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Á G••• 11.• G••• A:. D... U...
A.'•R;.L•••S•'• "DEUS E FRATERNIDADE" N° 51 FILIADA A GRANDE LOJA MAÇÔNICA DO ESTADO DA BANIA - GLEB
Fundada em 12 de agosto de 1952 e Instalada em 19 de maio de 1954
De Utilidade Pública Municipal — Lei 451 de 06111/1987. De Utilidade Pública Estadual Lei
Cruz das Almas, 31 de janeiro de 2019
Cópia "ipses litteris" do Trabalho do Ir.: Maurilo Humberto - Or.: de Porto Ferreira - SP, publicado na Revista 'A TROLHA", n° 385, do mês de novembro de 2018.
Digitado pelo Ir.: Ranulpho Augusto de Almeida Martins, M.:M.:
A MAÇONARIA E AS RELIGIÕES, SEUS CONFLITOS E CONVERGÊNCIAS
- UM JOGO DE PODER -
A Maçonaria foi e ainda é perseguida pelos governos
totalitários e diversas ordens religiosas. É acusada de subversão à ordem pública e
o culto ao demônio. O antimaçonismo é antigo, singular e fantasioso e há muito
tempo é público
Na história surgiram poderosos detratores da Ordem
maçônica, imbuídos de preconceitos dissimulados, aproveitando-se do nível de
ignorância e crendices, como meio de gerar adeptos às suas inverdades, um
método antigo, mas que infelizmente ainda existe.
Sustentam os anti-Maçons religiosos, que a tolerância
religiosa é incompatível com a respectiva doutrina. Outros, sob a alegação de
combate ao "culto às imagens", acusam a Maçonaria de culto a símbolos
demoníacos.
Mas o pano de fundo do antimaçonismo religioso surge com o
anglicanismo. Henrique VIII, Rei da Inglaterra, desobedece ao papa e divorcia-se
de sua primeira mulher, casando-se com Ana Bolena, sendo então excomungado.
Em 1584, numa disputa de poder com o Papa, o Parlamento inglês aprova o Ato
de Supremacia, que colocou a Igreja sob a autoridade real: nascia assim a igreja
anglicana.
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A Maçonaria Especulativa sempre foi aceita pelo catolicismo,
tanto é que eram os Maçons operativos quem construíam as antiga Igrejas e Catedrais, sendo adornadas com inúmeros símbolos maçônicos.
Mas tarde, da iniciativa dos pastores protestantes ingleses
James Anderson e J. T. Desaguliers surge a Grande Loja da Inglaterra. Em 1723,
Anderson elabora a primeira Constituição maçônica. Criava-se um sistema de
regularidade para a maçonaria e só quem fosse reconhecido pela Grande Loja da
Inglaterra poderia ser considerado Maçom regular. Para tanto era preciso ter como principio, dentre outros, a tolerância religiosa.
Por isso mesmo, o conflito entre anglicanos e católicos, num
movimento de contrarreforma da Igreja Católica, fez com que a intolerância religiosa transpirasse para a Maçonaria.
Vinte e um ano após 1717, em 28 de setembro de 1738, ano
em que se considera o início da Maçonaria moderna, o Papa Clemente XII,
nascido em Florença, promulgou em sua bula apostólica In Eminenti Apostolatus Specula, a primeira de uma série de condenações pontifícias da Maçonaria, pondo
os Maçons sob a suspeita de heresia, e para o que mandava aos Ordinários locais
e aos Inquisidores que castigassem os transgressores com penas proporcionadas
tanquam de haeresi vehementer suspectus (tanto quanto forem suspeitos e heresia). Em seu estudo, Benimeli nos esclarece que a Bula In Eminenti, assinada por Clemente XII, foi na verdade uma articulação daqueles que estavam a sua
volta, sob o comando do Cardeal Néri Corsini Sobrinho, assessor e braço direito
do Papa. Antes, em 1737, o Cardeal Fleury, primeiro ministro de Luiz XV, proibiu
toda a reunião secreta e, especialmente a qualquer que fosse a denominação,
sobretudo a chamada dos Maçons Livres. Dois anos antes, em 1735, na Holanda,
idêntica proibição foi emanada, cujo exemplo parece ter seguido por muitos outros governos da Europa.
A partir desta palavra oficial da Igreja, foi proibido aos
católicos pertencer à Maçonaria. Desde então, as condenações se sucederam
ininterruptamente; Pio VII, Leão XII, Pio IX, que publicou 8 encíclicas ou alocuções
contra a Maçonaria, Leão XIII e várias outras condenações relembradas por Gasparri nas notas em seu Cordex Juris Canonici.
