a influÊncia dos finos de escÓria de aciaria como ... · verdadeiros companheiros e amigos,...

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Dayse Horta Diniz A INFLUÊNCIA DOS FINOS DE ESCÓRIA DE ACIARIA COMO ESTABILIZANTE DE SOLOS PARA USO EM PAVIMENTOS Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil. Orientador: Professor Ricardo André Fiorotti Peixoto Co-Orientador: Professor Flávio Renato de Góes Padula Belo Horizonte, 29 maio de 2009

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Page 1: A INFLUÊNCIA DOS FINOS DE ESCÓRIA DE ACIARIA COMO ... · verdadeiros companheiros e amigos, exemplos de amor. A todos os meus familiares, pelo imprescindível amor, apoio e incentivo,

Dayse Horta Diniz

A INFLUÊNCIA DOS FINOS DE ESCÓRIA DE ACIARIA COMO

ESTABILIZANTE DE SOLOS PARA USO EM PAVIMENTOS

Dissertação de Mestrado

Dissertação apresentada ao Programa

de Pós-Graduação em Engenharia Civil

do Centro Federal de Educação

Tecnológica de Minas Gerais como

requisito parcial para a obtenção do

título de Mestre em Engenharia Civil.

Orientador: Professor Ricardo André Fiorotti Peixoto

Co-Orientador: Professor Flávio Renato de Góes Padula

Belo Horizonte, 29 maio de 2009

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Todos os direitos autorais

a reprodução total ou parcial do trabalho sem a

autorização da Instituição, do autor e do orientador.

Diniz, Dayse Horta

A Influência dos finos de escória de aciaria como estabilizante para uso em pavimentos / Dayse Horta Diniz. Belo Horizonte, 2009. 121p.

Dissertação (Mestrado) – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Departamento de Engenharia Civil, 2009.

Orientador: Ricardo André Fiorotti Peixoto

1. Escória aciaria (metalurgia); 2. Pavimentos; 3. Solos – Compactação; 4. Propriedades Mecânicas; 5.Impacto Ambiental – Avaliação.

I CEFET-MG/DEC/PPGEC II Título

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Dayse Horta Diniz

Este é o termo de aprovação da dissertação

A INFLUÊNCIA DOS FINOS DE ESCÓRIA DE ACIARIA COMO

ESTABILIZANTE DE SOLOS PARA USO EM PAVIMENTOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil do CEFET-MG como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil

Belo Horizonte, 29 maio de 2009.

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A meu marido e meus filhos, para quem,

neste período, não fui suficientemente mãe

nem esposa, mas que por me amarem tanto

sempre estiveram a meu lado, me apoiaram

e incentivaram, quer nos bons momentos,

quer nas tempestades, contribuindo com

muito carinho para que eu me tornasse

suficientemente profissional.

Muito Obrigada! Amo vocês!

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, Professor Ricardo André Fiorotti Peixoto, pela incansável e valiosa atenção, pelos conhecimentos transmitidos, pelo apoio, amizade, confiança e dedicação depositados em mim, sem os quais este trabalho não seria realizado.

Ao meu marido e filhos, principais responsáveis pela conclusão deste trabalho, pelo incentivo incondicional, paciência e compreensão constantes, apoio incansável, interesse permanente, auxílio e sugestões ao longo de toda esta trajetória, verdadeiros companheiros e amigos, exemplos de amor.

A todos os meus familiares, pelo imprescindível amor, apoio e incentivo, em especial meus pais.

À engenheira, amiga, irmã e companheira Maria Estânia Mendonça Passos, ex-colega de CEFET, pelo constante incentivo, conselhos, disponibilidade para me ouvir e esclarecer dúvidas, pela verdadeira amizade e presença constante.

Ao co-orientador prof. Flávio Renato de Góes Padula, pelo apoio, confiança e valiosas discussões e sugestões.

Aos colegas Matheus Justino da Silva e Leandro da Silva de Souza pela amizade, apoio técnico, companheirismo, profissionalismo e inestimável ajuda sem a qual este trabalho não seria realizado.

Ao Grupo de Pesquisa Reciclos/CNPQ, especialmente aos colegas: Fiorotti, Kerry, Thiago, Douglas, Marcela, Jussara e Cristiane, pelo apoio técnico, companheirismo, profissionalismo e ajuda.

Aos colegas do mestrado pelo companheirismo, apoio, incentivo, pelas boas risadas e novas amizades.

A todos vocês meus grandes e muitos amigos, que de alguma forma, direta ou indiretamente auxiliaram na realização deste trabalho e sempre estiveram ao meu lado (Sandra, Andréa, Sônia, Maristela, Júnia, ...) pela amizade, presença constante em minha vida, incentivo e contribuição.

À CICLOMETAL pelo fornecimento das amostras da escória de aciaria.

À Arcelor Mital Tubarão – CST e à Fundação CEFETMINAS pelo financiamento e apoio técnico administrativo, que tornaram possível o desenvolvimento desta pesquisa.

À empresa Holcim S.A. pelo fornecimento das amostras de cimento Pavifort e pela execução dos ensaios de granulometria e microscopia da escória.

E finalmente, não poderia deixar de agradecer: a Deus, por me guiar, ajudar a crescer, acreditar e superar obstáculos.

A todos e aos que me ajudaram, espero ter o privilégio de estar sempre construindo uma vida melhor ao lado de vocês.

Um forte abraço a todos e muito obrigada,

Dayse Horta Diniz

29 Maio de 2009

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CONTEÚDO

Página

ÍNDICE vii LISTA DE FIGURAS xii LISTA DE TABELAS xv LISTA DE SÍMBOLOS xvii LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS xviii APÊNDICE xx ANEXOS xxi RESUMO xxii ABSTRACT xxiii

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Página

1 – INTRODUÇÃO .......................................................................... 1

1.1. Objetivo Geral .............................................................. 4

1.2. Objetivos Específicos ................................................... 4

1.3. Estrutura da Dissertação 5

1.3. Justificativa ................................................................... 5

2 – REVISÃO DE LITERATURA .................................................... 7

2.1. A Siderurgia no Brasil ................................................... 7

2.1.1. Breve Histórico do Processo ......................... 7

2.1.2. A Produção do Aço e sua Importância para a

Economia do País .................................................... 10

2.1.3. Escória de Aciaria .......................................... 12

2.1.4. Utilização de Escória de Aciaria como

Matéria-prima em Obras de Engenharia Rodoviária 17

2.2. A Malha Rodoviária Brasileira ...................................... 19

2.2.1. Malha Rodoviária de Minas Gerais .............. 20

2.2.2. Pavimento rodoviário do ponto de vista

estrutural e funcional .............................................. 21

2.3. Compactação do Solo .................................................. 23

2.3.1. O Ensaio de compactação ............................ 25

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2.3.2. A Influência das Características dos Solos

no Ensaio de compactação ..................................... 25

2.3.3. A Influência da Energia de Compactação ..... 26

2.3.4. Expansão ....................................................... 26

2.3.5. CBR – Califórnia Bearing Ratio ..................... 27

2.4. Estabilização de Solos ................................................ 27

2.4.1. Mecanismos de Estabilização de Solos .......... 28

2.4.1.1. Estabilização Mecânica ou

Estabilização por Compactação ................... 28

2.4.1.2. Estabilização Granulométrica ........ 29

2.4.1.3. Estabilização Química ................... 29

2.4.2. Estabilização Solo-cimento ............................ 30

2.4.2.1. A dosagem do solo-cimento ............ 31

2.4.2.2. Procedimentos de dosagem ........... 31

2.4.3. Estabilização Solo-cal .................................... 33

2.4.3.1. Fatores que influem no processo

de estabilização dos solos com cal .........................

34

2.4.4. Estabilização Solo-escória ............................. 34

2.5. Resistência à Compressão Simples ........................... 35

2.6. Resistência à Tração por Compressão Diametral ...... 36

2.7.Construção e Desenvolvimento Sustentável ............... 38

2.8. Estatística ................................................................... 39

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3. MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................... 40

3.1. Materiais ..................................................................... 40

3.1.1. Solo .................................................................. 40

3.1.2. Água ................................................................. 41

3.1.3. Escória de Aciaria ............................................ 42

3.1.4. Cal Hidratada ................................................... 43

3.1.5. Cimento Pavifort .............................................. 43

3.2. Métodos ...................................................................... 44

3.2.1. Caracterização Geotécnica do Solo ................ 44

3.2.2. Caracterização da Escória de Aciaria.............. 44

3.2.3. Caracterização Cal Hidratada ......................... 45

3.2.4. Caracterização Cimento Portland.................... 45

3.2.5. Caracterização da Água .................................. 46

3.2.6. Compactação .............................................. 46

3.2.6.1. Etapa 1 ................................................ 46

3.2.6.2. Etapa 2 ................................................ 46

3.2.6.3. Etapa 3 ................................................ 47

3.2.7. Expansão e CBR ......................................... 48

3.2.8. Moldagem dos Corpos-de-Prova .................... 50

3.2.8.1. Misturas de solo com um estabilizante 50

3.2.8.2. Misturas de solo com dois

estabilizante ..................................................... 51

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3.2.9. Resistência Mecânica ..................................... 53

3.2.10. Ensaios Ambientais........................................ 54

3.2.11. Tratamento Estatístico................................... 54

3.2.11.1. Resistência á compressão simples e

à tração por compressão diametral ........................... 55

3.2.12. Inventário dos ensaios ......................... 55

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ................ 57

4.1. Caracterização do solo ................................................. 57

4.1.1. Análise granulométrica do Solo...................... 57

4.1.2. Limites Físicos de Atterberg e Massa

Específica ................................................................ 58

4.1.3. Classificação do solo ..................................... 59

4.2. Caracterização da Escória de Aciaria .......................... 59

4.3. Compactação ............................................................... 61

4.4. Expansão ..................................................................... 63

4.5. CBR .............................................................................. 67

4.6. Resistência Mecânica .................................................. 70

4.6.1. Resistência á Compressão Simples .............. 70

4.6.2. Resistência à Tração por Compressão

Diametral ................................................................. 73

4.7. Ensaios de caracterização ambiental ......................... 76

4.8. Tratamento Estatístico ................................................ 78

4.8.1. Resistência à compressão simples: 4

misturas .................................................................. 78

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4.8.2. Resistência à compressão diametral: 4

misturas .................................................................. 80

4.8.3. Resistência à compressão diametral: 8

misturas .................................................................. 82

4.8.4. Resistência à compressão simples: 8

misturas .................................................................. 83

5. CONCLUSÕES ........................................................................... 85

5.1. Contribuição para trabalhos futuros ............................ 88

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................... 89

APÊNDICE ............................................................................. 97

ANEXOS ................................................................................ 117

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LISTA DE FIGURAS

Página

Figura 2.1 Produção Brasileira de Aço Bruto 12

Figura 2.2 Fluxograma esquemático do processo de beneficiamento de escória 13

Figura 2.3 Ensaio de compressão diametral 37

Figura 3.1 Jazida de coleta do saibro amarelo 40

Figura 3.2 Amostra de saibro, em local coberto, preparada para secar 41

Figura 3.3 O fino de escória de aciaria espalhado para secagem 43

Figura 3.4 Acréscimo de umidade ás amostras 47

Figura 3.5 Ensaio de compactação 47

Figura 3.6 Arrasamento do volume do cilindro 48

Figura 3.7 Equipamento necessário ao ensaio de expansão 48

Figura 3.8 Cilindros no tanque de saturação 49

Figura 3.9 Ensaio de CBR 49

Figura 3.10 Moldagem e extração do CP 50

Figura 3.11 Preparo da misturas e homogeneização das amostras para moldagem dos corpos-de-prova 52

Figura 3.12 Cura dos CP ao ar 52

Figura 3.13 Capeamento dos CP 53

Figura 3.14 Prensa para ensaio de resistência à compressão simples 53

Figura 3.15 Ensaio de resistência à tração por compressão diametral 54

Figura 4.1 Curva granulométrica por peneiramento 57

Figura 4.2 Curva granulométrica por sedimentação 58

Figura 4.3 Curva da granulometria laser do fino de escória 60

Figura 4.4 Compactação do solo 61

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Figura 4.5 Massa específica aparente máxima para diferentes teores de estabilizante 62

Figura 4.6 Umidade ótima para diferentes teores de estabilizante 63

Figura 4.7 Variação da expansão X umidade para o solo puro 63

Figura 4.8 Variação da expansão X umidade para as misturas solo-cal 64

Figura 4.9 Variação da expansão X umidade para as misturas solo-escória 64

Figura 4.10 Variação da expansão X umidade para as misturas solo-Pavifort

65

Figura 4.11 Variação da expansão X umidade para as misturas solo-escória-cal e solo-escória-Pavifort

65

Figura 4.12 Expansão na umidade ótima, para diferentes teores de estabilizante 66

Figura 4.13 Variação do CBR X umidade do solo puro 67

Figura 4.14 Variação do CBR X umidade para as misturas solo-cal 68

Figura 4.15 Variação do CBR X umidade para as misturas solo-escória 68

Figura 4.16 Variação do CBR X umidade para as misturas solo-Pavifort

68

Figura 4.17 Variação do CBR X umidade para as misturas solo-escória-cal e solo-escória-Pavifort

69

Figura 4.18 CBR na umidade ótima, para diferentes teores de estabilizante 69

Figura 4.19 Ruptura de CP de misturas de solo com 10% de estabilizantes 71

Figura 4.20 Resistência à compressão simples para misturas com 1 estabilizante 71

Figura 4.21 Resistência à compressão simples para misturas com 2 estabilizante 71

Figura 4.22 Ruptura do CP solo + 15% escória + 5% cal 72

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Figura 4.23 Ruptura do CP solo + 15% escória + 5% Pavifort

72

Figura 4.24 Ruptura do CP solo + 20% escória + 5% cal 73

Figura 4.25 Ruptura do CP solo + 20% escória + 5% Pavifort

73

Figura 4.26 Ruptura do CP de misturas de solo com 10% de estabilizantes 74

Figura 4.27 Resistência à tração por compressão diametral das mistura com 1 estabilizante 74

Figura 4.28 Resistência à tração por compressão diametral das mistura com 2 estabilizante 75

Figura 4.29 Ruptura do CP solo + 20% escória + 5% Pavifort

75

Figura 4.30 Gráfico de efeitos principais: resistência a compressão simples – 4 misturas 78

Figura 4.31 Validação do modelo: 4 misturas 79

Figura 4.32 Gráfico de efeitos principais: resistência a compressão diametral – 4 misturas 80

Figura 4.33 Validação do modelo: 4 misturas 81

Figura 4.34 Gráfico de efeitos principais: resistência a compressão simples – 8 misturas 82

Figura 4.35 Validação do modelo: 8 misturas 83

Figura 4.36 Gráfico de efeitos principais: resistência a compressão diametral – 8 misturas 84

Figura 4.37 Validação do modelo: 8 misturas 85

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LISTA DE TABELAS

Página

Tabela 2.1 Produção de aço bruto por processo de refino, no Brasil 9

Tabela 2.2 Tipos de fornos das siderúrgicas brasileiras 9

Tabela 2.3 Relação das Aciarias Brasileiras que utilizam convertedor a oxigênio 11

Tabela 2.4 Produção Brasileira – 80% por convertedor a oxigênio e 20% por forno elétrico 11

Tabela 2.5 Características da escória de aciaria 14

Tabela 2.6 Faixa de composição química típica da escória LD no Brasil 15

Tabela 2.7 Composições das escórias de aciaria elétrica 15

Tabela 2.8 Malha rodoviária do Brasil 20

Tabela 2.9 Malha rodoviária de Minas Gerais 20

Tabela 2.10 O estado geral das rodovias mineiras 21

Tabela 2.11 Teor de cimento, segundo NBR 12253/90 32

Tabela 3.1 Parâmetros físicos da cal hidratada CHI 45

Tabela 3.2 Composição química típica e parâmetros físicos do Pavifort - Holcin 45

Tabela 3.3 Parâmetros de qualidade da água - período de maio 2008 46

Tabela 3.4 Demonstrativo de ensaios executados 56

Tabela 4.1 Parâmetros geotécnicos 58

Tabela 4.2 Classificação do solo 59

Tabela 4.3 Caracterização química da escória de aciaria 59

Tabela 4.4 Caracterização física da escória de aciaria 60

Tabela 4.5 Análise química no extrato lixiviado das misturas 76

Tabela 4.6 Análise química no extrato solubilizado das misturas 77

Tabela 4.7 Classificação das misturas 77

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Tabela 4.8 Resultado das ANOVA: 4 misturas resistência a compressão simples 78

Tabela 4.9 Resultado das ANOVA: 4 misturas resistência a compressão diametral 80

Tabela 4.10 Resultado das ANOVA: 8 misturas resistência a compressão simples 82

Tabela 4.14 Resultado das ANOVA: 8 misturas resistência a compressão diametral 84

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LISTA DE SÍMBOLOS

γγγγS Massa Específica Sólida

γγγγd màx Massa Específica Aparente Máxima Seca

Wot Umidade Ótima

# Malha da peneira

Al 2O3 Óxido de alumínio (alumina)

CaO Óxido de cálcio (cal)

CaCO3 Carbonato de cálcio ou calcita

CaSiO3 Silicato de cálcio

CaFe2O4 Ferrita calcita

Ca(OH)2 Hidróxido de cálcio ou Cal hidratada

C2S Silicato dicálcio ou dicálcico (2CaO.SiO2)

C3S Silicato tricálcio ou tricálcico (3CaO.SiO2)

Fe Ferro

FeO Óxido de ferro

Fe2O3 Hematita

H2O Água

MgO Óxido de magnésio ou periclásio (magnésia)

Mg(OH) 2 Hidróxido de magnésio ou brucita

MnO Óxido de manganês

pH Indicador de pH

P2O5 Pentóxido de fósforo

RCs Resistência à compressão simples

RCt Resistência á tração por compressão diametral

S Enxofre

Si Silício

SiO2 Dióxido de silício (sílica)

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AASHO American Association of State Highway Officials

AASHTO American Association of State Highway and Transportation Officials

ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABEDA Associação Brasileira de Empresas Distribuidoras de Asfalto

ASTM American Society for Testing and Materials, Philadelphia (USA)

AÇOMINAS Aços Minas S.A.

BOF Blast Oxygen Furnace

CAP Concreto Asfáltico de Petróleo

CBR California Bearing Ratio – (Índice Suporte Califórnia)

CEFET-MG Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

CNT Confederação Nacional do Transporte

CP Corpo-de-prova

CSN Companhia Siderúrgica Nacional

CST Grupo Arcelor

DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem

DNIT Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes

DRX Difração de Raios X

EAF Eletric Arc Furnace

EM Especificação de Material

HRB Highway Recearch Board

IBS Instituto Brasileiro de Siderurgia

IISI International Iron and Steel Institute

IG Índice de Grupo

IP Índice de Plasticidade

IPR Instituto de Pesquisas Rodoviárias

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IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

LabCIM Laboratório de Ciências dos Materiais

LabMEC Laboratório de Materiais e Estruturas de Concreto

LabSolos Laboratório de Solos

LD Linz e Donawitz

LL Limite de Liquidez

LP Limite de Plasticidade

NBR Norma Brasileira Registrada

NM Norma Mercosul

ME Método de Ensaio

MMQ Método dos Mínimos Quadrados

OH Forno Siemens-Martins (Open Heart)

PAC Programa de Aceleração do Crescimento

PTM Pennsylvania Testing Method

USCS Unifield Soil Classification System

USIMINAS Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais

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APÊNDICE

Página

Apêndice 1 Ensaio de granulometria por peneiramento 98

Apêndice 2 Ensaio de granulometria por sedimentação 99

Apêndice 3 Características físicas do fino de escória de aciaria 100

Apêndice 4 Compactação do solo e das misturas 101

Apêndice 5 Expansão do solo e das misturas 105

Apêndice 6 CBR do solo e das misturas 109

Apêndice 7 Resumo de resistência à compressão simples 113

Apêndice 8 Resumo de resistência á tração por compressão diametral 114

Apêndice 9 Tratamento estatístico 115

Apêndice 10

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xxi

ANEXO

Página

Anexo 1 Caracterização química e granulometria laser da

escória 118

Anexo 2 Ensaios ambientais 119

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xxii

RESUMO

A preocupação com o meio ambiente e a escassez de recursos naturais têm

levado à busca por alternativas mais sustentáveis, na indústria da construção

civil. O presente trabalho propõe desenvolver o estudo da avaliação da influência

de finos de escória de aciaria como estabilizante em misturas para uso em

camadas de pavimentos, dado o grande déficit de rodovias pavimentadas no

Brasil. A redução dos resíduos industriais gerados vem se tornando uma

exigência constante. A preservação dos recursos naturais, a redução do

consumo de energia, a falta de espaço para disposição dos resíduos e a

degradação ambiental, tornam a reciclagem e a reutilização destes resíduos uma

alternativa atraente. Além dos benefícios ambientais, o reaproveitamento deste

resíduo industrial pela construção civil, pode diminuir o custo da construção e a

melhoria das características de materiais de construção. Dessa forma, este

trabalho apresenta um estudo do uso de estabilizantes em misturas de solo para

utilização em pavimentos, com enfoque ao uso de finos de escória de aciaria. A

metodologia adotada foi um comparativo das características mecânicas. Utilizou-

se para a análise os resultados dos ensaios de massa específica aparente

máxima seca, expansibilidade, CBR, resistência à compressão simples e

resistência à tração por compressão diametral, para os períodos de cura ao ar

de 7, 28 e 56 dias para o solo puro, solo-cal, solo-escória de aciaria e solo-

Pavifort. Os resultados obtidos apontam para a viabilidade da utilização de

finos de escória de aciaria como estabilizante em misturas de solo para

utilização em camadas de pavimentos.

PALAVRAS CHAVE: Escória de aciaria, pavimentação rodoviária, compactação, CBR, resistência mecânica.

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xxiii

ABSTRACT

The concern with the environment and the scarcity of natural resources has led to

the search for more sustainable alternatives in the civil construction industry. The

present work proposes to develop the study of the evaluation of the influence of

the use of fine of steel slag as stabilizer in mixtures for use in infrastructure of

road bases, due to the large deficit of pavement road in Brazil. The reduction of

industrial waste produced has become a constant requirement. The preservation

of the natural resources, the reduction of the energy consumption, the lack of

space for disposal of waste and its environmental contamination become the

recycling and the reuse of these wastes an attractive alternative. Moreover

environmental benefits, the reuse of industrial wastes in the civil construction can

decrease the cost of the construction and improvement the characteristics of

construction materials. Thereby, this work presents a study of the use of

stabilizers in soil mixtures for use in infrastructure of road bases, with a focus on

the use of fine of steel slag. The adopted methodology was a comparative of the

mechanical characteristics. It was used for the analysis the results of apparent

maximum dry specific gravity, expansibility, CBR, compressive strength and split

tensile strength tests, at air curing time of 7, 28 and 56 days for pure soil, soil-

lime, soil-steel slag and soil-Pavifort. The results showed the viability of the use

of fine of steel slag as stabilizers in soil mixtures for use in infrastructure of road

bases.

