a leitura no processo de aprendizagem em … filomena ferme sivolella.pdf · método, ponderar...

37
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM LÍNGUA ESTRANGEIRA NO ENSINO MÉDIO POR MARIA FILOMENA FERME SIVOLELLA Professora Orientadora: DIVA NEREIDA MARQUES MACHADO MARANHÃO Rio de Janeiro Abril/2005

Upload: dotruc

Post on 20-Jun-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM

LÍNGUA ESTRANGEIRA NO ENSINO MÉDIO

POR

MARIA FILOMENA FERME SIVOLELLA

Professora Orientadora:

DIVA NEREIDA MARQUES MACHADO MARANHÃO

Rio de Janeiro Abril/2005

Page 2: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

2

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM LÍNGUA ESTRANGEIRA NO ENSINO MÉDIO

Monografia apresentada como requisito parcial para a conclusão do curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em docência do ensino superior da disciplina de Metodologia de Pesquisa. OBJETIVOS: Formular uma Base Orientadora de Ações, objetivando-se desenvolver a habilidade e técnicas de leitura para se alcançar a compreensão e interpretação de textos em língua estrangeira no ensino médio.

Page 3: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

3

AGRADECIMENTOS

Aos professores da turma 651, Projeto “A Vez do

Mestre”, à orientadora Diva Nereida, aos colegas e

pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram

para elaboração deste trabalho.

Page 4: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

4

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia ao meu marido Rocco e a

minha Roberta que pacientemente souberam entender

os momentos de isolamento para a elaboração da

mesma. Também a minha irmã Ângela que tanto

colaborou na busca do tema a ser trabalhado e à minha

amiga Eni Braga pelos momentos de escuta durante a

elaboração deste trabalho.

Maria Filomena

Page 5: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

5

RESUMO

Este trabalho visa justificar a priorização do ensino da leitura em

relação às outras habilidades lingüísticas (compreensão da linguagem oral,

produção oral e produção escrita), analisando os conceitos de abordagem e

método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura

em língua estrangeira como uma habilidade ativa, sistematizar estratégias

de leitura de alguns autores e apresentar outras estratégias vivenciadas ao

longe do processo ensino-aprendizagem em língua estrangeira no ensino

médio para que a leitura se torne, de alguma forma, compreensível

propiciando ao leitor uma aproximação mais freqüente ao texto em busca de

uma gratificação emocional ou espiritual, isto é, simplesmente para obter

prazer e/ou enriquecimento pessoal.

Page 6: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

6

METODOLOGIA

Este trabalho foi realizado através de pesquisa bibliográfica em livros,

revistas e trabalhos realizados no curso de capacitação (Colégio Marista São

José), leituras pessoais e experiência profissional em sala de aula, tomando-

se como base a observação, discussão e reflexão sobre o assunto.

Page 7: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 9

VISÃO DA APRENDIZAGEM DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA NO

PASSADO E NO PRESENTE 9

CAPÍTULO II 13

MÉTODO E ABORDAGEM 13

CAPÍTULO III 19

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA COMO UMA HABILIDADE ATIVA 19

CONCLUSÃO 27

BIBLIOGRAFIA 29

ANEXOS 32

ÍNDICE 36

Page 8: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

8

INTRODUÇÃO

Há mais de duas décadas, as questões relativas à leitura e aos gostos

de ler vêm sendo muito discutidas.

É indubitável que a atividade de leitura está presente em nosso dia-a-

dia. Contas de luz, cardápios de lanchonetes, fitas de vídeo e DVD, bulas

de remédios, imagens de TV, manchetes e artigos de jornais e revistas,

rótulos e embalagens de produtos. E além de textos nas mãos, o indivíduo

recebe outras mensagens escritas: placas, avisos, luminosos, “outdoors”.

Tudo nos faz ler o tempo inteiro.

A história da vida do homem, na era moderna e contemporânea, é

toda pontuada por documentos escritos, portando a leitura está

indissociavelmente ligada à escrita.

São muitas e diferentes as circunstâncias da vida e por isso as

pessoas produzem suas leituras de modo diversificado. Todas as formas de

ler são relevantes, devendo pois ser contempladas.

Como estender, a todos os alunos do 2o grau, a possibilidade de

desenvolver de forma satisfatória o domínio da leitura em língua

estrangeira?

Cabe ao professor, formalmente, estabelecer relações entre leitura e

indivíduo, ou melhor, entre leitura/escrita e o aluno, aprofundando os níveis

de desempenho através de técnicas de leitura apropriadas.

Page 9: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

9

CAPÍTULO I

VISÃO DA APRENDIZAGEM DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA NO PASSADO E NO PRESENTE.

