a importÂncia da qvt no desempenho intelectual: o diferencial das empresas de tecnologia

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CENTRO PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE TATUÍ CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO FERNANDO MINO DANTAS MARIA NAISA DE SOUSA PAULO HENRIQUE FERRARI MANTUANELI A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA. Tatuí/SP 2º Semestre/2015

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Page 1: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

CENTRO PAULA SOUZA

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE TATUÍ

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM

GESTÃO EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

FERNANDO MINO DANTAS

MARIA NAISA DE SOUSA

PAULO HENRIQUE FERRARI MANTUANELI

A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL:

O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA.

Tatuí/SP

2º Semestre/2015

Page 2: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

FERNANDO MINO DANTAS

MARIA NAISA DE SOUSA

PAULO HENRIQUE FERRARI MANTUANELI

A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL:

O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA.

Trabalho de Graduação apresentado à banca examinadora da Faculdade de Tecnologia de Tatuí, como exigência para obtenção do grau de Tecnólogo em Gestão de TI, sob orientação do Prof. Eng. Helder Boccaletti.

Tatuí/SP

2º Semestre/2015

Page 3: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

FERNANDO MINO DANTAS

MARIA NAISA DE SOUSA

PAULO HENRIQUE FERRARI MANTUANELI

A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL:

O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA.

Trabalho de Graduação apresentado à banca examinadora da Faculdade de Tecnologia de Tatuí, como exigência para obtenção do grau de Tecnólogo em Gestão de TI, sob orientação do Prof. Eng. Helder Boccaletti.

( ) APROVADO ( ) REPROVADO

Com Média ____________

Tatuí, ______ de Dezembro de 2015.

_____________________________ Prof. Eng. Helder Boccaletti. FATEC – TATUÍ _____________________________Profa.Fernanda Ceciliato Mayer FATEC – TATUÍ _____________________________Prof. Osvaldo D‟Estafano Rosica FATEC – TATUÍ

Page 4: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

Dedicamos esse trabalho primeiramente a

Deus por nos amparar em todos os

momentos e a todas as pessoas que nos

apoiaram e contribuíram na elaboração

desse trabalho.

Page 5: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

AGRADECIMENTOS

Agradecemos as empresas que nos disponibilizaram os recursos necessários

para a conclusão deste estudo, em ressalta para a empresa ClearSale que nos

cedeu a visita a sua sede e que nos disponibilizou a entrevista com a gerente de

recursos humanos Sra. Roberta Lucio, e agradecemos aos demais entrevistados

sendo eles, Alexandre Teixeira, Antônio Carlos, ao representante da empresa X.

E também ao Sr Anderson Luiz de Souza e Henrique Braga Martins, que nos

auxiliaram no contato com a ClearSale. Em especial, agradecemos ao nosso

orientador Helder Boccaletti, que nos orientou com muito carinho e dedicação e que

sem sua ajuda não chegaríamos aonde chegamos, a você o nosso muito obrigado.

Page 6: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

“Ninguém vai bater mais forte do que a

vida. Não importa como você bate e sim o

quanto aguenta apanhar e continuar

lutando; o quanto pode suportar e seguir

em frente. É assim que se ganha”

Sylvester Stallone.

Page 7: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

RESUMO

A procura por um ambiente de trabalho melhor e que incentive os funcionários a

desenvolver sua capacidade intelectual tem sido cada vez mais evidenciada nas

empresas, principalmente nas de tecnologia. Com isso, este trabalho tem o objetivo

de evidenciar como a qualidade de vida no trabalho tem influência no desempenho

dos funcionários, tanto nas empresas de tecnologia quanto nas de outros setores,

verificando o que é oferecido, o ambiente que surge nessas empresas e como isso

auxilia na contratação de novos funcionários e na retenção de talentos. Para

comprovar estas questões, realizamos uma pesquisa de caráter exploratório por

meio de um estudo de caso com os funcionários de duas empresas de segmentos

distintos. Em virtude disto, observa-se a necessidade de um maior sentimento

humano para com os funcionários, que buscam não somente melhores salários, mas

condições melhores de trabalho, e desta forma se auto realizar em suas funções e

alcançar uma satisfação espiritual. Portanto, o referido trabalho procura comprovar

que um modelo adequado de gestão pode ser um diferencial para as empresas,

auxiliando na retenção e contratação do capital humano, que está atrelado ao capital

intelectual, demonstrando que investir em qualidade de vida resultará em uma

melhora do capital intelectual, e isso não é um fator exclusivo de empresas de

tecnologia, já que a qualidade de vida no trabalho acarreta em uma melhor

produtividade da empresa de outros setores também.

Palavras-chave: Qualidade de vida no trabalho, empresas de tecnologia, ambiente

de trabalho, funcionários.

Page 8: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

ABSTRACT

The search for a better work environment, which encourages employees to develop

their intellectual capacity, has been increasingly evident in companies, especially in

technology companies. Thereby, this work aims to show how the quality of working

life has influence on the performance of employees, both in technology companies

and other industries by checking what is offered and the environment that arises in

these companies, and how it helps in recruiting new employees and retaining talent.

In order to prove these issues we conducted a survey of exploratory character

through a case study with the employees of two companies from different segments.

Because of this it was observed the pursuit of a greater human feeling for employees

who seek not only better wages, but better conditions of work, and in this way self-

fulfill in their duties and achieve spiritual satisfaction. Therefore, this paper seeks to

prove that an appropriate management model can be a differentiator for companies,

assisting in the retention and recruitment of human capital, which is tied to intellectual

capital, demonstrating that investing in quality of life will result improvement of

intellectual capital, and this is not an exclusive technology companies factor, since

the quality of working life brings in better productivity of companies in other sectors

as well.

Keywords: Quality of Working Life, technology companies, work environment,

employees.

Page 9: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 11

1.1 JUSTIFICATIVA............................................................................................... 12

1.2 OBJETIVOS..................................................................................................... 13

1.2.1 Objetivos Gerais............................................................................................. 13

1.2.2 Objetivos Específicos.................................................................................... 13

2 A GESTÃO DA QVT APLICADA NAS EMPRESAS...................................... 15

2.1 A ORIGEM DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO................................. 15

2.2 A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO....................................................... 16

2.3 O ENDOMARKETING..................................................................................... 18

2.4 AS ORGANIZAÇÕES E A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO................ 19

3 INFLUENCIA DO AMBIENTE DE TRABALHO NA MOTIVAÇÃO,

ATRAÇÃO E RETENÇÃO DE FUNCIONÁRIOS............................................ 25

3.1 MOTIVAÇÃO.................................................................................................... 25

3.1.1 Teoria Dos Dois Fatores De Frederick Herzberg........................................ 26

3.1.2 A Motivação Do Funcionário......................................................................... 27

3.1.3 Liderança Motivacional................................................................................. 30

3.2 ATRAÇÃO E RETENÇÃO DE FUNCIONÁRIOS............................................. 34

3.3 A QVT VISANDO A BUSCA DA AUTO REALIZAÇÃO HUMANA................... 37

3.3.1 Teoria Da Auto Realização De Abraham Maslow........................................ 40

4 INFLUÊNCIA DAS GERAÇÕES NA VISÃO DO AMBIENTE DE

TRABALHO..................................................................................................... 42

4.1 GERAÇÕES NO MERCADO DE TRABALHO................................................. 42

4.1.1 Geração Tradicionalista................................................................................ 42

4.1.2 Geração Babyboomer.................................................................................... 43

4.1.3 A Geração X.................................................................................................... 43

4.1.4 A Geração Y.................................................................................................... 44

4.1.5 A Geração Z.................................................................................................... 45

4.2 A QVT NA VISÃO DAS GERAÇÕES X, Y e Z................................................. 46

5 ANÁLISE DA QVT DE EMPRESAS DE TI E DE ALGUNS OUTROS

SETORES........................................................................................................ 49

5.1 EXEMPLOS DE EMPRESAS.......................................................................... 51

5.2 A QVT E A CRISE ECONÔMICA.................................................................... 52

5.3 IMPLANTAÇÃO DA QVT................................................................................. 56

6 METODOLOGIA.............................................................................................. 61

7 ESTUDO DE CASO......................................................................................... 62

Page 10: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

7.1 EMPRESA X.................................................................................................... 62

7.1.1 Ambiente De Trabalho Da Empresa X.......................................................... 62

7.2 EMPRESA CLEARSALE................................................................................. 66

7.2.1 Visita a ClearSale........................................................................................... 68

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 75

REFERÊNCIAS............................................................................................... 78

APÊNDICE A................................................................................................... 87

APÊNDICE B................................................................................................... 91

APÊNDICE C................................................................................................... 93

APÊNDICE D................................................................................................... 97

APÊNDICE E................................................................................................... 101

APÊNDICE F................................................................................................... 102

APÊNDICE G................................................................................................... 103

APÊNDICE H................................................................................................... 104

Page 11: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01 Ambiente de Trabalho da Totvs............................................................... 21

Figura 02 Área de Descanso da Google.................................................................. 21

Figura 03 Escorrega do Google............................................................................... 22

Quadro 04 Fatores de Satisfação e Insatisfação....................................................... 27

Figura 05 Visão Estratégica..................................................................................... 29

Figura 06 Frase de E.M. Kelly................................................................................. 31

Figura 07 Diferença entre chefe e líder................................................................... 32

Figura 08 Dicas para contribuir com o ambiente de trabalho.................................. 38

Figura 09 Quadro comparativo de horas trabalhadas semanais............................. 39

Figura 10 Pirâmide das Necessidades.................................................................... 40

Figura 11 Necessidades Humanas.......................................................................... 41

Figura 12 Crise Econômica...................................................................................... 54

Figura 13 QVT para as Empresas........................................................................... 56

Figura 14 Pressupostos para implantação da QVT................................................. 57

Figura 15 Área de Lazer para os funcionários......................................................... 63

Figura 16 Mesa de Pebolim..................................................................................... 64

Figura 17 Restaurante para os Funcionários da Empresa...................................... 64

Figura 18 Área de Descanso para os Funcionários................................................. 65

Figura 19 As Melhores Empresas para você trabalhar............................................ 66

Figura 20 Roberta Lucio com os prêmios GPTW.................................................... 67

Figura 21 Sala Interativa ......................................................................................... 68

Figura 22 Sala da Inovação..................................................................................... 69

Figura 23 Palestra desenvolvida pelos funcionários................................................ 69

Figura 24 1º Dia da Inovação.................................................................................. 70

Figura 25 Mesa de Tênis de mesa.......................................................................... 71

Figura 26 Fotos nas paredes de separação............................................................ 72

Page 12: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

11

1 INTRODUÇÃO

Muitas empresas dos mais diversos setores estão percebendo que a

qualidade de vida dos funcionários no ambiente de trabalho é um fator fundamental

para obter melhores resultados, e em função disso deve ser valorizada pelos

gestores. Quando isso ocorre, os colaboradores tendem a melhorar o desempenho

em suas funções.

Para empresas onde o foco é a inovação, não se pode adotar medidas

ultrapassadas de gestão, é preciso inovar sempre, uma vez que a satisfação do

cliente é uma consequência da qualidade do produto que a empresa oferece. Em

grande parte das empresas de tecnologia, o produto oferecido ao cliente é

intelectual, isso faz com que a procura por inovação com qualidade seja ainda maior.

Nesse sentido, as empresas podem considerar que o investimento em

qualidade de vida no trabalho é algo importante para o desempenho de seus

colaboradores, principalmente nas empresas de tecnologia, que dependem

diretamente da capacidade de inovação e da criatividade de seus colaboradores.

Apesar desse diferencial, a gestão voltada para a qualidade de vida no ambiente de

trabalho não é um fator exclusivo de empresas de tecnologia, empresas de outros

setores também percebem um grande retorno ao investir nesse modelo de gestão.

Analisando a forma de gestão onde é adotada a qualidade de vida no

trabalho, e como ela tem influência no ambiente da organização, em relação a

motivação e retenção de colaboradores, assim como na atração de novos

funcionários que desejam trabalhar na empresa, observa-se que a qualidade de vida

no trabalho consegue proporcionar para a empresa diversos benefícios, por fazer

com que os funcionários tenham maior pró-atividade, criatividade e disponibilidade

de praticar essas atividades dentro da organização, tornando-os mais eficientes e

eficazes.

Segundo Almeida (2014), uma empresa ao proporcionar qualidade de vida

para seus funcionários, acaba agregando muitos benefícios para ambas as partes:

os colaboradores se sentem mais motivados, reconhecem que a empresa está

preocupada com o seu bem-estar, e isso acaba aumentando a produtividade,

reduzindo custos com relação às doenças de trabalho, estreitando o relacionamento

interpessoal dentro da empresa, com isso facilitando os processos internos da

Page 13: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

12

organização, e assim proporcionando um maior aperfeiçoamento profissional, que

acaba revertendo numa equipe com melhor formação profissional.

O sistema focado em cargos e remuneração é cada vez mais ineficiente. Hoje, as empresas valorizam seu capital intelectual. O executivo acredita que o principal desafio é ter lideres competentes, que gostem das pessoas e conheçam os fatores que motivam o comprometimento com a organização (CHELOTTI, 2009).

O trabalho aborda a gestão da qualidade de vida no trabalho aplicada nas

empresas onde o foco principal são as pessoas, a origem e sua contribuição, como

é visto o endomarketing e como ele atua na organização, demostrando como esse

modelo é de grande importância para a organização atingir seus objetivos, e como a

influência do ambiente de trabalho age na motivação, atração e retenção de talentos

pela empresa, permitindo que a empresa consiga manter os melhores colaboradores

e buscar os melhores profissionais do mercado.

A qualidade de vida visando auto realização humana onde as pessoas são de

fundamental importância para a organização, evidenciando como o estado de

espirito do colaborador influencia os seus resultados, por isso procurando mantê-los

motivados.

Foram analisadas as diferentes gerações presentes no mercado de trabalho,

desde as gerações X aos nativos digitais (Y, Z) onde buscamos evidenciar a visão

de qualidade de vida de cada um destes. O projeto procura demonstrar ainda a

influência da crise econômica nas empresas com esse modelo de gestão e como ele

pode ajudar essas empresas.

Com isso, evidenciamos que, com o investimento em qualidade de vida para

seus colaboradores, empresas de diversificados setores podem obter melhores

resultados no mercado em que atuam, fazendo com que esses colaboradores

busquem um melhor aperfeiçoamento profissional, mantendo sempre uma equipe de

alto nível, assim atraindo e retendo outros profissionais de alto nível do mercado

para a organização.

1.1 JUSTIFICATIVA

A procura por um ambiente de trabalho melhor e que incentive os funcionários

a desenvolver o seu intelecto tem sido cada vez mais evidenciada nas empresas,

principalmente nas de tecnologia. Empresas que investem em qualidade de vida

para seus funcionários têm percebido que a produtividade criativa e o ambiente geral

Page 14: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

13

de trabalho melhoram. Parte das empresas que têm utilizado esse modelo de gestão

são empresas de tecnologia, pois trabalham com produto intelectual e necessitam

que seus funcionários estejam satisfeitos e dispostos a criar novas ideias.

Organizações de outros segmentos também têm apostado neste modelo de

gestão para melhorar o desempenho da mão de obra. Podemos também verificar

que empresas que têm praticado este tipo de investimento tendem a ser mais

visadas pelos melhores profissionais do mercado, uma vez que a cobrança e o

cansaço gerados em qualquer ambiente de trabalho são aliviados por meio de

atividades que buscam a QVT.

As diferentes gerações que têm atuado nas empresas, as gerações X, Y e Z,

influenciam no ambiente de trabalho e na própria implantação da QVT, sendo que os

integrantes da geração Y e Z se adaptam melhor em um ambiente de trabalho mais

liberal e descontraído. Este trabalho analisou a importância do ambiente de trabalho

para o desenvolvimento intelectual e desempenho da mão de obra dos

colaboradores nas empresas e visou demonstrar o quanto a qualidade de vida no

trabalho pode melhorar a qualidade dos serviços destes colaboradores.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho visa evidenciar como a qualidade de vida no

ambiente de trabalho tem influência no desempenho dos funcionários, tanto nas

empresas de tecnologia quanto em empresas de outros segmentos, verificando com

este diferencial que é oferecido para eles, qual é o ambiente que acaba sendo

gerado nessas empresas, como isso acaba ajudando na contratação de novos

funcionários e na retenção dos mesmos, além de avaliar a influência nas diferentes

gerações existentes nas empresas.

1.2.2 Objetivos Específicos

Este trabalho possui como objetivos específicos:

Avaliar o modo como é realizada a gestão da qualidade de vida no ambiente de

trabalho nas empresas;

Page 15: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

14

Verificar a influência do ambiente de trabalho na atração, motivação e retenção de

funcionários;

Avaliar a influência das diferentes gerações que atuam no mercado de trabalho no

ambiente empresarial;

Analisar a qualidade de vida no trabalho de empresas de TI e de alguns outros

setores.

Page 16: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

15

2 A GESTÃO DA QVT APLICADA NAS EMPRESAS

Para ser abordada a questão sobre Qualidade de Vida no Trabalho, é

importante citar que o fundamental nesse assunto são as pessoas que atuam na

organização, ou seja, a gestão de pessoas deve preocupar-se com os funcionários

da organização, essenciais para os objetivos da empresa. (GOEDERT; MACHADO,

2007).

2.1 A ORIGEM DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), mesmo não sendo idealizada desta

mesma maneira anteriormente, pode ser considerada desde que o ser humano

começou a trabalhar, ou seja, desde os primórdios da civilização. “Prova disso é a lei

das alavancas, de Arquimedes, que data da Grécia Antiga e tinha como objetivo

diminuir o esforço físico de muitos trabalhadores da época” (PIRES, 2013).

No período da revolução industrial, onde o único objetivo das empresas era a

produção em massa visando apenas o lucro, a QVT foi deixada de lado, talvez até

desaparecendo por completo, haja vista as péssimas condições de trabalho às quais

os trabalhadores eram submetidos. “Henry Ford considerava o ser humano uma

peça de sua grande engrenagem produtora” (PIRES, 2013).

A constante realização de estudos fez com que essa visão mudasse; as

empresas passaram a perceber que investir em seus empregados lhes traria

melhores resultados. A Qualidade de Vida no Trabalho como podemos conhecer

hoje, surgiu por volta da década de 50 na Inglaterra, por meio de estudos realizados

por Eric Trist e sua equipe, para tentar compreender a relação que existe entre

indivíduo, trabalho e organização, “eles observaram que um dos aspectos

fundamentais é a realização do indivíduo no trabalho” (PORTAL DA EDUCAÇÃO,

2013).

Na década de 60, a QVT toma impulso a partir da necessidade de adequar um

modelo de trabalho afim de que fossem reduzidos os efeitos negativos sobre os

funcionários, mas somente na década de 70 que a QVT foi bem aceita publicamente

com a criação do centro de estudos, National Center for Produtivity and Quality of

Working Life, nos EUA.

