a lenda de d. dinis & inês de castro

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lenda de D.Dinis e Inês de Castro

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Page 1: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

Feito por: Joana Pereira

Page 2: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

, referimos alguns

pormenores do seu romance, das suas vidas

privadas, e outras informações que

achámos importantes.

Esperamos que o trabalho tenha as

informações necessárias, e, que possa

satisfazer a curiosidade de quem estiver

interessado em saber alguma coisa sobre

esta história de amor.

Desejamos que este trabalho dê tanto

prazer em ler, como deu a fazer.

Page 3: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

e Dona Constança receberam

a benção do casamento na Sé de Lisboa,

em 1336. O momento mais solene foi na Sé

de Lisboa, onde o arcebispo deu aos noivos

a benção nupcial. Para todos era de júbilo

aquela hora feliz.

Page 4: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

e a rainha Dona

Beatriz, sua mulher, sentiam especial

contentamento por verem o jovem filho

esposo de uma senhora que não seria

certamente estéril como Dona Branca de

Castela com quem, pela primeira vez,

casara o Infante.

Tinham fé em Deus que a Dona Constança

seria a mãe carinhosa de seus netos.

Page 5: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

Viera de Castela, na companhia da

princesa, uma linda moça, dama de honor,

que se chamava Inês. Era uma donzela de

linhagem fidalga, filha natural de D. Pedro

de Castro, nobre guerreiro da Galiza, e

bisneta do rei D. Sancho IV de Castela. Na

verdade, era ainda parente de D. Pedro, sua

prima em segundo grau.

Page 6: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

vivia na Corte com a

senhora Dona Constança e D. Pedro,

usufruindo os lazeres do dia a dia, a leitura,

a música, as cabriolas do bobo, como

convinha à gente de sangue nobre.

Page 7: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

de seu corpo, todavia, de

que a Natureza com primor a dotara,

fizeram-na atrair os olhares do Príncipe que

não tardou a mostrar por ela uma

preferência de simpatia e afeição. De olhos

brilhantes, rosto prendado, de cabeleira

abundante a cair sobre os ombros, de

tronco roliço torneado pelo corpete de linho

a mostrar o tronco generoso de encantos, a

figura esguia de moça trigueira lembrava,

no porte sereno e andar suave, em airoso

traje pelos jardins do paço, uma garça de

ternura e elegância. A formosura de Inês

atraiu D. Pedro. A convivência com tão bela

mulher em pouco tempo ateou o coração do

Infante o amor e a paixão que não podia

disfarçar.

Page 8: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

A senhora D. Constança não

vivia tranquila em seus paços, por causa de

saber como D. Pedro cortejava a Dona Inês

de Castro.

Tinha pensado, no entanto, que o próximo

nascimento de um filho viria chamar o pai à

recta razão de marido fiel que precisava de

ser para viver um matrimónio feliz.

Era cada vez mais notório ao conhecimento

das pessoas amigas que a rodeavam,

nobres damas e senhores, o desvario

amoroso do Príncipe.

Page 9: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

a princesa teve o primeiro filho, em

1342, o infante que houve o nome de Luís,

foi grande o contentamento na Corte e até

o povo festejou o acontecimento.

A Dona Constança lembrou-se, então, de

usar a astúcia para afastar a Inês do

esposo: convidou-a para madrinha do

recém-nascido.

Page 10: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

era bem arquitectado

pois que, sendo comadre de D. Pedro, a

jovem fidalga teria certamente o bom senso

de manter a devida distância entre ambos,

como mandava a lei divina da Igreja.

Aparentemente, a princesa mãe tinha

conseguido o seu intento. Mas não duraria

muito a ilusão: na verdade, tal como

anteriormente, sucedia-se o encontro dos

amantes.

Page 11: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

A saúde precária da

senhora Dona Constança e os desgostos de

uma vida amargurada não iriam permitir-lhe

durar muito.