Este documento, In Eminenti é obscuro e em seu arrazoado, porém, com a bula: Romanorum Pontificium, promulgada pelo Papa Bento XIV em 18 de maio de 1751, enumeram-se suas razões para a condenação:
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1 — A primeira é que nas atuais sociedades e assembleias
secretas estão filiados indistintamente homens de todos os credos, daí ser
evidente a resultante de um grande perigo para a pureza da religião católica;
2 — A segunda é a obrigação estrita do segredo indevassável, pelo qual se oculta tudo que se passa nas assembleias secretas;
3 — A terceira é o juramento pelo qual se comprometem a
guarda inviolável segredo, como se fosse permitido a qualquer um apoiar-se numa
promessa e juramento com o fito de furtar-se a prestar declarações ao legítimo poder...;
4 — A quarta é que tais sociedades são reconhecidamente
contrárias às sanções civis e canônicos ...;
5 — A quinta é que em muitos países as ditas sociedades e
agremiações foram proscritas e eliminadas por leis de príncipes regulares;
6 — A sexta é que as tais sociedades e agremiações são
reprovadas por homens prudentes e honestos ...
A questão se agravou com o movimento da Reunificação da
Itália (período que foi de 1848-1870). O governo italiano estava fragmentado e
dividido entre bispos católicos, que eram proprietários de grandes extensões de
terras. Esse governo se via envolvido em escândalos e corrupção, e se sustentava
explorando o misticismo medieval e no fundamentalismo religioso.
Excetuando-se o segredo, cuja natureza e conteúdo nada
dizem as bulas, não parece existir nada de verdadeiramente grave capaz de
justificar a pena de excomunhão, a não ser o problema da Maçonaria albergar em
seu seio, homens de todos os credos, e o contato com o movimento iluminista.
Aproveitando-se do segredo e sigilo maçônico, reunindo-se
em segredo nas Lojas Maçônicas, coordenou-se uma verdadeira revolução que
retomou as propriedades das mãos da Igreja, destacando-se dentre eles Guiseppe
Garibaldi, que dedicou sua vida à luta contra a tirania.
Esse episódio despertou o ódio do clero católico contra a
Maçonaria, a ponto do papa Leão XIII (1846) redigir a encíclica Humanum Genus, dizendo:
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"a Igreja católica e a Maçonaria são como dois
reinos em guerra" e que "a finalidade da Maçonaria é destruir toda
ordem religiosa e política do mundo inspirada pelos ensinamentos
cristãos e substitui-Ias por uma nova ordem de acordo com suas
ideias", estimulando "o sincretismo religioso, isto é, a mistura das mais diferentes crenças".
De Pio IX a Leão XII há nada menos que 350 interferências
papais contra a Maçonaria, vendo na instituição conspirações contra a Igreja e os
regimes monárquicos. Lembremo-nos que a aliança entre o trono e o altar era
uma realidade concreta da manutenção do poder monocrático.
É mister registrar que o Iluminismo influenciou e influencia o
pensamento maçônico, cujo sentido mais amplo de pensamento em contínuo
progresso sempre perseguiu o objetivo de acabar com o medo dos homens e torná-los sem hores e si — tem coragem de servi-te de tua própria inteligência. Sendo uma filosofia otimista, "algum dia, tudo será melhor — eis nossa esperança", dizia Voltaire. Sua razão é a razão de Locke e de Newton, sendo uma
razão independente das verdades da revelação religiosa e que não conhece as
verdades inatas das filosofias racionalistas, e que se limita e é controlada pela experiência.
No Brasil, as ideias iluministas sofreram um atraso na
recepção das ideias maçônicas por conta dos portugueses porque somente no
final do século XVIII, com a reforma pombalina, a Universidade de Coimbra deixou
para trás a filosofia cristão e a escolástica como base da formação das gerações
de intelectuais, dentre eles vários brasileiros, diferentemente do que ocorreu em
outros países europeus. As sociedades secretas, dentre elas a Maçonaria,
somente se consolidaram e passaram a exerce movimentos liberais no início do século XIX.
A Luta entre a Igreja Católica e a Maçonaria do Brasil tornou-
se acesa em virtude de um incidente ocorrido em 1872 no Rio de Janeiro. Naquela
época, e apesar das diversas condenações da Maçonaria pelos Papas, havia
muitos padres que pertenciam a Lojas maçônicas. Também muitos homens notáveis da época eram Maçons.