Page 10: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

10

No passado, ao se pensar na importância da aprendizagem de uma

língua estrangeira, de imediato vinha à mente a idéia única de que essa

língua era um instrumento, uma ferramenta útil de ascensão social e de

melhores oportunidades na vida acadêmica e profissional.

Os dias atuais presenciam uma mudança de ponto de vista que

direciona o ensino-aprendizagem de uma língua estrangeira para a

informação e a comunicação global, levando-se em conta que comunicação

global, levando-se em conta que o conteúdo, o método e as razões do

ensino constituem variáveis que dependerão das motivações do aluno e dos

aspectos históricos, sociais e de cada situação de aprendizagem.

1.1 –Por Que a Ênfase na Leitura?

A habilidade de ler em inglês é muito importante. O inglês é um veículo de

comunicação e de informação acerca do mundo: é a língua de muitas publicações

periódicas especializadas e de livros disponíveis no mercado apenas em sua

forma original, sem terem passado por uma tradução; e, portanto, a língua que

levará o aluno brasileiro à fonte de informações.

Embora o aluno brasileiro tenha necessidade de ler textos em língua

inglesa, o conhecimento desse idioma não costuma ser muito sólido. Por

isso, o enfoque básico dessa língua-alvo no currículo do núcleo comum deve

ser o desenvolvimento das habilidades de leitura, que permitirá ao educando

aproveitar ao máximo o conhecimento mínimo consolidado no 1o grau. No

2o grau, quando a clientela escolar tem como objetivo lançar-se no mercado

de trabalho ou preparar-se para estudos mais avançados, saber ler em

inglês ajuda a aprofundar conhecimentos anteriores e permite a aquisição de

informações novas que, na maioria das vezes, não são veiculadas em

português.

Page 11: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

11

Nesse aspecto, não se pode deixar de incluir alguns fatores que

facilitam a tarefa do professor de inglês em promover o desenvolvimento das

habilidades de leitura e de estratégias em particular: tanto o português como

o inglês compartilham do mesmo alfabeto, do mesmo sistema sintático e de

muitas palavras com raízes latinas, os cognatos, que facilitam a

compreensão de textos nessa língua-alvo.

Embora referindo-se ao ensino da leitura em língua materna, Gomes de

Matos (1983:54-55) salienta que não se pode, contudo, separar a leitura das

outras habilidades lingüísticas, pois o ato de ler está intimamente ligado à

compreensão da linguagem oral, à conversação; ao processamento visual de

informações transmitidas por ilustrações, pela imagem; à prática do escrever e

do redigir. Isto também é válido para o ensino de uma língua estrangeira e não

significa, portanto, que se deve priorizar a leitura no seu processo de ensino em

detrimento tanto da produção oral e escrita como da compreensão da

linguagem oral, habilidades fundamentais para se vivenciar mais plenamente a

língua estrangeira.

No entanto, considerando-se a necessidade do aluno de aprender a

ler em inglês e o tempo e espaço reservados no 2o grau ao ensino de uma

língua estrangeira, uma hierarquia da leitura sobre as demais habilidades

lingüísticas deva ser estabelecida, evitando-se dessa forma, o fracasso em

se atingir resultados palpáveis. Além da necessidade de delimitação de

objetivos, há que se selecionar atividades e metodologia adequadas ao

aproveitamento máximo do tempo disponível. Devem-se variar, portanto, a

intensidade e a profundidade com que se trabalham as habilidades

lingüísticas, mas sem nunca perder de vista o objetivo principal – o

desenvolvimento prioritário da leitura. Somente assim é possível definir

objetivos reais, passíveis de atingir e definidos a partir das condições sociais

que situam o aluno enquanto indivíduo concreto.

Um erro que se deve evitar é a tendência a se colocar os objetivos mais

como uma formalidade do que como metas a serem cumpridas. Na maioria

Page 12: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

12

dos casos, definir objetivos transformou-se numa preocupação mecânica e

burocrática, na qual usar as “palavras certas” é mais importante do que

encontrar a melhor abordagem de ensino num dado momento. É fundamental

que qualquer objetivo específico para o ensino de uma língua estrangeira seja

coerente com finalidades mais amplas, além de levar em conta o aspecto

comunicativo da língua e, por conseguinte, o idioma enquanto discurso ou

processo.

Igualmente importantes para a definição de objetivos são os

procedimentos prévios de análise das necessidades e interesses nas várias

regiões e situações socioeconômicas do Brasil.

Page 13: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

13

CAPÍTULO II

MÉTODO E ABORDAGEM

Page 14: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

14

Embora sejam muitas as incertezas, o fato é que a teoria do ensino de

uma língua desde o final do século passado vem sempre se referindo ao

ensino de línguas principalmente em temos de métodos de ensino.