Page 17: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

16

O Portal da Educação (2013) cita que na década de 90 o tema QVT invadiu

todos os espaços, passando a integrar o discurso acadêmico, a literatura relativa ao

comportamento nas organizações, os programas de qualidade total e a mídia de

forma geral.

A partir do século XXI a QVT passa a ser considerada por algumas

organizações como um dos aspectos essenciais para se obter um bom desempenho

no mercado no qual atuam grandes companhias. Estão sendo realizados grandes

investimentos na implantação de um ambiente mais agradável para seus

funcionários, embora o objetivo seja o mesmo - o lucro das empresas - os meios

para obtê-lo têm se voltado cada vez mais para o homem, uma vez que eles são

essenciais para a composição das empresas; a QVT torna-se crucial para um bom

desempenho dessas empresas.

A era da alta produtividade foi deixada para trás para dar lugar a era do

conhecimento, da valorização humana, na qual o capital intelectual é o mais

importante para o crescimento da organização. Com o aumento das

exigências qualificativas, o empregado tornou-se mais seletivo e exigente, e

requer mais participação nas decisões (PIRES, 2013).

O gerenciamento desse ambiente no qual os funcionários devem sentir-se

livres e seguros, é de responsabilidade do gestor. Embora isso pareça benéfico

apenas para os funcionários, com o tempo isso irá refletir no faturamento da

empresa (PIRES, 2013).

2.2 A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

De acordo com Fernandes (2009), o conceito de QVT no ambiente empresarial,

pode ser considerado como a necessidade de valorização nas condições de

trabalho, na matéria prima, no ambiente físico, nos equipamentos, no suporte

organizacional, no relacionamento dos funcionários, na liberdade de expressão dos

funcionários, entre outros, condições essas que tem o intuito de satisfazer as

necessidades dos funcionários, gerando-lhes bem-estar.

A QVT segundo Gonçalves et al. (201?), pode ser definida pela busca do

equilíbrio psíquico, físico e social onde são respeitadas as necessidades e limitações

do ser humano, assim resultando em um crescimento pessoal e profissional dos

funcionários. Com um ambiente de trabalho mais leve, os funcionários tendem a

melhorar o desempenho em suas funções, aumentando a produtividade e

melhorando a adaptabilidade a mudanças, criatividade e vontade de inovar.

Page 18: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

17

Simões (2010) considera que neste sentido, o sucesso das organizações hoje está ligado, mais do que nunca, a fatores que vão muito além da manutenção de uma prática gerencial tradicional que enfatiza uma simples “logística” de pessoal, cujos gestores apresentam unidades ou departamentos de cunho administrativo caracterizados por forte burocratização e escassa capacidade de inovação.

A qualidade de vida está cada vez mais sendo adotada como o novo modelo

de gestão nas empresas, e pode ser considerada como uma forma de gestão que

leva em consideração o bem-estar dos funcionários, sob aspectos de saúde,

psicológico e social, fazendo com que os funcionários estejam auto realizados e

mantenham um relacionamento agradável com os membros da equipe (PIRES,

2013).

Definir qualidade de vida pode ser considerado difícil, pois o termo tem sido

utilizado de maneira indiscriminada e aleatoriamente. Isso ocorre pelo fato de se

referir ao indivíduo; por isso há diversos pontos de vista diferentes.

Ainda segundo Pires (2013), podemos resumir a qualidade de vida em modo

de viver bem, ou bem-estar. Quando um indivíduo alcança sua satisfação na esfera

biológica, referente ao bem-estar físico e em sua saúde; ou na sua esfera

psicológica, que diz respeito à auto realização, autoconhecimento ou ainda em sua

esfera social, que se refere à interação, à convivência com os demais indivíduos; ele

acaba apresentando um crescimento pessoal e profissional, aumentando seu

desempenho em suas funções diárias.

A qualidade de vida tem um sentido abrangente que pode ser identificado para

as pessoas como a busca da satisfação das necessidades individuais, e para as

empresas a valorização do ambiente de trabalho como um todo, levando em

consideração o físico, como matéria prima e recursos, para satisfazer o profissional

(FERNANDES, 2009).

A qualidade de vida está diretamente ligada as necessidades das pessoas e

para que seja atingida, estas precisam ter suas necessidades supridas, ou seja, as

pessoas precisam estar satisfeitas com o seu trabalho, com o cargo que ocupam, ou

seja, gostar das atividades que exercem.

Um colaborador que está satisfeito com a empresa que trabalha se torna mais motivado, produtivo, criativo, saudável e inovador, promovendo assim mais lucros e benefícios para a empresa, uma vez que se torna mais enérgico e produtivo (MARQUES, 2015).

Esta pratica tem como objetivo reunir os interesses das partes interessadas

para alcançar um melhor desempenho: do profissional no desenvolvimento das suas

Page 19: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

18

atividades, melhorando o seu desempenho, bem como beneficiar a empresa

oferecendo um serviço de qualidade (MEIO AMBIENTE, 2015).

2.3 O ENDOMARKETING

O marketing sempre teve como foco os clientes das empresas, entretanto,

neste novo cenário de valorização do ser humano, o departamento de marketing tem

um novo desafio, além de conquistar o cliente externo, terá que fazer com que os

colaboradores se sintam bem com o que fazem na empresa e assim passem esse

sentimento para os produtos e clientes (PICCOLI, 2010).

Assim, para enfrentar a turbulência e a incerteza geradas nas empresas, torna-

se necessário que novas formas de gestão sejam aplicadas, todas elas voltadas

para o estimulo do funcionário com a empresa (SIMÕES, 2010).

Essa pratica de olhar para o funcionário como um cliente interno é chamada de

endomarketing, o marketing visando o cliente interno da empresa, tendo o objetivo

de fazer com que o funcionário fique satisfeito com o produto que ele está

produzindo e posteriormente será oferecido para os clientes externos da empresa

(PICCOLI, 2010).

O endomarketing emergiu como resposta à globalização e à necessidade de

adaptação das empresas, no momento que se fez necessário olhar para o bem-estar

do funcionário, fazendo com que ele se sinta bem no ambiente da empresa (ALVES,

2002).

Em suma, as empresas estão percebendo que para atingir o cliente de

forma mais eficaz, é necessário primeiramente atingir o colaborador.

Portanto o endomarketing é a filosofia que busca alinhar a empresa e seus

objetivos, o colaborador e seus anseios, por meio da comunicação e

sentimento gerados e percebidos (de forma correta) em um relacionamento

proveitoso (PICCOLI, 2010. p. 4).

Para a realização da implantação do endomarketing existem três condições

indispensáveis, primeiro o endomarketing precisa ser visto como estratégia global da

empresa; em segundo lugar, precisa do apoio e comprometimento dos autos

executivos da empresa; por fim, antes de implantar é preciso avaliar os pontos fortes

e fracos da estrutura organizacional a fim de se conhecer o contexto (ALVES, 2002).

Outro fator importante do endomarketing consiste na manutenção de um

ambiente que favoreça a concepção e a promoção de ideias, projetos ou valores

úteis à organização, nesse ponto, é indicado que uma gestão de pessoas que visa o

Page 20: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

19

endomarketing para gerir os funcionários traga benefícios mais do que produtivos ou

financeiros para empresa, auxiliando na geração da cultura organizacional saudável,

que faz com que o funcionário se sinta melhor trabalhando nessas empresas

(SIMÕES, 2010).

Segundo Costa (2010), o endomarketing não deve ser entendido apenas como

resultado de comunicação interna e gerenciamento de informações, constituindo um

processo educativo que objetiva integrar pessoas e gerar motivação, motivação não

pode ser espontaneamente gerada, ela é propriedade exclusiva e intransferível do

indivíduo.

Assim o endomarketing caracteriza-se como um processo gerencial, cíclico, continuado e em direção a um determinado propósito da organização, que é integrado aos demais processos da empresa, funcionando, dessa maneira, como uma “Gestão de marketing Interno”, apropriando, como objetivo principal, promover a motivação das pessoas por seu trabalho, obtendo seu comprometimento com os objetivos estratégicos da empresa (COSTA, 2010 p.1).

Segundo Piccoli (2010), é evidente que de uma forma ou outra as empresas

sempre buscam políticas de aproximação com seus funcionários, o fato é que, com

o novo modelo de gestão empresarial e os esforços para adquirir melhores

resultados, pode-se afirmar que o endomarketing está presente em todas as ações

tomadas pelas empresas no sentido de estabelecer com os funcionários, um

relacionamento produtivo, saudável e duradouro.

2.4 AS ORGANIZAÇÕES E A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

O sucesso de uma empresa no mercado de trabalho, não está ligado apenas

ao quanto ela produz e vende, existem diversos outros fatores que influenciam esse

resultado. “Nesse sentido, o sucesso das organizações está ligado, mais do que

nunca, a fatores que vão muito além de manutenção de uma prática gerencial

tradicional que enfatiza uma simples “logística” de pessoal”. Elas precisam de

funcionários capacitados e dispostos a inovar, afirma Simões (2010).

Ainda segundo Simões (2010), as empresas precisam operar de forma

integrada, utilizando eficazmente recursos tanto materiais quanto humanos, podendo

assim responder com eficiência ás rápidas mudanças que ocorrem no macro

ambiente.

Page 21: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

20

Para Piccoli (2010), A gestão do capital humano pode ser considerada um

dos maiores desafios empresariais modernos e a crescente preocupação

com este tema fez as empresas desenvolverem políticas de gestão de

pessoas, buscando alinhar seus objetivos estratégicos com os anseios e

valorização dos colaboradores.

Rosa (2014) na tradução do Handbook for new Employees (Manual para novos

Funcionários), da empresa Valve Corporation, tem como objetivo demonstrar

parcialmente como é feito o método de gestão da empresa onde não é adotada uma

hierarquia autoritária:

Hierarquia é excelente para manter a previsibilidade e a repetitividade. Ela simplifica o planejamento e torna mais fácil o controle sobre grandes grupos de pessoas, do topo à base, o que explica o porquê de as organizações militares utilizarem-na ostensivamente. Mas quando se é uma companhia de entretenimento que passou a última década tentando contratar as pessoas mais inteligentes, inovadoras e talentosas do mundo, mandá-las se sentar a uma mesa e cumprir ordens oblitera 99% do valor dela. Queremos inovadores e isso significa cuidado ambiente onde vão florescer (Rosa, 2014, p. 41-42).

No livro Felicidade S.A de Alexandre Teixeira (2012), são citadas diversas

empresas e que visão tem seus funcionários, e também cita que “a geração entrante

no mercado atual se sente pouco afeita da disciplina militar das empresas

tradicionais”. Com isso o ato de tratar melhor o colaborador é algo que influencia

direta e indiretamente a empresa, não somente em empresas de tecnologia, mas de

todos os setores.

O livro O Sabor da Qualidade, onde são descritas as atitudes de uma empresa

para buscar a qualidade de seus funcionários e produtos, cita que “quanto melhor

você tratar seus colaboradores, melhor eles tratarão seus clientes” (CHOWDHURY,

2006).

Com isso, há um conflito de ideologias entre a empresa e os colaboradores

como cita em entrevista Roberto Pierre Rigaud consultor de RH no artigo da

Endeavor (201?a) “As organizações esperam de seus colaboradores resultados

constantes e, por outro lado, os colaboradores esperam das organizações

crescimento profissional e financeiro de acordo com seus resultados.” Porém,

apesar de existir este conflito de interesses entre os funcionários e as empresas,

quando um atinge seu objetivo, o outro consequentemente também o atinge, assim

os interesses de ambos são alcançados.

Muitas empresas de tecnologia buscam inovar no ambiente de trabalho visando

proporcionar um melhor ambiente para seus funcionários, como é o caso retratado

na figura 1, apresentando o modelo do ambiente de trabalho da Totvs, em que em

Page 22: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

21

¹http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/empregos-e-carreiras/noticia/2014/02/criatividade-para- amenizar-o-calor-no-ambiente-de-trabalho-4419825.html ² http://exame.abril.com.br/negocios/album-de-fotos/por-dentro-do-google-a-melhor-empresa-para-se-trabalhar#17

um dia de calor foi liberado para os funcionários trabalhar com roupas menos

formais e disponibilizado um carrinho de sorvete para que os funcionários pudessem

degustar enquanto trabalhavam.

Figura1 – Ambiente de Trabalho da Totvs.

Fonte: Vargas¹ (2014).

A figura 2, apresenta o ambiente de descanso da empresa Google, com redes

disponibilizadas para os funcionários utilizar entre os expedientes.

Figura 2 – Área de Descanso da Google.

Fonte: Melo² (2013)

Na figura 3, é retratado o “escorrega” da Google, que tem como função ligar o

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22

http://economia.uol.com.br/empreendedorismo/noticias/redacao/2014/10/24/empresas-criam-espacos-com-sofa-tv-e-videogame-e-reduzem-demissoes-em-50.htm

andar superior ao inferior, para os funcionários acessarem o primeiro andar, ao invés

de escadas ou elevadores convencionais. Claro que ainda são disponibilizados

escadas e elevadores para aqueles que preferem não utilizar o escorrega.

Figura 3 – Escorrega do Google.

Fonte: Ferreira (2014).

Em entrevista realizada, o Sr Alexandre Teixeira comenta como acontece o

investimento nesse ambiente em empresas de tecnologia e sobre qual motivo as

empresas de tecnologia estão realizando um grande investimento nesse modelo de

gestão.

As empresas de tecnologia visam mais a qualidade de vida do que os demais setores. Todos os setores podem investir no bem estar físico e mental de seus trabalhadores, mas é natural que estejam na vanguarda aqueles que dependem, fundamentalmente, dos melhores cérebros. A competição por engenheiros e programadores é feroz no Vale do Silício. Logo, é preciso criar ambientes de trabalho fantásticos, além de remunerar muito bem os profissionais, se você quiser atrair e reter gente de primeira linha (TEIXEIRA, 2015. Apêndice D).

É cada vez mais evidente que as empresas busquem inovação, e com isso,

seus principais insumos de trabalho sejam as ideias e conhecimentos de seus

funcionários. Podemos afirmar que as empresas estão buscando atrair, reter e

incentivar o capital intelectual de seus funcionários, recurso que não é exclusivo de

grandes empresas como relata Sandra Betti, especialista em identificação de

talentos, desenvolvimento gerencial em entrevista para Endeavor (201?b):

O capital humano de uma empresa está intrinsecamente ligado aos seus talentos, aos profissionais que se destacam por terem alto potencial e alto desempenho, e atraí-lo é possível mesmo para as pequenas organizações, desde que saibam proporcionar autonomia, reconhecimento e propósito.

Page 24: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

23

Algo interessante nesta citação é o que diz respeito à autonomia,

reconhecimento e propósito. Sergio Valente, Presidente e sócio da agência

Dm9DDB, relata para Teixeira (2012, p. 12) que “no fundo, o que todo mundo está

buscando hoje é a recompensa social, e nessa busca, as pessoas vão quebrar todos

os paradigmas corporativos”. Rogério Chér, sócio da Empreender Vida e Carreira e

autor do livro ”Empreendedorismo na Veia – um Aprendizado Constante”, relata em

entrevista à Endeavor (201?b);

Organizações que se engajam de corpo e alma provocam as pessoas a perceber que vivem uma causa significativa, mais do que uma simples relação de emprego e trabalho. Seus líderes esforçam-se para viver esta causa todos os dias e para inspirar os demais em torno dela, apoiando suas equipes e demais stakeholders a enxergarem como podem contribuir para esta causa. Os talentos das pessoas são colocados a serviço dessa causa, gerando nos indivíduos a percepção de que estão comprometidos com algo maior do que eles.

Com isso, surge uma grande dúvida que é ao valorizar o indivíduo e lhe dar

propósito, autonomia, reconhecimento, espaço e liberdade para trabalhar, em

grandes e pequenas empresas, para que assim a empresa adquira um

armazenamento e aumento do capital intelectual, deve-se pagar uma fortuna para tal

colaborador? Não necessariamente;

[...] do pós-guerra até o final do século 20, os Estados Unidos, a Europa e o Japão viveram tempos de prosperidade sem precedentes. Paradoxalmente, a proporção entre cidadãos felizes e infelizes nos países mais desenvolvidos do mundo, quase não mudou neste período. Por outro lado, em países emergentes como o Brasil, nos quais uma massa de indivíduos antes sem acesso a um mínimo de conforto de padrão contemporâneo, ascendeu ao mercado de consumo nos últimos dez ou 15 anos, e com isso se declara mais feliz. A aparente discrepância na relação entre crescimento econômico e aumento da satisfação com a vida sugere que o trabalho e a renda são capazes, apenas de comprar felicidade em países pobres (TEIXEIRA, 2012, p. 16-17).

O autor ainda comenta em seu livro quais devem ser os questionamentos

comuns para aqueles que querem se auto avaliar no quesito QVT:

Aprendo com meu trabalho? Minha função é criativa? Convivo com gente bacana? Meu chefe é um cara inspirador? Se é assim posso abrir mão de um salário maior para trabalhar em um lugar onde encontro mais desses ingredientes [...] (TEIXEIRA, 2012, p. 12).

Também esclarece que “o ponto a enfatizar é a decadência da monocultura

financeira”. Com isso Sandra Betti à Endeavor (201?b), também transmite que:

deve-se trazer as pessoas certas para a empresa, as que queiram aprender e que

sejam curiosas, e termina a afirmação com a seguinte frase, “é mais fácil lapidar

diamante do que lapidar carvão” de modo que é mais prático contratar funcionários

Page 25: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

24

que queiram aprender e desenvolver e aumentar esse capital, do que encontrar

pessoas de mente fechada.

Page 26: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

25

3 INFLUÊNCIA DO AMBIENTE DE TRABALHO NA MOTIVAÇÃO, ATRAÇÃO E

RETENÇÃO DE FUNCIONÁRIOS

Empresas precisam de funcionários capacitados e dispostos, principalmente

aquelas que dependem da criatividade e da capacidade de inovação de seus

funcionários, para isso é fundamental uma significativa atuação e investimento na

QVT, para conseguir recrutar os melhores profissionais do mercado. Para Vieira

(2012), as organizações são um conjunto de pessoas que produzem, vendem,

prestam atendimento ao cliente, tomam decisões, lideram, supervisionam,

gerenciam e dirigem os negócios das empresas. Ao falarmos em organizações,

inevitavelmente falamos em pessoas que as representam, que as vivificam e que

lhes dão personalidade própria.

3.1 MOTIVAÇÃO

Em seu livro, Vergara (2012) define motivação como uma força, uma energia

que nos impulsiona na direção de alguma coisa, ele fala que motivação não é um

produto acabado, é um processo permanente que se configura a cada momento no

fluxo permanente da vida. Afirma ainda que, a motivação é intrínseca; em sua visão

a palavra “automotivação” não existe, já que ninguém motiva ninguém a nada, quem

pronuncia a palavra “automotivação” está cometendo um pleonasmo. “Nós é que

nos motivamos, ou não” Ele ainda cita que: “tudo o que os de fora podem fazer é

estimular, incentivar provocar nossa motivação”. A diferença entre motivar e

estimular é que uma vem de dentro de nós à outra por intercessões externas de

outras pessoas (VERGARA, 2012, p. 42).

