a massa maio 1992

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São Paulo, maio de 1992. ~~~~~,'G Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Paniíkaçâo, Confeitaria e Afins de São Paulo. Sede em São Paulo, rua Major Diogo, 126 -.: Fones 35-4781 e 37-5373. Em Santo André, travessa São João, 60 - Fone 444-4791. Em São Miguel; aVo Nordestina, 95 - Fone 956-0327. . Diretor-responsável: Francisco Pereira. Jornalista-responsável: Antonio Garfos F. Nunes. Saiu antecipação bimestral de. 25% MAIS GRANA NO, SEU PAGAMENTO DE MAIO No próximo pagamento, você bota mais um pouco de grana no bolso. São 25% sobre a parcela dos salários correspondente até três salários mínimos (Cr$ 690.000,00 hoje). , Quem ganhava mais de três mínimos em março, recebe a importância fixa de Cr$ 172.500,00. Exemplo: se seu salário era . Cr$ 700.000,00, você passa a ganhar Cr$ 872.500,00. Primeira faixa (empresa com até 60 empregados): Cr$ 348.895,801 Segunda faixa (empresa com mais de 60 empregados): Cr$ 375. .474,OQ,.. Por menos desses salários nenhuma empresa do setor~poge!á,-1 contratar novos empregado.s. Uma parte da nossa colônia de férias, em Caraguatatuba, já está quase concluída. Terminamos um bloco da obra, de 14 apartamen- tos, e .loqoeles serão entregues ao uso da categoria. Cresce; as- sim, o patrimônio dos trabalhado- res no setor de panificação e con- feitaria. E sem mendigar recursos ao governo. Esse investimento para nosso lazer foi feito com di- nheiro da cateçorla. REFORMAS DAS SUBSEDES A subsede do Sindicato no ABC vai passar por total reforma. Q. ve- lho prédio está sendo demolido para dar lugar a uma construção nova. Com isso, os companheiros da região terão uma sede mais Demolição em 810. André .Nossa çolônia em Caraguá No- mê$ de merço, a pesquisa do DIEESEISEADE registrou a existência de um milhão e oitenta e sete mil desempregados na Gran- de São Paulo.' Foi um número re- corde na história do desemprego no Brasil. o que ;evela que a teces- são económica está se eprotun- dando. As fábricas reduzem a pro- dução, o comércio vende cada vez menos e a prestação de serviços diminui. E disso a conseqüência mais grave é o aumento do desem- prego. Resultado de ums política desas-. trosa do governo Gol/or, essa re- Cessão precisa acabar para que o País volte a crescer. Só assim será possível se combater o desempre- go, conseguir estabilidade no tra- balho, melhorar os selétiose redu- zir a miséria extrema que atinge mi- lhões. de brasileiros. E a safda para isso é um amplo entendimento nacional. Outros paí- ses superaram crise idêntica atra- vés desse entendimento. Só que . a compreensêo desse entendimen- to n.ã9pode ser o que vai pela cabe- ça deconsiderével parte do empre- sariado e, inclusive, do governo. Ou seja: eles não poderão pensar so- mente no lucro e exigirem de nós mais sacrifícios .. - Ao contrário, terão de se confor- mar com margem de lucro menor e reconhecer-es nossas necessi- . dadesde súbsisténcie. E o governo 'terá oe admitir nossas sugestões na formulaçãq de suas políticas. Havendo isso; -podere ser encon- trada uma' solução conjunta para a sjtuação que, estemos vivendo. Spluç~o, que P!J.ssibilife,"a:retomada >- do desenv'blvimeAto~eéóríómico e o início de uma caminhada para uma melhor distribuição de rique- zas.

