a internet, a mediação e a desintermediação da informação

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DataGramaZero - Revista de Ciência da Informação - v.12 n.2 abr/11 ARTIGO 04 A internet, a mediação e a desintermediação da informação The internet, information mediation and disintermediation por Edna Lúcia da Silva e Marili Isensee Lopes Resumo: Reflexão sobre o papel assumido pelas tecnologias da informação (TICs) na sociedade contemporânea. A internet, em especial, diminuiu distâncias e permitiu o transporte de informações de uma maneira instantânea, reconfigurando a noção de espaço geográfico, criando um novo espaço virtual, que supera as fronteiras do mundo físico. A Internet, entre outros aspectos, libertou os usuários da informação de sua dependência de intermediários, eliminando barreiras e proporcionando oportunidades para o acesso direto aos produtos de informação em qualquer hora ou local e de forma independente. Esse fenômeno gerado pela autonomia dos usuários na busca de informação tem sido rotulado de desintermediação da informação. Assim, acredita-se que com o avanço e a incorporação das tecnologias da informação, especificamente da Internet, nas atividades das unidades de informação, em especial das bibliotecas universitárias, ocorreu um deslocamento de objetivos dessas instituições, pois passaram a visualizar a sua atuação e o fluxo de suas atividades com base em novo paradigma, o paradigma de acesso à informação, em substituição ao paradigma de posse da informação. Neste sentido, discute-se as mudanças proporcionadas pelas tecnologias da informação nas atividades exercidas pelos bibliotecários, especificamente no processo de busca da informação, bem como no papel da biblioteca como mediadora da informação em função do uso das redes eletrônicas pelas comunidades científicas. Palavras-chave: Desintermediação da informação; Bibliotecas universitárias; Internet; Busca da informação; Comunidade cientifica. Abstract: A consideration of the role of information technology (IT) in contemporary society. The internet in particular has reduced distances and has enabled the instantaneous transfer of information; it has reconfigured the concept of geographic space, creating a new virtual space that goes beyond the frontiers of the physical realm. The internet has, among other things, freed IT users from their dependence on intermediaries, thus eliminating barriers and enabling opportunities for independent direct access to information products at any time or place. This phenomenon, which has been generated by the autonomy of users searching for information, has been labelled as information disintermediation. Thus, with the advances and the incorporation of information technology, particularly the internet, in the activities of information units, and especially those of university libraries, there has been a dislocation of these institutions’ objectives, as they have started to see their activities rooted in a new paradigm, the paradigm of information access, rather than the paradigm of information ownership. The article discusses the changes information technology has made in activities by librarians, specifically in the process of information searches, and also in the role of libraries as mediators of information regarding the use of electronic nets by the scientific community. Keywords: Information disintermediation; University libraries; Internet; Information search; Scientific community. Introdução Todos os períodos da humanidade tiveram características e peculiaridades que lhes deram uma identidade própria. No século XX grandes transformações provocaram mudanças em todos os setores da sociedade e a sociedade que emergiu nesse período recebeu diferentes denominações. Sociedade pós-industrial (Bell , 1977), sociedade pós-moderna (Lyotard , 1990), sociedade pós-capitalista (Drucker , 1994), sociedade em rede (Castells , 1999), sociedade da modernidade líquida (Bauman , 2001) e sociedade da informação (Mattelart , 2002) são algumas das denominações cunhadas pelos estudiosos desse período. Embora não exista consenso na denominação dessa nova sociedade, existe consenso quanto ao papel desempenhado pelas tecnologias de informação e comunicação (TICs). Todos os autores são unânimes em ressaltar o papel transformador dessas tecnologias. Segundo Castells (2000, p.67,69) vive-se em um intervalo da história em que “a característica principal é a transformação da nossa cultura material pelos mecanismos de um novo paradigma tecnológico que se organiza em torno da tecnologia da informação”. As principais características desta denominada sociedade em rede não são essencialmente o conhecimento e a informação, pois, como lembra o autor essas já fizeram parte de outras histórias, mas sim as tecnologias de informação e comunicação que impactam e mobilizam os fluxos da vida econômica, política e cultural do mundo contemporâneo. Assmann (2000, p.9) constatou a importância desse papel e destacou que as novas tecnologias de informação e comunicação diferem das tecnologias tradicionais, pois enquanto que essas serviam para ampliar os sentidos (braços, visão, movimento), as novas tecnologias “ampliam o potencial cognitivo do ser humano (seu cérebro/mente) e possibilitam mixagens cognitivas complexas e cooperativas”. Esse processo ocorre devido ao fato de que uma “quantidade imensa de insumos informativos” estão disponíveis na rede e “um grande número de agentes cognitivos humanos pode interligar-se em um mesmo

