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Carta do Presidente 4 Artigo 16 Matéria Especial 14 Raio X 5 Dicas SBOT-ES 8 Entrevista 6 Revista 12 mai/jul ano 2011 pág. 10 A MEDICINA EM BOA FORMA Como os profissionais da saúde organizam a agitada rotina de trabalho para correr atrás da qualidade de vida

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Carta do Presidente4Artigo 16

Matéria Especial14Raio X5

Dicas SBOT-ES8Entrevista 6

Revista 12mai/julano 2011

pág. 10

A medicinA em boA foRmA Como os profissionais da saúde organizam a agitada rotina

de trabalho para correr atrás da qualidade de vida

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4 Carta do Presidente

A preocupação com o bem-estar dos pacientes deve ser um posicionamento constante para os profissionais da medicina. Nunca é demais relembrar que um dos princípios fundamentais do Código de Ética Médica afirma que “o

alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional”.

A questão é que, muitas vezes, em consequência de uma agenda exaustiva – acumulada por consultas, plantões e cirurgias –, o médico deixa de lado o cui-dado com a sua própria saúde, levando uma vida sedentária e com má alimen-tação. Isto desequilibra não apenas a sua qualidade de vida, mas também o seu desempenho no trabalho.

Atentos a esta realidade, na matéria de capa desta edição, corremos atrás de bons exemplos de profissionais da área que, com organização e planejamen-to, suam a camisa para conciliar uma rotina de exercícios físicos, sem perder o compromisso com a carreira. Acredite, é possível! Eu mesmo não dispenso uma partida de tênis para aliviar o estresse. Tudo é uma questão de disciplina.

E é com essa mesma disciplina que os clínicos devem estar prontos para en-carar um volume diário de documentos: prontuários, laudos, receitas, termos de consentimento etc. Na reportagem especial, ouvimos especialistas no assun-

Presidente da SBOT-ES

Jornalista reponsávelWallace CapuchoMTB 1934/ES

Redaçã[email protected]

Editor Wallace CapuchoMTB 1934/ES

Repórter Tiago Moreno Ítalo Galiza - MTB 2769/ES

Diretor de Arte Felipe Gama

Diagramação e Arte Bianka de Oliveira Mariana Melim Willi Piske Jr.

FotosWallace CapuchoTiago Moreno

Revisão Ítalo Galiza - MTB 2769/ES

Uma publicação Balaio Comunicação e Designwww.balaiodesign.com.br

PublicidadeSBOT-ES(27) 3325-3183

Periodicidade Trimestral

Tiragem 1000 Exemplares

Impressão e acabamentoGráfica Lisboa

As matérias e anúncios publi-citários, bem como todo o seu conteúdo de texto e imagens, são aqui publicadas sob direi-to de liberdade de expressão, sendo de total e exclusiva res-ponsabilidade de seus autores/anunciantes. É expressamente proibida a reprodução inte-gral ou parcial desta publica-ção ou de qualquer um de seus componentes (texto, imagens, etc.), sem a prévia e expressa autorização da SBOT-ES.

Gestão 2011

DiretoriaPresidente: Dr. Adelmo Rezende F. da Costa

Primeiro Vice-Presidente: Dr. Marcelo Rezende da Silva

Primeiro Secretário: Dr. Marcelo dos Santos Costa

Segundo Secretário: Dr. Danilo Lobo

Primeiro Tesoureiro: Dr. Miguel Saad Meirelles

Segundo Tesoureiro: Dr. Gláucio Beninca Coelho

Conselho Fiscal Dra. Roberta Ramos SilveiraDr. Alexandre André CiríacoDr. Luciano Martins AfonsoDr. Carlos Henrique Olímpio de Carvalho - Suplente Dr. Alceuleir Cardoso de Souza- Suplente

DelegadosDr. Geraldo Lopes da SilveiraDr. Luciano Martins AfonsoDr. Jovani Torres da Matta

Comissão ExecutivaDr. João Carlos de M. Teixeira

Dr. Marcelo dos Santos CostaDr. Marcelo Nogueira SilvaDr. Miguel Saad MeirellesDr. Vladimir de Almeida

Comissão de Ensino e TreinamentoDr. Adriano de SouzaDr. Anderson De NadaiDr. João Carlos de M. TeixeiraDr. José Eduardo Grandi RibeiroDr. Nelson EliasDr. Rodrigo ResendeDr. Vladimir de Almeida

Comissão de Ética, Defesa Profissional e Honorários MédicosDr. Alceuleir Cardoso de SouzaDr. Cid Pereira de Moura Jr.Dr. José Carlos Xavier do ValleDr. Paulo Henrique PaladiniDr. Sebastião A. M. de Macedo Dr. Valbert de Moraes Pereira

Comissão de Estatuto e RegimentoDr. Anderson De NadaiDr. João Carlos de M. Teixeira

Rua Abiail do Amaral Carneiro, 191, Ed. Arábica, Sala 607, Enseada do Suá. Vitória-ES. CEP 29055-220

Telefone: 3325-3183 | www.sbotes.org.br | [email protected]

Dr. Luciano Martins AfonsoDr. Marcelo dos Santos Costa

Comissão de Campanhas Públicas e Ações SociaisDr. Alarico Duarte LimaDr. Edmar Simões da Silva Júnior Dr. Francisley Gomes BarradasDr. Geraldo Lopes da Silveira Comissão de Publicação, Divulgação e MarketingDr. Jorge Luiz KrigerDr. Júlio Claider G. MouraDr. João Carlos Medeiros TeixeiraDr. Edmar Simões da Silva Júnior

Comissão de PresidentesDr. Pedro Nelson PrettiDr. Roberto Casotti LoraDr. José Fernando DuarteDr. Eduardo Antônio B. UvoDr. Geraldo Lopes da SilveiraDr. Hélio Barroso dos ReisDr. Jorge Luiz KrigerDr. José Lorenzo SolinoDr. Akel Nicolau Akel JúniorDr. Clark M. YazakiDr. Anderson De Nadai Dr. João Carlos Medeiro TeixeiraDr. Alceuleir Cardoso de Souza

Adelmo Rezende Ferreira da Costa

to que orientaram a forma correta de preenchimento de alguns desses processos – tão importantes para o resguardo dos médicos, em casos de complicações judiciais.

Confira também a entrevista com Aulair Dias das Chagas, médico anes-tesiologista com uma carreira respeita-da e uma história de vida admirável; as dicas SBOT-ES, desta vez, informan-do as melhores formas de acomodar as crianças com segurança dentro do veículo; e o artigo do ortopedista Gio-vanni César Xavier desfazendo as con-trovérsias sobre a condromalácia e de-tectando os principais sintomas dessa patologia. Conteúdo é o que não falta.

