a matemática da beleza
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Contribuição Professora Loezi FerronatoTRANSCRIPT
A Matemática da beleza
Professora Loezi FerronatoProfessora Loezi FerronatoNEEJANEEJA
Caxias do Sul-RSCaxias do Sul-RS
Professora Loezi FerronatoProfessora Loezi Ferronato
O que conchas de caracóis, galáxias, furacões, os chifres de um
bode e a curva do seu lábio superior têm em comum? Todos
seguem a mesma curva fundamental, a espiral logarítmica. Não,
seus lábios não são uma espiral, mas parte dela.
Todas essas formas, além de revelarem uma elegância única,
atestam também uma unidade nos processos criativos que
existem no mundo natural. No caso da espiral, ela surge quando
a parte externa de um objeto cresce mais rapidamente do que a
interna.
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Observar e apreciar a beleza das espirais equivalem a olhar para o
mundo com os olhos de um artista e de um matemático ao mesmo
tempo. Por trás dessas e muitas outras formas, existe um número
mágico, a chamada seção áurea ou proporção divina, 1,618.
O número aparece na famosa série de Fibonacci, o italiano que em
1202 escreveu um manual de matemática chamado "Livro do
Ábaco". Nele, Fibonacci examinou a série de números obtidos ao
somarmos os dois anteriores: 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89,
144...
Quando dividimos um número pelo seu antecessor, a série
converge para a seção áurea. Por exemplo, 34/21 = 1,6190..., e
144/89 = 1,61798... Aliás, é essa a razão aproximada da sua altura
e da altura do seu umbigo até o chão.
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A sessão áurea define as proporções do retângulo áureo (o lado maior
1,618 vez maior do que o menor). A espiral logarítmica cabe dentro
desse retângulo áureo.
Deles surge também o triângulo áureo, um triângulo isósceles (dois
lados iguais) com ângulos de 72-36-72. Essas formas aparecem e
reaparecem na natureza e na organização espacial de inúmeras obras
de arte. Por exemplo, a Mona Lisa, talvez o quadro mais famoso do
mundo, pintado por Leonardo da Vinci e terminado em 1507, respeita
várias proporções áureas: a cabeça e o torso da modelo cabem num
retângulo áureo e seu corpo e cabeça, num triângulo áureo.
Seu olho esquerdo divide o quadro ao meio, dando-lhe a dimensão
psicológica que o tornou imortal.
Acabo de ler o livro "Math and the Mona Lisa" (A Matemática e a Mona
Lisa) do físico e ilustrador Bülent Atalay. O livro sairá em breve no
Brasil pela editora .
Jovem. Nele, o autor explora uma pergunta essencial, usando
Da Vinci como inspiração: Até que ponto é possível integrar os
princípios criativos da arte e da ciência?
A escolha de Leonardo não é acidental. Deixando de lado o
furor recente provocado pelo livro "O Código Da Vinci", de Dan
Brown, Leonardo, mais do que qualquer personagem da
história, encarna a união da razão e da sensibilidade artística.
"Olhe para a natureza e deixe-a ser sua mentora", afirmou.
Para Leonardo, a natureza obedece a regras estéticas ditadas
pela matemática, a matemática da beleza.
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Mesmo que não tenha declarado explicitamente que seus quadros e ilustrações
foram criados a partir de proporções baseadas na seção áurea, ela aparece em
várias ocasiões.
Seus projetos tecnológicos, como máquinas voadoras, submarinos, pára-quedas e
catapultas, bem como seus quadros e desenhos anatômicos, são prova de que ele
seguia à risca seu próprio conselho, usando as soluções estéticas encontradas na
natureza para criar suas obras. A construção da beleza segue princípios científicos
que o artista aprende olhando para o mundo.
Para Leonardo da Vinci, ciência e arte eram uma coisa só, um veículo de
expressão cuja função era recriar a beleza das formas naturais. A natureza era
sua grande mestra.
O belo segue princípios que o artista aprende olhando o mundo
Marcelo Gleiser é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover
(EUA) e autor do livro "A Harmonia do Mundo”. Artigo publicado na “Folha de SP”:
Fonte: Jornal da Ciência
Postado por Paulo Donizete Rosa às 01:22
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Marcadores: Beleza, Matemática, Natureza, Números