a independente escrita – imagÉtica caÓtico–organizacional dos fanzines: para uma...

Upload: portunola-floja

Post on 28-Feb-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/25/2019 A INDEPENDENTE ESCRITA IMAGTICA CATICOORGANIZACIONAL DOS FANZINES: PARA UMA LEITURA/FEITURA AUTORAL CRIATIVA E PLURIFORME - Gazy Andraus

    1/16

    A INDEPENDENTE ESCRITAIMAGTICA CATICOORGANIZACIONALDOS FANZINES: PARA UMA LEITURA/FEITURA AUTORAL CRIATIVA E

    PLURIFORME.

    GAZY ANDRAUS (UNIFIG/UNIMESP).

    ResumoA sociedade industrial criou padres e regras que, embora permitam umaadequao e facilitao de divulgao e entendimento plural, por outro prisma,

    cerceou outras possibilidades intrnsecas criativas no desenrolar e desabrocharmaterializado das ideias (possveis). Isto claro, por exemplo, na indstria grficae editorial, em que as revistas e livros so oficializados e catalogados. Assim, sobuma desculpa de gesto de qualidade, a maioria dos seres humanos pode ler(leitor) o que escrito por uma minoria privilegiada (autor/escritor) devido acircunstncias variadas. Dessa maneira, a possibilidade de expresso individual sefecha maioria, desconhecedora de sua prpria capacidade criativa. A facilidade dereproduo reprogrfica das revistas alternativas, como os fanzines, e atualmente,de maneira virtual pela Internet, subverte tal premissa, ainda que o fato seja

    justamente pouco divulgado de forma oficial pelas mdias. Com a criao de umfanzine, cada pessoa se torna autora (ou coautora) e pode quebrar limitesdesenvolvendo temas pessoais com formatos os mais variados (tambm no meiovirtual da web), expressando seus iderios e gostos particulares. O ser humanotem, assim, em suas mos, um poder de deflagrar imagens e/ou textos, depesquisar livremente e dispor como quiser suas informaes obtidas, elaborandosua prpria edio, fora do circuito oficial da editorao social. No fanzinato, eleainda melhora e amplia seu relacionar com o prximo, visto que o fanzine no visalucro, mas sim a troca e disseminao de ideias pessoais, autorais, sendo umobjeto paratpico prenhe de informaes e/ou imagens, de diversos formatos etemas.

    P l h

  • 7/25/2019 A INDEPENDENTE ESCRITA IMAGTICA CATICOORGANIZACIONAL DOS FANZINES: PARA UMA LEITURA/FEITURA AUTORAL CRIATIVA E PLURIFORME - Gazy Andraus

    2/16

    P l h

    queles que escrevem textos, poesias, desenham e no tm como publicar?Devem guardar nas gavetas seus trabalhos, e nunca partilh-los? Como

    discernir a qualidade de seu material, e considerar seu trabalho comoprofissional ou amador, relevante ou irrelevante? O padro medidor seriaapenas o modismo de determinados temas e/ou os lucros advindos de suasvendas?

    A resposta reside nos vos, nas sarjetas da realidade, principalmente comoopo daqueles que gostariam de publicar suas ideias e no precisam e nemquerem encarar a oficialidade comercial das bancas e livrarias, por meio dosfanzines, cuja criao e evoluo no algo muito antigo, embora tenha suasrazes no fato de o ser humano querer se expressar criativamente. Mas, decerta forma, a gnese dos zines vem desde as actas diurnas romanas,passando pelos menestris e bardos medievais (que cantavam suas odes ecrticas humoradas aos reis), e trabalhos do artista do sculo XVIII WilliamBlake, bem como as cartas lidas e copiadas no Renascimento, graas aoaumento das viagens intercontinentais, encontrando os primrdios dos jornaise, por fim, chegando aos prprios fanzines a partir da dcada de 1930 e 40nos EUA, o que culminou nos libelos punks da dcada de 1960 e 70 dos

    ingleses. Da por diante houve uma expanso desses veculos j chamados depluri-paratpicos por Zavam (2004), em seu artigo Fanzine: a plurivalnciaparatpica:

    Numa sociedade como a em que vivemos, marcada por contradies dediversas ordens, natural que sejam criados, por parte daqueles que sevem excludos, meios de fazer circular sua voz, ocultada pelas normassociais vigentes, ainda que em esferas restritas. Nesse jogo de foras,surgem formas de expresso marginais, que (sobre)vivem e se nutrem dadifcil negociao entre o (re)conhecimento de um fazer e a negao ouindiferena desse mesmo fazer pela sociedade

  • 7/25/2019 A INDEPENDENTE ESCRITA IMAGTICA CATICOORGANIZACIONAL DOS FANZINES: PARA UMA LEITURA/FEITURA AUTORAL CRIATIVA E PLURIFORME - Gazy Andraus

    3/16

    criando um neologismo original em 1940 nos EUA. Mas os zines (como tambmso chamados) se iniciaram nos boletins de fico cientfica norte-americanos

    em 1930, tendo sido chamados de fanmag(fanatic+ magazine) como criaode Ray Palmer que o fez para o Science Correspondence Club (Monet, s/d).Porm, o termo fanzine s foi criado depois em 1941 por Russ Chavenet,tornando-se uma maneira informal e no oficial de imprimir e passarinformaes (inicialmente feito por meio de mimegrafo e atualmente emfotocopiadoras, off-set ou impressoras de computador, incluindo-se o fanzinevirtual na Internet). Seu alcance aumentou na dcada de 1960 e 70,principalmente graas insurgncia do movimento punk ingls, que divulgavaseus libelos anarquistas e shows punks, disseminando os zines cada vez mais

    pelo mundo, ganhando notoriedade e volume. Enquanto isso ocorria, RobertCrumb, considerado um dos primeiros a auto-publicar suas histrias emquadrinhos e a vend-las de mo em mo nos EUA, em fins da dcada de1960, torna-se um dos pioneiros do chamado fanzine de quadrinhos.

    Atualmente, a fanzinagem[1] pode ser tida como fanzineira, e o equivalenteao termo ingls fandompode ser traduzido em portugus como fanzinato[2]. NoBrasil, em 12 de outubro de 1965 na cidade de Piracicaba, Edson Rontani criou

    o primeiro fanzine brasileiro[3] chamado Fico, rodado em mimegrafo, queabordava notcias e crticas sobre os quadrinhos (em especial sobre AlexRaymond, criador de Flash Gordon).

    Embora haja distino, no mundo todo, convencionou-se chamar de fanzinesmesmo as revistas alternativas, j que o esprito da publicao fraterna ecriativa era (e ainda ) o essencial que permeava (e ainda permeia) taisedies. De l para c, o fanzinato abarcou tanto o conceito de fanzine como o de

    revistas independentes, e se espalhou pelo mundo tornando-se, em muitos pasescomo na Frana e Japo, no s meio de escoar idias e expresses artsticas deautores ou amadores, como tambm laboratrios de desenvolvimento de idias eat portiflios que permitem a editoras descobrirem novos talentos.

  • 7/25/2019 A INDEPENDENTE ESCRITA IMAGTICA CATICOORGANIZACIONAL DOS FANZINES: PARA UMA LEITURA/FEITURA AUTORAL CRIATIVA E PLURIFORME - Gazy Andraus

    4/16

    como o Dissonncia (http://www.dissonancia.com/) ou o Ninaflores(http://www.ninaflores.net/).

    O (re-)conhecimento dos zines no percebido largamente, embora hajaeventos e exposies nacionais e internacionais, bem como fanzinotecasmundo afora: a primeira foi a Fanzinothque du Poitireslocalizada na Frana, ea segunda, inaugurada em 2004 na cidade de So Vicente, litoral do estado deSo Paulo mas que infelizmente est abandonada devido falta de ateno porparte da prefeitura. Alm disso, tem havido diversos eventos com catalogaode fanzines como o anual realizado em Ourense na Galcia (Espanha), e outrona cidade de Almada em Portugal.