Todos possuem a motivação dentro de si, a diferença está nas pessoas que

sabem cultivar essa motivação, e assim direcionar essa “força” gerada para a

realização das tarefas diárias, obtendo um melhor desempenho em seus afazeres.

Por que algumas pessoas se sentem motivadas para realizar determinadas

tarefas e outras não? Isso deve-se pelo motivo de que as pessoas possuem valores

diferentes, organização familiar diferente, formação profissional diferente, uma

história de vida diferente. Saber lidar com essas diferenças é a arte e a magia do

gestor motivador, o primeiro passo é ter sensibilidade para compreender e saber

Page 27: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

26

lidar com essas diferenças, só assim os gestores poderão provocar a motivação em

seus funcionários (VERGARA, 2012).

Segundo Souza (2006), influenciar pessoas a motivarem-se deve estar na

essência de um bom líder, que deve permitir essa influência ocorra naturalmente,

fazendo com que todos em sua equipe passem a acreditar no sonho que ele; o líder

acredita. O mesmo autor define a palavra motivação como: “Motivo + Ação =

Resultados”.

Para cada tarefa inconscientemente o colaborador tem seus motivos para executá-la, o que vai gerar uma ação boa ou ruim. Consequentemente os resultados serão bons ou ruins. Com isso, se o líder influenciar sua equipe, fazendo com que eles queiram atingir os mesmos objetivos que ele, poderá atingir resultados significativamente melhores (SOUZA, 2006).

Vergara (2012) comenta algumas teorias motivacionais mais aceitas e

conhecidas, entre elas está a teoria de Herzberg, desenvolvida na década de 60,

onde ele focalizou a questão satisfação para formular a sua teoria. Segundo ele,

existem dois fatores que explicam o comportamento das pessoas no trabalho: os

higiênicos e os motivacionais.

3.1.1 Teoria dos Dois Fatores de Frederick Herzberg.

Pilatti (2012) Em estudo sobre a qualidade de vida no trabalho e os fatores de

Frederick Herzberg, mostra que estes são:

Manutenção (Higiênicos): No qual se encontram os salários e as condições de

trabalho, consoante com os fatores, pode-se observar que estão conectados ao

ambiente de trabalho e o trabalho desenvolvido.

Motivacionais: Que estão relacionados à realização do indivíduo, que se pode

relacionar à teoria de Maslow, que tem como exemplo a realização do indivíduo,

no qual se evidenciam os motivadores do ser humano.

Além disso, o autor demonstra a diferença entre a satisfação e a motivação;

Motivação é uma propensão para a ação originada em uma necessidade. Satisfação é algo que sacia a necessidade. Usando o salário como exemplo prático, pode-se argumentar que se este tem a possibilidade de satisfazer as necessidades do indivíduo, é diferente de produzir motivação. A percepção individual de satisfação produzida pelo aumento de salário tende, com o passar do tempo, a desaparecer. Seguindo este raciocínio, a satisfação completa é um estágio que não pode ser alcançado. Sempre existirão necessidades não satisfeitas que conformarão novas condutas de motivação, que exigirão a busca de patamares mais elevados a serem atingidos (PILATTI, 2012).

Page 28: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

27

https://www.portal-gestao.com/gurus-da-gest%C3%A3o/6667-frederick-herzberg-e-a-teoria-dos-dois-factores.html

O autor esclarece que o raciocínio de Herzberg, não é necessariamente

simples, pois na linha de pensamento do teórico, o antônimo de insatisfação não

seria somente a satisfação poderia ser a falta ou nenhuma insatisfação, isso

também se aplica ao inverso de satisfação.

Este pensamento teórico fez a distinção entre os fatores, onde os de

motivação estão diretamente ligados ao indivíduo, como reconhecimento, realização

e responsabilidade, produzem no colaborador a força motriz para o trabalho; já os

fatores ligados a manutenção atuam de um modo diferente, como fatores

primordiais, onde se pode citar o salário, o ambiente de trabalho, e a segurança. É

evidente a diferença entre os elementos dos dois fatores, já que os elementos do

primeiro estão ligados ao íntimo dos funcionários e o segundo as condições básicas.

Periard (2011) por meio de um artigo onde analisa as teorias de Herzberg,

constata e conclui, que os fatores que influenciavam a satisfação na carreira dos

colaboradores não tinham relação com os que geravam a satisfação pessoal dos

trabalhadores. Com isso o que leva a insatisfação dos colaboradores está

relacionado ao clima organizacional, como ambiente e reconhecimento profissional.

Herzberg constatou, também, que os fatores que causam a insatisfação dos empregados são puramente ambientais, que não dizem respeito à tarefa desempenhada. São relacionados à natureza das relações interpessoais, condições do ambiente de trabalho, salário etc. (PERIARD, 2011).

Como mostra a tabela a seguir alguns fatores que podem levar ou não a

satisfação de um colaborador:

Quadro4 – Fatores de Satisfação e Insatisfação

Fonte: Elaina, (2011)

3.1.2 A motivação do Funcionário

A motivação tem como objetivo fortalecer a relação entre empresa e

funcionário, melhorando os vínculos existentes e fazendo com que o mesmo se

torne um Cliente Interno e ao mesmo tempo passe a desenvolver as suas atividades

Page 29: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

28

com mais satisfação e eficiência (ALVES; ROCHA; OLIVEIRA, 2002).

Criar um ambiente agradável permite que a organização possa obter o melhor

de seus empregados, um ambiente agradável faz com que o empregado se sinta

motivado a fazer o seu melhor e a se dedicar mais em suas funções (MORETTI

2011). Se as pessoas não estão motivadas a desenvolver uma atividade ou alcançar

uma meta, até é possível convencê-las a fazer, mas a menos que estejam prontas a

assumir as atitudes e os valores do motivador, os comportamentos não serão

permanentes. Portanto, somente um funcionário motivado irá se dedicar ao máximo

para realizar uma tarefa que por ventura não lhe agrade.

Se uma empresa não investe em QVT para seus funcionários, acaba

influenciando no clima organizacional, e ainda pode atrapalhar na retenção de bons

funcionários; as pessoas não querem mais trabalhar apenas por salários maiores,

elas buscam também um ambiente onde se sintam confortáveis para desenvolverem

suas tarefas. Vale salientar que com isso a empresa não transmite uma boa imagem

no mercado de trabalho.

Quando há um clima organizacional que alcança a satisfação dos seus colaboradores e que leva os mesmos a comportamentos em prol dos objetivos da cooperativa, consequentemente existirá um clima bom que refletirá no aumento da eficácia da organização. O clima organizacional está intimamente relacionado com o grau de motivação “[...] Quando há elevada motivação entre os membros, o clima motivacional se eleva e se traduzem em relações de satisfação, de animação, de interesse, de colaboração [...]”. (CHIAVENATO, 2003, apud ALVES, 2011, p. 16).

Para Simões (2010) o investimento em QVT merece toda a atenção que se

presta às políticas voltadas aos clientes externos das empresas, visto que a

satisfação das necessidades e desejos dos empregados os habilita a satisfazer as

necessidades e desejos de seus clientes.

Segundo (LUCIO, 2015, Apêndice A) “Nós entendemos que isso volta como

satisfação do colaborador, que se você tem um profissional mais satisfeito, ele irá

produzir mais e entregar um melhor resultado” ou seja, se o colaborador está

satisfeito com as funções que ele exerce na empresa, ele irá ter um desempenho

melhor, resultando em melhores resultados para a própria empresa.

Existem vários fatores que podem levar o funcionário a se sentir motivado,

como as informações sobre a empresa fazendo com que os funcionários sintam se

importantes, até um aumento de salário, mas vale salientar que a motivação de um

colaborador não é algo que depende apenas da empresa. Para o funcionário estar

motivado, necessita de autoestima, precisa se sentir capaz, para conseguir se

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29

https://www.portaleducacao.com.br/administracao/artigos/17827/capital-intelectual-x-visao-estrategia-na-gestao-de-pessoas

contagiado por algum fator vindo da empresa. Para poder se sentir motivado o

funcionário deve encontrar no trabalho algum tipo de interesse que possa satisfazer

as suas necessidades e conseguir atingir os seus objetivos, para que exista uma

relação de troca em que as duas partes tenham interesse na relação (TAMAYO;

PASCHOAL, 2013).

Segundo Medeiros Brum (2003) as pessoas precisam gostar daquilo que

fazem, se adaptarem as suas atividades e procurarem aprender cada vez mais para

que o trabalho se torne prazeroso.

Compartilhar experiências com colegas de trabalho permite que todos

consigam uma melhor visão e também melhora o ambiente da empresa, criando

assim uma melhor socialização entre os colaboradores, pode-se usar a liberdade

que a empresa proporciona para uma visão diferenciada da empresa e conseguir

desenvolver tanto o capital intelectual do funcionário quanto o desenvolvimento de

melhorias para a organização, ainda é possível melhorar a autoestima desses

funcionários por conseguir realizar um trabalho diferenciado.

Figura 5 – Visão Estratégica

Fonte: Farias, 2012.

Segundo Simões (2010), as pessoas envolvem-se de forma progressiva no

convívio e aprendizado cultural, isto é, quanto mais tempo elas compartilharem uma

cultura e quanto mais tempo esta estiver implementada, maior será a influência que

ela exercerá sobre as percepções, pensamentos e sentimentos de seus membros.

Assim, com a implantação do QVT no ambiente da empresa, com o passar do

tempo, os funcionários vão se acostumando e se adaptando, transferindo isso para o

Page 31: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

30

cliente externo da empresa.

Os colaboradores dentro da empresa se tornaram, ao longo dos anos, peças

fundamentais que representam a chave do sucesso de uma organização, e de suma

importância para que a mesma consiga atingir os seus objetivos. Por isso as

empresas buscam constantemente atrair os chamados talentos humanos para que

possam desenvolver suas habilidades empresariais (PELOSO; YONEMOTO, 201?).

3.1.3 Liderança Motivacional

Conceitualmente, líder pode ser definido como uma pessoa que sabe gerenciar

seus liderados de modo a atingir um objetivo em comum, mobilizando e

administrando seus talentos, mesmo com suas diferenças. A qualidade marcante de

um líder é o respeito conquistado dos liderados, por meio de suas atitudes e não

pela posição hierárquica que ocupa (CRISÓSTOMO, 2008).

Essa é uma visão nova, uma vez que nas gerações tradicionais, babyboomers

e até na geração X, os líderes eram vistos como verdadeiros carrascos, que queriam

apenas extrair o máximo possível de seus subordinados, sem se preocupar com as

consequências disso na vida destes.

Mas como empresas não são ilhas, paradas no mesmo lugar e isoladas, elas

estão se adaptando a um novo modelo de gestão, valorizando seus colaboradores e

proporcionando um ambiente de trabalho mais agradável. Essas ações já tomadas

com os consumidores, agora vem sendo aplicadas também junto aos colaboradores

(ENDEAVOR, 201?c).

Contudo, isso influencia diretamente a visão do líder e como ele deverá

gerenciar esses colaboradores, visto que essa nova visão das empresas, visa

garantir o bem-estar e a motivação dos colaboradores no ambiente de trabalho, uma

tarefa destinada aos líderes. Um bom líder é aquele que sabe o momento certo de

falar e o de escutar, respeitando todas as pessoas que formam o universo das

empresas, principalmente os seus colaboradores; este líder também deve saber

transmitir as tarefas aos seus liderados sem lhes causar aborrecimento, fazendo até

que eles se sintam motivados a realizar suas tarefas (CHRISTANELLI, 2012).

Deve-se ressaltar que existe uma diferença evidente entre líderes e chefes, já

que os dois elementos normalmente estão relacionados a uma organização, mas

não ao mesmo cargo/função, sendo que um líder pode ser um chefe, no entanto um

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31

https://rbchristanelli.wordpress.com/2012/09/20/qual-a-diferenca-entre-ser-lider-e-ser-chefe/

chefe dificilmente conseguirá se tornar um líder.

Figura 6 – Frase de E.M.Kelly

Fonte: Adaptado de Christanelli, (2012)

Segundo Christanelli (2012), por muitas vezes um gestor se acha um líder,

motivando seus subordinados, mas na verdade ele é apenas um chefe

pressionando-os por melhores resultados, isso acaba influenciando na motivação

dos colaboradores e prejudicando o desempenho nas tarefas diárias.

Crisóstomo (2008) cita que “ninguém deseja ser liderado por alguém a quem

falte coragem e autoconfiança”. Um chefe irá impor sobre seus subordinados suas

ideias e não aceitará ouvir o que eles têm a dizer por medo de perder sua posição

ou o respeito deles, com isso acaba prejudicada a confiança que os liderados devem

ter em seu líder. Um líder tem que saber conquistar o respeito de seus funcionários,

não impondo os seus métodos e impedindo-os de exporem seus pensamentos. Ele

deve se colocar a frente de seus liderados e indicar o caminho, mas sempre levar

em consideração o que os liderados têm a dizer, afinal ninguém consegue saber de

tudo, sempre, são necessárias visões diferenciadas para obter melhores resultados.

Page 33: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

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https://rbchristanelli.wordpress.com/2012/09/20/qual-a-diferenca-entre-ser-lider-e-ser-chefe/

Figura 7 – Diferença entre chefe e líder.

Fonte: Adaptado de Christanelli, (2012)

Valente (2010) afirma que um bom líder deve possuir carisma, colocar-se a

frente do grupo, possuir bons conhecimentos e ser espontâneo, assim ele ganhará a

confiança e o respeito de seus liderados sem precisar se impor pelo tom de voz ou

pressionar seus liderados de alguma outra forma para obter melhores resultados.

Valente (2010) ainda cita que um bom líder deve ter objetividade, saber

claramente onde quer chegar e qual caminho percorrer, afinal ninguém quer seguir

uma pessoa que não sabe para onde está indo e onde quer chegar.

Por outro lado, Matta (2013) descreve que para um líder se tornar um chefe,

ele tem que possuir tendências de impor ordens e ser autoritário, também ser

conhecido por centralizar o poder e pensar somente nos resultados e lucros, uma

vez que o chefe é uma pessoa que gosta de ser temida na empresa e não

respeitado como são os líderes, seus liderados costumam ser pessoas que não

possuem a confiança de exporem suas opiniões e sugestões, preferem nem manter

muito contato com os seus chefes.

Um chefe vê os seus liderados apenas como subordinados que devem seguir

suas ordens da maneira que ele achar mais eficaz, sem pensar no bem-estar

coletivo, nunca incentivando ou motivando, pois de acordo com sua visão, é dever

dos subordinados realizar um bom trabalho, quando isso não acontece ele faz

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questão de apontar os erros (MATTA, 2013).

Com isso podemos perceber que em um ambiente de trabalho onde é

valorizada a qualidade de vida, é essencial que as pessoas com cargos de gestores

também possuam um bom ambiente de trabalho e uma visão clara de como inspirar

e motivar, para que possam passar esse sentimento para seus liderados e assim

executar realmente a QVT dentro da empresa.

Na entrevista realizada, o representante da Empresa X (2015, Apêndice B),

comenta que ao ser implantado esse modelo de gestão na empresa, “ocorreram

muitos treinamentos e aos poucos a liderança passou pela transformação de

pensamento, assumindo o compromisso de zelar pela integridade física e mental de

seus funcionários, sendo estes, os principais disseminadores da cultura da

empresa”. Inicialmente foi realizado um treinamento para que os lideres

entendessem o que é e como funciona a QVT, e apenas posteriormente, eles

transmitiram para os seus liderados.

Marques (2013) menciona em seu artigo os cinco maiores líderes do mundo,

entre eles Bill Gates que aos 21 anos de idade, sagrou-se um dos mais jovens e

bem-sucedidos empreendedores. Bill Gates foi um dos fundadores da Microsoft,

uma das mais importantes e populares empresas de software do mundo.

Outro líder mencionado é Walt Disney, fundador de um dos maiores parques

temáticos do mundo, com uma visão voltada totalmente para seus clientes, tanto os

externos como os internos, o parque possui uma cultura organizacional voltada para

o sucesso, com líderes de alta performance que estimulam um ambiente

colaborativo. Mesmo muito tempo após seu falecimento em 1966, os gestores do

parque mantiveram essa visão de seu fundador até os tempos atuais.

Marques (2013) também aponta Nelson Mandela como um dos cinco maiores

líderes do mundo, o principal representante do movimento antiapartheid, que após

ser preso por quase três décadas, se tornou um ícone de liberdade e esperança

para o povo sul-africano, tornando-se presidente do pais.

Steve Jobs, fundador a Apple, falecido em 2011, também aparece nesta lista,

mas apesar de ser considerada uma das maiores mentes do empreendedorismo, ele

era mais conhecido por ser mais um chefe do que um líder motivador, ele acreditava

que para obter melhores resultados, devemos estimular a visão sistêmica dos

colaboradores, pressionando-os por melhores resultados. Mas apesar disso, Jobs

dizia que “para se ter sucesso, é necessário amar de verdade o que se faz. Caso

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contrário, levando em conta apenas o lado racional, você simplesmente

desiste”.Com frases como essa, ele sabia como inspirar as pessoas e indicar quais

caminhos seriam mais adequados (MARQUES, 2013).

O último integrante desta lista é Martin Luther King Jr., um importante pastor

evangélico e ativista político norte-americano, lutou em defesa dos direitos sociais

para os negros e mulheres, combatendo o preconceito e o racismo, ainda é

atualmente um importante ícone na luta contra o preconceito nos Estados Unidos.

Observando esta lista, podemos notar que um dos ingredientes essenciais para

ser um bom líder, é saber por qual motivo você luta e como convencer as pessoas a

aderirem essa mesma ideia. Mesmo Steve Jobs sendo mais um chefe do que um

líder, ele era capaz de inspirar motivação em muitas pessoas com a sua visão de

negócio.

Lopes (2008) cita três principais tipos de lideranças existentes:

Liderança Autocrática - onde o líder centraliza totalmente a autoridade e as

decisões, os subordinados não possuem nenhuma liberdade de escolha;

Liderança Liberal - onde o líder permite total liberdade para a tomada de

decisões individuais ou coletivas, mas o comportamento desse líder

normalmente é evasivo e sem firmeza;

Liderança Democrática - onde o líder é extremamente comunicativo,

encorajando a participação dos funcionários e estimulando que eles exponham

os seus pontos de vista, esse é o estilo que mais bem se sai com um ambiente

onde a qualidade de vida é valorizada, já que o líder leva em consideração o

bem-estar dos funcionários antes de qualquer coisa.

3.2 ATRAÇÃO E RETENÇÃO DE FUNCIONÁRIOS

Em reportagem no site Endeavor, Carolina Pezzoni (2013) entrevista Sandra

Betti, que destaca a importância de atrair novos funcionários com talento e

qualidade, para o crescimento empresarial, “gente talentosa atrai gente talentosa,

que traz resultados e faz o ciclo virtuoso se manter”, em virtude disso também

promove a abordagem e incentivo ao estudo para a melhoria e atração de

colaboradores, e acresce-se ainda que “o capital humano de uma empresa está

intrinsecamente ligado aos seus talentos, aos profissionais que se destacam por

terem alto potencial e alto desempenho”, colocando o capital humano e o talento do

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indivíduo em destaque, bem como mantê-los na empresa fazendo com que ajudem

na contratação de novos funcionários e contribuam para o desenvolvimento da

instituição.