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Reflexão sobre o papel assumido pelas tecnologias da informação (TICs) na sociedade contemporânea. A internet, em especial,diminuiu distâncias e permitiu o transporte de informações de uma maneira instantânea, reconfigurando a noção de espaço geográfico,criando um novo espaço virtual, que supera as fronteiras do mundo físico. A Internet, entre outros aspectos, libertou os usuários dainformação de sua dependência de intermediários, eliminando barreiras e proporcionando oportunidades para o acesso direto aosprodutos de informação em qualquer hora ou local e de forma independente. Esse fenômeno gerado pela autonomia dos usuários na buscade informação tem sido rotulado de desintermediação da informação. Assim, acredita-se que com o avanço e a incorporação dastecnologias da informação, especificamente da Internet, nas atividades das unidades de informação, em especial das bibliotecasuniversitárias, ocorreu um deslocamento de objetivos dessas instituições, pois passaram a visualizar a sua atuação e o fluxo de suasatividades com base em novo paradigma, o paradigma de acesso à informação, em substituição ao paradigma de posse da informação.Neste sentido, discute-se as mudanças proporcionadas pelas tecnologias da informação nas atividades exercidas pelos bibliotecários,especificamente no processo de busca da informação, bem como no papel da biblioteca como mediadora da informação em função do usodas redes eletrônicas pelas comunidades científicas.

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  • DataGramaZero - Revista de Cincia da Informao - v.12 n.2 abr/11 ARTIGO 04

    A internet, a mediao e a desintermediao da informaoThe internet, information mediation and disintermediation

    por Edna Lcia da Silva e Marili Isensee Lopes

    Resumo: Reflexo sobre o papel assumido pelas tecnologias da informao (TICs) na sociedade contempornea. A internet, em especial,diminuiu distncias e permitiu o transporte de informaes de uma maneira instantnea, reconfigurando a noo de espao geogrfico,criando um novo espao virtual, que supera as fronteiras do mundo fsico. A Internet, entre outros aspectos, libertou os usurios dainformao de sua dependncia de intermedirios, eliminando barreiras e proporcionando oportunidades para o acesso direto aosprodutos de informao em qualquer hora ou local e de forma independente. Esse fenmeno gerado pela autonomia dos usurios na buscade informao tem sido rotulado de desintermediao da informao. Assim, acredita-se que com o avano e a incorporao das tecnologias da informao, especificamente da Internet, nas atividades das unidades de informao, em especial das bibliotecasuniversitrias, ocorreu um deslocamento de objetivos dessas instituies, pois passaram a visualizar a sua atuao e o fluxo de suasatividades com base em novo paradigma, o paradigma de acesso informao, em substituio ao paradigma de posse da informao.Neste sentido, discute-se as mudanas proporcionadas pelas tecnologias da informao nas atividades exercidas pelos bibliotecrios,especificamente no processo de busca da informao, bem como no papel da biblioteca como mediadora da informao em funo do usodas redes eletrnicas pelas comunidades cientficas.Palavras-chave: Desintermediao da informao; Bibliotecas universitrias; Internet; Busca da informao; Comunidade cientifica.

    Abstract: A consideration of the role of information technology (IT) in contemporary society. The internet in particular has reduceddistances and has enabled the instantaneous transfer of information; it has reconfigured the concept of geographic space, creating a newvirtual space that goes beyond the frontiers of the physical realm. The internet has, among other things, freed IT users from theirdependence on intermediaries, thus eliminating barriers and enabling opportunities for independent direct access to information productsat any time or place. This phenomenon, which has been generated by the autonomy of users searching for information, has been labelled asinformation disintermediation. Thus, with the advances and the incorporation of information technology, particularly the internet, in theactivities of information units, and especially those of university libraries, there has been a dislocation of these institutions objectives, asthey have started to see their activities rooted in a new paradigm, the paradigm of information access, rather than the paradigm ofinformation ownership. The article discusses the changes information technology has made in activities by librarians, specifically in theprocess of information searches, and also in the role of libraries as mediators of information regarding the use of electronic nets by thescientific community.Keywords: Information disintermediation; University libraries; Internet; Information search; Scientific community.

