao nível da saúde.

No entanto, no que concerne às regiões autónomas, temos então que em relação à

R.A.M. podemos constatar, por alguns autores (Medeiros, 2009; Rodrigues, 2010), que

os adolescentes passam mais de 3 horas em ActSed, resultado semelhante ao da R.A.A.,

por parte de Maia & Lopes (2003), o qual mostra que tanto os rapazes como as

raparigas, responderam que vêem muito frequentemente televisão, sendo as raparigas

que com o aumento da idade apresentam valores superiores no visionamento de

televisão.

Page 38: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Revisão da Literatura

22

Estes parâmetros vão de acordo com o resultado apresentado, por Maia & Lopes

(2007), no qual obteve-se que tanto os jovens com excesso de peso, como os obesos, da

mesma idade e sexo, demonstraram ser menos activos que os considerados normo-

ponderais.

2.5.2 - Actividade Física e Envolvimento Físico

Da mesma opinião temos Hesketh, Waters, Green, Salmon & Williams (2005),

demonstrando que uma consistente promoção alimentar saudável com uma escolha de

actividades adequadas para a prática, a partir de um meio ambiente local adequado, são

dos programas fundamentais de prevenção à obesidade, por parte da juventude

australiana.

Os autores, Saelens, Sallis & Frank (2003), demonstraram que é possível, a partir

de um adequado ambiente, ocorrer melhorias permanentes para a prática de AF e

posteriormente uma maior qualidade ao nível da saúde.

No entanto, apesar de o meio ambiente ser influenciável para a prática de AF e

determinante durante a infância e adolescência (Mota & Sallis, 2002), torna-se relevante

referenciar que a pesquisa efectuada até o momento ainda é muito restrita (Mota et al.,

2006).

De acordo com Evenson & McGinn (2004), o EnvN apresenta-se como um dos

factores correspondentes às características do envolvimento físico, sendo este

caracterizado para a percepção das crianças perante o ambiente que se encontram.

Assim, Cervero & Ducan (2003) descrevem mesmo que a presença de locais

pedestres adequados nas áreas residências, induzem ao aumento da AF a longo prazo.

Perante o panorama do nosso país, podemos constatar que a nível de Portugal, a

saúde é vista como um parâmetro que contém influências a partir de diversos factores

relativos à localidade geográfica, condições climatéricas, culturais e referida dinâmica

populacional (George et al., 2007).

Por parte de alguns autores (Pizarro, 2009; Santos, 2004) os seus resultados

apontaram para uma influência positiva do envolvimento social na AF (pelos rapazes) e

de espaços de lazer próximos da área de residência (pelas raparigas).

Sendo assim, WHO (2006a), mostra mesmo o quanto é importante focarmos

sobre a transmissão de informações relativas a possíveis melhorias no ambiente social,

económico e físico de modo a fornecerem estilos de vida saudável.

Page 39: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Revisão da Literatura

23

2.5.3 - Actividade Física e o Consumo de Alimentos Processados e de Bebidas

Açucaradas

O equilíbrio entre a AF e uma adequada alimentação, são factores que se

apresentam como promissores para a redução da prevalência de excesso de peso e de

obesidade (USDA, 2011). De acordo, com a Dietary Guidelines for Americans de 2010

(USDA, 2011), o maior objectivo, para a redução ao nível da obesidade, consistiu em

equilibrar o consumo de calorias com a prática de AF, incentivando os americanos a

consumir alimentos saudáveis, sendo de baixo teor de gordura, de sódio e de açúcares,

assim como, a ingestão de água em vez de BebAçu.

A partir de Klein et al. (2004), foi visto que existem estudos que permitem

mostrar a importância da prática de AF em combinação com uma dieta adequada,

promovendo a que ocorra uma perda de peso a partir da massa gorda e não através da

perda de massa magra. Sendo considerado o mais adequado comparativamente a uma

dieta sem a prática de AF. Além disso, Klein et al. (2004) sugere que a execução de

80 a 90 minutos de AF moderada, assim como, 35 minutos de AF vigorosa (exemplo,

corrida) permite manter o peso perdido, para além da inserção adequada de alimentos.

No entanto, deparamos com uma realidade essencialmente preocupante no

panorama da R.A.M., por parte de alguns autores, onde o aumento do consumo de

AliPro e de BebAçu, pelos adolescentes mais velhos, com uma redução do consumo de

frutas e hortícolas, permitem a que haja uma maior percentagem de adolescentes com

excesso de peso e obesidade (Rodrigues, 2010; Sabino, 2009).

No que diz respeito à R.A.A., ainda não existem estudos que comprovam e que

nos permitem comparar com os nossos valores, sendo este um dos nossos objectivos

pretendidos.

Assim, podemos verificar e referenciar que as principais causas de risco, desse

conjunto de factores referenciados, consistem no aparecimento de doenças cardíacas, de

acidentes vasculares cerebrais, da existência de diabetes do tipo 2 e do aparecimento de

alguns tipos de cancro (WHO, 2008). Sendo deste modo, importante realçar que a

própria WHO (2008), determina que apenas através das alterações nos hábitos

alimentares e no aumento da prática de AF, é que puderam ocorrer uma estimada

redução, em aproximadamente 80%, no aparecimento dos factores riscos associados a

doenças cardiovasculares e em 40% no aparecimento de determinados tipos de cancro.

Page 40: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Metodologia

Page 41: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Metodologia

25

3. Metodologia

O presente capítulo centra-se na exposição das medidas, instrumentos e

procedimentos adoptados ao longo do desenvolvimento deste estudo de natureza

transversal e descritiva.

3.1. Enquadramento do Contexto Escolar

O desenvolvimento do presente estudo decorreu em dois contextos distintos com

características físicas, sociais e culturais próprias, inerentes as particularidades de duas

ilhas portuguesas (São Miguel e Madeira). Deste modo, esta secção contempla uma

primeira etapa que aborda uma breve caracterização do contexto circundante das duas

escolas envolvida no estudo e que contempla duas freguesias: a) freguesia da Ribeira

Grande (São Miguel) e b) freguesia do Estreito de Câmara de lobos (Madeira).

3.1.1. Concelho de Câmara de Lobos

O concelho de Câmara de Lobos é constituído por uma área de 52 km2

e uma

densidade populacional de 595,7 habitantes por cada km2

(figura 1). Localizado a uma

distância de 9 km da capital da R.A.M. (Funchal), a cidade de Câmara de Lobos, é um

concelho que apresenta uma população muito jovem comparativamente aos valores

nacionais e europeus (Câmara Municipal de Câmara de Lobos, 2009).

Figura 1 – Mapa do Concelho de Câmara de Lobos

Page 42: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Metodologia

26

Segundo os dados da Direcção Regional de Estatística da Madeira (DREM)

(2010), o concelho de Câmara de Lobos possue cerca de 34 614 habitantes (INE, 2001),

passando em 2008 (DREM, 2010) a estimativa da população de 36 119 habitantes,

mostrando deste modo um ligeiro aumento.

É de salientar ainda que a freguesia do Estreito de Câmara de Lobos é uma das

cinco freguesias que constituem o concelho de Câmara de Lobos, da RAM que se

elevou a vila a 15 de Setembro de 1994, apresenta 8,14km2 de área e 10 236 habitantes

e uma densidade populacional de1257,49 hab/Km2 (INE, 2001). Relativamente, à

distribuição da população empregada por sector, verificamos que neste concelho

predomina o sector secundário com 39,57%, seguindo-se o sector terciário com 29,45%

e por fim o sector primário com 9,42% (INE, 2001).

A escola em que se realizou o presente estudo é a única do 2º e 3º ciclo desta

freguesia.

3.1.2. Ribeira Grande

O Concelho da Ribeira Grande situa-se na costa norte da ilha de São Miguel, da

RAA, apresentando-se como o maior concelho, com cerca de 179,5 km2, e terceiro mais

populacional das nove ilhas dos Açores (a seguir a Ponta Delgada e Angra de

Heroísmo), com cerca de 28 476 residentes (INE, 2001), o que corresponde a uma

densidade populacional de 158,64 hab/km2 (figura 2). No que diz respeito à distribuição

em relação ao sector de actividade da população empregada no concelho da Ribeira

Grande, predomina o sector terciário com 49,8%, o sector secundário apresenta-se em

segundo com 34,6% de população activa e por fim o sector primário com 15,6%

(SREA, 2001).

Abrange 14 freguesias (Matriz, Conceição, Ribeirinha, Ribeira Seca, Santa

Bárbara, Calhetas, Pico da Pedra, Rabo de Peixe, Porto Formoso, São Brás, Maia,

Lomba da Maia, Fenais d’Ajuda e Lomba de São Pedro), o presente estudo incide sobre

a população na freguesia da Matriz, sendo a amostra em estudo de conveniência da

única escola do 3º ciclo e secundário da freguesia.

Page 43: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Metodologia

27

Figura 2 – Mapa do Concelho da Ribeira Grande

3.2. Amostra

No presente estudo foram avaliados um total de 337 sujeitos de ambos os sexos,

a frequentarem o 7º ano de escolaridade, com duas escolas de meios medianamente

urbanos (INE, 2008), sendo uma escola da R.A.A. (n=123) e a outra da R.A.M.

(n=214), com idades compreendidas entre os 12 e os 15 anos.

Tabela 1 - Caracterização da amostra por escola e sexo

RAA RAM Total

n % N % n %

Masculino 55 44,7 109 50,9 164 48,7

Feminino 68 55,3 105 49,1 173 51,3

Total 123 100 214 100 337 100

Legenda: RAA – Região Autónoma dos Açores; RAM – Região Autónoma da Madeira

Page 44: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Metodologia

28

3.3. Medidas e Instrumentos

As medidas e os instrumentos aplicados para avaliação, das variáveis do estudo

(Actividade Física, Percepção do Envolvimento Natural, Consumo de alimentos

processados e bebidas açucaradas e indicadores de adiposidade), os que passamos a

descrever de uma forma mais pormenorizada.

3.3.1. AF geral

Para avaliação da AF foi utilizado o questionário de Crocker et al. (1997), para

além designado de PAQ – C (Physical Activity Questionnaire for Older Children), onde

pretendemos avaliar o tempo disponível em AF estruturada e informal.

O score de AF geral (AFg) foi avaliado, do mesmo modo, por Crocker et al.

(1997), onde utilizamos uma primeira secção com check-list de actividade às quais os

alunos indicam a frequência e duração com que realizaram cada actividade nos últimos

7 dias. Em continuidade a esta avaliação temos ainda, a seguinte secção com 8 questões

sobre a AF entre os intervalos, após as aulas e durante as aulas de Educação Física (EF),

ambas correspondentes aos últimos 7dias da semana.

