a indústria automóvel em portugal -...

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Projeto FEUP 2013/2014 -- Mestrado Integrado Engenharia Mecânica : Armando Sousa Teresa Duarte A Indústria Automóvel em Portugal Impacto na Economia Portuguesa Equipa 01: Supervisor: Lucas Silva Monitor: João Ferreira Estudantes & Autores: Bernardo Lopes [email protected] João Barros [email protected] Manuel Teixeira [email protected] Diogo Santos [email protected] William Milner [email protected] Pedro Moura [email protected]

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Projeto FEUP 2013/2014 -- Mestrado

Integrado Engenharia Mecânica :

Armando Sousa Teresa Duarte

A Indústria

Automóvel em

Portugal Impacto na Economia

Portuguesa

Equipa 01:

Supervisor: Lucas Silva Monitor: João Ferreira

Estudantes & Autores:

Bernardo Lopes [email protected]

João Barros [email protected]

Manuel Teixeira [email protected]

Diogo Santos [email protected]

William Milner [email protected]

Pedro Moura [email protected]

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Resumo

O presente relatório foi realizado no âmbito da unidade curricular

“Projeto FEUP” e o seu tema central é a indústria automóvel em Portugal.

Este trabalho resultou de um conjunto de pesquisas e consultas na

internet, tendo como fontes websites de empresas, relatórios e notícias.

Numa fase inicial, após uma introdução histórica deste assunto,

apresentaremos informações acerca dos níveis de produtividade, emprego,

vendas, exportações, modelos produzidos e possíveis projetos recentemente

desenvolvidos pelas cinco maiores empresas de produção automóvel em

Portugal bem como as perspetivas de futuro de cada uma.

Seguidamente, adotando um carácter mais geral e abrangente

abordaremos a influência que esta indústria tem no país expondo vários

indicadores económicos tais como, a taxa de empregabilidade, o volume de

negócios, os maiores destinos das exportações e o peso no PIB, que

proporcionarão uma avaliação relativa aos impactes dessa área na economia

nacional.

Ao longo do relatório vamos ficando com a noção do grande peso e

impacto que esta indústria tem na atividade económica portuguesa.

Palavras-Chave

Indústria

Automóvel

PIB

Produção

Empregabilidade

Exportações

Negócios

Projeto

Economia

Gestão

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Agradecimentos

Este trabalho não poderia ser realizado sem o apoio dos nossos sempre

prestáveis monitor e professor, respetivamente João Ferreira e Lucas Silva.

Queremos também salientar e agradecer aos professores Armando

Sousa e Teresa Duarte pela criação e administração da unidade curricular

Projeto FEUP.

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Conteúdo

Lista de Figuras .................................................................................................. 6

1) Introdução .................................................................................................... 7

2) Principais Empresas Nacionais ................................................................... 9

2.1) Auto Europa ................................................................................................ 9

2.2) PSA ........................................................................................................... 12

2.3) VN Automóveis ......................................................................................... 13

2.4) Salvador Caetano ..................................................................................... 16

2.5) Mitsubishi Fuso Truck Europe ................................................................... 17

3) A Indústria Automóvel e a Economia portuguesa ...................................... 18

3.1) Volume de Negócios ................................................................................. 18

3.2) Peso no PIB .............................................................................................. 19

3.3) Taxa de empregabilidade .......................................................................... 19

4) Evolução da venda de automóveis em Portugal ........................................ 21

6) Bibliografia ................................................................................................. 23

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Lista de Figuras

1 - Impacto da AutoEuropa no PIB Fonte: Wolkswagen, 2012......................... 10

2 - Nº de Colaboradores da Autoeuropa Fonte: Wolkswagen, 2012 ................ 11

3- Carrinha isuzu de caixa aberta N (Fonte:

http://www.gbondatti.it/autoveicoli/prodotti.html) .............................................. 13

4- Gráfico dos países de exportações da V. N. Automóveis (Fonte: EInforma,

2011) ................................................................................................................ 14

5- Variação das vendas e resultados líquidos na VN Automóveis (AFIA, 2012)

......................................................................................................................... 14