Apesar de existirem divergências, uma das definições da palavra

método que mais mereceu a atenção dos professores de língua estrangeira

foi aquela apresentada por Carroll (1972:146-157), para quem o método é o

resultado de um processo de seleção, gradação, apresentação e prática de

uma experiência idiomática a ser oferecida ao aluno.

Um método é, portanto, um conjunto de procedimentos de ensino e

aprendizagem sintonizados com um determinado currículo e, ao mesmo

tempo, direcionados por uma abordagem ou modelo teórico. Um método

deriva implícita ou explicitamente de um certo número de crenças ou

princípios (ou seja, de uma abordagem) e é caracterizado por certas

técnicas pedagógicas. Quando usamos a palavra abordagem, portanto,

pensamos numa hierarquia, em que ela vem em primeiro lugar e domina o

conceito de método. Técnica é um termo mais restrito, significando um

simples procedimento sistemático em sala de aula, visando uma

determinada prática e cumprindo um objetivo específico. Por exemplo,

jogos, trabalho em duplas, exercícios orais ou escritos são técnicas

destinadas a colocar em prática um método que, por sua vez, deriva de uma

abordagem adotada.

2.1 –Tipos de Métodos

A longa história do ensino de línguas estrangeiras passou por

constantes alterações metodológicas. Um professor que tenha começado

sua carreira antes da II Guerra Mundial pode ter experimentado o método da

Tradução e Gramática, o Método Natural ou Direto, o Método Audiolingual /

Audiovisual, o Método Situacional e, mais recentemente, o Método Nocional

/ Funcional. O que se nota é que, a intervalos relativamente breves,

métodos e abordagens completamente, diferentes uns dos outros, mas

todos, tendo como característica comum o fato de cada um deles procurar

negar a validade daquele que o antecedeu.

Page 15: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

15

Apesar de haver uma certa seqüência histórica com datas

aproximadas, não se deve supor que cada método, por sua vez, foi

completado e abandonado em favor de seu sucessor. Na verdade, alguns

antigos métodos até mesmo sobreviveram intactos e podem estar sendo

usados por professores em alguma parte do mundo nos dias atuais.

Ao se tomar a decisão de ensinar uma língua estrangeira, é inevitável

que se assuma uma determinada postura diante dessa tarefa. Existem

muitas maneiras de se encarar uma língua e seu ensino-aprendizagem.

No que diz respeito ao ensino de uma língua estrangeira, as

abordagens podem estar situadas ao longo de uma linha contínua, cujos

pontos extremos estão representados por duas abordagens com visões

totalmente distintas. De um lado, temos o behaviorismo, que parte do

princípio de uma aprendizagem mecânica, com repetições sistemáticas do

tipo estímulo-resposta automáticos (S – R), onde o reforço é essencial

(SàRàR) e as regras explícitas são evitadas; é predominantemente

indutiva. No extremo oposto, está a abordagem cognitivista, que acredita

que a aprendizagem é dedutiva e se processa por meio da ênfase dada a

regras explícitas, onde o significado (compreensão) é muito importante,

básico para o progresso do aluno.

2.2 – A Abordagem Comunicativa

A abordagem comunicativa surgida nos últimos anos da década de 70

e ganhando força total nos anos 80, procurou, com seu enfoque, não

atravessar de um extremo ao outro do pêndulo. A maior preocupação com o

uso da língua como comunicação surgiu a partir de pesquisas mais recentes

nas áreas de psico e sociolingüística, filosofia da linguagem e teoria da

informação. O equilíbrio visado apóia-se no conceito da competência

comunicativa, que encara a realização lingüística como algo formalmente

Page 16: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

16

possível, viável, adequado ao contexto e realmente factível (Practor,

1979:19).

O conceito de competência lingüística, dessa forma, não encontrou

um oponente radical na competência comunicativa. Ao contrário, ambas se

complementam em termos de uso da língua. A competência lingüística

passou a ser vista como um setor da competência comunicativa, que não

exclui a gramática, mas a coloca lado a lado com o objetivo da comunicação.

Partindo-se das necessidades do aluno, cria-se toda uma série de recursos

extras destinados a tornar satisfatório o desempenho de um papel específico

– ocupacional ou acadêmico. Isso significa que em cada curso são

consideradas diferentes seleções de habilidades, tópicos, situações e

funções do uso da língua, segundo análise das exigências dos alunos.