3.3.2. Actividades Sedentárias

As actividades sedentárias (ActSed), serão avaliadas através de questões livres,

onde se pergunta a frequência e duração nos últimos 7 dias. O score resultante deriva da

soma do tempo que passa em actividades como Internet, televisão e jogos de vídeo.

3.3.3. Percepção de Envolvimento Físico

A percepção do envolvimento físico foi efectuada a partir do questionário de

Evenson & McGinn (2004) . Este questionário consiste em 13 secções, onde cada uma

dessas corresponde a questões acerca do conhecimento sobre o envolvimento físico dos

alunos, a partir dos quais são calculados vários scores. No presente estudo, recorremos

unicamente ao score de envolvimento natural (Tabela 2).

Page 45: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Metodologia

29

Tabela 2. - Scores do Envolvimento utilizados no estudo.

Score Itens por cada Score Valores

Min. e Max.

Envolvimento

natural

Na minha vizinhança as ruas ou veredas são muito inclinadas; Para

chegar à escola tenho que ir por ruas ou veredas muito inclinadas; As

ruas ou veredas inclinadas são uma barreira/impedimento para eu

andar a pé; Eu costumo andar a pé pela minha vizinhança, mesmo que

as ruas sejam inclinadas.

Min. – 4

Max. - 20

Legenda: Todas as questões foram apresentadas segundo a escala de Escala de Likert (1-Discordo

Totalmente; 2 – Discordo; 3 – Não discordo nem concordo; 4- Concordo; 5 – Concordo Totalmente).

3.3.4. Comportamentos Alimentares

Na Nutrição, os alimentos processados (AliPro) e o consumo de bebidas

açucaradas (BeAçu) foram avaliados através da aplicação de um questionário

desenvolvido por Wilson et al. (2008), e traduzido e adaptado para português

(resultados a aguardar publicação), incidindo no qual a selecção sobre AliPro e BeAçu.

Tabela 3. - Scores do consumo de AliPro e BeAçu .

3.3.5. Indicadores de adiposidade

Os alunos foram avaliados nas variáveis antropométricas a nível da altura, do

peso, do perímetro da cintura médio e das pregas de adiposidade geminal e tricipital

(Cooper, 2007).

Scores Itens para cada score Cálculo dos

Scores

CONSUMO

Alimentos

Processados

Consumo ao pequeno-almoço, nos intervalos da manhã e da tarde,

ao almoço e ao jantar dos seguintes alimentos: batatas fritas de

pacote, chocolates, rebuçados, caramelos*, chupas*, pastilhas

elásticas*, gomas* barras de cereais, bolachas*e/ou biscoitos

salgados, bolachas* e/ou biscoitos doces, bolos com creme*,

donuts* gelados, milho frito/batata frita, empanados/massas

folhadas/pão com chouriço, pizza, cachorros quentes, barras de

cereais/frutos, leite-creme/pudim*, rissóis/croquetes/pastéis de

bacalhau*, fumados e enchidos*, pipocas aromatizadas ou com

outros produtos aditivos*, pipocas não aromatizadas*, cereais

açucarados* e cereais sem açúcar*, bolos de pastelaria sem creme*.

Soma do número

de vezes que estes

alimentos são

consumidos.

Bebidas

Açucaradas

Consumo ao pequeno-almoço, nos intervalos da manhã e da tarde,

ao almoço e ao jantar das seguintes bebidas: sumos de máquina,

sumos de fruta, sumos néctar ou néctar de fruta, bebidas diet e

bebidas de lata/garrafa ou energética (ex: Brisa, Red Bull)*.

Soma do número

de vezes que estes

alimentos são

consumidos.

Page 46: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Metodologia

30

A avaliação foi feita a partir de duas repetições, havendo uma terceira avaliação

caso o limite de tolerância não fosse cumprido. Posteriormente foi calculada a média

dos dois valores mais próximos de acordo com os limites referenciados.

Tabela 4. – Limites de tolerância para a mensuração antropométrica.

Limites

Altura 2mm

Peso 0,5kg

Pregas de Adiposidade Subcutâneas 10%

Legenda: mm – milímetros; kg – quilogramas; % - percentagem

Após a avaliação do peso e da altura procedeu-se ao cálculo do IMC, os sujeitos

foram caracterizados em estados nutricionais (abaixo do peso recomendado,

normoponderal, excesso de peso e obeso segundo valores de Cole et al. (2000; 2007).

Tabela 5. – Valores de referência de Cole et al., (2000; 2007)

Legenda: < - menor; > - maior ou igual.

A %MG foi calculada através da equação de Slaughter et al. (1988), recorrendo

para tal às pregas de adiposidade subcutânea tricipital e geminal.

Tabela 6. – Equações de Slaughter et al. (1988) para cálculo da %MG.

Sexo Feminino Sexo Masculino

0,610(∑PA)+5,1 0,735(∑PA)+1,0

Legenda: PA – Soma das pregas tricipital e geminal; ∑PA – Somatório das pregas tricipital e

geminal.

Idade Sexo Masculino

Sexo Feminino

Subnutrido Excesso de

Peso Obeso Subnutrido

Excesso de

Peso Obeso

12 <15,35 > 21,2 > 26,0 <15,62 > 21,7 > 26,7

12,5 <15,58 > 21,6 >26,4 <15,93 >22,1 >27,2

13 <15,84 >21,9 >26,8 <16,26 >22,6 >27,8

13,5 <16,12 >22,3 >27,2 <16,57 >23 >28,2

14 <16,41 >22,6 >27,6 <16,88 >23,3 >28,6

14,5 <16,69 >23 >28 <17,18 >23,7 >28,9

15 <16,98 >23,3 >28,3 <17,45 >23,9 >29,1

Page 47: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Metodologia

31

Os sujeitos foram categorizados segundo as categorias de risco apresentadas por

Lohman (1987), muito baixa, baixa, óptima, moderadamente alta, alta e muito alta.

Tabela 7. – Classificação da %MG e respectivos pontos de corte segundo Lohman (1987).

Categorias de Risco Categorias de Risco

Sexo Feminino (%MG) Sexo Masculino (%MG)

Excessivamente baixa <11,5 ≤ 6

Baixa 11,51 – 15 6,01 – 10

Óptima 15,01 – 25 10,01 – 20

Moderadamente alta 25,01 – 30 20,01 – 25

Alta 30,01 – 36 25,01 – 31

Muito Alta ≥ 36,01 ≥ 31,01 Legenda: %MG – Percentagem de massa gorda

3.3.5.1. Fiabilidade

Constou-se através do estudo piloto a consistência entre os avaliadores da equipa

de avaliação, nos parâmetros antropométricos.

Tabela 8 – Coeficiente de correlação intra-classe (R), intervalo de confiança de 95% (IC95%), erro

técnico de medida (ETM), erro mediano (“Me error”) e coeficiente de variação (CV) do Peso, Altura e

pregas de adiposidade tricipital e geminal, no estudo piloto.

Variáveis N R IC95% ETM “Me-error” CV (%)

Peso 70 1,000 0,999-1,000 0,442 0,315 0,465

Altura 70 0,999 0,998-0,999 0,488 0,111 0,178

Prega Tricipital 70 0,973 0,956-0,983 0,028 1,900 6,275

Prega Geminal 70 0,974 0,959-0,984 0,315 2,392 6,746

De modo a verificar a consistência e qualidade da informação recolhida, foram

avaliados 70 sujeitos. Como podemos constatar na tabela anterior, verificamos uma

elevada consistência interna nos parâmetros antropométricos avaliados. A elevada

consistência interna é sustentada por valores do coeficiente de correlação intra-classe

muito próximos de 1 e baixa amplitude do intervalo de confiança de 95%. Os resultados

obtidos são igualmente sustentados pelo baixo valor do erro mediano e do erro técnico

de medida, havendo apenas uma maior discrepância entre os avaliadores nas pregas

subcutâneas.

Page 48: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Metodologia

32

3.4. Procedimentos Gerais

Para a concretização do trabalho, foram realizados os seguintes procedimentos:

Apresentação do projecto a Entidades Governamentais no domínio da

Educação (Direcção Regional de Educação – R.A.M. e a Direcção

Regional de Educação – R.A.A.) e das escolas solicitadas para efectuar a

recolha dos dados, tendo o intuito de aprovação e apoio na execução do

mesmo;

Contacto e solicitação de autorização e apoio na execução do projecto

junto das duas direcções executivas, seguindo-se a entrega e recolha dos

consentimentos aos alunos;

Preparação dos avaliadores que consiste numa equipa de avaliação do

projecto intitulado por Programas de Actividade Física e Nutrição para

adolescentes (PANPAs), dos protocolos de avaliação e realização do

estudo piloto;

Avaliação das variáveis a qual foi efectuada, através da equipa de

avaliação do PANPAs, nas aulas da disciplina de Educação Física

(avaliação da Aptidão Física, durante 90 minutos de aula) e nas aulas de

Estudo Acompanhado e Formação Cívica (Envolvimento Físico e

Nutrição, durante aulas de 45 e de 90 minutos);

Introdução dos dados recolhidos e verificação destes, para a elaboração de

relatórios para as instituições escolares, bem como para os participantes.

3.5. Procedimentos Estatísticos

Neste estudo procedemos à utilização de um programa informático SPSS

(“Statistical Package for the Social Science”, versão 18.0), de modo a efectuarmos o

tratamento estatístico. Em primeiro lugar, os dados foram introduzidos em Excel e

verificados para detectar e corrigir qualquer tipo de erro ao nível da entrada.

Em segundo plano decorresse aos referidos procedimentos:

Análise dos dados para posteriormente identificar a existência de

“outliers” e das distribuições de modo natural;

Page 49: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Metodologia

33

Transformação das variáveis em estudo, as quais não tenham demonstrado

uma distribuição normal;

As variáveis que não obtiveram transformações, utilizamos técnicas não

paramétricas para e respectiva análise dos dados;

Quantificação da fiabilidade inter-observadores nos parâmetros

antropométricos, de acordo com o cálculo do coeficiente de correlação

intraclasse (R), do erro mediano (“Me error”), do erro técnico de medida

(ETM) e do coeficiente de variação (CV);

Avaliação da média, do desvio padrão e das taxas de frequência, para a

obtenção da análise descritiva;

Utilização do teste de Mann-Whitney para determinar as diferenças entre

géneros e escolas;

O estudo da associação entre variáveis foi obtido a partir do coeficiente de

correlação de Spearman;

Adopção de 5% para o nível de significância.