O infante D. Luís, pouco tempo depois de

nascer, falecera. O segundo filho a quem

dera o nome de Fernando, fora

amamentado e era criado por uma ama de

confiança.

Page 12: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

escondia o mais possível a dor de

sua desgraça conjugal, procurando a

distracção e alívio no passeio pelas

verduras do palácio, por entre arbustos e

flores, na terra viçosa, em conversas

amenas com as suas aias, e no gozo dos

serões, no interior do solar, ouvindo a

melodia dos jograis, o som mavioso da

flauta, da viola, das trompas e das harpas,

no aconchego do salão iluminado por

archotes, adornado de tapeçarias e

brasões.

Page 13: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

Constança passava noites a

meditar a sua triste sorte.

Em longas noites de Inverno, sentada junto

à lareira ampla da torre, pensava muitas

vezes em fazer peregrinação a Santiago de

Compostela, para rogar protecção e paz a

seu lar ameaçado. Não chegou porém, a

realizar seus sonhos.

Efectivamente, morreu de parto, logo a

seguir ao nascimento da filha Maria, em

1345.

Page 14: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

nem o astrólogo da Corte haviam

conseguido salvar a vida da princesa. A

tragédia consternou a todos. Mas D. Pedro

ficava livre para cair nos braços da Inês.

Page 15: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

Por altura da morte de

Dona Constança, andava o rei Afonso IV em

grande questão com o bispo do Porto. Na

verdade, o monarca submetera a cidade à

sua jurisdição e o bispo lançou o interdito

sobre a diocese. Este era um problema

entre outros a resolver.

Habitualmente, com a sua comitiva de

nobres, percorria o Reino, para ver como

corria a administração, para aplicar justiça

e para consumir alimentos de seus

palheiros.

Page 16: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

dos amores entre D. Pedro e

Dona Inês preocupava o velho soberano,

mais que tudo.

Resolveu encontrar uma solução para o

caso e obrigou a amante do filho a exilar-se

para a terra de Albuquerque, na região da

raia entre Castela e Portugal.

Frustaram-se, no entanto, as intenções do

rei.

Page 17: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

, não separou os apaixonados que

comunicavam entre si por cartas levadas e

trazidas secretamente. Quem fazia o

serviço de correio, para iludir melhor a

vigilância dos ricos-homens, eram os

almocreves que transportavam mercadorias

de cidade para cidade, atravessando coutos

e concelhos, segundo ordem dos burgueses

seus patrões. Os almocreves levavam

consigo as cartas de D. Pedro para Inês. Foi

assim que o amor de Pedro e Inês, longe de

perturbar-se ou amortecer, se tornou mais

sólido e capaz de superar quaisquer

obstáculos e adversidades

Page 18: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

Ninguém podia suster

a força do amor que unia, de modo

irresistível, o Príncipe à mulher de sua

paixão. Era, de facto, tão ardente e tão

profundo o sentimento do casal enamorado

que D. Pedro, contra ordem de seu pai,

mandou vir Dona Inês para Coimbra.

Acabava, assim, o desterro em Albuquerque

e começava uma nova fase da vida para os

dois, finalmente juntos.

Page 19: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

IV continha, apesar de

tudo, o seu furor por uma tal desobediência.

O soberano não queria, por sua vontade,

entrar em guerra com o Infante porque

sabia, por experiência própria, como eram

terríveis as contendas familiares e que

desgosto causaria a Dona Beatriz, sua

mulher, a violência contra o filho herdeiro.

A existência de D. Pedro e da linda Inês era

imensamente feliz. Habitavam em Santa

Clara, na margem esquerda do rio

Mondego.

Page 20: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

seus filhos: o primeiro

chamou-se Afonso, o nome do avô, mas

morreu criança de tenra idade; os outros,

dois meninos ( João e Dinis ) e uma menina

( Beatriz ), cresceram com saudável

robustez física, rodeados de carinho e

ternura dos pais, como flores de esperança

no vale que se abria ar puro do céu azul.