    No meio acadmico tem havido cursos de graduao e ps-graduao, como osministrados por Elydio dos Santos Neto, professor doutor de educao daUNIMETODISTA, que aplica os quadrinhos e os fanzines para profissionais daeducao e pedagogia, de forma a ampliar o alcance e a criatividade dospesquisadores. Ele criou os biograficzines (anexo 1), como parte de suadidtica e de auxlio a que cada aluno (que tambm educador) possa melhorse conhecer e conhecer seu potencial criativo, muitas vezes bloqueado pelos

    sistemas que nos engessam (como engessam e limitam as revistas oficiaisem bancas). Eu mesmo fui convidado a auxiliar nos biograficzines, dandooficinas, em que cada um dos alunos criava seu prprio fanzine autobiogrfico!

    Assim, fanzines no so s revistas: so revistas que esto em paralelo aonosso sistema (paratopicamente), alhures e algures, como uma extensonecessria do esprito libertrio e criativo do ser humano, que jamais poderser calado ou cerceado, ainda que a sistemtica social tente impingir(inadvertidamente?) o contrrio.

  • 7/25/2019 A INDEPENDENTE ESCRITA IMAGTICA CATICOORGANIZACIONAL DOS FANZINES: PARA UMA LEITURA/FEITURA AUTORAL CRIATIVA E PLURIFORME - Gazy Andraus

    5/16

    dos que publicavam, seja quadrinho ou ilustrao, bem como texto (conto oupoesia), pagava o equivalente ao nmero de pginas que estivesse

    contribuindo com a revista. Em dupla, editei em 1994 junto a Edgar Franco ozine Irmos Siameses, e tambm dividimos as despesas da fotocopiagem edos envios pelo correio. Igualmente, quando publiquei meu primeiro trabalhosolo, Homo Eternus (entre 1993 e 1994), em 4 volumes, coeditei-o comoutro fanzineiro, Edgard Guimares, que o divulgou em seu fanzine IQI Informativo de Quadrinhos Independentes, que existe at hoje com o ttulo de

    QI. Atualmente venho publicando um fanzine por ano, sendo que os doisltimos Gazine e Alma Inacabante se deram aps os dois minicursos queministrei para turmas de ps-graduao em Pedagogia pela UNIMETODISTA a

    pedido do Prof. Dr. Elydio dos Santos Neto que aplicou os biograficzines aosmestrandos.

    Embora a maioria dos fanzines tenham formato de papel meio-ofcio (tamanhoA-5), e hoje em dia boa parte dos zines sejam feitos no formato de revista emgrficas com capas coloridas (como as revistas independentes do 4. Mundo),h uma possibilidade enorme de criar formatos outros. A Maturi, porexemplo, foi um dos menores fanzines, tendo apenas 8,5cm x 11,5 de altura.

    H zines em tamanho tablide (meio-jornal) como o Graphiq e o NFLzine. Mash tambm formatos incomuns, como o zine O atendente (de Bophet eThiago Cruz) que vem dentro de uma caixa de VHS (fita de vdeo-cassete), e

    Arrevista A revista arrivista (do fanzineiro alcunhado de Dedo), quesimula um pequeno rolo de papel higinico. O zine No fiof todo dia (Andr eRodrigo) basicamente uma folha A-4 com dobradura sanfonada em 4 tiras,frente e verso, perfazendo um total de 8 pginas. O mais comum, porm, ofanzineiro criar uma revista com apenas uma folha A-5, frente e verso (preto ebranco, mas podendo usar papis coloridos), e de sua matriz (que chamada

    boneco), fazer uma tiragem de 50 a 100 exemplares em mdia. Com estanica folha, a montagem pode gerar muitas formas possveis, como a jmencionada sanfonada (Anexo 3). Eu costumo elaborar os zines em tamanhoA-5, juntando o equivalente mltiplo de 4 para perfazer uma mdia de 12 a 36

  • 7/25/2019 A INDEPENDENTE ESCRITA IMAGTICA CATICOORGANIZACIONAL DOS FANZINES: PARA UMA LEITURA/FEITURA AUTORAL CRIATIVA E PLURIFORME - Gazy Andraus

    6/16

    Com relao aos temas e liberdade criativa, h jarges e neologismos muitointeressantes que so criados nos fanzines. Alguns deles, por exemplo, como o

    termo j mencionado fanzinagem de Silvio Ayala e ttulos como GraforriaXilarmnica ou Freezine. Palavras inexistentes surgem, como Funkstein,Caosmtico ou Oquemaisblvel etc. E h at zines de grupos distintos,como Dishrag: a journal os dish washers art, criado por lavadores de pratosdos EUA!