Segundo Celce Murcia (1979:3-5), é necessário fazer uma distinção

entre programas nocionais / funcionais e abordagem comunicativa, já que a

simples adoção de um curso nocional / funcional não garante estar-se

promovendo um ensino comunicativo. Um curso funcional baseia-se, em

última instância, em formas lingüísticas, exatamente como um curso

estrutural / gramatical, ou seja, estruturas e noções / funções são

componentes de um programa, residindo a diferença entre ambas as

abordagens apenas na maneira como são organizadas (Murison-Bowie,

1983:8). Comunicação envolve muito mais do que simplesmente um

conhecimento de formas. Na verdade, depende crucialmente da habilidade

em usar formas de maneira adequada. A palavra-chave para uma

abordagem comunicativa segundo Widdowson (1979:248) é estratégia, ou,

dito de outra forma, a busca da competência comunicativa depende do

desenvolvimento de um conjunto de estratégias ou procedimentos criativos

para realizar o valor de elementos lingüísticos em contextos de uso, uma

habilidade de fazer sentido como participante do discurso, seja ele oral ou

escrito.

Page 17: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

17

Embora esta abordagem seja muito atraente, apresenta também suas

desvantagens. O fato de seus proponentes visarem a competência

comunicativa como único alvo a ser atingido pelo aluno, sem se

preocuparem em definir quaisquer linhas metodológicas mais precisas,

tornou essa proposta altamente vulnerável a críticas de especialistas.

Todavia, não se pode negar o fato de que a abordagem comunicativa

chamou a atenção dos professores para a importância de outros aspectos

da língua que não o significado proposicional, auxiliando-os a analisar e

ensinar uma língua estrangeira de modo integrado. Ao mesmo tempo,

encorajou uma metodologia que se apóia menos na prática mecânica

centrada no professor e mais na simulação de situações naturais do dia-a-

dia.

2.3 – Mas que Método Adotar?

Provavelmente indagações poderiam surgir: “Qual é a metodologia ou

abordagem atual? Será que é preciso abandonar tudo quanto aprendemos

e começar de novo? Teremos que voltar ao antigo Método Audiolingual? ou,

pior ainda, ficaremos sem qualquer rumo, debatendo-nos nas correntes das

diversas metodologias?”

Uma reação dessa seria não só normal, mas também animadora, pois

provavelmente demonstraria, por parte do professor, uma maturidade

metodológica capaz de deixá-lo colocar os problemas do ensino-

aprendizagem em línguas estrangeiras mais em termos de como se

aprende do que em termos de o quê se aprende. A idéia, portanto, é fazer

os educadores se afastarem de métodos essencialmente estruturalistas,

cujos objetivos, conteúdos e metodologia são inteiramente, ou quase

inteiramente, centrados no funcionamento interno do código lingüístico. No

entanto, ao proceder dessa forma o professor deve estar prevenido para não

cair no extremo, adotando somente a abordagem comunicativa. O

fundamental mesmo é definir como os padrões de interação comunicativa

Page 18: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

18

devem ser ensinados, isto é, como se pode ensinar o processo pelo qual a

forma efetivamente cumpra seu uso no contexto de uma interação social.

Em resumo: a aprendizagem de uma língua precisa traduzir-se pela

aquisição da habilidade para participar no processo dinâmico e criativo da

comunicação, o que não ocorre quando o ensino é feito em unidades

separadas, rotuladas e isoladas da língua como um todo – tenham elas o

nome de estruturais ou funcionais. Independente da decisão do professor

quanto à metodologia escolhida, é preciso que o processo de ensino-

aprendizagem da língua forneça ao aluno um propósito, uma intenção

comunicativa e uma necessidade de transmitir informação. O essencial é

que o aluno sinta a aula de inglês como uma experiência significativa,

próxima à sua vida diária.

Page 19: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

19

CAPÍTULO III

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA COMO UMA HABILIDADE ATIVA

Page 20: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

20

Hoje em dia, os especialistas já não restringem os conhecimentos

lingüísticos às quatro habilidades básicas – compreensão da linguagem oral,

produção oral, leitura e produção escrita. Atualmente, a tendência é

considerar os vários tipos específicos de comportamentos que ocorrem

quando as pessoas estão procurando falar, ler, escrever ou entender uma

determinada língua tendo em vista um determinado propósito, numa

determinada situação, ou seja, as várias habilidades e estratégias ocorridas

durante a aprendizagem da língua estrangeira.

No 2º grau a ênfase da aprendizagem está voltada para o

desenvolvimento da leitura, reservando-se uma parcela do tempo dedicado

ao ensino do inglês à compreensão da linguagem oral, à produção oral e à

redação.

Um leitor competente e que aprecie a leitura são metas-chave de

muitos professores e escolas. Se o objetivo final é fazer com que o aluno

adquira independência, sem buscar o apoio do professor, deve-se encorajar

uma participação maior desse aluno em determinar as estratégias

apropriadas a cada tipo de leitura (técnica, científica, literária, acadêmica,

etc.) se abordada de forma adequada, a tarefa da leitura deixa de ser uma

reação, na maioria das vezes negativa, contra um texto para se transformar

em uma interação autor-leitor, tendo o texto como intermediário num

processo ativo.