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Page 1: A Massa Maio 1992

São Paulo, maio de 1992.

~~~~~,'GSindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Paniíkaçâo, Confeitaria e Afins de São Paulo.Sede em São Paulo, rua Major Diogo, 126 -.: Fones 35-4781 e 37-5373. Em Santo André, travessa

São João, 60 - Fone 444-4791. Em São Miguel; aVoNordestina, 95 - Fone 956-0327. .Diretor-responsável: Francisco Pereira. Jornalista-responsável: Antonio Garfos F. Nunes.

Saiu antecipação bimestral de. 25%

MAIS GRANA NO, SEUPAGAMENTO DE MAIO

No próximo pagamento, você bota mais um pouco de granano bolso. São 25% sobre a parcela dos salários correspondenteaté três salários mínimos (Cr$ 690.000,00 hoje)., Quem ganhava mais de três mínimos em março, recebe a

importância fixa de Cr$ 172.500,00. Exemplo: se seu salário era .Cr$ 700.000,00, você passa a ganhar Cr$ 872.500,00.

Primeira faixa (empresa com até 60 empregados): Cr$ 348.895,801Segunda faixa (empresa com mais de 60 empregados): Cr$ 375..474,OQ,..Por menos desses salários nenhuma empresa do setor~poge!á,-1

contratar novos empregado.s.

Uma parte da nossa colônia deférias, em Caraguatatuba, já estáquase concluída. Terminamos umbloco da obra, de 14 apartamen-tos, e .loqoeles serão entreguesao uso da categoria. Cresce; as-sim, o patrimônio dos trabalhado-res no setor de panificação e con-feitaria. E sem mendigar recursosao governo. Esse investimentopara nosso lazer foi feito com di-nheiro da cateçorla.

REFORMAS DAS SUBSEDESA subsede do Sindicato no ABC

vai passar por total reforma. Q. ve-lho prédio está sendo demolidopara dar lugar a uma construçãonova. Com isso, os companheirosda região terão uma sede mais Demolição em 810. André .Nossa çolônia em Caraguá

No- mê$ de merço, a pesquisa·do DIEESEISEADE registrou aexistência de um milhão e oitenta·e sete mil desempregados na Gran-de São Paulo.' Foi um número re-corde na história do desempregono Brasil. o que ;evela que a teces-são económica está se eprotun-dando. As fábricas reduzem a pro-dução, o comércio vende cada vezmenos e a prestação de serviçosdiminui. E disso a conseqüênciamais grave é o aumento do desem-prego.

Resultado de ums política desas-.·trosa do governo Gol/or, essa re-Cessão precisa acabar para que oPaís volte a crescer. Só assim serápossível se combater o desempre-go, conseguir estabilidade no tra-balho, melhorar os selétiose redu-zir a miséria extrema que atinge mi-lhões. de brasileiros.

E a safda para isso é um amplo·entendimento nacional. Outros paí-ses superaram crise idêntica atra-vés desse entendimento. Só que .a compreensêo desse entendimen-to n.ã9pode ser o que vaipela cabe-ça deconsiderével parte do empre-sariado e, inclusive, do governo. Ouseja: eles não poderão pensar so-mente no lucro e exigirem de nósmais sacrifícios ..- Ao contrário, terão de se confor-

mar com margem de lucro menore reconhecer-es nossas necessi-

. dadesde súbsisténcie. E o governo'terá oe admitir nossas sugestõesna formulaçãq de suas políticas.Havendo isso; -podere ser encon-trada uma' solução conjunta paraa sjtuação que, estemos vivendo.Spluç~o,·que P!J.ssibilife,"a:retomada >-

do desenv'blvimeAto~eéóríómico eo início de uma caminhada parauma melhor distribuição de rique-zas.

Page 2: A Massa Maio 1992

I

. . ~ . ...'.

Situação dos padeiros em' 1O peíses ,. .

Sindicalistas de 10 países discutem o que fazer para, melhorara situação dospadelros.

Um Encontro Internacional ções de trabalho subordinam-de Trabalhadores da, se a normas socialistas, .nos

Indústria de Alimentação" demals.pataes a exploraçãorealizado em's, Paúlo entre dos tr'ab~hildorf3sébrutal e de-

6.e 1,0de abril ültlmo;" sumana:;lA falta de registro, amostrou que aexpI9raçãÕ"' .exploraçâojperversa do traba-patronal é igual em vários ' 'lho do menor, as péssimas con-

, países. diçóes de segurança e higienesão as mesmas que se consta-

OEncontro foi iniciativa,da .

, União Internacional Sin-.dical (UIS) e foi orçani- '

zado sob a responsabilidadedo nosso 'Sindicato, que o se-diou. Além da delegação brasi-leira, se fizeram presentes re·presentações dos trabalhado-

. res em alimentação (incluindoo pessoal depanlfícaçãoe COA,feitaria) dos seguintes paísesColumbia, Venezuela, Cuba.Nicarágua, Panamá, República,Dominicana, Uruguai, Peru,México e Bulgária, num total de14 organizações sindicais.

Durante os debates ficou., mostrado que, com exceção deCuba e Bulgária, onde asrela-

- ----y--- ..../'-7

tam aqui.No final do Encontro, foi pro-

posto que .as organizações sln-, dlcais participantes promovam-

ampla .carnpanhsde sindicali-zação , seguida de um movi-mento de condenação-à expio"ração do menor, à discrimina-ção da mulher no mercado de. .

trabalho e à situação dos pa- .deiros .e confeiteiros' demodogeral. 6documento apr.ovadocontendo as 'resoluções e de-núncias foi encaminhado à Or-ganizaçãolnternacional, do,Trabalho (OII), que zela pelocumprimento das normas dotrabalho em âmbito mundial.

Lições da História para- você..-•...-~..,.;..-~

-.:rksaber ü qúéé:capiloíismo: .'f'~:~VPobres ficam maispobresTrabalhando para os ricoso capitalismo, esse regime 1983 para 37% atualmente.

social dominante no mundo há, Enquanto isso, os 90% maiscentenas de anos, não .resol- pobres - a maioria da popula-veu e está longe de resolver ção, incluin~o 32 milhões ~~os problemas da sociedade. negros, - tiveram sua particl-

. EXemplo"disso é -O que,Qcor.re ,'pação,;n§irenqa dimmulda. G~,atualmente nos países mais 33% em 1'983 para 32%· emdesenvolvidos, onde as pes,'1991. Conclusão: em 10 anos,

, quisas acusam crescimento da os ricos ficaram mais ricos e, miséria e do desemprego. Tu- os pobres ficaram mais pobres.

do porque as tecnoloqias que, Mas ninguém deve se sur-esse regime cria são colocadas 'preender com isso. Pois o prín-a serviço de uma reduzida mio cípio do capitalismo é exata-noria, aumentando a pobreza mente esse: Sua lei de susten-dos que vendem ao capitalismo tação é o lucro; que só podea sua força de trabalho. ser obtido a partir da explora-

ção dó trabalho alheio. E quan-Nos Estados Unidos, urna do esse regime entra em crise,

superpotência capitalista, exis- como' atualmente ocorre emte hoje récessão e o desem· vários países, os trabalhadoresprego atinge 'cerca de' 10 mio são os mais sacrificados. ElesIhões de pessoas. Entretanto, perdem o emprego, sua misé·um por cento de sua população, ' ria aumenta, enquanto os em-- os donos das fábricas, dos presários simplesmente dei-bancos, comércio, etc. .:...teve xam de investir e guardam seusua 'participação na. renda na- dinheiro para aplicar em tem·'clonal aumentadade 31% em pos melhores. '

~.·1.