    IntroduoTodos os perodos da humanidade tiveram caractersticas e peculiaridades que lhes deram uma identidadeprpria. No sculo XX grandes transformaes provocaram mudanas em todos os setores da sociedade e asociedade que emergiu nesse perodo recebeu diferentes denominaes. Sociedade ps-industrial (Bell,1977), sociedade ps-moderna (Lyotard, 1990), sociedade ps-capitalista (Drucker, 1994), sociedade emrede (Castells, 1999), sociedade da modernidade lquida (Bauman, 2001) e sociedade da informao(Mattelart, 2002) so algumas das denominaes cunhadas pelos estudiosos desse perodo.

    Embora no exista consenso na denominao dessa nova sociedade, existe consenso quanto ao papeldesempenhado pelas tecnologias de informao e comunicao (TICs). Todos os autores so unnimes emressaltar o papel transformador dessas tecnologias.Segundo Castells (2000, p.67,69) vive-se em um intervalo da histria em que a caracterstica principal a transformao da nossa cultura material pelos mecanismos de um novo paradigma tecnolgico que se

    organiza em torno da tecnologia da informao. As principais caractersticas desta denominadasociedade em rede no so essencialmente o conhecimento e a informao, pois, como lembra o autor essasj fizeram parte de outras histrias, mas sim as tecnologias de informao e comunicao que impactam emobilizam os fluxos da vida econmica, poltica e cultural do mundo contemporneo.

    Assmann (2000, p.9) constatou a importncia desse papel e destacou que as novas tecnologias deinformao e comunicao diferem das tecnologias tradicionais, pois enquanto que essas serviam paraampliar os sentidos (braos, viso, movimento), as novas tecnologias ampliam o potencial cognitivo doser humano (seu crebro/mente) e possibilitam mixagens cognitivas complexas e cooperativas. Esseprocesso ocorre devido ao fato de que uma quantidade imensa de insumos informativos estodisponveis na rede e um grande nmero de agentes cognitivos humanos pode interligar-se em um mesmo

  • processo de construo de conhecimentos. Tais sistemas so interagentes artificiais, segundo o autor e se transformaram em mquinascooperativas, com as quais se pode estabelecer parcerias na pesquisa e no aviamento de experinciasde aprendizagem. Para Lvy (1993) so tecnologias da inteligncia, Latour (1994) e Callon (2004)reforam esse conceito realando a importncia dos elementos no humanos como componentesimportantes nesse contexto. Parente (2004, p.103) explica que nessa viso o que est em jogo menos afuno prottica da tecnologia (extenso de habilidades cognitivas), mas o processo contnuo dedelegao e da distribuio de atividades cognitivas que formam uma rede com os diversos dispositivos

    no-humanos.

    A Internet como representante mais importante das tecnologias da informao e comunicao na sociedadeem rede, passou a ser um meio de comunicao que rene recursos tecnolgicos e informacionais queagregam duas caractersticas importantes: a interatividade e a massividade. Os computadores, com aInternet, deixaram de ser apenas uma tecnologia para processamento e armazenamento de dados para setransformarem em poderosos instrumentos de informao, comunicao e colaborao; A Internet, a redede redes, cria um novo mundo, o mundo virtual e global, e estabelece novas possibilidades de relaes einteraes humanas disponibilizando tanto canais de comunicao e informao quanto recursosinformacionais teis para a pesquisa cientfica e instrumentos que viabilizam a colaborao em todos osnveis. O uso da Internet diversificado e inesperado e as possibilidades criadas pela rede so inmeras. Amassividade associada interatividade e a facilidade de uso da rede possibilitam a ampliao das formas debusca e acesso s informaes. Alm de diminuir as distncias e permitir o transporte de informaes deuma maneira instantnea, a Internet reconfigurou a noo de espao geogrfico, criando um novo espao,no geogrfico, que supera as fronteiras do mundo fsico.

    Diante deste novo cenrio surgem algumas questes que merecem ser discutidas. Uma das questes maisimportantes refere-se possibilidade de que cada indivduo pode ser um emissor e um receptor demensagens na Internet. Assim, ele pode ser, ao mesmo tempo, um produtor e um usurio da informao.Como usurio da informao, em particular, pode escolher entre as informaes disponveis as que lheinteressam em um universo informacional amplo e diversificado e sem usar os filtros tradicionais tais comobibliotecas, bibliotecrios, editoras, editores.

    Neste artigo pretende-se discutir o papel da tecnologia, em especial da Internet, na mediao da informaoe o novo papel das unidades de informao, em especial das bibliotecas universitrias nesse processo. AInternet libertou os usurios da informao da dependncia de intermedirios isto porque eliminou barreirase propiciou oportunidades para o acesso direto aos produtos de informao em qualquer hora ou local e deforma independente e isso criou um novo cenrio para a atuao dos profissionais da informao e dasunidades de informao.