3.1 –A Leitura como um Processo Psicolingüístico

A leitura é um processo de comunicação complexo no qual a mente

do leitor interage com o texto numa dada situação ou contexto. Durante o

processo de leitura, o leitor constrói uma representação significativa do texto

através da interação de seu conhecimento conceptual e lingüístico com

pistas existentes no texto. De acordo com Brown (1991:260), a leitura é um

“jogo lingüístico de adivinhação”, é um processo seletivo que envolve o uso

Page 21: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

21

mínimo de informações disponíveis, selecionadas do insumo (input)

perceptivo de acordo com as expectativas do leitor. Ao processar essa

informação, o leitor efetua as predições mais confiáveis por meio de processos

cíclicos de estratégias de colheita de amostragem, predição, testagem e

confirmação. O leitor usa pistas mínimas de linguagem dentro dos próprios

componentes da linguagem. Essas pistas (grafofônicas, sintáticas ou semânticas)

ajudam o leitor a colher amostras, confirmar, corrigir e rejeitar as predições feitas

em relação à mensagem. Ou, em outras palavras, o leitor realiza a tarefa de ler

através da colheita de amostras, apoiando-se na redundância da língua e no seu

conhecimento das restrições lingüísticas. Ele prediz estruturas, testa-as de acordo

com o conteúdo semântico construído a partir da situação e do discurso em

progresso e, por fim, confirma-as ou não ao continuar a leitura. Nesse processo,

um leitor proficiente na língua apóia-se em estratégias que o levam às mais

confiáveis predições com o uso mínimo de informações disponíveis.

Portanto, o leitor proficiente não usa toda informação contida na

página, mas seleciona aquelas pistas mais produtivas para se determinar a

mensagem do autor; em outras palavras, ele aprende a organizar sua

percepção de acordo com o que é ou não lingüisticamente significativo. Isto

quer dizer que, de forma natural, ele faz uso tanto do conteúdo formal como

do redundante encontrados na língua.

Outros pesquisadores também vêem a leitura como um processo

lingüístico. Stern (1983:7) afirma que a leitura envolve uma comparação, um

balanço entre a informação visual e a não-visual. Diz ele que, quanto mais

conhecimento prévio se possui do assunto, menos informação visual é

necessária para se identificar uma letra, uma palavra ou um significado do

texto. Em outras palavras, se o leitor concentrar-se mais na estrutura visual

das palavras impressa, menor significado será processado. A leitura,

portanto, envolve mais especificamente formular perguntas apropriadas e

encontrar respostas relevantes. É a interação das pistas visuais com o

conhecimento armazenado na memória do leitor que lhe possibilitará

predizer o que irá encontrar no texto.

Page 22: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

22

Taylor e Taylor (1983:233) apresentam a leitura em termos de um

modelo cooperativo bilateral. Para eles, a leitura consiste em marcas ou fios

de pensamento (tracks) de processos de interação. Das marcas da

esquerda constam os relacionamentos funcionais, o material ordenado numa

seqüência, a codificação fonética, sintaxe e outras funções lingüísticas. As

marcas da direita comportam as funções globais, tais como padrões,

buscando semelhanças entre padrões de insumo (input) e os padrões já

vistos anteriormente, buscando associações e relacionando o significado de

palavras e frases com condições do mundo real. Os dois tipos de marcas

cooperam na construção do significado do texto. As marcas da direita fazem

previsões, as da esquerda corrigem-nas, unindo os resultados e formando

frases, orações, períodos e texto mais amplo.

De acordo com a pesquisa relatada em Spiro, Bruce e Brewer (1980),

existem pelo menos três elementos essenciais de um modelo adequado de

leitura. O primeiro elemento é que a leitura é plurinivelada, ou seja, o leitor

nativo usa vários níveis de linguagem, simultaneamente, para chegar ao

significado. Isto quer dizer que o leitor faz uso de seu conhecimento do

mundo, de seu conhecimento pragmático, discursivo, sintático, morfológico e

fonológico na construção e reconstrução do significado. O segundo elemento

é que a leitura é interativa. Nela, a compreensão do leitor é orientada pelas

estruturas do conhecimento, ou esquemas (schemata) do leitor, e o conteúdo

específico e estruturas lingüísticas existentes no texto. Todos os níveis de

conhecimento básico (social, lingüístico, conceitual etc.) interagem

simultaneamente enquanto o leitor constrói um significado para o texto. Em

terceiro lugar, a leitura implica a geração de hipóteses à medida que o leitor

faz predições a respeito do significado de um texto. Essas predições serão

confirmadas ou rejeitadas à medida que prosseguir a leitura (Brown, 1991).