Boa leitura.

Hora marcada com a saúde

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congresso brasileiro das Ligas do TraumaO Espírito Santo irá sediar o 13º Congresso Brasileiro

das Ligas do Trauma, entre os dias 17 e 20 de agosto,

no Centro de Convenções de Vitória. O evento, que tem

como tema “Vitória sem trauma... Por um Espírito San-

to!”, vai contar com especialistas de renome interna-

cional como o Dr. Kenneth Mattox, do Texas, além dos

médicos brasileiros que atuam nos Estados Unidos, Dr.

Raul Coimbra (Califórnia) e Dr. Antonio Marttos (Flóri-

da). Os interessados podem fazer a inscrição, até o dia

17 de agosto, pelo site: www.colt2011.com.br. Mais in-

formações pelo telefone: (27) 3229-7641.

Após o sucesso do Primeiro Torneio de Tênis, realizado em

2007, a SBOT-ES está planejando para o mês de setembro a

sua segunda edição. Neste ano, novamente com o objetivo de

estimular a convivência e interação entre os membros da so-

ciedade e seus familiares, o torneio continuará contando com

duas categorias – individual e duplas –, sendo que na catego-

ria duplas os participantes têm a possibilidade de jogar com

seus filhos. Assim como na primeira edição, a mobilização dos

membros e associados para arrecadar cestas básicas também

será mantida. As datas e o local do evento serão divulgados

em breve no site: www.sbotes.org.br

Segundo Torneio de Tênis SboT-eS

Estão marcadas as datas deste semestre para a

realização das aulas do curso preparatório para

o exame do Título de Especialista em Ortopedia

e Traumatologia (TEOT). Confira a seguir os dias

e os temas que serão abordados:

13/09 - Fraturas da coluna cervical e fraturas da

transição tóraco lombar;

27/09 - Fraturas diafisárias do antebraço e fra-

turas diafisárias do fêmur;

04/10 - Fraturas diafisárias da tíbia e pé torto

congênito;

18/10 - Displasia do desenvolvimento do qua-

dril e osteomielite aguda hematogênica;

08/11 - Fraturas da extremidade proximal do

úmero e fraturas da extremidade distal do rá-

dio.

Todas as aulas serão ministradas no Auditório

COOTES/SBOT-ES, em Vitória, a partir das 19h30.

O próximo exame TEOT será realizado em janei-

ro de 2012. Informações: [email protected] /

(27) 3325 3183.

calendário curso TeoT

festa dosortopedistas Dia 19 de setembro é o Dia do Ortopedista. Para

comemorar esta data especial, a COOTES e a SBOT-

ES realizarão, no dia 16 de setembro, a tradicio-

nal Festa do Dia do Ortopedista, no Cerimonial

Itamaraty, na Praia do Canto, a partir das 21h. A

confraternização – que terá em sua programação

um jantar seguido de um baile – irá reunir ortope-

distas de todo o Estado.

Segunda Jornada SboT-eSA Segunda Jornada de Traumatologia, promovida pela SBOT-

ES, será nos dias quatro e cinco de novembro. O convidado

especial desta edição – que terá como tema “Membros Su-

periores” – será o Prof. Dr. William Belangero, associado do

Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade

de Ciências Médicas da Unicamp. William tem experiência na

área de medicina, com ênfase em Cirurgia Ortopédica Pedi-

átrica e Traumatológica. Até o momento, a organização da

jornada está analisando o melhor local para realizar o evento.

Raio x

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AuLAiR diAS dAS chAgASA vida e a carreira do médico que começou como office-boy e hoje é um dos anestesiologistas mais respeitados do Estado

Aos 77 anos de idade, e mais de

40 dedicados exclusivamente

à medicina, Aulair Dias das

Chagas nem pensa em se aposentar.

“Enquanto tiver forças, e Deus permitir,

vou continuar a exercer a minha profis-

são”, diz o anestesiologista formado na

Universidade Federal do Espírito Santo,

em 1969. O entusiasmo com que fala de

trabalho não esconde nenhuma mágoa

que normalmente qualquer pessoa po-

deria guardar por ter sido obrigada, aos

11 anos, a interromper os estudos para

ajudar no sustento da família.

Casado e pai de três filhas, Aulair já tra-

balhou em praticamente todos os hos-

pitais da Grande Vitória. Mas um lugar

é especial para ele: a Clínica de Aciden-

tados de Vitória. Essa história de amor

e dedicação teve início em 1968, ainda

como estudante, e permanece até hoje,

mais de quatro décadas depois.

Na Clínica de Acidentados de Vitória ele

conheceu, trabalhou e fez amizade com

grandes ortopedistas do Estado. Muitos

deles já se foram, e os que permanecem

vivos, reconhecem em Aulair um parcei-

ro competente com quem já dividiram

os centros cirúrgicos por incontáveis ve-

zes, na batalha permanente por resta-

belecer a saúde de seus pacientes.

Entrevista SBOT-ESR

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Conte um pouco sobre a sua vida an-

tes de começar a estudar medicina.Sou capixaba, nasci em Baixo Guandu,

mas me mudei para Minas Gerais ainda

muito pequeno, pois meu pai era funcioná-

rio da Vale e havia sido transferido para lá.

Foi em Aimorés que iniciei os meus estudos,

que infelizmente tive que interrompê-los

aos 11 anos de idade, para poder trabalhar

e ajudar com as despesas de nossa casa. Tra-

balhei como office-boy, em serraria, no co-

mércio e até com exportação de café.

Quando e por que voltou a estudar?Voltei a estudar aos 17 anos de idade

por pressão dos meus patrões. Bom, daí

para frente não parei mais. Concluí o ensi-

no médio, fiz dois anos de cursinho prepa-

ratório para o vestibular e consegui a difícil

aprovação no curso de medicina na Univer-

sidade Federal do Espírito Santo.

Por qual motivo escolheu a medicina?Quando retomei aos estudos, tinha

uma ideia fixa de fazer medicina para aju-

dar os outros e, principalmente, a minha

família, pois, na época, era uma profissão

mais valorizada do que é atualmente.

O engraçado é que contrariei muita

gente com a escolha, principalmente meus

patrões que queriam que eu fizesse conta-

bilidade para poder continuar trabalhando

no comércio. Mas eu estava determinado

a ser médico. Para mim era tudo ou nada.

Ainda hoje a medicina é tudo para mim.

Foi por meio dela que construí o meu pa-

trimônio, dei estudos às minhas três filhas,

me tornei respeitado, ajudei muita gente e

fiz grandes amigos.