KEYWORDS: Steel slag, pavement road, compacting, CBR, mechanic resistance

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1 - INTRODUÇÃO

Segundo dados do Boletim Estatístico da Confederação Nacional do Transporte,

CNT (2008), a malha rodoviária pavimentada nacional é composta por uma rede

de 73.009km de rodovias federais, 24.162km de estaduais coincidentes,

208.319km de estaduais e 1.297.641km de municipais, totalizando 1.603.131km.

A pesquisa também revela que da malha nacional analisada, 74,2% estão de

regular a péssimo estado de conservação e em Minas Gerais este percentual

atinge 63,3%.

A competitividade do setor produtivo nacional perde assim muito no quesito infra-

estrutura de transporte, visto que nossa matriz modal apresenta como principal

meio de escoamento de produção o rodoviário, que responde por 61,2% do total,

e como o mesmo não se apresenta em condições de atender às necessidades

do transporte nacional, fica prejudicada e onerada toda a cadeia produtiva,

logística interna e de exportação.

Isto demanda e propicia ambiente favorável ao desenvolvimento de estudos e

pesquisas, bem como a busca de alternativas de novos materiais que

apresentem potencial para viabilizarem obras no ritmo, custo e qualidade

necessários, devendo-se nesta busca de alternativas e inovação considerar-se

alguns desafios e paradigmas relevantes, destacando-se:

• Redução de custo e melhoria de qualidade dos pavimentos,

• Utilização de passivos ambientais produzidos pelas indústrias,

• Compatibilização da preservação ambiental com a necessidade por

expansão de infra-estrutura,

• Proposição de inovações no setor da construção civil por meio de

investimentos atrelados ao desenvolvimento de pesquisas.

Pouca coisa foi feita nas últimas décadas e as condições de nossas vias e

rodovias são preocupantes, mais que isso, a melhoria das condições de

transporte no Brasil são urgentes e inadiáveis. Vale lembrar que a oferta

satisfatória de rodovias, sustenta as demandas do potencial de crescimento

econômico. Assim as rodovias devem ser entendidas como um patrimônio, que

necessita não só manutenção, como também expansão, uma vez que a

demanda por este tipo de infra-estrutura de transportes é sempre crescente.

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É senso comum entre usuários e técnicos que algumas centenas de milhares de

quilômetros neste país, necessitam com urgência, de serviços de infra-estrutura

de pavimentação, tanto de implantação do pavimento tecnicamente

recomendado quanto de restauração e recomposição. Cerca de 90% das

rodovias brasileiras são não pavimentadas e entre os diversos métodos de

melhoria de qualidade dos materiais terrosos empregados, ou para suprir a

dificuldade de obtenção dos materiais ou ainda preservar o meio ambiente,

destaca-se a estabilização química como alternativa viável em todos os

aspectos.

A preocupação com o meio ambiente e a escassez de recursos naturais leva à

busca por alternativas mais sustentáveis na indústria da construção civil. Nesta

busca, estudar o uso de finos de escória de aciaria, um dos subprodutos de

grande volume gerado nas indústrias beneficiadoras de produtos siderúrgicos,

com milhares de toneladas descartadas a cada ano, é de grande importância.

Transformar a escória de aciaria (resíduo ou subproduto sólido, originado do

processo de produção do aço) em fonte alternativa de matéria-prima dentro da

infra-estrutura de pavimentos constitui um desafio para o meio técnico científico.

Neste sentido, incorporar escória de aciaria em misturas de solos estabilizados

para aplicação em camadas de pavimentos é uma das alternativas que se

apresentam.

O uso deste resíduo, além de redução de custos para a estabilização de

misturas, abre espaço para pesquisas no campo da sustentabilidade

possibilitando o tratamento de dois passivos ambientais importantes: o

aproveitamento dos resíduos da siderurgia e diminuição da necessidade de

exploração de jazidas, pelas construtoras de rodovias. Segundo o Instituto de

Pesquisas Rodoviárias - IPR, “A utilização dessa escória deve seguir padrões

ambientais e estruturais estabelecidos internacionalmente, cuja ausência

impossibilita o aproveitamento na construção”.

Estudos de utilização de solo-cimento e solo-cal em misturas para estabilização

de solos empregadas em obras de infra-estrutura de pavimentos cresceram a

partir da década de 80, já estando técnica e conhecimentos específicos bem

difundidos, chegando então o momento de se estudar a viabilidade de

incorporação deste novo material aglomerante, o pó de escória de aciaria.

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Segundo Cincotto et al. (1992), a composição química, o resfriamento e a finura

são fatores determinantes na capacidade aglomerante da escória, bem como o

pH do meio. A partir daí vários autores publicaram sobre o tema.

Machado (2000) estudou sobre a expansibilidade das escórias de aciaria, França

(2003), sobre a estabilização química de solos para fins rodoviários, Ferreira et

al. (2005), o desempenho físico-químico de solo argiloso estabilizado com cal e

silicato de sódio visando aplicação em construção rural e recentemente Peixoto

et al. (2007) estudaram o uso de escória de aciaria como agregado de concreto

de cimento Portland em pavimentação.

Segundo dados IBS (2009) a indústria siderúrgica gera de subproduto da

fabricação do aço, cerca de 5,7 x 103 toneladas de escória por ano, o que

representa cerca de 158.000 toneladas, diariamente. Neste particular, a busca

de tecnologias que visem o reaproveitamento desses resíduos reveste-se de

grande importância, pois possibilita a compatibilização da produção do aço com

outras atividades, eliminando o passivo ambiental gerado pelo acúmulo de

escória nos pátios das siderúrgicas. No que se refere à utilização desses

subprodutos na construção civil, a questão está a merecer estudos

aprofundados para que se conheçam não só a sua composição química, mas,

também, sua interação com o solo, pois escória de aciaria tende a expandir

quando exposta à umidade, a menos que seja previamente envelhecida com

água.

Padula et al. (2007) destacam o uso de escória de aciaria como substituto de

agregados naturais como rochas britadas, areias e cascalhos, minimizando os

impactos ambientais e possibilitando a viabilização de obras de engenharia de

baixo custo por apresentar grande versatilidade de aplicações.

O processo de beneficiamento e transformação da escória de aciaria em

agregado de escória produz uma quantidade extremamente elevada de finos

(pó), que ficam retidos nos filtros de manga, e sendo posteriormente empilhados

nos pátios das beneficiadoras criando volumes e passivos a serem descartados.

Assim o uso de fino de escória de aciaria em estabilização de misturas para

aplicação em camadas de pavimentos, pode contribuir para a sustentabilidade

na área.

Jonh (2000) destaca que a construção civil é, certamente, em qualquer

economia, a maior consumidora de recursos naturais. Assim, a utilização de

resíduos de siderurgia na construção civil, é uma ferramenta importante no

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aumento da sustentabilidade da construção civil, contribuindo para a diminuição

da extração de matérias-primas naturais, para a manutenção de um ambiente

saudável e a redução dos custos dos pavimentos.

Para Villibor et al. (2007), o déficit de pavimentação no país é muito grave, por

isto a grande necessidade e importância do desenvolvimento de novas

tecnologias de pavimentação que melhorem a qualidade e minimizem custos de

implantação.

1.1. Objetivo Geral

O objetivo da pesquisa proposta é avaliar experimentalmente a influência do uso

dos finos de escória de aciaria, como aditivo estabilizante em misturas de solos

para uso em pavimentos.

1.2. Objetivos Específicos

a) Estudar as características físicas e os parâmetros de compactação das

diferentes misturas estabilizadas com finos de escória de aciaria, cal

hidratada e Pavifort;

b) Estudar as diferentes misturas estabilizadas com finos de escória de

aciaria, cal hidratada e Pavifort, segundo variações dos teores de

adição de estabilizantes;

c) Avaliar o efeito da adição de finos de escória de aciaria, cal hidratada e

Pavifort, nos parâmetros de expansibilidade, das diferentes misturas de

solo estabilizado;

d) Avaliar o efeito da adição de finos de escória de aciaria, cal hidratada e

Pavifort, nos parâmetros de CBR, das diferentes misturas de solo

estabilizado;

e) Avaliar o efeito da adição de finos de escória de aciaria, cal hidratada e

Pavifort, em solo, relacionados às propriedades mecânicas de

resistência à compressão simples e resistência à tração por compressão

diametral em diferentes misturas e idades;

f) Avaliar o impacto ambiental gerado pela utilização das misturas solo-cal,

solo-escória e solo-Pavifort como infra-estrutura de rodovias.

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1.3 Estrutura da Dissertação

A presente dissertação é dividida em 6 capítulos:

Capítulo 1 – introdução à pesquisa, apresentação de objetivos e justificativa.

Capítulo 2 - Revisão da literatura onde são relacionados aspectos da

siderurgia no Brasil, processos de geração de escória de aciaria e sua

utilização na construção civil, bem como o panorama do sistema rodoviário

brasileiro. Apresenta-se ainda uma revisão sobre os diversos processos de

estabilização de solo e os métodos de ensaio de caracterização,

compactação, expansão, CBR, resistência à compressão simples e

resistência à compressão diametral.

Capítulo 3 Métodos – Descreve procedimentos utilizados para a condução

dos experimentos relacionados neste trabalho; bem como ações necessárias

para a execução dos objetivos propostos, obtenção de resultados sua

análise e discussão. Descrevem-se ainda materiais utilizados nos modelos

propostos.

Capítulo 4 – Apresentação e análise dos resultados obtidos dos ensaios

realizados com o solo e as misturas durante todo o desenvolvimento do

experimento com vista à sua utilização em pavimentos.

Capítulo 5 – Conclusões obtidas a partir desta pesquisa e sugestão para

trabalhos futuros.

Capítulo 6 – Referências bibliográficas consultadas durante a pesquisa.

1.4 Justificativa

Ressalta-se a importância do tema, face à extensão e potencial do pólo industrial

siderúrgico que do processo de produção de aço gera por ano 5.776 x 103

toneladas de resíduos e passivos representados pelas pilhas de escória

resultantes. Tal material precisa e pode ser aplicado em conformidade com a

necessidade da expansão de infra-estrutura de rodovias e a preservação

ambiental. Sua utilização como matéria-prima em obras de engenharia rodoviária

é de extrema importância uma vez que apenas sob jurisdição municipal

1,43x106km de rodovias necessitam pavimentação para escoamento da

produção industrial, a agrícola e de pessoas (DNIT, 2009).

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Um dos mais importantes campos de aplicação da escória de aciaria é o seu

emprego como agregado na pavimentação rodoviária. Neste contexto a escória

de aciaria vem sendo utilizada como infra-estrutura de pavimentos, porém

problemas relacionados à sua expansão e estabilização além de práticas

inadequadas de uso que implicam em restrições quanto à sua utilização

(RAPOSO, 2005).

O produto solo-cimento pode ser definido como uma mistura de solo pulverizado,

cimento Portland e água que, sob compactação a um teor de umidade ótima,

forma um material estruturalmente resistente, estável, durável e de baixo custo

(FREIRE 1976).

Nos últimos anos diversas pesquisas têm sido realizadas visando à redução do

custo, de solos estabilizados, através da substituição total ou parcial do cimento

Portland por diversas adições minerais, tais como: cal, sílica ativa, metacaulinita

e cinza volante.

Misturas de solo estabilizadas com cimento e adições minerais que contenham

percentuais de sílica e alumina amorfas possuem melhores propriedades

mecânicas. Esse incremento nas propriedades mecânicas deve-se à

combinação destes elementos com a cal oriunda da hidratação do cimento

(DALLACORT, 2002).

O estudo da influência dos finos de escória de aciaria como ligante em misturas

para uso em infra-estrutura de pavimentos, vai de encontro às ações do milênio,

no que tange a sustentabilidade e eficiência ambiental do sistema – extração;

industrialização; passivo; reaproveitamento – utilização em um ciclo fechado.

Desta forma, a adição de finos de escória de aciaria pode representar

possibilidade de incremento das propriedades mecânicas de solo estabilizadas.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

Este capítulo apresenta uma revisão bibliográfica que expõe sobre a siderurgia

no Brasil, o processo de geração de escória de aciaria, sua utilização, o sistema

rodoviário brasileiro, os diversos processos de estabilização de solo, ensaios de

caracterização, compactação, expansão, CBR, resistência à compressão

(simples e diametral) e construção sustentável.

2.1. A siderurgia no Brasil

Esta seção apresenta um breve histórico sobre a siderurgia no Brasil, a

produção do aço e sua importância econômica, o processo de geração da

escória de aciaria e sua aplicação como matéria prima.

2.1.1. Breve histórico do processo

Siderurgia se refere ao conjunto de técnicas industriais voltadas à obtenção e

tratamento para a fabricação do ferro e do aço. O aço é uma liga metálica de

múltiplas aplicações industriais, cujos componentes principais são o ferro e o

carbono, que em quantidades variáveis lhe confere propriedades específicas. A

produção de aço cresce juntamente com seu consumo, proporcionalmente ao

desenvolvimento econômico do país, à construção civil, à execução de obras

públicas, à instalação de meios de comunicação e à produção de equipamentos

utilizados na exploração das riquezas necessárias ao bem-estar da população.

Atualmente fabrica-se o aço pelo processo de carbonização do ferro-gusa, no

sistema Bessemer. A operação elimina o carbono, que se combina com o

oxigênio do ar; no sistema Siemens-Martin, a oxidação se processa pela

aplicação de ar pré-aquecido com os gases desprendidos do alto-forno. Por

trabalhar com temperaturas muito elevadas, o método permite a fusão da sucata

e seu aproveitamento, o que é ponto positivo no aspecto da reciclagem e

sustentabilidade do processo.

Segundo Rizzo (2006), a partir de 1856, iniciou-se na Inglaterra a utilização do

oxigênio puro para a transformação do ferro-gusa líquido em aço por meio da

utilização do sistema desenvolvido por Sir Henry Bessemer, processo

pneumático com a exclusão do nitrogênio do ar soprado nos convertedores.

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O convertedor Bessemer consiste de uma carcaça de chapas de aço, em

formato cilíndrico, dotada de rotação e fundo destacável, contendo ventaneiras

de material refratário. Este processo aumentou em 200 vezes a produção do aço

em comparação com sistemas anteriores. O desenvolvimento do processo

apresentou alguns problemas. Na Inglaterra, por exemplo, o processo fracassou,

pois o ferro-gusa apresentava elevado teor de fósforo que, não sendo eliminado

na etapa de elaboração, tornava o aço frágil. Em 1878, Sidney G. Thomas,

aplicou algumas alterações na tecnologia do convertedor Bessemer em ferros

gusa de alto teor de fósforo através da utilização de revestimento dolomítico

calcinado. No caso do convertedor Thomas, o ferro-gusa líquido empregado

deve ter preferencialmente de baixo teor de silício, Si e enxofre, S e ser

fisicamente quente. O baixo teor de Si é necessário porque o silício do banho

ataca as paredes do convertedor que são de tijolos de dolomita e também

porque elevados teores de Si, no começo do sopro, provocam a formação de

uma escória espumante, dispersa no meio do banho e projetada para fora do

forno na etapa de sopro. Um baixo teor de S é importante porque este elemento

é nocivo à composição do aço e difícil de ser retirado no convertedor. Com a

produção das primeiras unidades industriais de oxigênio no final do século XIX, o

interesse pela sua utilização na siderurgia se acentuou. Em 1930, o oxigênio era

utilizado para o enriquecimento do ar soprado em alto-fornos e em

convertedores Bessemer.

O ano de 1952 marca o nascimento do processo de refino em convertedores a

oxigênio, LD que recebeu este nome em homenagem as duas cidades

austríacas, Linz e Donawitz, que iniciaram este processo. A partir desta data o

tamanho dos convertedores aumentou gradativamente em uma série de outras

usinas em todo o mundo. Em agosto de 1954 a Usina de Dominium Fourdries

em Hamiton, Canadá, entrou em operação, sendo a primeira Aciaria a oxigênio

fora da Áustria, e em dezembro do mesmo ano a Mclouth Steel Coorporation nos

EUA. Em 1957, outras usinas entraram em operação, destacam-se: Belgo-

Mineira (João Monlevade - Brasil), Jones and Laughlin (Aliquipa - USA), Nippon

Steel (Japão), Krupp (Alemanha).

Quanto ao processo de refino, a fabricação do aço pode ser dividida em 3

grandes grupos: LD (Linz-Donawitz) ou BOF (Blast Oxygen Furnace) que utiliza

o conversor a oxigênio, elétrico ou EAF (Eletric Arc Furnace) que utiliza o forno

de arco elétrico e OH (Open Heart) que utiliza o forno Siemens-Martin. A

produção do aço no Brasil, é cerca de 80% pelo processo LD, cerca de 20% pelo

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processo que utiliza forno arco elétrico e apenas 1,9% pelo forno Siemens-

Martin. A Tabela 2.1, extraída do Instituto Brasileiro de Siderurgia, apresenta a

produção do aço bruto no Brasil dividido pelo processo de refino.

Tabela 2.1 – Produção de aço bruto por processo de refino, no Brasil. Fonte: IBS, 2009.

Processos de aciaria 10 6 toneladas Forno de Refino

Oxigênio (LD / BOF) 43,8 Conversor a oxigênio

Elétrico (EAF) 29,8 Arco elétrico

O aço é uma substância, flexível e resistente. Sua composição química varia de

acordo com a finalidade a que é destinado: para artefatos que requerem

durabilidade, aço-silício-manganês é o tipo indicado; para resistência a choque,

aço-níquel; contra a corrosão, aço inoxidável; o que melhor reage ao desgaste é

o aço-cromovanádio, etc. conforme Rizzo (2006).

A Tabela 2.2 informa os modelos de fornos utilizados pelas principais

siderúrgicas brasileiras e o autor destaca que a maior parte da literatura

publicada sobre a utilização de escórias de aciaria faz distinção entre os tipos de

fornos utilizados pelas indústrias siderúrgicas na produção do aço.

Tabela 2.2 - Tipos de fornos das siderúrgicas brasileiras. Fonte: RODHE, 2002 citado por CASTELO BRANCO, 2004, p. 7.

Tipo de Forno Empresa Localização LD / BOF

Conversor a oxigênio

EAF Forno de arco

elétrico Acesita S.A. MG X X

Aço Minas Gerais S.A. MG/SP X

Aços Villares S.A. SP X

Cia. Sidegúrgica Belgo Mineira MG/SP/ES X X Cia. Sidegúrgica Nacional (CSN) RJ X Cia. Sidegúrgica Paulista (COSIPA) SP X

Cia. Sidegúrgica Tubarão (CST) ES X

Gerdau S.A. MG/PE/RS/PR/CE/BA X X

Sidegúrgica Barra Mansa S.A. RJ X

Usinas Sidegúrgicas de Minas Gerais S.A. (USIMINAS) MG X

Vllourec & Mannesman Tubes – V&M do Brasil S.A MG X

Villares Metais S.A. SP X

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2.1.2. A produção do aço e sua importância para a e conomia do país

O Congresso Internacional de Geologia de Estocolmo, realizado em 1910,

publicou estatísticas sobre as reservas de minério de ferro brasileiras que

despertaram a atenção das nações industrializadas. Até o final da década de

1930, prevaleceu no Brasil, a exportação do minério bruto sobre a

industrialização.

Durante a segunda guerra mundial, o Brasil contava com 11 pequenas usinas

siderúrgicas que produziam pouco mais de 90.000 toneladas de aço por ano.

Quase metade dessa produção vinha da Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira,

localizada em João Monlevade, MG. Em 1941, em Volta Redonda – RJ foi criada

a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), sua construção foi negociada com os

Estados Unidos durante a guerra, em troca de uso de bases militares no

Nordeste. Outra usina siderúrgica, a Companhia Siderúrgica Tubarão (CST),

entrou em funcionamento apenas em 1983, e dois anos mais tarde, em 1985, foi

inaugurada a Aço Minas SA (Açominas).

Durante a década de 1990 a indústria siderúrgica brasileira enfrentou graves

problemas e o déficit acumulado do setor provocou uma contenção salarial que

gerou repetidas greves, a mais séria delas ocorrida em 1988 na CSN. A partir de

1991, o governo federal iniciou o processo de privatização da maior parte das

usinas siderúrgicas. A primeira a passar ao controle privado foi a USIMINAS –

Ipatinga, MG, seguida da CST – Tubarão, ES em 1992, a ACESITA – Timóteo,

MG, e em 1993 a CSN – Volta Redonda, RJ. O Brasil está entre os dez maiores

produtores de aço bruto do mundo, com 3,7% da produção mundial, É também,

o maior produtor da América Latina sendo sua produção 52,5% dados coletados

do Instituto Brasileiro de Siderurgia – IBS em 2009.

O processo LD entrou em funcionamento, no Brasil, em 1957, através da

Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, em João Monlevade, em 1963, nas

Usinas da Companhia Siderúrgica Mannesmann, em Belo Horizonte e

Intendente Câmara e na Usiminas, em Ipatinga, todas em Minas Gerais. Em

1965 entrou em operação a aciaria da COSIPA em Cubatão-SP. A partir desta

data o crescimento da produção de aço em Minas Gerais com convertedores a

oxigênio foi de: em 1979 - 8,8 milhões t/ano, em 1996 - 18,0 milhões t/ano e em

2005 - próximo dos 23,6 milhões t/ano: para uma produção total brasileira de aço

de 31,2 milhões t/ano em 2005, conforme mostram as Tabelas 2.3 e 2.4.

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Tabela 2.3 – Relação das Aciarias Brasileiras que utilizam convertedor a oxigênio - ano base 2006. Fonte: RIZZO, 2006, p.117.

Empresa Localização Nº de fornos e Capacidade (t)*

Cia. Sidegúrgica Belgo-Mineira João Monlevade – MG 2 x 112

USIMINAS Ipatinga - MG 1 x 84

1 x 180

COSIPA Piaçaguera – SP 1 x 170

Cia. Aços espaciais Itabira –

ACESITA

Timóteo – MG 1 x 80

1 x 80

Cia. Sidegúrgica Nacional – CSN Volta Redonda – RJ 3 x 225

Gerdau-Barão Barão de Cocais – MG 1 x 32

Cia. Sidegúrgica Mannesman Belo Horizonte – MG 1 x 80

Cia. Sidegúrgica Tubarão – CST Serra - ES 2 x 315

GERDAU-AÇOMINAS Ouro Branco - MG 2 x 200

*Refere-se á capacidade do equipamento quando da instalação do mesmo.