Além do mais, a leitura também pode ser vista como um processo

transacional (Rosenblatt, 1978; Woodward, Harste e Burke, 1984) em que

tanto o texto como o leitor sofrem uma mudança no processo, ou seja, o leitor

adquire novos conhecimentos ao reconstruir o texto. A leitura implica também

Page 23: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

23

um relacionamento entre autor e leitor, um pragmatismo que facilita a

comunicação.

Todos os pontos de vista mencionados desafiam a visão tradicional

que ainda influencia muitos professores em sala de aula.

3.2 – Estratégias de Leitura no Âmbito do Ensino Médio

O leitor competente não lê de forma linear, mas sim em busca do

significado global daquilo que lê. Assim, de certo modo ele cria o significado

com base no seu conhecimento da língua e do mundo. Ao ler um texto, o

leitor pode conhecer todas as palavras e compreender todas as estruturas

nele contidas, sem, contudo, chegar a perceber o sentido integral do que lê.

De modo inverso, pode ser capaz de apreender o significado do texto como

um todo sem, necessariamente, dominar todas as suas palavras e

estruturas, utilizando-se para tanto de certas “estratégias”. Não é verdade,

portanto, que havendo um bom conhecimento de vocabulário, estrutura etc.,

o problema de como ler se resolve automaticamente. Por isso, um professor

de leitura deve procurar desenvolver estratégias que facilitem a leitura e usá-

las de modo sistemático.

As estratégias para facilitar a aprendizagem não costumam fazer

parte dos cursos de línguas estrangeiras modernas: ensina-se a língua

inglesa, mas não as maneiras de o aluno lidar com suas deficiências no

domínio dessa matéria. Muitos procedimentos de ensino (como a ênfase na

aprendizagem do significado preciso das palavras e de seus sinônimos) têm,

ao contrário, prejudicado o desenvolvimento de estratégias adequadas para

a aprendizagem de uma língua estrangeira (por exemplo, desencorajando o

uso da inferência para descobrir o significado de um termo a partir do

contexto em que está inserido).

Page 24: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

24

Uma das primeiras tarefas do professor é fazer com que o aluno se

aproxime do texto em língua estrangeira da mesma forma como faria com

um texto em língua materna. A predição (prediction, em inglês) é o primeiro

componente desse processo de percepção. A partir de seu conhecimento

do mundo e de suas restrições lingüísticas, o leitor é convidado a formar

expectativas sobre o material ainda não lido. O objetivo da predição é

preparar mentalmente o aluno para leitura, estimulando-o a pensar sobre o

provável assunto do texto antes do início da leitura. Depois desta, ele

compara o conteúdo do material com a idéia que havia formado

antecipadamente sobre ele.

Gardner (1979) e Pugh (1978) concordam com os estilos de leitura

propostos por Clarke e Silberstein (1977), que desenvolveram quatro

esquemas de leitura hierarquicamente organizados, baseados nos diferentes

objetivos que os leitores têm ao se confrontarem com um texto. Sugere-se

que os alunos não apenas “abram o livro e leiam as páginas tais e tais”, mas

que, ao ler, tenham um propósito específico em mente. Os quatro tipos de

estratégias explicitados por Clarke e Silberstein podem ser resumidos como:

§ Skimming – leitura rápida para a obtenção do sentido

global do texto;

§ Scanning – leitura na qual o leitor busca uma informação

bastante específica (por exemplo, uma data,

um nome, um número);

§ Compreensão total do texto – leitura visando a

compreensão da mensagem do texto,

tanto em seus aspectos essenciais quanto

nos detalhes;

§ Crítica – leitura na qual o aluno é solicitado a

apresentar sua opinião e julgamento sobre

Page 25: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

25

aquilo que leu e é estimulado a reagir ao

texto em língua estrangeira do mesmo modo

como reagiria a um texto apresentado em

língua materna.

3.3 –Propostas de Técnicas Baseadas em Experiências

Pessoais

A proporção que a prática de leitura foi utilizada com mais freqüência

nas aulas de inglês, percebia-se que apenas esses quatro tipos de

estratégias não eram suficientes para que o aluno pudesse extrapolar em

suas críticas.

Partindo desta necessidade, motivar os alunos a uma leitura seletiva

(selectivity), isto é, selecionar os trechos onde se quer encontrar uma

determinada informação (parágrafos por exemplo), passou a ser mais que

uma necessidade, e sim uma necessidade urgente.