6- principais países de exportação de componentes automóveis .. Fonte: ACAP,

2011 18

7- Volume de negócios do principais produtores nacionais (AEP Portugal, 2004)

......................................................................................................................... 19

8- nº de empregados das principais produtoras portuguesas (2012) Fonte:AE

Portugal ............................................................................................................ 20

9- Evolução da venda de Automóveis em Portugal (1985-2007) Fonte:

Monteiro, Coutinho, 2009 ................................................................................. 21

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1) Introdução

Em Portugal e no mundo, o surgimento da indústria automóvel levou a um

fascínio por esta que resultou no seu desenvolvimento em alguns países mais

do que outros. No nosso país, durante os anos sessenta e setenta, houve

várias tentativas de enveredar na construção de automóveis que no entanto

não foram bem sucedidas devido a uma escassez de conhecimentos científicos

e tecnológicos, bem como um mercado nacional pouco aberto e pouco

exigente. Tal pode-se comprovar com o caso da FAP (Fábrica Automóvel

Portuguesa) cuja existência apenas durou de 1959 a 1965, encerrando sem

produzir um único veículo e deixando os seus acionistas sem o retorno dos

seus investimentos (Palma Féria, 1999).

Com efeito é possível delinear três períodos na história da indústria

automóvel portuguesa, a iniciarem-se a partir da década de sessenta (até lá a

produção, além de residual, era principalmente artesanal, sendo que a

“génese” da indústria automóvel portuguesa deu-se no início desta década).

De 1961 a 1974/76, o mercado português é caracterizado como

excessivamente protecionista, obrigando à montagem da maior parte dos

automóveis já dentro do país mas não a produção dos seus componentes. As

tentativas de construção automóvel que existiram, falharam por falta de

capacidades técnico-tecnológicas e à falta de abertura e exigência no mercado

nacional, causadas em parte pelo regime ditatorial em vigor na época (Palma

Féria, 1999).

No período de 1977 a 1986/8, a indústria automóvel portuguesa foi marcada

pela liberalização do mercado, tornando-o mais recetivo às exportações (uma

das consequências da revolução de 25 de Abril de 1974). Esta “abertura” ao

exterior resultou na implantação do projeto Renault em Setúbal e Cacia.Com

uma linha de montagem com capacidade de produzir 360 automóveis por dia, a

Renault operou em Setúbal de 1980 a 1998, sendo que presentemente apenas

podemos encontrar a produção de alguns componentes Renault em Cacia.

Apesar do esmorecimento da sua intensidade, este projeto abriu portas para o

instalar da indústria automóvel que presentemente se encontra no nosso país.

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De 1989 a 2002/04, com a entrada de Portugal na União Europeia em 1986 e a

implementação da moeda única mais tarde, foi possível assistir a uma

reabertura do mercado português ao europeu. Deste modo foi possível surgir,

em julho de 1991, o projeto AutoEuropa. Esta iniciativa, localizada em Palmela

e com capacidade para produzir cerca de 180.000 veículos por ano, consistiu

naquilo que foi considerado “o motor da indústria automóvel neste período”

(Selada, Felizardo, 2004).

Assim, com a experiência ganha com os projetos Renault e AutoEuropa, o

setor automóvel português conseguiu atingir a dimensão que possui

atualmente, representando um importante setor da economia portuguesa. Este

impacto da indústria automóvel na economia portuguesa será o assunto tratado

neste relatório, uma vez que, como futuros engenheiros mecânicos, conhecer o

peso desta indústria no panorama económico português, é importante para

construir e delinear as nossas perspetivas de futuro. Assim, através da

pesquisa de informação proveniente de websites e trabalhos de investigação,

elaborámos este relatório, que consiste primeiramente numa análise dos

principais projetos de construção automóvel em Portugal com o objetivo de

tirarmos conclusões sobre esta indústria como um todo e a sua influência em

Portugal.

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2) Principais Empresas Nacionais

2.1) Auto Europa

O Grupo Volkswagen possui várias fábricas de produção automóvel

sendo a Volkswagen Autoeuropa, que se localiza em Palmela, a representante

do grupo em Portugal.