Page 50: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Apresentação dos Resultados

Page 51: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Apresentação dos Resultados

35

4. Apresentação dos Resultados

4.1 Actividade Física

Como forma de caracterizar a AF dos participantes, recorremos ao cálculo do

score de actividade física geral (AFg) apresentado por Crocker et al. (1997).

4.1.1. Score AF Geral:

No que concerne ao parâmetro da AF, foi determinado o score de AFg, tendo

por base o questionário PAQ – C (Crocker et al., 1997).

Tabela 9. - Caracterização da amostra ao nível da AF geral (score de Crocker et al., 1997)

RAM RAA p

Mas Fem Mas Fem

x sd x sd x sd x sd S E

Score de AF geral 2,33 0,6 2,23 0,6 2,31 0,6 2,39 0,5 0,563a)

0,205a)

Legenda: RAM = Região Autónoma da Madeira; RAA = Região Autónoma dos Açores; x = Média; sd

= Desvio Padrão; M = masculino; F = feminino; S = Sexo; E = Escola. a)

Dados obtidos pelo teste de teste

de MannWhintey.

Verificamos que a amostra em estudo apresenta em média um score de AFg de

2,3+ 0,6, sendo superior entre os rapazes (Mas=2,33+0,62 vs Fem=2,29+0,65) e entre

participantes da escola de São Miguel (RAA=2,36+0,59 vs RAM=2,28+0,62), no

entanto, estas diferenças entre sexos e escolas não são estatisticamente significativas

(p>0,05) (tabela 10).

4.2 Actividades Sedentárias

Ao nível das actividades sedentárias os participantes foram inqueridos sobre o

tempo despendido (horas por dia), em actividades sedentárias (navegar na Internet, ver

TV e jogos de vídeo e computador).

Page 52: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Apresentação dos Resultados

36

Figura 3 – Tempo despendido em Actividades Sedentárias

Na Figura 3, verificamos que em média cada participante passa 2,83 horas por dia

em actividades sedentárias, sendo contudo evidente a grande disparidade de tempo

reportado pelos participantes neste tipo de actividades (sd=2,06 h.dia). Em relação ao

género, verificamos que os valores médios em reportados em ActSed são similar

(rapazes x =2,75+1,76 vs raparigas x =2,91+2,33), verificamos igualmente que os

valores médios nas duas escolas são sensivelmente idênticos (escola da

RAA=2,69+1,89 vs escola da RAM=2,92+2,16), em ambos os casos as diferenças não

foram estatisticamente significativas (p>0,05).

4.3 Percepção de Envolvimento Físico

No que diz respeito à caracterização do envolvimento, utilizamos o questionário de

Evenson & McGinn (2004), sendo aqui reportado apenas o score de envolvimento

natural (EnvN).

Tabela 10 - Caracterização da amostra relativamente ao score de envolvimento natural.

RAM RAA p

Mas Fem Mas Fem

x sd x sd x sd x sd S E

Score de EnvN 10,1 3,2 10,8 3 11 3,7 10,8 3,6 0,217a)

0,214a)

Legenda: R.A.M = Região Autónoma da Madeira; R.A.A = Região Autónoma dos Açores; x = Média;

sd = Desvio Padrão; M = masculino; F = feminino; S = Sexo; E = Escola. a)

Dados obtidos pelo teste de

teste de MannWhintey.

,0

,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

Masculino Feminino Masculino Feminino

ECL RG

n.s.

Page 53: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Apresentação dos Resultados

37

Na Tabela 11, observamos que ao nível da percepção do EnvN não existe diferença

estatisticamente significativa (p >0,05) entre os rapazes e as rapariga (p=0,210). Numa

análise realizada em relação aos dois estabelecimentos de ensino (da R.A.M. e R.A.A.),

os participantes do estabelecimento de ensino da ilha açoriana apresentam uma

percepção de envolvimento natural com maiores barreiras a realização de AF, no

entanto essas diferenças não são também estatisticamente significativa (p =0,214).

4.4 Comportamentos Alimentares

Ao nível da nutrição, procuramos a partir da Tabela 12, verificar os valores dos

scores dos alimentos processados (AliPro), assim como, do consumo de bebidas

açucaradas (BeAçu).

Tabela 11 - Scores do consumo de alimentos processados e bebidas açucaradas.

RAM RAA P

Scores/( n.dia) Mas Fem Mas Fem

x sd x sd x sd x sd S E

AliPro (n.dia) 3,9 2,8 3,7 2,5 3,6 2,6 2,4 1,4 0,032 a)

0,000 a)

BeAçu (n.dia) 1,3 1,4 1,1 1,2 0,9 1 0,8 0,9 0,267 a)

0,047 a)

Legenda: RAM = Região Autónoma da Madeira; RAA = Região Autónoma dos Açores; x = Média; sd

= Desvio Padrão; M = masculino; F = feminino; S = Sexo; E = Escola. a)

Dados obtidos pelo teste de teste

de MannWhintey.

Em média a amostra avaliada consome uma bebida açucarada e 3,5 alimentos

processados por dia, sendo este consumo mais elevado entre os participantes do sexo

masculino (rapazes x =3,78 vs raparigas x =3,17) e da escola da RAM (escola da RAM

x =3,77 vs escola da RAA x =2,94), sendo estas diferenças estatisticamente

significativas (p=0,032). Relativamente ao consumo de bebidas açucaradas, as

diferenças apenas são significativas entre instituições escolares (p=0,047), sendo que os

participantes da escola da RAM apresentam em média, valores superiores (escola da

RAM x =1,21 vs escola da RAA x =0,85) (Tabela 12).

4.5 Indicadores de Adiposidade

Neste ponto, procuraremos apresentar os dados perante uma análise normativa,

assim como, criterial.

Page 54: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Apresentação dos Resultados

38

4.5.1 Análise normativa

A partir da tabela 13, podemos dar as informações relativas à altura, peso, IMC,

perímetro da cintura médio (Perm CM), prega geminal, prega tricipital e %MG, assim

como, das diferenças estatísticas entre as duas escolas (R.A.M. vs R.A.A.) e entre os

sexos.

Tabela 12 - Caracterização antropométrica da amostra

RAM RAA

p Mas Fem Mas Fem

x sd x Sd x sd x sd S E S*E

Altura (cm) 158,5 9,2 154,8 5,8 155,0 9,3 153,3 5,6 0,001c

0,007c -

Peso (Kg) 51,5 11,2 50,3 10,1 51,0 15,1 49,9 8,6 0,948a

0,356a

0,467a

IMC (Kg/m) 19,8 3,1 20,4 3,6 20,4 4,6 20,7 3,5 0,131c

0,524c

-

Perm CM 71,6 8,2 72,5 9,3 68,9 10,2 70 8,7 0,477c

0,003c -

Prg Ge (mm) 14,6 6,5 18,8 7,4 17,3 10,9 17,4 6,0 0,000c 0,565

c -

Prg Trp (mm) 13,8 5,8 17,7 6,1 18,5 15,1 17,5 5,6 0,000c 0,114

c -

% MG 21,8 8,8 27,2 7,8 24,7 11,1 26,4 6,8 0,000b 0,262

b 0,083

b

Legenda: RAM = Região Autónoma da Madeira; RAA = Região Autónoma dos Açores; x = Média; sd

= Desvio Padrão; M = masculino; F = feminino; S = Sexo; E = Escola ; IMC = Índice de Massa Corporal;

Prm CM = Perímetro da cintura médio; Prg Ge = Prega Geminal; Prg Trp = Prega Tricipital; %MG =

Percentagem de Massa Gorda; a)

Dados transformados pela função invertida da raiz; b)

Dados

transformados pela função log10;c dados obtidos pelo teste de teste de MannWhintey.

Perante os resultados na Tabela 13, ao nível dos rapazes e raparigas podemos

verificar que existem diferenças estatisticamente significativas em todos os parâmetros

antropométricos (Altura, PrgGe; PrgTrp; %MG), à excepção do Peso, IMC e Perm CM,

sendo que em média os rapazes são mais altos, e as raparigas apresentam valores

médios superiores nos indicadores de adiposidade (PrgGe; PrgTrp e %MG). Numa

análise às escolas podemos constatar diferenças significativas apenas nos parâmetros

Altura (p=0,007) e PermCM (p=0,003), em que a escola da RAM que apresenta em

média indivíduos com estatura e PermCM superiores, comparativamente aos indivíduos

da escola da RAA.

4.5.2 Análise criterial

Para analisar a composição corporal, recorremos aos parâmetros do Prm CM

(sem factor de risco de obesidade abdominal e com factor de risco de obesidade

abdominal), ao IMC (muito abaixo do peso recomendado, abaixo do peso recomendado,

normoponderal, excesso de peso e obeso), e à %MG (baixa, óptima, moderadamente

alta, alta e muito alta).

Page 55: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Apresentação dos Resultados

39

4.5.2.1 Índice de Massa Corporal (IMC)

Tendo por base o IMC, os indivíduos foram categorizados, de acordo com os

valores de referência de Cole et al. (2000, 2007 ), em cinco estados nutricionais, muito

abaixo do peso recomendado, abaixo do peso recomendado, normoponderal, acima do

peso recomendado e obeso.

Figura 4 – Taxas de prevalência do IMC as duas escolas

A prevalência de excesso de peso e obesidade na amostra foi de 27,3% , sendo

que a prevalência de sobrepeso e obesidade foi mais elevada entre os participantes da

escola da RAM (27,4% vs 27,1%), no entanto, essas diferenças não são significativas.

Atendendo ao sexo verificamos, do mesmo modo, não haver diferenças significativas,

sendo similares os valores de prevalência de excesso de peso (masculino=21,6% vs

feminino=21,4%) e de obesidade (masculino=5,6% vs feminino=6%).

p= 0.355

Page 56: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Apresentação dos Resultados

40

-

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

Baixa Optima Mod. Alta Alta Muito Alta

0,5%

45,7%

24,5%

11,5% 17,8%

1,7%

44,1%

20,3% 16,1% 17,8%

1EscRAM 1EscRAA

4.5.2.2 Percentagem de Massa Gorda (%MG)

Neste parâmetro, os indivíduos foram avaliados ao nível da %MG, de acordo

com os valores de referência de Lohman et al.(1987).