Segundo Vieira (2012), para uma organização se manter competitiva ela

precisa escolher e manter adequadamente seus funcionários, mantendo-os

satisfeitos ao longo do tempo, com o trabalho que exercem. Mas para isso são

necessários cuidados especiais, entre os quais se destacam os estilos de gestão, as

relações com os empregados e os programas de higiene e segurança do trabalho,

visando proporcionar um ambiente físico, psicológico e social de trabalho agradável

e seguro.

Em algumas empresas o modelo de gestão ainda é precário e visa somente à

produtividade, com um padrão de obediência às cegas, onde os funcionários não

têm qualquer influência e autonomia nas decisões da empresa. Entretanto, nas

empresas de tecnologia, onde o produto que é oferecido ao cliente depende

inteiramente da criatividade e capacidade de inovação dos funcionários, esse

modelo vai influenciar negativamente na produtividade da empresa.

Deste modo, um adequado e coerente modelo de gestão de pessoas considera

que um funcionário se sente motivado a realizar uma tarefa quando isto resultar em

boa avaliação de seu desempenho; que vai resultar em recompensas

organizacionais, tais como bonificação, aumento de salário ou promoção; e que

estas recompensas vão atender seus objetivos pessoais (ALVES, 2011).

Uma vez que a qualidade de vida não depende apenas do bem-estar do

funcionário, se estendendo a toda sua família, necessitando de algo que vai além de

um ambiente agradável, cita Teixeira (2013) que “pessoas, família e tempo são as

palavras de ordem para os funcionários das cem melhores empresas para se

trabalhar. Dinheiro é secundário quando o assunto é felicidade”, isso quer dizer que,

funcionários não visam somente o dinheiro, e salienta que, em meio à crise de

infelicidade no trabalho onde se perde bilhões por falta de motivação e

produtividade, empresas que valorizaram os colaboradores tiveram menos

processos trabalhistas e menores gastos com marketing, gerando benefícios para

organização.

Teixeira (2012) afirma ainda que a disputa surpreendente que ocorre nos

Estados Unidos da América, em relação à Wall Street e os startups (empresas

jovens e inovadoras que buscam espaço no mercado, ou que criam determinado

Page 37: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

36

mercado), onde a Wall Street que recruta os melhores ingressantes no mercado,

recém-formados, sofrem com tal diminuição, uma vez que eles optam por empresas

mais jovens, que são ou foram recentemente startups, e com destaque na mídia, por

promoverem um melhor ambiente de trabalho e/ou por lhes oferecerem uma maior

participação na organização.

Um dos pontos primordiais em relação à utilização da QVT está ligado aos

fatores de retenção e contratação, Cavallini (2013) em reportagem publicada no site

G1, entrevista alguns profissionais da área de gestão de pessoas e aponta que em

três dos dez fatores principais para um excelente candidato avaliar a proposta de

emprego, estão relacionadas a QVT, que seriam:

a) Infelicidade no emprego atual, tanto em relação ao ambiente de trabalho quanto

com as cobranças e com a chefia, a entrevistada Luciana Tegon afirma que:

Esse é um fator que conta muito, se não o principal. Vejo pessoas que aceitam até ganhar menos para „demitirem-se‟ do chefe. Muitas vezes o problema não é a empresa e sim o gestor, aí não tem jeito, só se recolocando mesmo.

b) Problemas no relacionamento com a chefia, decorrentes de desacordos entre

colaborador e chefia, ou por excesso de cobrança, desgaste entre a relação, ou a

própria falta de educação, o entrevistado Eduardo Ferraz aponta que:

Chefes medíocres, centralizadores ou grosseiros costumam gerar baixa produtividade e insatisfação geral. Se não houver oportunidades em outros departamentos na mesma empresa, deve-se pensar seriamente em mudar de emprego.

E Tegon ainda complementa que:

Muitas vezes o funcionário pede demissão do „chefe‟ e não da empresa. Liderar é uma habilidade que infelizmente não existe em todos os seres humanos em virtude do perfil comportamental de cada um. Por mais que a liderança seja algo que possa de alguma forma ser desenvolvida, há pessoas que nunca serão bons lideres a ponto de desestimular alguém a permanecer na equipe. A liderança autêntica é algo que motiva naturalmente os liderados, seja pela senioridade do conhecimento, pela admiração no trato com a equipe, pela forma de motivar e desenvolver o time. Onde tais características não existem, fatalmente haverá rotatividade elevada.

c) Ambiente de trabalho, que envolve a relação do funcionário com o trabalho e da

maneira como se relaciona com o ambiente, no caso as demais pessoas e a

cultura da empresa, uma vez que se passa mais tempo no trabalho do que em

casa; o entrevistado Eduardo Ferraz afirma que, “pesa bastante. Ambientes

“tóxicos”, com muita fofoca ou cultura em que a meritocracia não seja valorizada

induzem os mais qualificados a mudar de emprego”.

Page 38: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

37

Quando a questão salarial foi abordada, demonstrou algo interessante, o fato

de que o salário, não é tão somente o retentor de funcionários, a entrevistada

Luciana Tegon menciona que:

Não é só a remuneração que deve ser avaliada, mas também os benefícios se há incentivo ao aprimoramento profissional por meio de cursos e especializações, se há oportunidade de intercâmbio com as outras sedes da empresa, se haverá upgrade na posição hierárquica, se há identificação com a cultura da empresa, tempo de deslocamento até o trabalho e o impacto positivo ou negativo na qualidade de vida.

3.3 A QVT VISANDO À BUSCA DA AUTO REALIZAÇÃO HUMANA

A qualidade de vida no trabalho pode ser considerada como uma ferramenta

que proporciona às pessoas um alto crescimento pessoal e profissional, pois não

oferece ao funcionário apenas um ambiente mais confortável e agradável e sim uma

condição de auto realização, motivando-o e proporcionando liberdade para ele

conquistar o seu próprio espaço.

Muitas pessoas procuram empresas em que possam ter a liberdade para se

expressar, onde poderão ser ouvidas, uma maneira de se sentirem valorizadas e

“sabendo do seu valor, o colaborador compromete-se muito mais e consegue

satisfazer às suas necessidades e as da empresa” (NASCIMENTO et al., 2012, p.

11).

Quanto maior o nível de valorização dos empregados maiores são as chances

de se manter um bom relacionamento no trabalho, e melhorar o desempenho

fazendo do ambiente de trabalho um lugar agradável e produtivo, que possa

proporcionar momentos não apenas de trabalho, mas também de lazer e diversão

(FERRAZ, et al., 2014). Estas ações permitem um melhor engajamento da equipe

com o trabalho diminuindo possíveis desavenças por liderança ou valorização, uma

vez que todos sabem da sua importância individual para a empresa gerando um

melhor desempenho no trabalho tanto individual quanto em grupo, como mostra a

imagem a seguir: um ambiente sem discussões ou estresse.

Page 39: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

38

https://www.sbcoaching.com.br/blog/carreira/dicas-contribuir-ambiente-trabalho/

Figura 8 – Dicas para contribuir com o ambiente de trabalho

Fonte: Matta, 2015

Faria (201?), define a auto realização pela frase de Abraham Harold Maslow

que apresenta de forma poética a definição de auto realização, onde, “um músico

deve compor, um artista deve pintar, um poeta deve escrever, caso pretendam

deixar seu coração em paz. O que um homem pode ser, ele deve ser. A essa

necessidade podemos dar o nome de auto realização”. Com essa frase, ele

pretende demonstrar que o que uma pessoa deseja ser, ela deve ser, procurar ao

máximo se tornar o que deseja, só assim ela encontrará a auto realização dentro de

si.

O site Raia Diplomática (2012) define como um conjunto de necessidades do

indivíduo sendo que tal pessoa busca cada vez mais se destacar demonstrando seu

potencial. “São necessidades humanas mais elevadas e que estão no topo da

hierarquia. São as necessidades de cada pessoa realizar o seu próprio potencial e

de autodesenvolver-se continuamente”. E destaca algumas características de

pessoas realizadas, como ser capaz de iniciar projetos, ter uma atividade ativa no

trabalho e uma participação ativa nos projetos que são propostos.

Uma das frases mais motivadoras e que transmite o sentimento de busca pela

felicidade, vem de um dos grandes inovadores de seu tempo, o notável Steve Jobs,

transcrita por Lessa em seu artigo: “Para se ter sucesso, é necessário amar de

verdade o que se faz. Caso contrário, levando em conta apenas o lado racional,

você simplesmente desiste. É o que acontece com a maioria das pessoas” (LESSA,

2011).

Page 40: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

39

http://pessoa-rh.com.br/artigos/jornada-de-trabalho-no-brasil

Com essa frase, Jobs demonstra que se deve buscar o que realmente se

gosta no trabalho, e com isso se sentir satisfeito e obter sucesso por meio de seus

próprios esforços, com um pensamento mais profundo de que se o indivíduo irá

fazer o que faz por um grande período de tempo, deve procurar fazer o que

realmente “ama”.

No artigo escrito por Natale e publicado por Kurdoglian (2010) em seu site, é

levantada uma questão muito comum, respondida com grande entonação.

Ora, qual é o propósito de uma vida? É a evolução. E esta está ligada a paixão, se você souber seguir sua paixão, será capaz de descobrir a si mesma e perceber seu potencial (NATALE; KURDOGLIAN, 2010).

Essa frase levanta um questionamento comum, e a mais evidente resposta,

pois traz dois fatos ligados à evolução; primeiro sempre buscar se aprimorar e

avançar em algo, e segundo, a paixão que se refere a um amor intenso a alguma

coisa na vida do indivíduo.

É inevitável a relação dos dois fatos para qualquer indivíduo, por meio dos

quais, o gostar e/ou amar é expresso e a busca pela evolução torna-se evidente

para a vida e com isso para o trabalho, já que se passa muito tempo no trabalho.

Pessoa (2013) baseado na Consolidação das Leis Trabalhistas retrata os

horários de trabalho vigentes no país.

Figura 9 – Quadro comparativo de horas trabalhadas semanais

Fonte: Adaptado de Pessoa, (2013)

Page 41: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

40

https://sergiobatistacoach.wordpress.com/tag/felicidade-interna-bruta/

3.3.1 Teoria da Auto Realização de Abraham Maslow.

Abraham Maslow faleceu no ano de 1970, sendo um reconhecido psicólogo,

que se empenhou para o desenvolvimento e reconhecimento do entendimento do

ser humano, lembrado pelo estudo sobre o mecanismo de motivação

comportamental do ser humano (SCARDUA, 2011).

A teoria de Maslow baseia-se no estudo das necessidades humanas, descrita

em forma de pirâmide.

Figura 10 – Pirâmide das Necessidades.

Fonte: Batista, (2014)

Como ilustrado, a pirâmide das necessidades se divide em cinco faixas, assim

apresentadas por Faria (201?) e por Scardua (2011):

Necessidades fisiológicas: respiração, comida, água, sexo, sono, homeostase

e excreção, quando não satisfeitas essas necessidades, o indivíduo tenta de

todo modo satisfazê-las do modo mais rápido possível, para que se estabeleça o

equilíbrio interno de tal.

Necessidades de segurança e estabilidade: o indivíduo busca segurança

tanto para seu lar, quanto para si. Neste momento há procura por estabilidade e

moralidade.

Necessidades Amor/Relacionamento: o ser humano busca a integração em

um grupo, de modo a não se sentir solitário, com isso ter contatos íntimos com

Page 42: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

41

http://ganhemais.infomoney.com.br/perfil/especialista/jose-portela/o-diagnostico-e-investimentos-de-pacientes-financeiramente-abastados

outros seres, como amizades e amores, onde há procura por vínculos sociais,

entretanto tal necessidade pode ser suprida pela própria solidão, dependendo do

estado de tal ser.

Necessidades de estima: tal necessidade busca o reconhecimento e

valorização, divididas em duas partes: a necessidade de se ter respeito dos

outros, fama, glória, reputação, com isso sentir-se importante diante dos outros

seres, e a necessidade que envolve o auto respeito, que se tem sentimentos

como confiança, independência e liberdade.

Necessidade de auto realização: o indivíduo busca a realização como ser

humano, onde há a busca por conhecimento e experiências.

Deve-se salientar que, não se pode satisfazer uma necessidade superior sem

ter satisfeito a inferior, de modo que a pessoa não pode estar realizada em estima

sem estar realizado em fisiologia, e que se pode cair de nível, exemplo disso, e

quando se tem o termino de um relacionamento ou perca de um emprego, causando

um desequilíbrio no ser humano (SCARDUA, 2011).

Com isso pode-se fazer uma associação com a teoria de Herzberg, como

demonstrado.

Figura 11 – Necessidades Humanas.

Fonte: Portela, (2015)

Com isso pode-se associar que a estima e a auto realização do indivíduo estão

ligadas a fatores de motivação e satisfação, e que para que um colaborador possa

atingir o máximo de seu desempenho, ele deve ter satisfeito esses fatores. De um

modo mais explícito, pode-se observar que para que se possa desempenhar o

máximo de seu potencial o colaborador deve ter uma relativa qualidade de vida tanto

no trabalho quanto fora dele.

Page 43: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

42

4 INFLUENCIA DAS GERAÇÕES NA VISÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO

Tomando-se por base as teorias da administração, as gerações de

trabalhadores eram caracterizadas a cada 20 ou 25 anos, porém, a partir dos anos

80, especialistas apontam que uma nova geração surge aproximadamente a cada

10 anos. Nas empresas, isso faz com que existam pessoas de diferentes idades e

costumes convivendo no mesmo ambiente de trabalho, trocando experiências e

gerenciando conflitos em períodos cada vez menores (CARVALHO, 2012).

Originalmente a delimitação temporal e a descrição de cada geração foram

baseadas considerando a realidade norte-americana a partir da Segunda Guerra

Mundial, mas, entretanto, nem entre as economias ocidentais, como EUA e o Reino

Unido, existe um consenso sobre a delimitação dos períodos que abrangem cada

geração (VELOSO et. al, 2012).

4.1 GERAÇÕES NO MERCADO DE TRABALHO

As organizações passam por conflitos internos, devido a problemas

relacionados as gerações e como elas se comportam, chega-se a ter até cinco

gerações buscando seu espaço. Brito cita em seu site que:

Atualmente os especialistas apontam que uma nova geração surge a cada 10 anos apenas. Nas empresas, isso implica em pessoas de diferentes idades e costumes vivendo em um mesmo ambiente de trabalho, trocando experiências e gerenciando conflitos em períodos cada vez menores (BRITO, 2013).

Carvalho (2014), afirma em suas palestras que atualmente há cinco gerações

no mercado de trabalho, desde os que pertencem à geração mais tradicional, com

mais de 69 anos até as gerações mais novas como Y e Z, sendo a Z a nova entrante

no mercado com componentes na faixa etária dos 16 e 17 anos. Vale salientar que

os maiores problemas surgiram com a entrada da geração Y no mercado, e que as

gerações Y e Z são parecidas, sendo que a Y sofre atualmente um preconceito das

outras gerações, onde são chamados de dispersos.

4.1.1 Geração Tradicionalista

Tem como característica, a lealdade e disciplina, devido a isso o grande

sucesso da hierarquia. Brito (2013), explica que essa geração tem objetivos sociais

Page 44: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

43

como a paz e a prosperidade nacional. Hoje ainda, existem pessoas dessa geração

que estão ativas no mercado, o principal meio de comunicação dessa geração era o

rádio.

4.1.2 Geração BabyBoomer

Essa geração surgiu após o final da Segunda Guerra Mundial. A geração

babyboomer seguiu os valores tradicionais relacionados ao cumprimento de suas

obrigações em relação à carreira, lealdade à organização, educação e criação dos

filhos, casamento, entre outros. Tais resultados referem-se à distinção das gerações

quanto a aspectos relacionados às suas características perante o trabalho nas

organizações, principalmente no que diz respeito às diferenças entre os

babyboomers e as demais gerações (VELOSO; SILVA; DUTRA, 2012).

Geração famosa pela criação do workaholic pelo movimento paz e amor, seus

valores são fortemente fundamentados no tempo de serviço e preferem ser

reconhecidos pela sua experiência do que pela capacidade de inovação, grande

parte dessa geração ativa e os mais velhos da geração X, estão em cargos de

diretoria(CARVALHO, 2012).

Brito (2013), também define essa geração como os inventores da era “paz e

amor”, pois tinham aversão aos conflitos armados, transtorno ocorrido durante a

segunda guerra. Essa geração prefere músicas, artes e todas as outras formas de

cultura como instrumentos para a evolução humana do que a guerra. Por possuírem

cargos de gerencia nas empresas, tendem a se chocar diretamente com as

gerações mais jovens, causando um conflito de culturas no ambiente da

organização.

4.1.3 A Geração X

Essa geração é consideravelmente descrente e desconfiada em relação as

organizações, e com isso eles tendem a compartilhar menos informações com as

organizações com a qual trabalham, não existindo um sentimento de satisfação por

trabalharem em grandes empresas. Eles valorizam muito mais trabalhar para si

próprios e preferem tratar a autoridade de maneira informal (VELOSO; SILVA;

DUTRA, 2012).

Page 45: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

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Veloso; Silva; Dutra, (2012) citam também que, pessoas dessa geração são

extremamente empreendedoras, valorizando o desenvolvimento da própria

autoestima. Os valores da geração X podem ser considerados como a flexibilidade

de horário, independência, liberdade e eles valorizam muito a qualidade de vida no

ambiente de trabalho.

No meio profissional a Geração X é caracterizada atualmente por certas resistências em relação a tudo que é novo, além de apresentar insegurança em perder o emprego para pessoas mais novas e com mais energia. Estas formam a sucessora da Geração X: a Geração Y (CARVALHO, 2012).

4.1.4 A Geração Y

A geração Y em pouco tempo de vida já presenciou os maiores avanços na

tecnologia e diversas quebras de paradigma no mercado de trabalho, é uma geração

que nasceu e praticamente cresceu junto com a evolução da tecnologia,

presenciando muitos avanços que estas promoveram no mercado de trabalho e no

mundo. Por conseguinte, num ambiente tão inovador proporcionado pela tecnologia,

a Geração Y se individualiza ao apresentar características como capacidade em

fazer várias coisas ao mesmo tempo, como ouvir música, navegar na internet, ler e-

mails, entre outras simultaneamente (CARVALHO, 2012).

Mas isso pode ser negativo se necessário conviver em um ambiente fechado

e sem liberdade, pois não terão o mesmo desempenho e acabarão ficando limitados

por isso, é tão importante um ambiente diferenciado principalmente para esta

geração e as novas entrantes para que consigam explorar todo seu capital

intelectual.