    Como se v, a variedade de formatos quase to grande e criativa quantoseus temas, e o ato de l-los (tanto quanto faz-los) desperta o gigantecriativo adormecido no hemisfrio direito cerebral, que tocado e reluz numa

    experincia dadivosa e nova!

    Essa a necessidade primordial e primeva de se poder criar e ler zines.

    2.1 A leitura e elaborao de zines: incidncia no hemisfrio direitocerebral

    Como dito, o fanzine uma forma de editorao alternativa, no vinculada aosaspectos oficiais da sociedade, em que se pese um sistema de ordem geralmenteafeito a trocas e permutas mediante valores monetrios, como o no sistemacapitalista excludente. Na verdade, independente do sistema vigente, as questesentre o poder e a manifestao ideria costumam estar antagonizadas, pois o ser

    humano possuindo um crebro tridico, segundo De Gregori (1999), acabaestigmatizando uma organizao baseada em uma mentalidade capitaneada pelocrebro central (crebro reptiliano), que predispe, em primeira instncia, umsistema baseado quase que exclusivamente na prxis e na sobrevivncia. Auxiliado

  • 7/25/2019 A INDEPENDENTE ESCRITA IMAGTICA CATICOORGANIZACIONAL DOS FANZINES: PARA UMA LEITURA/FEITURA AUTORAL CRIATIVA E PLURIFORME - Gazy Andraus

    7/16

    revistas e livros j tm formataes padronizadas, que possivelmente no trazemmuitas novidades mente humana, em contraponto aos formatos diferenciados e

    caticos dos zines, como se viu. O fanzine se torna, assim, preponderante, poisoferece uma substituio e manifestao como forma de suprir a lacuna noincentivada pelos sistemas sociais vigentes, que pregam a oficialidade cartesianaque s obedece aos ditames ditatoriais, inseridas em qualquer sistema, sejacapitalista, socialista ou comunista, pois estas trs situaes, embora difiram ematuao, se prendem a uma hierarquia governamental, e esta, como se viu,obedece sempre a uma lgica central em que busca uma organizao forosa eforada no sistema social, excluindo um tanto, a arte, que se atrelariasupostamente ao subjetivismo, tido erroneamente pela fsica clssica como

    empecilho ao avano e pesquisas cientficas.

    Consideraes

    Dessa maneira, os ditos fanzineiros no so pessoas que se julgam prias e seexcluem do mercado e do sistema social, mas sim, autores sencientes queprecisam manifestar sua pulso de vida, resultante de uma mente tridica queopera atravs de um crebro racional, mas tambm pragmtico, e igualmentecriativo.

    Se os sistemas vigentes no facilitam o intercmbio criativo, natural (poisbiolgico) que ele se d por vias no oficiais, no caso, atravs dos paratpicos

    fanzines.

    Os zines so abundantes no mundo inteiro: uma forma criativa de propalar osiderios das pessoas, sem que precisem responder a qualquer rgo, j que basta a

  • 7/25/2019 A INDEPENDENTE ESCRITA IMAGTICA CATICOORGANIZACIONAL DOS FANZINES: PARA UMA LEITURA/FEITURA AUTORAL CRIATIVA E PLURIFORME - Gazy Andraus

    8/16

    Referncias bibliogrficas:

    ANDRAUS, Gazy. As Histrias em Quadrinhos como informaoimagtica integrada ao ensino universitrio.Tese de doutorado. USP:So Paulo, 2006.

    ANDRAUS, Gazy. O fanzine como imprensa alternativa de resgatecultural: o caso QI Quadrinhos independentes.CD-ROM: Trabalhosapresentados no 4 EncontroNacional da Rede Alfredo de Carvalho. GT:Mdia Alternativa (Independente). 30 de maio a 02 de junho de 2006. SoLus/MA.