E a escolha pela especialidade?Quando comecei o curso, nem passava

pela minha cabeça me tornar um aneste-

sista. Fui influenciado por dois médicos

que tinham acabado de chegar ao Espírito

Santo e estavam realizando, experimental-

mente, cirurgias de coração em cães. Acei-

tei o desafio de ajudá-los nos procedimen-

tos e passei a ter mais proximidade com a

anestesiologia. Então, não parei mais.

Como é a sua relação com a ortopedia

e a traumatologia?Trabalhar com a equipe de ortopedis-

tas e traumatologistas é muito prazeroso.

Tanto pelos profissionais que temos, como

pela própria especialidade. Em muitos ca-

sos, posso submeter o paciente a uma anes-

tesia local, fato este que permite deixá-lo

consciente, ao mesmo tempo que fico ali

ao seu lado transmitindo-lhe confiança e

tranquilidade durante o procedimento.

Por falar em confiança, você encontra

muita dificuldade para tranquilizar os

seus pacientes?

Todo paciente fica nervoso antes de

uma cirurgia. Como sou bastante comu-

nicativo e brincalhão, fica bem mais fácil

acalmá-lo, embora, é cada vez mais usual

o paciente dar entrada ao hospital somen-

te no dia da cirurgia, sem as importantes

visitas prévias, ocasião em que eu explico

como acontecerá o procedimento.

Você já se submeteu a alguma cirur-

gia? Teve medo?Fui operado em cinco ocasiões. Since-

ramente, nunca tive medo e nem fiquei

nervoso. Talvez porque as primeiras inter-

venções foram pequenas e relativamente

tranquilas. Mas uma vez tive uma fratura

exposta na tíbia e precisei de uma aneste-

sia geral. Numa situação assim, você nem

se lembra de sentir medo, a única coisa

que deseja é que a dor termine logo e a

anestesia é o primeiro passo para que o seu

problema seja resolvido. Mas é claro que

no meu caso é diferente, pois estou acostu-

mado e sei como tudo funciona.

Dentre os muitos casos ao longo de sua

carreira, qual foi o que mais te emocio-

nou e que te marcou de alguma forma?Eu ainda era residente e estava de

plantão em um hospital em Brasília quan-

do duas garotinhas gêmeas deram entrada

com sintomas de envenenamento. Entubei

a primeira, fiz a medicação e a estabilizei.

Quando fui atender a outra, infelizmente

já era tarde. Este caso me tocou de duas

formas: positivamente, pois consegui salvar

uma vida, e negativamente, porque não

tive tempo suficiente para salvar a outra.

É um misto de frustração e satisfação que

mexe comigo até hoje.

Você já trabalhou com grandes or-

topedistas aqui no Estado. É possível

dizer quais deles mais te impressio-

naram pela técnica ou pelas atitudes

como pessoa? Trabalhei com grandes profissionais em

todos esses anos. Mas um colega que nun-

ca esquecerei é o Paulo Diniz de Oliveira

Santos, um dos primeiros ortopedistas do

Estado. Já falecido, foi uma pessoa excep-

cional, tanto como médico quanto ser hu-

mano. Ele se tornou bastante conhecido,

uma vez que foi chefe de cadeira do curso

de medicina da Ufes e foi um dos fundado-

res da Clínica dos Acidentados de Vitória.

Entrevista SBOT-ES

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SeguRAnçA noTRânSiTo nãoé bRincAdeiRAQuase um ano após a implantação da lei das cadeirinhas, ainda há quem desrespeite a regulamentação

No ano em que a Organização das

Nações Unidas (ONU) definiu

como a Década de Ações pela Se-

gurança no Trânsito - 2011 a 2020 -, a lei

que obriga o uso das cadeirinhas em veícu-

los para o transporte dos menores comple-

ta um ano de existência. De acordo com a

resolução, a condução de crianças abaixo

de sete anos e meio de idade só pode ser

feita com o uso de dispositivos de retenção

infantil adequados à faixa etária.

Desde que a lei entrou em vigor, em

1º de setembro de 2010, foram aplicadas,

até junho deste ano, 114 multas a moto-

ristas que transportavam crianças de forma

irregular em rodovias e áreas urbanas do

Espírito Santo. Segundo dados do Batalhão

de Polícia de Trânsito Rodoviário e Urbano

do Estado, do total de multas aplicadas, 48

autuações foram registradas em áreas ur-

banas.

O número de infrações em vias urbanas

chegou a mais de 40% e chamou atenção da

SBOT-ES. “Uma das explicações pode estar na

falsa sensação de segurança que os pais pos-

suem ao percorrer pequenos trajetos dentro

das vias urbanas”, deduz o presidente da

SBOT-ES, Adelmo Rezende. Essa teoria ganha

reforço em uma matéria exibida na rede Glo-

bo de Televisão, em maio deste ano, em que

muitos pais foram flagrados transportando

filhos menores sem o uso das cadeirinhas. A

desculpa, de todos, foi a curta distância entre

a casa e a creche.

Dicas SBOT-ES

“Carnaval Sem Trauma”. O evento procurou

conscientizar os motoristas a não dirigirem

embriagados, não ultrapassarem os limites

de velocidade e a sempre usarem os equipa-

mentos de segurança, como o cinto, capace-

tes e também as cadeirinhas de bebês.

De acordo com a leiTransportar crianças e bebês sem o uso

de assentos de proteção adequados é

considerada uma infração gravíssima, com

soma de sete pontos na carteira nacional

de habilitação (CNH), multa no valor de

R$191,54, além de retenção do veículo,

até que o equipamento de segurança seja

Preocupada com o aumento cada vez

maior de acidentes no trânsito, a Socieda-

de Brasileira de Ortopedia e Traumatologia

(SBOT) realiza, todo ano, uma série de cam-

panhas chamando a atenção dos conduto-

res para as medidas de segurança ao dirigir

e transportar passageiros. Neste ano, a sua

regional do Espírito Santo, reforçando tam-

bém a ação da ONU, promoveu a campanha

Para mim, mais im-portante do que a multa ou os pontos em minha carteira, está a segurança do meu filho”

Elizângela Antunes, mãe do pequeno Pietro

Pietro, 4 anos, em sua cadeirinha

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9Dicas SBOT-ES

*São vários os modelos de assentos para crianças disponíveis no mercado, com preços que variam de R$40,00 a R$1.300,00.

instalado.