Figura 5 – Taxas de prevalência das categorias de risco da %MG

Ao observarmos a Figura 5 verificamos que aproximadamente 45% dos

participantes, de ambas as escolas, se encontra na categoria de %MG óptima. No

entanto, é de salientar uma prevalência considerada alarmante, em relação à %MG

Moderadamente Alta, alta e muito alta (escola da R.A.M.=53,8% vs escola da

R.A.A.=54,2%). Não constatamos diferenças significativas entre escolas (χ2 = 3,010; p

= 0,556), nem entre sexos (χ2 =7,665; p = 0,105), nas categorias de %MG.

4.5.2.3 Perímetro da Cintura Médio

A nível do factor de risco de obesidade abdominal, avaliamos o perímetro da

Cintura Médio através de valores que Katzmarzyk et al. (2004) apresenta.

Page 57: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Apresentação dos Resultados

41

Figura 6 - Variação do Factor de Risco de obesidade abdominal

A partir da Figura 6, podemos averiguar que 40% da amostra apresenta o factor

de risco de obesidade abdominal. Verificamos que é na escola da R.A.M., que se

verifica uma maior prevalência de obesidade abdominal, comparativamente à R.A.A.

(44,7% vs 31,1%). Numa análise por sexo, temos a nível de taxa prevalência de

obesidade abdominal, o sexo feminino com valores superiores (46,7% vs 32,5%), sendo

estas diferenças significativas (escolas χ2 =5,862; p =0,015 e sexo χ2=6,886; p =0,009).

4.6 Relação entre a actividade física, as actividades sedentárias, percepção do

envolvimento, %MG e consumo de alimento processados e de bebidas açucaradas

Com o intuito de estudar as relações entre as variáveis anteriormente descritas,

recorremos ao cálculo das correlações de sperman como podemos constatar na tabela

14.

Tabela 13- Relação entre AF, ActSed, EnvN, %MG e consumo de AliPro e de BebAçu

Score AFg SedTvIntJvc Score EnvN BeAçu AliPro

SedTvIntJvc n.s. -- -- -- --

Score EnvN n.s. n.s. -- -- --

BeAçu n.s. 0,373**

n.s. -- --

AliPro n.s. n.s. n.s. 0,285***

--

%MG n.s. n.s. n.s. n.s. -0,131*

Legenda: Score AFg = Score da Actividade Física; SedTvIntJvc = Actividades Sedentárias da televisão,

internet e jogos de vídeo computador; Score EnvN = Envolvimento Natutral; BeAçu = Bebidas

Açucaradas; AliPro = Alimentos Processados; %MG = Percentagem de Massa Gorda; n.s. = Não

Significativa; * p < 0,05;

**)p < 0,01;

*** p < 0,001.

60,2%

39,8%

Sem FR de obesidade abdominal

Com FR de obesidade abdominal

Page 58: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Apresentação dos Resultados

42

Como resultado do cálculo das correlações constatamos a existência de

associações positivas e moderadas entre variáveis do mesmo domínio: (i) entre

indicadores de adiposidade, IMC e %MG (r=0,746, p<0,001); (ii) entre actividades

sedentárias (IntSH, JvcSh e TvSH com o r entre 0,343 e 0,476 com p<0,001); (iii) entre

os scores de consumo alimentar (BeAçu e AliPro, r=0,285 com p<0,001).

Não constatamos qualquer associação entre o score de AFgeral e a percepção de

envolvimento natural (p>0,05), com: (i) os indicadores de adiposidade; (ii) actividades

sedentárias; (iii) scores de consumo de alimentos processados e de bebidas açucaradas.

Relativamente aos indicadores de adiposidade, apenas verificamos associação

com os alimentos processados (r entre -0,112 e -0,131, p<0,05), sendo que um maior

consumo de alimentos processados está associado a níveis mais reduzidos de

adiposidade.

Relativamente ao indicador SedTvIntJvc apresenta associações moderada com o

score de consumo BeAçu (r=0,373, p<0,01), indicando que os participantes que

apresentam maior número de horas em actividades sedentárias apresentam um maior

consumo de bebidas açucaradas. Detectamos, igualmente, uma associação entre o tempo

dispendido na internet e o consumo de bebidas açucaradas (r=0,243, p<0,01) e consumo

de alimentos processados (r=0,184, p<0,05).

Page 59: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Discussão dos Resultados

Page 60: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Discussão dos Resultados

44

5. Discussão dos Resultados

Nesta secção é apresentada uma reflexão dos principais resultados obtidos, bem

como procuraremos confronta-los com outros estudos desenvolvidos em contexto

internacional, nacional e regional. Antes de procedermos à discussão dos dados, torna-

se essencial mencionar que a amostra da escola da R.A.A. é uma amostra de

conveniência, por sua vez, a da R.A.M é representativa.

5.1 Actividade Física

Diversas organizações de saúde, governamentais e científicas salientam a

importância de AF na promoção de um estilo de vida saudável (Sallis, 2003). De acordo

com WHO (2010), reduzidos níveis de AF estão associados a um elevado risco de

mortalidade e desenvolvimento de morbilidades associadas a doenças cardiovasculares.

Por opções metodológicas optamos pelo questionário de Crocker et al., (1997), que nos

permite extrair um score de actividade física geral englobando uma componente formal

e informal, que se quantifica num valor que oscila entre 1 (participante que reporta na

sua globalidade um comportamento pouco activo) e 5 (participante que reporta na sua

globalidade um comportamento muito activo). Atendendo aos valores médios que

obtivemos ao nível do score de AF geral (aproximadamente 2,3), constatamos que a

nossa amostra tende a apresentar um comportamento no seu quotidiano pouco activo.

Embora o método de recolha de informação seja distinto do nosso (por acelerómetros).,

estes resultados vão de encontro a evidências científicas que alertam para reduzidos

níveis de AF entre populações pediátricas (Fulton et al., 2004; HHS, 2000; Nowicka &

Flodmark, 2007; Perkins et al., 2004). Estes dados são alarmantes para a saúde pública,

existindo estudos (Cavill et al., 2001; Gonzaga et al., 2008; Maia & Lopes, 2003; Mota

et al., 2005) que revelam que os valores citados não se traduzem em benefícios para a

saúde.

Efectuando uma análise em relação ao sexo, deparamos com resultados em

média muito semelhantes entre rapazes e raparigas, contrariando diversos estudos que

concluíram que o género masculino apresenta níveis de AF/comportamentos mais

activos, comparativamente aos seus pares do sexo feminino (Kin - Isler et al., 2009;

Maia & Lopes, 2003; Okely et al., 2008; Sallis et al., 2001; Seabra, 2007). Para além do

Page 61: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Discussão dos Resultados

45

factor género, não constatamos igualmente diferenças estatisticamente significativas

entre as escolas ao nível do score de AF geral, o que poderá ser um indicador de que

apesar de contextos sociais, culturais e físicos, únicos e particulares inerentes a cada ilha

estes não têm influência sobre o score de AF. No entanto, estes resultados poderão ser

igualmente produto do facto da amostra da escola da R.A.A. ter sido de conveniência,

sendo esta uma possível explicação para estes resultados serem contraditórios aos que

esperávamos (de comportamentos mais activos por parte dos participantes da RAM).

No que concerne, ao parâmetro da ActSed verificamos que não existe diferença

estatisticamente significativa em relação ao género (p = 0,813), visto que o género

masculino em média passa cerca de 2,70 horas/dia nas actividades consideradas

sedentárias (internet, televisão e jogos de vídeo) e o género feminino 2,90 horas/dia.

Considerando as recomendações do ACSM (2006), de que crianças e adolescentes não

devem ultrapassar as 2h/dia em actividades sedentárias, verificamos que em média o

tempo despendido pelos participantes neste estudo é superior ao recomendado. No

entanto e atendendo a diversos estudos desenvolvidos neste domínio verificamos que os

resultados que obtivemos são inferiores a estudos desenvolvidos a nível internacional

(Garcia et al., 2004), bem como em estudo na R.A.M. (Fonseca, 2008; Silva, 2008) e na

R.A.A. (Maia & Lopes, 2003). À semelhança de outros estudos (Rodrigues, 2010; Silva,

2008), não encontramos diferenças entre sexos em relação ao tempo total despendido

em ActSed, no entanto constatamos que o sexo feminino opta em média por actividades

sedentárias como ver TV e os rapazes dispensem mais tempo em jogos de vídeo, à

semelhança de outros estudos (Batista, 2010; Fonseca, 2008; Maia & Lopes, 2003;

Mota et al., 2006). Ao efectuarmos a análise ao nível das escolas verificamos que não

existem diferenças estatisticamente significativas (p=0,577), sendo que em média o

tempo despendido em ActSed, por parte dos participantes da escola da R.A.M. ( x = 2,

9 h/dia) e ao nível da escola da R.A.A. ( x =2, 7 h/dia) é similar.

5.2 Percepção de Envolvimento Físico

Em relação à variável de EnvN observamos que não existem diferenças

estatisticamente significativas ao nível do género (p = 0,217), resultado semelhante aos

encontrados por Rodrigues (2010), no entanto resultados contrários são apresentados

por Medeiros (2009). Constatamos a existência de diferenças estatisticamente

Page 62: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Discussão dos Resultados

46

significativas entre as duas escolas ao nível, da percepção do envolvimento físico

(p=0,214), sendo que em média os participantes da RAA possuem uma percepção de

envolvimento mais favorável à prática de AF. Na nossa opinião este factor poderá estar

associado às diferenças existentes entre as duas ilhas, nomeadamente a existência de um

relevo mais acidentado que coloca mais barreiras à prática de AF, quer seja na sua

deslocação e mobilidade na área circundante a sua residência, bem como no acesso as

diversas instalações desportivas.

5.3 Consumo de alimentos processados e de bebidas açucaradas

O consumo de alimentos processados e de bebidas açucaradas foi quantificado

através de questionário de Wilson et al. (2008). Verificando-se, a partir de alguns

estudos efectuados na R.A.M. ( Batista, 2010;Rodrigues, 2010), valores nos scores de

consumo de AiPro como de BebAçu, acima da zona saudável de Wilson et al. (2008).

Este cenário também é encontrado ao nível do Brasil (WHO, 2006b) e demonstra que

quanto mais industrializados forem os países maior o consumo de AliPro (Adair &

Popkin, 2005; Roblin, 2007).

Relativamente ao género constatamos diferenças significativas entre os rapazes e

as raparigas, ou seja, o género masculino em média ( x =3,75) obteve resultados de

maior consumo do que o género feminino ( x =3,05), indo de encontro com os

resultados apresentados por diversos autores (Batista, 2010; Cruz et al., 2003; Roblin,

2007; Rodrigues, 2010; Sabino, 2009).