    As redes e a mediao e desintermediao da informaoA mudana de paradigma nos processos comunicacionais foi influenciada pela virtualidade e pelainstantaneidade da informao - da produo ao consumo, segundo Oddone (1998), o que j umarealidade. O ciberespao, sustentado por tcnicas sofisticadas de armazenamento e acesso por meio deferramentas cada vez mais amigveis, tem proporcionado para os indivduos uma autonomia com relaoao processo de busca e tem oferecido melhor opo de escolha para atender suas necessidades deinformao.

    A Internet, em especial, quando possibilita a divulgao de ideias e informao por qualquer pessoa geramudanas nos processos tradicionais de comunicao e modifica a relao entre os autores-editores-bibliotecas-leitores colocando em cheque a cadeia tradicional de transferncia de informao. Contudo,tais mudanas so vistas ainda com ressalvas, pois existem questionamentos quanto fidedignidade e consistncia das informaes disponibilizadas na rede, uma vez que estas na maioria das vezes nopassaram por um filtro que garanta a sua veracidade (Meadows, 1999; Targino, 2002).

    Para Wolton (2003), os recursos disponibilizados via Internet, simbolizam a liberdade e expressam acapacidade de domnio de tempo e espao, pois permitem que usurios da informao possam agir sem

  • intermedirios, quando desejarem, sem filtros, nem hierarquias e em tempo real. A expresso surfar naInternet, segundo esse autor, sugere essa sensao de liberdade que envolve dimenses psicolgicas eprovoca nos indivduos uma grande atrao pelas novas tecnologias.

    A Internet passou a ter um papel importante no processo da mediao da informao. Ao relacionarmediao com as redes de informao, Vaz (2001) explica que o termo rede no sculo passado estavarelacionado a um fenmeno localizado. Quando se referia a grupos sociais designava muitas vezesorganizaes de carter oculto, cujos membros obtinham vantagens ilcitas. Quando empregado em sentidotcnico, rede designava alguma forma de distribuio de um fluxo de canais fixos, usualmente esse fluxoera produzido centralmente e apropriado localmente. O sentido adquirido pelo termo atualmente diametralmente oposto ao seu sentido anterior. Nos tempos atuais, o termo rede usado como exemplo doque aberto, do que rompe hierarquias, do que transgride fronteiras, do que impede o segredo e do quepode ser produzido e apropriado por qualquer um. A prpria sociedade, segundo Baumann (2007, p.9) vista, tratada e percebida como uma rede que possui uma matriz de conexes e desconexes aleatrias ede um volume essencialmente infinito de permutaes possveis.

    O surgimento da Internet transformou a rede em infinita encruzilhada, que subverte a noo de espao locale global, que rompe com sistemas de intermediao tradicional entre emissores e receptores ao permitir quecada n da rede possa produzir e distribuir mensagens. A distribuio de informao na tipologia de redeanterior caracteriza-se como de um para todos, e agora essa distribuio passa a ser de todos para todos. AInternet, considerando suas caractersticas, segundo Vaz (2001), coloca em crise um tipo de mediador, masnecessariamente cria espao para outros. Os primeiros mediadores agiam de acordo com as necessidades dos espaos e das tecnologias da poca.Atuavam como especialistas do interesse comum para disseminar informaes que fossem de interesse paraum pblico amplo. Dentre as vrias atividades profissionais, segundo Vaz (2001, p.5), que assumiam afuno de mediador, destacam-se as dos jornalistas, editores e bibliotecrios. Este mediador aparecia comorepresentante, sabendo ou do bem comum ou do que vrios desejam. A forma de mediar, neste perodo,pode ser caracterizada como piramidal, pois poucos produtores de informao difundiam a mesma

    mensagem homognea para vrios. Nesses novos tempos, o mediador na Internet, ainda segundo Vaz(2001), ter um papel similar ao do corretor, pois aproximar os singulares de sua singularidade. Omediador, em funo das tecnologias disponveis, ser aquele que facilitar as expresses individuais e,alm disso, permitir a cada um encontrar o seu pblico.

    Esse fenmeno gerado pela autonomia dos usurios na busca de informao foi rotulado dedesintermediao por Lvy (2000, p. 208). Os intermedirios institucionais (como estaes de televiso,rdio, editoras, escolas, bibliotecas) at o surgimento do ciberespao controlavam o espao pblico decomunicao e tinham como funo a filtragem e a difuso entre os autores e os consumidores dainformao (Lvy, 2000).A desintermediao um fenmeno em processo de consolidao e, por isso, existem algumas divergnciasquanto aos seus benefcios ou seus malefcios para os usurios, unidades de informao e serviosbibliotecrios.