Ainda segundo Carvalho (2012), essa geração apresenta também, um desejo

constante por novas experiências, isso faz com que resulte na expectativa de

conseguir uma ascensão rápida no trabalho, conseguir a promoção de cargos em

um período relativamente curto e de maneira contínua. Muitas vezes acaba sendo

caracterizadas pela relutância a hierarquia da organização, mas, no entanto, deseja

uma direção clara e apoio da gestão em suas atividades, procurando flexibilidade e

autonomia na realização de tarefas, e possui a vantagem de lidar habilmente com as

novas tecnologias (VELOSO; SILVA; DUTRA, 2012).

Os perfis da Geração X e Y são bastante diferentes quando colocados em comparação os seus comportamentos. Enquanto o X prefere tranquilidade o Y quer movimento; o Y deseja inovar a qualquer custo, já o X prefere a estabilidade e o equilíbrio. Tais contrastes apresentam uma dificuldade para

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45

as empresas que possuem colaboradores da Geração X subordinados a Geração Y. A maioria dos mais velhos não aceita com naturalidade um comando imposto por um mais novo, que por sua vez acha morosa demais as decisões dos mais velhos” (CARVALHO, 2012).

4.1.5 A Geração Z

Segundo Carvalho (2014), as diferenças entre as gerações Y e Z não são tão

significativas, ambas possuem um grande contato e conseguem manipular

habilmente a tecnologia, a diferença está na forma de como a geração Z avança

nestas novas tecnologias, já que lidam com elas desde o seu nascimento.

É a geração ingressada no mercado de trabalho mais recentemente, seu

mundo sempre esteve conectado com a internet, desde o momento de seu

nascimento: o ritmo ditado pela tecnologia é decisivo na formação da personalidade

desses indivíduos que compõem a geração Z, que apesar de ainda não possuir

experiência profissional para o mercado de trabalho, visto que a maioria são jovens

em seu primeiro emprego, estão demonstrando um comportamento bem diferente,

tanto nas universidades, quanto no ambiente de trabalho, comparando-os com as

demais gerações. Uma geração que está ficando conhecida por ter dificuldades em

trabalhar em equipe e por não possuir muita paciência (ANDRADE et al., 2011).

Apesar de tudo, é uma geração que está apta a mudanças e com isso

conseguem inovar com mais facilidade, mas para que as empresas consigam que

estes profissionais desenvolvam algo novo e diferenciado, irão necessitar de

investimentos em QVT e que a própria empresa passe a se adaptar ao novo

funcionário para que assim ele não se sinta preso e consiga um melhor

desempenho.

Segundo Zuanazzi e Remonato (2014), isso ocorre devido a não estarem

acostumados com a formação hierárquica que a maioria das organizações possui, o

que é compreensível quando se observa que na internet, onde eles passam a maior

parte do tempo, essa formação quase não existe, eles têm acesso a qualquer

pessoa a qualquer momento. Essa situação faz com que eles possuam o desejo de

ter as “portas abertas” em qualquer nível da organização, isso acaba causando um

conflito com empresas que utilizam o modelo hierárquico tradicional.

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46

Esta geração não consegue ver um líder ou até mesmo um gerente como

uma pessoa que eles dificilmente terão acesso, e uma geração que está conectada

sem hierarquia e sem limites podendo ter acesso a tudo e a todos a qualquer hora.

Ainda segundo Zuanazzi e Remonato (2014), na visão deles, todos os

assuntos merecem ser abertos para discussões e debates, assim como ocorre na

internet, onde todos podem debater o assunto que quiserem. Em alguns casos,

passam tanto tempo na internet que acabam querendo transportar o mundo virtual

para o mundo real, fato que acaba causando muitos problemas em empresas mais

tradicionais, e até na formação social desses jovens, dependendo da intensidade

que isso ocorre.

Apesar de tudo isso, essa é uma geração que está fortemente ligada à

tecnologia da informação, esse fator os diferencia das gerações anteriores, pelo

acesso a todo tipo de informação muito mais rápido, tornando-os mais dinâmicos,

críticos, precoces além de criarem uma tendência de serem ecologicamente corretos

(ANDRADE et al., 2011).

Essa geração, apesar de passar boa parte do tempo em smartphones,

tablets, computadores e etc., não os torna menos sociáveis do que as gerações

anteriores, pela busca constante e inovadora na forma de comunicação, o que

acaba sempre influenciando no ambiente em que vivem, principalmente no ambiente

de trabalho. O fato de questionarem mais os torna até mais maduros do que as

gerações passadas, apesar da pouca idade (ZUANAZZI; REMONATO, 2014).

4.2 A QVT NA VISÃO DAS GERAÇÕES X, Y, e Z.

Atualmente existem três gerações predominantes no mercado de trabalho, as

gerações X, Y e a nova geração Z, isso faz com que aconteça um conflito de ideias

e pensamentos distintos trabalhando em uma mesma organização, assim afetando

diretamente as organizações com essas constantes transformações e, portanto, é de

suma importância que elas realizem uma reflexão no seu modo de gerenciar

pessoas (LADEIRA; COSTA; COSTA, 2013).

Segundo Andrade et al., (2011), são muitos e diversificados os desafios que

afetam os gestores das organizações, um deles é a necessidade de conviver,

trabalhar e gerenciar colaboradores de diferentes idades e pensamentos, isso exige

Page 48: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

47

que o gestor se prepare para satisfazer as necessidades de todos, tanto dos que

pertencem à geração X, quanto da nova geração Z.

Na visão da geração X, vistos como descrentes e desconfiados em relação as

grandes organizações, preferem um ambiente onde possam se sentir à vontade em

seu trabalho, preferem possuir sua própria empresa, onde podem usufruir do seu

tempo como bem entendem, foi nessa geração que a visão da QVT começou a ser

valorizada (VELOSO; SILVA; DUTRA, 2012).

Segundo Andrade et al. (2011), foi nessa geração que as mulheres

começaram a desempenhar papéis na sociedade que antes eram destinados

apenas aos homens, pelo fato de que a nova forma de pensamento da geração X,

influenciada pelas informações transmitidas pela TV nas novelas, ajudaram a

conceber essa nova ideologia na visão da sociedade.

Andrade et al. (2011), também afirma que essa mudança de visão da

sociedade, fez com que os jovens nascidos nessa época apresentassem

características e estilos de vida diferentes: eram considerados revolucionários, pois

lutavam pela liberdade de expressão e autonomia, interessavam-se por política e

manifestavam seus ideais em movimentos estudantis ou em movimentos hippies,

buscando direitos iguais principalmente por meio da música que expressava seus

valores e posições político-sociais.

A geração Y, vista como relutantes a hierarquias e ao sistema mais fechado

das empresas, no entanto, deseja uma direção clara e apoio da gestão em suas

atividades, busca autonomia na realização de tarefas e possui a vantagem de ter

nascido junto com a tecnologia, assim lidando habilmente com ela (VELOSO; SILVA;

DUTRA, 2012).

O conflito entre as gerações anteriores e a geração Y se dá, à medida que os mais velhos tentam julgar os mais novos pela „ciência do retrovisor‟, ou seja, utilizando modelos de suas próprias gerações(OLIVEIRA, 2010, p. 74 apud LADEIRA; COSTA; COSTA, 2013, p. 5).

Segundo Ladeira, Costa e Costa (2013), esse ar de liberdade e o desejo de

que os gestores indiquem uma direção clara e apoiem suas atividades, é devido que

os pais da geração Y serem da geração X, muito focados no trabalho e acabavam

se dedicando muito mais ao trabalho do que a criação de seus filhos. Ainda segundo

os autores, essa geração, por verem seus pais dedicando boa parte das suas vidas

ao trabalho, passaram a valorizar muito mais a qualidade de vida no trabalho,

tornando-se bem mais exigentes nesse aspecto.

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Na visão da geração Z, que sempre estiveram conectados com a tecnologia e

possuem uma velocidade muito rápida na aquisição de conhecimento, graças à

internet, possuem uma visão ainda mais exigente do que a da geração passada

sobre a qualidade de vida (ANDRADE et al., 2011).

Segundo Zuanazzi e Remonato (2014), existe um conflito de pensamentos e

ideologias da geração Z em relação as anteriores, pois possuem uma visão bem

mais liberal e questionadora, não respeitam muito o modelo hierárquico apresentado

pelas empresas e tendem a questionar a forma como as organizações gerenciam

seus colaboradores. Também citam que a forma como eles têm acesso as novas

tecnologias e principalmente a internet, auxiliou no desenvolvimento desse

pensamento contraposto ao modelo adotado pela maioria das organizações, visto

que a internet permite acesso a tudo, a qualquer hora, e em qualquer lugar, dando a

liberdade de poder debater e questionar qualquer assunto apresentado.

Essa liberdade que a tecnologia proporcionou, fez com que eles valorizassem

muito mais a qualidade de vida no ambiente de trabalho, porém por ainda ser um

modelo novo, não existem muitas empresas implantando, mas muitas estão optando

por um ambiente de trabalho muito mais liberal e descrente do que era na forma

hierárquica apresentado no modelo anterior (ANDRADE et al., 2011).

Em entrevista realizada o Sr. Alexandre Teixeira, comenta sobre essa relação

que existe entre as gerações atuantes no mercado atualmente e as empresas que

implantam esse modelo de gestão:

Esse conflito deve-se à descrença dessas gerações no modelo hierárquico das organizações. Ou ao fato de que essas organizações hierarquizadas desconfiam das gerações Y e Z. Vejo erros dos dois lados. Jovens participam de 20, 30 processos de seleção de trainees ao mesmo tempo. Os que aprendem a “língua das empresas” passam em vários deles. Do outro lado, muitas empresas vão às faculdades no início das temporadas de recrutamento de trainees e se vendem como modernas. Quem acredita, muitas vezes, encontra outra realidade. Ao contrário do que sugere o estereótipo, o jovem não perdeu o interesse pelas empresas. O problema é que as empresas estagnaram no modelo da virada do século, que já tem 15 anos. A revolução no trabalho dos anos 10 do século 21 é comparável à revolução sexual dos anos 60 do século 20. Só que a maioria das empresas ainda não se deu conta disso (TEIXEIRA, 2015. Apêndice D).

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49

5 ANÁLISE DA QVT DE EMPRESAS DE TI E DE ALGUNS OUTROS SETORES

Ter que lidar com pessoas nas organizações é algo inevitável, desde o

começo da industrialização; nas últimas décadas, vem se tornando essencial,

quanto melhor a QVT mais os funcionários produzem. Segundo Alves (2011), de

alguma forma todos estamos ligados a uma organização, direta ou indiretamente.

Isso faz com que o investimento na QVT se torne indispensável. Desta forma, as

tarefas deliberadas à responsabilidade das pessoas, dependem não apenas da

capacidade delas, mas também do ambiente, das condições e de como está sua

qualidade de vida (ANDRADE, 2012, p.10).

Sendo assim, podemos dizer que uma organização é o resultado de um

trabalho em equipe com um objetivo em comum, principalmente em empresas de TI,

uma vez que elas dependem da criatividade de seus funcionários para alcançar e

oferecer no mercado um bom produto.

Esse modelo de gestão vem sendo chamado de endomarketing por alguns

especialistas da área; para que ele funcione adequadamente, é preciso ter em

mente alguns aspectos diretamente relacionados ao trabalho: o que fazer, como

fazer e o que receber (ALMEIDA, 2014).

O endomarketing pode ser considerado como o marketing “para dentro”:

enquanto o marketing visa os clientes de fora da organização, o endomarketing visa

os clientes internos da organização, os funcionários que trabalham para fazer um

bom produto. A QVT é um fator muito importante para empresas de TI, é ela quem

faz com que os funcionários se sintam bem no local de trabalho e assim ajudando

com a criatividade e inovação.

Ao passo que, quando tratamos de marketing, referimo-nos ás relações de troca ocorridas entre as organizações e o mercado externo, quando falamos em endomarketing, buscamos observar, além dessas relações, aquelas que ocorrem entre as organizações e seus empregados – os quais, analogamente, seriam considerados como clientes internos. Desta forma, enquanto os clientes externos trocam dinheiro por produtos ou serviços, os empregados trocam um bom desempenho no trabalho por recompensas ou benefícios. (SIMÕES, 2010, p. 2)

A crescente atenção voltada para o endomarketing deve-se por causa do

movimento da era industrial para a nova concorrência da era do serviço, na qual a

lógica do fabricante precisa ser substituída pelo knowhow do prestador. Assim os

empregados necessitam ter uma criatividade e liberdade de expressão na

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50

organização mais liberal, deixando-os mais à vontade para criar produtos melhores e

inovadores (SIMÕES, 2010).

A Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), no ciclo de 2014,

premiou empresas de diversos segmentos, classificadas por boas práticas de gestão

de seus programas de qualidade de vida, entre as empresas destacaram-se:

Johnson & Johnson, Cristal Pigmentos do Brasil e Dataprev, e classificou como

excelência as empresas: Globo Comunicação, Hewlett Packard Brasil, Braskem e

CCR, com isso demostrando que a QVT pode ser aplicada aos mais diferentes

segmentos (CRUZ; SIMURRO, 2014).

Conforme divulgado pela consultoria Great Place To Work Brazil (2015a),

mediante a realização de uma pesquisa como objetivo de classificar as melhores

empresas para se trabalhar, as empresas Google, Dextra e Acesso Digital, são as

melhores empresas para se trabalhar no país no setor de Tecnologia da Informação,

sendo que as empresas Google e a Acesso Digital também estavam entre as três

primeiras no ano anterior, cada participante deve atender aos requisitos que são ter

no mínimo 50 funcionários e ser do setor de Tecnologia da Informação ou

Telecomunicações.

Vale ressaltar que quando a avaliação se delimita apenas a três categorias de

melhores empresas para trabalhar a GPTW Brasil demostra que o resultado se torna

mais interessantes sendo as categorias, grande porte com mais de 1000

funcionários e médio porte, nacional e multinacional, de 100 a 999 funcionários.

Na categoria grande porte, nas primeiras colocações tem-se as seguintes

empresas:

ELEKTRO, Manufatura & Produção.

CARTERPILLAR, Manufatura & Produção.

KIMBERLY-CLARK BRASIL, Manufatura & Produção.

Na categoria médio porte nacional traz nas primeiras colocações as empresas:

SAMA S.A. – MINERAÇÕES ASSOCIADAS, Extração mineral.

DEXTRA, Tecnologia da Informação.

CONSÓRCIO LUIZA, Recursos financeiros.

Na categoria de médio porte multinacional traz nas primeiras colocações as

empresas:

GOOGLE, Tecnologia da Informação.

Page 52: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

51

PERKINS MOTORES, Manufatora & Produção.

JW MARRIOTT RIO DE JANEIRO, Hoteleiro.

No método de avaliação são considerados dois terços da nota dada pelos

funcionários da organização, permitindo que os próprios funcionários avaliem a

qualidade de vida da empresa em que trabalham.

Com isso observa-se que o investimento em qualidade de vida no trabalho

não está relacionado apenas aos setores de TI, empresas de outros setores também

podem entrar nessa lista, isso se deve também ao motivo de que as empresas de TI

no Brasil, em sua maioria, têm uma quantidade relativamente pequena de

funcionários, devido a isso a melhor colocada no segmento de TI, na categoria de

grande porte é a Dell Brasil, com a sétima colocação e também devido à grande

homogeneização dos outros setores.

Quando a pesquisa ocorre em âmbito mundial, o cenário se inverte, que de

acordo com os últimos dados divulgados pela Great Place To Work Brazil (2014), as

empresas top são do setor da Tecnologia da Informação como:

Google - Setor: Tecnologia de informação - listado na: Argentina, Brasil, Canadá,

Estados Unidos, Índia e Japão;

SAS Institute - Setor: Tecnologia de informação - listado na: Alemanha, Austrália,

Bélgica, Brasil, Canadá, Coreia, Estados Unidos, Finlândia, França, Itália, México,

Países Baixos, Polônia e Portugal;

NetApp - Setor: Tecnologia de informação e Gestão/Armazenamento de dados -

listado na: Alemanha, Austrália, Áustria, Canadá, China, Estados Unidos, França,

Índia, Japão, Países Baixos, Reino Unido e Suíça.

5.1 EXEMPLOS DE EMPRESAS

A QVT é de suma importância e aplicada por muitas empresas em diversos

segmentos, não somente na área de TI, em virtude disso pode-se demostrar as

ações de algumas empresas que atuam no país, baseado no artigo escrito no site

Software Avaliação (2014), essas empresas são:

Elektro: mantém diversos programas, entre eles Jovens Talentos, Estar Bem

Elektro, além de focar em unir os colaboradores e seus familiares à empresa,

Page 53: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

52

com atividades e campeonatos esportivos, e promover um programa de

reconhecimento onde busca premiar o esforço interno dos colaboradores;

Caterpillar: um dos destaques é o baixo turnover, faltas e atrasos, que estão em

torno de 1%, utiliza a avaliação 360º. A uma distribuição de medicamentos de

forma gratuita para funcionários e familiares portadores de doenças crônicas e

um acompanhamento médico periódico, além de um acompanhamento e

tratamento de reabilitação para dependentes químicos, também faz parte dos

programas da empresa;

Kimberly-Clark: tem maior prioridade na comunicação e transparência das

informações de modo a ter maior envolvimento e contato com os colaboradores,

mantendo também investimentos na busca de talentos e desenvolvimento de

seus profissionais.

O Google se localiza na primeira colocação na subcategoria na área de TI e

também como multinacional de médio porte, na pesquisa da GPTW Brasil, e em

primeiro lugar em uma dimensão mundial, como sendo uma das melhores empresas

para se trabalhar. Em reportagem de Tatiana Vaz (2013), da revista Exame, a

diretora de RH do Google para América Latina, Monica Santos afirma que, “são os

próprios profissionais que definem como vão atingir seus objetivos. Assim, cada um

pode gerir sua própria carreira e imprimir sua marca na empresa, mantendo sua

identidade enquanto colabora com a evolução do Google”, com isso um dos

programas que se destaca na empresa é o de horários flexíveis válidos para todos

os dias da semana, com isso o funcionário tem liberdade para trabalhar quando está

mais disposto, já que o importante são as metas a serem seguidas, não somente

como realizam os processos.

5.2 A QVT E A CRISE ECONÔMICA

É do conhecimento de todos que o Brasil passa por sérios problemas

econômicos, basta ler jornais, revistas ou notícias online. O site de notícias G1

(2015a), publicou que segundo o relatório da Fundação Getúlio Vargas (FGV) o país

entrou em crise a partir do 2º trimestre de 2014. No caso mencionado, o método de

avaliação da fundação não é o mesmo que classifica como recessão técnica, nessa

situação a definição utilizada é a de uma “fase cíclica marcada pelo declínio na

atividade econômica disseminada entre diferentes setores econômicos”.

Page 54: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

53

Em outra reportagem o mesmo site, cita a entrevista do professor Picchetti

sobre como o país poderia sair da recessão, onde esclarece que o Brasil precisaria

ter uma melhora nos setores da Indústria e comércio, simultaneamente com uma

alta da empregabilidade no país (G1, 2015b).