No que diz respeito ainda ao consumo de AliPro, em relação aos alunos de cada

escola representativa de cada região, temos a noção de que não existe conhecimento de

outros estudos que possamos comparar, mas sim fazer uma breve observação quando

constatamos com estudos comparativos entre uma escola privada e uma escola pública

(Rodrigues, 2010), onde ocorre um maior consumo ao nível dos alunos da escola

pública em relação aos alunos da escola privada.

Verificamos igualmente a existência de diferenças estatisticamente significativas

entre as duas escolas (p = 0,000), onde a escola da R.A.M. apresenta um maior consumo

dos AliPro por parte dos participantes ( x = 3,8) comparativamente à escola da R.A.A. (

x =3,0). Este resultado na nossa opinião poderá estar relacionado com a facilidade no

acesso dos alunos da escola da R.A.M. a estabelecimentos (bares, supermercados)

Page 63: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Discussão dos Resultados

47

próximos da escola, ao contrário dos alunos da escola da R.A.A. que não têm nos

arredores acesso a esses alimentos. No entanto, o seu próprio bar da escola possui

acesso à compra de bolos, mini-pizzas e salgados (não existe buffet saudável como a

escola anteriormente descrita), que curiosamente os avaliados referiram que não optam

tanto para seu consumo alimentar.

No score de BeAçu, deparamos novamente com diferenças significativas ao

nível das escolas da R.A.M. e R.A.A., no entanto o mesmo não ocorre em relação ao

género. Passando então a referenciar que o consumo médio de BeAçu por parte do sexo

masculino em relação ao feminino é mínimo (Masculino x =1,1;Feminino x = 0,95),

mas são novamente os rapazes que apresentam valores mais elevados. Estes resultados

vão de encontro aos encontrados também por Sabino (2009) e Rodrigues (2010).

Quanto ao consumo por parte de ambas as escolas, constatamos que não foram

encontrados diferenças significativas (p= 0,047) entre escolas, sendo que a escola da

R.A.M. apresenta novamente os valores mais altos de consumo em comparação à escola

da R.A.A. A justificação mais plausível, poderá estar também na que posteriormente

referimos, ou seja, a influência do fácil acesso a locais de venda de refrigerantes por

parte dos alunos da escola da R.A.M. em contrapartida aos da escola da R.A.A.

5.4 Composição Corporal

Quando equiparados os nossos resultados com outros estudos, notamos que os

valores de excesso de peso e de obesidade vão, de certo modo, de encontro com alguns

dos valores obtidos por estudos na R.A.M., tais como, os 26,7% por Batista (2010),

28,6% por Sabino (2009) e 24,7% por Andrade (2008), e a nível nacional como Ramos

(2009) com valores de 26,5%. Na nossa opinião a prevalência de excesso de peso e

obesidade é justificado por um comportamento pouco activo e pelo elevado consumo de

bebidas açucaradas e de alimentos processado pela população em estudo.

Mas, contrariamente, averiguamos estudos que apresentaram resultados

superiores nessas taxas de prevalência ao nível da R.A.M., tal como Rodrigues (2010)

com 40,8% e num estudo da R.A.A. por Maia & Lopes (2007) com 40,1%. Perante

valores de estudos efectuados em Portugal, temos ainda Matos et al. (2006) que teve

resultados ainda mais baixos do que os do nosso estudo (17%).

Page 64: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Discussão dos Resultados

48

Temos que analisar o facto de a grande parte dos resultados que atestamos, na

sua maioria, são de anos anteriores onde a reflexão da continuidade de valores ainda

altos mostra necessidade de um trabalho para uma maior promoção na diminuição de

crianças e jovens com valores altos de obesidade. Assim como, o facto de a nossa

amostra ser apenas de conveniência na R.A.A., ao contrário da R.A.M. a qual é

representativa.

Concretamente em relação ao factor género, após a abordagem dos resultados

que nós obtivemos, registámos uma maior prevalência de excesso peso entre os

elementos do sexo masculino comparativamente ao sexo feminino, contrariamente aos

resultados de Rodrigues (2010), com 22,8% para os rapazes e 29,3% para as raparigas;

de Andrade (2008), com 16,2% para os rapazes e 21,8% para as raparigas; e Maia &

Lopes (2003), com 13,1% para os rapazes e 14,5% para as raparigas. Valores similares

aos que obtivemos são apresentados por Batista (2010), com 23,6% nos rapazes e

18,3% para as raparigas, com Sabino (2009), 21,3% para os rapazes e 19,3% para as

raparigas, com Pereira (2008), 23,6% para os rapazes e 18,3% para as raparigas e com

Ramos (2009) o qual demonstrou uma taxa de prevalência de excesso de peso também

superior no sexo masculino (25% vs 21,7%).

Na prevalência de obesidade, verificámos que as raparigas obtiveram valores

superiores em relação aos rapazes (5,6% vs 6%). Encontramos Silva (2008) com valores

semelhantes (3,4% vs 5,3%) e Ramos (2009) com 4,2% para os rapazes e 4,8% para as

raparigas, de modo contrário os estudo anteriormente descritos, temos então Rodrigues

(2010) com 16,3% para os rapazes e 13,4% para as raparigas; Batista (2010) com 8,3%

para os rapazes e 6,6% para as raparigas; Sabino (2009) com 9,3% para os rapazes e

7,3% para as raparigas e Pereira (2008) com 10,9% para os rapazes e 7,7% para as

raparigas. Este resultado elevado entre as raparigas, na nossa opinião poderá estar

associado ao facto de serem as mesmas que apresentam valores mais elevados em

comportamentos sedentários e menores no score de AF geral.

Numa análise criterial da %MG, apesar de não haver diferenças significativas

tanto em relação ao sexo (p = 0,105) como ao nível das duas escolas (p = 0,556), são

considerados alarmantes os valores obtidos. A escola da R.A.M. apresenta valores

superiores na taxa de prevalência de %MG moderadamente alta (24,5% vs 20,3%) e a

escola da R.A.A. na taxa de prevalência de %MG alta (11,5% vs 16,1%), no que diz

Page 65: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Discussão dos Resultados

49

respeito à taxa de prevalência de %MG muito alta, ambas obtiveram os mesmos valores

(17,8% vs 17,8%).

Perante os referidos valores e tentando comparar com alguns estudos, como o de

Rodrigues (2010), constatamos resultados inferiores de %MG moderadamente alta

(17,8%) e superiores na %MG alta (19%), e %MG muito alta (27%). Constata-se que da

totalidade das 3 categorias de risco (moderadamente alta, alta ou muito alta) é na escola

da R.A.A. que detectamos uma menor prevalência, no entanto valores inferiores foram

descritos por Maia & Lopes (2003).

5.5 Relação entre a actividade física, as actividades sedentárias, percepção do

envolvimento, %MG e consumo de alimentos processados e de bebidas açucaradas

No que concerne às correlações, deparamos que o indicador de SedTvIntJvc obteve

uma associação moderada com o indicador de BeAçu, estando estes dois

comportamentos associados (maior tempo em actividades sedentárias com maior

consumo de bebidas açucaradas), indo de encontro com diversos estudo que concluíram

uma relação entre consumo de bebidas açucaradas e horas de TV (Garcia et al., 2004),

Sallis, Story & Lou (2009b)e Santos (2004).

Com o score EnvN, apenas obteve-se uma associação fraca com IntSH. Esta

situação poderá ter haver, com o factor climatérico por parte da R.A.A. e do estado do

relevo da R.A.M. (terreno íngreme), os quais levam a que os participantes estejam a

maior parte do tempo na Internet. Não havendo estudos comparativos que justifiquem

este contexto que apresentamos, podemos, no entanto, determinar que também Gomes

(2004) verificou a utilização do computador por parte dos indivíduos com excesso de

peso superior aos que se apresentaram peso normal, demonstrando que o decorrente

advém de factores culturais.

No consumo de BeAçu, verificou-se uma associação fraca com o dos AliPro,

resultado semelhante ao encontrado também no estudo da R.A.M. de Rodrigues (2010).

O consumo de AliPro obteve também com o IMC e %MG associações fracas e

sinal negativo, ou seja, quanto maior consumo de AliPro menor o IMC e da %MG, este

resultado poderá ter como pano de fundo o facto de não estar a ser controlada a AF.

Curiosamente estes valores são contrários aos verificados por Rodrigues (2010), que

Page 66: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Discussão dos Resultados

50

determina uma associação positiva entre o comportamento e a %MG (p <0,01), como

também com o IMC (p <0,05).

Em relação à associação forte encontrada entre o IMC e a %MG, mostra que quanto

mais pesado se torna o aluno, em relação ao IMC, maior é a gordura em %MG. O que

nos leva a considerar que tal acontece devido à fraca prática de AF. Estes valores vão de

encontro aos encontrados por Ribeiro (2004), no qual obteve coeficientes de correlação

que variam entre 0,39 a 0,90, comparativamente ao nosso resultado (r = 0,746).

Page 67: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Conclusões Gerais

Page 68: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Conclusões Gerais

52

6. Conclusões Gerais

Face aos objectivos do referente trabalho e considerando os resultados obtidos,

podemos concluir que:

A prevalência ao nível do score de AFg, pelos alunos, de um modo global, foi

considerado baixo. Na análise efectuada por género e por escola da R.A.M. e da

R.A.A. obteve-se resultados de uma média de prática de AFg muito similar;

Os níveis de tempo despendido, pelos rapazes em ActSed, demonstraram

valores muito semelhantes ao tempo gasto pelas raparigas (e superiores aos

valores recomendados). Em relação às escolas averiguamos, do mesmo modo,

que o tempo despendido em actividades sedentárias é similar entre as duas

escolas;

No EnvN, obtivemos valores em relação ao género muito semelhante. Quanto às

escolas o mesmo não se sucedeu havendo diferença significativa, sendo, na

escola da R.A.A. que se verificou uma maior influência do envolvimento natural

para a prática de AF;

O score de consumo de AliPro é maior nos rapazes comparativamente às

raparigas. Da mesma forma, obtivemos em média resultados superiores do score

de consumo por parte da escola da R.A.M. relativamente à escola da R.A.A..

No score de consumo de BeAçu constatamos valores em relação ao género

muito próximos, não havendo diferença significativa. Em conformidade aos dois

estabelecimentos de ensino, obteve-se novamente valores de ingestão superiores

na escola da R.A.M. em comparação à escola da R.A.A..