Esta fábrica tem vindo ao longo dos anos a assumir um papel crucial na

economia do país principalmente no que toca às exportações.

Atualmente são produzidos cerca de 600 carros por dia, sendo que

destes 600 apenas 1,3% (Wolkswagen, 2012) é dirigido para o mercado

português ficando assim evidente a importância que esta fabrica tem no ramo

das exportações.

A fábrica da Volkswagen foi a segunda maior exportadora portuguesa no

ano de 2009 (INE, 2011). Apesar disso, esse ano ficou marcado pela quebra no

volume de negócios, tendo sido o terceiro pior ano de sempre para a fábrica de

Palmela. Esta quebra foi prontamente ultrapassada nos dois anos seguintes

tendo ocorrido um aumento acentuado no volume de vendas tanto em 2010

como em 2011 (INE,2011).

O ano de 2012 ficou marcado por uma diminuição tanto no volume de

vendas como no volume de produção. Esta quebra tem a ver com a crise

económica que se acentuou no país e no mundo e que levou à diminuição do

lucro da empresa.

No que toca ao impacto no Produto Interno Bruto, os valores têm-se

mantido relativamente constantes( como se pode observar no gráfico 1), sendo

que a maior quebra se registou no ano de 2009 (0,8%).

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1 - Impacto da AutoEuropa no PIB Fonte: Wolkswagen, 2012

Embora a fábrica se localize em Portugal o mercado nacional não é o

seu principal alvo, muito pelo contrário. Os principais mercados no ano de 2011

foram o Reino Unido, Alemanha e China (Jornal Económico, 2006) o que se

percebe pelo facto destes três países representarem três das maiores

economias mundiais.

Ao analisarmos o número de colaboradores da Autoeuropa (gráfico 2)

percebemos que esta fábrica tem também um forte impacto nos níveis de

emprego do país, uma vez que emprega por volta de 3600 pessoas, segundos

dados fornecidos pela empresa referentes ao ano de 2012. O número de

pessoas empregadas tem-se mantido relativamente contante, embora se tenha

observado um ligeiro aumento nos últimos anos muito provavelmente devido ao

aumento do volume de produção e à necessidade da empresa em aumentar a

produtividade, dado o sucesso que tem alcançado no estrangeiro.

Anos

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2 - Nº de Colaboradores da Autoeuropa Fonte: Wolkswagen, 2012

Depois de analisados todos estes dados acerca da Volkswagen

Autoeuropa podemos concluir que embora estejamos a atravessar uma grave

crise económica a fábrica de Palmela continua a ser uma das principais fontes

de rendimento da economia Portuguesa, sofrendo algumas quebras

comparativamente a anos anteriores mas nada que seja muito significativo.

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2.2) PSA

Mangualde é o lar de uma das maiores fábricas de automóveis em

Portugal, a 2º maior para sermos mais precisos. Em 1962 foi tomada, em Paris,

a decisão de construir a fábrica, tendo esta começado no ano seguinte. Foi

também criada uma Sociedade com um capital 60% nacional (Peugeot/

Citroen, 2013). Todo este empreendimento viria a beneficiar muito a economia

local e também a nacional. A produção começou em 1964 com 472 veículos

produzidos neste primeiro ano. Esta viria a aumentar gradualmente ate aos

cerca de 43 mil veículos que se produziram em 2012. Neste momento, o centro

de produção automóvel em Mangualde tem 2 modelos distintos a sair da linha

de montagem: o Citroen Berlingo e o Peugeot Partner (Peugeot/ Citroen, 2013.

Mas estes não são de longe os únicos produtos que já la foram montados,

sendo que, por exemplo, quase 100 mil unidades do outrora popular Citroen

Saxo foram concebidas nesta fábrica (Peugeot/ Citroen, 2013.

A fábrica da PSA Peuogeot Citroen, em Mangualde, é uma das

principais linhas de produção automóvel em Portugal. Responsável pela

produção de cerca de 26% de todos os automóveis produzidos em Portugal e

sendo 95% destes exportados, a CPMG (Citroen Peugeot Mangualde) contribui

com uma percentagem visível no PIB português (Peugeot/ Citroen, 2013.