Com tal clima, foi perguntado, em entrevista, para o Sr Alexandre Teixeira, se

com a situação atual no país, devido à crise econômica que está se estabelecendo e

com isso o aumento do desemprego em diversos setores, pode-se deduzir que

houve uma alteração de valores em relação a Qualidade de Vida no Trabalho, onde

o indivíduo, não busca melhores condições e sim se manter empregado.

Pode-se deduzir que houve uma alteração de prioridades, sim. A qualidade de vida no trabalho talvez fique no segundo plano, com o trabalhador buscando se manter empregado. Do ponto de vista dos empregadores, porém, essa inversão de prioridades, se verdadeira, é um equívoco. O grande desafio das empresas no Brasil é aumentar sua produtividade – e, em alguma medida, a baixa produtividade está associada à baixa motivação da mão de obra. Estima-se que US$ 42 bilhões anuais são perdidos no Brasil por baixo engajamento, segundo levantamento da ISMA-BR. Reverter esse quadro, obviamente, traria benefícios preciosos às companhias. Um estudo do Gallup elencou quatro grandes vantagens para equipes engajadas, na comparação com equipes desengajadas: a fidelidade do consumidor é 56% maior, a retenção de talentos é 50% maior, o nível de segurança no trabalho é 50% maior e a lucratividade é 33% maior. É por isso que costumo dizer que gestão da felicidade é uma competência estratégica para as empresas. (TEIXEIRA, 2015. Apêndice D).

Com isso demonstrando que existe a possibilidade do aumento da

produtividade em períodos de crise, assim estendendo a vida da empresa, nesse

período mantendo ela no mercado e assim conseguir mais espaço.

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54

http://www.tribunahoje.com/noticia/152523/economia/2015/08/24/crise-economica-pe-em-risco-plr-dos-trabalhadores.html

Figura 12 – Crise Econômica.

Fonte: Adaptação site R7 (2015)

Com isso, a imagem figura 12 demonstra o declínio do atual sistema

financeiro de uma forma lúdica, ilustrando a eminente queda da valorização do real e

os gestores procurando segurar ao máximo, essa possível queda. Com a alta do

desemprego no país, uma das saídas encontradas pela população foi a busca do

trabalho no exterior. Nesse aspecto, profissionais qualificados acabam levando o

seu capital intelectual para fora das fronteiras nacionais, que em virtude disso, pode-

se afetar a economia de um modo indireto devido à queda da qualidade e da

qualificação dos estudos gerados no país e a consequente qualidade do

desenvolvimento de produtos.

A Receita Federal declara que houve uma alta na saída de profissionais

qualificados do país nos últimos anos; a Receita recebia cerca de 7.956

declarações, sendo 21 a cada dia do ano, isso em 2011, já em 2015 foram 36 saídas

diárias e 13.288 no ano até o momento da declaração (AGÊNCIA O GLOBO, 2015).

Bárbara Barbosa, nesta mesma publicação, defende a ideologia de uma briga

pela mão de obra, onde alguns países traçam um perfil para esses trabalhadores e

dessa maneira, selecionam os mais qualificados, e ainda conclui que o Brasil “está

Page 56: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

55

perdendo a briga por mão de obra qualificada e, em consequência, na corrida pelo

desenvolvimento”.

A pesquisadora Margareth da Luz completa nesta mesma entrevista o

assunto dizendo que o país não está preparado para isso, e afirma que “não há uma

coordenação, e nós estamos perdendo cérebros, o que é preocupante num

momento de envelhecimento da população”. Nesse sentido, ela procura demonstrar

que jovens brilhantes estão deixando o país. Assim podemos observar que a crise é

um grande problema para o Brasil, pela perda de muita mão de obra qualificada e

por uma queda no rendimento da mão-de-obra remanescente. Uma das soluções

encontradas estaria na gestão de qualidade em conjunto com a QVT, para dessa

forma manter esse capital intelectual no país e nas empresas.

A gestão da qualidade possui o seu foco na melhoria da qualidade dos

produtos e/ou processos para satisfazer o cliente, por meio da melhoria continua,

mas é importante ressaltar que ela atua em diversas áreas e níveis da organização.

(PERIARD, 2013).

Com isso Periard (2013) define as etapas necessárias a esta melhoria como:

escolha de uma área de melhoria;

definição da equipe de trabalho que tratará da melhoria;

identificação dos benchmarks;

análise do método atual;

estudo piloto da melhoria;

implementação das melhorias.

Podemos observar que a gestão da qualidade está relacionada diretamente

as pessoas, uma das etapas com maior ênfase nos funcionários seria a de escolha

de equipes, onde deve-se escolher os mais qualificados e deixá-los trabalhar com

motivação total em suas funções, passando isso para o produto final desejado. Essa

questão deixa mais evidente que tal gestão seria de extrema importância em

períodos de crise, uma vez que com a implantação dela é possível identificar

desperdícios, podendo resolvê-los de modo a reter gastos e deixar a organização

cada vez mais eficiente (FELIPE, 2015).

A questão agora seria qual a relação com a Gestão da Qualidade de Vida no

Trabalho, e a resposta pode ser retratada com uma afirmação de Chowdhury (2006)

“quanto melhor você tratar seus colaboradores, melhor eles tratarão seus clientes”.

Page 57: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

56

http://dinheirama.com/blog/2010/07/12/qualidade-de-vida-no-trabalho/

É fato também que, em uma organização, os colaboradores são os clientes

internos e estão diretamente relacionados ao produto e evidentemente a qualidade

destes, isso é explicitamente apresentado por Chowdhury (2006) onde em tempos

de crise, a solução encontrada foi a de valorizar ao máximo os funcionários e a

busca pela qualidade baseada nesta valorização. Em virtude de tais afirmações,

observa-se que a QVT é uma possível forma de evitar que a empresa sofra ainda

mais com a crise uma vez que, ao valorizar os colaboradores com a implantação da

QVT, pode receber um retorno que ajudará a própria organização a manter-se no

mercado em que atua, eliminar ou minimizar a demissão de funcionários. Assim

podemos afirmar que é melhor motivar do que perder talentos, para e assim,

construir um futuro melhor para todos.

Em reportagem de Luiza Belloni (2015), o CEO da Great Place to Work Brazil,

Ruy Shiozawa, afirma que as empresas que oferecem melhores condições de

trabalho para seus colaboradores estão superando melhor a crise, já que as

melhores empresas, colocadas juntas, tiveram um aumento do faturamento de 9%

do ano atual em relação ao anterior, isso é muito superior ao percentual do

crescimento do PIB nacional que é de 0,1%.

Figura 13 – QVT para as Empresas.

Fonte: Adaptação de Vilhena (2010)

5.3 IMPLANTAÇÃO DA QVT

Aborda-se aqui, os processos de implantação desse modelo de gestão, quais

são os passos necessários para que isso ocorra em uma empresa, como isso ocorre

Page 58: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

57

http://pt.slideshare.net/niedsonsantana/qualidade-de-vida-no-trabalho-38973524

na prática. Retoma-se o conceito da QVT, que segundo Magalhães, Andreoni e

Marcelino (2013), ”qualidade de Vida no Trabalho é relacionada principalmente com

saúde e segurança dos colaboradores, as duas variáveis sendo tomadas em sentido

amplo”. Além disso, faz-se necessário que todos os gestores tenham o

conhecimento dos princípios da QVT e saibam como aplica-los, uma vez que para o

sucesso neste processo é necessária a integração de duas partes a física e a social,

pois não é possível atingir metas sem condições básicas de realizá-las, mas quando

atendida as necessidades, torna-se mais fácil atingir os objetivos. (GONÇALVES et

al., 2015)

Os gestores devem estimular os colaboradores a se manifestarem e exporem

suas opiniões, indicando quais são os pontos falhos para que as metas sejam

atingidas na empresa, só assim os gestores poderão saber o que os colaboradores

desejam e o que eles sentem necessidade na empresa.

Figura 14 – Pressupostos para implantação da QVT.

Fonte: Santana (2014).

A empresa deve se preocupar com a saúde de seus funcionários e até de

seus familiares, uma vez pais, esposa ou filhos doentes fazem com que um

funcionário não se concentre100% em seus afazeres dentro da organização.

Page 59: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

58

Qualquer programa tem retorno, por exemplo, o funcionário vem para o serviço, ele sabendo que em sua casa tem alimento, que o filho dele, que esta doente, terá assistência médica, que se acontecer algo com ele a família estará amparada pelo seguro de vida, faz com que ele se dedique mais ao trabalho, isso traz retorno de produtividade, e consequência financeira para a empresa. (CARLOS, 2015, Apêndice C)

Consoante Fernandes (2009), quando uma empresa pensa em implantar a

QVT, ela deve investir também no ambiente físico, com matéria prima e instrumentos

adequados, equipamentos adequados e em perfeito estado, além de locais de

descanso apropriados e agradáveis para seus colaboradores, gerando assim um

bem-estar para eles e com isso poderão realizar suas tarefas com maior eficiência.

Assim, uma organização ao implantar a QVT, precisa alinhar todos os setores

da empresa a esse novo conceito de gestão, fazendo com que todos os gestores

tenham conhecimento de como funciona e como eles devem agir para que a

implantação tenha sucesso. Melhores resultados na produção e na qualidade do

produto devem ser sentidos quase que imediatamente após o início da implantação,

caso tenha ocorrido de forma correta e com a colaboração e o envolvimento de

todas as partes.

De acordo com Fernandes (2009), “devemos observar como gestores de uma

organização que a escolha de programas de qualidade de vida no trabalho que

serão colocados na empresa deverá ser viável e trazer benefícios a organização

como um todo”. Assim ao implantar a QVT, a empresa deve ter em mente quais são

os programas viáveis e os inviáveis, não adianta planejar implantar um programa

que nunca irá sair do papel e ser executado na pratica.

Magalhães, Andreoni e Marcelino (2013) definem os processos de

implantação da QVT em três níveis:

Alerta e Follow-up – é o nível de conscientização de todas as partes envolvidas

no processo de implantação, no encorajamento a desenvolver hábitos que

proporcionem um melhor ambiente organizacional. É o nível de menor custo para

a empresa, já que ainda não envolve investimento sem reformas ou

equipamentos melhores, apenas programas que gerem bem-estar para seus

colaboradores.

Programação Tradicional – nessa etapa aumentam os investimentos da

empresa, com a necessidade da contratação de especialistas que auxiliarão os

colaboradores, como médicos, nutricionistas, professores de ginástica entre

outros. A empresa passa a avaliar e se preocupar com a saúde e capacitação de

Page 60: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

59

seus funcionários, procurando oferecer para eles formas de aprimorarem-se em

suas funções e na vida profissional e pessoal.

Gerenciamento de Saúde e Produtividade – Já no terceiro nível será exigido da

empresa um desembolso significativo e ainda mais comprometimento. Realizar a

manutenção nas atividades implantadas nos níveis anteriores e procurar descobrir

as causas de estresse e depressão intensa (burnout) de seus colaboradores com

questionários e entrevistas confidenciais, a aproximação de chefes e

subordinados e a redução da carga horaria de funcionários com excesso de

trabalho.

Mas esses três níveis não são absolutos e podem ser adaptáveis a cada

empresa que desejar implantar a QVT para seus colaboradores. O importante é que

seja levado em conta o interesse, a necessidade e a capacidade de cada empresa.

Ao iniciar a implantação da QVT, a empresa deverá analisar o ambiente

organizacional para que possa identificar os pontos que ao serem implantados

proporcionarão retorno para a empresa, encontrando possíveis conflitos no ambiente

de trabalho que influenciam negativamente na capacidade e na competência

profissional individual, fazendo com que diminua a motivação do colaborador, que

para aqueles que necessitam do Capital Intelectual, acabarão tendo um

desempenho negativo.

As fases de um processo de implantação de QVT na empresa necessitam de

um planejamento para que não saiam do foco e consigam atingir os objetivos

esperados. Na visão de Magalhães, Andreoni e Marcelino (2013), as empresas

precisam seguir alguns passos para implantação da QVT.

O primeiro passo deve acontecer por meio da conscientização onde os

profissionais responsáveis pela implantação devem convencer a gerência da

importância do seu comprometimento para os resultados.

Depois disso deve ser estabelecida uma equipe com conhecimentos distintos e de

diversas áreas da empresa que serão responsáveis pela implantação do projeto.

Em casos de empresas de pequeno porte em que não há necessidade de uma

equipe, o responsável deve ter conhecimento das diversas áreas da empresa.

Após esta etapa serão iniciados estudos para avaliação das necessidades da

empresa por meio de pesquisas junto aos possíveis beneficiados do projeto, e

posteriormente serão definidos os objetivos do projeto de acordo com a pesquisa.

Page 61: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

60

Em seguida serão analisadas quais medidas serão tomadas para atender os

objetivos como também, realizar o levantamento de custos do projeto.

Com todas estas análises, se o projeto for viável para a empresa, poderá ser

iniciada a fase de execução. Contudo, todos os pontos são de fundamental

importância para a empresa, mesmo pequenas mudanças poderão trazer retornos

para a organização, sendo elaborados e praticados corretamente.

Para Santana (2014) as condições do ambiente de trabalho após a

implantação da QVT devem proporcionar um ambiente físico com sinalização,

espaço suficiente para os colaboradores trabalharem, ar fresco com boa ventilação,

um ambiente bem iluminado e com uma sonorização em um volume que não cause

problemas de saúde, caso exista algum equipamento barulhento a empresa deverá

disponibilizar fones inibidores de ruídos.

Os instrumentos de trabalho devem estar em boas condições se com

ferramentas que atendam todas as necessidades dos funcionários, maquinas com a

manutenção em dia e todas as documentações adequadas. Manter sempre um

suporte organizacional com informações, suprimentos e tecnologias para auxiliar os

colaboradores em suas funções diárias, mantendo isso sempre em dia e em bom

estado de uso. Todos os equipamentos deveram estar funcionando e em bom

estado, desde materiais arquitetônicos até a mobília da empresa. Outro fator que

deve ser observado é a matéria prima, objetos e materiais necessários para a

fabricação do produto da empresa.

Page 62: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

61

6 METODOLOGIA

A pesquisa realizada foi de natureza aplicada, de caráter exploratório com

abordagem qualitativa e realizada como estudo de caso. Iniciamos a pesquisa por

meio de levantamento bibliográfico (livros, teses, artigos e etc.) sobre o assunto,

onde definimos a estrutura do projeto (Tema e Delimitação do Tema, Justificativa,

Objetivos, Problemas, Hipótese, Revisão Bibliográfica).

O Estudo de caso foi realizado mediante questionários não estruturados junto

aos funcionários de uma empresa que adota as práticas do QVT em grande escala e

junto aos funcionários de uma empresa que as adota em menor intensidade,

também foi realizadas entrevistas com os representantes de empresas que adotam

as práticas de QVT e posteriormente realizada a análise comparativa dos resultados

obtidos com as ações práticas da qualidade de vida no trabalho.

As empresas estudadas foram: uma do ramo alimentício que adota a QVT para

melhoria da qualidade da mão de obra, e outra de tecnologia que usa a QVT em

grande intensidade para melhorar o desempenho intelectual dos seus

colaboradores.

O estudo de caso foi necessário para a constatação da influência da QVT nas

empresas, como esta gestão contribui na rotina das pessoas dentro da empresa, e

para realizar uma comparação das informações obtidas por meio das entrevistas,

visitas e questionários sobre o assunto, com o que a bibliografia consultada a fim de

que, seja possível obter informações produtivas a respeito do assunto.

Com objetivo de demonstrar como a qualidade de vida no ambiente de

trabalho influencia no desempenho e na rotina dos colaboradores tanto nas

empresas de tecnologia quanto em empresas de outros setores, verificando o

diferencial que é oferecido por este modelo de gestão, qual é o ambiente que acaba

sendo gerado nessas empresas, e como isso acaba ajudando na contratação de

novos funcionários, e na retenção de talentos.

Page 63: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

62

7 ESTUDO DE CASO

7.1 EMPRESA X

Criada em 2009 a empresa X tornou-se uma das maiores empresas

alimentícias do mundo, responsável por 9% da comercialização mundial em cerca

de 110 países. Fazendo parte do cotidiano das pessoas unindo práticas sustentáveis

e inovação de produtos, conta com mais de cinco mil produtos em seu portfólio e

uma equipe de mais de 100 mil funcionários em 47 unidades espalhadas pelo o

Brasil e 11 unidades no exterior, buscando sempre cultivar vínculos de longo prazo

com seus fornecedores, funcionários, clientes, investidores e parceiros, garantindo a

qualidade dos seus produtos e atendendo as necessidades dos seus clientes por

meio de procedimentos de melhoria contínua em seus produtos e serviços.

A empresa em sua rede interna procura integrar todos os seus colaboradores,

de todas as unidades, buscando consolidar a empresa em mercado global. A

companhia acredita nos seus profissionais e busca incentivá-los sempre por um

objetivo comum, por meio de um conjunto de ações desenvolvidas por um núcleo de

cultura que visa manter o relacionamento e integração entre gestores e equipes, e

também procura manter o relacionamento e o engajamento entre os colaboradores

de todas as unidades mantendo sempre o respeito e a diversidade.

Este processo envolve todas as unidades onde é possível o colaborador

enviar críticas, sugestões e opiniões sobre a empresa, para que dessa maneira

consiga atender os funcionários e analisar os pontos de melhoria da empresa

incentivando-os a adotar uma cultura de liderança para que possam agilizar os

processos e valorizar a meritocracia. Uma atitude inovadora que valoriza os seus

colaboradores em uma mesma escala, fortalecendo os vínculos entre empregado

em empregador e garantindo a qualidade dos seus produtos e a liderança dos

mercados em que atua.

7.1.1 Ambiente de Trabalho da Empresa X

A Empresa X, para proporcionar uma melhor qualidade de vida no ambiente

de trabalho e conseguir que seus colaboradores desenvolvam um melhor trabalho,

foca no próprio ambiente de trabalho e investe em seus funcionários, trazendo assim

Page 64: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

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o retorno esperado para a organização. Uma empresa que investe nos seus

colaboradores, visa aumentar e melhorar os benefícios oferecidos como também

desenvolvê-los com treinamentos diversos, possibilitando inclusive mudanças de

cargo, a oportunidade de novos conhecimentos e se desenvolver dentro da

empresa. Além disso, a empresa tem um processo interno de divulgação de vagas

em aberto onde todos os colaboradores podem participar de processos seletivos.

Na questão operacional, utiliza de processos contínuos onde não é possível

funcionar sem a colaboração de todos. Para aqueles colaboradores onde não é

possível ter muita liberdade para trabalhar, a empresa procura investir em ambientes

confortáveis, para que os colaboradores possam usufruir nos intervalos durante o

expediente, além de estar sempre os conscientizando sobre os processos de risco

dentro do ambiente de trabalho.

Figura 15 – Área de Lazer para os funcionários.

Fonte: elaboração própria (2015).

A empresa disponibiliza para os funcionários mesas de jogos (pebolim, tênis

de mesa) nas áreas de lazer para que eles possam usufruir e proporcionar um

ambiente de trabalho mais confortável para eles.