Tabela 2.4 – Produção Brasileira de Aço Bruto por Unidade de Produção – 80% convertedor a oxigênio e 20% forno elétrico. Fonte: RIZZO, 2006, p. 117, IBS, IISI, IBGE, 2006.

Produção Brasileira de aço Bruto (Unidade: 1.000 tonel adas)

Empresas 2005

2001 2002 2003 2004

Produção Capacidade

Gerdau

Açominas 5.826 5.999 6.976 7.284* 6.910 8.840

CSN 4.048 5.107 5.318 5.518 5.201 6.000

CST 4.784 4.904 4.812 4.958 4.850 5.300

Usiminas 4.620 4574 4.524 4.738 8.661 5.000

COSIPA 2.460 3.873 4.097 4.213 4.500

Belgo-Mineira 2.668 2.827 2.889 3.250 3.272 3.800

Acesita 780 709 749 835 750 830

Aço Villares 508 595 661 816 680 870

V & M do Brasil 500 500 551 611 592 570

Barra Mansa 392 387 421 564 579 600

Villares Metais 94 105 113 122 133 130

MWL Brasil 31 24 36 - - -

TOTAL 21.717 29604 31.147 32.909 31.631 36.440

NOTA: Produção de aço Bruto = Lingotes + Produtos de lingotamento contínuo + Aço para fundição. * A Açominas foi responsável por cerca de 3.000 x 10³ toneladas neste ano.

A figura 2.1 apresenta a evolução da produção anual de aço bruto no Brasil no período compreendido entre 2001 e 2008, segundo dados do IBS, 2009.

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20.000

22.000

24.000

26.000

28.000

30.000

32.000

34.000

36.000

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Ano

Ton

elad

as

Figura 2.1 – Produção Brasileira de Aço Bruto – 80% convertedor a oxigênio e 20% forno elétrico. Fonte: IBS, 2009.

2.1.3. Escória de aciaria

Segundo Rizzo (2006), a escória é um resíduo importante gerado em grandes

quantidades do processo de elaboração do aço nos convertedores LD. Em 2008,

a produção brasileira de aço bruto por processo de aciaria e lingotamento foi de

30.106 toneladas (IBS, 2008). Cada tonelada de aço produzido gera de 70 a

170kg de escória. Se considerarmos uma média de 120kg/t e a produção

nacional de 30.106 toneladas de aço empregando-se convertedores (dados de

2008), a geração de escória por ano, é de aproximadamente 3,6.106 toneladas.

A escória de aciaria é classificada segundo a norma ABNT NBR 10.004/2004

Resíduos sólidos: Classificação, como um resíduo da classe II - não inerte.

Após todo o processo de fabricação do aço, a escória é vertida para um pote

apropriado e é transportada até o pátio, onde é basculada em baias de

resfriamento. O resfriamento é feito por bicos de aspersão de água ou através de

jatos de água de mangueiras, e devido ao choque térmico, ela é fragmentada.

Depois de resfriada é transportada para um pátio de beneficiamento e estocada

em pilhas. Em seguida, no processamento mais convencional, a escória passa

por um processo de britagem, peneiramento, separação magnética da parte

metálica existente e através de correias transportadoras, estocadas em pilhas,

por faixa granulométrica conforme apresentado na Figura 2.1. A granulometria

de britagem da escória depende da sua aplicação.

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Figura 2.2 - Fluxograma esquemático do processo de beneficiamento de escória. Fonte; RIZZO, 2006, p. 99.

A escória de aciaria é basicamente constituída por uma mistura de óxidos de

cálcio e de magnésio, silicatos de cálcio, ferro. As limitações encontradas no

material são basicamente: heterogeneidade; alto teor de cal livre e a ausência de

atividade hidráulica. As tecnologias de produção de aço mais difundidas geram

escórias LD, produzidas por fornos de arco elétrico e por convertedores de

oxigênio.

Adicionalmente, possuem uma elevada variação em sua composição química e

mineralógica, em função da matéria-prima empregada, do processo de produção

e do tipo de aço. As variações na composição química da escória de aciaria, são

conseqüências das variações ocorridas no processo de refino do aço, na sua

forma de resfriamento e no seu processo de armazenagem.

O tipo de resfriamento da escória também interfere no seu potencial de

utilização. Escórias resfriadas ao ar são utilizadas, principalmente, como

agregados para construção de estradas e em lastros de ferrovias. Já as escórias

resfriadas bruscamente são potencialmente utilizadas como agregado em

concreto, aterro, fabricação de artefatos de concreto, adições em concreto de

cimento Portland, concreto leve e matéria-prima para produção do cimento

(GEYER, 2001).

Segundo Machado (2000) e Rizzo (2006), as escórias de aciaria podem ser

utilizadas na construção civil em diversos fins, como:

• Estabilização de solos, por apresentar maior rugosidade superficial, excelente

índice de forma, maior angulosidade, maior resistência ao desgaste e aumento

da resistência dos solos.

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• Matéria-prima para produção de cimento, devido à presença dos silicatos

dicálcico e tricálcico que tornam o material com composição química muito

parecida com o clinquer usado na produção do cimento Portland.

• Agregado na produção de concreto, por possuir grande durabilidade e alta

resistência à compressão e à abrasão. Masuero et al. (2000) avaliou a adição

de 20,0% de escória de aciaria elétrica em concreto. O resultado mostrou que as

propriedades mecânicas (resistência à compressão e resistência à tração na

flexão) foram superiores para o concreto com adição de escória de aciaria em

relação ao concreto convencional. Houve redução do consumo de cimento para

o concreto produzido com escória de aciaria. Peixoto et al. (2008), avaliou o

concreto produzido com agregado de escória que apresentaram desempenho

semelhante ao concreto produzido com agregado natural para resistências

mecânicas, massa específica, absorção e estabilidade dimensional idênticas.

• Construção de lastros no leito de ferrovias, devido a sua alta massa específica.

A escória deve apresentar baixa condutividade, impedindo a formação de

fagulhas no caso de transporte de cargas inflamáveis.

• Utilização em base e sub-base de pavimentos rodoviários e como agregados

na confecção de misturas asfálticas.

• Outros fins, tais como: execução de aterros, construção de peças de quebra-

mar, contenção sendo utilizada na fabricação de gabiões, etc.

Características físicas – Segundo Machado (2000) citado por Castelo Branco

(2004) os agregados de escória de aciaria apresentam maior rugosidade

superficial, excelentes índice de forma, maior angulosidade, menor resistência

ao desgaste e alto coeficiente de atrito quando comparados com agregados

convencionais. As características típicas de escórias de aciaria são

apresentadas na Tabela 2.5.

Tabela 2.5 - Características das escórias de aciaria. Fonte: CASTELO BRANCO, 2004.

Características Valor

Densidade aparente 3,2 – 3,6

Porosidade (%) . 3

Abrasão Los Angeles (%) 20 – 25

Durabilidade ao Sulfato de Sódio (%) < 12

Dureza 6 – 7

ISC (%) > 300

Polaridade Alcalina (pH 8 – 10)

Teor de ligante (%), misturas densas > 6,5

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Características químicas - A composição química típica de uma escória de

aciaria proveniente do convertedor a oxigênio é apresentada na Tabela 2.6.

Tabela 2.6 - Faixa de composição química típica da escória LD no Brasil. Fonte: CASTELO BRANCO, 2004, p.9.

Composto

CaO

MgO

SiO2

Al 2O3

FeO

MnO

Quantidade (%)

6 – 45

1 – 9

7 - 16

1 – 4

8 - 30

3 – 7

Segundo Jonh (2003), dentre as impurezas do processo que formam a escória

estão os silicatos de cálcio (CaSiO3), dióxido de silício (SiO2), ferrita calcita

(CaFe2O4), óxido de magnésio (MgO) e outros. Os altos teores de CaO e MgO

livres, presentes na escória, devem ao fato de que, depois que o fósforo e o

silício se oxidam, estes elementos precipitam porque ultrapassam os limites de

solubilidade da escória fundida. As composições típicas de algumas escórias de

aciaria elétrica no mundo podem ser vistas nas Tabelas 2.7.

Tabela 2.7 - Composições das escórias de aciaria elétrica. Fonte: MASUERO et al., 2000.

País Geração

CaO MgO SiO 2 Al 2O3 FeO MnO P2O5 S

Kg/ton (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%)

Brasil 150 33 10 18 6 30 5 0,9 0,1

Japão 127 40 4 25 5 19 7 - 0,06

Suécia 100 46 5 11 5 28 4 0,7 -

EUA 160 41 10 17 8 18 4 0,6 0,2

Alemanha 120 32 10 15 4 31 4 1,4 0,1

Itália 120 41 8 14 7 20 6 0,9 0,1

Segundo Rizzo (2006) nas transformações, seja por hidratação, carbonatação ou

por oxidação, ocorre um significativo aumento de volume em relação às

dimensões originais do cristal. Este fenômeno, associado com as

transformações alotrópicas do C2S, conduz à expansão destrutiva na escória de

aciaria.

A principal limitação no uso dessa escória, é a sua elevada instabilidade

volumétrica (expansão), provocada pela hidratação dos óxidos de magnésio

(MgO) e cálcio (CaO) que em contato com água, resultam em reações

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expansivas. Outra fonte potencial de expansão da escória é a mudança nas

formas alotrópicas do silicato dicálcico ou ortosilicato de cálcio (2CaO2.SiO2 ou

usando a simbologia C2S).

Uma forma de reduzir este inconveniente pode ser o armazenamento da escória

em pilhas de envelhecimento por longo tempo, porém este processo demanda

muito espaço e muito tempo. A escória pode ser considerada curada ou

estabilizada após um período de tempo mínimo de seis meses, podendo ser

reduzido em função do grau de expansão almejada para uma determinada

aplicação ou a utilização de métodos especiais de cura. Já SEKI (1986)

considera que as escórias de aciaria podem ter este tempo de estabilização

reduzido para três meses quando expostas às intempéries. Existem pesquisas

em andamento buscando processos para acelerar a estabilização da escória e

evitar suas restrições do mercado.

A estabilização da escória de aciaria está diretamente associada à formação de

elementos estáveis, seja por hidratação do CaO e MgO ou carbonatação dos

produtos hidratados gerados por estes óxidos. Segundo Machado (2000), o

tempo de estocagem da escória em pilhas, ou tempo de envelhecimento da

escória em ambiente com umidade, é o principal fator que influencia na

estabilização dos óxidos reativos (CaO e MgO). O tempo necessário para a

estabilização depende fundamentalmente da: composição química e

granulométrica da escória, temperatura e umidade do ambiente, tamanho e

aeração das pilhas.

A literatura pesquisada não indica métodos seguros para a estabilização da

escória, necessitando-se assim de estudos que definam métodos confiáveis.

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2.1.4. Utilização da escória de aciaria como matéri a-prima em obras

de engenharia rodoviária

O grande volume de escória de aciaria, gerados nos processos convencionais de

produção do aço exige que a indústria siderúrgica invista em pesquisas de forma

a buscar aplicação em novas tecnologias. Apesar de sua utilização como

fertilizantes, enriquecendo o solo com adição de fósforo, não é possível utilizar

todos os tipos de escória resultantes dos processos de fabricação do aço. Dentre

os possíveis consumidores encontra-se a construção civil por se tratar de um

setor com alto grau de aplicação de produtos naturais tornando-se necessário

buscar alternativas de materiais visando minimizar a extração predatória e

prejuízo à natureza.

As escórias de aciaria podem ser aplicadas na engenharia rodoviária como

agregado para concreto asfáltico, base e sub-base de estradas e estabilização

de solos (PIRET e DRALANTES,1984).

Dados do IBS (1998) indicaram que 44% da escória gerada em aciarias eram

destinadas à base e sub-base de rodovias.

Para Machado (2000), a aplicação da escória de aciaria como camada inferior

em estradas, ou mesmo como agregado na mistura asfáltica é a principal opção

de reciclagem, mas alerta da elevada variabilidade decorrente tanto do processo

de produção quanto da matéria prima utilizada, o que leva muitas vezes ao não

atendimento aos critérios de qualidade exigidos. Para o autor é claro que a

limitação da escória de aciaria em seu campo de aplicação é devido a sua alta

variação volumétrica devido à presença do MgO.

Segundo a norma DNER - Departamento Nacional de Estradas de Rodagem,

EM 262/1994, Escórias de aciaria para pavimentos rodoviários, deve obedecer

aos seguintes limites (para uso como agregado):

• Máximo de 3,0% de expansão,

• Estarem isentas de impurezas orgânicas, contaminação com escórias

de alto forno, solos e outros materiais,

• Granulometria: 40,0% até 12,7mm e 60,0% entre 12,7 e 50,8mm de

abertura nominal e atender a granulometria de projeto,

• Absorção de água: 1,0% a 2,0% em peso,

• Massa específica: 3,0 a 3,5 g/cm3,

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• Massa unitária: 1,5 a 1,7 kg/dm3,

• Desgaste por abrasão Los Angeles: no máximo igual a 25,0% para sub-

base, base e revestimento,

• Durabilidade ao sulfato de sódio: 0,0% a 5,0%, em 5 ciclos.

Nesta norma o DNER, não especifica o tipo de processo de refino utilizado na

fabricação do aço que será responsável pela geração da escória. A norma ABNT

EB – 2103 (1994), materiais para sub-base ou base de pavimentos estabilizados

granulometricamente, especifica que para utilização em sub-base e base de

pavimentos a expansão da escória, utilizando o método PTM 130/78, deve ser

no máximo igual a 1,0% e 0,5%.

Em estudos realizados para concreto a variação dimensional de 0,30% já é dita

como deletéria ao concreto, (GAMINO, 2000).

O uso de escória em pavimentação rodoviária já foi normatizado em outros

países, como a França, que especificou mistura da escória com agregados

comuns ou com cal hidratada (Ca(OH)2), para uso em construções de base ou

sub-base de pavimentos. Cerca de 65,0% das rodovias francesas utilizam este

material. A África do Sul utiliza em seus pavimentos, mistura de escória com cal

na proporção de 4:1, (ROHDE, 2002).

Na atualidade, o uso da escória de aciaria encontra-se mais concentrado na

construção de bases para pavimentos e uso como agregado em misturas de

solos e principalmente em misturas de concreto asfáltico. Esta utilização é

encontrada nos Estados Unidos, Inglaterra, Japão e Canadá, particularmente em

áreas próximas á produção do aço, para a minimização dos custos de transporte

do material.

A reciclagem da escória de aciaria é de grande interesse para a construção civil,

pois pode ser usadas na produção de cimento, como substituto parcial de

clinquer Portland, como também na função bases e sub-bases de pavimentos ou

ainda como agregados artificiais puros. O problema mais comum da escória é a

expansibilidade de seus óxidos, o que limita seu uso. É por esta razão que

existem muitas pesquisas sobre a expansibilidade e novas destinações para a

escória.

Paralelo a isto a reciclagem de escória de aciaria, e sua utilização em grandes

volumes na construção civil, interessa ao mercado e à sociedade na medida em

que a preocupação com o meio ambiente e a escassez de recursos naturais,

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amplamente discutida na atualidade, têm mobilizado a opinião pública e levado à

busca por alternativas mais sustentáveis. Sendo a indústria da construção civil

sabidamente um dos setores industriais onde se concentram as maiores taxas

de exploração e consumo de matérias-primas naturais em seus processos,

provocando grande impacto ao meio ambiente.

O estudo da viabilidade técnica e econômica da utilização do resíduo sólido de

siderurgia, escória de aciaria, como subproduto, ou ainda, como matéria-prima

em processos de construção civil, está condicionada, também, ao custo de

reciclagem, que deve ser igual ou inferior ao custo total para descartá-lo

adequadamente.

A utilização da escória de aciaria pode trazer benefícios:

• Ambientais: reduzindo as áreas destinadas à deposição da escória e ao

mesmo tempo reduzindo a degradação ambiental provocada pela extração de

agregados naturais. Sendo pertinente ainda contabilizar custos ambientais que

se economizam com: a remoção e estocagem da camada vegetal, as obras de

proteção ambiental das áreas de bota-fora, o transporte do material utilizável, a

recuperação ambiental das áreas degradadas e os custos burocráticos junto aos

órgãos ambientais e governamentais Geyer (2001).

• Técnicos: por apresentar maior rugosidade superficial, excelente índice de

forma, maior angulosidade, maior resistência ao desgaste e aumento da

resistência dos solos. Possui alto coeficiente de atrito o que confere ao

pavimento qualidades antiderrapantes Machado (2000).

• Econômicos: Rohde (2002) cita que a demanda por agregados para

construção civil é muito significativa. Um terço desta demanda está ligada à

construção de estradas. A escória é ideal para utilização em zonas urbanas,

próximas á usinas siderúrgicas, pois apresenta um custo inferior ao da brita, até

certa distância média de transporte. Para distâncias de até 80km para utilização

em pavimentação rodoviária e até 150km para utilização como lastro de

ferrovias, LIMA et al. (1993) acreditam que o uso da escória de aciaria é

competitivo.

2.2. A malha rodoviária brasileira

A malha rodoviária nacional apresenta uma extensão da ordem de 1.603.131km,

com 12,2% pavimentados. Desse total, 95,4% enquadram-se na categoria de

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rodovias estaduais, municipais e vicinais, dos quais apenas 8,6% encontram-se

pavimentada, conforme mostra a Tabela 2.8.

Tabela 2.8 – Malha Rodoviária do Brasil – extensão em Km. Fonte: CNT, 2008.

Jurisdição Pavimentada Não Pavimentada Total Federal 58.152 14.857 73.009

Estadual coincidente 17.016 7.147 24.162 Estadual 98.377 109.942 208.319 Municipal 22.735 1.274.906 1.297.641

Total 196.280 1.406.851 1.603.131

Os dados indicam que as condições de nossas rodovias são preocupantes, mais

que isso, a melhoria das condições de transporte no Brasil são urgentes e

inadiáveis. A melhoria na pavimentação rodoviária brasileira envolve certamente

algumas centenas de milhares de quilômetros.

Ao analisar o total da malha rodoviária pavimentada, de 196.280km que

representa 12,2% do total nacional em comparação com 1.406.851km não

pavimentados, que representam 87,7% do total nacional, observa-se que há

uma grande demanda por novas rodovias pavimentadas no Brasil.

Ainda segundo Bernicci (2008), aproximadamente 60% do transporte de carga

nacional é realizado pelo modal rodoviário, sendo o restante distribuído por 21%

ferroviário, 14% aquaviário, 5% dutoviátio e apenas 1% aéreo. Destaca também

que 96% dos passageiros circulam pelo modal rodoviário.

2.2.1. Malha rodoviária de Minas Gerais

Segundo dados do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais,

DER-MG o estado possui 25.223km de rodovias, sendo este montante 8378km

não pavimentados; 33,2% do total de rodovias, conforme a Tabela 2.9.

Tabela 2.9 – Malha Rodoviária de Minas Gerais – Fonte: DER-MG, 2009.

Extensão em Km

Jurisdição Pavimentada

Não Pavimenta

da Total

Federais Delegadas 2.252 408 2.660 Estaduais 14.593 7.970 22.563

Estadual (DER-MG)

Total 16.845 8.378 25.223 Federal (DNIT) 8.149 741 8.863

Total Geral 24.994 9.092 34.086

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Segundo dados da Secretaria de Transporte e Obras Públicas do Estado de

Minas Gerais, em 2007 o governo através dos programas ProMG e Proacesso,

investiu R$ 1,1 bilhão e em 2008 R$ 1,2 bilhão em obras nas rodovias mineiras.

O programa prevê até o final de 2011 a execução de 5.515km de rodovias, que

beneficiará de forma direta cerca de 1,5 milhões de pessoas, sendo que até

outubro de 2008, 2.116km já haviam sido pavimentadas.

A tabela 2.10 apresenta a avaliação realizada pela Confederação Nacional do

Transporte – CNT (2007) sobre o estado geral das rodovias mineiras.

Tabela 2.10 – Estado Geral das Rodovias Mineiras – Fonte: CNT, 2007.

Extensão Avaliada Estado Geral Km %

Ótimo 689 5,1 Bom 1.478 11,0 Regular 6.072 45,0 Ruim 3.692 27,4 Péssimo 1.553 11,5 Total 13.484 100

Segundo Padula et al. (2007) é na engenharia rodoviária que a escória de

aciaria encontra sua mais relevante aplicação, pois para cada quilômetro de

rodovia pavimentada podem ser gastos até 4.000m3 quando utiliza-se este

agregado. Desta forma, pavimentar 1% do total da malha rodoviária mineira não

pavimentada, representa aproximadamente 900km de rodovias. Considerando

um consumo médio de agregado de 4.000m3/km, o consumo total necessário

para esta construção será de cerca de 3,6.106 toneladas de escoria (agregado)

de aciaria, considerando sua massa unitária 1,70t/m3. Deve-se ainda levar em

consideração que, da atual malha rodoviária estadual, cerca de 40% está de

ruim a péssimo estado de conservação necessitando de restauração urgente, o

que acresce a demanda de mais uma quantidade considerável de toneladas de

escória de aciaria.

2.2.3. Pavimento rodoviário do ponto de vista estru tural e funcional

Pavimento é uma estrutura de múltiplas camadas de espessuras finitas,

construída sobre a superfície final de terraplenagem, destinadas técnica e

economicamente a resistir esforços oriundos do tráfego de veículos e do clima, e

propiciar aos usuários melhoria nas condições de rolamento, conforto economia

e segurança (ABEDA, 2008).

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O pavimento rodoviário, tradicionalmente pode ser: rígido e flexível. Mais

recentemente, Bernucci et al. (2008), indicam a tendência em adotar a

nomenclatura: pavimento de concreto de cimento Portland e pavimento asfáltico,

indicando desta forma, o tipo de revestimento do pavimento.

Assim cabe relembrar alguns conceitos importantes sobre pavimentação. Obras

de pavimentação rodoviária também chamada de superestrutura são

constituídas por um sistema de camadas de espessuras finitas, assente sobre o

terreno de fundação, considerado como espaço semi- infinito e designado de

subleito, SENÇO (1997).

Segundo SANTANA (1993), Pavimento é uma estrutura construída sobre a

superfície obtida pelos serviços de terraplanagem com a função principal de

fornecer ao usuário segurança e conforto, obtidos sob o ponto de vista da

engenharia, com a máxima qualidade e o mínimo custo.

Para SOUZA (1980), Pavimento é uma estrutura construída após a

terraplanagem por meio de camadas de vários materiais de diferentes

características de resistência e deformabilidade. Esta estrutura assim constituída

apresenta um elevado grau de complexidade no que se refere ao cálculo das

tensões e deformações.