    Froehlich (1998) considera que a ausncia de intermediao humana entre usurios e informao podecomprometer a qualidade da informao, enfatizando a ausncia de critrios de autoridade cognitiva comoum srio problema para o uso das fontes eletrnicas. Davenport (1998, p. 53) acredita que as pessoas aindaso os melhores meios para identificar, categorizar, integrar a informao. A informao, para esse autor,para ser valorizada precisa ser organizada, reestruturada, interpretada e sintetizada, tarefas que ocomputador ainda no capaz de executar de forma satisfatria. Wolton (2003) considera que o problemano est somente no acesso, mas sim na capacidade em saber o que procurar e nisso a competncia estenvolvida. A possibilidade de acesso a tudo atravs de um mesmo terminal, desde o fazer compras atacessar uma biblioteca, no possibilita o desenvolvimento de competncias abrangentes que garantamacesso informao de todos os nveis ou que requeiram estratgias mais elaboradas.

    Targino (2000, p.23), por sua vez, alerta para o uso indiscriminado de informaes eletrnicasargumentando que isso agravaa tendncia de horizontalizao da leitura, comprometendo o processo de informao e conhecimento.Esvai-se a probabilidade de uma viso totalizante do tema, e se abandona o interesse por obras densas,bsicas ou de contedo clssico e vital formao profissional em qualquer instncia.

  • Por outro lado, Levy (2000) refuta todos esses argumentos contrrios desintermediao. Os antigosprocessos de intermediao, para Lvy (2000, p. 21) eram massivos e grosseiros e os novos processosde intermediao, em contrapartida, resultam dos prprios indivduos, e correspondem, de maneira fina,

    em funo de certo trabalho, s necessidades e aos interesses destes. Enfatiza, ainda, que a essncia dacibercultura est talvez nessa passagem entre selees, hierarquias e snteses por toda parte diferentes e emconstante mutao conforme as pessoas, os grupos e as circunstncias.

    Para Fourie (2001), a desintermediao uma tendncia na sociedade. Cada vez mais pessoas tm acesso Internet, e os sistemas de informao e comunicao esto sendo desenvolvidos de forma mais amigvel, oque proporciona naturalmente maior autonomia e independncia para os usurios da informao. Ociberespao criou uma situao de desintermediao e isso j aceito como um fato. J uma evidnciaque a desintermediao tem afetado os processos comunicacionais, a funo das editoras, o papel dossistemas e das unidades de informao. A dvida que paira nesta questo refere-se dimenso exata dosdesdobramentos e efeitos desse fenmeno nos processos comunicacionais, culturais, sociais ou cientficos.

    A mediao da informao e o papel das bibliotecas e dos bibliotecriosBarreto (1998), em seu artigo sobre as mudanas estruturais dos fluxos da informao, realiza umacomparao entre o fluxo da informao no ambiente impresso e o fluxo da informao no ambienteeletrnico. Segundo ele, com relao ao processo de mediao, no fluxo da informao tradicional, existesempre a mediao de um profissional que ele denomina de profissional de interface, seja na faseinicial, ou na avaliao do produto final. Enquanto que, no fluxo da informao no ambiente eletrnicoocorrem interaes diretas, conversacionais e sem intermedirios, do receptor com a informao.

    Embora se deva considerar a importncia das demais atividades profissionais no processo de mediao dainformao, neste artigo procura-se focar particularmente nas atividades exercidas pelos bibliotecrios,especificamente no processo de busca da informao, bem como no papel da biblioteca como mediadora dainformao em funo do uso das redes eletrnicas pelas comunidades cientficas. Por muitas dcadas asbibliotecas tiveram o seu papel de guardis do conhecimento, de preservadoras e organizadoras do acervo,bem como de servir de intermediadora entre os provedores de informao e seus usurios. Contudo, nasltimas dcadas, tem sido discutido plenamente o impacto das novas tecnologias da informao, e, emespecial a Internet tem sido um smbolo maior destas mudanas na histria das atividades exercidas pelosintermedirios da cadeia de comunicao cientfica.

    Assim como as editoras, os servios de informao e das bibliotecas passaram a sofrer mudanas marcantesem suas atividades bem como nas formas de interao com os seus usurios. Dentre os impactos da Internetnas bibliotecas pode-se citar: o crescente nmero de publicaes eletrnicas disponveis, a acessibilidade doprprio usurio na busca da informao, ausncia do contato usurio/bibliotecrio, a diversificao dasinformaes (Cunha, 1999; Marcondes; Gomes, 1997). Alm disso, as unidades de informao dasuniversidades em especial fizeram investimentos em tecnologia e passaram a atuar tambm comoprovedoras de informao eletrnica.