Page 21: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

Tinham quase passado

dez anos desde que falecera a senhora

Dona Constança.

O pequeno infante Fernando, seu filho, vivia

em Lisboa, nos paços reais do avô, sendo

educado como um príncipe que, um dia,

havia de subir ao trono de Portugal.

Ora acontecia que os conselheiros da Corte

diziam e repetiam ao senhor D. Afonso IV

que havia um grande perigo para a Coroa e

para o futuro próximo do País se a Dona

Inês viesse a ser rainha. Efectivamente, ela

pertencia à nobre família dos Castros, de

fidalguia ambiciosa, que não desistia de

pretensões ao Trono Castelhano. Poderia

muito bem dar-se o caso de um filho de

Dona Inês vir a ser rei, ainda que para tal

fosse preciso matar o legítimo herdeiro do

Reino...

Page 22: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

difícil imaginar que essa nobreza

poderosa pudesse subir ao Poder nos dois

Estados Ibéricos, pondo fim à

Independência da Pátria Portuguesa.

D. Afonso IV ouvia e ficava inquieto, sem

saber o que havia de decidir. Chegou a

pensar em reunir as Cortes para que lhe

dessem opinião prudente. Tremia só de

prever que, em tempos vindouros, os seus

netos iriam lutar a ferro e fogo pela posse

do Trono de seu avô.

Page 23: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

Os primeiros tempos

do ano de 1355 iam testemunhar uma

tragédia de sangue. O príncipe D. Pedro

nem presumia o que estava para acontecer

quando se despediu da sua querida Inês e

seus filhos para iniciar a caça de montaria

pelos montes e florestas da Beira, a cavalo,

com nobres amigos e escudeiros.

Page 24: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

D. Afonso IV subiu a

Montemor-o-Velho com o seu séquito e ali

reuniu os seus conselheiros de Estado,

Diogo Lopes Pacheco Álvaro Gonçalves e

Pero Coelho, para tomar uma decisão sobre

o destino da vida de Inês de Castro. Os

argumentos que ouviu não o convenceram

mas conseguiram, de facto, que a hesitação

vencesse finalmente e entregasse a sorte

da amante de D. Pedro nas mãos dos que a

queriam ver morta.

Page 25: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

, ao cair da

noite, Inês de Castro foi surpreendida pela

chegada dos reis e dos conselheiros. Não

houve lÁgrimas nem gemidos de crianças

inocentes que impedissem a execução da

vítima.

Quando o luar brilhou no firmamento, veio

encontrar a pobre Inês sem vida, degolada

friamente pelo machado do carrasco.

Nunca, na história de Portugal, houve ou

haveria um crime de horror tão inclemente.

Page 26: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

Ao tomar

conhecimento da morte de Inês, o príncipe

D. Pedro arrebatou de cólera e raiva. O seu

temperamento intempestivo reagiu com a

ferocidade de um tigre ferido. Chamou às

armas nobreza e povo de sua confiança,

levantou Trás-os-Montes e Douro pela sua

causa e desafiou o rei, seu pai, para uma

guerra. Felizmente, a intervenção da rainha

D. Beatriz conseguiu evitar o pior e levou os

contendores à Paz de Canavezes, nos

arredores do Porto. As promessas que fez

de perdão aos seus inimigos depressa as

esqueceu D. Pedro quando subiu ao Trono,

no ano de 1357.

Page 27: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

aos conselheiros atirou-os para o

calabouço da prisão; escapou ,por sorte,

Diogo Lopes Pacheco, que fugiu a tempo

para terra de França.

A vingança foi consumada nos paços de

Santarém. D. Pedro mandou amarrar as

vítimas, cada uma a seu poste de suplício,

enquanto os cozinheiros de sua Corte

preparavam um lauto banquete de

cerimónia. O rei não poupou requintes de

horror no castigo implacável. Mandou o

carrasco tirar a um o coração pelas costas

e a outro o coração pelo peito. Por fim,

como sentisse que não bastava a tortura

tremenda, ainda teve coragem para trincar

aqueles corações que, para ele, seriam

malditos para sempre.