O objetivo enquanto professora seria ajudar o aluno a lidar com partes

do texto, ou seja, a concentrar-se em técnicas como skimming, scanning e

predição do conteúdo a partir do título ou de ilustrações e incentivar o

reconhecimento de cognatos ou de palavras transparentes (de origem latina

ou grega), a predição da seqüência de uma sentença ou parágrafo a partir

de certos vocábulos e o reconhecimento de relações lógicas no texto por

intermédio de conectivos (discourse makers) e de elementos (lexicais e

gramaticais) que aparecem repetidamente no texto. O aluno precisa ainda

ser alertado para levar em consideração tanto a organização como a

apresentação do texto, sem descartar gravuras, números, tabelas e

ilustrações que fazem parte da leitura e a auxiliam.

Finalmente é preciso ressaltar que o português não deve ser deixado

de lado. Na verdade, é muitas vezes por meio da língua materna que se

Page 26: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

26

pode verificar com certeza se o aluno chegou realmente a compreender uma

mensagem. Não se deve, contudo, incorrer no abuso, exigindo traduções

minuciosas de textos longos, que não levam a nenhum tipo de

aprendizagem. O professor precisa usar o bom senso e dosar o uso do

português, traduzindo palavras-chave e pequenas frases embutidas no

contexto, toda vez que a comunicação fique comprometida ou emperrada

pelo uso exclusivo do inglês.

Page 27: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

27

CONCLUSÃO

O mundo da leitura tem muitas facetas. Lê-se para ampliar os limites

do próprio conhecimento, para obter informações simples e complexas; lê-se

para saber mais sobre o universo factual; lê-se em busca de diversão e

descontração e, por meio da literatura de ficção e da poesia, lê-se para

chegar ao “prazer do texto”. Prazer que resulta de um trabalho intelectual

intenso, de um corpo-a-corpo, em diferentes níveis, que se instaura entre o

leitor – e sua experiência prévia de mundo – e ao autor e seu texto.

São muitos os gestos de leitura e diferentes os textos que circulam

nas instituições e grupos sociais. Obras teóricas, menos e mais complexas,

juntam-se, em estantes de residências e até em bibliotecas escolares, a

manuais didáticos. Textos literários refinados acabam convivendo com

escritas voltadas ao puro entretenimento. Versões simplificadas de obras

clássicas dividem o mesmo espaço com os originais que lhe deram vida.

Além de revistas, quadrinhos e jornais, os textos que aparecem na mídia

eletrônica estreitam mais e mais seus laços com os produtos “tradicionais”.

Diante da tal visão caleidoscópica, é preciso administrar diferenças e

proceder a escolhas cuidadosas para orientar as múltiplas leituras possíveis.

Embora hoje em dia pesquisadores e professores reconheçam na

leitura seu papel de instrumento fundamental de aprendizagem, sabe-se que

é raro que desse aprendizado os alunos venham a descobrir o prazer de ler.

No entanto, num enfoque do ensino da leitura, o ensinar a ler para

aprender deve vir acompanhado do ensinar a ler para ler.

Page 28: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

28

É importante que os alunos aprendam que a leitura também é um

instrumento para o ócio e a diversão, uma ferramenta lúdica que nos permite

explorar mundos diferentes dos nossos, reais ou imaginários, que nos

aproxima de outras pessoas e de suas idéias, que nos converte em

exploradores de um universo que construímos com nossa imaginação.

Em todos os níveis de escolaridade deve haver tempo e espaço

programados para ler por ler, ler para si mesmo, sem outra finalidade que a

de sentir o prazer de ler. Fomentar o prazer da leitura não é algo

independente de ensinar a ler.

Saber ler não é suficiente para transformar uma nação. É preciso

muito mais. É preciso formar, e bem, os leitores, e eles são formados

basicamente com literatura, que é a palavra expressa em arte, alimento

essencial do imaginário.

A mágica da transformação é deles – dos leitores e dos artistas. A

curiosidade, a disponibilidade e a imensa capacidade intelectual dos alunos

perceberem e sentirem que o livro é precioso e tem valor, sem mesmo saber

dizer ainda o porquê, confirma a tese de que gostar de ler depende das

oportunidades oferecidas.

É necessário conviver com bons livros e comprometer os educadores

com essa tarefa, pois os livros, sozinhos, nada fazem. Mas, nas mãos de

professores – leitores, provocam dúvidas e perguntas que podem levar a

produzir grandes transformações na cultura escolar, formando bons leitores

e grandes pensadores.

Page 29: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

29

BIBLIOGRAFIA

ALLEN, V. F. In: A Reading Sampler – Progressive Reading Series.

Washington D.C.: English Teaching Division, United States Information

Agency, 1974.

BROCK, Cynthia A. The Effects of Referencial Questions on ESL Classroom

Discourse. Tesol Quarterly, 1986.BRUMFIT, C. J. et al. (orgs). The

Communicative Approach to Language Teaching. Oxford: Oxford University

Press, 1979.

BROWN, H. Douglas. Tesol at Twenty-five: What are the Issues? Tesol

Quarterly: 1991.