    O papel mais importante das unidades de informao, e, consequentemente, de profissionais como osbibliotecrios, at ento, era constitudo pela ao de intermediao entre a informao produzida(publicadores) e os usurios da informao. Com o avano e a incorporao das tecnologias da informaoe comunicao, especificamente da Internet, nas atividades das unidades de informao ocorreu umdeslocamento de objetivos dessas instituies, pois passaram a visualizar a sua atuao e o fluxo de suasatividades atravs de um novo paradigma, o paradigma de acesso informao, em substituio aoparadigma de posse da informao, o que as tornou vulnerveis ao fenmeno da desintermediao.

    Para Fourie (2001), a desintermediao entendida com a busca de informao por um usurio final sem anecessidade de envolvimentos de terceiros: mediadores ou intermedirios. Significa a eliminao domediador entre a informao (ou qualquer produto) e seus usurios finais o que, consequentemente,acarreta o que o autor denomina de potencializao dos usurios. Quando aplicado s unidades deinformao (bibliotecas), o termo significa a evoluo do acesso da informao que se dava atravs dedepsitos fsicos centralizados para as fontes alternativas acessveis diretamente atravs de ordenadores eredes de informao.

  • De maneira geral, as possibilidades oferecidas pelas tecnologias da informao e comunicao tmprovocado mudanas no comportamento das pessoas com relao ao acesso informao e comunicaoem vrios nveis. O modelo de comunicao cientfica, cunhado por Garvey e Griffth em 1979, queestabelecia diferenas significativas entre os canais formais e informais, vem sendo drasticamentemodificado. Nesse modelo, o sistema de comunicao cientfica tradicional englobava dois subsistemas eseus respectivos canais: o informal e o formal. Os canais informais eram constitudos pelos recursosinformacionais proporcionados atravs de contatos pessoais (conversas, telefonemas, mensagens, cartas,colgios invisveis entre outros). Enquanto que os canais formais eram constitudos pelos recursosinformacionais provenientes das fontes de informao primria (peridicos, relatrios, etc.), secundria(resumos, ndices, etc.) e terciria (tratados, livros-texto, etc.).

    As tecnologias da informao e comunicao tm alterado o processo de comunicao cientfica e ocomportamento de usurios da informao, em relao a vrias etapas e diversos aspectos e, por isso, umnovo modelo para o sistema de comunicao cientfica tm sido pensado. Segundo Meadows (2001), asdiferenas entre canais formais e informais esto diludas em funo da mediao das novas tecnologias,uma vez que os resultados de uma pesquisa podem estar disponveis de vrias formas, por exemplo, ummesmo artigo de uma pesquisa pode ser localizado no website do autor, sob discusso numa lista, em umperidico impresso e em um peridico eletrnico.

    O advento das tecnologias da informao e comunicao tambm provocou igualmente sensveis mudanasno perfil e no comportamento dos usurios das unidades de informao. A autonomia no processo de buscada informao ocorre de fato. Agora o usurio dispensa intermedirios e se torna autnomo elaborando suaprpria busca bibliogrfica, sem auxilio do profissional da informao (Cuenca, 1999).A esta ausncia decontato usurio/bibliotecrio denominou-se, como visto, desintermediao da informao. O conceitodesintermediao surgiu entre a dcada de 1960 e 1970. A designao estava relacionada a algumasmudanas ocorridas nos servios oferecidos pelos setores financeiros e industriais; os bancos foram osprimeiros a adotar tal conceito quando passaram a oferecer seus servios de forma que seus clientes ofizessem sem a intermediao humana.

    O processo de desintermediao nas bibliotecas universitrias se deu com maior intensidade com osurgimento da Internet. Os avanos tecnolgicos na rea de comunicao e informao provocaram estasmudanas nas atividades das bibliotecas e especificamente no papel do bibliotecrio. O fato das bibliotecasuniversitrias passarem a utilizar as novas tecnologias para a implantao de novos servios e adisponibilizarem por meio de seus websites, servios remotos e acesso a seus prprios catlogos, oschamados On-line Public Acess Catalogs (OPACs), bem como o trabalho cooperativo para o fornecimentode informaes de forma mais atraente a seus usurios, como o caso dos bancos de dados, a exemplo dosBancos de Teses e Dissertaes, e dos Portais de Pesquisa, a exemplo do Portal da CAPES, e tantos outros,fez com que repensassem seus papis como provedoras de informao e como pontos obrigatrios depassagem (Callon, 1986) para acesso informao e ao conhecimento.