A regulamentação, porém, não se

aplica a veículos de transporte remunera-

dos, que inclui os coletivos, vans escolares

e táxis. Segundo o ortopedista pediátrico

Jorge Luiz Kriger, essa pode até ser consi-

derada uma falha da lei, pois estes meios

de transporte, táxis e vans principalmente,

estão sujeitos aos mesmos riscos do trân-

sito, como outro veículo qualquer. “O uso

das cadeirinhas é fundamental para a se-

gurança das crianças. Está realmente com-

provado que ela salva vidas, pois existem

dezenas de casos em que os pais acabaram

falecendo em acidentes de automóvel e a

criança sobreviveu, devido ao uso do dis-

Bebê conforto ou assento conversível Em forma de concha, esta

cadeirinha deve ser utili-

zada para transportar be-

bês de até um ano, ou até

13 kg, com altura entre

50 e 70 cm.

Cadeirinha Com encosto e assento, esta

cadeirinha pode ou não ter

apoio para os braços. É usada

para o transporte de crianças

de um a quatro anos, com

peso entre 9 e 18 kg, e altura

entre 70 cm e 1 metro.

Assento elevatório (booster) Este é o modelo para crianças maiores

- de quatro a sete anos e meio, com

peso entre 18 e 36 kg. O aparelho ele-

va a estatura da criança para que ela

use, seguramente no banco traseiro,

o mesmo cinto que os adultos.

Saiba qual é o melhor assento para o seu filho

Este tipo de assento deve ser usado,

no banco traseiro, de frente para o

motorista do veículo.

Deve ser usada, no banco tra-

seiro, sempre de costas para

o motorista do veículo.

Este aparelho permite o posi-

cionamento correto do cinto

de três pontos sobre o peito

e os quadris da criança.

positivo”, reforça Kriger. Cabe lembrar que

em veículos que possuam apenas os bancos

dianteiros, a criança deverá estar protegida

pelo cinto mais o assento apropriado para

a idade.

Mas assim como aqueles que não res-

peitam a lei e a segurança dos filhos, exis-

tem os que estão preocupados com ela. Eli-

zângela Antunes, mãe do pequeno Pietro

de quatro anos, conta que mesmo antes do

uso da cadeirinha ser exigido por lei, o seu

filho não era transportado sem o disposi-

tivo. “Para mim, mais importante do que

a multa ou os pontos em minha carteira,

está a segurança do meu filho. Tudo que

possa trazer uma maior segurança dentro

do carro, não só para ele, mas para mim

também, será bem-vindo”, conclui Elizân-

gela. Segundo ela, todos os pais deveriam

ter a consciência de que responsabilidade

ao volante não é apenas uma questão de

cidadania ou de cifras em reais, mas sim de

valorização à vida.

Em agosto, a SBOT-ES promoverá nova

campanha em prol da segurança no trânsito.

Desta vez o foco será os pais. A campanha

vai chamar atenção para o uso correto dos

equipamentos e alertar os pais de que não é

apenas em casos de colisão que os pequenos

passageiros podem se machucar, mas que

também uma freada mais forte pode ser su-

ficiente para provocar sérias lesões.

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Matéria de Capa

Com uma rotina sobrecarregada, nem os médicos estão imunes ao sedentarismo. A solução para eles também é a prática regular de atividades físicas

eSPoRTiSTAS de PLAnTão

Eles orientam os seus pacientes a terem uma vida mais saudável, incentivam a prá-

tica de exercícios físicos e recomendam uma alimentação balanceada. Os médicos

– profissionais que lidam diariamente com a saúde das pessoas e, por conta de sua

imagem, são vistos como referência de bem-estar –, muitas vezes, deixam, eles mesmos, de

dar a atenção devida aos bons hábitos que tanto aconselham.

Conciliar a rotina hospitalar com a qualidade de vida, porém, nem sempre é uma tare-

fa fácil. O desgaste físico e mental de grande parte dos clínicos relaciona-se à sobrecarga

excessiva de trabalho que enfrentam na profissão. Muitos deles precisam realizar plantões,

atender urgências, trabalhar em mais de um emprego – inclusive em cidades diferentes – e

acabam deixando o cuidado com a saúde na sala de espera.

Acontece que, para o corpo humano, o tempo tem hora marcada e a medicina não

deixa mentir: a partir dos 30 anos de idade, o homem, caso não pratique nenhuma

atividade física, começa a desacelerar, em média, 25% de sua taxa de metabolismo. Isso

se agrava, geralmente, se a pessoa levar uma rotina sedentária, acarretando também,

a perda gradual de massa muscular – que, após os 50 anos, pode chegar a 1% por ano.

Independentemente da idade, os médicos, assim como todos, não estão imunes aos

problemas de saúde. Mas apesar dos obstáculos da carreira, alguns deles ganham fôle-

go, se planejam e driblam a agenda atribulada para correr atrás de uma vida mais leve

e equilibrada, por meio da prática de exercícios, seja uma caminhada no calçadão ou

– para os mais empenhados – a corrida numa maratona. A receita é não ficar parado.

Luiz Campinhos é corredor há 5 anos

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Matéria de Capa

Ele corre para desacelerar o estresse

O ortopedista Luiz Augusto Bittencourt

Campinhos, 40 anos, disse que se considera

“um médico que gosta de esporte”. Corre-

dor há cinco anos, acredita que a prática de

exercícios físicos é capaz de gerar inúmeros

benefícios para o seu corpo e para a sua

mente. “Além de melhorar os processos

cardiovasculares e dar mais resistência aos

músculos, fazer exercícios eleva o meu bom

humor, acaba com qualquer estresse e me

proporciona estímulos físicos e mentais”,

salienta.

O médico revela que o início da sua

relação com a atividade física vem há exa-

tos 25 anos. “Desde adolescente, sempre

Ele caminha pela qualidade de vida

Para os médicos que estão tentando

conciliar carreira e qualidade de vida, um

exemplo de saúde, disciplina e disposição

é o do ortopedista Geraldo Lopes. Aos 60

anos, ele mantém uma rotina diária de ca-

minhadas na orla da praia de Camburi, em

Vitória, há mais de 20 anos.

“Eu adoro caminhar, porque sinto

que melhora muito a minha atividade

vascular e o meu ânimo para enfrentar

o acelerado dia a dia de trabalho. Quan-

me interessei por esportes. Logo me iden-

tifiquei pelo atletismo, por conta da influ-

ência de uma tia que, na época, era atleta

profissional”, conta Campinhos, que já

participou de mais de 80 provas gerais de

atletismo, correu em duas maratonas e

cinco meias-maratonas.

