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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DA
LINGUAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL
POR CLÁUDIA JOUCY MONTE CLARO FERREIRA
ORIENTADOR PROF. Ms. NILSON GUEDES DE FREITAS
RIO DE JANEIRO
MARÇO/2004
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DA
LINGUAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL
CLÁUDIA JOUCY MONTE CLARO FERREIRA
Apresentação de monografia a Universidade Candido Mendes - Projeto A Vez do Mestre, como condição prévia para a conclusão do curso de especialização em psicopedagogia institucional.
RIO DE JANEIRO
MARÇO/2004
RESUMO
É através do desenvolvimento da linguagem, que a criança fará contato com o mundo que a cerca. É muito importante que tanto a escola como o lar saiba preparar a criança para uma vida independente, segura e confiante. Esta monografia tem como objetivo a conscientização da importância da linguagem na fase da Educação Infantil, onde a sua aquisição, seu desenvolvimento e seus problemas são mais freqüentes. A metodologia utilizada foi á dedutiva, onde se parte dos aspectos gerais para os particulares. A pesquisa bibliográfica teve como base alguns teóricos, dentre os mais importantes destacam-se Vygotsky e Piaget que esclarecem a relação entre o pensamento e a linguagem. Os capítulos explicam ao leitor, sobre a relação do desenvolvimento da linguagem, os problemas relacionados com ela e a utilização do lúdico. A intenção desta monografia é dedica-la não somente aos psicopedagógos, como também a você, que é educador, mãe, pai, tio, avó... E é sobre tudo gente que tem o maravilhoso dom de poder falar.
Palavras chaves: Linguagem, pensamento, lúdico, ambiente e alterações.
AGRADECIMENTOS
Agradeço em especial: Á Deus pela saúde, força
e disposição que me concedeu, para vencer mais uma etapa do curso.
Aos meus pais, por serem tão especiais. Meu esposo e meus filhos pela paciência, ajuda, companheirismo e incentivo, inspiração e tolerância com a minha ausência.
Ao professor Nilson Guedes de Freitas, pela orientação e o apoio, para que eu pudesse realizar este trabalho que parecia impossível.
À Maria Ester Maia Alexandre, pela ajuda nos momentos finais.
À Otília Almeida Leon Serva, pela cumplicidade profissional e principalmente fraternal.
À Maria Neusa dos Santos, pela ajuda incalculável, dedicação, entusiasmo e amor ao estudo do ser humano.
Ao Marco Antonio de Oliveira, por sua sabedoria, sinceridade, estímulo e seu contagiante “amor às letras”.
Ao Paulo Cezar Araújo e Silva, pela amizade e estímulo.
O meu “muito obrigada” a todos.
DEDICATÓRIA
À memória de minha avó, Iassi Salvado Alonso que tanto colaborou para a minha formação acadêmica, moral, social e espiritual. Com certeza, a minha primeira professora, na universidade da vida. E me fez acreditar nas pessoas “do bem”.
A meus pais e minha tia por serem estas pessoas.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................07
1. DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM....................................11
2. PENSAMENTO DA LINGUAGEM...............................................17
3. O AMBIENTE COMO PROPAGADOR DA LINGUAGEM...........22
4. AS ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM..........................................33
CONCLUSÃO..................................................................................38
BIBLIOGRAFIAS.............................................................................40
ANEXO............................................................................................42
ÍNDICE.............................................................................................49
FOLHA DE AVALIAÇÃO........................................................................51
INTRODUÇÃO
Há muitas maneiras de se tentar analisar como surgiu a linguagem.
Existe o gesto, como forma de demonstrar sentimentos, imitação de
sons, linguagem emocional, interjectiva, muitas palavras, tem seus significados
modificados, enfim, a linguagem.
Desde seu grito de protesto inicial, por mudanças de meio e de
condições, o ser humano começa incapaz de compreender ou produzir a fala.
Iniciam-se as vocalizações, em princípio, exercidas pelo simples prazer
do ato em si. Pouco a pouco, esse balbuciar vai se diversificando, com
inúmeras variações, aos poucos a criança vai repetindo e saindo do jogo do
acaso, para estabelecer uma repetição, nua comunicação dela, para ela
mesma. Mais adiante, ela deixa de reproduzir seus sons como um eco, para
passar a reproduzir sons emitidos pelas outras pessoas. Passa então para a
fase ecolálica, saindo da fase autista. Logicamente, que se ela emite “ma-ma-
ma”, e isto faz com que venha a mãe e “pa-pa-pa”, e venha o pai, faz com a
criança estabeleça a associação do som com a presença. Obviamente que
essa repetição, seguida da gratificação da presença materna ou paterna, leva a
criança a fazer a associação e futura seleção, fazendo com que a linguagem
então se estabeleça. A criança passa depois para fase da compreensão
linguagem.
Desde seu grito de protesto inicial, por mudanças de meio e de
condições, o ser humano começa incapaz de compreender ou produzir a fala.
A criança compreende bem antes de expressar, e antes de perceber o
sentido verdadeiro e específico das palavras, compreende a inflexão, a
semântica vocal. Vem então a fase da compreensão, seguida da
comunicação simbólica, que se realiza através da palavra-frase, ou de uma ou
duas palavras. Daí para frente, a linguagem vai ganhando riqueza verbal,
emocional, sintática, até que a linguagem evolua e se consolide.
A presente pesquisa tem como objetivo ressaltar a importância da
família e da escola no desenvolvimento da criança, preparando-a para uma
vida independente, segura e confiante.
Se a criança for adquirindo a fala dentro de um clima seguro, de amor,
com compreensão e que propicie situações estimulantes, os obstáculos serão
facilmente ultrapassados. A presente pesquisa tem como objetivo ressaltar a
importância da família e da escola no desenvolvimento da criança, preparando-
a para uma vida independente.
Muitas vezes os alunos da Educação Infantil chegam a escola sem falar,
isso torna mais difícil a sua socialização. Falar, na verdade é uma verdadeira
façanha, que requer uma série de pré-requisito como:
O aspecto ambiental propicia a criança, situações estimulantes, para que
os obstáculos sejam facilmente ultrapassados.
O aspecto social, a linguagem pode agir como fator de interação social,
como um processo vital e dinâmico.
O aspecto familiar existe diferenças entre as famílias, o
desenvolvimento da linguagem depende da família.
O aspecto biológico, para a elaboração da linguagem, é preciso haver
um sistema nervoso altamente complexo.
É através da voz e da linguagem que a criança fará o contato como o
mundo que a cerca. Outro ponto importante é que tanto a família quanto á
escola saibam preparar a criança para uma vida independente segura e
confiante. Muitas vezes os alunos da Educação Infantil chegam á escola sem
falar. Isso torna mais difícil sua socialização, pois para se expressar, usa o
corpo (apontando, mordendo, chorando, batendo, etc.). Falar na verdade, é
uma verdadeira façanha, que requer uma série de pré-requisitos. A Educação
Infantil tem esse compromisso com acriança, no sentido de proporcionar-lhe
todas as oportunidades para que sua linguagem se desenvolva de uma forma
prazerosa.
A problematização deste tema esta baseada principalmente na relação
entre o desenvolvimento da linguagem e outros aspectos do desenvolvimento
infantil. É importante ressaltar que esse desenvolvimento, atrás mudanças
significativas na estruturação das crianças em todos aspectos efetivos,
sociológicos, psicológicos, etc. O problema é saber de pesquisa bibliográfica,
como as escolas, os pais, a comunidade vem atuando para ajudar a criança a
fazer a sua estruturação da linguagem. Apesar de se saber que tal estruturação
tem outros componentes além da linguagem.
A justificativa da monografia está relacionada a relevância sócio-cultural,
pois sabe-se hoje que o universo sócio-cultural da criança, seu modo de falar,
pensar, agir, se relacionar com, as pessoas e as coisas, deverá estar sendo
respeitado e considerado pela escola, para que não haja conflito entre as duas
realidades, ou seja, a da escola e a do grupo social em que está inserida.