Segundo a NBR-7207/82 da ABNT: "O pavimento é uma estrutura construída

após terraplenagem e destinada, econômica e simultaneamente, em seu

conjunto, a: resistir e distribuir ao subleito os esforços verticais produzidos pelo

tráfego; melhorar as condições de rolamento quanto à comodidade e segurança;

resistir aos esforços horizontais que nela atuam, tornando mais durável a

superfície de rolamento”.

Nomenclatura da seção transversal das camadas e componentes principais que

compõem a seção típica de pavimento rodoviário.

Subleito: É o terreno de fundação onde será apoiado todo o pavimento.

Considerado e estudado até as profundidades em que atuam significativamente

as cargas impostas pelo tráfego (em média de 0,60 a 1,50 m de profundidade).

Se o CBR do subleito for < 2% , substituir por um material melhor, (2% ≤ CBR ≥

20) até pelo menos 1,00 metro de profundidade. Expansão medida no ensaio de

CBR ≤ 2%. Se o CBR do material do subleito for ≥ 20% , este usar como sub-

base.

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Regularização do subleito (nivelamento): É a operação destinada a conformar o

leito, transversal e longitudinalmente. Poderá ou não existir, dependendo das

condições do leito. Compreende cortes e/ou aterros uma espessura de até 20

cm.

Reforço do subleito: É a camada de espessura constante transversalmente e

variável longitudinalmente, de acordo com o dimensionamento do pavimento,

fazendo parte integrante deste e que, por circunstâncias técnico econômicas,

será executada sobre o subleito regularizado. Serve para melhorar as qualidades

do subleito e regularizar a espessura da sub-base. O material usado deve

apresentar CBR maior que o do subleito e expansão ≤ 1%.

Sub-base: Camada complementar à base. Usada quando não for aconselhável

executar a base diretamente sobre o leito regularizado ou sobre o reforço, por

circunstâncias técnico-econômicas. Usada para regularizar a espessura da base.

Deve apresentar CBR ≤ 20%, IG = 0 e expansão ≤ 1%(medida com sobrecarga

de 10 libras).

Base: Camada destinada a resistir e distribuir ao subleito, os esforços oriundos

do tráfego e sobre a qual se construirá o revestimento. Deve apresentar CBR ≥

80%, expansão ≤ 0,5% (medida com sobrecarga de 10 libras), LL ≤ 25% e IP ≤

6%.

As diversas camadas que compõem a estrutura do pavimento têm a função de

atenuar os efeitos da tensão vertical aplicada na superfície, de tal forma que o

subleito receba uma parcela mínima desta tensão.

2.3. COMPACTAÇÃO DO SOLO

Entende-se por compactação o processo que visa melhorar as propriedades do

solo, através da redução dos espaços vazios por meio de equipamento com uma

determinada energia mecânica, objetivando sua densificação, Pinto (2002). A

compactação promove o aumento de contato entre os grãos e torna o aterro

homogêneo, estável e resistente, aumentando também sua resistência ao

cisalhamento e capacidade de suporte, retratada através do ensaio de CBR.

Outro aspecto importante é que a compactação reduz a permeabilidade, a

expansão do solo.

A compactação é empregada em diversas obras de engenharia e em particular

na pavimentação rodoviária, objeto de estudo deste trabalho. O tipo de solo

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disponível dita o processo de compactação a ser empregado, definindo a massa

específica a ser atingida e seu teor ótimo de umidade, buscando reduzir os

vazios, a permeabilidade e futuros recalques e aumentar a rigidez e a resistência

do solo.

Credita-se o início da técnica de compactação ao engenheiro norte-americano

Proctor (1933), que mostrou que ao se aplicar certa energia de compactação a

um solo, sua massa específica varia em função da umidade em que o solo se

encontre. Quando se compacta um solo com umidade baixa, o atrito entre os

grãos é muito alto e não se consegue uma redução significativa dos vazios e

consequentemente da massa específica. Aumentando a umidade do solo, a

água provoca certo efeito lubrificante entre os grãos, promovendo maior

acomodação e uma estrutura mais compacta. A partir de certo teor de umidade,

o mecanismo da compactação não consegue mais reduzir os vazios de ar, pois o

solo já apresenta um grau de saturação elevado e o ar existente entre os grãos

está envolvo por água. Executando, portanto, o ensaio de compactação para um

solo, com teores crescentes de umidade determina-se sua variação de massa

específica. O ensaio deve ser executado para cinco teores crescentes de

umidade. Para cada teor de umidade determinado pelo método da estufa,

calcula-se a correspondente massa específica aparente seca. Com os resultados

encontrados traça-se a curva de compactação: teor de umidade X massa

específica aparente seca. Geralmente os dois pontos ascendentes do ramo seco

constituem uma reta e os dois últimos pontos descendentes do ramo úmido,

outra reta. Une-se o ponto intermediário por uma curva tangente às retas,

formando uma parábola, Pinto (2002).

A maior ou menor eficiência do efeito da compactação na massa específica

aparente do solo é a influência direta da umidade em relação ao atrito existente

entre as suas partículas. Segundo Joacy Junior (2005), a adição de água ao solo

reduz as forças capilares e a resistência ao atrito e ao cisalhamento do solo.

Para umidades muito baixas, o atrito é muito alto e prejudica a redução dos

vazios. À medida que se aumenta o teor de umidade, ocorre um efeito de

lubrificação entre os grãos, facilitando a saída do ar. A partir de um determinado

teor de umidade, a água impede a expulsão do ar, não reduz o atrito e nem

influencia no rearranjo das partículas do solo, fazendo com que a compactação

não tenha mais eficiência no aumento da massa específica.

Há, portanto, para uma dada energia, uma densidade máxima que é obtida para

certo teor de umidade, denominado ótimo, onde se configura uma relação ideal

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entre água, ar e solo no processo de compactação. Os resultados de teor de

umidade ótimo e massa específica aparente seca máxima são obtidos pelo

ponto máximo de inflexão da curva de compactação, referente a uma

determinada energia de compactação aplicada.

2.3.1. O Ensaio de Compactação

O ensaio original para determinação da umidade ótima e da massa específica

aparente máxima de um solo, ensaio de Proctor Standard (Proctor Normal),

consiste em compactar o solo num molde cilíndrico padrão, com teores

crescentes de umidade. A compactação é feita aplicando-se um determinado

número de golpes em cada camada, com um soquete de dimensões, peso e

altura de queda especificada. Conforme a Equação (1) observa-se, que para

mudar a energia de compactação nos ensaios preconizados pela ABNT, basta

alterar somente os números de golpes por camada, permanecendo os demais

parâmetros os mesmos. A energia de compactação é definida pela Equação (1):

V

NcNgHMEc

...= (Equação 1)

onde:

cE = energia de compactação em Kg.m/m3;

M = massa do soquete em kg; H = altura de queda do soquete em m; Ng = número de golpes por camada;

Nc = número de camadas;

V = volume de solo compactado em m3.

A norma ABNT, NBR 7182/86 especifica três energias de compactação: Normal,

Intermediária e Modificada.

2.3.2. Influência das características dos solos no ensaio de

compactação

O comportamento de um determinado material, após a compactação, depende,

fundamentalmente, da natureza do solo. Materiais granulares têm um

comportamento diferente em relação aos materiais coesivos, quando submetidos

aos mesmos esforços de compactação e a um determinado teor de umidade.

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Solos coesivos quando compactados, exibem uma influência marcante na

orientação das partículas, resistência, permeabilidade e compressibilidade em

função de uma maior variação do teor de umidade. Os solos não coesivos têm a

massa específica aparente significativamente alterada, mesmo para pequenas

variações do teor de umidade.

2.3.3. Influência da energia de compactação

Segundo Pinto (2002) a massa específica aparente seca máxima e a umidade

ótima determinada no ensaio de compactação dependem da energia aplicada. O

aumento da energia de compactação resulta em uma massa específica aparente

seca máxima maior e a uma umidade ótima menor, proporcionando um

deslocamento da curva de compactação para a esquerda. Portanto, quanto

maior a energia de compactação aplicada tanto maior a massa específica

aparente máxima e tanto menor sua umidade ótima.

Solos de naturezas diferentes, quando compactados com uma mesma energia

de compactação, apresentam curvas características a cada tipo de material. As

areias, por exemplo, possuem maior massa específica aparente máxima e

menor umidade ótima do que as argilas, que apresentam curva de compactação

com um máximo de massa específica aparente, bem mais definida.

2.3.4. Expansão

Segundo Campos e Burgos (2004) a expansão dos solos reflete-se pela

variação volumétrica. Apoiar estruturas sobre camadas de solos expansivos

propicia uma série de ações indesejáveis resultantes da expansão devida à

presença de umidade, bem como das variações de volumes associados, que

podem provocar o levantamento ou a contração das camadas do pavimento.

Quando os solos expansivos não são tratados de forma adequada nas etapas de

projeto e execução da construção, podem causar sérios danos às obras de

engenharia. A compreensão destes fatores é de grande importância para tomar

medidas que minimizem ou anulem os seus efeitos negativos. O fenômeno de

expansão dos solos envolve um conjunto de fatores que influenciam e interagem

entre si, tais como a composição das argilas e fatores ambientais. Com relação

aos fatores ambientais que levam à expansão dos solos os principais são: a

variação da umidade e a variação do nível freático em campo, às chuvas.

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A determinação da expansão do solo está descrito na norma NBR 9895/87. O

ensaio que expressa o percentual de variação volumétrica de uma amostra é

executado em corpos-de-prova compactados submetidos à saturação por

capilaridade durante um período de 4 dias, com leituras a cada 24 horas.

2.3.5. CBR - California Bearing Ratio

Conhecido no Brasil, como ensaio de determinação do Índice Suporte Califórnia

NBR 9895/87. É um ensaio que expressa a razão entre resistência à penetração

de um pistão padrão a uma penetração pré-definida, na amostra que se deseja

ensaiar, e a pressão para a mesma penetração numa amostra padrão de pedra

britada. A resistência à penetração no ensaio de CBR é relacionada à resistência

padrão e determinada somente para as penetrações e 2,54 e 5,08mm do pistão

padrão, executado no corpo-de-prova após 4 dias de saturação. Esse método

gera discussões quanto à sua aplicação no Brasil, em virtude das diferenças

geotécnicas existentes entre os solos de clima tropical e os solos de clima

temperado, para os quais os procedimentos foram desenvolvidos Joacy Junior

(2005).

Segundo Senço (1997), o CBR é um índice que busca caracterizar o

comportamento mecânico de materiais granulares por comparação com um

material de referência (brita graduada). Os principais fatores que afetam os

resultados de CBR são: massa específica aparente, a umidade e a textura dos

solos. O ensaio é realizado após saturar o solo por 4 dias. Retira-se os cilindros

do tanque de saturação 15 minutos antes de ensaiar para escorrer o excesso de

água.

O efeito de expansão, durante o período de saturação, não tem grande

influência nos valores de CBR para os solos granulares, em contrapartida, os

solos finos, coesivos, são bastante afetados pelo fenômeno da expansão.

2.4. Estabilização de solos

Sob o ponto de vista da engenharia, o solo desempenha várias funções, ora

como sustentação de obras (fundações), ora como materiais de construção

(aterros, barragens, pavimentos, tijolos etc.). Independente do uso, apresentar

certas propriedades químicas, físicas e mecânicas relacionadas à estabilidade

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volumétrica, resistência e durabilidade é fundamental, caso contrário a

alternativa é promover a sua estabilização (FERREIRA et al., 2005).

Segundo Houben e Guillaud (1994), o termo estabilização de solo corresponde a

qualquer processo natural ou artificial, pelo qual um solo, sob o efeito de cargas

aplicadas, se torna mais resistente à deformação e ao deslocamento, do que o

solo original. O processo de estabilização consiste em modificar as

características do sistema solo-água-ar com o objetivo de obter propriedades de

longa duração para uma aplicação específica.

2.4.1. Mecanismos de Estabilização de Solos

Segundo Vieira (1994), no Brasil, o principal problema enfrentado na construção

de estradas é a escassez de solos com resistência adequada e a durabilidade

da superfície de rolamento, o que leva à necessidade de aplicação de técnicas

de estabilização para conferir-lhes as características de resistência mecânica

solicitadas no projeto.

Dentre outros conceitos de estabilização de solos pode ser citado aquele que

considera como sendo conferir ao solo, a capacidade de resistir e suportar as

cargas e os esforços induzidos pelo tráfego normalmente aplicados sobre o

pavimento e também às ações erosivas de agentes naturais sob as condições

mais adversas de solicitação consideradas no projeto. A estabilização

compreende todos os processos naturais e artificiais aplicados aos solos,

objetivando melhorar suas características de resistência mecânica, bem como

garantir a constância destas melhorias no tempo de vida útil das obras de

engenharia.

Essencialmente, a estabilização de um solo consiste do estudo de sua

resistência e da complementação da resistência necessária. Vários são os

métodos de estabilização de solos. O critério para a classificação dos métodos

de estabilização normalmente se refere à natureza da energia transmitida ao

solo, como exemplo abordaremos os principais tipos de estabilização: mecânica,

granulométrica e química.

2.4.1.1 Estabilização Mecânica ou Estabilização por Compactação

O método objetiva transmitir ao solo ou à mistura de solos utilizados na camada

do pavimento rodoviário uma condição de densificação máxima, de modo a

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minimizar o volume de vazios existente no material relacionada a uma umidade

ótima e à energia de compactação especificada.

2.4.1.2. Estabilização Granulométrica

Os projetos de misturas de solos e/ou agregados são muito utilizados na

execução de base e sub-base de pavimentos. Entretanto, os materiais

fornecidos por jazidas em geral não apresentam individualmente as

características requeridas, sendo necessário um processo de mistura de

materiais, de modo que o produto resultante seja adequado às necessidades

apresentadas pela obra.

A estabilização granulométrica consiste no emprego da mistura de dois ou mais

materiais, de modo a se enquadrarem dentro de determinadas especificações. O

método altera as propriedades dos solos através da adição e/ou retirada de

partículas de solo de modo a atender a faixa granulométrica e densidade

máxima exigida. A boa prática recomenda que a granulometria esteja na média

entre os limites mínimo e máximo estabelecidos.

Existem muitos métodos de mistura de materiais, que tem como objetivo

construir um material ideal que seja uma mistura adequada, para tal destacam-

se alguns processos de cálculo, quais sejam: o método analítico, o método das

tentativas, o método algébrico, os métodos matemáticos e suas variações e os

métodos gráficos: como o método de Rothfuchs ou método das áreas

balanceadas, Souza (1980) e Senço (1997). Por serem os métodos tradicionais

morosos e envolverem extensos cálculos interativos, Greco e Greco (2007)

propuseram um método alternativo para o projeto de misturas de materiais,

método matricial – Método dos Mínimos Quadrados (MMQ), que fornece, a partir

das curvas granulométricas dos materiais disponíveis, as proporções ótimas de

tais materiais na mistura.

2.4.1.3. Estabilização Química

De acordo com Fang (1991) dentre os inúmeros processos de estabilização de

solos, o que mostrou maior eficiência é o da estabilização química. Neste

método, tanto as interações química, quanto as físico-químicas e físicas,

ocorrem durante o processo de estabilização.

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Atualmente muitos são os métodos de estabilização química, dentre os quais

destacam a estabilização solo-cimento, solo-cal, solo-betume, solo-resina, solo-

cinza volante, solo-escória de alto forno, estabilização com sais (cloretos),

aluminatos, sulfatos, óxidos, cinza pozolânica e restos de atividades agrícolas

como palha de arroz bagaço de cana e outros materiais vegetais como alcatrão

de eucalipto.

2.4.2. Estabilização solo-cimento

No Brasil, o solo-cimento é utilizado em pavimentação desde 1940. São mais de

50 anos de experiência brasileira com a tecnologia do solo-cimento. A

estabilização solo-cimento é o produto obtido pela compactação e cura de uma

mistura de solo, cimento e água, de modo a satisfazer a critérios de estabilidade

e durabilidade exigidos.

Segundo Maragon e Marques (2000) processo de estabilização do solo-cimento

ocorre a partir do desenvolvimento de reações químicas que são geradas na

hidratação do cimento. Durante o processo de estabilização do solo-cimento,

ocorrem dois tipos de reações: as reações de hidratação do cimento e as

reações entre os argilominerais e a cal liberada na hidratação do cimento (C3S,

β-C2S, C3A, C4AF + H2O). Estas reações podem ser exemplificadas da seguinte

forma:

Reações de hidratação do cimento

C3S + H2O → C3S2Hx (gel hidratado) + Ca(OH)2

Ca(OH)2 → Ca++ + 2(OH)-

Se o pH da mistura abaixar: C3S2Hx → CSH + Cal

Reações entre a cal gerada na hidratação e os argilominerais do solo:

Ca++ + 2(OH)- + SiO2 (Sílica do solo) → CSH

Ca++ + 2(OH)- + Al2O3 (Alumina do solo) → CAH

As últimas reações são chamadas pozolânicas e ocorrem em velocidade mais

lenta. O CSH é um composto cimentante semelhante ao C3S2Hx.

Segundo os mesmos autores, nos solos argilosos a reação da cal gerada na

hidratação e os argilominerais ocasionam uma queda no PH da mistura,

prejudicando o endurecimento do cimento, mas é possível ocorrerem reações

sucessivas, porém as reações de hidratação do cimento são as mais importantes

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e respondem pela maior parte da resistência final alcançada para a mistura. Nos

solos argilosos a resistência devido às reações pozolânicas se dá à custa de um

decréscimo de contribuição da matriz cimentante. Já nos solos granulares

desenvolvem-se vínculos de coesão nos pontos de contato entre os grãos,

semelhante ao concreto, porém o ligante não preenche todos os espaços.

2.4.2.1. A dosagem do solo-cimento

Dosagem de solo-cimento é uma seqüência de ensaios realizados com uma

mistura de solo-cimento e água, seguida de interpretação dos resultados por

meio de critérios pré-estabelecidos.

Em 1941, a Associação Brasileira de Cimento Portland, ABCP publicou métodos

análogos aos publicados em 1944 e 1945 pela American Society for Testing and

Material, ASTM e American Association of State Highway Officials, AASHO

respectivamente. Em 1962, foram feitas algumas alterações, dando origem à

chamada Norma Simplificada de Dosagem Solo-Cimento. Em 1990, após

estudos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT surgiu a nova

norma de dosagem de mistura solo-cimento, designada Solo-cimento: dosagem

para emprego como camada de pavimento (NBR 12.253).

Segundo a mesma norma os solos utilizados como base e sub-base de

pavimento em solo-cimento são restritos aos tipos A1, A2, A3 e A4, conforme

sistema de classificação da Highway Research Board - HRB. Os solos siltosos e

argilosos foram descartados por dificuldades no processo de execução e por

requererem teores elevados de cimento, o que elevaria o custo da obra,

tornando-se assim fator indesejado.

2.4.2.2 - Procedimentos de dosagem

Para a realização da dosagem são realizados os seguintes ensaios:

a) Ensaios preliminares do solo - Identificação e classificação, utilizando a

classificação HRB de solos dos grupos A1, A2, A3 e A4;

b) Escolha do teor de cimento para ensaio de compactação - Recomendado para

uso quando não se tenham experiências anteriores com o solo em questão,

conforme Tabela 2.11, apresentada a seguir.

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Tabela 2.11 - Teor de cimento, segundo NBR 12253/90.

c) Ensaio de compactação - O ensaio de compactação tem como objetivo

determinar a massa específica aparente seca máxima e a umidade ótima para a

mistura, segundo a norma NBR 7182/1986;

d) Ensaio de resistência à compressão simples - Moldagem de no mínimo 3

corpos de prova para o teor de cimento estabelecido no ensaio de compactação

para a execução do ensaio de resistência à compressão simples segundo a NBR

12025/90. Após a moldagem os corpos de prova devem ser submetidos ao

período de cura.

O teor de cimento a ser adotado, capaz de estabilizar uma camada de pavimento

através de uma mistura solo-cimento, será o menor dos teores que forneça

resistência média à compressão simples aos 7 dias igual ou superior a 2,1MPa.

O valor de 2.1MPa foi fixado por ser um número já consagrado no meio

rodoviário devido ao bom desempenho dos pavimentos conseguido com solos

estudados com este valor de resistência.

A estabilização química por envolver aspectos físico-químicos do cimento e do

solo, é influenciada por inúmeros fatores:

a) Tipo de solo: todo solo pode ser estabilizado quimicamente com cimento,

porém os solos arenosos são mais eficientes ao cimento que os argilosos

por exigirem menores teores de cimento;

b) Presença de materiais nocivos no solo: a presença de matéria orgânica

no solo afeta a hidratação do cimento devido à absorção dos íons de

cálcio gerado, resultando uma queda no PH da mistura;

c) Teor de cimento: a resistência da mistura solo-cimento aumenta

linearmente com o teor de cimento, para um mesmo tipo de solo;

d) Teor de umidade da mistura: assim como nos solos naturais, as misturas

solo-cimento exigem um teor de umidade que conduza a uma massa

específica aparente seca máxima, para uma dada energia de

compactação. O acréscimo de cimento ao solo produz um acréscimo no

Classificação do solo Teor de Cimento. Sugerido em Massa ( % )

A1-a 5 A1-b 6 A2 7 A3 9 A4 10

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teor de umidade e um decréscimo na massa específica seca máxima,

devido à ação floculante do cimento;

e) Tempo e condições de cura: como no concreto, a mistura solo-cimento

ganha resistência por processo de cimentação das partículas durante

vários meses ou anos, sendo maior até os 28 dias iniciais.

2.4.3. Estabilização solo-cal

A estabilização com a cal é uma prática milenar, existem referências de uso da

cal para construção de pavimentos pelos romanos há dois mil anos (HERRIN e

MITCHELL, 1961). Na atualidade, entretanto, seu estudo data de 1955 nos

Estados Unidos da América, no estado do Texas, segundo Diamond e Kinter,

(1965). A partir desta data, a estabilização solo-cal tomou grande impulso e é

estudada em vários países do mundo, podendo citar como referência Thompson

(1966). No Brasil estudos sobre o uso de solo cimento e de misturas

estabilizadas de solo-cal em obras de infra-estrutura rodoviária cresceram a

partir da década de 80, com Lima (1981).

A mistura solo-cal tem como principais funções a melhoria permanente das

características do solo, o aumento a resistência à ação da água, a melhoria do

poder de suporte e a melhoria da trabalhabilidade de solos argilosos.