Dedicado a manter o ritmo de treina-

mento – três vezes na semana –, o ortope-

dista conta com o apoio de outros profis-

sionais. “O horário do meu treino varia de

acordo com a minha agenda de trabalho,

mas evito deixar de cumpri-lo. No meu

caso, como me exercito para competições,

tenho uma alimentação balanceada, com

orientação nutricional, além de um trei-

nador e um instrutor de academia que

me ajudam a melhorar o meu condiciona-

mento físico”, explica.

Com mais de dez anos na área clíni-

ca, Campinhos acredita na importância

de envolvimento com a carreira; mas em

benefício da saúde e da relação médico-

paciente, aconselha que o profissional

deva favorecer um equilíbrio, sempre

que possível, entre trabalho e lazer.

Para quem ainda está no início da

carreira médica, em busca de reconhe-

cimento, Campinhos entende ser mais

complicado conciliar os dois, mas para

isso, assegura que é essencial, primeira-

mente, ter organização e planejamento.

“Da mesma forma que nós, médicos, te-

mos tempo para o trabalho, plantões e

cirurgias, podemos nos preparar para ter

tempo para a família e para realizar algu-

ma atividade física. Planejar as tarefas do

dia a dia é o principal passo”, aconselha o

ortopedista, que na sua rotina procura se

hidratar bebendo muito líquido e se ali-

mentar em horários programados.

do eu não faço exercício físico, sinto-me

muito mal e, consequentemente, o meu

desempenho profissional é afetado”,

conta.

Mas antes de dar os primeiros passos

no calçadão, o ortopedista, até os 35 anos,

não dispensava uma partida de futebol

com os amigos. “Mantinha a boa forma,

porém, por medo de sofrer alguma con-

tusão, abandonei as chuteiras. Se eu me

machucasse, correria o risco de parar de cli-

nicar por um tempo, o que seria ruim para

minha profissão”, explica.

Ao abandonar o futebol, ganhou

peso e passou a sentir as consequências

de quem não se exercitava. Então chegou

a hora de Lopes repensar os seus hábitos.

“Olhei para mim e disse: ou me cuido, ou

vou morrer mais cedo. Foi quando come-

cei a caminhar”, relata o ortopedista que,

hoje, anda, por dia, seis quilômetros, em

uma hora.

Lopes considera importante não só o

exercício, mas também os alongamentos

antes e depois de praticar alguma ativida-

de. A inspiração, para ele, vem do com-

portamento dos felinos. “Imagina um

gato. Você já reparou como ele sempre

se alonga quando acorda? Nós devemos

fazer o mesmo. Alongamentos seguidos

de exercícios são sinônimos de vida”, ga-

rante.

Todos os outros companheiros de pro-

fissão, segundo o ortopedista, precisam

ter em mente o seguinte: quem atende

a um paciente deve estar, ou pelo menos

aparentar, um bom estado de saúde. “Se

pessoa não mantiver uma atividade física

regular, a tendência é surgir complicações

osteoarticulares, depressão, além de dese-

quilíbrio nas taxas de colesterol e de glico-

se. E os médicos não estão isentos disso”,

explica.

Para evitar esta ocorrência, o orto-

pedista não indica apenas a prática de

caminhadas, mas os exercícios aeróbicos

de uma forma geral, como correr, andar

de bicicleta – inclusive a ergométrica – e,

dependendo da idade, a hidroginástica e

a natação também podem ser uma opção

saudável. Geraldo Lopes caminha

6 km por dia

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Alimentação na balança

Convidamos o nutricionista Ri-cardo de Oliveira Freire para listar alguns conselhos

que vão deixar o seu cardápio

mais balanceado. Acesse o nosso

site – www.sbotes.org.br – e confira

o complemento exclusivo desta matéria no link

Publicações.

Matéria de Capa

Ele joga tênis para rebater o mal-estar

Encontrar o esporte adequado para o

seu condicionamento físico – seguindo a

orientação médica e as limitações de cada

corpo – também é um diferencial para

tornar o exercício uma prática prazerosa

e não uma obrigação. O médico ortope-

dista Anderson De Nadai, de 40 anos, por

exemplo, descobriu no tênis a atividade

que traria benefícios significativos para a

sua saúde e, além disso, seria a forma de

aliviar o estresse e proporcionar, segundo

ele, uma “higiene mental” contra a exaus-

tiva carga horária de trabalho.

“Eu pratico o esporte desde que termi-

nei minha residência, em 2001. Gosto dele

pela sua dinamicidade, além de ser uma

atividade que não exige mobilização de

um grande número de pessoas. E sei que,

quando ficar mais velho, poderei conti-

nuar praticando, pois o tênis, comparado

a outros esportes, possibilita menos riscos

de lesões”, explica.

De Nadai revela também que era di-

fícil conciliar profissão e esporte no pe-

ríodo de faculdade e residência. Ele só

conseguiu organizar-se depois de forma-

do. O que o motivou, primeiramente, foi

pensar que caso não arrumasse tempo

para praticar exercícios, teria de arrumar

horário para tratar de alguma doença.

“Optei, então, pela qualidade de vida”,

afirma o ortopedista, que, pelo menos três

vezes por semana, separa um tempo à noi-

te para jogar o seu esporte predileto.

De acordo com ele, separar uma hora

do dia para praticar qualquer tipo de

exercício ou esporte vale a pena. “O mais

importante é saber organizar o tempo”,

conta. Na sua rotina, por exemplo, não re-

aliza plantões, mantendo apenas os aten-

dimentos no consultório e cirurgias.

Aliada à prática do exercício físico, a

alimentação controlada também é uma

preocupação para Anderson De Nadai.

“Sempre tento inserir no meu cardápio

muita salada, frutas e evito, sempre que

posso, exceder na quantidade de carne”,

conclui.

Bônus para versão online

Anderson De Nadai joga tênis 3 vezes por semana

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Bônus para versão online

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14 Matéria Especial

Prontuários, laudos, receitas e termos de consentimento: preenchê-los corretamente pode oferecer segurança judicial ao médico e ao paciente

PAPéiS QuePRoTegem VidAS

Além de operar, medicar e atender a dezenas de pacientes nos

consultórios, a rotina dos médicos inclui também o envolvi-

mento diário com diversos documentos: prontuários, laudos,

receitas e termos de consentimento são apenas alguns exemplos. Pre-

enchê-los corretamente não é apenas um sinal de organização, mas

também uma forma de se resguardar de possíveis problemas jurídicos.

“Estes papéis são o acervo clínico dos pacientes. Organizados e

concisos, são os registros dos cuidados que o médico prestou, incluin-

do todas as informações, exames, medicação etc.”, afirma o médico

pericial e ortopedista Hélio Barroso dos Reis.