Sendo assim, é necessário que a escola tenha conhecimento do contexto
social de sua clientela para que busque minimizar a privação de estímulos, ou
seja, tentar suprir as necessidades devem ser respeitada. Segundo
Vygotsky(1930), o meio de se analisar como surgiu a linguagem, algumas das
vertentes mais utilizadas pelos estudiosos do assunto e de que a fala se
estabelece como um meio de comunicação e interação com o outro. Vygotsky
(1930) e Piaget (1923) além de muitos outros pensadores enfatizaram o
importante papel da linguagem no desenvolvimento da representação interna.
As metodologias no trabalho foram: a dedutiva, a pesquisa bibliográfica,
livros, revista, artigos, vídeos, apostilas, internet e a experiência da autora,
como docente e professora do ensino infantil a certa de 10 (dez) anos.
Esta pesquisa tem como objetivo conscientizar da importância da
linguagem na Educação Infantil, como processo de construção de
conhecimento e acesso a novas informações, analisando os principais
problemas que dificultam a aprendizagem, nesta fase.
Para tanto, o primeiro capítulo analisa como se desenvolve o pensamento
através da linguagem, este capítulo ressalta alguns aspectos que exercem
influência no desenvolvimento da linguagem. Destaca-se neste capítulo Rego
(2000) e Bloch (1985).
O segundo capítulo analisa-se e compara-se diferença que existe entre a
psicologia sobre o pensamento e a fala de Piaget (1923) e Vygotsky (1930).
Para Piaget a função da fala é uma transição entre de Piaget e Vygotsky. Para
Piaget a função da fala é uma transição entre os estados mentais individuais
não verbais (discurso socializada e o pensamento lógico), Piaget postula uma
trajetória de dentro para fora enquanto Vygotsky considera que o processo é de
fora para dentro do individual.
No terceiro capítulo estabeleceremos que é com certeza o propagador
da linguagem, nesse capítulo identificam-se os aspectos, mais importantes
para o desenvolvimento da linguagem; o universo sócio-cultural; o uso das
diversas linguagens (arte, música e excursões).
O quarto capítulo trata-se das alterações da linguagem na fase da
educação infantil distinguindo-se e identificando-se algumas alterações como:
dislalias, disfemias e dislexia.
1. DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM
A linguagem é uma das características que distingue o homem dos
outros animais. Aos oito meses, uma criança balbucia: da-da-da dibudibu... . O
vocabulário vai aumentando e por volta dos dois anos, ela começa a juntar
palavras e a formar as primeiras sentenças.
A primeira palavra aparece por volta do primeiro ano, que nem sempre
significa algo com consistência, Por volta de um ano. Na verdade a criança usa
uma única palavra para exprimir uma sentença total.
Aos vinte meses, a criança começa a juntar duas palavras nas primeiras
sentenças. Este é o real início da linguagem.
Com um ano, a criança emite sua primeira palavra, não signifique dizer,
que isto possa se retardar e que algumas crianças cheguem aos dezoito meses
sem emitir uma única palavra. A variação é ainda maior na elaboração de
sentenças.
Existe a afirmação de que o desenvolvimento da linguagem é mais
rápido nas meninas do que nos meninos. Embora isto possa ser evidenciado,
constata-se que essa diferença desaparece por volta dos três anos.
Os efeitos de diferenças ambientais são incontestáveis. Evidentemente,
o ambiente familiar, vai atuar no desenvolvimento da linguagem da criança,
levando-se em conta, que este ambiente atua estimulando, à medida que um
maior número de pessoas têm contato com estas crianças de classe média, do
que nas crianças de classe operária.
Tudo leva a crer, que o desenvolvimento da gramática, está ligado a um
processo maturacional, ou seja, é determinado por certas estruturas
neurológicas, enquanto que o desenvolvimento do vocabulário, aí sim é mais
influenciado pela atuação da família e do ambiente.
Resumindo, provavelmente os primeiros sons que uma criança
produz não são uma parte do desenvolvimento da linguagem em si, são
mais exercícios de cordas vocais.
Em média, com um ano as palavras começam a aparecer,
durante o segundo ano, vocabulário cresce rapidamente. Por volta de
dois anos aparecem as primeiras sentenças de duas palavras.
O desenvolvimento do significado das palavras ocorre
paralelamente ao desenvolvimento da gramática.
1.1. Relação entre o desenvolvimento da linguagem e outros
aspectos do desenvolvimento infantil.
Não necessariamente a criança que anda tarde, fala tarde, ou a
criança que nada cedo, fala cedo. Existe alguma indicação de que os
dois processos são em parte interligados em muitos casos. Há na
verdade alguma relação entre o desenvolvimento das habilidades
intelectuais. Crianças que falam extremamente cedo e aquelas que
falam tarde podem deferir na sua habilidade intelectual geral. Um grande
retardo no desenvolvimento da linguagem está associado com o retardo
no desenvolvimento intelectual.
A linguagem pode agir como fator de interação social. Como um
processo vital e dinâmico, onde a criança primeiro usa a linguagem e só
depois analisa a língua.
Na verdade, a principal mudança no pensamento da criança, tem
lugar mais ou menos ao mesmo tempo em que a linguagem está
realmente afirmada.
A linguagem tem um importante papel no desenvolvimento da
representação interna. Obviamente, esta representação interna, servirá
de base para qualquer processo de aprendizado futuro.
Para a elaboração da linguagem oral representativa, é preciso haver um
sistema nervoso altamente complexo para a elaboração da mesma, e é o
advento da linguagem que ao progresso intelectual.
Dos seis meses aos dois anos, quando a linguagem começa, é evidente
que a criança fará grandes progresso cognitivo. Pois apesar de crianças surdas
percorrerem muitas vezes estágios de funcionamento cognitivo semelhantes
aos de outras crianças que podem ouvir, não resta dúvida que a linguagem as
facilita.
1.2. Falar e ouvir
A criança da Educação Infantil, esta envolvida de uma forma muito
profunda, na enorme tarefa de aprender o difícil sistema de símbolos pelos
quais os seres humanos comunicam entre si: a linguagem.
Ela está acumulando vocabulário e está aprendendo regras de
gramática e de hábitos lingüísticos.
Está aprendendo a expressar as idéias e pensamentos através da
linguagem, mas está aprendendo também a fazer uso de uma importantíssima
habilidade, que é a de saber ouvir.
Existem crianças que falam sem que necessariamente necessitem de
um ouvinte, mas outras necessitam de encorajamento e ajuda.
Muitas vezes, é necessário que essa ajuda se dê não só no momento da
formulação de perguntas, sistematicamente durante as atividades do dia-a-dia,
mas até ajudando-as também na estruturação de respostas.
É importante que na fase da Educação Infantil criança aproveite toda e
qualquer atividade para enriquecer seu vocabulário e exercite suas estruturas
gramaticais. É necessário que todos os adultos envolvidos com essa criança,
nível familiar, social ou profissional, estejam comprometidos com essa
evolução.
Deve haver a preocupação com a estimulação, com a nomeação
dos objetos, animais, etc... E também com a explicação da utilidade,
consistência e característica de cada um deles.
É importante que as formas gramaticais sejam corrigidas sem
interrupções, com o objetivo específico da correção, mas que ela se dê
de uma maneira informal. Através da imitação da forma correta de falar
do adulto, a criança aprende a falar de forma clara e compreensível.
O fato de ouvir poesias, histórias, relatos, cria na criança o
imprescindível hábito de ouvir com atenção, saber ouvir é tão importante
quanto saber falar. Compreender o que se ouve e saber seguir
instruções, são partes importantes para o aprendizado formal na escola.