No IMC obtivemos resultados que, tanto os rapazes como as raparigas

manifestaram valores muito idênticos na prevalência de excesso de peso, como

de obesidade. No que concerne às duas escolas, foi a escola da R.A.M. que

obteve valores superiores de excesso de peso e, em contrapartida, a escola da

R.A.A. que teve os valores mais elevados de obesidade.

No FR de obesidade abdominal, constatamos que foi o género feminino que

obteve valores superiores. Quanto aos estabelecimentos de ensino foi a escola da

R.A.M. que teve resultados elevados perante os da escola da R.A.A..

Page 69: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Conclusões Gerais

53

Foram encontradas correlações, forte apenas entre o IMC e a %MG; correlações

moderadas entre o indicador SedTvIntJvc e o indicador de BeAçu, e entre o

JvcSH e TvSH; correlações fracas com o Score EnvN e os indicadores de BeAçu

e de AliPro, assim como, as BeAçu com o dos AliPro e o indicador de AliPro

com o IMC e %MG.

Page 70: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Limitações e Recomendações

Page 71: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Limitações e Recomendações

55

7. Limitações e Recomendações

A partir do momento que se realiza um projecto de investigação, deparamos com

algumas limitações, de forma a, por um lado, compreender as opções tomadas ao longo

do estudo, e por outro, podermos recomendar informando sobre as insuficiências

ocorridas para o caso de outras linhas de investigação quererem utilizar o presente

trabalho:

Assim, no estudo em questão constatamos como uma das maiores limitações as

amostras, o número de participantes de uma das escolas e uma amostra de conveniência.

Este factor advém de um conjunto de restrições ao nível dos recursos humanos,

financeiros e temporais.

A utilização de questionários para avaliação das variáveis em estudo, ao nível da

actividade física geral, das actividades sedentárias, assim como, do consumo de

alimentos processados e de bebidas açucaradas. Permitiram que houvessem também,

determinadas limitações na obtenção de certas particularidades dos resultados nas

variáveis mencionadas anteriormente.

A impossibilidade da avaliação da maturação biológica demonstrou também ser

uma limitação, sendo fundamental nestas idades, devido às mudanças ao nível de

atributos biológicos avaliar em que estágio de maturação se encontra, comparativamente

à idade cronológica.

Perante o indicado podemos assim recomendar que seja efectuado no futuro um

estudo que possa abranger uma amostra maior tanto na R.A.M., como e principalmente

na R.A.A.. Ao se efectuar um estudo de maior dimensão, pressupõe-se que poderá haver

uma maior percepção das variáveis em questão e verificar se permanecem certamente

diferenças entre as duas regiões.

Outra sugestão corresponde mesmo a uma das limitações apresentadas, sendo que

seria mais fiável para registo da prática de AF, por parte dos alunos, a utilização de

acelerómetros.

Page 72: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Referências Bibliográficas

Page 73: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Referencias Bibliográficas

57

8. Referências Bibliográficas

Adair, L. S., & Popkin, B. M. (2005). Are Child Eating Patterns Being Transformed

Globally? Public Health and Public Policy, 13(7), 1281- 1299.

Almeida, S. S., Nascimento, P. C. B., & Quaioti, T. C. B. (2002). Quantidade e

qualidade de produtos alimentícios anunciados na televisão brasileira. Rev Saude

Publica, 36.

Anderssen, N., & Wold, B. (1992). Parental and peer influences on leisure-time

physical activity in young adolescents. Res Q Exerc Sport, 63(4), 341-348.

Andrade, R. (2008). Níveis de Obesidade associados à Aptidão Física,

Comportamentos de Saúde e Factores Psicossociais: Estudo da População

Escolar do 5.º ao 12.º Anos de Escolaridade do Concelho de São Vicente.

Universidade da Madeira, Funchal.

Araújo, E. D. S., & Petroski, É. L. (2002). Estado nutricional e adiposidade de escolares

de diferentes cidades brasileiras. Revista da Educação Física/UEM, 13.

Bates, H. (2006). Daily Physical Activity for Children and Youth. Canada.

Batista, J. (2010). Relação entre a participação desportiva e aptidão física em função

dos comportamentos sedentários e alimentares: um estudo em alunos do 2º e 3º

ciclos e ensino secundário do concelho de Santana. Mestrado, Universidade da

Madeira, Funchal.

Branca, F., Nikogosian, H., & Lobstein, T. (2007). The challenge of obesity in the

WHO European Region and the strategies for response. (978 92 890 1408 3).

Retrieved 07-02-2010

http://www.euro.who.int/__data/assets/pdf_file/0008/98243/E89858.pdf

Cavill, N., Biddle, S., & Sallis, J. F. (2001). Health enhancing physical activity for

young people: Statement of the United Kingdom Expert Consensus Conference.

Pediatric Exercise Science, 13(1), 12-25.

Cervero, R., & Duncan, M. (2003). Walking, Bicycling, and Urban Landscapes:

Evidence From the San Francisco Bay Area. American Journal of Public Health,

93, 1478 - 1483.

Cole, T. J. (2000). Establishing a standard definition for child overweight and obesity

worldwide: international survey. BMJ, 320(7244), 1240-1240. doi:

10.1136/bmj.320.7244.1240

Page 74: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Referencias Bibliográficas

58

Cole, T. J., Bellizzi, M. C., Flegal, K. M., & Dietz, W. H. (2000). Establishing a

standard definition for child overweight and obesity worldwide: international

survey. BMJ, 320(7244), 1240-1240. doi: 10.1136/bmj.320.7244.1240

Cole, T. J., Flegal, K. M., Nicholls, D., & Jackson, A. A. (2007). Body mass index cut

offs to define thinness in children and adolescents: international survey. BMJ,

335(7612), 194. doi: 10.1136/bmj.39238.399444.55

Colorado, D. o. P. H. a. E. (2010). Physical Activity and Nutrition State Plan 2010.

Retrieved 23-09-2011 http://www.cdphe.state.co.us/pp/copan/2004stateplan.pdf

Contento, I. R., Williams, S. S., Michela, J. L., & Franklin, A. B. (2006). Understanding

the food choice process of adolescents in the context of family and friends.

Journal of Adolescent Health, 38(5), 575-582. doi:

10.1016/j.jadohealth.2005.05.025

Cooper, R. f. A. I. (2007). Fitnessgram. Manual de Aplicação de Testes. Lisboa:

Faculdade de Motricidade Humana.

Crocker, P. R. E., Bailey, D. A., Faulkner, R. A., Kowalski, K. C., & McGrath, R.

(1997). Measuring general levels of physical activity: preliminary evidence for

the Physical Activity Questionnaire for Older Children. Medicine & Science in

Sports & Exercise, 29(10), 1344-1349.

Cruz, J. A. A., Martins, I., Dantas, A., Silveira, D., & Guiomar, S. (2003). Alimentação

e estado nutricional de grupos da população do concelho de Lisboa. Revista

Portuguesa de Saúde Pública 21(2), 65-72.

De Bourdeaudhuij, I., Philippaerts, R., Crombez, G., Matton, L., Wijndaele, K.,

Balduck, A. L., & Lefevre, J. (2005). Stages of change for physical activity in a

community sample of adolescents. Health Educ Res, 20(3), 357-366. doi:

10.1093/her/cyg131

Dehghan, M., Akhtar-Danesh, N., & Merchant, A. T. (2005). Childhood obesity,

prevalence and prevention. Nutrition Journal, 4(1), 24. doi: 10.1186/1475-2891-

4-24

Dowda, M., Ainsworth, B. E., Addy, C. L., Saunders, R., & Riner, W. (2001).

Environmental Influences, Physical Activity, and Weight Status in 8- to 16 -

Year - Olds. Arch Pediatr Adolesc Med, 115, 711 - 717.

drs. (2009). Programa Regional de Prevenção e Controlo da Diabetes e Luta Contra a

Obesidade. Retrieved 21-02-2011

Page 75: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Referencias Bibliográficas

59

http://www.jpedro.uac.pt/estrategiaempresarial_mest/PUS/Material/Programa%

20Regional%20Prevecao%20da%20Diabetes%20e%20Obesidade.pdf

Evenson, K., Birnbaum, A., Bedimo-Rung, A., Sallis, J., Voorhees, C., Ring, K., &

Elder, J. (2006). Girls' perception of physical environmental factors and

transportation: reliability and association with physical activity and active

transport to school. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical

Activity, 3(1), 28.

Evenson, K. R., & McGinn, A. P. (2004). Availability of school physical activity

facilities to the public in four U.S. communities. Am J Health Promot, 18(3),

243-250.

Fein, A. J., Plotnikoff, R. C., Wild, T. C., & Spence, J. C. (2004). Perceived

environment and physical activity in youth. Int J Behav Med, 11(3), 135-142.

doi: 10.1207/s15327558ijbm1103_2

Feldman, D. E., Barnett, T., Shrier, I., Rossignol, M., & Abenhaim, L. (2003). Is

Physical Activity Differentially Associated With Different Types of Sedentary

Pursuits? Arch Pediatr Adolesc Med, 157(8), 797-802. doi:

10.1001/archpedi.157.8.797

Fialho, A. S. R., & Almeida, M. D. V. (2008). Publicidade a géneros alimentícios no

meio televisivo dirigida a crianças e adolescentes em Portugal. Revista da

SPCNA, 14(2), 57-65.

Fletcher, G. F., Blair, S. N., Blumenthal, J., Caspersen, C., Chaitman, B., Epstein, S., . .

. Pina, I. L. (1992). Statement on exercise. Benefits and recommendations for

physical activity programs for all Americans. A statement for health

professionals by the Committee on Exercise and Cardiac Rehabilitation of the

Council on Clinical Cardiology, American Heart association. Circulation, 86(1),

340-344.

Fonseca, H. (2005). Perception of overweight and obesity among Portuguese

adolescents: an overview of associated factors. The European Journal of Public

Health, 15(3), 323-328. doi: 10.1093/eurpub/cki071

Fonseca, H., & Matos, M. G. (2005). Perception of overweight and obesity among

Portuguese adolescents: an overview of associated factors. The European

Journal of Public Health, 15(3), 323-328. doi: 10.1093/eurpub/cki071

Page 76: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Referencias Bibliográficas

60

Fonseca, J. (2008). RELAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL COM A APTIDÃO

FÍSICA, ACTIVIDADES SEDENTÁRIAS E BARREIRAS E MOTIVAÇÕES

PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA E A ACTIVIDADE FÍSICA: Um estudo em jovens

dos 10 aos 18 anos de ambos os géneros do concelho de Ponta do Sol Mestrado,

Universidade da Madeira, Funchal.