Sob o ponto de vista legal, os prontuários, por exemplo, cons-

tituem uma importante prova jurídica. Isto porque, de acordo com

Hélio, a partir da análise feita por um perito, pode-se concluir se os

tratamentos aplicados foram adequados ou não. “O médico precisa

ter o hábito de descrever todo o atendimento, de forma clara, legível,

sem rasuras e siglas”, alerta. Conta ainda que, com a prática diária

da medicina, se o profissional cometer essas falhas e não as corrigir,

isso vira um péssimo hábito, fazendo com que ele perca a noção da

importância do preenchimento correto desses formulários. Além de

que, se ele omitir os registros, ou os fizer de forma irregular, perderá

a possibilidade de comprovar os seus atos.

Tal prática não representa apenas uma qualidade do trabalho do

profissional de saúde, mas também consta como norma do Conselho

Federal de Medicina (CFM). Para o ginecologista e advogado Fernando

Sérgio Martins, o profissional que não cumpre esta regra correrá o risco

de ser punido pelo Conselho Regional de Medicina (CRM). “Ele pode-

rá ser advertido, suspenso ou ter o registro cassado - dependendo do

dano causado ao paciente - por não realizar o que prega o Código de

Ética”, alerta.

O ortopedista Hélio Barroso defende a importância do preenchimento correto dos documentos clínicos

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15Matéria Especial

Atualmente tramitam no Judici-

ário brasileiro mais de 240 mil pro-

cessos na área de saúde. Segundo

dados do Conselho Nacional de Jus-

tiça (CNJ), coletados no ano passado,

a maior parte destes processos é refe-

rente a reivindicações de pessoas ao

acesso a medicamentos e a procedi-

mentos médicos pelo Sistema Único

de Saúde (SUS), além de vagas em

hospitais públicos e ações diversas

movidas por usuários de seguros e

planos privados junto ao setor.

O Rio Grande do Sul é o esta-

do que mais concentra números de

processos, com 113.953, seguido de

Atenção ao termo de consentimento

Dentre os documentos que fazem

parte do dia a dia do médico, o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

merece atenção especial. Esse formulário

é uma proteção da autonomia dos pacien-

tes, que ao assinarem, atestam estar cien-

tes de todos os processos aos quais serão

submetidos, bem como as consequências

e os riscos.

O termo gera, comumente, falsas in-

terpretações quanto à sua função. Os mé-

dicos acreditam que este documento os

resguarda completamente de acusações

relacionadas às complicações clínicas. Já

os pacientes, desconfiam sobre a seguran-

ça dos atos do profissional, uma vez que o

TCLE expõe os riscos de insucesso do tra-

tamento, aparentando que o profissional

pretende se isentar de suas responsabili-

dades. Segundo o ortopedista e trauma-

tologista Saulo Gomes, alguns deixam

de fazer o TCLE por receio do paciente

não realizar as intervenções necessárias.

“Como nesses documentos estão listadas

as possíveis consequências de uma cirur-

gia, por exemplo, muitas pessoas acabam

desistindo por medo”, conta.

Contudo, o termo de consentimento

não deve ser avaliado como uma isenção

de erros, mas sim uma divisão de respon-

sabilidades da escolha do tratamento fei-

ta pelo médico e pelo paciente, deixan-

do claro a todos os possíveis resultados,

agradáveis ou não. Cabe ressaltar que,

em casos extremos, onde se necessite uma

intervenção médica urgente, o TCLE é dis-

pensável e, portanto, não se configura um

crime, segundo o Código Penal.

Ginecologista e advogado Fernando Sérgio Martins: “O médico não deve privar o paciente da informação”

São Paulo, com 44.690, e Rio de Janei-

ro, 25.234. Já em menor escala estão

os tribunais de Justiça do Ceará, com

8.344, Minas Gerais, 7.915 e do Tribu-

nal Regional Federal da 4ª região, que

compreende os estados de Rio Grande

do Sul, Paraná, e Santa Catarina, so-

mando 8.152 ações.

As informações fazem parte de um

estudo realizado pelo Fórum Nacional

do Judiciário para a Saúde, que tem a

proposta de contribuir para a formu-

lação de novas políticas públicas para

o setor, de forma a permitir a resolu-

ção destes conflitos judiciais da melhor

forma possível.

Processos aumentam no setor de saúde

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ACondromalácia é um dos termos da literatura médica que

apresenta maior confusão e distorção de seu significado,

mesmo entre profissionais que cuidam de doenças específi-

cas da cartilagem. A patologia refere-se especificamente ao processo

degenerativo que determina o amolecimento da cartilagem hialina de

revestimento. Portanto, em última análise, trata-se da manifestação

histopatológica das alterações cartilaginosas que podem ocorrer por

diversas causas, em qualquer articulação.

Durante muito tempo e mesmo nos dias atuais, o termo condro-

malácia é utilizado inapropriadamente como sinônimo de dor ou des-

conforto na região anterior dos joelhos; e confunde-se com a própria

síndrome dolorosa patelo femoral, entidade complexa que se manifesta

por dor na região anterior do joelho, sendo a alteração cartilaginosa um

dos componentes envolvidos em sua manifestação.

A cartilagem articular é composta por quatro camadas celulares

de graus sucessivos de maturação, a partir do tecido ósseo subjacente,

imersas em grande quantidade de matriz extracelular abundantemen-

te hidratada. Tem a particularidade de ser avascular e aneural, sendo

suas células nutridas pela pressão e osmolaridade do líquido sinovial.

Por suas características histológicas, desempenha importante função

de transmissão e absorção de cargas, bem como a de propiciar o mo-

vimento articular com o mínimo atrito entre as superfícies. Alterações

fisicas e químicas que alterem as características da cartilagem – cau-

sando amolecimento, fibrilação ou erosão em profundidades variadas

– configuram o que se cunha como condromalácia.

Na sequência deste artigo, o enfoque será centrado na dor anterior

do joelho – comumente associada à degeneração cartilaginosa ante-

riormente descrita –, seja ela troclear ou patelar. A cartilagem patelar é

a mais espessa do corpo humano. Essa espessura é variável e pode che-

gar a sete milímetros em adultos jovens, sendo que sua conformação e

espessura não acompanha os limites ósseos da patela. Daí, presume-se

que a avaliação radiográfica da articulação patelo femoral pode causar

impressões inverídicas ao observador em termos de posicionamento da

patela na tróclea.