A Educação Infantil tem um papel preponderante no
desenvolvimento da linguagem para todo o processo futuro de
aprendizado. O desenvolvimento infantil está dentro de um contexto de
habilidades que devem e precisam ser trabalhadas primordialmente na
fase da Educação Infantil: aquisição de vocabulário, atenção, percepção
visual e auditiva, memória visual, auditiva e coordenação motora.
O contexto informal das atividades Educação Infantil facilita a
abordagem dos mais diversos temas, tendo em vista, que o peso de
intervenções com caráter muito acadêmico sejam desnecessárias.
A atuação do professor da Educação Infantil tem todo o poder de
comunicação enfática através de todos os canais sensitivos. Quando o
professor intervém no jardim da Educação Infantil e diz: “Veja! Olhe só
que flor linda, cheirosa, pequenina e macia!” Ele está estimulando o
aluno de várias formas. Chamou a atenção através da exclamação
(auditiva) ao olhar (visão) (percepção) ao perceber a beleza da flor.
Sentir o cheiro (olfato). Sentir o tamanho e a consistência (tato). Então
vejamos, o uso de todo o tipo de linguagem neste momento de
estimulação, é importantíssimo.
1.3. A importância do faz-de-conta no desenvolvimento da linguagem.
A dramatização além de ser uma excelente oportunidade de permitir que
a criança dê asas a sua imaginação e crie enredos enquanto brinca, permitindo
que muitas vezes libere ansiedades e explora sentimentos com os quais tem
dificuldades de lidar. Muitas vezes, esses enredos são constituídos em função
de situações experimentadas pela criança no seu dia-a-dia.
O exercício oral, estimulando a criatividade faz desse momento, um
verdadeiro laboratório da linguagem corporal e verbal da criança.
É necessário que esta vivência seja reforçada através de material
estimulador, tais como: roupas, sapatos, bijuterias, telefone, panelas, talheres,
chapéus, etc.
Através do trabalho de dramatização, a criança desenvolve conceitos
importantes, reformula conceitos e fortalece papéis.
No momento do faz-de-conta, é importante que o adulto favoreça que
venha à tona os sentimentos e emoções menos aparentes nas crianças. Levar
essas crianças, a verbalizar muitas vezes, sentimentos que ela tem dificuldade
de externar através das palavras. Palavras têm um sentido mágico para as
crianças.
A importância na dramatização é de favorece a agilidade na organização
do pensamento na verbalização desse pensamento, exercitando essas
estruturas.
1.3.1. História
O momento de ler e contar histórias podem ser um dos momentos mais
agradáveis para as crianças, ajudando-as a compreender a si mesma e as
relações com outras pessoas e com o mundo que a rodeia.
As histórias também contribuem para acalmar temores em relação a
emoções “violentas” ou fortes como: a raiva, o medo e o ciúme, mostrando á
criança que esses são sentimentos universais, ou seja, são comuns aos
seres humanos e possíveis de serem controlados.
O hábito de contar histórias é interessante também porque
prepara as crianças para alguns acontecimentos futuros, agradáveis ou
não, como por exemplo: o surgimento de um outro irmão, a perda de um
ente querido, o adoecimento da criança ou de alguém da família, o início
da vida escolar, etc...
A leitura de uma história pode servir como gancho para o
lançamento de um novo conceito, aguçando a curiosidade das crianças
sobre o assunto a ser trabalhado.Por exemplo, contar uma história sobre
animais, fazer uma brincadeira onde as crianças imitam as vozes e o
andar dos animais domésticos e selvagens, ou animais com o corpo
coberto de pêlos, penas ou escamas.
É muito importante que o professor selecione adequadamente os
livros a serem lidos e trabalhados com as crianças. Os livros para as
crianças, da Educação Infantil, devem ser claros, simples, objetivos, não
devem possuir um número excessivo de palavras desconhecidas, não
devem ser extensas, pois as crianças nesta idade não conseguem se
concentrar por muito tempo.
Devem ter idéias concretas e compreensíveis, com assuntos
familiares ao mundo infantil e principalmente devem possuir ilustrações
atrativas, fáceis de identificação, com cores condizentes á realidade e
com pelo menos uma figura para cada idéia principal.
Os temas mais comumente trabalhados na Educação Infantil
são: animais, profissões, família, meios de transporte, estações do ano e
passeios (circo, zoológico, fazendas e etc).
2. PENSAMENTO E FALA
A relação entre o pensamento e a fala passa por várias mudanças ao
longo da vida do indivíduo. Esta relação é interiorizada, como representação
interna. Apesar de terem origens diferentes e de se desenvolverem de modo
independente. Apesar de terem origens diferentes e de se desenvolver de
modo independente.
Com a inserção da criança um grupo cultural, o pensamento e a
linguagem se encontrem e dão origem ao funcionamento psicológico mais
complexo tipicamente humano.
A linguagem é um marco que representa o desenvolvimento de homem.
A capacitação especificamente humana para a linguagem habilita as crianças a providenciarem instrumentos auxiliares na solução de tarefas difíceis, a superarem a ação impulsiva, a planejarem a solução para um problema antes de sua execução e a controlarem seu próprio comportamento. Signos e palavras constituem para as crianças, primeiro e acima de tudo, um meio de contato social com outras pessoas. As funções cognitivas e comunicativas da linguagem tornam-se, então, a base de uma forma nova e superior de atividades nas crianças, distinguindo-as dos animais (VYGOTSKY, 1984, p. 31).
Tanto nas crianças como nos adultos, a função primordial da fala é o
contato social, a comunicação. Outro fator é a capacidade de agir no ambiente
e resolver problemas práticos.
Quando a criança já domina a linguagem, ela não só interpreta também
atribui significados aos gestos, posturas, expressões e sons, que inserem no
mundo simbólico de sua cultura.
O processo de conquista da utilização da linguagem como instrumento
de pensamento, evidencia o modo da criança interiorizar o comportamento
oferecido pelo seu grupo cultural.
O desenvolvimento intelectual da criança adquire uma estrutura
classificatória que torna possível o uso da linguagem como um instrumento
lógico e analítico do pensamento.
Na medida em que a criança interage e dialoga com um adulto e/ ou
uma criança mais experiente, aprende a usar a linguagem como meio de
comunicação. Nesse momento o pensamento e a linguagem se associam, e o
pensamento torna-se verbal e a fala racional.
O processo de conquista da utilização da linguagem como instrumento
de pensamento, evidencia o modo da criança interioriza o comportamento
oferecido pelo seu grupo cultural.
2.1.A teoria de Piaget sobre o pensamento e a linguagem
Piaget (1923) revolucionou o estudo da linguagem e do pensamento das
crianças. Foi o primeiro pesquisador, que estudou sistematicamente a
percepção e a lógica infantil. Concentrou-se nas características distintivas do
pensamento da criança, naquilo que elas têm, e não naquilo que lhes falta. Por
meio dessa abordagem positiva, demonstrou que a diferença entre o
pensamento infantil e o pensamento adulto era mais qualitativa do que
quantitativa.
A fala de discurso ou fala egocêntrica é um ponto de discórdia entre
Piaget (1923) e Vygotsky (1930). Para Piaget a função da fala egocêntrica é
exatamente oposta àquela proposta por Vygotsky. Ela seria uma transição
entre estados mentais individuais não verbais, de um lado, e o discurso
socializado e o pensamento lógico, de outro. Piaget postula uma trajetória de
dentro para fora, enquanto Vygotsky considera que o percurso é de fora para
dentro do indivíduo.
O autor acentua dois pontos: O primeiro é que as operações do
pensamento têm origem não na linguagem, mas atividades sensório-motoras.
O segundo ponto é sobre a aquisição dos conceitos que esta ligada á aquisição
da “função simbólica”, da qual a linguagem é, simplesmente, uma das
manifestações.
A aquisição da linguagem é um processo contínuo, de períodos
determinados, em cada nível, de uma restauração da que foi adquirido.