    Pode-se afirmar que existem duas correntes quando se fala em desintermediao da informao nasbibliotecas universitrias. Pode-se considerar que o acesso direto Internet provocou uma certa autonomiana busca da informao, a ponto de se dispensarem os servios de uma biblioteca bem como de seusprofissionais. Mas, por outro lado, pode-se considerar que as bibliotecas universitrias, principalmente e decerta forma, esto evoluindo juntamente com as novas tecnologias, a partir do momento que passaram adisponibilizar em seus websites, como por exemplo, recursos informacionais como fontes de referncia comtexto completo e servios on-line para acesso ao seu acervo; Tais iniciativas, incentivam, contribuem epossibilitam a autonomia dos usurios no processo de busca da informao e na utilizao de seus servios.

    As bibliotecas, especificamente as acadmicas, que j foram desafiadas pela adoo das tecnologias dainformao e comunicao para a realizao de grande parte de suas atividades de gerenciamento dasinformaes, bem como no oferecimento de seus servios, enfrentam agora um novo desafio, ou seja,encontrar novas funes e um novo papel no processo de transferncia da informao. Alm do papel jassumido por tantas dcadas, segundo Cuenca (2004), as bibliotecas tero que atuar na construo deinterfaces grficas dos sistemas de informao, bem como na capacitao da comunidade acadmica para ouso da Internet e de todos os aparatos tecnolgicos disponibilizados em rede.

    A esse respeito, Gomes (2004, p.2) esclarece que da mesma forma que intermedirios humanos editores,bibliotecrios e outros filtram e processam a informao no ambiente tradicional, oferecendo catlogos,

  • ndices e outros modos de acesso informao organizada, tambm no meio eletrnico estocomprometidas com as mesmas prticas. Para Gomes (2004) as bibliotecas e outras instituies acadmicasde todo o mundo tm buscado oferecer servios de orientao aos usurios no processo de busca dainformao relevantes no meio eletrnico, especificamente, a Internet, de modo eficaz e eficiente.

    Produzir, processar e distribuir informaes est ao alcance de todos, e parece uma forma ilimitada, na quala proximidade promovida pela ausncia de um intermedirio na produo e transmisso da informao, semnenhuma seleo prvia, leva crena de que a Internet no carece de mediao. Embora, a redeapresente facilidades no acesso s informaes, a Internet inclui em seu manancial de informaes, tantoinformaes de qualidade e relevantes, quanto de pouca qualidade ou irrelevantes. As ferramentas debusca, apesar de seu avano nos ltimos anos, ainda no oferecem resultados de qualidade na recuperaodas informaes. Alm do que, a quantidade de informaes disponibilizadas na rede dificulta a localizaode uma fonte especfica.

    Vaz (2001) esclarece que a Internet tem provocado uma nova forma de limitao que a escassez dasfaculdades cognitivas de cada um em saber utilizar tudo o que est disponvel na rede. Para este autor,embora se considere que a Internet no apresente limites fsicos de estocagem de informao, no existemlimites impostos por alguma instncia ou estrutura hierrquica de controle e transmisso e circulao dainformao, e tambm tenha ocorrido um aumento na velocidade e uma diminuio drstica de custos; poroutro lado o crescimento da rede tem produzido um excesso de informao que se afigura como um limites nossas capacidades cognitivas de tomar conhecimento de tudo e de explor-la em todo o seu potencial.Sob esta perspectiva o autor conceitua o mediador, como um filtro necessrio em funo do excesso deinformaes, pois diante de um manancial de informaes e servios, na disputa pela ateno dos usuriosda informao, o valor de credibilidade o que garante aos provedores de informao o retorno dosusurios sempre ao mesmo local.

    Ento, ao se pensar a biblioteca como um espao pblico na rede, e a partir da caracterizao deinteratividade da Internet, Vaz (2001) enfatiza que as novas atitudes do mediador em relao a esse meiosero a de proporcionar facilidades e espaos, incluindo nestes espaos mltiplas informaes para atender diversidade de demandas individuais, de forma rpida personalizada obtida pelos registros dos usuriosque utilizam esse espao (o site).

    Para Quadros (2001, p.34), baseado em consideraes de Drabenstott (1997), o novo grande papel dobibliotecrio, ser o de gateway ou gatekeeper, ou seja, ser responsvel por guiar e orientar o usurioatravs dos vrios meios e formas de acesso informao. O bibliotecrio dever, sobretudo, reafirmar suaposio de conselheiro intelectual usando suas habilidades de seleo, anlise e sntese da informaocom o objetivo de personaliz-la para os seus usurios, tornando o seu trabalho muito mais proveitoso paraa sociedade.