A estabilização com a cal é o método mais comumente utilizado principalmente

para solos argilosos, pois o cálcio ataca quimicamente as argilas e até mesmo o

quartzo, resultando na formação de silicatos e aluminatos hidratados de cálcio,

de notável capacidade cimentante. Ao misturar a cal ao solo em condições

ótimas de massa específica aparente seca máxima e umidade ótima, ocorrem

reações químicas que provocam alterações físico-químicas tais como: a redução

do índice de plasticidade e do limite de liquidez da mistura em relação ao solo; o

aumento do limite de plasticidade da mistura em relação ao solo; a redução na

porcentagem da fração de solo passante na peneira n°80 (0,42mm); a redução

na contração linear e expansão em relação ao solo; a melhor trabalhabilidade da

mistura pela aceleração da desintegração dos torrões de argila durante a

pulverização promovida pela ação da água e da cal e o aumento da resistência à

compressão, estabilidade e durabilidade do sistema solo-cal. Tais reações

resultam assim em alterações geotécnicas importantes e amplamente

favoráveis. (GUIMARÃES, 1992).

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Na mistura solo-cal, ocorrem vários tipos de reações, ressaltando as mais

importantes como sendo; a troca catiônica, a floculação e aglomeração que se

processam rapidamente e produzem alterações imediatas na plasticidade e na

resistência da mistura e as reações pozolânicas, que responsáveis pela

formação dos agentes de cimentação, que segundo Lima et. al. (1993) resultam

no aumento da resistência e durabilidade da mistura.

2.4.3.1. Fatores que influenciam no processo de estabilização dos solos com cal

a) Tipo de cal empregado: Emprega-se tanto cal virgem quanto cal

hidratada, sendo a calcítica hidratada a mais referenciada;

b) Tipo de solo: Solos finos (argilosos) respondem melhor à estabilização

solo-cal que solos granulares por possuir maior superfície específica, o

que refletirá em reações mais intensas entre a cal e o solo;

c) Tempo de cura: Pequenos ganhos de resistência nas primeiras idades

e um maior ganho para idades maiores;

d) Influência da temperatura: O aumento de resistência evolui mais

rapidamente com o aumento da temperatura de cura.

Não existe no Brasil metodologia normalizada para dosagem e dimensionamento

de misturas solo-cal como há para solo-cimento. A avaliação da dosagem

adequada da mistura é determinada pela capacidade de suporte das misturas

solo-cal, feita mediante o ensaio de CBR – NBR 9895/87. Normalmente são

utilizados procedimentos de dosagem experimentais.

2.4.4. – Estabilização solo-escória

Os estudos científicos, pesquisas e experimentos sobre estabilização química

utilizando resíduos industriais, são poucos e recentes em todo o mundo,

havendo uma demanda crescente por resultados, especialmente em função dos

danos ambientais provocados pelos passivos industriais e pelas possibilidades

de se diminuírem as pressões sobre novas explorações e extrações de insumos.

No Brasil, em termos práticos, a escória é utilizada na pavimentação em

substituição ao agregado natural já havendo notícias de emprego de escória

granulada de alto forno ou escória de aciaria no processo de estabilização

granulométrica na metodologia tradicional, Velten et al. (2006).

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Rohde (2002) concluiu em seu estudo que a escória de aciaria elétrica pode ser

empregada como material para pavimentação. Determinou as características

mecânicas do agregado através de ensaios de granulometria, durabilidade ao

sulfato de sódio, abrasão no equipamento de Los Angeles, compactação, índice

de suporte Califórnia e módulo de resiliência. No trabalho observou-se a

necessidade de corrigir a granulometria da escória, o que melhorou

significativamente a capacidade de suporte e a trabalhabilidade do material.

Após a correção granulométrica, a escória apresentou módulos de resiliência

superiores aos de materiais granulares tradicionais, resultando em pavimentos

mais esbeltos e econômicos. Avaliou ainda a possibilidade de melhorar as

características da escória adicionando outros resíduos industriais.

Diferentemente de outros autores ela concluiu que o tempo de estocagem

mínimo para liberação do agregado é 4 meses.

Castelo Branco (2004) avaliou a mistura asfáltica com escória de aciaria como

agregado. Estas misturas foram caracterizadas mecanicamente através dos

ensaios de resistência à tração estática por compressão diametral, módulo de

resiliência, fadiga por compressão diametral a tensão controlada e resistência à

tração retida por umidade induzida. Os resultados foram comparados com os

obtidos para uma mistura dosada com brita de origem granítica, areia de campo,

pó de pedra, filer mineral e cimento asfáltico de petróleo (CAP). A escória de

aciaria apresentou possibilidade de uso em revestimentos asfálticos, sendo a

expansibilidade da escória avaliada através do método PTM 130/78.

Parente et al (2003); Santos Neto e Barroso (2008) concluíram que o solo puro,

na região de Fortaleza, não tinha aplicação para fins rodoviários, mas depois

que misturado a 50% de escória, ele apresentou potencial para o uso em sub-

base de pavimentos.

Especificamente sobre a estabilização química solo-escória, não foram

encontrados trabalhos anteriores sobre a utilização do fino de escória de aciaria

a referenciar os estudos.

2.5. Resistência à compressão simples

A resistência à compressão simples (σC) expressa em MPa, é determinada

individualmente para cada corpo-de-prova, através da razão entre sua carga de

ruptura (N) e a área de sua seção transversal (mm²), e expressa pela média de

suas repetições. Sua determinação é especificada por norma ABNT, NBR

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12025/1990 que descreve o procedimento de ensaio para corpos-de-prova de

solo-cimento.

A resistência à compressão simples é expressa pela Equação (2).

A

P=cσ (Equação 2)

onde:

Cσ = resistência à compressão;

P = carga de ruptura (máxima) obtida no ensaio ; A = área do corpo-de-prova.

O equipamento deve conter dois pratos de aço com espessuras suficientes para

evitar deformação durante o ensaio. No caso de prensas verticais, o prato

superior deve assentar-se em rótula esférica e o prato inferior deve ser um bloco

rígido e plano. O prato de carga assentado na rótula esférica deve poder rodar

livremente e girar ângulos menores que 4º, em todas as direções permitindo o

perfeito assentamento sobre a superfície do CP a ser ensaiado. Durante todo

ensaio é necessário carregamento contínuo e sem choques.

Para a realização do ensaio as bases dos CP devem ser verificadas quanto ao

nivelamento e horizontalidade e capeadas com gesso ou mistura de enxofre e

caolin.

2.6. Resistência à tração por compressão diametral

O ensaio para a determinação da resistência à tração (σT) por compressão

diametral é um método brasileiro, desenvolvido pelo professor Lobo Carneiro. É

um ensaio de compressão, com forças aplicadas na direção diametral para

determinação indireta da resistência à tração Carneiro, 1943.

O ensaio consiste na aplicação de duas forças de compressão diametralmente

opostas em um cilindro, ao longo do seu diâmetro. Estas forças geram tensões

de tração uniformes e perpendiculares ao longo de todo o diâmetro do corpo-de-

prova.

É um ensaio de grande facilidade e rapidez, além da praticidade, realizado com

o mesmo corpo-de-prova cilíndrico utilizado para o ensaio de resistência à

compressão direta e o mesmo equipamento.

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A Figura 2.3, ilustra o ensaio em que Lobo Carneiro ensaiando corpos-de-prova

de concreto, notou que ele se rompeu de uma maneira totalmente diferente do

aço. Por isto a idéia de propor um método específico para a determinação da

resistência à tração dos concretos. Método que hoje é utilizado para concreto,

argamassas e misturas de solo-cimento, solo-cal e outros.

Figura 2.3 – Ensaio de compressão diametral

Segundo Falcão e Soares (2002), as trincas são os principais defeitos

encontrados nos pavimentos brasileiros, que são resultantes do processo de

fadiga. Um dos parâmetros mecânicos capaz de avaliar o fenômeno é a

resistência à tração, analisada por meio do ensaio de compressão diametral de

corpos-de-prova cilíndricos.

Um cilindro carregado diametralmente por cargas de compressão concentradas,

gera uma tensão de tração uniforme perpendicular ao diâmetro do corpo-de-

prova, como apresentado na Figura 2.2. A resistência à tração por compressão

diametral é calculada pela Equação (3):

LD

PT ..

.2

πσ =

(Equação 3)

onde:

Tσ = resistência à tração;

P = carga de ruptura (máxima) obtida no ensaio; D = diâmetro do corpo-de-prova; L = largura do corpo-de-prova.

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2.7. Construção e desenvolvimento sustentável

Para a indústria de uma forma geral, o significado de desenvolvimento

econômico está atrelado à transformação do ambiente natural em ambiente

construído adequado ao desenvolvimento e visando melhorar a qualidade de

vida da população. O modelo de desenvolvimento predominante na construção

civil, baseado na extração maciça de recursos naturais e geração de resíduos,

transforma-se, na busca pela sustentabilidade. A natureza adquire mais

importância e marcos regulatórios são construídos para protegê-la. Os limites de

poluição gerada são mais rigorosos, preservar os recursos naturais, conter o

ritmo da extração dos recursos e diminuir a geração de resíduos sob a

percepção dos efeitos das alterações do meio ambiente sobre o homem e a

natureza em geral, é chamado de paradigma ecológico por Liddle (1994). Nos

últimos tempos é cada vez maior preocupação com a deposição de resíduos

industriais e os impactos causados com sua utilização. Praticamente todas as

atividades industriais e construções com resíduos são consideradas aceitáveis e

incentivadas desde que seus índices de poluição e/ou contaminação não

extrapolem os limites estabelecidos pela norma brasileira de resíduos, NBR

10.004/2004.

A análise ambiental baseia-se principalmente no risco da utilização dos resíduos

provocarem impacto direto ao meio ambiente, como por exemplo, a poluição do

ar, a contaminação do subsolo e da água por lixiviação ou arraste, dessorção em

meio líquido de elementos poluentes tais como metais pesados ou substâncias

tóxicas para o meio ambiente.

É comum a presença de metais pesados, devendo os valores encontrados não

excederem aos valores limites máximos previstos nas normas ambientais

brasileiras NBR 10.004/2004.

Segundo Van Der Sloot (1996) o ensaio de lixiviação dos contaminantes dos

resíduos é muito importante para a avaliação da utilização dos mesmos, o

potencial de risco de contaminação ao ambiente bem como sua influência

quando empregados em materiais cimentícios, pois podem provocar efeitos

deletérios na resistência e durabilidade de sistemas aglomerantes, maximizados

com o aumento de sua concentração.

Segundo a norma NBR 10.005/2004, o ensaio de lixiviação de resíduos é o

processo de determinação da capacidade de liberação de substâncias orgânicas

e inorgânicas através da dissolução em meio extrator e tem os seguintes

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objetivos: avaliar o risco potencial de contaminação do lençol d’água

subterrâneo; classificar os resíduos em perigosos ou não; avaliar o potencial de

lixiviação de poluentes provenientes de resíduos sob determinadas condições

ambientais; fornecer um extrato representativo do lixiviado produzido por um

resíduo em campo e identificar o apropriado gerenciamento do resíduo. A NBR

10.005/2004 é no Brasil o protocolo de lixiviação existente, visando a

classificação de resíduos em inertes e não inertes, perigosos e não perigosos.

2.8. ESTATÍSTICA

Segundo Werkema (1996) “um experimento é um procedimento no qual

alterações propositais são feitas nas variáveis de entrada de um processo ou

sistema, de modo que se possam avaliar as possíveis alterações sofridas pela

variável resposta”. Para a realização de um planejamento e análise de

experimento, é necessário a definição de variável resposta, variável dependente

ou explicativa e blocos. “Blocos são conjuntos homogêneos de unidades

experimentais”. “Em muitas situações experimentais é necessário planejar o

experimento de forma que a variabilidade resultante da presença de fatores

perturbadores conhecidos, sobre os quais não existe interesse, possa ser

sistematicamente controlada e avaliada”.

Um ponto importante nesse estudo, é que o número de réplicas em cada uma

das combinações do tipo de mistura e o tempo de cura é diferente. “Uma réplica

é uma repetição do experimento sob as mesmas condições experimentais”.

Assim, segundo Montgomery (2005) se configura por uma Análise de

Experimentos Fatoriais em Blocos Completos Desbalanceados.

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

Este capítulo tem por objetivo apresentar e identificar todos os materiais

utilizados neste estudo além de apresentar as metodologias utilizadas para os

ensaios de caracterização, compactação, expansão, CBR, resistência à

compressão simples, resistência à tração por compressão diametral e os ensaios

referentes às análises ambientais.

3.1. Materiais

3.1.1. Solo

Para o experimental, utilizou-se um solo, proveniente de uma jazida localizada

às margens do anel rodoviário de Belo Horizonte, altura do km 4,5 – Engenho

Nogueira. A jazida, conforme Figura 3.1, destinou-se ao uso na obra de

Revitalização da Vila São José no bairro Alípio de Melo, para regularização de

subleito, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal

(PAC).

Figura 3.1 – Jazida de coleta do saibro amarelo.

Foram coletados cerca de 1.200kg do solo, no mês de fevereiro de 2008, que foi

levado ao CEFET-MG e preparado para secar em local coberto, à sombra, sobre

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lona plástica, conforme Figura 3.2. A cada dois dias, o solo foi revirado por um

período de um mês, até secagem.

Figura 3.2 – Amostra do saibro amarelo, em local coberto, preparada para secar.

Após a secagem, o solo foi totalmente destorroado, peneirado na peneira de

número 4, abertura de 4,8mm, com 100% do material passante por esta peneira,

destorroado e peneirado, todo o material foi acondicionado em recipientes

herméticos de 200 litros, de modo a evitar umidade e contaminações com outros

materiais.

Foram retiradas três amostras representativas para a realização dos ensaios de

caracterização do solo. Todos os ensaios foram realizados segundo as normas

da ABNT. Análise granulométrica NBR 7181/1984, determinação dos limites de

liquidez NBR 6459/1984, limite de plasticidade NBR 7180/1984 e massa

específica dos grãos NBR 6508/1984.

3.1.2. Água

A água utilizada nos procedimentos experimentais da pesquisa foi a que

abastece o laboratório de matérias e estrutura - LabMEC e os demais

laboratórios do CEFET-MG, proveniente da Companhia de Saneamento de

Minas Gerais, COPASA empresa responsável pelo tratamento e distribuição de

água potável à região metropolitana de Belo Horizonte.

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3.1.3. Escória de aciaria

A escória utilizada neste trabalho experimental consiste de um resíduo

proveniente de processo LD, recuperada em filtros de manga, sob a forma de

particulado retido do processo de segregação magnética.

A escória de aciaria utilizada neste programa experimental, passa por um

processo de segregação magnética especializada. Recebe a escória bruta

(metálicos + não metálicos) da siderurgia e em processamento industrial próprio,

segrega frações metálicas (reutilizada pela siderúrgica) e não metálicas (utilizada

como “matéria prima” para “projeto de pesquisa”), além de submeter-se a

estabilização e inertização, que tem por finalidade neutralizar os efeitos

prejudiciais da expansão de elementos como o óxido de cálcio (CaO) e o óxido

de magnésio (MgO).

As elevadas porcentagens de óxido de ferro (FeO), são recuperadas em

processo especialista o que justifica recobrar o metal, atividade essa que

viabiliza economicamente o processo de reciclagem.

A fração metálica recuperada é constituída essencialmente por aço sendo

reconduzida ao processo siderúrgico sob a forma de matérias primas reciclada.

A escória de aciaria utilizada nesta pesquisa foi gerada pelo Grupo Arcelor Mital

Tubarão – CST e beneficiada pela empresa CICLOMETAL em Itaúna - MG. O

processo de refino de aço utilizado na Arcelor é através de convertedor do tipo

LD.

Este material foi embalado em sacos plásticos e acondicionado em recipientes

herméticos. O material foi transportado da cidade de Itaúna - MG, para o

CEFET-MG em Belo Horizonte onde foi utilizado ao longo do período da

pesquisa.

O fino de escória foi espalhado, dentro do laboratório de estruturas do CEFET-

MG, sobre lona plástica, revirado diariamente durante 5 dias, até completa

secagem, como apresentado na Figura 3.3. Após procedimento de secagem

este material foi novamente embalado em sacos plásticos e acondicionado em

recipientes plásticos herméticos e etiquetados.

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Figura 3.3 – O fino de escória de aciaria espalhado para secagem.

3.1.4. Cal hidratada

Foi utilizada na pesquisa a cal hidratada aditivada - CHI, MASSICAL, da indústria

de calcinação ICAL. Produto indicado para o preparo de argamassas e

estabilização química de misturas de solo. Elaborada com uma composição

rigorosamente controlada de hidróxido de cálcio + magnésio + aditivos,

atendendo a norma ABNT NBR 7175. Facilmente encontrada no mercado em

sacos de 20kg.

Este material foi acondicionado em recipientes plásticos hermeticamente

fechados de modo a conservar/preservar suas características, evitar

contaminações e/ou alterações de umidade e devidamente etiquetado.

3.1.5. Cimento Pavifort

Foi utilizado o cimento Pavifort da marca Holcim, que é um aglutinante

desenvolvido especialmente para aplicações em base, sub-base e subleito de

pavimentos.

O cimento Pavifort foi acondicionado em recipientes plásticos hermeticamente

fechados de modo a conservar/preservar suas características, evitar

contaminações e/ou alterações de umidade e devidamente etiquetado.

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As amostras de cimento Pavifort utilizadas inicialmente para o experimento

apresentaram problemas; presença de grumos no interior das embalagens.

Essas amostras foram descartadas.

O segundo lote de amostras, apresentou o mesmo problema. Adotou-se o

procedimento de peneiramento de toda a amostra de cimento a fim de

separarem-se os grumos do restante do material.

O cimento peneirado foi acondicionado em recipientes plásticos hermeticamente

fechados de modo a conservar/preservar suas características, evitar

contaminações e/ou alterações de umidade e devidamente etiquetado.

3.2. Métodos

Todos os procedimentos adotados durante o trabalho experimental seguiram o

prescrito pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT e Departamento

Nacional de Transporte e Trânsito, DNIT.

3.2.1. Caracterização geotécnica do solo

A caracterização do solo foi realizada de acordo com as prescrições ABNT, a

saber: Granulometria NBR 7181/84, Limite de Liquidez NBR 6459/84, Limite de

Plasticidade NBR 7180/84, Massa Específica NBR 6508/84.

3.2.2. Caracterização da Escória de Aciaria

Os ensaios para a determinação das características físicas da escória de aciaria

em pó, por não haver procedimentos específicos para estes materiais, foram

realizados segundo as normas e procedimentos utilizados para ensaios de

cimento e solos. A massa específica da escória foi realizada pelo procedimento

do picnômetro utilizado para solos, conforme ABNT NBR 6508/84, os demais

procedimentos seguiram as especificações da ABNT para cimento, sendo:

determinação da finura por meio da peneira 0,075mm, NBR 11.579/91, da água

da pasta de consistência normal NM 43/03, e determinação dos tempos de pega

NM 65/03.

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3.2.3. Caracterização da Cal Hidratada

Foram utilizados os parâmetros e características fornecidas pelo fabricante,

conforme mostra a Tabela 3.1.

Tabela 3.1 - Parâmetros físicos da cal hidratada CHI.

Dados Técnicos Resultados

Óxidos não hidratados 0

Incorporação de areia > 4,0

Blaine 7200 cm2/g

Massa unitária 1,73 a 1,80

Retenção de água > 80%

Plasticidade > 120%

Retido na peneira 30 < 0,5

Retido na peneira 200 < 0,7

Massa específica Não informada

Tempo de pega 180min

Finura Não informada

3.2.4. Caracterização do Cimento Pavifort

Foram utilizados os parâmetros e características fornecidas pelo fabricante,

conforme mostra a Tabela 3.2.

Tabela 3.2 - Composição química típica e parâmetros físicos do Pavifort - Holcin.

Composição Química

Teor Médio (%)

Característica Físicas Resultados

SiO2 30 – 35 Massa específica dos grãos (g/cm3) 2,960

Al2O3 10 – 13 Massa específica aparente (g/cm3) 1,280

Fe2O3 0,5 – 3,0 Finura pela peneira 200 (%) 7,8

CaO 42,5 – 45,5 Tempo de trabalhabilidade (h) 5 - 7

MgO 5 – 7

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3.2.5. Caracterização da Água

A caracterização da água utilizada refere-se aos dados técnicos fornecidos pela

COPASA (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), disponibilizada no site

da empresa, conforme mostra a Tabela 3.3.

Tabela 3.3 - Parâmetros de qualidade da água - período de maio 2008.

Parâmetro Unidade Valor Médio Limites

Cloro mg/L Cl 0,89 0,2 a 2 Cor UH 0,09 15

Fluoreto mg/L F 0,76 0,6 a 0,85 Turbidez UT 0,41 5

pH - 8,27 6 a 9,5

3.2.6. Compactação

As análises para a determinação do comportamento mecânico do solo puro e

das misturas solo-escória, solo-cal e solo-Pavifort, desenvolveram-se segundo

as etapas apresentadas a seguir:

3.2.6.1. Etapa 1

Compactação, expansão e CBR, para todas as misturas com um estabilizante,

ou seja, o solo puro e os diferentes percentuais de adição dos três finos

estabilizantes; 5, 10, 15 e 20% de escória, cal e Pavifort, em relação à massa

do solo seco e para as misturas com dois estabilizantes solo-15%escória

acrescentando 5% de cal e 5% de Pavifort; solo-20%escória acrescentando

5% de cal e 5% de Pavifort.

3.2.6.2. Etapa 2

Ensaios de resistência mecânica (compressão simples de compressão

diametral) para o solo e para as misturas com 10% de adição de fino

estabilizante.

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3.2.6.3. Etapa 3

Ensaios de compressão simples de compressão diametral para todas as

misturas produzidas.

Os ensaios de compactação foram realizados com a energia de compactação do

Proctor Intermediário, conforme especificado pela ABNT - NBR 7182/86, que

indica, segundo Pinto (2002), uma energia de compactação de 12,632kg/cm2.

As Figuras 3.4; 3.5 e 3.6 ilustram os procedimentos de compactação realizados.

Figura 3.4 – Acréscimo de umidade às amostras.

Figura 3.5 – Ensaios de compactação.

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Figura 3.6 – Arrasamento do volume do cilindro compactado.

3.2.7. Expansão e CBR

Após o ensaio de compactação, todos os cilindros foram conduzidos para os

ensaios de expansão e CBR, realizados segundo o prescrito pela NBR 9.895/87.

Sobre o solo compactado foi colocado um prato perfurado com haste ajustável e

um par de sobrecargas de 4,536kg. Em seguida os cilindros foram levados para

o tanque de saturação onde receberam um tripé portando um extensômetro de

resolução de 0,01mm.

A Figura 3.7 apresenta os equipamentos utilizados nos ensaios de expansão e

CBR, conduzidos para todas as amostras.

Figura 3.7 – Equipamentos necessários ao ensaio de expansão.