Quando a criança chega ás primeiras palavras, ela se relaciona com situações,
ações e pessoas.
Piaget (1923) considera o desenvolvimento da fala como a supressão do
egocentrismo, fornecendo, assim tanto á psicologia quanto á lingüística, a mais
profunda análise da fala interior. O autor descreve o egocentrismo como
ocupando uma posição genética, estrutural e funcionalmente intermediária
entre o pensamento autístico e o pensamento dirigido.
O pensamento dirigido é consciente, isto é, persegue objetivos que estão presentes na mente daquele que pensa. É inteligente, isto é, encontra-se adaptado á realidade e luta para influenciá-la. É suscetível de verdade e erro (...) e pode ser comunicado por meio da linguagem. O pensamento autístico é subconsciente, isto é, os objetivos que persegue e os problemas que coloca a si mesmo não estão presentes na consciência. Não está adaptado á realidade externa, mas cria para si mesmo uma realidade de imaginação ou de sonhos. Tende a gratificar desejos, e não a estabelecer verdades, e permanecer estritamente individual e incomunicável como tal por meio da linguagem, uma vez que opera basicamente em imagens e, para ser comunicado, precisa recorrer a métodos indiretos, evocando, por meio de símbolos e de mitos, os sentimentos que o guia (PIAGET, 1923, p.59-60).
O pensamento autismo é visto como a forma original e mais primitiva do
pensamento: a lógica aparece relativamente mais tarde, e o pensamento
egocêntrico é o elo genético entre ambos.
O pensamento dirigido é social. Á medida que se desenvolve, sai sendo
cada vez mais influenciado pelas leis da experiência e da lógica propriamente
dita. O pensamento autístico, ao contrário, é individualista e obedece a um
conjunto de leis próprias especiais.
. ”Acima de tudo, o brinquedo é a lei suprema do pensamento
egocêntrico”. (PIAGET, 1923, P.323). É importante observar que, ao longo de
toda sua obra, Piaget (1923) enfatiza mais os traços comuns entre o
pensamento egocêntrico e o autismo, do que os traços que os distinguem.
2.2. A teoria de Vygotsky sobre o pensamento e a linguagem
Vygotsky (1930) comenta a existência de um tipo de fala intermediária
que faz uma transição entre o discurso socializado e o interior.
A principal característica dessa fala é que ela acompanha a ação e se
dirige ao próprio sujeito da ação. Por exemplo, a criança que fala alto, sem
dirigir-se a um interlocutor. Serve para planejar ou solucionar um problema,
exemplificando: Como posso pegar o biscoito que está tão alto? Já sei! Vou
subir na cadeira.
A característica dessa fala é que ela acompanha a ação e se dirige ao
próprio sujeito da ação.O processo onde a criança interioriza os padrões de
comportamento oferecido pelo seu grupo cultural, passa por estágios que
obedecem á seguinte trajetória:
A fala evolui de uma fala exterior para uma fala egocêntrica e, desta, para uma fala interior. A fala egocêntrica é entendida como um estágio de transição entre a fala exterior (fruto das atividades interpsíquicas, que ocorrem no plano social) e a fala interior (atividade intrapsíquica individual) (REGO, 2000, p 64).
Vygotsky (1930) afirma que a partir desse momento o pensamento
verbal passa a ser predominante na atividade psicológica humana. No entanto,
o pensamento não verbal (atividades de inteligência prática) e a linguagem não
intelectual (decorar e recitar um poema), continuam presentes tanto nos
adultos como nas crianças.
A importância da fala para o ser humano é sem dúvida o contato social,
a comunicação. Quando um bebê chora, balbucia, rir, não só cumpre uma
função emocional (sensação de conforto ou incômodo) como são meios de
contato com o seu grupo. Sabe-se que esses sons, choro ou expressões, não
indicam significados específicos. Vygotsky (1930) chamou esta fase de estágio
pré-intelectual do desenvolvimento da fala.
Antes de aprender a falar a criança demonstra uma inteligência prática,
ela age com o ambiente e resolve problemas práticos com ou sem auxílio de
instrumentos (por exemplo, é capaz de utilizar um baldinho para encher água),
mas sem a mediação da linguagem.Vygotsky (1930) chamou esta fase de
estágio pré-lingüístico do desenvolvimento do pensamento.
Quando a criança utiliza a fala como meio de comunicação. Neste
estágio a fala é global, tem múltiplas funções, mas não serve ainda como um
planejamento de seqüência a serem realizadas: não é utilizada como um
instrumento do pensamento. Vygotsky (1930) chamou essa fala de discurso
socializado.
A fala socializada, que era dirigida a um adulto para resolver problemas,
é internalizada, ou seja, a criança passa a solucionar o problema, sozinha.
Vygotsky (1930) chamou esse estágio como discurso interno.
A internalização da fala socializada ajuda á criança solucionar os
problemas, sozinha sem ajuda do adulto. Este estágio foi identificado como
discurso interno.
Agora a fala começa a não ter só a função emocional e comunicativa,
passa a ter a função de planejar. Portanto a fala passa a preceder a ação e
funcionar como auxílio de um plano já concebido, mas ainda não executado.
3. O AMBIENTE COMO PROPAGADOR DA LINGUAGEM
Notadamente, o ambiente vai exercendo, à medida que a criança cresce,
uma influência cada vez maior no seu processo de aprendizado e
conseqüentemente no desenvolvimento da linguagem, principalmente rurais
isoladas, existe uma diferença para as que vivem em áreas urbanas e
suburbanas.
Existe grande discussão no sentido que se refere, ao ambiente da classe
média, comparando ao da classe baixa, diferenças no desempenho, que pode
refletir ou não uma diferença na competência.
Muitos alegam que a diferença não está na competência realmente e
sim na motivação.
Não resta dúvida, que o ambiente no qual uma criança é criada, afeta o
seu desenvolvimento intelectual e lingüístico. Até mesmo o fator nutricional,
conseqüente do ambiente, influi no desenvolvimento infantil.
Em função da sua melhor locomoção e desde que o ambiente (adaptado
as suas necessidades e limitações iguais à faixa etária) lhe favoreça, a criança
desvia um pouco a ligação afetiva com sua mãe e passa a se envolver mais
profundamente com os objetos e outras pessoas, tornando mais rico o seu
aprendizado.
Na medida em que a experiência escolar traz algumas mudanças na
medida em que passa de experiências concretas para o mundo simbólico das
palavras, é essencial que o ambiente escolar esteja todo voltado e equipado,
para esse amplo desenvolvimento.
Crianças criadas e educadas em ambientes mais pobres de estímulos,
tendem a ser mais lentas. As diferenças biológicas e ambientais interagem e se
reforçam mutuamente.
A combinação de estimulação constante, através de material adequado
a objetivos pré-estabelecidos, com controle firme, mas razoável, encorajamento
positivo de independência e uma atmosfera amorosa e calorosa, propiciam a
Educação Infantil, seja efetivado num ambiente físico e emocional, que
favoreça o relacionamento da criança com seus companheiros e dirija essa
mesma criança em direção á abstração.
Para que esse arsenal seja cada vez mais utilizado, é preciso que o
ambiente favoreça essa prática, através de condições muito propícias, ou seja,
estímulo, facilitação, reconhecimento e material de acomodação e de
manipulação com características específicas e próprias para essa de aquisição
de informação e formação de conceitos.
Na medida em que a experiência escolar traz algumas mudanças na
medida em que passa de experiências concretas para o mundo simbólico das
palavras, é essencial que o ambiente escolar esteja todo voltado e equipado,
para esse amplo desenvolvimento.
Crianças criadas e educadas em ambientes mais pobres de estímulos,
tendem a ser mais lentas. As diferenças biológicas e ambientais interagem e se
reforçam mutuamente.