    Consideraes FinaisAssim pode-se concluir que as tecnologias da informao e comunicao podero eliminar formastradicionais de mediao, mas abrem possibilidades para formas inovadoras de mediao. Ao profissionalbibliotecrio, caber ter conscincia de que as tecnologias afetam tanto seu ambiente de trabalho bemcomo os usurios de informao, mas devem ser vistas como grandes aliadas em todos os processosenvolvidos na gesto da informao nas unidades de informao. Como mediador, esse profissional deverpassar a atuar na orientao do uso das tecnologias da informao e comunicao, nos procedimentos deacesso e mecanismos de busca, na seleo, anlise e sntese de contedos de informao, nodesenvolvimento de sistemas especialistas para responder a questes de referncia, na capacitao pormeio de instrues bibliogrficas, entre outras tarefas mais complexas (Quadros, 2001).

    Para Ferreira (2005), os bibliotecrios especificamente os de referncia, devero integrar contextualmenteas tecnologias da informao e comunicao e os instrumentos de referncia tradicionais tornando assim asbibliotecas competitivas no mercado da informao, transformando-as em local que se encontram serviosnecessrios e eficazes. Ou seja, usar as tecnologias da informao e comunicao no como merosmecanismos de acesso informao, mas para fornecer informao com valor agregado. Para esse autor, asbibliotecas deveriam proporcionar o melhor servio possvel tanto no que se refere servio de refernciapersonalizado como de referncia eletrnica. E assim o conflito que ora se observa como ameaador parabibliotecas e seus profissionais, entre a cultura da tecnologia fria e impessoal, e a da biblioteca como umespao reconfortante e pessoal, poder deixar de fazer sentido.

  • Sendo assim, acredita-se que as tecnologias da informao e comunicao tenham proporcionado novosdesafios s bibliotecas universitrias, bem como a seus profissionais, em funo do crescimentoexponencial de recursos disponibilizados, das novas atitudes, expectativas e necessidades dos usurios,mas, sobretudo tm proporcionado novas oportunidades, levando a uma redefinio do papel dosbibliotecrios e das bibliotecas na era da Internet (Ferreira, 2005).

    No futuro, a Internet continuar a se desenvolver e a ser um meio de informao cada vez mais importante.As bibliotecas universitrias, principalmente, operaro cada vez mais de forma remota e preocupada com oacesso informao. A superabundncia de contedos disponibilizados exigir daqueles que lidam com ainformao um controle de filtragens, estratgias de pesquisa e ferramentas que permitiro navegar nociberespao. E se as bibliotecas no assumirem este papel, outros o faro. Por uma ordem no caos daInternet, ser uma atividade altamente apreciada e reconhecida. As competncias tradicionais dosprofissionais da informao podero acrescentar valor aos servios eletrnicos em rede j existentes ou

    em criao. (Rodrigues, 2005, p. 5).

    As bibliotecas juntamente com seus profissionais, por meio de suas tcnicas e competncias, aocontriburem para organizar, localizar as informaes existentes no ciberespao, estaro permitindo umaviagem mais segura em todas as estradas da informao, podero vir a ser o ponto de acesso ao qual osviajantes destas autoestradas sempre retornaro (Rodrigues, 2005).

    Bibliotecas e bibliotecrios tem demonstrado que esto mobilizando-se nessa perspectiva; os movimentosdos bibliotecrios e das bibliotecas 2.0 so reflexos dessa nova atitude. Contudo, nesse ambiente lquido-moderno de Bauman (2007, p.7), em que as condies de ao e as estratgias de reao envelhecemrapidamente e se tornam obsoletas antes de os atores terem uma chance de aprend-las efetivamente,fica o desafio de saber qual ser a funo dos bibliotecrios e das bibliotecas na perspectiva da web 3.0 e daweb. 4.0? Afinal, pode-se sentir, imaginar e suspeitar o que deve ser feito, mas no se pode conhecer oaspecto e a forma que isso acabar assumindo e a nica certeza que se tem que ser bem diferente detudo a que se est acostumado.

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    Sobre os autores / About the Author:

    Edna Lcia da Silva

    [email protected]

    Doutora em Cincia da Informao. Departamento de Cincia da Informao do Programa de Ps-graduao emCincia da Informao Universidade Federal de Santa Catarina.

    Marili Isensee Lopes

    [email protected]

    Mestre em Cincia da Informao. Bibliotecria da Biblioteca Universitria da Universidade Federal de SantaCatarina.