Os valores assim o confirmam, com um volume de negócios de mais

de 350 milhões de euros e cerca de 1300 postos de trabalho em 2011

(Peugeot/ Citroen, 2013).

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2.3) VN Automóveis

A VN automóveis, SA é uma das cinco empresas pertencentes ao sector

da produção automóvel sediadas em Portugal. Esta empresa localiza-se no

distrito de Évora, mais concretamente no concelho de Vendas Novas. O início

da sua atividade deu-se a 1 de Janeiro de 1993 (Carvalho, 2009) com o

respetivo nome comercial acima mencionado e atualmente dedica-se à

fabricação de veículos automóveis, manutenção e reparação de veículos

automóveis e fabricação de carroçarias, reboques e semi-reboques (CAE,

2012)

Atualmente, a VN automóveis, SA dedica-se maioritariamente à

montagem de carrinhas e camiões da marca japonesa Isuzu mas também atua

no revestimento de componentes automóveis. A empresa é responsável pela

montagem da carrinha Série N (figura 3) e o camião Série F da marca, tendo

investido recentemente na criação da linha de produção deste último (AFIA,

2013).

• 3- Carrinha isuzu de caixa aberta N (Fonte: http://www.gbondatti.it/autoveicoli/prodotti.html)

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4- Gráfico dos países de exportações da V. N. Automóveis (Fonte: EInforma, 2011)

A VN automóvel, SA exporta para países europeus a maior parte daquilo

que produz.

Segundo o gráfico 4, mais de metade da sua produção destina-se ao

Reino Unido, sendo Espanha e Itália mercados também significantes.

Em 2011, o volume de negócios da VN automóveis rondava os

2.832.750 euros (AE Portugal, 2011). Tendo em conta que nesse ano a Europa

já tinha entrado em recessão económica e que a empresa tem uma produção

especializada em camiões e carrinhas, ou seja, o nicho de mercado é

significativamente menor que o de veículos ligeiros, este é um valor bastante

positivo.

5- Variação das vendas e resultados líquidos na VN Automóveis (AFIA, 2012)

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Através do gráfico 5, é possível observarmos uma queda nas vendas a

partir de 2011 e a existência de prejuízo ainda antes desse ano, fenómenos

que se mantiveram até ao início de 2012.

No ano de 2011, a VN automóveis, tinha um total de 127 empregados,

contudo empregava 99 trabalhadores em 2012 (AE Portugal, 2011). Esta

redução de pessoal pode ser justificada pelo gráfico 5.

Relativamente ao futuro, a VN automóveis, SA irá intensificar a sua

estratégia de especialização na montagem de veículos comerciais pesados, o

que lhe tem garantido uma grande regularidade na produção e investir em

capital humano de modo a evitar quebras no sector produtivo. O facto de se

dedicar maioritariamente ao fabrico de veículos pesados, apesar de a associar

a pequenas produções devido ao reduzido nicho de mercado desses veículos,

proporciona-lhe uma concentração de atenções para esse segmento e uma

reputação ligada a essa exclusividade de produção o que, conjugado com a

formação consistente dos funcionários a tornará mais competitiva.

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2.4) Salvador Caetano

Este grupo, constituído pelas empresas CaetanoBus e Caetano

Components, SA, dedica-se essencialmente à produção de carroçarias,

colaborando no processo de produção dos autocarros das marcas CoBus,

Caetano e EvoBus (pertencente à Mercedes-Benz) (Toyota Ceatano, 2013).

Além do já referido, também produz componentes para a indústria automóvel e

outras peças metálicas.

Na Divisão Fabril de Ovar concentra-se grande parte da produção

industrial desta empresa. Aqui é feita a montagem do miniautocarro Caetano

Optimo e dos comerciais ligeiros Toyota Dyna e Toyota Hiace, que são

posteriormente exportados para 13 países europeus, bem como a introdução

de alguns componentes em veículos comerciais. Nesta unidade fabril há 350

postos de trabalho e em 2012 foram produzidas 4571 unidades, sendo que as

instalações teriam capacidade para 9800 unidades/ano ou 45 unidades/dia. O

volume de negócios nesse ano foi 34.865.000 euros (Toyota Caetano, 2013).