A combinação de estimulação constante, através de material adequado
a objetivos pré-estabelecidos, com controle firme, mas razoável, encorajamento
positivo de independência e uma atmosfera amorosa e calorosa, propiciam a
Educação Infantil, seja efetivado num ambiente físico e emocional, que
favoreça o relacionamento da criança com seus companheiros e dirija essa
mesma criança em direção á abstração.
Para que esse arsenal seja cada vez mais utilizado, é preciso que o
ambiente favoreça essa prática, através de condições muito propícias, ou seja,
estímulo, facilitação, reconhecimento e material de acomodação e de
manipulação com características específicas e próprias para essa de aquisição
de informação e formação de conceitos.
3.1. Descoberta
O objetivo de um bom professor deve ser, de ajudar a criança a se
descobrir, a se expressar e a se liberar.
Ser livre é ser capaz de expressar-se e de expressar seu mundo, as é
ser capaz também de agir, modificando esse mundo.
Aspectos internos e externos atuam em todos os aspectos do
desenvolvimento da criança. A aprendizagem é resultado do efeito, tanto das
características internas, quanto das influências ambientais.
Sem dúvida, este processo de descoberta da linguagem, se dá de
maneira mais rápida, em crianças com as quais se fala mais, além do que,
crianças que passam e têm mais experiências fora de seus lares, também têm
um desenvolvimento mais acelerado. Logicamente que quanto mais
estimulada, quanto mais instigante for o ambiente e quanto mais participativo
for o orientador (pais/professores), melhor será este desenvolvimento.
Levando-se em conta a palavra como instrumento de ação e interação.
Podemos aceitar a teoria, de que esta descoberta se dá primeiramente numa
tentativa de interagir, com o grupo familiar e ser atendida em suas
necessidades básicas.Posteriormente, a descoberta vai se processando
também numa tentativa de se inserir no contexto social do grupo, social
(Educação Infantil). Neste sentido, o objetivo da Educação Infantil, é de
explorar ao máximo este momento, através dos jogos, brincadeiras, narrativas,
acesso a objetos e atividades que favoreçam este processo, facilitando e
adequando todos esses instrumentos à faixa etária da criança, jamais
cercando, ou limitando essa descoberta, através de conceitos e valores
estabelecidos de forma estanque, visando sempre o pleno desenvolvimento da
criança, jamais a deixando sem respostas para seus anseios investigatórios,
muito pelo contrário, incentivando-lhe cada vez mais na direção da aquisição
de seu vocabulário rico, consistente e criativo.
3.2. O grupo
A criança de mais ou menos três anos melhora a cada dia sua
comunicação.
Fala com sentenças, fala com qualquer um que queira escutar e
conversa consigo mesma quando não há ouvinte algum. Gosta de aprender
palavras novas e palavras difíceis.
Aos quatro anos, a linguagem está mais sofisticada, a dramatização
ocupa grande parte de seu tempo, a conversação é evidentemente uma
atividade social e grande parte das conversações são de caráter informativo.
Ela gosta de “brincar” com as palavras.
Como a criança nesta idade está disposta a compartilhar, começa a
esperar a sua vez. Ainda necessita de muito contato com o adulto, mas procura
comportar-se com crescente independência, procura muitas vezes a proteção e
o consolo.
É importante que esse momento da criança no grupo, seja uma
oportunidade de troca de experiências, de tornar-se menos egocêntrica e a
posição que ocupará dentro do grupo, dependerá de seu comportamento para
com as outras crianças, de suas habilidades e suas capacidades.
A linguagem se desenvolve rapidamente á medida que o intercâmbio e a
corporação são imprescindíveis para a convivência em grupo. A estimulação se
dá não só através do professor, mas também da estimulação efetiva do contato
com as outras crianças.
A conversação, sendo uma atividade social, permite que esta
convivência seja uma oportunidade para que as crianças se desenvolvam e
aprimorem seu repertório, trocando informações e experiências e muitas vezes
corrijam padrões lingüísticos errôneos. É importante que este sentimento de
grupo, seja também um facilitador, pois em grupo, as crianças aprendem a
respeito delas mesmas, do mundo e das relações. Aprendem a conviver e a se
comunicar de forma adequada.
No momento que interagem as crianças tornam possíveis aquisições
lingüísticas para todos, com maior ou menor intensidade, variando de vivência,
de temperamento para temperamento, de grupo para grupo, mas
inegavelmente a linguagem tem sempre um ganho inumerável, quando ela é
exercitada em grupo.
3.3. A atuação do professor na linguagem da Educação Infantil
O professor sempre deve ser um atento e sensível, deve ter grande
disponibilidade para preencher espaços vazios. Um exímio observador de
características e diferenças individuais. Deve ter sensibilidade para atuar de
uma forma harmoniosa e ser versátil, conseguindo reverter situações
desfavoráveis. Ser capaz materiais, locais e métodos às necessidades das
crianças sob sua responsabilidade.
A responsabilidade maior do professor da Educação Infantil é procurar
desenvolver a linguagem como base e alicerce de todo o processo
educacional, pois o fato de descobrir o que se quer falar, como falar e saber
ouvir e compreender o que os outros falam, na verdade é uma tarefa tão difícil,
quanto complexa e externamente gratificante.
Não reta dúvida de que esta tarefa exige um profissional preparado,
profissionalmente e emocionalmente.
Dentro deste grau de exigência profissional, está a de que este professor
deve conhecer profundamente a evolução e o desenvolvimento da criança na
faixa etária relativa à Educação Infantil.
Muitas vezes a bagagem profissional não é tão importante da que a
disposição deste professor de ser um desencadeador deste processo de
crescimento firme e seguro de seus propósitos, percebendo a importância da
estrutura lingüística com alicerce da construção deste novo ser pensante e
falante.
3.4 O universo sócio-cultural da criança
É falando e ouvindo que a criança aprende a falar. É lendo e escrevendo
o que falou e ouviu que ela aprenderá a ler e a escrever. Ou seja, o meio que a
cerca exercerá um papel de extrema importância, sendo este o provedor de
experiências e informações para o desenvolvimento global desta criança.
Qual é a coisa mais difícil de ser ensinada, mais difícil de ser aprendida, quem ensina não sabe que está ensinando, quem aprende não sabe que está aprendendo e, ao final, a aprendizagem acontece sempre? É a linguagem. Não existe nada, absolutamente nada, que se compare á linguagem em complexidade. No entanto, sem que haja qualquer ensino formal, sem que os que ensinam a falar - pai, mãe, tio, avô, irmãos - tenham tido aulas teóricas sobre a formação da linguagem, as crianças aprendem a falar (ALVES, 2003, p.4 8).
O meio em que a criança está inserida, tem estreita ligação com seu
desenvolvimento, logo se ela vive em contexto rico de informações, com
possibilidade de diferentes experiências e recursos, com estímulos variados,
com certeza essa criança se encontre em um ambiente pobre de informações,
privada de experiências e estímulos, encontrará com certeza maiores
dificuldades e limitações no seu desenvolvimento.
O universo sócio-cultural da criança, seu modo de falar, pensar, agir, se
relacionar com as pessoas e as coisas deverá estar sendo respeitado e
considerado pala escola, para que não entrem em conflito as duas realidades,
ou seja, a da escola e a do grupo social em que está inserida. Sendo assim, é
necessário que a escola tenha conhecimento do contexto social de sua
clientela para que busque minimizar a privação de estímulos, ou seja, tentar
suprir as necessidades, já que como foi dito anteriormente, o meio exerce
papel determinante no desenvolvimento da criança. ” Não os quero obrigar a
serem iguais a todos e não quero negar-lhes a possibilidade de existirem como
pessoas e conscientes”(ALVES, 2003, p. 74).
