a independência do brasil

1
A independência do Brasil Como sabes, em 1807, aquando da 1. a invasão francesa, a Corte Portuguesa partiu para o Brasil, o que constituiu um factor de desenvolvimento para esta região do Império, sobretudo devido à abertura dos portos brasileiros ao comércio internacional. A par desse desenvolvimento económico, o Brasil conheceu também um grande desenvolvimento político e cultural nos 13 anos em que lá permaneceu a Corte, tendo sido, em 1815, elevado à categoria de reino. O rei D. João VI foi obrigado, como já estudaste, pelas Cortes a regressar do Brasil e a jurar a nova Constituição. Por isso, no Brasil, deixou o seu filho, D. Pedro, como regente. Entretanto, as Cortes Constituintes decidiram retirar muitos dos privilégios até então concedidos ao Brasil, restringindo-lhe a sua autonomia. O Brasil não aceitou bem estas decisões vindas de Portugal. Lê, atentamente, o seguinte documento. Doc. 13 | A reacção no Brasil Como Príncipe Regente do Reino do Brasil e seu defensor (...) não mandei ainda executar nenhum dos decretos dessas (...) horrorosas, maquiavéiicas, desorganizadas, hodiondas (...) Cortes. Antes declaro esses decretos nulos e inexequíveis* e, como tal, oponho-lhes um veto absoluto. Carta de D. Pedro a D. João VI, 1822 Inexequíveis - irrealizáveis Como refere o documento, D. Pedro não acatou as decisões das Cortes portuguesas, designando-as de horrorosas, maquiavéiicas, desorganizadas, hodiondas. O sentimento de descontentamento e revolta dos Brasileiros reflectiu-se, assim, nestas palavras do regente do reino. Impulsionados pela Revolução Liberal Portuguesa e, sobretudo, pelos exemplos vitoriosos das Revoluções Americana e Francesa, os Brasileiros levaram a cabo movimentos independentistas e D. Pedro, em 1822, declarou a independência do Brasil, tornando-se Imperador desse país, num episódio que ficou conhecido como O Grito de Ipiranga. Doc. 14| Aclamação de D. Pedro como Imperador do Brasil.

Upload: eduardo-sousa

Post on 11-Jul-2015

488 views

Category:

Technology


6 download

TRANSCRIPT

Page 1: A independência do brasil

A independência do Brasil

Como sabes, em 1807, aquando da 1.a invasão francesa, a Corte Portuguesa partiu para o Brasil,

o que constituiu um factor de desenvolvimento para esta região do Império, sobretudo devido à

abertura dos portos brasileiros ao comércio internacional.

A par desse desenvolvimento económico, o Brasil conheceu também um grande

desenvolvimento político e cultural nos 13 anos em que lá permaneceu a Corte, tendo sido, em

1815, elevado à categoria de reino.

O rei D. João VI foi obrigado, como já estudaste, pelas Cortes a regressar do Brasil e a jurar a

nova Constituição. Por isso, no Brasil, deixou o seu filho, D. Pedro, como regente. Entretanto, as

Cortes Constituintes decidiram retirar muitos dos privilégios até então concedidos ao Brasil,

restringindo-lhe a sua autonomia. O Brasil não aceitou bem estas decisões vindas de Portugal.

Lê, atentamente, o seguinte documento.

Doc. 13 | A reacção no Brasil

Como Príncipe Regente do Reino do Brasil e seu defensor (...) não mandei ainda executar nenhum dos decretos dessas (...) horrorosas, maquiavéiicas, desorganizadas, hodiondas (...) Cortes. Antes declaro esses decretos nulos e inexequíveis* e, como tal, oponho-lhes um veto absoluto.

Carta de D. Pedro a D. João VI, 1822 Inexequíveis - irrealizáveis

Como refere o documento, D. Pedro não acatou as decisões das Cortes portuguesas,

designando-as de horrorosas, maquiavéiicas, desorganizadas, hodiondas. O sentimento de

descontentamento e revolta dos Brasileiros reflectiu-se, assim, nestas palavras do regente do reino.

Impulsionados pela Revolução

Liberal Portuguesa e, sobretudo, pelos

exemplos vitoriosos das Revoluções

Americana e Francesa, os Brasileiros

levaram a cabo movimentos

independentistas e D. Pedro, em 1822,

declarou a independência do Brasil,

tornando-se Imperador desse país,

num episódio que ficou conhecido

como O Grito de Ipiranga.

Doc. 14| Aclamação de D. Pedro como Imperador do Brasil.