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Os cilindros permanecem no tanque de saturação durante um período de 4 dias

com leituras feitas a cada 24 horas conforme especificado pela NBR 9895/87 e

ME 049/94, conforme Figura 3.8.

Figura 3.8 – Cilindros no tanque de saturação.

Após 4 dias de saturação, os cilindros são retirados do tanque 30 minutos antes

do ensaio de CBR, para escorrer o excesso de água. Os ensaios de CBR foram

realizados para todos os corpos de prova em prensa automática e micro

processada, marca SOLOTEST, com célula de carga de 5.000Kgf, conforme

Figura 3.9.

Figura 3.9 – Ensaio de CBR.

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3.2.8. Moldagem dos corpos-de-prova

Os corpos-de-prova para análise das propriedades mecânicas de resistência à

compressão simples e resistência à tração por compressão diametral, num total

de 240, foram moldados segundo prescrições da NBR 12.024/90 Solo-cimento:

Moldagem e cura de corpos-de-prova cilíndricos, conforme Figura 3.10,

apresentada a seguir.

Figura 3.10 – Moldagem e extração dos CP.

3.2.8.1. Misturas de solo com um estabilizante

As misturas de solo com um estabilizante foram realizadas da seguinte forma:

• 30 corpos-de-prova compactados na umidade ótima, do solo puro, sendo

15 para resistência à compressão simples (5 para cada idade; 7, 28 e 56

dias) e 15 para resistência à tração por compressão diametral (5 para

cada idade; 7, 28 e 56 dias);

• 30 corpos-de-prova compactados na umidade ótima, da mistura solo +

10% de cal, sendo 15 para resistência à compressão simples (5 para

cada idade; 7, 28 e 56 dias) e 15 para resistência à tração por

compressão diametral (5 para cada idade; 7, 28 e 56 dias);

• 30 corpos-de-prova compactados na umidade ótima, da mistura solo +

10% de fino de escória de aciaria, sendo 15 para resistência à

compressão simples (5 para cada idade; 7, 28 e 56 dias) e 15 para

resistência à tração por compressão diametral (5 para cada idade; 7, 28 e

56 dias);

• 30 corpos-de-prova compactados na umidade ótima, da mistura solo +

10% de cimento Pavifort, sendo 15 para resistência à compressão

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simples (5 para cada idade; 7, 28 e 56 dias) e 15 para resistência à

tração por compressão diametral (5 para cada idade; 7, 28 e 56 dias).

3.2.8.2. Misturas de solo com dois estabilizantes

As misturas de solo com dois estabilizantes foram realizadas da seguinte forma:

• 24 corpos-de-prova compactados na umidade ótima, da mistura solo +

15% de fino de escória de aciaria + 5% de cal, sendo 15 para resistência

à compressão simples (5 para cada idade; 7, 28 e 56 dias) e 15 para

resistência à tração por compressão diametral (5 para cada idade; 7, 28 e

56 dias);

• 24 corpos-de-prova compactados na umidade ótima, da mistura solo +

15% de fino de escória de aciaria + 5% de cimento Pavifort, sendo 15

para resistência à compressão simples (5 para cada idade; 7, 28 e 56

dias) e 15 para resistência à tração por compressão diametral (5 para

cada idade; 7, 28 e 56 dias);

• 24 corpos-de-prova compactados na umidade ótima, da mistura solo +

20% de fino de escória de aciaria + 5% de cal, sendo 15 para resistência

à compressão simples (5 para cada idade; 7, 28 e 56 dias) e 15 para

resistência à tração por compressão diametral (5 para cada idade; 7, 28 e

56 dias);

• 24 corpos-de-prova compactados na umidade ótima, da mistura solo +

20% de fino de escória de aciaria + 5% de cimento Pavifort, sendo 15

para resistência à compressão simples (5 para cada idade; 7, 28 e 56

dias) e 15 para resistência à tração por compressão diametral (5 para

cada idade; 7, 28 e 56 dias);

As misturas de solo com um estabilizante, foram preparadas com uma porção de

10% do estabilizante, 6kg, para cada porção de solo de 60kg. Para a moldagem

dos 30 CP de cada mistura somariam 66Kg de material a ser homogeneizado, o

que não seria tarefa fácil. Optou-se por dividir em 4 vezes, com preparo de

16,5kg/vez. Para as análises das misturas com dois estabilizantes optou-se por

produzir traços com maiores teores de escória de aciaria; a fim de aumentar o

consumo e conseqüentemente a adequada disposição.

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Todas as misturas foram cuidadosamente preparadas, pelo mesmo operador, de

forma que fossem literalmente idênticas, com precisão de massa de material, de

água, obtendo a mesma compactação e controle de umidade, conforme Figura

3.11.

Figura 3.11 – Preparo da mistura e homogeneização das amostras para moldagem dos corpos-de-prova.

Como se trata de estudo de misturas a ser utilizadas em camadas de

pavimentos, optou-se por submeter os CP à cura ao ar, partindo da premissa de

que no campo, após a compactação, a cura se dá ao ar, conforme Figura 3.12.

Figura 3.12 – Cura dos CP ao ar

As amostras foram compactadas em cilindros pequenos, com 10,0cm ± 0,05 de

diâmetro interno e 12,73cm ± 0,03 de altura, sendo um volume de

aproximadamente 1000cm3 ± 10. De acordo com Pinto (2002) neste caso, para

manter a energia de compactação constante, uma vez que o volume foi reduzido

o número de golpes é alterado. A partir da Equação (1), foi calculado o número

de golpes necessários para compactar os corpos-de-prova com base de 10cm

na energia do Proctor Intermediário. Todos os corpos-de-prova foram moldados

na umidade ótima determinada pelo ensaio de compactação.

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Após a compactação dos corpos-de-prova, os mesmos foram submetidos à cura

ao ar, pelo período de 7; 28 e 56dias.

3.2.9. Resistência Mecânica

Para a determinação da resistência à compressão simples utilizou-se 5 corpos-

de-prova, para cada idade, conforme prevê a norma, ABNT NBR 12025/90 - Solo

cimento: Compressão simples de corpos de prova cilíndricos. Adotou-se esta

norma, pois todas as misturas foram executadas com material estabilizante de

finura compatível com a do cimento.

Todos os corpos-de-prova foram capeados com enxofre, seguindo os cuidados

de nivelamento e horizontalidade como recomenda a normalização. A Figura

3.13 ilustra esta etapa.

Figura 3.13 – Capeamento de corpos-de-prova.

Os ensaios de resistência à compressão simples, Figura 3.14, foram realizados

na máquina universal de ensaios, marca EMIC, automática e micro processada,

com capacidade para até 200tf, devidamente aferida e calibrada, conforme

descreve a NBR 12095/1990.

Figura 3.14 – Prensa para resistência à compressão simples, LabCIM - CEFET-MG.

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Para a determinação da resistência à tração por compressão diametral utilizou-

se também 5 corpos-de-prova, para cada idade, conforme recomenda a norma,

NBR 7.222/94 - Argamassa e concretos: determinação da resistência à tração

por compressão diametral de corpos-de-prova cilíndricos, de forma adaptada,

pois não se dispõe de norma brasileira específica para sua determinação em

misturas de solos. Os ensaios de resistência à tração por compressão diametral,

conforme apresenta a figura 3.15, foram realizados na máquina universal de

ensaios, marca EMIC, automática e micro processada, com capacidade para até

200tf, devidamente aferida e calibrada, conforme descreve a NBR 7.222/94.

Figura 3.15 – Ensaios de tração por compressão diametral, LabCIM - CEFET-MG.

3.2.10. Ensaios Ambientais

A metodologia adotada para a classificação das misturas em estudo foi realizada

de acordo com A NBR 10.004/2004, norma de classificação de resíduos sólidos

que indica a realização dos ensaios de lixiviação NBR 10.005/2004 e

solubilização NBR 10.006/2004.

3.2.11. Tratamento Estatístico dos Dados

A metodologia escolhida para a análise dos dados foi a de “planejamento e

análise de experimentos”, utilizando-se como ferramenta, o software MINITAB.

Neste estudo as variáveis respostas utilizadas foram: resistência à compressão

simples e resistência à tração por compressão diametral, analisadas

separadamente. A variável dependente ou explicativa foi o tipo de mistura e os

blocos foram os períodos de cura das misturas.

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Para esse experimento tornou-se necessário a utilização de experimentos

fatoriais em blocos. Como nesse estudo o impacto dos dias de cura das misturas

é conhecido, deseja-se controlar este efeito para representar uma situação mais

realista da resistência para as várias misturas utilizadas, sem que o tempo de

cura influencie os resultados do experimento. Assim, trabalhou-se com todas as

misturas em três tempos diferentes, 7, 28 e 56 dias.

Um ponto importante nesse estudo, é que o número de réplicas em cada uma

das combinações do tipo de misturas são os diferentes tempos de cura.

3.2.11.1. Resistência à compressão simples e resistência à tração por

compressão diametral

Foram analisados os resultados do planejamento de experimentos para a

variável resposta tensão de ruptura dos ensaios de resistência à compressão

simples e resistência à tração por compressão diametral, considerando misturas

de solo com diferentes teores de estabilizantes. Para determinar se existem

diferenças entre as misturas, foi criada a tabela a partir da análise de variância

dos resultados do experimento.

A partir da análise da tabela, observa-se se há mistura diferente, objetivando

descobrir qual a mistura que nos proporciona uma maior resistência à

compressão, a partir dos gráficos de efeitos principais. Como esta análise é um

tanto quanto subjetiva, para avaliar se estas diferenças são estatisticamente

significativas, utilizou-se a técnica de comparações múltiplas de Tukey.

Para validar os resultados encontrados, utilizou-se a avaliação das suposições

iniciais feitas sobre o modelo, de variância constante, independência e

normalidade dos resíduos do modelo. Para tanto, construiu-se os gráficos de

resíduos x valores ajustados x ordem de execução do experimento e o gráfico de

probabilidade normal com o teste de normalidade de Ryan Joiner.

3.2.12. Inventário de ensaios

Para melhor visualização dos experimentos desta pesquisa, elaborou-se a um

inventário de todos os ensaios realizados: compactação, umidade, expansão,

CBR, moldagem de corpos-de-prova, umidade dos corpos-de-prova, resistência

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à compressão simples e resistência à tração por compressão diametral,

conforme apresenta a tabela 3.4.

Tabela 3.4 – Inventário de ensaios executados.

Número de ensaios executados

Amostras

% de

adição Compactação Umidade Expansão CBR

Moldagem

de CP

Umidade

de CP RCs RCt

Solo Puro 100 10 20 10 10 30 10 5 5

5 5 10 5 5 - - - -

10 10 20 10 10 30 10 3 3

15 5 10 5 5 - - 3 3 Solo Cal

20 5 10 5 5 - - 3 3

5 5 10 5 5 - - - -

10 5 10 5 5 30 10 5 3

15 5 10 5 5 - - 3 2

Solo

Escória

20 5 10 5 5 - - - -

5 5 10 5 5 - - - -

10 5 10 5 5 30 10 5 3

15 5 10 5 5 - - - -

Solo

Pavifort

20 5 10 5 5 - - - -

5 5 10 5 5 24 8 3 3 Solo + 5%

Cal 10 5 10 5 5 24 8 3 3

15 5 10 5 5 24 8 3 3 Solo + 5%

Pavifort 20 5 10 5 5 24 8 3 2

Total - 95 190 95 95 216 72 39 33

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57

4. Resultados – Análise e discussões

Neste capítulo, são analisados e discutidos os resultados encontrados.

4.1. Caracterização do solo

Todos os resultados aqui descritos são provenientes dos ensaios de

caracterização do solo estudado realizados nos laboratórios do CEFET-MG.

4.1.1. Análise Granulométrica do Solo

As análises granulométricas por peneiramento e sedimentação indicam ser o

solo, um SILTE ARENOSO de cor amarela, denominado SAIBRO AMARELO.

Este tipo de solo, essencialmente arenoso apresenta parâmetros físicos ideais

para estabilização química com cimento, ABCP (1986) e ABNT NBR

12.253/1990.

A Figura 4.1 apresenta as curvas granulométricas do ensaio de granulometria

por peneiramento.

Figura 4.1 - Curvas granulométricas do ensaio de peneiramento.

O ensaio de sedimentação determinou da fração fina, passada na peneira 200,

cerca de 38% de silte e 7% de argila, conforme Figura 4.2.

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58

Figura 4.2 - Curvas granulométricas do ensaio de sedimentação.

4.1.2. Limites Físicos de Atterberg e Massa Específica

Os resultados encontrados para as determinações dos limites físicos do solo

indicaram IP =NP. Os valores encontrados indicam material não plástico, de

constituição essencialmente granular. Solos granulares possuem afinidade a

processos de estabilização química com cimento, superiores aos solos coesivos

Maragon e Marques (2000).

A massa específica média determinada foi de 2,795g/cm3.

A Tabela 4.1 apresenta os resultados dos ensaios de caracterização geotécnica

do solo realizados no LabSolos do CEFET-MG.

Tabela 4.1 – Parâmetros geotécnicos.

Caracterização dos solos Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3

Massa específica dos grãos (g/cm3) 2,793 2,795 2,795

Massa específica aparente (g/cm3) 1,435 1,428 1,439

Limite de liquidez 33,9 33,5 33,5

Limite de plasticidade NP NP NP

Índice de plasticidade NP NP NP

Granulometria peneiras % Passa

4,8 mm 100 100 100

2,0 mm 99,2 99,5 99,3

0,42 mm 70,6 69,9 69,6

0,075 mm 46,8 45,9 45,2

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59

4.1.3. Classificação do solo

O solo caracterizado como SAIBRO AMARELO recebeu classificação A-4,

segundo padronização HRB (Bureau of Public Roads) conforme apresenta a

Tabela 4.2.

Tabela 4.2 - Classificação do solo.

Classificação Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 % < 0,075mm 46,8 45,2 45,9 LL 33,9 33,5 33,7 IP NP NP NP IG 3 3 3

HRB A-4 A-4 A-4 UNIFICADA SM SM SM

O solo em estudo foi classificado como areia siltosa pelo Sistema Unificado de

Classificação - USCS (Unified Soil Classification System) e também pelo Sistema

de Classificação da American Association of State Highway and Transportation

Officials - AASTHTO (também conhecido como sistema rodoviário de

classificação HRB), que sugere material suscetível de ser empregado em subleito

de estradas, prevendo para amostras que se enquadram neste grupo e possui

índice grupo, IG = 0 (solos granulares), um comportamento de excelente a bom.

4.2. Caracterização da Escória de Aciaria

A escória utilizada apresentou as características químicas conforme apresenta a

Tabela 4.3.

Tabela 4.3 – Caracterização química da escória de aciaria.

Componentes FeO Al 2O3 SiO2 CaO MgO SiO 3

Concentração(%) 17,44 3,55 17,22 35,97 10,01 0,35

RI (resíduos insolúveis) 5,72

PF 1000º (perda de massa ao fogo)

12,94

Na análise através de difração laser pode-se observar que os valores

encontrados para escória CST, enquadram-se aos limites estabelecidos na

composição típica, exceto para o SiO2; que apresentou-se ligeiramente acima

dos limites típicos.

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60

A granulometria laser foi executada pela Holcim, e pode ser observada na figura

4.3. Trata-se de um material fino que apresenta 100% de partículas menores que

100µm.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0,1 1 10 100 1000

Diâmetro dos grãos (10 -6m)

% p

assa

Figura 4.3 - Granulométrica laser do fino de escória.

Cerca de 20% da escória de aciaria apresentou diâmetro menor que 0,15µm

responsável pela contribuição do efeito filler á mistura. Esta característica pode

ser responsável pelo elevado valor de massa específica aparente máxima seca

atingida pela mistura solo + 10% de escória. A contribuição ao efeito filler,

possibilita um maior agrupamento de grãos para a mesma energia de

compactação, o que permite uma máxima redução no índice de vazios,

resultando em maiores valores de CBR.

A escória de aciaria apresentou módulo de finura 6,72; enquanto o cimento

Pavifort apresentou 7,8. Os resultados dos ensaios de caracterização física

estão apresentados na Tabela 4.4.

Tabela 4.4 – Caracterização física da escória de aciaria.

Massa específica dos grãos (g/cm3) 3,166

Massa unitária (g/cm3) 1,368

Finura pela peneira 200 (%) 6,72

Início de pega (h) 22

Superfície específica (m2/g) 1,71

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61

Os valores de massa especifica dos grãos e massa unitária apresentam-se

inferiores aos limites indicados por castelo Branco (2004). A redução destes

valores deve-se ao tratamento especializado para segregação das frações

metálicas a que foram submetidas esta escória.

A escória de aciaria apresentou valores de massa específica e massa unitária

7% maiores que o cimento Pavifort, devidamente explicado pela maior

concentração de Fe e Mg.

Observou-se ainda, relativa atividade aglutinante desenvolvida pela escória, com

a detecção de pega. Atribui-se à hidratação do CaO; na forma do Ca(OH)2, a

atividade química observada.

Desta forma, seus grãos podem preencher os vazios entre as partículas maiores

do solo e/ou cimento aumentando a compacidade do solo e, conseqüentemente,

sua resistência.

4.3 Compactação

A massa específica aparente máxima seca para o solo foi de 1,840g/cm3 e

umidade ótima de 13,0% conforme Figura 4.4.

1,680

1,700

1,720

1,740

1,760

1,780

1,800

1,820

1,840

1,860

8,00 9,00 10,00 11,00 12,00 13,00 14,00 15,00 16,00 17,00 18,00

Teor de umidade (%)

Mas

sa E

spac

ífica

Sec

a (g

/cm

2)

Figura 4.4 – Compactação do solo.

Conforme observa-se na Figura 4.5, o acréscimo percentual dos estabilizantes

não contribuiu para o respectivo aumento de massa específica das misturas,

exceto para o teor de 10%; em todas as adições.

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62

1,84

0

1,74

0

1,74

0

1,68

0

1,67

0 1,77

0 1,86

0

1,74

0

1,73

0

1,79

0

1,84

0

1,80

0

1,78

0

1,70

0

1,76

0

1,72

0

1,76

0

1,5001,5501,6001,6501,7001,7501,8001,8501,9001,950

Sol

o P

uro

Sol

o +

5%

Cal

Sol

o +

10%

Cal

Sol

o +

15%

Cal

Sol

o +

20%

Cal

Sol

o +

5%

Esc

ória

Sol

o +

10%

Esc

ória

Sol

o +

15%

Esc

ória

Sol

o +

20%

Esc

ória

Sol

o +

5%

Pav

ifort

Sol

o +

10%

Pav

ifort

Sol

o +

15%

Pav

ifort

Sol

o +

20%

Pav

ifort

Sol

o +

15%

Esc

ória

+ 5

%C

al

Sol

o +

15%

Esc

ória

+ 5

%P

avifo

rt

Sol

o +

20%

Esc

ória

+ 5

%C

al

Sol

o +

20%

Esc

ória

+ 5

%P

avifo

rt

ESTABILIZANTE (%)

MA

SS

A E

SP

EC

ÍFIC

A M

ÁX

IM S

EC

A (g

/cm

3 )

Figura 4.5 – Massa Específica Aparente Máxima para diferentes teores de estabilizante.

Para as misturas com um estabilizante, houve um aumento da massa específica

entre os teores de 5 e 10% de adição do estabilizante.

O fato deve-se ao aumento da finura das misturas em função do acréscimo das

adições e conseqüente aumento da necessidade de água de dosagem.

Independente do tipo de estabilizante, o teor de 10% corresponde à maior

massa específica aparente máxima seca alcançada pelas misturas, conforme

pode ser observado pela figura 4.4.

Para a adição de dois estabilizantes ao solo sua massa específica aparente

máxima seca cai quando comparada ao solo puro. O aumento na adição do teor

de escória para um mesmo teor de cal, promove um aumento da massa

específica aparente máxima seca. Já para o aumento na adição do teor de

escória para um mesmo teor de Pavifort, não altera o resultado da massa

específica aparente máxima seca.

Quanto à umidade ótima, onde constatou-se que o acréscimo no percentual de

estabilizante não significa aumento da umidade ótima das misturas, devido às

características de cada estabilizante, como pode ser observado na Figura 4.6 a

seguir.

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63

13,0 14

,6 15,8

14,5

18,5

14,0

12,6 13

,8 15,0 15

,8

13,6 15

,0 15,8

16,3

15,3

14,8 16

,1

10,011,012,013,014,015,016,017,018,019,020,0

Sol

o P

uro

Sol

o +

5%

Cal

Sol

o +

10%

Cal

Sol

o +

15%

Cal

Sol

o +

20%

Cal

Sol

o +

5%

Esc

ória

Sol

o +

10%

Esc

ória

Sol

o +

15%

Esc

ória

Sol

o +

20%

Esc

ória

Sol

o +

5%

Pav

ifort

Sol

o +

10%

Pav

ifort

Sol

o +

15%

Pav

ifort

Sol

o +

20%

Pav

ifort

Sol

o +

15%

Esc

ória

+ 5

%C

al

Sol

o +

15%

Esc

ória

+ 5

%P

avifo

rt

Sol

o +

20%

Esc

ória

+ 5

%C

al

Sol

o +

20%

Esc

ória

+ 5

%P

avifo

rt

ESTABILIZANTE (%)

UM

IDA

DE

(%)

Figura 4.6 – Umidade Ótima para os diferentes teores de estabilizante.

Os resultados observados apontam em relação à umidade ótima, que acréscimo

no percentual de estabilizante não significou o respectivo aumento da umidade

ótima das misturas, devido ás características de cada estabilizante.

A adição de dois estabilizantes ao solo aumenta a umidade ótima das misturas

quando comparadas ao solo puro. O aumento na adição do teor de escória para

um mesmo teor de cal reduz sua umidade ótima, enquanto que para o aumento

na adição do teor de escória para um mesmo teor de Pavifort, aumenta sua

umidade ótima.

4.4 Expansão

A expansão foi determinada para cada ponto de compactação e para cada

estabilizante através da curva de expansão X umidade. O gráfico da Figura 4.7,

apresenta a expansão de cada corpo-de-prova para o solo puro.

0,000,501,001,502,002,503,003,504,00

6,0

7,0

8,0

9,0

10,0

11,0

12,0

13,0

14,0

15,0

16,0

17,0

18,0

19,0

20,0

TEOR DE UMIDADE (%)

EXPANSÃO (%

)

Figura 4.7 – Variação da expansão x umidade para o solo puro.

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64

O gráfico da Figura 4.8, apresenta a expansão de cada corpo-de-prova para as

misturas solo-cal.