É de grande importância que a escola e o professor valorize o aluno, o
que ele sabe, o que ele é em fim tudo o que este aluno traz de bagagem de
experiências. O professor deve buscar atender as necessidades dos alunos,
logo trazendo para a sala de aula assuntos que façam parte do mundo destas
crianças, ou que despertem a curiosidade das mesmas, pois desta forma se
tornará mais fácil e mais concreto o aprendizado da noção dada. Além disso,
valorizar o aluno e o mundo em que ele vive, fará aumentar sua autoconfiança
e sua auto-estima. Tornando mais receptivo e mais capaz de interagir. ”...
escola é construída no respeito e interajuda aluno-aluno, aluno-professor,
professor-professor, família-professor, respeito por todos os saberes e atitudes,
de todos, igualmente”(ALVES, 2003, p. 71).
Trabalhando desta maneira, o professor terá maior conhecimento não só
da turma, mas de cada aluno individualmente, saindo da posição de dono
absoluto do saber e transferindo-se para o papel de ouvinte, demonstrando-se
realmente interessado naquilo que se possa na classe e na vida de seus
alunos, facilitando o processo de aquisição da linguagem como forma de
interação social, processo vital e dinâmico, fazendo com que os alunos
desenvolvam sua capacidade de expressão na escola e na vida como um todo.
3.5 O uso das diversas linguagens
Além da linguagem propriamente dita, existem outras formas de
linguagem, as quais devem ser muito exploradas na fase da Educação Infantil,
pois não só facilitam o desenvolvimento da própria linguagem, como
desenvolvem diversas outras capacidades. “O falar vai colado á experiência
que está acontecendo no presente. Somente aquilo que é vital é aprendido”.
(ALVES, 2003, p. 48).
Usamos a linguagem em diferentes momentos da nossa vida. Para
melhor desenvolver essa linguagem, podemos utilizar campos de interesses
diversificados.
Por este motivo é extremamente importante o uso de outras formas de
linguagens podemos destacar diversas atividades como: Arte; Música;
Excursões e etc.
3.5.1. Arte
A arte permite à criança expressar-se no período que ela ainda não tem
domínio de sua linguagem verbal.
Nas atividades artísticas, a criança tem a sua disposição uma infinidade
de escolhas possíveis exclusivamente suas, como escolher a cor que vai usar;
o que vai modelar; o tamanho de seus desenhos e objetos confeccionados e
assim por diante, Essas escolhas permitem a criança expressar um pouco dos
seus desejos e desenvolvem a capacidade e escolher e decidir e
principalmente aumenta sua autoconfiança.
O mais importante em uma atividade artística é permitir que a criança
experimente, faça sujeira, se lambuze e garanta o seu direito de escolher.
A construção de acervo de sucatas na sala de aula pode envolver toda a
escola e, principalmente, as famílias dos alunos. Segundo Weiss (1989), o
professor pode montar um sucatário com as sucatas trazidas pelos alunos,
através de campanhas de arrecadação. Essas campanhas podem ser a parte
mais rica na construção do acervo.
O brinquedo de sucata, só pode acontecer com ação da própria criança,
permite que desvenda, re-classifique, pois é um objeto que possui inúmeros
significados que não são óbvios nem estão evidentes. Portanto, será a criança
quem irá descobrir no que poderá se transformar aquela sucata que tem em
suas mãos.
O professor não deve julgar os trabalhos infantis pelos padrões adultos e
sim permitir que a criança se expresse da forma que optar, sendo assim o
professor deve demonstrar interesse e elogiar o desempenho dos alunos em
realizar algo.
Entre as atividades artísticas podemos destacar as principais como:
„ A pintura
„ Recorte e colagem
„ Modelagem (massa de modelar, gesso, argila, etc...).
„ Atividades de montagem com sucata (caixas, canudos, palitos,
retalhos de pano, botões, chapinhas, fitas papel picado, etc...).
3.5.2. Música
A educação musical do ponto de vista pedagógico, tem buscado
renovar-se, priorizando a atividade e a participação do aluno, aprender
fazendo. A educação musical ativa, desencadeia na criança a alegria de fazer
música em conjunto, contribuindo assim, para a sua socialização. É fazendo
música que a criança se torna sensível aos elementos musicais: melodia, ritmo,
harmonia, forma, timbres e movimento(tempos rápidos, médios e lentos).
Para as crianças na fase da Educação infantil, a música pode
representar mais do que simplesmente ouvir e cantar. As atividades com
música devem oferecer diferentes tipos de música, sons, ritmos e temas.
Durante estas atividades é importante que se explore a movimentação
corporal, a dramatização e a liberdade de expressão.
O cantar auxilia no desenvolvimento da capacidade de emitir e conhecer
sons. Ás vezes quando se fala em música na Educação Infantil, trabalha-se
com cantigas de roda e canções populares (canções folclóricas).É importante
que se trabalhe com músicas de letras simples e ritmos primários. E também
que as músicas abordem assuntos do universo infantil.
O trabalho com música propicia o desenvolvimento da coordenação
motora (ampla e fina), o ritmo, a percepção auditiva, a memória auditiva e
enriquecimento do vocabulário. Durante as atividades musicais, o professor
deve lembrar-se de explorar a dança, permitindo as crianças que se
movimentem livremente acompanhando o ritmo da música.
Outra forma de trabalhar e incentivar a formação de uma bandinha,
permitindo aos alunos o contato com diferentes instrumentos musicais. É
preciso não esquecer, no entanto, que todo instrumento deve estar ligado ao
instrumento fundamental que é o corpo humano, o qual busca exteriorizar-se
através da voz da ação e do jogo. O canto nasce a palavra e ela, por sua vez,
expressa-se sob a forma de canto e ao mesmo tempo sob a forma de
movimento. As mãos põem-se a bater um instrumento ou partes do próprio
corpo, os pés marcam o ritmo, enquanto a voz desenvolve a melodia.
Com isso queremos acentuar que o uso de instrumentos não substitui o
trabalho vocal e corporal. Ao contrário, os primeiros instrumentos que se
devem desenvolver e aprender a usar como meio de expressão musical são a
voz e o corpo. O canto ocupa o primeiro lugar na educação musical e os
instrumento vêm para ajudar a enriquecer a expressão vocal.
A criança deve sentir e viver a música antes de aprende-la
intelectualmente e, a partir de suas percepções, ir adquirindo progressivamente
os conceitos que constituirão a base do seu pensamento musical.
O uso da música em escolas infantis tem revelado sua importância
singular, através de canções, vive, explora o meio circundante e cresce, do
ponto de vista emocional, afetivo e cognitivo, cria e recria situações que ficaram
gravadas em sua memória e que poderão ser reutilizadas quando adultos.
Segundo Weigel (1988), criar é o ato de originar alguma coisa. Ser
criativo é viver adaptando formas de expressão ás necessidades da vida. O
processo criativo está em desenvolvimento quando somos capazes de criar ou
recriar determinada situação com o qual nos deparamos.
Enfim, através da música o professor pode trabalhar diferentes
habilidades e abordar diversos assuntos.
3.5.3. Excursões
As excursões compõem um recurso que facilita a aprendizagem e
promove a socialização e o desenvolvimento da linguagem. Mas, acima de
tudo, faz-se necessário que as excursões sejam inseridas no processo
educacional e não apenas consideradas como passeio.
A excursão tem um caráter lúdico ou estão destinadas á ilustração de
conceitos construídos anteriormente em aula. Nelas se atendem numerosos
objetivos importantes para a formação dos alunos, especialmente da esfera
dos valores, ao coloca-los em contato com a natureza,o que permite
estabelecer relações mais livres entre todos os excursionistas.
Na idade da Educação Infantil as crianças começam a se interessas
mais intensamente pelo mundo que as rodeia e exatamente por isso, que as
crianças demonstram segurança, confiança e bem adaptadas ao seu grupo de
escolar. Neste momento o professor iniciará o trabalho com passeios e
excursões, ampliando assim o horizonte destes alunos.