Por ser um osso sesamóide sujeito a forças de direções e magnitudes

diversas pelos componentes do quadríceps proximalmente e estar fixa

à tuberosidade da tíbia distalmente, a cinemática patelar é dependente

da resultante das forças e do equilíbrio muscular. Também a muscu-

latura posterior dos membros inferiores (cadeias posteriores) tem pa-

pel importante na biomecânica patelar ao provocarem uma força de

compressão da patela contra a tróclea, de acordo com o seu grau de

elasticidade (alongamento), e conforme o angulo de flexão do joelho.

Diante do exposto, é compreensível que o desequilíbrio muscular

provoque um movimento anormal da patela em seu leito troclear; e

que esse deslocamento, repetidamente fora do curso habitual, cause

alterações no tecido cartilaginoso.

Há vários fatores que contribuem para a alteração biomecânica e con-

sequente prejuízo nutricional da patela: no sexo feminino o padrão de

ativação neuromuscular do quadríceps é sobremaneira mais lento do que

no sexo masculino; alterações do alinhamento dos membros, representa-

da pela elevação do angulo “Q”, associa-se ao encurtamento dos múscu-

los e fáscias laterais e a um predomínio de atuação do vasto lateral sobre

A condRomALáciA

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o medial; alterações que levem a instabilidade patelar, potencial ou ob-

jetiva – como a patela alta e as displasias trocleares –, desvios rotacionais

(aumento da anteversão femoral e torção tibial externa) e traumatismos.

A condromalácia se classifica, segundo Outerbridge (com modifi-

cação por Goodfellow), de grau I a IV, conforme a profundidade do

acometimento. No grau I, há apenas um amolecimento da cartilagem,

sem descontinuidade. O grau II caracteriza-se por fibrilações superficiais

que, aprofundando-se e extendendo-se na forma de fissuras profundas

– que não acometem ao osso subcondral –, configuram o grau III. Já a

condromalácia grau IV é a lesão mais profunda com exposição óssea.

Sendo a cartilagem desprovida de inervação, a dor que pode estar

associada aos achados de condromalácia se justifica pela sobrecarga ao

osso subcondral e pela sinovite reacional aos fragmentos condrais, irri-

tativos à membrana sinovial. Condromalácia dos graus I e II raramente

se associam com nexo de causa à dor anterior nos joelhos. Lesões dos

graus III e IV mais frequentemente podem justificar dor.

A clínica se caracteriza por dor na região anterior do joelho – exa-

cerbada ao permanecer prolongadamente com o mesmo flexionado

(sinal do cinema) e para subir e descer escadas. A dor pode ser alivia-

da com a mudança de posição ou interrupção da atividade. Em fases

iniciais a presença de derrame articular é incomum. No exame físico,

deve-se pesquisar as alterações do alinhamento mecânico, hipotrofia

muscular, sinais clínicos de instabilidade e o movimento (tracking) pa-

telar. É frequente a percepção de crepitação retropatelar podendo-se

reproduzir a dor pela palpação dos rebordos patelares.

O diagnóstico se firma pela exclusão de outras causas de dor ante-

rior (Osgood Schlatter, Sinding Larsen Johansen, tendinites, patela bi-

partida, tumores, plica medial hipertrófica, fratura por estresse, bursite

pré-patelar, distrofia simpática reflexa, iatrogenia por cirurgias prévias,

sind. de Hoffa, entre outras) e mediante a complementação propedêu-

tica por meio de exames complementares, principalmente as radiogra-

fias. Tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética

podem estar indicadas caso a evolução clínica não seja satisfatória.

O pilar do tratamento da síndrome dolorosa patelo femoral (con-

dromalácia) é a readequação e o reequilíbrio muscular fundamenta-

dos em treino de coordenação da ativação muscular; alongamentos de

cadeias encurtadas; exercícios de cadeia cinética fechada progredindo

para cadeia cinética aberta – com ênfase no trabalho excêntrico de

quadríceps; mobilização patelar e propriocepção. O tratamento não ci-

rúrgico deve ser perseguido insistentemente. Associam-se medicações

sintomáticas e modificação das atividades.

A cirurgia é excepcional e somente se justifica quando houver alte-

ração anatômica ou biomecânica que justifique a refratrariedade ao tra-

tamento conservador. Uma vez elegido, o tratamento cirúrgico deve ser

direcionado ao tratamento da causa da lesão cartilaginosa e não apenas

à abordagem direta da lesão. Entre eles estão os procedimentos de re-

alinhamento do aparelho extensor em sua diversidade e osteotomias.

Para a abordagem da lesão condral, propriamente dita, várias técnicas

são estudadas, mas nenhuma ainda se configura como padrão ouro de

tratamento: abrasão artroscópico; drilling; microfraturas; mosaicoplastia

(enxerto osteocondral autólogo); transplante autólogo de condrócitos;

e, mais recentemente, considerações sobre a utilização de plasma rico

em plaquetas e fatores de crescimento, ainda em fase de estudos.

Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho

[email protected]

Dr. Giovanni César Xavier Grossi

Artigo SBOT-ES

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Alta afinidade com o tecido inflamado6,7

Indicações: lombalgia, osteoartrite, artrite2,5 reumatoide, pós-operatório, dores aguda e crônica

2,5Posologia cômoda: 1 comprimido a cada 12 horas

1-6Xefo® possui meia vida curta 3 a 4 horas

Potente analgésico e anti-inflamatório cominibição balanceada entre Cox-1 e Cox-2 1-3