0,00

0,50

6,0

7,0

8,0

9,0

10,0

11,0

12,0

13,0

14,0

15,0

16,0

17,0

18,0

19,0

20,0

21,0

22,0

23,0

24,0

25,0

26,0

TEOR DE UMIDADE (%)

EX

PA

NS

ÃO

(%)

SOLO +5%Cal

SOLO +10%Cal

SOLO +15%Cal

SOLO +20%Cal

Figura 4.8 – Variação da expansão x umidade para as misturas solo-cal.

O gráfico da Figura 4.9 apresenta a expansão de cada corpo-de-prova para as

misturas solo-escória.

0,000,501,001,502,002,503,003,504,00

5,0

7,0

9,0

11,0

13,0

15,0

17,0

19,0

21,0

23,0

TEOR DE UMIDADE (%)

EX

PA

NS

ÃO

(%)

5%Escória

10%Escória

15%Escória

20%Escória

Figura 4.9 – Variação da expansão x umidade para as misturas solo-escória.

O gráfico da Figura 4.10 apresenta a expansão de cada corpo-de-prova para as

misturas solo-Pavifort.

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65

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

6,0

7,0

8,0

9,0

10,0

11,0

12,0

13,0

14,0

15,0

16,0

17,0

18,0

19,0

20,0

TEOR DE UMIDADE (%)

EX

PA

NS

ÃO

(%

)

Solo + 5%Pavifort

Solo + 10%Pavifort

Solo + 15%Pavifort

Solo + 20%Pavifort

Figura 4.10 – Variação da expansão x umidade para as misturas solo- solo-Pavifort.

O gráfico da Figura 4.11 apresenta a expansão de cada corpo-de-prova para as

misturas solo-escória-cal e solo-escória-Pavifort.

0,00

0,50

6,0

7,0

8,0

9,0

10,0

11,0

12,0

13,0

14,0

15,0

16,0

17,0

18,0

19,0

20,0

21,0

22,0

23,0

TEOR DE UMIDADE (%)

EX

PA

NS

ÃO

(%)

Solo + 15%Escória + 5%Cal

Solo + 20%Escória + 5%Cal

Solo + 15%Escória + 5%Pavifort

Solo + 20%Escória + 5%Pavifort

Figura 4.11 – Variação da expansão x umidade para as misturas solo-escória-cal e solo-

escória-Pavifort.

A partir dos dados plotados nos gráficos, expansão X umidade, das figuras 4.7 a

4.11, determinou-se a expansão correspondente à umidade ótima para cada teor

de adição de estabilizante.

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66

A expansão das misturas, na umidade ótima, para diferentes teores de

estabilizantes, indica que o acréscimo no percentual de estabilizante contribui

para a redução da expansão das misturas, conforme Figura 4.12.

1,00

0,40

0,12 0,23

0,02

1,00

0,40

0,40

0,30 0,

40

0,20

0,10

0,02 0,

29

0,17 0,

25

0,18

0,0

0,5

1,0

Sol

o P

uro

Sol

o +

5%

Cal

Sol

o +

10%

Cal

Sol

o +

15%

Cal

Sol

o +

20%

Cal

Sol

o +

5%

Esc

ória

Sol

o +

10%

Esc

ória

Sol

o +

15%

Esc

ória

Sol

o +

20%

Esc

ória

Sol

o +

5%

Pav

ifort

Sol

o +

10%

Pav

ifort

Sol

o +

15%

Pav

ifort

Sol

o +

20%

Pav

ifort

Sol

o +

15%

Esc

ória

+ 5

%C

al

Sol

o +

15%

Esc

ória

+ 5

%P

avifo

rt

Sol

o +

20%

Esc

ória

+ 5

%C

al

Sol

o +

20%

Esc

ória

+ 5

%P

avifo

rt

ESTABILIZANTE (%)

EX

PA

NS

ÃO

(%)

Figura 4.12 - Expansão das misturas na umidade ótima, para diferentes teores de estabilizante.

A NBR 7207/82 estabelece que os solos para sub-leito devem apresentar

valores de expansão ≤ 2%, para sub-base ≤ 1% e para base ≤ 0,5%.

Os resultados obtidos para misturas com um estabilizante indicam que para os

teores superiores a 10% de adição a expansão é inferior a 0,5%.

O aumento no teor de adição de escória até o limite de 20%, reduz a expansão

das misturas, de acordo com as condições analisadas neste experimento.

O aumento no teor de adição de cal reduz a expansão das misturas entre 5 e

10%. Entre 10 e !5% a expansão aumenta e reduz novamente para adição de

20%, de acordo com as condições analisadas neste experimento.

O aumento no teor de adição de cimento Pavifort até o limite de 20%, reduz a

expansão das misturas, de acordo com as condições analisadas neste

experimento.

Os resultados obtidos para misturas com dois estabilizantes indicam para todas

as misturas expansão inferior a 0,5%.

Discordando de alguns autores Raposo (2005) e Machado (2006), que

consideram uma limitação para o uso da escória de aciaria sua alta variação

volumétrica devido á presença do Cão e MgO, nas condições analisadas nesse

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67

experimento, o acréscimo de escória de aciaria apresentou redução da

expansão das misturas.

Sendo a expansão maior em solos com maior superfície específica e atividade,

dadas às características da escória, ao aumentarmos seu percentual na mistura,

houve um conseqüente aumentou da área de superfície especifica, mas ao

contrário, a expansão da mistura diminuiu. Identificou-se a escória de aciaria

funcionando não apenas como filler, material de preenchimento, mas também

como uma ação cimentante.

Para as misturas com dois estabilizantes o aumento na adição do teor de escória

para um mesmo teor de cal ou de Pavifort, promove redução na expansão.

4.5 CBR

Para o solo puro determinou-se o CBR dos 5 pontos e traçou-se a curva de CBR

X teor de umidade, indicando o CBR correspondente à umidade ótima conforme

Figura 4.13.

6,82

10,85

9,38

4,14

2,49

0

2

4

6

8

10

12

8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Teor de umidade (%)

CB

R (

%)

Figura 4.13 - CBR x teor de umidade do solo puro.

Para cada percentual de mistura com um estabilizante, determinou-se o CBR

dos 5 pontos e traçou-se a curva de CBR X teor de umidade, indicando o CBR

correspondente à umidade ótima de cada mistura.

A Figura 4.14, apresenta os gráficos correspondentes aos diferentes teores de

adição de cal.

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12,0017,0022,0027,0032,0037,0042,0047,0052,0057,00

6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00 22,00 24,00

TEOR DE UMIDADE (%)

CB

R (%

)

5%Cal

10%Cal

15%Cal

20%Cal

Figura 4.14 - CBR x teor de umidade das misturas solo-cal.

A Figura 4.15 apresenta os gráficos correspondentes aos diferentes teores de

adição de escória.

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00 22,00

TEOR DE UMIDADE (%)

CB

R (%

)

5% ESCORIA

10% ESCÓRIA

15% ESCÓRIA

20% ESCÓRIA

Figura 4.15 - CBR x teor de umidade das misturas solo-escória.

A figura 4.16 apresenta os gráficos correspondentes aos diferentes teores de

adição de cimento Pavifort.

0,002,004,006,008,00

10,0012,0014,0016,0018,0020,0022,0024,0026,00

6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00 22,00 24,00

TEOR DE UMIDADE (%)

CB

R (%

)

5% Pavifort

10% Pavifort

15% Pavifort

20% Pavifort

Figura 4.16 - CBR x teor de umidade das misturas solo-Pavifort.

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69

Para as misturas com dois estabilizante, determinou-se o CBR dos 5 pontos e

traçou-se a curva de CBR X teor de umidade, indicando o CBR correspondente à

umidade ótima de cada mistura.

A figura 4.17 apresenta os gráficos correspondentes aos diferentes teores de

adição de escória-cal e escória-Pavifort.

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00 22,00 24,00

TEOR DE UMIDADE (%)

CB

R (%

)

15%Escória +5%Cal

20%Escória +5%Cal

15%Escória +5%Pavifort

20%Escória +5%Pavifort

Figura 4.17 - CBR x teor de umidade das misturas solo-escória-cal e solo-escória-Pavifort.

O CBR correspondente à umidade ótima de cada mistura aumenta para o

acréscimo no percentual de estabilizante, exceto pra a adição de cal, como

apresenta a figura 4.18.

10,0 53,0

55,0

51,0

43,0

12,0

13,0

23,0

23,0

28,0

170,

0

180,

0

255,

0

56,0 83

,0

72,0 88,0

0,020,040,060,080,0

100,0120,0140,0160,0180,0200,0220,0240,0260,0

Sol

o P

uro

Sol

o +

5%

Cal

Sol

o +

10%

Cal

Sol

o +

15%

Cal

Sol

o +

20%

Cal

Sol

o +

5%

Esc

ória

Sol

o +

10%

Esc

ória

Sol

o +

15%

Esc

ória

Sol

o +

20%

Esc

ória

Sol

o +

5%

Pav

ifort

Sol

o +

10%

Pav

ifort

Sol

o +

15%

Pav

ifort

Sol

o +

20%

Pav

ifort

Sol

o +

15%

Esc

ória

+ 5

%C

al

Sol

o +

15%

Esc

ória

+ 5

%P

avifo

rt

Sol

o +

20%

Esc

ória

+ 5

%C

al

Sol

o +

20%

Esc

ória

+ 5

%P

avifo

rt

ESTABILIZANTE (%)

CB

R (%

)

Figura 4.18 - CBR na umidade ótima, para os diferentes teores de misturas.

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70

A NBR 7207/82 estabelece que os solos para sub-leito devem apresentar

valores de CBR entre 2% e 20%, para sub-base ≥ 20% e para base ≥ 80%.

Como resultados obtidos indicaram teor de 10% de adição em misturas com um

estabilizante, como sendo aquele que apresenta maior massa específica

aparente máxima seca; procedeu-se à análise das propriedades mecânicas das

misturas aditivadas com 10% de cal, escória e Pavifort.

Para as misturas com dois estabilizantes o aumento na adição do teor de escória

para um mesmo teor de cal ou de Pavifort, promove o aumento do CBR.

Como resultados obtidos indicaram os teores de 15 e 20% de adição em

misturas com um estabilizante, como sendo aquele que apresenta menor

expansão e maior CBR; procedeu-se à análise das propriedades mecânicas de

misturas com dois estabilizantes aditivadas com 15 e 20% de escória mais 5%

de cal e de Pavifort.

A análise dos resultados dos ensaios, compactação, expansão e CBR,

apontaram que a adição de 10% de estabilizante foi a que apresentou a maior

massa específica aparente máxima seca com valores de expansão inferiores ao

limite máximo permitido por norma. Desta forma adotou-se avaliar a resistência

mecânica para as três misturas solo-cal, solo-escória e solo-Pavifort, com o

teor de adição de 10% de cada um dos estabilizantes.

4.6 Resistência Mecânica

Na avaliação da resistência mecânica dos corpos-de-prova 2 ensaios foram

realizados. Os ensaios de resistência à compressão simples e resistência à

tração por compressão diametral, para as idades de cura ao ar de 7, 28 e 56

dias. Foram ensaiadas as três misturas de solo com 10% de cada estabilizante e

as quatro misturas de solo com dois estabilizantes.

4.9.1. Resistência à Compressão Simples

Todas as misturas apresentaram o mesmo tipo de ruptura para as três idades

ensaiadas, conforme Figura 4.19, apresentada a seguir.

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71

Solo-cal Solo-escória Solo-Pavifort

Figura 4.19 – Ruptura de CP de misturas de solo com 10% de estabilizantes.

A resistência à compressão simples foi realizada para o solo puro e para as

misturas com um estabilizante e as misturas com dois estabilizantes. Os ensaios

foram executados para os períodos de cura ao ar de 7, 28 e 56 dias, e os

resultados estão apresentados em blocos, conforme Figuras 4.20 e 4.21.

0,60 0,

89

0,961,05

1,63 1,79

1,75 2,

08

3,57

3,08

3,86

4,70

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

4,50

5,00

7 dias 28 dias 56 dias

Idade

Ten

são

de R

uptura

(M

Pa)

Solo Puro

Solo + 10%Escória

Solo + 10%Cal

Solo + 10%Pavifort

Figura 4.20 – Resistência à compressão simples para as misturas de um estabilizante.

0,60 0,

89

0,96

1,45

3,29 3,39

1,36

2,92

2,87

2,84

4,37

5,08

1,86

3,27 3,48

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

4,50

5,00

5,50

7 dias 28 dias 56 diasIdade

Ten

são

de R

uptu

ra (M

Pa)

Solo PuroSolo + 15%Escória + 5%CalSolo + 20%Escória +5%CalSolo + 15%Escória + 5%PavifortSolo + 20%Escória + 5%Pavifort

Figura 4.21 – Resistência à compressão simples para as misturas de dois estabilizantes.

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72

Aos 7 dias de cura, apenas a mistura Solo + 10% de Pavifort atingiu o mínimo

de 2,1MPa previstos pela NBR 12025/90. A mistura de solo + 10% de cal atinge

os 2,1MPA a partir dos 28 dias de cura, e, a mistura solo + 10% de escória não

atingiu o limite para os períodos de tempo experimentados.

As misturas com adição de 5% de cal com 15 e 20% de escória, promoveu um

significativo aumento nos valores obtidos de resistência á compressão simples,

embora aos 7 dias não atinja ao limite mínimo estabelecido pela NBR 12.024/90,

ultrapassando este mínimo para os 28 dias.

As misturas com adição de 5% de Pavifort com 15 e 20% de escória,

promoveu um significativo aumento nos valores obtidos de resistência à

compressão simples, atingindo o mínimo previsto pela norma, de 2,1MPa, aos 7

dias.

As Figuras 4.22 e 4.23 apresentam os ensaios de resistência à compressão

simples para os teores de adição de dois estabilizantes.

Figura 4.22 – Ruptura de CP solo + 15%escória + 5%cal.

Figura 4.23 – Ruptura de CP solo + 15%escória + 5%Pavifort.

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73

Os resultados obtidos indicam que os ganhos de resistência obtidos para as

adições de 15% de escória atingem valores muito maiores que para as adições

de 20% de escória.

As Figuras 4.24 e 4.25 apresentam a ruptura de CP das misturas com 20% de

escória + adições de cal e Pavifort.

Figura 4.24 – Ruptura dos CP solo + 20%escória + 5%cal.

Figura 4.25 – Ruptura dos CP solo + 20%escória + 5% Pavifort.

4.6.2. Resistência à Tração por Compressão Diametra l

Todas as misturas apresentaram o mesmo tipo de ruptura para os três

estabilizantes ensaiados, conforme apresenta a Figura 4.26.

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74

Solo-cal Solo-escória Solo-Pavifort

Figura 4.26 – Ruptura de CP de misturas de solo com 10% de estabilizantes.

Os valores obtidos das resistências à tração por compressão diametral em todas

as dosagens foram superiores às resistências à tração dos CP não aditivados

(solo puro).

Estes resultados indicam, em conformidade com o observado por Falcão e

Soares (2002), que misturas aditivadas são mais duráveis e competentes

estruturalmente quando solicitadas com esforços cíclicos, fadiga.

As dosagens apresentam valores crescentes de resistência à tração para idades

crescentes. As misturas solo-Pavifort apresentam maiores resultados,

seguidos das dosagens solo-cal e solo-escória, conforme Figuras 4.27 e 4.28.

0,89

0,961,

63 1,79

1,75 2,08

3,57

3,08 3,

86 4,70

0,60 1,05

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7 dias 28 dias 56 dias

Idade

Ten

são

de R

uptu

ra (

MP

a)

Solo PuroSolo + 10% EscóriaSolo + 10% CalSolo + 10% Pavifort

Figura 4.27 – Resistência à Tração por Compressão Diametral das misturas de um

estabilizante.

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75

1,88

4,83

6,33

3,93

7,42 7,59

1,95

4,55 4,

91

2,53

5,58

5,10

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

8,00

7 d ias 28 d ias 56 d ias

Idade

Ten

são

de R

uptu

ra (

MP

a)

So lo + 15% E scória + 5% C alSo lo + 15% E scória +5% Pav ifo rtSo lo + 20% E scória + 5% C alSo lo + 20% E scória +5% Pav ifo rt

Figura 4.28 – Resistência à Tração por Compressão Diametral das misturas de dois

estabilizantes.

A análise indica que o ganho de resistência é crescente ao longo do tempo e

também é crescente à medida que se adiciona um estabilizante químico ao solo.

A adição de escória eleva a resistência à tração em 76% enquanto que a cal

eleva em 225% e o Pavifort em cerca de 400%, para as idades de 7 a 56 dias.

A adição de dois estabilizantes ao solo aumenta significativamente a resistência

à tração por compressão diametral das misturas quando comparadas ao solo

puro. A adição de Pavifort á escória apresenta valores maiores que os com

adição de cal. Os resultados obtidos indicam que os ganhos de resistência

obtidos para as adições de 15% de escória atingem valores muito maiores que

para as adições de 20% de escória. A Figura 4.29 apresenta a ruptura dos CP

das referidas misturas.

Figura 4.29 – Ruptura dos CP solo + 20%escória + 5%Pavifort.

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76

4.7. Ensaios de Caracterização Ambiental

Os resultados dos metais analisados nos extratos lixiviado das misturas em

estudo estão apresentados na Tabela 4.8, onde os elementos analisados

(arsênio, bário, cádmio, chumbo, cromo, mercúrio, prata, selênio e fluoretos) são

confrontados com os limites máximos permitidos pela norma NBR 10.004/2004

para todos os elementos analisados.

Tabela 4.8 – Análise química no extrato lixiviado das misturas, (ECOLABOR, 2009).

Misturas ensaiadas

Elemento Químico Solo-cal

(mg/L)

Solo-escória (mg/L)

Solo- Pavifort

(mg/L)

Limite máx. permitido

NBR 10.004/2004

(mg/L) Arsênio n. d. n. d. n. d. 1,00

Bário 0,604 0,824 0,798 70,0

Cádmio n. d. n. d. n. d. 0,50

Chumbo n. d. 0,062 n. d. 1,00

Cromo 0,0309 0,033 0,032 5,00

Mercúrio n. d. n. d. n. d. 0,10

Prata n. d. n. d. n. d. 5,00

Selênio n. d. n. d. n. d. 1,00

Fluoretos < 0,4 4,4 < 0,4 150

Os resultados de metais e não-metais analisados no extrato solubilizado das

misturas em estudo estão apresentados na Tabela 4.9, onde os elementos

analisados (alumínio, arsênio, bário, cádmio, chumbo, cobre, cromo, ferro,

manganês, mercúrio, prata, selênio, sódio, zinco, cianeto, fluoretos, sulfato,

cloretos, nitratos, fenóis totais e surfactantes) são confrontados com os limites

máximos permitidos pela norma NBR 10.004/2004 para todos os elementos

analisados.

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77

Tabela 4.9 – Análise química no extrato solubilizado das misturas, (ECOLABOR,

2009).

Misturas ensaiadas

Elemento Químico Solo-cal

(mg/L)

Solo-escória (mg/L)

Solo-Pavifort

(mg/L)

Limite máximo

permitido NBR

10.004/2004 (mg/L)

Alumínio 0,273 1,00 1,43 0,20 Arsênio n. d. n. d. n. d. 0,01 Bário 0,1160 0,0118 0,110 0,70 Cádmio n. d. n. d. n. d. 0,005 Chumbo n. d. n. d. n. d. 0,01 Cobre 0,0063 0,0056 0,0053 2,00 Cromo 0,0467 0,0682 0,0459 0,05 Ferro 0,217 0,277 0,220 0,30 Manganês 0,0043 0,0116 0,0041 0,10 Mercúrio n. d. n. d. n. d. 0,001 Prata n. d. n. d. n. d. 0,05 Selênio n. d. n. d. n. d. 0,01 Sódio 1,08 1,14 4,54 200 Zinco 0,034 0,0213 0,0188 5,00 Cianeto 0,0022 n. d. n. d. 0,07 Fluoretos < 0,5 5,0 < 0,5 1,5 Sulfato n. d. 15 49 250 Cloretos 102 2,1 20 250 Nitratos 0,4 < 0,2 < 0,20 10 Fenóis Totais 0,017 0,024 0,018 0,01 Surfactantes n. d. n. d. n. d. 0,50

Os resultados referentes à classificação das misturas feita de acordo com os

parâmetros da NBR 10.004/2004 indicam que tanto misturas solo-cal, solo-

escória e solo-Pavifort, tem a mesma classificação ambiental, conforme Tabela

4.10, apresenta a seguir.

Tabela 4.10 - Classificação das misturas.

Amostra Classe Classificação Solo-Cal Classe II A Resíduo não inerte Solo-Escória Classe II A Resíduo não inerte Solo-Pavifort Classe II A Resíduo não inerte

Dessa forma; o uso da escória de aciaria em misturas de solo cimento com

dosagem até 20% torna-se uma solução ambientalmente adequada e sem

restrições.

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78

56287

4,0

3,5

3,0

2,5

2,0

1,5

1,0

Solo Puro

Solo + 10% Pavifort

Solo + 10% Escória

Solo + 10% Cal

Dias (Bloco)

Média

Mistura

2,1

Gráfico de Efeitos Principais: Resistência a Compressão Simples

4.8. Tratamento Estatístico

4.8.1. Resistência à Compressão Simples: 4 misturas

Foram analisados os resultados do planejamento de experimentos para a

variável resposta tensão de ruptura do ensaio de resistência à compressão

simples, considerando misturas de solo com 10% de estabilizantes. Para

determinar se existem diferenças entre as misturas foi criada a Tabela 4.11,

obtida a partir da Análise de Variância dos resultados do experimento

Tabela 4.11 - Resultado da ANOVA.

Fonte de Variação F P-valor

Dias (Bloco) 39,29 < 0,001 Mistura 139,79 < 0,001

A partir da análise da Tabela 4.12, observa-se que ao menos uma mistura é

diferente das demais de acordo com o p-valor (< 0,001). Pode-se notar que

também existe ao menos uma diferença significativa entre os blocos, dias de

cura da mistura.

Com o objetivo de descobrir qual a mistura que nos proporciona uma maior

resistência a compressão, elaborou-se o gráfico de efeitos principais, conforme

Figura 4.30.

Figura 4.30 Gráfico de efeitos principais: resistência à compressão simples.

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79

3210-1-2-3

99

95

90

80

70

60

50

40

30

20

10

5

1

Resíduos Padronizados

Percentil

Mean -0,001356

StDev 1,009

N 51

RJ 0,994

P-Value >0,100

Gráfico de Probabilidade Normal: Resíduos Padronizados

A partir da análise do gráfico, observa-se a tendência de crescimento da tensão

de ruptura de acordo com os dias de cura da mistura. Observou-se também que

as misturas solo +10%cal e solo +10%Pavifort, em média atingem o limite pré-

estabelecido de 2,1MPa. Como esta análise é um tanto quanto subjetiva, para

avaliar se estas diferenças são estatisticamente significativas, utilizou-se a

técnica de comparações múltiplas de Tukey.