Na realização de uma excursão é importante um bom planejamento,
uma discussão com as crianças quanto ao destino do passeio, o que podemos
ver e fazer durante o mesmo, alertando-as quantas coisas interessantes, que
devem ser observadas para que não passem desapercebidas.
Também é muito válido que antes da excursão, o professor mostre
gravuras ou conte uma história que se relacione com o passeio, motivando-as
sobre o assunto a ser trabalhado.
O professor deve estabelecer regras claras e rígidas quanto à segurança
antes da realização da excursão.
4. AS ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
Os antecedentes de um simples atraso no aparecimento da linguagem
falada ou no seu lento desenvolvimento podem incluir também fatores
ambientais, tais como: tipos reduzidos ou inadequados de estimulação verbal,
recompensas inadequadas para o comportamento verbal, tentativa de
adivinhação do que a criança quer por parte dos pais não permitindo que ela se
expresse, etc...
Além dos fatores ambientais, também devem se consideradas
diferenças no desenvolvimento entre uma criança e outra de mesma idade,
como exemplo a diferença no desenvolvimento motor, da fala, da cognição,
etc...
Existem muitas vezes o que os especialistas chamam de imaturidade
simples de linguagem, a qual é superada no decorrer do processo de
desenvolvimento da criança.
Nesta fase da Educação Infantil as alterações mais comumente
encontradas são as Dislalias e as Disfemias (gagueira).
4.1. Dislalias
Essa alteração é uma alteração na pronúncia que pode se apresentar
em várias modalidades. Na dislalia não exista nenhuma lesão neurológica, são
apenas órgãos fonoarticulatórios que realizam mal a sua tarefa.
Ela pode ser ocasionada por vários fatores, como: por imaturidade da
musculatura destes órgãos fonoarticulatórios, por imitação de outra criança, por
ouvir mal, por fator emocional (por exemplo, quando a criança já falava
corretamente e com a chegada de um novo irmão torna a ter uma fala
alterada).
Existem várias formas de dislalia, por exemplo:
Dislalia por omissão → quando a criança omite um som, um fonema da
palavra. EX: ``avalo`` ao invés de ``Cavalo``.
Dislalia por troca → quando a criança substitui um som, um fonema por
outro. EX: ``Eu telo`` ao invés de ``Eu quero``.
Dislalia por distorção → não há troca, nem omissão, mas a pronúncia do
fonema encontra-se distorcida, modificada. EX: Quando a criança fala
``sapato`` no momento de emitir /s/ projeta a língua entre os dentes incisivos.
Muitas vezes, independente de que tipo de dislalia a criança apresente,
só será manifestada na fala espontânea e não na fala repetida, ou em ambas.
Agora é muito importante que se observe à criança, pois existe também
a dislalia fisiológica, que é aquela que a criança pronuncia as palavras de
forma alterada apenas por imaturidade dos seus órgãos fonoarticulatórios, ou,
seja, com o decorrer do tempo essas alterações irão desaparecer sem que
necessite de um tratamento para isso. Logo é normal que um a criança entre
em três e quatro anos tenha fonemas alterados, mas caso esta alteração
persista, é necessária uma avaliação de uma avaliação de um profissional
especializado, ou seja, um fonoaudiólogo para que a criança realize uma
fonoterapia e a família seja orientada quanto ao problema.
4.2. Disfemias
As disfemias são conhecias como gagueira, e esta alteração na
linguagem falada nada mais é que uma falha na fluência.Porém, assim como a
dislalia, a disfemia também pode ser fisiológica, ou seja, normal. É importante
que se saiba que existe uma gagueira perfeitamente normal a gagueira
fisiológica.
Assim como é natural que a criança quando começa a andar, tropece e
caia, é natural que a criança “tropece” ao falar também. Agora é muito
importante que a gagueira fisiológica, os pais e professores encarem como
uma etapa transitória de aprendizado e automatização, ao invés de convertê-la
numa castigante, penosa e humilhante gagueira definitiva.
Infelizmente, existem muitas fantasias e preconceitos em relação à
gagueira, e que acabam indiretamente contribuindo para sua permanência, já
que o fator emocional representa o papel importante nestes quadros.
Existem três grupos de disfemias: a Tônica, a Clônica e a Mista. Já que
aquela a qual estamos discutindo, é apenas fase, não entrará na classificação
das disfemias, ou seja, a disfemia fisiológica é um caso a parte.
Na maioria das vezes, as pessoas portadoras de disfemia possuem
saúde, inteligência e todos os outros aspectos do desenvolvimento normais.
Sanguedo (1980) afirma que, dentre os distúrbios da palavra ou da fala,
a gagueira é o que tem maior número provável de causa isolada: transtornos
emocionais, hereditariedade, meio ambiente, canhotismo contrariado,
alterações da coordenação motora e do ritmo, insuficiência línguo-especulativa.
No caso das crianças em fase da Educação Infantil, que gaguejam, a
grande diferença entre estas e aquelas que não gaguejam, é o rótulo. Ou seja,
enquanto alguns pais consideram a gagueira fisiológica uma fase normal.
Outros se alarmam, providenciam correrias de um consultório a outro, ouvem
todos os vizinhos, consultam familiares, realizam tudo aquilo que não se deve
ser realizado, e com isso, esses pais se preocupam de tal forma com a maneira
de falar de um menino que ainda está exercitando, “tropeçando”, procurando a
palavra, que não percebem que estão criando inúmeras dificuldades a seu
próprio filho.
Os pais aflitos não levam em conta as circunstâncias, não verificam
como a maioria das crianças da mesma idade se encontram na mesma
situação, não pesam inúmeros fatores como: inteligência, saúde,
desenvolvimento motor e social. E simplesmente só enxergam o alarme que
indica uma pequena alteração na fala de seu filho. Os pais não compreendem
a imensa dificuldade em organiza-las dentro das limitações da idade, e que
acaba esquecendo seus próprios tropeços quando tenta dizer meia dúzia de
frases em um outro idioma que não domina.
4.3.Dislexia
A dislexia é uma é uma dificuldade no aprendizado da leitura e da
escrita. Os principais sinais são a dificuldade de escrever, a inversão de letras
e a leitura lenta, em que o aluno pronuncia uma sílaba por vez. Uma
característica bastante comum é a troca de fonemas semelhantes - b por p, f
por v – ou de letras visualmente parecidas - q por p, d por b, m por n. Também
pode acontecer de aluno omitir ou repetir letras.
Para identificar um disléxio é preciso observar se ele tem uma
aprendizagem normal nas outras disciplinas. Mas, algumas crianças podem
apresentar também baixo rendimento em Matemática, o que complica o
diagnóstico. Quase 60% dos disléxios têm discalculia, que se traduz em
dificuldades com os cálculos ou na memorização da tabuada, por exemplo.
O distúrbio não impede ninguém de aprender. Em geral, os disléxicos
são pessoas criativas e não é raro possuírem inteligência acima da média.
Muitos se destacam na área das ciências, artes cênicas e plásticas, esporte,
música e etc.
É preciso entender que uma criança em processo de construção da
escrita naturalmente apresenta dificuldades no traçado das letras, até domina-
lo corretamente. Durante esse período, o professor deverá orientar os alunos a
realizarem adequadamente a escrita para evitar a permanência de traçados
incorretos e conseqüentemente, a disgrafia.
Como causa prováveis da disgrafia os distúrbios de motricidade ampla e,
especialmente, fina, os distúrbios de coordenação visomotora, a deficiência da
organização temporespacial e direcionalidade e o erro pedagógico.
Mesmo talentosos os disléxicos costumam ser rotulados de preguiçosos
ou apontados como problemáticos, o que pode causar outros danos, do ponto
de vista emocional.
Nesse ponto, o apoio da escola e da família é fundamental, os
professores podem oferecer aos disléxios mais atenção. O mais importante é
entender as reais dificuldades do aluno e acompanhar d perto seu processo de
aprendizagem.