    DE GREGORI, WALDEMAR . Os poderes dos seus trs crebros. SoPaulo: Pancast, 1999.

    MAGALHES, Henrique. O que fanzine. So Paulo: Brasiliense, 1993.

  • 7/25/2019 A INDEPENDENTE ESCRITA IMAGTICA CATICOORGANIZACIONAL DOS FANZINES: PARA UMA LEITURA/FEITURA AUTORAL CRIATIVA E PLURIFORME - Gazy Andraus

    9/16

    ZAVAM, Aurea Suely. Fanzine: A Plurivalncia Paratpica. RevistaLinguagem em (Dis)curso. v. 5, n. 1, jul./dez., 2004.

    http://www3.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/0601/01.htm

    [1]Para Silvio Ayala, um conhecido fanzineiro brasileiro que tambm ministra cursos, existe afanzinagem, termo interessante que coloca o exerccio do fazer fanzine como algo criativo

    e laborioso.[2]Fanzinato o equivalente da palavra inglesa fandom. Existem tambm os prozines, maseste termo pouco usado, e serve mais para definir os autores de quadrinhos norte-americanos (principalmente) que fazem suas revistas independentes.

    [3]Defendo aqui uma comemorao que poderia se oficializar no Brasil, tendo como essa datado dia 12 de outubro como o Dia Nacional dos Fanzines, em homenagem a Edson Rontani.

    [4]

    Inicialmente os fanzines eram rodados em mimegrafos.[5] H at certa semelhana na atitude dos zines com os cordis, embora ospblicos sejam distintos.

    [6] Os fanzines impressos se diferem dos da Internet por dois diferenciais principais: osprimeiros pedem um trabalho manual e contato material, bem como distribuio setorizadaou via correio postal. Os segundos podem ser realizados no computador e circulam pela wideworld web (WWW) sem restrio, bastando que o internauta conhea o endereo eletrnico.

    Mas h muitos zineiros que empregam as duas vias para um mesmo fanzine.[7] Ao elaborar o zine desta maneira, o autor geralmente xeroca seus originais quecostumam ser feitos no tamanho A-4, para caberem na folha A-5. A segunda etapa colar

  • 7/25/2019 A INDEPENDENTE ESCRITA IMAGTICA CATICOORGANIZACIONAL DOS FANZINES: PARA UMA LEITURA/FEITURA AUTORAL CRIATIVA E PLURIFORME - Gazy Andraus

    10/16

  • 7/25/2019 A INDEPENDENTE ESCRITA IMAGTICA CATICOORGANIZACIONAL DOS FANZINES: PARA UMA LEITURA/FEITURA AUTORAL CRIATIVA E PLURIFORME - Gazy Andraus

    11/16

  • 7/25/2019 A INDEPENDENTE ESCRITA IMAGTICA CATICOORGANIZACIONAL DOS FANZINES: PARA UMA LEITURA/FEITURA AUTORAL CRIATIVA E PLURIFORME - Gazy Andraus

    12/16

  • 7/25/2019 A INDEPENDENTE ESCRITA IMAGTICA CATICOORGANIZACIONAL DOS FANZINES: PARA UMA LEITURA/FEITURA AUTORAL CRIATIVA E PLURIFORME - Gazy Andraus

    13/16

  • 7/25/2019 A INDEPENDENTE ESCRITA IMAGTICA CATICOORGANIZACIONAL DOS FANZINES: PARA UMA LEITURA/FEITURA AUTORAL CRIATIVA E PLURIFORME - Gazy Andraus

    14/16

  • 7/25/2019 A INDEPENDENTE ESCRITA IMAGTICA CATICOORGANIZACIONAL DOS FANZINES: PARA UMA LEITURA/FEITURA AUTORAL CRIATIVA E PLURIFORME - Gazy Andraus

    15/16

  • 7/25/2019 A INDEPENDENTE ESCRITA IMAGTICA CATICOORGANIZACIONAL DOS FANZINES: PARA UMA LEITURA/FEITURA AUTORAL CRIATIVA E PLURIFORME - Gazy Andraus

    16/16