No primeiro trimestre de 2013, a empresa teve um volume de negócios

de 49 milhões de euros, sendo que houve uma redução de cerca de 10%

relativamente ao igual período do ano anterior (Toyota Caetano, 2013).

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2.5) Mitsubishi Fuso Truck Europe

Instalada no Tramagal, esta construtura nipónica está localizada no

distrito de Santarém desde 1991 (Selada, Felizardo, 2004), mantendo uma

linha de produção de veículos comerciais de caixa aberta (mas no entanto a

sua produção no nosso país resume-se a pequenas peças de baixo valor

comercial). No Tramagal apenas é produzido o modelo Fuso Canter, do qual

150 mil unidades são vendidas anualmente (sendo que são exportadas para

mais de trinta países europeus) (Mitsubishi Fuso, 2013). Com efeito, a maior

parte da produção desta unidade é destinada à exportação (por exemplo, em9

2008, 86,3% da sua produção foi exportada para fora do país) (Carvalho, 2009.

A fábrica do Tramagal emprega cerca de 430 pessoas e o seu volume

de negócios ronda os 129 milhões de euros (Carvalho, 2009).

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3) A Indústria Automóvel e a Economia portuguesa

A indústria automóvel em Portugal é um dos sectores que mais influencia

positivamente a economia nacional.

3.1) Volume de Negócios

Relativamente a volume de negócios, o sector automóvel tem um grande

peso na economia portuguesa, apesar das quebras ocorridas nos últimos anos.

Foi registado um volume de negócios no valor de 7.3 mil milhões de euros em

2012. Deste valor, 81,8% (5.9 mil milhões) dizem respeito ao valor obtido

através da exportação (ACAP, 2011).

Os principais países de exportação de componentes de automóvel são:

6- principais países de exportação de componentes automóveis Fonte: ACAP, 2011

Ao nível das 5 empresas, mencionadas anteriormente, podemos analisar

a seguinte tabela relativa ao volume de negócios obtidos por cada uma delas

no ano de 2011.

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Empresa Volkswagen Autoeuropa

Peugeot Citroen

Toyota Caetano

Mitsubishi VN Automóveis

Volume de Negócios (€)

1.646.507.871 351.194.035 328.425.815 129.247.287 2.832750

7- Volume de negócios do principais produtores nacionais (AEP Portugal, 2004)

Através da análise da Tabela 7, podemos concluir que a empresa

“Autoeuropa” é a fonte primária de Volume de Negócios do sector automóvel

português, ultrapassando o valor obtido pelas restantes quatro empresas

juntas. Por outro lado, a VN Automóveis representa uma ínfima percentagem

no cenário nacional.

3.2) Peso no PIB

Com a subsecção anterior, é de prever que a indústria automóvel

portuguesa contribui de forma bastante significativa para o PIB Português. Em

2010, as receitas geradas pelo setor automóvel português representavam

cerca de 3.6% do PIB, tendo vindo a aumentar, alcançando a percentagem de

4,4% em 2012 (ACAP, 2013)

3.3) Taxa de empregabilidade

Atualmente, o sector da produção de componentes de automóveis

emprega 41 mil trabalhadores, ou seja, 0.4% da população portuguesa (cerca

de 10,5 milhões de pessoas). Esta percentagem pode parecer baixa, porém,

sendo que, atualmente, a taxa de empregabilidade em Portugal ronda os 51%,

é de concluir que este sector simboliza uma razoável percentagem de

empregados (ACAP, 2013).

Em 2011, as empresas mencionadas neste relatório apresentavam os

seguintes números de empregados:

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8- nº de empregados das principais produtoras portuguesas (2012) Fonte:AE Portugal

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4) Evolução da venda de automóveis em Portugal

9- Evolução da venda de Automóveis em Portugal (1985-2007) Fonte: Monteiro, Coutinho, 2009

Com base no gráfico acima exposto, conseguimos observar uma

variação do número de automóveis vendidos em todas as categorias durante o

período de tempo em causa. Contudo, em 1986 é notório um aumento do

volume de veículos vendidos em todas as gamas o que resulta, em parte, do

facto de Portugal ter aderido à União Europeia nesse mesmo ano o que

facilitou e, consequentemente, promoveu as trocas comercias entre os países

membros.