O papel do professor é primordial, pois muitas vezes, através de
observação e dedicação é que muitos problemas de aprendizagem poderão ser
detectados precocemente e receber uma orientação adequada, seja em termos
de profilaxia ou encaminhamento da criança a uma instituição especializada.
CONCLUSÃO
Falar na verdade, é uma verdadeira façanha, que requer uma série de
pré-requisitos. A Educação Infantil tem esse compromisso com a criança, no
sentido de proporcionar-lhe todas as oportunidades para que sua linguagem se
desenvolva de uma forma prazerosa e harmoniosa.
Para que a linguagem na Educação Infantil consiga se tornar um
verdadeiro alicerce para o aprendizado futuro, é necessário que um conjunto
de fatores se unam, mas primordialmente, é necessário que haja um bom
professor, comprometido com esse desafio, que consiga adaptar seus
objetivos, tornando-o mais coerente com determinados princípios lingüísticos,
mais adequados à realidade sócio-cultural do grupo.
Palavras só ganham valor social, quando estão inseridas em frases, que
por sua vez, estão inseridas em situações sociais concretas e o professor, deve
estar atento aos aspectos característicos de cada uma dessas crianças, do
grupo em si e do grupo no contexto social.
Linguagem é a parte imprescindível para a relação ou inter-relação
escola p vida, de modo que a criança possa lidar com a palavra da forma mais
criativa e afirmativa, usando-a como instrumento de ação e interação social e
que dessa interação surja o discurso, não só como transmissão de informação,
mas como uma ferramenta utilizada na construção de um eu melhor,
participativo, numa sociedade melhor. Para BLOCH (1981, p.107) “Foi à
palavra que humanizou o homem. Saber falar e saber ouvir é tornar-se mais
humano”.
A esta altura o leitor já deve ter verificado se este cumpriu sua finalidade
de alertar a escola e a família, acerca dos problemas da linguagem.
Obviamente, com um conhecimento maior sobre o assunto focalizado, a família
e os educadores poderão colaborar em suas soluções, realizando uma,
profilaxia eficaz.
Com a análise do desenvolvimento da aprendizagem observada, no primeiro
capítulo, enfatiza-se o uso do ouvir, do falar, do faz –de –conta, da história,
como uma proposta de enriquecimento do vocabulário, das regras gramáticas,
dos hábitos lingüísticos e desenvolver a atenção.
Conforme o conceito visto no segundo capítulo a relação entre o
pensamento e da linguagem, passa por várias mudanças ao longo da vida do
indivíduo. Neste capítulo informa-se o ponto de discórdia entre os dois teóricos
que a monografia destacada, Piaget e Vygotsky, para Piaget a fala egocêntrica
o discurso seria uma transição entre os estados mentais individuais, não
verbais e para Vygotsky o discurso socializado e o pensamento lógico. Piaget
postula uma trajetória de dentro para fora, enquanto Vygotsky considera que o
percurso é de fora para dentro do indivíduo.
O terceiro capítulo deduz, que o ambiente exerce uma grande
importância que influência muito, no processo do desenvolvimento da
linguagem, como também, o uso das diversas linguagens, como a arte (pintura,
recorte e colagem, modelagem, sucatas...), músicas e excursões, concluindo o
mérito que o lúdico é primordial para á aquisição da linguagem.
Conclui-se no quarto capítulo que, para que as alterações da linguagem
sejam prontamente detectadas é fundamental, o apoio da escola e da família.
Pois o mais importante é entender as reais dificuldades do aluno e acompanhar
de perto seu processo de aprendizagem. A proposta deste capítulo é de ajudar
o leitor a identificar os problemas, reconhecer a gravidade e tomar as
providências para a cura, encaminhando para o especialista que estará apto a
avaliar o tratamento adequado a cada caso. A atuação do professor deve ser
sensível para atuar de forma harmoniosa e versátil, assim conseguirá reverter
situações desfavoráveis, além de adaptar materiais, locais e métodos às
necessidades das crianças.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALENCAR, Eunice M. L. Soriano. Psicologia da criatividade. Porto Alegre; Artes
Médicas. 1985.
ALFREDO. Jerusalinskky e colaboradores Arte e Ofícios. Psicanálise e
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ALVES, Rubem A escola que sempre sonhei sem imaginar que pudesse
existir.São Paulo: 5° ed. Papirus Campinas,2003.
BLOCH, Pedro. Voz e fala da criança (no lar e na escola). Rio de Janeiro: 2°
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GALVÃO, Izabel. Henri Wallon Uma concepção dialética do desenvolvimento
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OLIVEIRA, Z. de M. R. de Et alli, Creches; Criança faz de conta. Petrópolis, Rio
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PIAGET, J., Le langage at la pensée chez l’enfant. Neuchâtel-Paris, Delachaux
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REGO, Teresa Cristina. Vygotsky Uma perspectiva Histórico-Cultural da
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SANGUEDO, Denise Conte. Ajude seu filho a falar melhor. Fonoaudiologia
prática Editora Tecnoprint Ltda, 1980
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VYGOTSKY, L. e Lúria A., “The Function AND OF Egocentric Speech”.
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WEIGEL, Ana Maria Gonçalves. Brincando de música. Porto Alegre: Kuarrup,
1988.
ANEXO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESNVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
_____________________________________________
ATIVIDADE EXTRA-CLASSE
____________________________________________
Declaramos haver recebido o aluno
(a)_____________________________________________________________
__________________________________________ que visitou nossa
sede,tendo______________________________________________________
________
(atividade desenvolvida)
Rio de Janeiro, de de 2003.
_______________________________________
Assinatura do responsável
Carimbo da Instituição
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESNVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
_____________________________________________
ATIVIDADE EXTRA-CLASSE
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Declaramos haver recebido o aluno
(a)_____________________________________________________________
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(atividade desenvolvida)
Rio de Janeiro, de de 2003.
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DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
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Rio de Janeiro, de de 2003.
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DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
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sede,tendo______________________________________________________
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(atividade desenvolvida)
Rio de Janeiro, de de 2003.
_______________________________________
Assinatura do responsável
Carimbo da Instituição
ÍNDICE
INTRODUÇÃO..................................................................................................07
1. DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM......................................................10
1.1. relação entre o desenvolvimento da linguagem e outros aspectos do
desenvolvimento infantil.............................................................................11
1.2. Falar e ouvir.......................................................................................12
1.3.A importância do faz-de-conta no desenvolvimento linguagem.........14
1.3.1. História.......................................................................................15
2.PENSAMENTO E FALA.................................................................................17
2.1. A teoria de Piaget sobre o pensamento e a linguagem......................18
2.2. A teoria de Vygotsky sobre o pensamento e a linguagem.................20
3. O AMBIENTE COMO PROPAGADOR DA LINGUAGEM.............................22
3.1. Descoberta.........................................................................................24
3.2. O grupo..............................................................................................25
3.3. A atuação do professor na linguagem da Educação Infantil.............26
3.4. O universo sócio-cultural da criança...................................................27
3.5. O uso das diversas linguagens..........................................................29
3.5.1. Arte...............................................................................................29
3.5.2. Música..........................................................................................31
3.5.3. Excursões.....................................................................................33
4. AS ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL................35
4.1. Dislalia..................................................................................................36
4.2.Disfemias................................................................................................37
4.3.Dislexia...................................................................................................39
CONCLUSÃO....................................................................................................41
BIBLIOGRAFICA...............................................................................................43
ANEXO..............................................................................................................44
ÍNDICE...............................................................................................................48
FOLHA DE
AVALIAÇÃO............................................................................................50
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Pós-graduação “Lato Sensu”
Titulo do livro: A importância do desenvolvimento da linguagem na Educação
Infantil.
Data de entrega: março 2004
Avaliação:
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Avaliado por: Prof. Ms. Nilson Guedes de Freitas Grau :________________
Rio de janeiro, 20 de março de 2004.