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Em março, pouco antes de D. Vital ser eleito bispo de Olinda,
houve uma festa da Maçonaria que comemorava a Lei do Ventre Livre, obtida
pelo então principal Ministro do Imperador, Presidente do Conselho (Chefe de
Governo), o Visconde de Rio Branco, pai do Barão do Rio Branco, homem
realmente capaz, de notável inteligência e também grau 33 da Loja maçônica da
Rua do Lavradio. Um dos oradores da festa foi um padre, chamado Almeida Martins.
O bispo do Rio, D. Pedro Maria de Lacerda, escandalizado,
chamou o Padre Martins em particular para ponderar-lhe que ele não podia ser
padre Maçom ao mesmo tempo. O Padre recusou atender a qualquer
ponderação. O Bispo suspendeu-o de ordens. A Maçonaria considerou-se atingida
e fez uma grande assembleia que foi presidida pelo Chefe do Governo, Visconde
do Rio Branco. Decidiram então iniciar uma grande campanha contra a Igreja e a
essa campanha uniram-se os Maçons de uma ala dissidente. Coletaram fundos e
começaram os ataques. Fundaram inúmeros jornais para a campanha: no Rio, o
jornal "A Família"; em São Paulo, o "Correio Paulistano"; em Porto Alegre, "O
Maçom"; no Pará, "O Pelicano"; no Ceará, "A Fraternidade"; no Rio Grande do
Norte, "A Luz"; em Alagoas, "O Labarunn" e em Recife, dois jornais, "A Família
Universal" e "A Verdade".
Em maio de 1872, com apenas 27 anos, D. Vital assumiu a
Diocese em Olinda, sendo recebido com solenidade e tomando posse de seu
cargo na Igreja do Espírito Santo. Logo iniciou campanha contra a Maçonaria, o
que originou a chamada "Questão Religiosa".
Nessa época, a Maçonaria era proibida, pelo Papa, aos
católicos. Todavia no Brasil a Maçonaria atuava normalmente e era seguida pela
maioria das personalidades do Império. D. Vital encontrou na Diocese muitos
padres Maçons e confrarias governadas por Maçons, em cujas mãos estavam as
chaves das igrejas e até do sacrário.
D. Vital, com apoio de D. Antônio Macedo Costa, também
Bispo, de Belém do Pará, iniciou campanha contra a Maçonaria, impondo
restrições às confrarias, cujos membros foram convidados a abandonar a
Maçonaria, ficando suspensos os que não fizessem.
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As Irmandades suspensas por D. Vital apelaram para a Corte.
O bispo foi interpelado, mas negou-se a explicar ao Ministro Visconde do Rio
Branco a razão de seus atos, que considerava de exclusivo domínio da hierarquia da Igreja.
Em 12 de abril do mesmo ano, D. Vital fora intimidado para suspender as proibições feitas, mas o bispo não recuou, continuando no
cumprimento do seu dever. D. Pedro II se encolerizou com a resistência e
convocou o Conselho de Estado. Dos 11 membros do Conselho, só o Visconde de
Abaeté protestou contra as violências que estravam sendo praticadas contra os
bispos. Pela oposição aos religiosos, além dos Maçons militares chefiados pelo
Visconde, colocavam-se Rui Barbosa, Franklin Távora, Saldanha Marinho, Joaquim
Nabuco e outros. No entanto, em todo o país, os católicos despertavam à voz de
protesto de Zacarias de Góis, de Antônio Ferreira Viana, do jurista Cândido
Mendes, de Silveira lobo. De Figueira de Melo, de Tarquínio de Souza e de dezenas de outras figuras marcantes.
Entre os padres havia alguns menos cumpridores de seus
deveres, sobressaindo-se o popular padre Joaquim Francisco de Faria, de Olinda,
que depois de advertido foi suspenso, o que motivou senas de vandalismo por
parte de seus amigos e de arruaceiros, encabeçadas por figuras notáveis do
período liberal. No dia 14 de maio de 1873, a Igreja dos Jesuítas foi invadida e
depredada, ferindo dezenas de fiéis que assistiam as cerimônias.
Os Bispos D. Vital e D. Macedo foram presos e condenados a
quatro anos de prisão e trabalhos forçados, a mando do Imperador, que ainda
enviou um emissário à Roma, o Barão de Penedo, com a finalidade de conseguir
do Papa Pio IX uma condenação para os bispos, não logrando êxito.
Centenas de milhares de assinaturas de protestos chegaram
às mãos do governo provocando a queda do Gabinete do Visconde do Rio Branco.