CARROLL, J. B. Language Comprehension and the Acquisition of

Knowledge. CARROLL, J. B. & REEDLE, R. O. (orgs.). Washington D.C.: V.

H. Winston & Sons, 1972.

______________. A Psycholinguistic Analysis of Reading Behavior. In:

English Teaching Forum. v. IV, nº 1, p. 2-7.

CELCE-MURCIA. An Outline of Language Teaching Approaches. In:

CELCE-MURCIA, M. & McINTOSH, L. (orgs.). Teaching English as a

Second or Foreign Language. Massachusetts: Newbury House Publishers,

Inc., p. 3-5, 1979.

CLARKE, Douglas. Reading Skills. Cambridge: Cambridge University

Press, 1977.

FREIRE, Madalena. A Paixão de Conhecer o Mundo. Rio de Janeiro: Paz e

Terra, p. 68-69, 1983.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1970.

Page 30: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

30

GARDNER, Howard. Reading Strategies. Oxford: Oxford University Press,

1983.

HUBBARD, P. A Teaching Course for TEFL. Oxford: Oxford University

Press, 1983.

HYMES, D. H. A Communicative Competence. Oxford: Oxford University

Press, 1979.

MUNBY, J. Communicative Syllabus Design. Cambridge: Cambridge

University Press, 1978.

MURISON-BOWIE, S. Blending Grammatical and Notional/Functional

Syllabuses. EFL Bulletin nº 9, jan. Oxford: Oxford University Press, p. 6-8,

1983.

NEWTON, A. C. Current Trends in Language Teaching. In: CELCE-

MURCIA, M. & McINTOSH, L. (orgs.). Teaching English as a Second or

Foreign Language. Massachussetts: Newbury House Publishers, p. 17-26,

1979.

PRACTOR, C. H. The Comerstones of Method. In: CELCE-MURCIA, M. &

McINTOSH, L. (orgs.). Teaching English as a Second or Foreign Language.

Massachussetts: Newbury House Publishers, p. 5-16, 1979.

REVISTA NOVA ESCOLA. São Paulo, SP, agosto de 1993 (nº 68), outubro

de 1993 (nº 70) e maio de 1994 (nº 75), mensal.

RICHARD-AMATO, P. A. Interaction in the Second Language Classroom –

From Theory to Practice. Longman: The Alpine Press, Inc., 1988.

RICHARDS, J. C. et al., 1986. Approaches and Methods in Language

Teaching – A Description and Analysis. Cambridge: Cambridge University

Press, 1986.

ROCCO, Maria Thereza Fraga. Viagens de Leitura. Brasília: Ministério da

Educação e do Desporto, Secretaria de Educação à Distância, 1996.

Page 31: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

31

STERN, H. H. Fundamental Concepts of Language Teaching. Oxford:

Oxford University Press, 1983.

WIDDOWSON, H. G. Teaching Language as Communication. Oxford:

Oxford University Press, 1979.

WRIGHT, Tony. Roles of Teachers and Learnes. Oxford: Oxford University

Press, 1987.

Page 32: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

32

ANEXOS

Page 33: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

33

Page 34: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

34

Page 35: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

35

Page 36: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

36

ÍNDICE

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 9

VISÃO DA APRENDIZAGEM DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA NO

PASSADO E NO PRESENTE. 9

1.1 – POR QUE A ÊNFASE NA LEITURA? ................................................................ 10

CAPÍTULO II 13

MÉTODO E ABORDAGEM 13

2.1 – TIPOS DE MÉTODOS ...................................................................................... 14

2.2 – A ABORDAGEM COMUNICATIVA................................................................... 15

2.3 – MAS QUE MÉTODO ADOTAR? ....................................................................... 17

CAPÍTULO III 19

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA COMO UMA HABILIDADE ATIVA 19

3.1 – A LEITURA COMO UM PROCESSO PSICOLINGÜÍSTICO.................................... 20

3.2 – ESTRATÉGIAS DE LEITURA NO ÂMBITO DO ENSINO MÉDIO .......................... 23

3.3 – PROPOSTAS DE TÉCNICAS BASEADAS EM EXPERIÊNCIAS PESSOAIS.............. 25

CONCLUSÃO 27

BIBLIOGRAFIA 29

ANEXOS 32

ÍNDICE 36

Page 37: A LEITURA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM … FILOMENA FERME SIVOLELLA.pdf · método, ponderar sobre a metodologia a ser aplicada na utilização da leitura em língua estrangeira

37

FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Pós-Graduação “Lato Sensu”

Título da Monografia: A Leitura no Processo de Aprendizagem em Língua

Estrangeira no Ensino Médio.

Data da Entrega: ____________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

Avaliado por: ___________________________ Grau: _________________

RJ, ______ de _______________ de 2005.