Page 65: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

64

Figura 16 – Mesa de Pebolim.

Fonte: elaboração própria (2015).

Para funcionários da área administrativa, que conseguem um pouco mais de

liberdade durante o expediente, eles podem contar ainda com uma área onde

podem realizar refeições durante o horário de serviço. A empresa disponibiliza

também para seus colaboradores uma série de benefícios como restaurante na

empresa, vale transporte, alimentação, convênio médico e com escolas

profissionalizantes e universidades, onde os colaboradores conseguem melhores

condições para aprimorar os seus conhecimentos e se desenvolverem dentro da

companhia.

Figura 17 – Restaurante para os Funcionários da Empresa.

Fonte: elaboração própria (2015).

Page 66: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

65

Além disso, são realizados eventos especiais em datas comemorativas e

eventos diários desenvolvidos pela própria empresa, onde as pessoas são o

principal motivo para a realização. Entre eles podemos citar um evento que acontece

diariamente que preza pela integridade física e psicológica dos colaboradores,

realizados com cada equipe e com um tema específico voltado para saúde e

segurança do colaborador, com isso a empresa consegue fazer com que os

colaboradores percebam a sua importância para a empresa e ainda faz com que

diminuam os acidentes de trabalho.

A empresa realiza também um evento que acontece todos os anos, onde os

funcionários com mais tempo de empresa são convidados a participar de uma festa

de comemoração com seus familiares, onde são prestadas homenagens pelo tempo

de dedicação à empresa; existem outros eventos com o foco na valorização das

pessoas como: aniversariantes do mês, festa dos promovidos, funcionário destaque,

eventos que procuram incentivar o funcionário e demostrar a sua importância para a

empresa.

Como a maior parte dos seus colaboradores é do setor operacional, onde os

processos são contínuos e necessitam da integração de todos, a empresa procura

colocar os seus recursos de qualidade de vida mais voltados para eventos e em

ambientes de descanso, onde com a utilização de algumas estratégias é possível a

participação de todos.

Figura 18 – Área de Descanso para os Funcionários.

Fonte: elaboração própria (2015).

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66

Em parceria com instituições de ensino, a empresa fornece para os seus

colaboradores o empréstimo de livros, serviço que também pode ser estendido aos

familiares, ficando na responsabilidade do colaborador a retirada e devolução do

mesmo, atitude que incentiva estes a se desenvolverem intelectualmente.

7.2 EMPRESA CLEARSALE

Há 14 anos no mercado a ClearSale é a empresa líder de mercado na

prevenção de riscos de vendas online e percepção de fraude. Sempre inovando,

conseguiu reunir e unir a TI à diversas áreas para melhorar os seus resultados,

tendo uma gama significativa de clientes em diversos segmentos atendendo

pequenas, médias e grandes empresas. Atualmente a ClearSale analisa cerca de

80% do valor de compras virtuais do país.

Com um ambiente de trabalho diferenciado, proporciona a seus funcionários

um local de trabalho agradável, descontraído e com um alto grau de liberdade, para

que possa alcançar os melhores resultados, atender de forma eficiente os seus

clientes e assim conseguir um melhor desempenho no seu mercado de atuação. A

ClearSale é uma empresa voltada para as pessoas, em função disso investe em

seus funcionários, e em suas condições de trabalho, procurando incentivá-los a

conhecer e interagir com seus colegas de trabalho e trocar experiências, assim

como, a participarem dos programas que a empresa proporciona aos mesmos

(VIEIRA, 2014).

Figura 19 – As Melhores Empresas para você trabalhar.

Fonte: Vieira (2014)

Page 68: A IMPORTÂNCIA DA QVT NO DESEMPENHO INTELECTUAL: O DIFERENCIAL DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA

67

Uma prova da satisfação dos funcionários é que a empresa se encontra entre

as 150 Melhores Empresas para Trabalhar, segundo o Guia Você S.A. A ClearSale

conseguiu entrar neste ranking com uma excelente pontuação, estabelecida por

meio do IQAT (Índice de Qualidade no Ambiente de Trabalho), que avalia a

satisfação geral dos funcionários com a empresa, que resultou em uma nota acima

da média geral das empresas participantes. Vale ressaltar que a empresa também

está entre as Melhores Empresas para se Trabalhar em Tecnologia da Informação,

segundo a Great Place To Work Brasil (2015a) e que o peso maior da pontuação

final vem dos próprios funcionários e sua satisfação com a empresa.

Figura 20 – Roberta Lucio com os prêmios GPTW.

Fonte: elaboração própria (2015)

A análise da empresa para estar entre as 150 melhores foi realizada por meio

de entrevistas junto aos colaboradores que mencionaram como pontos fortes a

qualidade do ambiente de trabalho e a qualidade da gestão de pessoas, onde a

empresa é avaliada pelo que ela proporciona a seus colaboradores como estratégia

e gestão, carreira, remuneração, entre outros, avaliações realizadas pela equipe do

próprio Guia (VIEIRA, 2014).

Ao contratar um funcionário a ClearSale procura adaptar-se ao novo

colaborador respeitando o que ele gosta de fazer, não havendo a necessidade do

próprio empregado se adaptar a empresa, porque para ela, funcionários não devem

trabalhar apenas pelo dinheiro, mas por que realiza um trabalho que faz sentido para

suas vidas; em função disso busca motivar os seus empregados com diversos tipos

de treinamentos e oportunidades de crescimento na organização, permitindo a

ClearSale reter profissionais em seus quadros (VIEIRA, 2014).

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Uma empresa deve se preocupar com o desenvolvimento do trabalhador e

contar com uma área especializada de desenvolvimento de recursos humanos para

educação dentro dela, de todos os colaboradores, independentemente do nível

hierárquico ou do cargo, com objetivo de ajudar aos líderes a desenvolver a sua

equipe (ASSIS, 2015).

A organização proporciona diversos projetos a seus funcionários, para que

assim possa unir e interagir com eles como um todo, com isso, houve a realização

do primeiro dia da inovação, ocorrido durante todo o dia e buscou integrar todas as

áreas, com palestras e salas interativas em praticamente todos os departamentos.

(VIEIRA, 2015).

Figura 21 – Sala interativa.

Fonte: elaboração própria (2015)

7.2.1 Visita a ClearSale

A visita na empresa ClearSale foi realizada no dia 29 de setembro de 2015,

onde fomos muito bem atendidos pela gerente de RH Roberta Lucio que inicialmente

nos apresentou as instalações da empresa. A ClearSale está instalada em um

prédio de cinco andares, divididos por setores: comercial, operação, TI, pessoas e

de estatística. Apesar de existir essa divisão, qualquer funcionário tem acesso a

qualquer um dos setores.

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Figura 22 – Sala da inovação.

Fonte: elaboração própria(2015)

No dia da visita estava sendo realizado um evento na empresa, o Dia da

Inovação, com palestras e entretenimento promovidos e organizados pelos próprios

funcionários. Esse evento tinha como objetivo aproximar os funcionários, mostrar

para todos o que vinha sendo desenvolvido na empresa, permitindo o conhecimento

pelos funcionários dos demais departamentos.

Figura 23 – Palestra, desenvolvida pelos funcionários.

Fonte: elaboração própria (2015)

Vieira(2015) descreve o que a funcionária Amanda Silva relatou de sua

experiência:

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http://portal.clearsale.com.br/novidades/ClearSale-entre-as-150-melhores-empresas

É muito bom e legal ver a interação entre as áreas. A ClearSale é uma empresa que está em constante crescimento e é importante ter uma parada para nos atualizarmos sobre o que está acontecendo nas outras áreas. Eu gostei muito de tudo. As palestras agregaram bastante, tanto para conhecimento profissional, quanto para o pessoal, e os estandes estavam SHOW DE BOLA! Além disso, incentivar a inovação na empresa é importante para não cairmos no „piloto automático‟.Com esse tipo de evento, a mensagem que fica é: „HEY ACORDA, VAMOS LÁ, É HORA DE SAIR DA CAIXA, VAMOS INOVAR‟ e acabamos libertando o nosso lado criativo e vendo que uma determinada situação tem vários ângulos que podem e devem ser analisados e tentados, trazendo assim ideias fantásticas para a ClearSale e para os nossos clientes.

Figura 24 – 1º Dia da Inovação.

Fonte: Vieira (2015)

A empresa defende que ela é constituída por pessoas, por isso ela dá

liberdade para que os funcionários possam trabalhar no seu tempo e da maneira que

desejam, não necessitando ficar o tempo todo no seu ambiente de trabalho, “ele tem

liberdade com responsabilidade, ao mesmo tempo em que podem sair para jogar

tênis de mesa no meio do expediente, eles sabem que precisam bater suas metas e

entregar o seu trabalho da melhor forma possível” (LUCIO, 2015, ApêndiceA).

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Figura 25 – Mesa de tênis de mesa.

Fonte: elaboração própria (2015)

Na visão da ClearSale as pessoas que constituem a empresa precisam

conversar, estar juntas o tempo todo, para que possam trocar experiências e inovar

juntas, para isso a empresa proporciona um ambiente em que todas as pessoas

possam trabalhar juntas sem hierarquia, pois até os gestores trabalham no mesmo

ambiente dos seus funcionários, em alguns setores até existem salas separadas

mas no mesmo andar, e ficam o tempo todo com as portas abertas, sendo possível

para os funcionários de qualquer setor entrar e trocar informações e tirar dúvidas.

Uma das coisas que mais impressiona no ambiente de trabalho da empresa é

a forma como as pessoas tem liberdade para expressar suas ideias, vontades e

experiências. Em alguns setores, onde existem paredes de vidro para apenas

segurar ruídos, foram decoradas com várias fotos dos funcionários em eventos

realizados pela empresa, com vários textos escritos descrevendo esses momentos.

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Figura 26 – Fotos nas paredes de separação.

Fonte: elaboração própria (2015)

Os gestores dos setores ficam misturados e com isso não se pode diferencia-

los como pessoas de fora no meio dos funcionários, não existe um ar de

superioridade entre eles, todos se respeitam e trabalham harmoniosamente juntos,

mesmo tendo cargos diferentes.

A empresa não trabalha com hierarquia e sim com líderes formadores que

passam suas experiências para os outros, formam e capacitam seus funcionários a

cada dia, eles ainda contam com uma área de apoio onde podem adquirir

informações e se capacitar para poder gerir cada vez melhor a sua equipe, mas esta

área também é aberta para qualquer funcionário que deseje participar dos encontros

realizados pela área de pessoas.

A UAH como é chamada a área de treinamento e desenvolvimento de

pessoas foi criada através de um insight do CEO da empresa e dos vices diretores

para treinar as pessoas da empresa e ajudá-las a se desenvolver. (LUCIO; Roberta.

2015. Apêndice A).

Com isso pode-se complementar tal afirmação com a frase do vice-diretor

Mauro Back, em entrevista a Endeavor (2015) na qual expressa, “afinal, melhor do

que recrutar, selecionar e treinar é não o fazer, porque mantendo as pessoas que já

estão aqui, você confia e pode contar com elas, diz Mauro Back” (ENDEAVOR,

2015).

O processo de adaptação ao ambiente de trabalho já se inicia desde o

momento da entrevista, onde os funcionários começam a conhecer o ambiente de

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trabalho da empresa, como é a forma de trabalho e em que a empresa acredita.

Depois de serem contratados, os novos funcionários passam por um processo de

acolhimento, onde passam uma semana conversando com os gerentes, os diretores,

o CEO e outras pessoas da empresa para dar continuidade ao processo de

conhecimento total da empresa e também do ambiente de trabalho, este processo é

fundamental para que estes funcionários consigam se adaptar ao ambiente e a

forma de trabalho, ou seja, conhecer os processos e cultura da empresa.

A empresa conta com diversos benefícios para seus funcionários como vale

alimentação, assistência medica com direito a atendimento psicológico e nutricional

uma vez ao mês, possui também a UAH fit que é responsável por disponibilizar um

programa com várias atividades físicas, voltadas para o bem-estar das pessoas

como ginástica laboral com massagens e técnicas de relaxamento. (LUCIO, 2015,

Apêndice A)

A empresa conta ainda com benefícios voltados para o desenvolvimento das

pessoas como bolsas de estudo e de idiomas (inglês), a própria UAH que é a área

de desenvolvimento de pessoas dentro da empresa, mais voltada para líderes e

gestores, mas que toda a empresa pode participar independente do setor de

atuação.

A empresa proporciona aos colaboradores a oportunidade de escolher em

que eles desejam gastar o valor reservado pela empresa para o desenvolvimento de

pessoas e qualidade de vida, os funcionários que decidem o que eles querem fazer

com este valor “são eles que decidem se querem ter inglês na empresa, ginástica

laboral ou qualquer outra atividade” (LUCIO, 2015, Apêndice A).

Com o plano de carreira da empresa os profissionais conseguem se

desenvolver melhor, sendo possível mudar de área ou cargo de acordo com seu

desempenho, isso se dá por meio de processos seletivos internos que ocorrem na

empresa, onde é disponibilizada a vaga para os colaboradores, e os interessados

podem se inscrever para a vaga livremente. A ClearSale não contrata apenas

profissionais formados, ela busca profissionais cursando desde o 1º e 2º ano do

ensino médio até pessoas que já pararam de estudar, mas que demonstram boas

habilidades e vontade de aprender, estes ganham oportunidade como qualquer

outro funcionário.

Durante a visita realizada a empresa, a Sra. Roberta, comenta sobre o seu

primeiro dia na Terça T, evento realizado pela empresa com duração de uma hora,

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com o objetivo de promover aos colaboradores um ambiente onde eles possam

expor as suas opiniões e ideias, aos seus gestores. “ Foi engraçado porque eu

estava entrando na empresa e não tinha participado das terças ainda, a minha

primeira foi com o Pedro (Pedro Chiamulera, CEO e fundador da empresa) e quando

eu cheguei ele me disse que eu tinha uma atividade para fazer, e eu fui, quando

cheguei lá ele me levou para a frente de todo mundo que estava lá, „olha pessoal

essa é a nossa nova funcionária‟ eu não sabia o que fazer”, com isso demostra que

até mesmo o CEO da empresa busca a interação entre os funcionários de modo a

torná-los uma grande equipe.

O livro lançado pela empresa “A ClearSale tem um segredo” deixa esse

pensamento sobre as pessoas evidente, devido a revelação do segredo, que estaria

na contracapa: “A ClearSale tem um segredo, As Pessoas”. Com isso, demonstra a

importância deste capital para a empresa, já que ela busca treinar e incentivar os

funcionários a buscar oportunidades, desenvolvendo seu intelecto, devido a isso a

ideia de retê-los, evidenciando o porquê ela é uma as melhores empresas para se

trabalhar no país, em sua respectiva área.

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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A qualidade de vida vem a possibilitar que uma organização perceba e trate o

colaborador de um modo melhor, considerando que antes de ele ser um funcionário

ele é um ser humano, com suas respectivas necessidades fisiológicas e

psicológicas, com isso pode-se beneficiar ambas as partes, maior comprometimento

dos funcionários e melhores resultados para as empresas.

Quando a empresa implanta entre seus objetivos a qualidade de vida,

concomitantemente ela consegue admiração do funcionário pela empresa, uma

melhor imagem dos seus clientes internos que são os grandes responsáveis na

divulgação de sua marca e/ou produto, conseguindo assim se desenvolver e

aumentar sua participação no mercado. Com o funcionário motivado as empresas

terão ainda outros benefícios com a retenção de capital intelectual e dos serviços

qualificados de seus funcionários, bem como amenizar os possíveis conflitos entre

as diferentes gerações.

Em entrevista realizada Alexandre Teixeira (2015, Apêndice D), escritor do

livro felicidade S.A, comenta que “a motivação nas empresas que oferecem

qualidade de vida no trabalho está diretamente relacionada ao capital intelectual

aportado pelos funcionários” com isso, ele demonstra que o interesse das empresas

no investimento em qualidade para seus colaboradores é diretamente proporcional

aos resultados obtidos, já que isso faz com que exista uma melhoria no capital

intelectual e motivação de seus colaboradores.

Um dos fatores necessários para otimizar os resultados da QVT, está na

empresa reconhecer seus colaboradores, dando-lhes liberdade para expressar suas

opiniões e pontos de vista, valorizando assim esses funcionários e mostrando para

eles que eles também fazem parte da empresa, permitindo assim que os

colaboradores atinjam a auto realização, um dos fatores primordiais da qualidade de

vida.

Outro fator importante é a motivação do funcionário, onde se faz necessário

que os líderes inspirem essa motivação enquanto os funcionários realizam suas

tarefas, uma vez que ninguém motiva ninguém a nada, a única coisa que os líderes

podem fazer é proporcionar um ambiente e atitudes para que os seus liderados se

motivarem, todos possuem a motivação dentro de si, a diferença está nas pessoas

que sabem cultivá-la.

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Outra dificuldade que as empresas têm enfrentado na implantação desse

modelo de gestão está nas diferentes gerações que atuam no ambiente de trabalho

nos dias de hoje, as gerações X e Y e a nova geração Z, com isso, existe um conflito

de ideias e visões, principalmente por parte da geração X, que não está muito

familiarizada com a crescente evolução da tecnologia e as gerações Y e Z, que

praticamente nasceram no meio dessa tecnologia. Assim cabe aos líderes saberem

lidar com essa situação e ponderar entre essas duas realidades.

Uma implantação bem-sucedida do programa de QVT gera mudanças

imediatas no clima da organização, e com o desenvolvimento do programa, será

possível notar uma diferença na parte financeira da empresa, já que funcionários

mais felizes e satisfeitos produzem mais e com mais qualidade.

Em entrevista realizada o Sr. Antônio Carlos (2015, Apêndice C), comenta

que “programas de QVT não são aplicáveis apenas em empresas de tecnologia,

com programas e ambiente liberal e descontraído, cada funcionário é levado a

procurar desenvolver um trabalho contente com aquilo que gosta e não trabalhar

somente pelo dinheiro, dinheiro é bom é necessário, mas contanto que faça aquilo

que gosta de fazer, que tem prazer de fazer, [...] quando você faz o que gosta você

se realiza”.

Para funcionários que trabalham em empresas com um programa de

qualidade de vida de excelência, é evidente a satisfação dos mesmos, é possível

perceber os retornos alcançados, a satisfação pelo trabalho realizado na empresa, a

integração com a equipe e/ou colegas de trabalho, com isso, as pessoas se sentem

satisfeitas com as atividades que desenvolvem e acabam permanecendo mais

tempo na empresa. Por outro lado, os que trabalham com um nível menor de

qualidade de vida também conseguem perceber as diferenças do seu ambiente e

estão mais vulneráveis a ceder a propostas do mercado.

Na entrevista com Roberta Lucio, representante da ClearSale, afirma que,

antes de realizarem investimentos em QVT, a empresa perdeu boa parte de seus

funcionários para empresas maiores, que oferecem melhores salários, foi então que

a ClearSale investiu e implantou programas focados em qualidade de vida para seus

funcionários, com isso, foi reduzida significativamente a rotatividade de funcionários

e foi facilitada a contratação de vários outros, mesmo oferecendo salários menores

que o de empresas concorrentes. A diferença foi no ambiente que eles

proporcionavam para seus colaboradores.