O Imperador teve dificuldades de encontrar um chefe de gabinete capaz de
superar a crise e teve de ir bater à porta do Duque de Caxias, que só aceitou o
cargo com a condição de que os bispos fossem anistiados, aliviando assim uma
crise mais aguda ainda. Através do Decreto 5.993, de 17 de setembro de 1875, foi
então decretada a anistia, assim colocando um final neste doloroso episódio.
Mais recentemente o Conselho Vaticano II não tocou na
questão da Maçonaria, por isso, tornando-se evidente que as relações entre igreja e Maçonaria tinham mudado bastante.
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Em julho de 1970, autoridades maçônicas e sacerdotes
católicos representando os países de língua alemã, reuniram-se para um diálogo acerca das relações entre a Igreja e a nossa Ordem.
Ao seu término, foi redigido um documento que lamenta que as leis da Igreja condenem os Maçons, enquanto as Grandes Lojas consentem ao católico
tornar-se membro de uma Loja maçônica, sem que por isso a sua fé religiosa sofra dano. Diz ainda: os Maçons não possuem uma comum representação de Deus.
De fato, a Maçonaria não é uma religião e não ensina uma
religião. A Maçonaria adota, sem dogmas, uma atitude ética de vida e para isto
educa mediante símbolos e rituais. Os Maçons prestam homenagem ao princípio
da liberdade de consciência, de fé, de espírito e repelem qualquer
constrangimento que ameace esta liberdade. No entanto, a Conferência Episcopal
Alemã, na célebre declaração de 1980, afirma que esse documento não obteve
autorização eclesiástica. Esta conferência foi constituída por uma comissão que
durou seis anos (74 a 80) analisou a hipótese de católicos pertencerem aos
quadros maçônicos, e detectou um aparente convergência de funções e objetos
comuns à Igreja e à Maçonaria, tais como: a preocupação humanitária de ambas
as entidades; a obra de beneficência; concepção e uso de símbolos; analogia
entre hierarquia eclesiástica e graus da Maçonaria e uma comum oposição contra o materialismo.
Embora estes itens apontem para uma identidade que
poderia permitir um novo relacionamento, foram também apresentados aspectos
de incompatibilidade, tais como: o relativismo e o subjetivismo; o conceito
maçônico de verdade; de religião e de Deus; a ideia maçônica de tolerância: a
prática ritual; o aperfeiçoamento ético do homem e a espiritualidade maçônica.
No Brasil, o pedido de uma revisão de toda a questão do
relacionamento Igreja-Maçonaria partiu de alguns cardeais. D. Avelar Brandão
Vilela fez um gesto que teve enorme repercussão no mundo e causou problemas
com a Cúria Romana. No Natal de 1975, celebrou missa na Grande Loja Liberdade
e, no dia seguinte, escreveu ao Núncio Apostólico justificando sua atitude. Ele
achava que, depois de um diálogo com os Maçons, no qual 90% destes se
declarava católicos praticantes, chegara o momento de tentar um entendimento
real. D. Luciano Cabral Duarte também entabulou, em 1969, um diálogo com a
Loja Maçônica de Aracaju, para a qual fez a proposta de colaboração numa obra
comum em favor dos pobres do NE brasileiro.
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O Cardeal D. Vicente Scherer endereçou à CNBB o pedido de
se estudar a possibilidade de uma mudança de atitude em relação à Maçonaria
brasileira, e o assunto foi debatido na assembleia geral da CNBB em 1974, que
por unanimidade aprovou a seguinte resolução:
A Igreja está disposta a rever sua posição em
relação à Maçonaria. Não pode fazê-lo no momento, porque não
conseguiu obter suficientes dados e informações que lhe dêem
segurança pra rever as normas disciplinares vigentes para os católicos.
No Novo Código Canônico de 1983, desapareceria a excomunhão latae sententiae (sentença automática) contra os Maçons, assim como as proibições de dar-lhes sepultura eclesiásticas, admiti-los como padrinhos
de batismo e crisma, faltando inclusive qualquer referência explícita à Maçonaria.
Assim a imposição da "justa pena" não era mais automática, mas ficava a cargo da
autoridade competente.
No entanto, a Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, a
antiga Inquisição, a mais alta autoridade em questões doutrinárias da Igreja, na
época sob a direção do alemão Cardeal Prefeito Ratzinger, Eleito Papa Bento XVI
no ano de 2005, fez publicar a 26 de novembro de 1983 a seguinte "Declaração
sobre as Associações Maçônicas":
Esta Congregação quer responder que tal
circunstância, a de não ser citada a Maçonaria, é devido a um critério
redacional seguido também quanto às outras associações igualmente
não mencionadas, uma vez que estão compreendidas em categorias
mais amplas.
