a lenda da lagoa das sete cidades
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Uma história infantil , em que uma princesa chamada Antília é muito protegida pelo Rei, seu pai. E certo dia vai dar uma volta e apaixona-se por um pastor. Este passado uns dias vai pedir ao Rei a sua filha em casamento e o Rei recusa e diz que a sua filha nunca mais o pode ver. Nesse dia, à tarde os dois encontram-se e acabam por chorar a tarde toda fazendo duas lagoas enormes.TRANSCRIPT
A Lenda da Lagoa das sete cidades
Autor desconhecidoIlustrado por: Andreia Silva
Há muitos, muitos anos, vivia no Reino das Sete Cidades uma pequena
Princesa chamada Antília.
A menina era a filha única de um velho Rei viúvo que era conhecido
pelo seu mau feitio. Senhor das Alquimias e do Saber, o Rei vivia em
exclusivo para a sua filhinha, não gostando que a Princesa falasse
com ninguém.
A menina ora estava com o pai, ora estava com a velha ama que a criara
desde o nascimento, altura em que a Rainha sua mãe falecera.
Os anos foram passando, Antília foi crescendo e um dia já não era mais
aquela menina de tranças loiras caídas sobre os ombros, enfeitadas com
flores silvestres; tinha-se transformado numa linda jovem, uma Princesa
capaz de encantar qualquer rapaz do seu reino.
Contudo, se todos ouviam falar da beleza da jovem Princesa, eram poucos ou
nenhuns os que a conheciam, pois o Rei não gostava que ela saísse do castelo
nem dos jardins que o circundavam.
Mas Antília não se deixava intimidar pelo pai, e com a ajuda da velha ama
costumava esquivar-se todas as tardes, enquanto o Rei dormia a sesta depois
do almoço. Saía pelas traseiras, sem que ninguém a visse, e ia passear pelos
montes e vales próximos.
Num desses passeios, andando pela floresta, um dia a Princesa escutou uma
música. A música era tão linda, encantou-a de tal forma, que ela se deixou
guiar pelo som e foi descobrir um jovem pastor a tocar flauta, sentado no cimo
de um monte. Era ele o autor de tanta maravilha!
A Princesa, encantada, deixou-se ficar escondida a ouvir o jovem a tocar
flauta. E ouviu-o escondida durante semanas, até que o pastor, um dia, a
descobriu por detrás de uns arbustos.
Ao vê-la foi amor à primeira vista, e era recíproco, pois ela também estava
apaixonada por ele. Os jovens continuaram a encontrar-se. Passavam as
tardes a conversar e a rir, o pastor a tocar para a Princesa e ela a escutá-
lo enlevada, e ambos se sentiam muito felizes juntos.
Um belo dia o pastor decidiu pedir a Princesa em casamento.
Logo pela manhãzinha, o jovem bateu à porta do Castelo, e pediu ao criado para
falar com o Rei. Pouco depois o criado voltou e levou-o à presença do Soberano.
Muito nervoso mas determinado, o pastor fez-lhe uma vénia e, olhando-o nos
olhos, disse:
- Majestade, gosto muito de Antília, sua filha, e gostaria de pedir a sua mão em
casamento.
- A mão de minha filha, NUNCA... OUVIS-TE... NUNCA!- disse o Rei aos
berros.- Criado, põe este pastor atrevido na rua.
O jovem bem tentou argumentar, mas ele não o deixava falar, e expulsou-o do
Castelo.
Em seguida o Rei mandou chamar Antília e proibiu-a de ver o
pastor. Antília mais não fez do que acatar as ordens do Rei seu pai.
E nessa mesma tarde foi ter com o seu amor e disse-lhe que nunca
mais se podiam encontrar.
Os dois jovens choraram toda a tarde abraçados.
As suas lágrimas, de tantas serem, formaram duas lindas e grandes
lagoas, uma verde da cor dos olhos da Princesa, a outra azul da cor
dos olhos do pastor.
E ainda hoje estas duas lagoas continuam no Vale das Sete Cidades, na
Ilha de São Miguel, lá nos Açores, para avivar a memória de todos
quantos por ali passam, e recordar o drama dos dois apaixonados.
Andreia Marisa
1995, Marinha Grande
Curso Artes VisuaisDesenho A - 2012|2013