Page 28: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

anos depois da morte de Inês de

Castro, o rei D. Pedro afirmou solenemente

na vila de Cantanhede, distrito de Coimbra,

que, de facto, se casara com sua amada,

clandestinamente, na cidade de Bragança.

Logo, nesse ano de 1360, mandou

construir, na igreja do mosteiro de

Alcobaça, dois túmulos sumptuosos, um

para Inês e outro para ele, quando a morte

o levasse. Nunca mais o monarca

amargurado teve companhia que lhe fizesse

esquecer o grande amor da sua vida.

Muitas vezes aconteceu que, nem de noite,

tinha repouso tranquilo. Os pesadelos

perturbavam-lhe o sono e o rei, para

esquecer, saía para as ruas de Lisboa,

acordava o povo ao redor, ateava fogueiras

para a festa e dançava com ele até

madrugada. Amiúde mandava matar bois e

bezerros, distribuía carne aos pobres e

necessitados, com um coração generoso

que as gentes da capital e do Reino

admiravam e amavam; não só porque era

pródigo em dar de comer a quem tinha

fome, mas também porque sempre soube

Page 29: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

fazer justiça, dar prémios aos bons e

castigo aos maus. O povo não esqueceria

nunca o soberano e diria, de geração em

geração, que dez anos como aqueles que

reinou D. Pedro nunca houve em Portugal.

Page 30: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

O senhor D. Pedro

resolveu fazer a homenagem merecida a

Dona Inês, rainha de Portugal. Ordenou

então, a transladação dos restos mortais de

Coimbra para o túmulo de Alcobaça. Foi um

cortejo fúnebre de imponência nunca vista;

pela estrada fora, por entre povo do campo

que vinha chorar à berma do caminho,

seguia a multidão de gente, com círios

acesos, a melhor fidalguia do Reino,

senhores e senhoras, a cavalgar corcéis, a

passo solene, membros do clero e

burgueses, todos em traje de pesar

doloroso. Ao longo da viagem, a perda da

rainha foi pranteada por grupos de

carpideiras que soltavam gritos lancinantes

e entoavam melodias plangentes; viam-se

homens com cinza na cabeça, de cabelos

rapados e sem barba, na expressão pública

do luto. Escudeiros vestidos de estamenha

crua transportavam a urna com o ataúde de

Inês, carregando aos ombros os varais

escuros, precedidos de alferes com

pendões abatidos. Na frente do préstimo,

um franciscano segurava uma enorme cruz

Page 31: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

de pinho. No transepto da igreja de

Alcobaça, D. Pedro disse o último adeus à

esposa. Nunca houvera paixão assim! Até

nasceu a lenda de que o rei se desvairou a

ponto de fazer coroar Inês, depois de morta,

e obrigar a nobreza a beijar-lhe a mão de

rainha.

Page 32: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

Concluímos com este

trabalho que noutras épocas existiram

belas e românticas histórias de amor.

Infelizmente, como pudemos observar, a

história acabou mal. D. Inês foi cruelmente

assassinada e D. Pedro, possesso de ódio,

vingou-se dos assassinos da sua amada,

torturando-os, sem misericórdia.

Page 33: A Lenda de D. Dinis & Inês de Castro

ultrapassa

distâncias, vence as forças mais poderosas,

basta lutar. D. Pedro e D. Inês venceram as

forças opressoras e durante algum tempo

foram muito felizes, mas ( o já nosso

conhecido “ mas “ ) certas pessoas

maldosas conseguiram acabar com toda a

felicidade, apenas num gesto, o machado

atravessando o delicado pescoço da

formosa D. Inês.

Esperamos que tenha gostado de ler este

nosso trabalho como nós gostámos de o

fazer.

fim.