Permanece, portanto, imutável o parecer negativo
da Igreja a respeito das associações maçônicas, pois seus princípios
foram sempre considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja e por
isso permanece proibida a inscrição nelas. Os fiéis que pertencem às
associações maçônicas estão em estado de pecado grave e não podem
aproximar-se da sagrada comunhão.
Em esclarecimentos oficiosos posteriores a Igreja prolatou:
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Não é por acaso que a Maçonaria se encontra, em
todas as latitudes, duas características do iluminismo: a confiança
absoluta na luta nos poderes infalíveis da razão e da experiência, e no
senso da imensidão da natureza, governada pelas leis férreas do
mecanismo universal, nem sempre favorável ao homem.
Jamais é proposta pelos rituais maçônicos a substituição de
Deus pela razão, mas sim que absolutamente o Maçom busque autoaperfeiçoar-
se pela razão, até mesmo a sua fé, e que fuja da ignorância opressora, da
superstição, do fanatismo e da submissão intelectual, pois estas não são virtudes
de um homem livre que pretenda sua própria evolução e a evolução da
humanidade. Os trabalhos de desbastar e polir a pedra bruta representa o esforço
humano em busca de si mesmo e do aperfeiçoamento de sua vida moral, quando
procura dar ao homem uma nova estrutura, uma amplidão maior de sua visão até
mesmo para melhor compreender e assimilar as verdades propostas por sua religião.
Em assim sendo, fica claro que dois fatos determinaram a
ruptura entre a Igreja e a Maçonaria, dando a origem ao antimaçonismo. O
primeiro foi a disputa política entre o papa e o rei da Inglaterra (século XVIII); o
segundo a disputa de terras entre bispo católicos e italianos (século XIX). Maçons
envolvidos nesses dois episódios determinaram a ruptura entre a Maçonaria e a
Igreja Católica. O Iluminismo serve de pano de fundo para a divergência secular,
mas sem dúvida o diálogo franco entre homens de bem um dia alcançará a
respeitabilidade reciproca do entendimento tão almejado.
A Maçonaria escreve ao Papa Francisco:
"Coloque fim às divisões que atingem nossas relações".
Apresentamos seguir o comunicado de imprensa do
"Sereníssimo Grande Mestre da Grande Loja da Itália" U.m.s.o.i.
(Unione Massonica Stretta Osservanza Iniziatica). Gian Franco Pilloni —
divulgada em seu perfil no fecebook, no qual ele afirma ter escrito uma carta ao Papa Francisco.
Roma, 9 de outubro de 2013 — "Com extrema
comoção e infinita alegria , me dirijo a Vós Santidade, par fazer-Vos
uma humilde requisição a fim de que se trabalhe para pôr fim às
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divisões que atingem as relações entre a Igreja Católica e a Maçonaria,
com a esperança de que finamente possa reinar a justa serenidade
entre as duas partes, colocando fim às divergências que ainda hoje
elevam um muro entre as relações.
Começa com estas palavras a carta enviada pelo Sereníssimo
Grão Mestre da Grande Loja da Itália U.m.s.o.i Gian Franco Pilloni a Sua Santidade, o Papa Francisco.
Um verdadeiro e próprio pedido de paz e de aceitação, que
funda as suas bases sobre valores e princípios comuns às duas realidades.
"1-.4 não somos um componente adversário da
Igreja Católica por Vás Dignamente representada, mas antes pelo
contrário — continua a carta — as nossas estradas são paralelas, de fato,
a pensamos como Vós quanto à totalidade dos problemas que afligem a
sociedade contemporânea. Como Vós, nós trabalhamos para um mundo
de paz e pelo respeito ao ser humano sem distinção alguma e pelo
respeito absoluto por todas as religiões".
Eu termino este estudo entendendo que é da natureza
humana criar monstros onde não existe, o desconhecimento causa perturbação,
que gera as suposições e as teorias conspiratórias, a acabam tornando-se
problemas reais daí à ação é apenas um pequeno passo...
Nossa história, não só a profana como também a maçônica,
está cheia de acontecimentos bizarros que surgem de fatos inexistentes, que só
está na cabeça de quem se sente ameaçado ou em tirar vantagem de algum
acontecimento. Esse é apenas mais um.
Meus Irmãos, a história existe para conhecermos, refletirmos
e não repetirmos os mesmos erros.