Fulton, J. E., Garg, M., Galuska, D. A., Rattay, K. T., & Caspersen, C. J. (2004). Public

health and clinical recommendations for physical activity and physical fitness:

special focus on overweight youth. Sports Med, 34(9), 581-599. doi: 3493

Garcia, H., Huppert, G., Lenhart, K., Livingston, S., Metz, D., Stanley, B., & Starkey,

P. (2004). Children and Weight: Taking Action in Solano County. Retrieved 20-

11-2010

http://www.garsondesign.com/cwcsc/00assets_master/docs/StrategicPlanforweb.

pdf

George, F., Castanheira, J. L., Martins, J. N., Laranjeira, A. R., Rodrigues, B., & Rios,

T. M. (2007). PORTUGAL 2007

Presidency of the Council of the European Union D.-G. o. Health (Ed.) Health in

Portugal 2007 (pp. 1-98).

Glanz, K., Sallis, J. F., Saelens, B. E., & Frank, L. D. (2005). Healthy Nutrition

Environments: Concepts and Measures. American Journal of Health Promotion,

19.

Gomes, C. (2004). Relação entre IMC, Actividade Física, Tipo de Transporte e os

Comportamentos Sedentários em Jovens Adolescentes

Mestrado, Universidade do Porto, Porto.

Gonçalves, H., & Diamantino, C. (SD). Obesidade Infantil. 1-3. Retrieved from

Gonzaga, J. d. M., Silveira, M. d. F. d. A., Lisboa, M. G. d. C., & Melo, S. G. (2008).

Influência da actividade física na composição corporal de adolescentes. Motriz,

Revista de Educação Física. UNESP, Rio Claro, 14, 389-399.

Hesketh, K., Waters, E., Green, J., Salmon, L., & Williams, J. (2005). Healthy eating,

activity and obesity prevention: a qualitative study of parent and child

perceptions in Australia. Health Promotion International, 20(1), 19-26.

Retrieved from doi:10.1093/heapro/dah503

Page 77: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Referencias Bibliográficas

61

HHS, A. P. (2000). USDA, HHS RELEASE UPDATED DIETARY GUIDELINES

FOR AMERICANS.

http://www.health.gov/dietaryguidelines/dga2000/pressrelease.htm

Higgins, P. B., Gower, B. A., Hunter, G. R., & Gorant, M. I. (2001). Defining Health -

Related Obesity in Prepubertal Children. OBESITY RESEARCH, 9(4), 233-240.

INE. (2001). CENSOS 2001

RESULTADOS DEFINITIVOS: Região Autónoma da Madeira. (972-673-609-9).

Retrieved 15-05-2010 http://estatistica.gov-

madeira.pt/DRE_SRPC/IndicadoresEstatisticos/Censos2001/Censosq2.htm

Jacobs, W. (2005). The Childhood Obesity Epidemic: What We Can Do. TAHPERD

JOURNAL, 8-12.

Katzmarzyk, P. T., Baur, L. A., Blair, S. N., Lambert, E. V., Oppert, J. M., & Riddoch,

C. (2008). International conference on physical activity and obesity in children:

summary statement and recommendations. Applied Physiology Nutrition and

Metabolism-Physiologie Appliquee Nutrition Et Metabolisme, 33(2), 371-388.

doi: Doi 10.1139/H07-176

Katzmarzyk, P. T., Srinivasan, S. R., Chen, W., Malina, R. M., Bouchard, C., &

Berenson, G. S. (2004). Body Mass Index, Waist Circumference, and Clustering

of Cardiovascular Disease Risk Factors in a Biracial Sample of Children and

Adolescents. Pediatrics, 114(2), e198-e205.

Kin - Isler, A., Asci, F. H., Altintas, A., & Guven - Karahan, B. (2009). PHYSICAL

ACTIVITY LEVELS AND PATTERNS OF 11-14 YEAR-OLD TURKISH

ADOLESCENTS. 44.

King, G. A., Dorgo, S., & Deemer, S. E. (2006). Body Composition: How to Measure It

and What Does It Mean. Retrieved 25-09-2011, from ACSMFIT Society Page

http://www.acsm.org/AM/Template.cfm?Section=Search&CONTENTID=6905

&TEMPLATE=/CM/ContentDisplay.cfm

Klein, S., Burke, L. E., Bray, G. A., Blair, S., Allison, D. B., Pi-Sunyer, X., . . . Eckel,

R. H. (2004). Clinical implications of obesity with specific focus on

cardiovascular disease: a statement for professionals from the American Heart

Association Council on Nutrition, Physical Activity, and Metabolism: endorsed

by the American College of Cardiology Foundation. Circulation, 110(18), 2952-

2967. doi: 01.CIR.0000145546.97738.1E [pii]

Page 78: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Referencias Bibliográficas

62

10.1161/01.CIR.0000145546.97738.1E

Laitinien, J., Power, C., & Järvelin, M.-R. (2001). Family social class, maternal body

mass index, childhood body mass index, and age at menarche as predictors of

adult obesity 1-3

Am J Clin Nutr, 74.

Lazzoli, J. K., Nóbrega, A. C. L., Carvalho, T., Oliveira, M. A. B., Teixeira, J. A. C.,

Leitão, M. B., . . . Matsudo, V. (1998). Atividade física e saúde na infância e

adolescência. Revista Brasileira Medicina e Esporte, 4.

Lohman, G. (1987). The use of skinfold to estimate body fatness on children and youth.

JOPERD, 98-102. Retrieved from doi:10.1186/14795868-4-18

Lopes, V. P. (2010). Associação da proficiência motora com a actividade física e com a

obesidade em crianças. Instituto Politécnico de Bragança, Bragança.

Lopez, R. P., & Hynes, H. P. (2006). Obesity, physical activity, and the urban

environment: public health research needs. Environmental Health: A Global

Access Science Source, 5, 1 - 10. doi: 10.1186/1476-069x-525

Lytle, L. A., & Fulkerson, J. A. (2002). Assessing the dietary environment: examples

from school-based nutrition interventions. Public Health Nutrition, 5(6a), 893 -

899. doi: 10.1079/phn2002384

Maia, J. A. R., & Lopes, V. P. (2003). Um olhar sobre crianças e jovens da Região

Autónoma dos Açores. Implicações para a Educação Física, Desporto e Saúde.

Porto.

Maia, J. A. R., & Lopes, V. P. (2007). Crescimento e Desenvolvimento de Crianças e

Jovens Açorianos. Porto.

Maia, J. A. R., Lopes, V. P., & Morais, F. P. (2001). Actividade Física e Aptidão Física

Assocaida à Saúde: um estudo de epidemiologia genética em gémeos e suas

famílias realizado no arquipélago dos Açores. Porto: Universidade do Porto.

Matos, M. G., Simões, C., Tomé, G., Gaspar, T., Camacho, I., & Diniz, J. (2006).

AVENTURA SOCIAL & SAÚDE: A SAÚDE DOS ADOLESCENTES

PORTUGUESES - HOJE E EM 8 ANOS. Retrieved 26-06-2011

Medeiros, L. (2009). Associação do Envolvimento Físico com Níveis de Obesidade,

Aptidão Física, Actividades Sedentárias e Participação Desportiva: Um Estudo

em Alunos dos 2º e 3º Ciclos, e Ensino Secundário de um Concelho Rural da

RAM. Mestrado, Universidade da Madeira, Funchal.

Page 79: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Referencias Bibliográficas

63

Mello, M. T., Boscolo, R. A., Esteves, A. M., & Tufik, S. (2005). O exercício físico e os

aspectos psicobiológicos. Rev Bras Med Esporte, 11.

Menschik, D., Ahmed, S., Alexander, M. H., & Blum, R. W. (2008). Adolescent

Physical Activities as Predictors of Young Adult Weight. Arch Pediatr Adolesc

Med, 162(1), 29-33. doi: 10.1001/archpediatrics.2007.14

Miguel, J. P. (2004). A Obesidade como doença crónica. Direcção - Geral da Saúde, 9,

2.

Mota, J., Delgado, N., Almeida, M. D. V., Ribeiro, J. C., & Santos, M. P. (2006).

Physical Activity, Overweight, and Perceptions of NeighborhoodEn vironments

Among Portuguese Girls. Journal of Physical Activity and Health, 3, 314 - 322.

Mota, J., & Sallis, J. F. (2002). Actividade Física e Saúde. Factores de Influência da

Actividade Física nas Crianças e Adolescentes (1º Edição ed.). Porto.

Mota, J., Silva, P., Santos, M. P., Ribeiro, J. C., Oliveira, J., & Duarte, J. A. (2005).

Physical activity and school recess time: Differences between the sexes and the

relationship between children's playground physical activity and habitual

physical activity. Journal of Sports Sciences, 23(3), 269-275. doi:

10.1080/02640410410001730124

Nollen, N., Befort, C. A., Snow, P., Daley, C. M., Ellerbeck, E. F., & Ahluwalia, J. S.

(2007). The school food environment and adolescent obesity: qualitative insights

from high school principals and food service personnel. International Journal of

Behavioral Nutrition and Physical Activity, 4, 1 - 12. doi: 10.1186/14795868-4-

18

Norman, G. J., Nutter, S. K., Ryan, S., Sallis, J. F., Calfas, K. J., & Patrick, K. (2006).

Community Design and Access to Recreational Facilities as Correlates of

Adolescent Physical Activity and Body - Mass Index. Journal of Physical

Activity and Health, 3, 118 - 128.

Nowicka, P., & Flodmark, C. E. (2007). Physical activity-key issues in treatment of

childhood obesity. Acta Paediatrica, 96, 39-45. doi: 10.1111/j.1651-

2227.2007.00169.x

O'Brien, G., & Davies, M. (2006). Nutrition knowledge and body mass index. Health

Education Research, 22(4), 571-575. doi: 10.1093/her/cyl119

Ochiai, H., Shirasawa, T., Nishimura, R., Morimoto, A., Shimada, N., Ohtsu, T., . . .

Kokaze, A. (2010). Relationship of body mass index to percent body fat and

Page 80: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Referencias Bibliográficas

64

waist circumference among schoolchildren in Japan - the influence of gender

and obesity: a population-based cross-sectional study. BMC Public Health,

10(1), 493. doi: 10.1186/1471-2458-10-493

Okely, A. D., Booth, M. L., Hardy, L., Dobbins, T., & Denney - Wilson, E. (2008).

Changes in Physical Activity Participation From 1985 to 2004 in a Statewide

Survey of Australian Adolescents. American Medical Association, 162, 176 -

180.