Observou-se que as diferenças entre as misturas são estatisticamente

significativas para todas as combinações de misturas, de acordo com o p-valor

(< 0,05).

Para validar os resultados encontrados, foi necessária a avaliação das

suposições iniciais feitas sobre o modelo, de variância constante, independência

e normalidade dos resíduos do modelo. Para tanto, construiu-se os gráficos de

resíduos X valores ajustados X ordem de execução do experimento e o gráfico

de probabilidade normal com o teste de normalidade de Ryan Joiner, conforme

apresentado na Figura 4.31. O critério utilizado para não-rejeição da normalidade

dos resíduos é p-valor maior ou igual a 0,10.

Figura 4.31 - Validação do Modelo.

A análise dos gráficos permite perceber que os resíduos possuem variância

aproximadamente constante e são independentes entre si. Como o p-valor para

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80

56287

8

7

6

5

4

3

2

1

Solo Puro

Solo + 10% Pavifort

Solo + 10% Escória

Solo + 10% Cal

Dias (Bloco)

Média

Mistura

Gráfico de Efeitos Principais: Resistência a Compressão Diametral

o gráfico de normalidade é maior que 0,10, conclui-se que os mesmos possuem

distribuição normal.

4.8.2. Resistência à tração por compressão diametra l: 4 misturas

Para avaliar se existe alguma mistura diferente das demais quanto à resistência

à compressão simples, elaborou-se a Tabela 4.12, obtida a partir da Análise de

Variância dos resultados do experimento.

Tabela 4.12 - Resultado da ANOVA.

Fonte de Variação F P-valor

Dias (Bloco) 38,41 < 0,001 Mistura 200,28 < 0,001

Os resultados indicam uma diferença significativa entre algum par de misturas,

pois p-valor é menor que o nível de significância (< 0,001). Observou-se que

existe um dia de maturação diferente dos demais. Para avaliar em que pares de

mistura ocorrem estas diferenças, elaborou-se inicialmente o gráfico de efeitos

principais, apresentado na Figura 4.32.

Figura 4.32 - Gráfico de efeitos principais: resistência à tração por compressão diametral.

MPa

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81

3210-1-2-3

99

95

90

80

70

60

50

40

30

20

10

5

1

Resíduos Padronizados

Percentil

Mean 0,001154

StDev 1,009

N 47

RJ 0,981

P-Value >0,100

Gráfico de Probabilidade Normal: Resíduos Padronizados

Observou na figura 4.32 que ocorrem praticamente as mesmas diferenças que

apareceram para resistência a compressão simples com magnitudes diferentes.

Assim, passa-se da análise descritiva para o teste de comparações múltiplas de

Turkey.

As diferenças amostrais observadas não são estatisticamente significativas para

as misturas solo +10% Escória e para o solo puro (p=0,109). Para todos os

outros pares de misturas existem diferenças significativa. Como na análise da

Tabela 4.41, a mistura solo +10%Pavifort, apresentou-se mais resistente que

as demais, seguida da mistura solo + 10%cal. O solo +10%Escória e o solo puro,

misturas menos resistentes, não apresentaram diferenças significativas.

A validação dos resultados foi realizada por meio dos gráficos de Resíduos X

Valores Ajustados, Resíduos X Ordem de Observação e Gráfico de

Probabilidade Normal, conforme Figura 4.33.

Figura 4.33 - Validação do Modelo

Observa-se da figura 4.33 que os resíduos possuem variância aproximadamente

constante (Resíduos x Valores Ajustados) e são independentes entre si

(Resíduos x Ordem de Observação). Como o p-valor para o gráfico de

normalidade é maior que 0,10, tem-se que os mesmos possuem distribuição

normal (Gráfico de Probabilidade Normal).

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82

56287

4,5

4,0

3,5

3,0

2,5

2,0

1,5

1,0

Solo Puro

Solo + 20% Escória + 5% Pavifort

Solo + 20% Escória + 5% Cal

Solo + 15% Escória + 5% Pavifort

Solo + 15% Escória + 5% Cal

Solo + 10% Pavifort

Solo + 10% Escória

Solo + 10% Cal

Dias (Bloco)

Média

Mistura

2,1

Gráfico de Efeitos Principais: Resistência a Compressão Simples

A melhor mistura dentre as testadas quanto a resistência à compressão

diametral foi também a que utilizou solo +10%Pavifort, seguida da mistura solo

+10%cal; Mais uma vez, percebe-se que quanto maior o tempo de maturação da

mistura, maior é a resistência à tração por compressão diametral.

4.8.3. Resistência à Compressão Simples: 8 misturas

Para avaliar se existem diferenças entre as 8 misturas testadas, no que diz

respeito a resistência a compressão simples, foi criada a Tabela 4.13 obtida a

partir da Análise de Variância dos resultados do experimento.

Tabela 4.13 - Resultado da ANOVA

Fonte de Variação F P-valor Dias (Bloco) 98,44 < 0,001 Mistura 81,31 < 0,001

Observa-se que ao menos uma das misturas é diferente das demais com relação

à resistência a compressão simples, pois p-valor é menor que o nível de

significância (p<0,001). Observa-se também que ao menos um dos blocos é

diferente dos demais (p<0,001). Para descobrir onde ocorrem estas diferenças,

foi elaborado o gráfico apresentado na Figura 4.34.

Figura 4.34 - Gráfico de efeitos principais: resistência à compressão simples.

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3210-1-2-3

99,9

99

95

90

80

7060504030

20

10

5

1

0,1

Resíduos Padronizados

Percentil

Mean -0,0005152

StDev 1,003

N 90

RJ 0,990

P-Value >0,100

Gráfico de Probabilidade Normal: Resíduos Padronizados

Observa-se, na figura que a mistura solo +15%Escória +5%Pavifort apresenta,

em média o melhor resultado (média de 4,10MPa), seguido por solo

+10%Pavifort (média de 3,88MPa). As outras misturas avaliadas, quatro

apresentam resultados acima do nível mínimo pré-estabelecido e as duas que

não atendem são solo +10%escória e solo puro.

Observou-se que só não existem diferenças estatisticamente significativas para

as misturas onde p-valor é maior que 0,05.

O teste de Turkey indicou que esta diferença não é significativa (p=0,903). Já a

mistura que apresentou o pior resultado em termos de resistência a compressão

simples foi o Solo Puro (média 0,92MPa).

A Figura 4.35 apresenta para a validação do modelo, o gráfico de probabilidade

normal com o teste de normalidade de Ryan Joiner.

Figura 4.35 - Validação do Modelo

4.8.4. Resistência à tração por compressão diametra l: 8 misturas

Foi realizada a determinação da existência de diferença entre ao menos um par

de misturas com relação à resistência à tração por compressão diametral por

meio da tabela de Análise de Variância, conforme Tabela 4.14.

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56287

8

7

6

5

4

3

2

1

Solo Puro

Solo + 20% Escória + 5% Pavifort

Solo + 20% Escória + 5% Cal

Solo + 15% Escória + 5% Pavifort

Solo + 15% Escória + 5% Cal

Solo + 10% Pavifort

Solo + 10% Escória

Solo + 10% Cal

Dias (Bloco)

Média

Mistura

Gráfico de Efeitos Principais: Resistência a Compressão Diametral

Tabela 4.14 - Resultado da ANOVA

Fonte de Variação F P-valor Dias (Bloco) 112,77 < 0,001 Mistura 107,39 < 0,001

Observa-se que existe diferença significativa entre ao menos um par de misturas

quanto a resistência a compressão diametral, pois p-valor < 0,001. Este

resultado é observado também com relação aos blocos (dias de cura). Para

descobrir quais são os pares de misturas diferentes, construiu-se o gráfico

apresentado na Figura 4.36.

Figura 4.36 - Gráfico de efeitos principais: resistência à tração por compressão diametral.

Observa-se que a mistura solo + 10%Pavifort apresenta melhor resultado

quanto a resistência a compressão diametral, (média de 7,48MPa), seguida por

solo +15% Escória +5% Pavifort (média de 6,30MPa). Os piores resultados

foram apresentados por solo puro e solo +10%Escória, respectivamente com

médias de 1,03MPa e 1,69MPa. Para determinar se as diferenças observadas a

partir da análise descritiva são significativas, foi utilizado o teste de

Comparações múltiplas de Turkey. Observou-se que só não existem diferenças

estatisticamente significativas para as diferentes misturas onde o p-valor é maior

que 0,05. Assim, determinou-se que as misturas que apresentam maior

resistência a compressão diametral são solo +10% Pavifort (média de

7,48MPa), sendo significativamente maior que todas as outras misturas. Já as

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3210-1-2-3

99,9

99

95

90

80

7060504030

20

10

5

1

0,1

Resíduos Padronizados

Percentil

Mean -0,0004030

StDev 1,006

N 76

RJ 0,987

P-Value 0,100

Gráfico de Probabilidade Normal: Resíduos Padronizados(Excluindo 5 Observações)

misturas que apresentaram o pior resultado em termos de resistência à tração

por compressão diametral foram o solo puro (média 0,92MPa) e solo +10%

Escória (média 1,69MPa) que não são estatisticamente diferentes de acordo

com o teste de Turkey.

Os resultados indicam que os resíduos possuem variância aproximadamente

constante e independência. Porém, considerando todos os resultados, os

resíduos do modelo não possuem normalidade (p-valor < 0,01). Foram então

retirados da base de dados 5 valores espúrios. A retirada destas observações

em nada modificou as conclusões da análise de Variância e do Teste de Turkey.

A Figura 4.37 apresenta para a validação do modelo, o gráfico de probabilidade

normal com o teste de normalidade de Ryan Joiner.

Figura 4.37 - Validação do Modelo.

Portanto, conclui-se que a melhor mistura dentre as testadas, com relação a

resistência a compressão diametral é a solo +10%Pavifort. Já para o tempo de

maturação, observou-se novamente que esse influencia na resistência de forma

diretamente proporcional.

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5. CONCLUSÕES

Assim, após analise dos resultados obtidos pode-se concluir:

1. Para as características físicas e parâmetros de compactação

a) A escória de aciaria apresentou módulo de finura 6,7 e 20% de

partículas menores que 0,15µm;

b) Para valores de 15 e 20% observou-se uma redução dos valores de

massa específica;

c) Os finos de escória de aciaria podem ser utilizados tanto pela

possível ação pozolânica devido ao seu elevado teor de cálcio, como

à sua elevada finura.

2. O efeito da variação dos teores de estabilizantes

a) O aumento no teor de adição de escória de aciaria até o limite de

20% reduz a expansão e aumenta o CBR;

b) O aumento de adição de estabilizante é diretamente proporcional, ao

CBR e inversamente à expansão;

c) O teor de adição de 10% é responsável pelo melhor resultado de

massa específica aparente máxima seca, enquanto os teores de 15 e

20% são os responsáveis por melhores, expansão e CBR.

3. O efeito da adição de estabilizantes nos parâmetros de expansibilidade

a) A expansão para o teor de adição de estabilizante de 10% atende ao

limite de 0,5% especificado pela norma para uso como base e sub-

base de pavimento, sendo ainda menores para as adições de 15 e

20% de estabilizantes;

b) Quando analisada a expansão de misturas com dois estabilizantes

conclui-se que entre eles, a escória de aciaria é responsável pela

redução da expansão das misturas;

c) O acréscimo escória de aciaria apresentou redução da expansão das

misturas.

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4. O efeito da adição de estabilizantes nos parâmetros de CBR

a) Para as misturas com um estabilizante, apenas o teor de adição de

10% de Pavifort, atende ao limite especificado pela norma para uso

como base e sub-base de pavimento.

b) Quando analisado o CBR de misturas com dois estabilizantes conclui-

se que entre eles, a escória de aciaria é a responsável pelo ganho de

resistência das misturas;

c) O acréscimo no percentual de escória contribui para o respectivo

aumento do CBR das misturas.

d) Sendo a escória quimicamente ativa, ela não funciona só como filler,

mas também como uma ação cimentante.

5. O efeito da adição de estabilizantes na resistência à compressão

a) Aos 7 dias de cura, apenas as misturas de solo + 10% Pavifort e

solo + 15% escória + 5% Pavifort atingem o limite estabelecido pela

norma, NBR 12.024/90 de 2,1 Mpa. Desta forma, ambas poderão ser

utilizadas em camadas de base e sub-base de pavimento,

privilegiando a de menor custo.

b) As misturas solo + 10% cal; solo + 15% escória + 5%cal; solo + 20%

escória + 5%cal e solo + 20% escória + 5%Pavifort; atendem ao

mínimo previsto pela NBR 12.024/90 de 2,1 Mpa, aos 28 dias. Desta

forma, ambas poderão ser utilizadas em camadas de base e sub-

base de pavimento desde que o cronograma da obra permita

aguardar os 28 dias;

c) Os resultados de compressão simples indicam ganhos de resistência

correspondente aos aumentos dos percentuais de adição de finos de

escória de aciaria como estabilizante, embora não atendam a norma.

6. O impacto ambiental gerado pela utilização de misturas estabilizadas

a) Os ensaios ambientais mostram que não existe diferença do ponto

de vista das análises NBR 10.005/2004 – lixiviação e NBR

10.006/2004 – solubilização para o uso das misturas propostas,

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88

sendo que todas as dosagens analisadas foram classificadas como

Classe IIA – não inerte.

b) Para os resultados obtidos nesta pesquisa; conclui-se que, estender o

uso da escória de aciaria em misturas de solo cimento com dosagem

até 20% é uma solução ambientalmente adequada; uma vez que

todas as análises indicam identidade de classificação para os três

resíduos e que adicionalmente ao fato de, não se sujeitarem às

políticas ambientais que restrinjam o uso de cal ou cimento como

ligante, para obras de infra-estrutura rodoviária.

A escória de aciaria objeto desta pesquisa apresenta viabilidade técnica e

ambiental para seu uso como estabilizante em misturas de solo. Porém a

metodologia de dosagem deve ser compatibilizada para outros tipos de solo de

modo a torná-la adequada.

5.1. Contribuições para trabalhos futuros

1. Estudar para as diferentes misturas a influência do módulo de resiliência

no dimensionamento de pavimento e comparar com os métodos que

consideram CBR;

2. Estudar a influência de finos de escória de aciaria como estabilizante

químico de solos argilosos;

3. Construir e acompanhar trechos experimentais que sejam

dimensionados com método de resiliência e/ou CBR.

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APÊNDICE

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1. Granulometria por peneiramento

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2. Granulométrica por sedimentação

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3. Características físicas do fino de escória de aciaria

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4. Compactação do solo e das misturas

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Misturas solo-cal

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Misturas solo-escória

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Misturas solo-Pavifort

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5. Expansão do solo e das misturas

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Misturas solo-cal

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Misturas solo-escória

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Misturas solo-Pavifort

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6. CBR do solo e das misturas

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Mistura solo-cal

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Misturas solo-escória

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Misturas solo-Pavifort

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7. Resumo de resistência à compressão simples

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8. Resumo dos resultados de resistência à tração po r compressão

diametral

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9. Estatística

Teste de Comparações Múltiplas de Turkey para Diferença entre as médias.

Resistência a Compressão Simples: 4 misturas Diferentes Misturas T P-valor

(Solo + 10% Escória) - (Solo + 10% Cal) 5,80 < 0,001 (Solo + 10% Pavifort) - (Solo + 10% Cal) -9,27 < 0,001 (Solo Puro) - (Solo + 10% Cal) 10,04 < 0,001 (Solo + 10% Pavifort) - (Solo + 10% Escória) -14,06 < 0,001 (Solo Puro) - (Solo + 10% Escória) 3,24 0,012 (Solo Puro) - (Solo + 10% Pavifort) 19,30 < 0,001

Resistência a Compressão Diametral: 4 misturas Diferentes Misturas T P-valor

(Solo + 10% Escória) - (Solo + 10% Cal) 7,97 < 0,001 (Solo + 10% Pavifort) - (Solo + 10% Cal) -11,29 < 0,001 (Solo Puro) - (Solo + 10% Cal) 11,01 < 0,001 (Solo + 10% Pavifort) - (Solo + 10% Escória) -18,86 < 0,001 (Solo Puro) - (Solo + 10% Escória) 2,32 0,109 (Solo Puro) - (Solo + 10% Pavifort) 22,55 < 0,001

Resistência a Compressão Simples: 8 misturas Diferentes Misturas T P-valor

(Solo + 10% Escória) - (Solo + 10% Cal) -5,86 < 0,001 (Solo + 10% Pavifort) - (Solo + 10% Cal) 9,12 < 0,001 (Solo + 15% Escória + 5 % Cal) - (Solo + 10% Cal) 1,17 0,937* (Solo + 15% Escória + 5% Pavifort) - (Solo + 10% Cal) 9,20 < 0,001 (Solo + 20% Escória + 5% Cal) - (Solo + 10% Cal) -0,59 0,999* (Solo + 20% Escória + 5% Pavifort) - (Solo + 10% Cal) 2,02 0,475* (Solo Puro) - (Solo + 10% Cal) -10,12 < 0,001 (Solo + 10% Pavifort) - (Solo + 10% Escória) 13,99 < 0,001 (Solo + 15% Escória + 5 % Cal) - (Solo + 10% Escória) 6,38 < 0,001 (Solo + 15% Escória + 5% Pavifort) - (Solo + 10% Escória) 13,66 < 0,001 (Solo + 20% Escória + 5% Cal) - (Solo + 10% Escória) 5,05 < 0,001 (Solo + 20% Escória + 5% Pavifort) - (Solo + 10% Escória) 7,27 < 0,001 (Solo Puro) - (Solo + 10% Escória) -3,23 0,0362 (Solo + 15% Escória + 5 % Cal) - (Solo + 10% Pavifort) -6,85 < 0,001 (Solo + 15% Escória + 5% Pavifort) - (Solo + 10% Pavifort) 1,28 0,903*(a) (Solo + 20% Escória + 5% Cal) - (Solo + 10% Pavifort) -9,13 < 0,001 (Solo + 20% Escória + 5% Pavifort) - (Solo + 10% Pavifort) -6,25 < 0,001 (Solo Puro) - (Solo + 10% Pavifort) -19,23 < 0,001 (Solo + 15% Escória + 5% Pavifort) - (Solo + 15% Escória + 5 % Cal) 7,28 < 0,001 (Solo + 20% Escória + 5% Cal) - (Solo + 15% Escória + 5 % Cal) -1,64 0,724* (Solo + 20% Escória + 5% Pavifort) - (Solo + 15% Escória + 5 % Cal) 0,73 0,996* (Solo Puro) - (Solo + 15% Escória + 5 % Cal) -10,16 < 0,001 (Solo + 20% Escória + 5% Cal) - (Solo + 15% Escória + 5% Pavifort) -9,27 < 0,001 (Solo + 20% Escória + 5% Pavifort) - (Solo + 15% Escória + 5% Pavifort) -6,73 < 0,001 (Solo Puro) - (Solo + 15% Escória + 5% Pavifort) -18,06 < 0,001 (Solo + 20% Escória + 5% Pavifort) - (Solo + 20% Escória + 5% Cal) 2,45 0,230* (Solo Puro) - (Solo + 20% Escória + 5% Cal) -8,94 < 0,001 (Solo Puro) - (Solo + 20% Escória + 5% Pavifort) -11,24 < 0,001

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Resistência a Compressão Diametral: 8 misturas Diferentes Misturas T P-valor

(Solo + 10% Escória) - (Solo + 10% Cal) -8,40 < 0,001 (Solo + 10% Pavifort) - (Solo + 10% Cal) 11,53 < 0,001 (Solo + 15% Escória + 5 % Cal) - (Solo + 10% Cal) 0,42 0,999* (Solo + 15% Escória + 5% Pavifort) - (Solo + 10% Cal) 6,86 < 0,001 (Solo + 20% Escória + 5% Cal) - (Solo + 10% Cal) -1,28 0,902* (Solo + 20% Escória + 5% Pavifort) - (Solo + 10% Cal) 0,64 0,998* (Solo Puro) - (Solo + 10% Cal) -11,37 < 0,001 (Solo + 10% Pavifort) - (Solo + 10% Escória) 19,47 < 0,001 (Solo + 15% Escória + 5 % Cal) - (Solo + 10% Escória) 8,26 < 0,001 (Solo + 15% Escória + 5% Pavifort) - (Solo + 10% Escória) 14,45 < 0,001 (Solo + 20% Escória + 5% Cal) - (Solo + 10% Escória) 6,62 < 0,001 (Solo + 20% Escória + 5% Pavifort) - (Solo + 10% Escória) 7,95 < 0,001 (Solo Puro) - (Solo + 10% Escória) -2,24 0,342*(b) (Solo + 15% Escória + 5 % Cal) - (Solo + 10% Pavifort) -10,28 < 0,001 (Solo + 15% Escória + 5% Pavifort) - (Solo + 10% Pavifort) -3,84 0,006 (Solo + 20% Escória + 5% Cal) - (Solo + 10% Pavifort) -11,99 < 0,001 (Solo + 20% Escória + 5% Pavifort) - (Solo + 10% Pavifort) -9,29 < 0,001 (Solo Puro) - (Solo + 10% Pavifort) -23,14 < 0,001 (Solo + 15% Escória + 5% Pavifort) - (Solo + 15% Escória + 5 % Cal) 6,03 < 0,001 (Solo + 20% Escória + 5% Cal) - (Solo + 15% Escória + 5 % Cal) -1,60 0,7485* (Solo + 20% Escória + 5% Pavifort) - (Solo + 15% Escória + 5 % Cal) 0,24 1,000* (Solo Puro) - (Solo + 15% Escória + 5 % Cal) -10,93 < 0,001 (Solo + 20% Escória + 5% Cal) - (Solo + 15% Escória + 5% Pavifort) -7,63 < 0,001 (Solo + 20% Escória + 5% Pavifort) - (Solo + 15% Escória + 5% Pavifort) -5,40 < 0,001 (Solo Puro) - (Solo + 15% Escória + 5% Pavifort) -17,48 < 0,001 (Solo + 20% Escória + 5% Pavifort) - (Solo + 20% Escória + 5% Cal) 1,73 0,668* (Solo Puro) - (Solo + 20% Escória + 5% Cal) -9,19 < 0,001 (Solo Puro) - (Solo + 20% Escória + 5% Pavifort) -10,34 < 0,001

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ANEXOS

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1. Caracterização química da escória de aciaria

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2. Ensaios ambientais

Mistura solo-cal – Amostra 1

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Mistura solo-escória – Amostra 2

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Mistura solo-Pavifort – Amostra 3