A DOR NÃO PODE ESPERAR

LANÇAMENTO

A evolução dos oxicams 1,4

Xefo®- lornoxicam – Apresentações - Comprimidos revestidos de 8 mg. Via Oral. Uso Adulto Acima De 18 Anos. Composição: Xefo® 8 mg Cada comprimido revestido contém lornoxicam 8 mg. Excipientes: estearato de magnésio, povidona, croscarmelose sódica, álcool isopropílico, celulose microcristalina, lactose monoidratada, macrogol, dióxido de titânio, talco, hipromelose e água. Indicações: Xefo® é destinado para: tratamento da dor associada com lombo ciatalgia aguda, tratamento da dor pós cirurgia dental, tratamento sintomático da dor e inflamação na osteoartrite, tratamento sintomático da dor e inflamação na artrite reumatóide. Contra-Indicações Hipersensibilidade ao lornoxicam ou a qualquer um de seus componentes; Trombocitopenia; Hipersensibilidade (sintomas como asma, rinite, angioedema ou urticária) a outros medicamentos antiinflamatórios não esteróides, incluindo o ácido acetilsalicílico; Insuficiência cardíaca severa; Hemorragia gastrintestinal, hemorragia cerebrovascular e outras doenças hemorrágicas; História de hemorragia gastrintestinal ou perfuração, referente à terapia anterior com medicamentos antiinflamatórios não esteróides; Úlcera peptídica/ hemorragia ativa ou com história de úlcera peptídica/ hemorragia recorrente (dois ou mais episódios distintos de ulceração ou sangramentos comprovados); Insuficiência hepática grave; Insuficiência renal grave (creatinina sérica > 700 mol/L); o terceiro trimestre de gravidez. Advertências E Precauções: Para as seguintes doenças, Xefo® somente deverá ser administrado após cuidadosa avaliação do risco-benefício. Insuficiência renal. A função renal deve ser monitorada em pacientes submetidos a grandes cirurgias, com insuficiência cardíaca, recebendo tratamento com diuréticos, recebendo tratamento concomitante com medicamentos que são suspeitos ou conhecidamente capazes de causar danos ao rim. Pacientes com doença de coagulação do sangue. Insuficiência hepática Pacientes idosos com mais de 65 anos: é recomendado o monitoramento das funções renais e hepáticas. É aconselhado precaução em pacientes idosos após cirurgia. O uso de lornoxicam concomitante com medicamentos antiinflamatórios não esteróides, incluindo inibidores seletivos da 2-cicloxigenase, deve ser evitado. Hemorragia gastrintestinal, ulceração e perfuração. Pacientes com história de toxicidade gastrintestinal, particularmente quando idosos, devem reportar qualquer sintoma abdominal não usual (especialmente sangramento gastrintestinal) particularmente no estágio inicial do tratamento. AINEs devem ser dados com cuidado em pacientes com história de doenças gastrintestinais (colite ulcerativa, doença de Crohn) porque suas condições podem ser exacerbadas (ver efeitos adversos). É necessária precaução em pacientes com história de hipertensão e / ou insuficiência cardíaca, porque retenção de líquidos e edema foram relatados em associação com a terapia de AINE. Gravidez Categoria de risco na gravidez: C. Lactação: AINEs devem, se possível, ser evitado durante a amamentação. Posologia E Modo De Usar: Para todos os pacientes um sistema de dosagem apropriada deve ser baseada na resposta individual ao tratamento. O Xefo 8 mg comprimido revestido oral deve ser ingerido com um copo de água, e tomado preferencialmente durante ou após as refeições. Tratamento da dor associada com lombo ciatalgia aguda e dor pós cirurgia dental: 8 mg a 16 mg por dia dividido em 2 ou 3 doses. A dose diária máxima recomendada é 16 mg. Artrite reumatóide e osteoartrite: A dose inicial recomendada é de 12 mg de lornoxicam por dia, dividido em 3 doses. A dose de manutenção não deve exceder 16 mg ao dia. Informação adicional para grupos especiais: Crianças e adolescentes Não é recomendado o uso de lornoxicam em crianças e adolescentes abaixo de 18 anos devido à falta de dados de segurança e eficácia. Idosos: Não é necessária uma dose especial para pacientes idosos acima de 65 anos. Insuficiência renal: Para pacientes com leve a moderada insuficiência renal a máxima dose diária recomendada é 12 mg, dividido em 3 vezes. Insuficiência hepática: Para pacientes com moderada insuficiência hepática a máxima dose diária recomendada é 12 mg, dividido em 3 doses. Reações Adversas: Os eventos adversos mais frequentemente observados de AINEs são de natureza gastrintestinal. Úlceras pépticas, perfuração ou hemorragia gastrointestinal, por vezes fatais, particularmente nos idosos, podem ocorrer. Náuseas, vômitos, diarréia, flatulência, obstipação, dispepsia, dor abdominal, melena, hematêmese, estomatite ulcerativa, exacerbação da colite e doença de Crohn foram relatados após a administração de AINEs. Menos freqüentemente, a gastrite tem sido observada. Pancreatite foi relatada muito raramente. Aproximadamente 21% dos pacientes tratados com lornoxicam reportaram eventos adversos avaliados como, pelo menos, possivelmente relacionados com o tratamento com lornoxicam em estudos clínicos controlados. Os efeitos adversos mais frequentes do lornoxicam incluem náuseas, dispepsia, indigestão, dor abdominal, vômito e diarréia. Estes sintomas ocorreram geralmente em menos de 10% dos pacientes em estudos disponíveis. Reações de hipersensibilidade foram relatadas após o tratamento com AINEs. Estes podem consistir em (a) reações alérgicas não-específicas e anafilaxia (b) reatividade das vias respiratórias incluindo asma, agravamento da asma, broncoespasmo e dispnéia, ou (c), variadas doenças de pele, incluindo erupções cutâneas de vários tipos, prurido, urticária, púrpura, angiodema e, mais raramente, dermatoses e bolhas (incluindo necrólise epidérmica e eritema multiforme). Edema, hipertensão e insuficiência cardíaca, têm sido relatados em associação ao tratamento com AINE. Registro MS – 1.0974.0216.MAIO 2010

Contraindicação: Hipersensibilidade ao lornoxicam ou a qualquer um de seus componentes; Interações Medicamentosas: Administração concomitante de Xefo e outros analgésicos incluindo os inibidores seletivos 2 cicloxigenase: evitar o uso concomitante de 2 ou mais anti-inflamatórios não esteroidais (incluindo a aspirina) porque isto pode aumentar o risco de efeitos adversos.Referências Bibliográficas: 1 – Radhofer-Welte S, Lornoxicam, a new potent NSAID with and improved tolerability profile. Drugs of today 2000, 36(1):55-76. 2 – Balfour JÁ, et al. Lornoxicam: a review of its phamacology and therapeutic potential in the management of painful and inflammatory conditions. Drugs 1996; 51(4):639-57. 3 – Berg J, et al. The analgesic NSAID lornoxicam inhibits cyclooxygenase (COX)-1/2, inducible nitric oxide synthase (iNOS), and the formation of interleukin (IL)-6 in vitro. Inflamm res. 1999;48:369-79. 4 – Cooper SA, et al. Lornoxicam: Analgesic Efficacy and Safety of a New Oxicam Derivative. Advances in Therapy. 1996;13(1): 67-77. 5 – Bula do produto. 6 – Monografia do produto. 7 – Bröll,Hans, et al. Lornoxicam: expert statement. CliniCum, November 2004 (Special edition).

Informações adicionais disponíveis à classe médica mediante solicitação.�0

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Page 21: A medicinA em boA foRmA - SBOT-ESsbotes.org.br/wp-content/uploads/2011/05/sbotes_edicao_12.pdf · 4 Carta do Presidente 16 Artigo 14 Matéria Especial 5 Raio X 8 Dicas SBOT-ES 6 Entrevista

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