Owen, N., Humpel, N., Leslie, E., Bauman, A., & Sallis, J. F. (2004). Understanding

environmental influences on walking. American Journal of Preventive Medicine,

27(1), 67-76. doi: 10.1016/j.amepre.2004.03.006

Papas, M. A., Alberg, A. J., Ewing, R., Helzlsouer, K. J., Gary, T. L., & Klassen, A. C.

(2007). The Built Environment and Obesity. Epidemiologic Reviews, 29(1), 129-

143. doi: 10.1093/epirev/mxm009

Patrick , H., & Nicklas, T. A. (2004). A Review of Family and Social Determinants of

Children`s Eating Patterns and Diet Quality. Journal of American College of

Nutrition, 24(2), 83-92.

Pereira, P. (2008). Adaptação de um questionário de nutrição para avaliar

comportamentos, atitudes e padrões alimentares: associação com níveis de

obesidade em alunos do 2º e 3º ciclo de uma escola da RAM. Mestrado,

Universidade da Madeira, Funchal.

Perkins, D. F., Jacobs, J. E., Barber, B. L., & Eccles, J. S. (2004). Childhood and

Adolescent Sports Participation as Predictors of Participation in Sports and

Physical Fitness Activities During Young Adulthood. Youth & Society, 35(4),

495-520. doi: 10.1177/0044118x03261619

Pizarro, A. (2009). Percepções do envolvimento e relação com a Actividade Física e

Transporte Activo para a escola. Mestrado, Universidade do Porto, Porto.

Ramos, J. (2009). Avaliação da Actividade Física Habitual em Adolescentes -

Influência da Actividade Física Parental. Relação com a Obesidade. Mestrado,

Universidade do Porto, Porto.

Ribeiro, J. C. (2004). ACTIVIDADE FÍSICA, OBESIDADE E AGREGAÇÃO DE

FACTORES DE RISCO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM CRIANÇAS

E ADOLESCENTES DA ÁREA DO GRANDE-PORTO. Mestrado, Universidade

do Porto, Porto.

Page 81: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Referencias Bibliográficas

65

Roblin, L. (2007). Childhood obesity: food, nutrient, and eating-habit trends and

influences. Applied Physiology, Nutrition, and Metabolism, 32(4), 635-645. doi:

10.1139/h07-046

Rodrigues, M. (2010). A Influência da Participação Desportiva, Sedentarismo,

Comportamentos Alimentares e Envolvimento Físico na Aptidão Física: Um

estudo Comparativo entre alunos de uma Escola Privada e uma Pública.

Mestrado, Universidade da Madeira, Funchal.

Säakslahti, A., Numminen, P., Varstala, V., Helenius, H., Tammi, A., Viikari, J., &

Valimaki, I. (2004). Physical activity as a preventive measure for coronary heart

disease risk factors in early childhood. Scand J Med Sci Sports, 14(3), 143-149.

doi: 10.1111/j.1600-0838.2004.00347

Sabino, B. (2009). Composição Corporal, Aptidão Aeróbia e Comportamentos

Alimentares: um estudo com adolescentes do 2º e 3º Ciclos. Monografia,

Universidade da Madeira, Funchal.

Saelens, B. E., Sallis, J. F., & Frank, L. D. (2003). Environmental correlates of walking

and cycling: findings from the transportation, urban design, and planning

literatures. Ann Behav Med, 25(2), 80-91.

Sallis, J., Story, M., & Lou, D. (2009a). Study Designs and Analytic Strategies for

Environmental and Policy Research on Obesity, Physical Activity, and

DietRecommendations from a Meeting of Experts. American Journal of

Preventive Medicine, 36(2), S72-S77. doi: 10.1016/j.amepre.2008.10.006

Sallis, J. F. (2003). Behavioral and Environmental Interventions to Promote Youth

Physical Activity and Prevent Obesity. 1-20. Retrieved from

Sallis, J. F. (2004). Obesity: Is personal responsibility the answer? The San Diego

Union - Tribune, 1-3.

Sallis, J. F., Conway, T. L., Prochaska, J. J., McKenzie, T. L., Marshall, S. J., & Brown,

M. (2001). The Association of School Environments With Youth Physical

Activity. American Journal of Public Health, 91, 618-620.

Sallis, J. F., Story, M., & Lou, D. (2009b). Study Designs and Analytic Strategies for

Environmental and Policy Research on Obesity, Physical Activity, and Diet.

American Journal of Preventive Medicine, 36(2), S72-S77. doi:

10.1016/j.amepre.2008.10.006

Page 82: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Referencias Bibliográficas

66

Salmon, J., Timperio, A., Telford, A., Carver, A., & Crawford, D. (2005). Association

of Family Environment with Children`s Television Viewing and with Low Level

of Physical Activity. OBESITY RESEARCH, 13(11), 1939 - 1951.

Samuelson, G. (2000). Dietary habits and nutritional status in adolescents over Europe.

An overview of current studies in the Nordic countries. European Journal of

Clinical Nutrition, 54, 21 - 28.

Santos, A., Carvalho, A. L., & Júnior, J. R. G. (2007). Obesidade infantil e uma

proposta de Educação Física preventiva. 13, 203-213. Retrieved from

Santos, M. P., Page, A. S., Cooper, A. R., Ribeiro, J. C., & Mota, J. (2009). Perceptions

of the built environment in relation to physical activity in Portuguese

adolescents. Health &amp; Place, 15(2), 548-552. doi:

10.1016/j.healthplace.2008.08.006

Santos, P. (2004). NUTRIÇÃO E OBESIDADE: Estudo comparativo entre adolescentes

não-desportistas do sexo feminino obesas e não-obesas quanto aos hábitos

nutricionais. Mestrado, Universidade do Porto, Porto.

Seabra, A. (2007). Níveis de actividade física e prática desportiva. Um estudo

epidemiológico em crianças. Mestrado, Universidade do Porto, Porto.

Silva, E. (2009). Influência da prática de atividade física para adolescentes com

obesidade. Revista Digital - Buenos Aires, 13, 1-12.

Silva, R. (2008). CARACTERIZAÇÃO E INTER-RELAÇÃO DOS ESTILOS DE VIDA

COM FACTORES DE RISCO E NÍVEIS DE OBESIDADE, NA POPULAÇÃO

DO CONCELHO DA CALHETA: UM ESTUDO DE PAIS E FILHOS. Mestrado,

Universidade da Madeira, Funchal.

Silva, R., & Malina, R. (2000). Nível de atividade física em adolescentes do Município

de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 16(4), 1091-

1097. doi: 10.1590/s0102-311x2000000400027

Slaughter, M. H., Lohman, T. G., Boileau, R. A., Horswill, C. A., Stillman, R. J., Van

Loan, M. D., & Bemben, D. A. (1988). Skinfold equations for estimation of

body fatness in children and youth. (0018-7143 (Print)

0018-7143 (Linking)). Retrieved 09-11-2011

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3224965

Souza, C. O., Silva, R. C. R., Assis, A. M. O., Fiaccone, R. L., Pinto, E. J., & Moraes,

L. L. P. (2010). Association between physical inactivity and overweight

Page 83: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Referencias Bibliográficas

67

among adolescents in Salvador, Bahia – Brazil. Revista Brasileira Epidemiol, 13, 1-8.

SREA. (2001). SÉRIES ESTATÍSTICAS. Retrieved 25-05-2010

http://estatistica.azores.gov.pt/upl/%7Bd37d6ed6-abdb-450b-92e7-

ac437bfc3797%7D.pdf

Trasande, L., Cronk, C., Durkin, M., Weiss, M., Schoeller, D. A., Gall, E. A., . . .

Gillman, M. W. (2009). Environment and Obesity in the National Children´s

Study. Environmental Health Perspectives, 117, 159-166. doi: 10.1289/

Truccolo, A. B. (2008). Obesidade e Atividade Física. Retrieved 07-09-2010

http://pt.scribd.com/doc/19491507/OBESIDADE-E-ATIVIDADE-FÍSICA

U.S. Department, H. (2002). PHYSICAL ACTIVITY FUNDAMENTAL TO

PREVENTING DISEASE. Retrieved 13-04-2011

http://aspe.hhs.gov/health/reports/physicalactivity/physicalactivity.pdf

USDA. (2011). USDA and HHS Announce New Dietary Guidelines to Help Americans

Make Healthier Food Choices and Confront Obesity Epidemic. Retrieved

31/10/2011 www.health.gov/dietaryguidelines

Viana, V. (2002). Psicologia, saúde e nutrição: Contributo para o estudo do

comportamento alimentar. Análise Psicológica, 4, 611-624. Retrieved from

WHO. (2004). Global Strategy on Diet, Physical Activity and Health. (92 4 159222 2).

Retrieved 03-10-2011

http://www.who.int/dietphysicalactivity/strategy/eb11344/strategy_english_web.

pdf

WHO. (2005). European strategy for child and adolescent health and development.

Retrieved 09-11-2010

http://www.euro.who.int/_data/assets/pdf_file/0020/79400/E87710.pdf

WHO. (2006a). European Charter on counteracting obesity. Retrieved 7-02-2010

http://www.euro.who.int/_data/assets/pdf_file/0009/87462/E89567.pdf

WHO. (2006b). “Workshop de Lisboa sobre a Promoção de Hortofrutícolas nos Países

de Expressão Portuguesa”. (92 4 859403 4). Retrieved 07-02-2010

http://www.who.int/dietphysicalactivity/bckground%20paper%20Lisboa%20we

b.pdf

WHO. (2008). School Policy Framework. (978 92 4 159686 2). Retrieved 06-02-2010

http://www.who.int/dietphysicalactivity/SPF-en-2008.pdf

Page 84: À memória de meu Pai - DigitUMa: Página principaldigituma.uma.pt/bitstream/10400.13/611/1/MestradoPaula... · 2018-10-15 · À memória de meu Pai. iv ... ajuda na parte da estruturação

Referencias Bibliográficas

68

WHO. (2010). GLOBAL RECOMMENDATIONS ON PHYSICAL ACTIVITY FOR

HEALTH. Retrieved 19-08-2010

http://whqlibdoc.who.int/publications/2010/9789241599979_eng.pdf

Wilson, A. M., Magarey, A. M., & Mastersson, N. (2008). Reliability and relative

validity of a child nutrition questionnaire to simultaneously assess dietary

patterns associated with positive energy balance and food behaviours, attitudes,

knowledge and environments associated with healthy eating. International

Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, 5(1), 5. doi:

10.1186/1479-5868-5-5