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5) Conclusões

Ao longo da realização deste projeto, a informação obtida acerca deste

setor do mercado deu-nos gradualmente uma noção do peso da indústria

automóvel na economia nacional, que é superior ao que o cidadão comum

pode imaginar. Empresas como a Autoeuropa têm de facto um volume de

negócios bastante considerável tendo em conta o nosso PIB. Contabilizando

todas as indústrias, não só de montagem automóvel, mas também de

componentes para exportações, o número de postos de trabalho inerentes a

toda esta indústria é muito grande, sendo a fonte de rendimento de milhares de

famílias pelo país fora.

É possível observar que a maior parte da indústria automóvel em

Portugal é constituída por empresas estrangeiras sediadas no estrangeiro, que

utilizam a mão de obra portuguesa na sua produção. Assim Portugal está a

concorrer com países subdesenvolvidos como a China e a Índia e não com

países desenvolvidos, dos quais são exemplo a Alemanha e a França. Deste

modo, os lucros deste setor acabam por sair de Portugal. Deste modo conclui-

se que é necessário um investimento na tecnologia e na inovação em Portugal,

com o objetivo de impulsionar o setor em Portugal. Com efeito, não existem

grandes projetos inovadores em Portugal, uma vez que o nosso país apenas é

usado como “mão de obra”.

É importante sublinhar que os dados utilizados neste relatório não são

os mais recentes, sendo que apenas podemos fazer estimativas sobre o estado

desta indústria em 2013.

Assim, conclui-se que este setor é de grande importância para o nosso

país, sendo que nós, como engenheiros, devemos procurar sempre primar

pelas soluções mais tecnologicamente inovadoras para evitar o colapso deste

setor vital do mercado português.

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6) Bibliografia

Introdução:

Féria, Luís “A História do Setor Automóvel em Portugal (1895-

1995)” (1999)

Selada, Catarina; Felizardo, José “Da Produção à Concepção:

Meio Século de História Automóvel em Portugal” (2004)

AutoEuropa

Wolkswagen, 2012

TVI, 2010

INE, 2011

Jornal económico (http://economico.sapo.pt/noticias/industria-a-

conquista-de-maior-peso-na-economia_146897.html, visitado a 27

de Outubro, 2013)

PSA

Peugeot/ Citroen (http://www.mangualde.psa-peugeot-

citroen.com/ visitado a 24 de Outubro, 2013)

VN Automóveis

AFIA (Associção de fabricantes para a indústria automóvel)

(http://www.afia.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=

2493&Itemid=61&lang=pt_PT visitado a 10 de Outubro, 2013)

Carvalho, Ana “Estudo da Sustentabilidade da Indústria

Automóvel em Portugal” Universidade de Aveiro, 2009

EInforma, 2013

Salvador Caetano

Toyota Caetano, 2013 (http://www.toyotacaetano.pt/html/grupo__q1id_class_--_3D108__--_3D_l_--_3DPT__q20__q30__q41__q5.htm visitado a 5 de outubro, 2013)

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Mitsubishi Fuso Truck Europe

Selada, Catarina; Felizardo, José “Da Produção à Concepção:

Meio Século de História Automóvel em Portugal” (2004)

Carvalho, Ana “Estudo da Sustentabilidade da Indústria

Automóvel em Portugal” Universidade de Aveiro, 2009

Mitsubishi Fuso (http://www.mitsubishifuso.com.pt/ visitado a 17

de Outubro, 2013)

Outras Fontes:

AEPortugal

(http://www.aeportugal.pt/Inicio.asp?Pagina=/Aplicacoes/Sectores

Empresariais/Sector&Menu=MenuInfoEconomica&IDSector=26,

visitado a 20 de Outubro, 2013)

INE, 2013

Monteiro, Coutinho, 2009

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