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Já na entrevista realizada com o representante da empresa X(2015, Apêndice

B), onde os investimentos em qualidade de vida são um pouco menores até em

função do seu mercado de atuação, é relatado que após a implantação dos

programas não foi notada muita diferença em termos de redução na rotatividade de

funcionários, mas contribuiu para diminuição do absenteísmo e de doenças

ocupacionais de seus colaboradores. Em questionário realizado com colaboradores

da empresa X, eles relatam que apesar de valorizarem o salário oferecido, eles

preferem os benefícios em qualidade de vida que lhes são oferecidos. Em um

comparativo entre os questionários respondidos pelos funcionários das duas

empresas ficou evidente que para ambos não basta apenas um salário relativamente

bom, mas um ambiente e condições de trabalho que lhes proporcione prazer com o

que faz.

Os funcionários da empresa X comentam que:

“trabalhar em um ambiente com qualidade de vida traz significativo retorno no desenvolvimento de suas atividades, pois é possível executá-las com mais tranquilidade, pois sabemos que a empresa pensa nos funcionários como pessoas tentando cuidar de nossas vidas, não sendo necessário desenvolver atividades que coloque em risco a saúde física ou psicológica sendo mais importante a integridade do funcionário”.

Para os funcionários da ClearSale, o ambiente de trabalho é fonte de

motivação, possibilitando inspiração para o desenvolvimento de suas atividades,

onde existe liberdade com responsabilidade, incentivando o cumprimento suas

metas e ainda possibilitando o perfeito convívio com colegas de trabalho.

Com relação ao estudo de caso é possível analisar que os resultados

alcançados estão de acordo com o que relatam os autores na revisão bibliográfica,

desde que uma empresa invista nos programas certos e em cada área que deseja

atingir, é possível ter um retorno favorável para a empresa e para seus

colaboradores. É fundamental realizar pesquisas para entender a necessidade da

empresa e o que mais se adequar a seus objetivos e atende as necessidades de

seus colaboradores.

Para trabalho futuros, este material fornece a possibilidade de uma melhor

visão de ambas as partes no ambiente empresarial, com isso possibilitando o estudo

para sua implantação em diversas empresas e segmentos, do setor privado e

público, e como é abordada a QVT em micro e pequenas empresas.

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APÊNDICE A

Entrevista realizada com a representante da ClearSale, Sra. Roberta Lucio.

1. Qual a faixa etária média dos funcionários que trabalham na empresa?

A idade dos funcionários é de um publico bem jovem, está entre 18 a 27 anos, tem

pessoas mais velhas e outras mais jovens, mas a media podemos dizer que é de 25

anos.

2. Qual a escolaridade média dos funcionários que trabalham na empresa?

Nós temos uma área chamada de diretoria de operações, lá o nosso foco é trazer

profissionais de nível médio basicamente, mas nós buscamos por alguns canais

onde realizamos uma seleção de profissionais, além dos canais como vagas infojobs

entre outros, têm também algumas ações como palestras em universidades, feiras

de recrutamento, este publico que atraímos acabam sendo profissionais já cursando

o 1º ou 2º semestre de ensino superior, mas temos uma população hoje na empresa

que o nosso requisito mínimo é o ensino médio.

3. Quais são os programas de qualidade de vida que a empresa oferece?

Aqui na empresa temos vários programas, na área de benefícios temos atendimento

psicológico, nutricional que acontece na empresa uma vez por mês, onde a pessoa

pode se inscrever e não tem nenhum custo, isso está dentro do pacote de

benefícios, temos também uma área chamada UAH fit, ela tem 4 profissionais sendo

um personal trainner que é a responsável pela área, os outros são todos professores

de educação física e trabalham todos voltados para a qualidade de vida, então os

profissionais tem programas de corrida disponíveis, podemos participar de corridas

com a de revezamento pão de açúcar, também da corrida da ClearSale, que carrega

o nome da empresa, temos aula de pilates, jiujitsu, zumba, ginastica laboral que

acontece 2 vezes por semana em horários alternados, ela tem foco em qualidade de

vida, não é uma simples ginastica laboral, contem massagem, técnicas de

relaxamento e outras técnicas que são passadas.

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4. Quais os benefícios que os programas de qualidade de vida para os

funcionários proporcionam para a empresa?

Nós entendemos que isso volta como satisfação do colaborador, que se você tem

um profissional mais satisfeito, ele irá produzir mais e entregar um melhor resultado,

por exemplo, as pessoas podem trazer o cachorro para a empresa desde que tenha

responsabilidades com ele, temos uma mesa de pingpong no corredor e as pessoas

param no meio do expediente para ir lá e jogar, ninguém vai lá falar que elas tem

serviço para fazer, porque aqui a gente tem a liberdade com responsabilidade, é

obrigação dela saber que ela tem um prazo para entregar e metas a serem

cumpridas. Porque nós entendemos que a qualidade de vida esta totalmente

atrelada com o resultado que o profissional entrega e consequentemente isso traz

mais lucro para a empresa e para o profissional um profissional satisfeito trabalha

melhor.

5. Quais foram os estudos realizados antes da implantação da QVT para

averiguar quais programas melhor se adaptariam na empresa?

No começo quando surgiu a UAH, que foi quase que um insight do nosso CEO

Pedro, por ele gostar de cuidar de pessoas, ele resolveu criar uma área que tem

como finalidade desenvolver as pessoas, cuidar delas, proporcionar qualidade de

vida para elas, hoje essa área é administrada pelo departamento de RH, mas isso

não teve estudo nenhum, foi apenas uma ideia do Pedro e que os vices Bernardo e

Mauro também aderiram. Agora são realizadas pesquisas semestralmente que

ajudam a medir a satisfação e compreender o que o profissional entende como

sendo qualidade de vida.

6. Qual foi a primeira reação dos funcionários com esses novos programas? E

para os novos funcionários admitidos pela empresa, qual é a reação deles em

relação a este modelo de gestão de pessoas, a adaptação foi simples e fácil?

Quando eles chegaram de fato eles acharam que aqui era o melhor lugar do mundo,

e claro que você precisa enxergar os dois lados, também somos uma empresa e

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buscamos resultados, um tempo atrás tivemos problemas com isso, as pessoas

chegaram aqui achando que era só festa e na verdade não é bem assim, pode sim

fazer festa, mas precisamos também trabalhar, entregar resultados, somos igual a

qualquer outra empresa, o diferencial é que aqui valorizamos as pessoas. Os

funcionários precisam bater suas metas, aqui trabalhamos com o método de

meritocracia, onde o funcionário é promovido porque merece, ele ganha PLR porque

merece e não porque a empresa bateu as metas e todo mundo ganha, tem que ver

de fato quem merece por meio de metas individuais que são estabelecidas.

7. Para os Lideres, como foi o processo de conscientização e preparo para

executar na pratica a QVT?

A área de gestão da UAH é uma área de apoio aos lideres, tem programas para

lideres novos que chegaram do mercado ou que foram promovidos para apoiar o

resto da gestão, tanto com os novos como os que já estavam aqui, os lideres são de

fato as pessoas que precisam transmitir isso, por isso apoiamos tanto eles, para

fazer essa gestão visando à qualidade de vida funcionar. Então não temos muito

problemas com isso porque quando a pessoa chega, ela passa por um processo de

conhecer a cultura da empresa, que não é um processo onde você fala para a

pessoa, nós somos assim, seja assim também, nós respeitamos as pessoas no

tempo delas, elas precisam passar pelo processo de conhecer a cultura, porque

primeiro escolhemos a pessoa, mas depois ela que tem que nos escolher,

permanecer ou não depende dela mesma. Da mesma forma que podemos escolher

você para ser um profissional da ClearSale, você precisará escolher estar aqui.

8. Quanto tempo demorou para que fosse percebido o retorno desse novo

modelo de gestão? Quais os principais retornos observados?

Na verdade a UAH como a área de desenvolvimento de pessoas foi criada em 2012,

esses resultados começaram a vir nas pesquisas que foram sendo realizadas, não

houve uma demora porque assim que foi criado, a empresa cresceu, a empresa

tinha 6 funcionários e logo depois a empresa cresceu muito, então as pessoas foram

gostando de estar aqui porque elas entendiam que tinha outros motivos, não

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somente o dinheiro, por mais que não tenha isso mensurado, como a empresa

cresceu e com isso tivemos retorno, podemos dizer que foi rápido.

9. Em relação à contratação de novos funcionários, foi notado algum facilitador

no processo?

Sim, foi o que manteve os funcionários aqui e fez quem que eles quisessem estar

aqui, lá atrás, quando o Pedro começou a empresa, ele não podia pagar altos

salários e as pessoas começaram a ir embora, e o Pedro não acreditava que as

pessoas estivessem lá apenas pelo dinheiro, então ele resolveu parar a empresa

toda em uma terça-feira, para conversar com as pessoas e ver o que elas queriam,

por isso chamamos de T, de tesão por estar trabalhando na ClearSale. Ele começou

a perguntar para as pessoas o que te satisfaz, o que te motiva, e então começou a

aproximar as pessoas e percebeu que com isso as pessoas tinham um alto

desenvolvimento e as pessoas também se desenvolviam, ele ajudava as pessoas e

as pessoas ajudavam ele.

10. E em relação à retenção de funcionários, foi notado algum facilitador no

processo? Houve redução na rotatividade de pessoal?

A área de inteligência estatísticas, é uma área onde muitos profissionais vinham de

bancos, então o banco é o nosso maior concorrente e como paga muito bem, PLR

bem altos, mas os nossos programas de qualidade de vida ajuda a reter estes

profissionais de remuneração maior, tanto quanto os de uma remuneração menor

também, na área de operações que apesar da nossa atividade não ser a de um

callcenter, temos muitos funcionários que vieram de callcenters, e eles preferem

trabalhar aqui pela qualidade que é proporcionada e não pelo salario.

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APÊNDICE B

Entrevista realizada com o representante da empresa X.

1. Qual a faixa etária média dos funcionários que trabalham na empresa?

22 a 30 anos.

2. Qual a escolaridade média dos funcionários que trabalham na empresa?

Ensino médio completo.

3. Quais são os programas de qualidade de vida que a empresa oferece?

Programa SSMA – Saúde, Segurança e meio ambiente.

4. Quais os benefícios que os programas de qualidade de vida para os

funcionários proporcionam para a empresa?

Redução do absenteísmo, redução no número de trabalho e doenças ocupacionais.

5. Quais foram os estudos realizados antes da implantação da QVT para

averiguar quais programas melhor se adaptariam na empresa?

Os programas são de implantação compulsória, desenvolvidos pelas áreas

corporativas para todas as unidades da companhia.

6. Qual foi a primeira reação dos funcionários com esses novos programas? E

para os novos funcionários admitidos pela empresa, qual é a reação deles em

relação a este modelo de gestão de pessoas, a adaptação foi simples e fácil?

A princípio há resistência, mas com o tempo os funcionários passam pela mudança

de cultura e entendem que as cobranças e novas formas de fazer as coisas são

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benéficos para todos. Para os novatos é mais fácil adaptação, pois não conhecem o

antes, já são inseridos automaticamente na nova cultura.

7. Para os Lideres, como foi o processo de conscientização e preparo para

executar na pratica a QVT?

Houveram muitos treinamentos e aos poucos a liderança passou pela transformação

de pensamento, assumindo o compromisso de zelar pela integridade física e mental

de seus funcionários, sendo os principais disseminadores da cultura SSMA.

8. Quanto tempo demorou para que fosse percebido o retorno desse novo

modelo de gestão? Quais os principais retornos observados?

Cerca de dois anos. Os principais retornos observados foram diminuição da taxa de

frequência e gravidade dos acidentes de trabalho.

9. Em relação à contratação de novos funcionários, foi notado algum facilitador

no processo?

Não por este motivo.

10. E em relação à retenção de funcionários, foi notado algum facilitador no

processo? Houve redução na rotatividade de pessoal?

Diversos fatores contribuem para a redução da rotatividade do pessoal, inclusive o

cenário econômico atual. O SSMA é um diferencial no sentido de valorização da

pessoa enquanto ser humano que merece ser valorizado em seu trabalho e vir

trabalhar e voltar para casa com sua integridade física e mental preservada e não

são todas as empresas que pensam desta forma.

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APÊNDICE C

Entrevista realizada com Antônio Carlos, funcionário da empresa ACG

Acessória e Consultoria.

1) Na empresa que você possui ou trabalha existe a implantação da QVT? Quais

são esses programas?

Sim existem, os programas de seguro saúde, vale alimentação, cesta básica, todos

os benefícios necessários para uma família, seguro saúde para amparar sua família,

alimentação para dar para a sua família, já que existe alimentação para o

empregado na empresa.

2) De acordo com o seu ponto de vista, podemos dizer que ao incentivar a

qualidade de vida para os funcionários, o retorno destes para a empresa é

imediato? Existe algum programa especifico ou exemplo de programa que o

senhor gostaria de citar?

Com certeza, o funcionário tendo condições e sabendo que sua família esta

amparada, faz com que ele de um retorno para a empresa, inclusive reduz o

absenteísmo, valoriza mais a mão de obra.

Qualquer programa tem um retorno, por exemplo, o funcionário vem para o serviço,

ele sabendo que na casa tem alimento, que o filho dele, que esta doente, terá

assistência medica, que se acontecer algo com ele a família estará amparada pelo

seguro de vida, faz com que ele se dedique mais ao trabalho, isso traz retorno de

produtividade, e consequência financeira para a empresa.

Só vou citar um exemplo pessoal, eu criei em uma empresa a alguns anos atrás, um

quadro onde cada funcionário poderia citar o seu problema, seja financeiro, seja

doença, enfim, qualquer coisa que você estivesse necessitando a assistência social

daria toda a cobertura para esse funcionário, no inicio ninguém dava importância,

mas com o passar do tempo, o funcionário colocava o crachá no painel, a

assistência social chamava ele e conversava para que ele explicasse por que ele

precisava de dinheiro, para pagar conta, saúde, compra remédio enfim, ai a empresa

criou, através desse projeto, um empréstimo para esse funcionário, você pagaria um

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percentual x, na folha a um custo 0, até 100 da folha do seu salário, isso trouxe um

retorno grande. Eu fiz como uma brincadeira, para ver o que ia dar, mas depois eu

não consegui tirar mais esse quadro, outros funcionários começaram a aderir a isso,

então eu tive que ampliar mais ainda, nós tivemos que conversar com a diretoria, foi

feito um projeto, a diretoria aprovou o projeto, isso deu uma reflexão muito grande

na empresa.

3) Com a atual crise econômica no país, alguns autores afirmam que uma das

soluções para as empresas é o investimento em qualidade de vida, pois com

um investimento na QVT a empresa incentiva seus funcionários e faz com que

ocorra um aumento da produtividade, redução no turnover e de doenças

ocupacionais. Você acredita que isso está correto? Por quê?

Na crise de 2009, 2010, a empresa ainda não tinha esse programa de reduzir o

quadro, a empresa queria reduzir despesa e custos, no escritório tinha 350

funcionários na área administrativa, eu liberava a cozinha para tomar café qualquer

hora, eu não proibia o acesso na cozinha, eu apenas falei que a partir de hoje o café

era servido na mesa do funcionário, com isso reduzi o custo do copo plástico, tinha

uma pessoa que fazia o café na cozinha, colocava numa bandeja e ia de

departamento por departamento distribuindo o café, 2 vezes de manhã 2 vezes

atarde, e se o funcionário quisesse tomar um café na cozinha estava liberado, isso

fez com que o próprio funcionário colabora-se para reduzir essas despesa, parece

que não é nada, mas multiplica por 350 funcionários, quantos café a mulher iria

fazer, quanto iria gastar, de pó, quanto ia gastar de açúcar, multiplicado por 20 dias

úteis, multiplicado por 12 meses deu uma economia significativa.

Isso fez com que a crise de 2009 passasse com tranquilidade, sem reduzir nada

somente despesas e custos, lógico que foi feito uma analise para verificar quem

poderia ficar e quem estava sobrando, nesse caso não foi redução por causa da

crise, foi redução do quadro, você tinha 10 funcionários mas precisava de apenas 8,

cada funcionário que eu demitia, eu procurava encaixar em outra empresas, nós

temos um grupos de recursos humanos que todos os meses tem uma reunião, então

quando você tem uma despensa, e o funcionário é bom, você tenta colocar ele em

outra empresa.

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4) Podemos afirmar que quando o funcionário está realizado em sua função

dentro da empresa, ao exercê-la ele está tendo uma qualidade de vida no

trabalho melhor ou a qualidade se baseia somente em programas e benefícios

como assistência medica e outros?

Eu acho que cada um tem que procurar desenvolver um trabalho contente com

aquilo que ele goste, não trabalhar somente pelo dinheiro, dinheiro é bom é

necessário, mas contanto que ele faça aquilo que gosta de fazer, que tem prazer de

fazer, eu tenho esse emprego (Professor da Fatec), tenho outro emprego e tenho a

minha empresa, quando você faz o que gosta, você se realiza. Por exemplo, você

quer ser um policial por necessidade financeira, você não vai conseguir ser um bom

policial se esse não é o seu perfil, você tem que exercer funções de acordo com o

seu perfil, financeiramente você pode até estar realizado, mas depois de um tempo

você vai pedir a conta e ir embora, pois aquele não é o seu perfil, primeiro você tem

que fazer aquilo que você gosta.

5) È possível dizer que a QVT pode ser implantada em qualquer setor comercial, e

que juntamente com a Gestão de qualidade total, pode influenciar e emergir a

empresa de uma crise pré-estabelecida?

Sim pode, você pode implantar em qualquer departamento, não existe departamento

para se implantar qualidade de vida, até por que quando você fala em empresas,

tem que existir um relacionamento entre todos, quando você fala do marketing

interno, relacionamento de pessoas, isso influencia lá fora no ambiente externo da

empresa, se não tiver um bom relacionamento interno, como que vai ser lá fora? A

qualidade de vida você já traz ela de casa, é você viver bem com sua família, é você

viver bem com seu trabalho, é você viver bem com as pessoas que você trabalha, e

isso influencia no resultado da empresa. No passado as empresas falavam que da

porta para dentro, você esquece sua vida lá fora, isso nunca foi uma verdade, se

você tem um filho, uma mãe, uma esposa, com problema de saúde, você vem

trabalhar, mas continua pensando neles, não consegue se dedicar 100% no seu

serviço, agora se a empresa esta te dando suporte você consegue desenvolver o

seu trabalho com o tempo, por que a empresas cria suporte para você, como já dito,

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plano de saúde, uma assistência social fazendo visita na sua casa, não é você quem

vai resolver o problema de saúde é o medico, a empresa oferecendo esse recurso.

A empresa que se preocupa somente com ela, hoje esta fechando, ela não tem mais

colaboradores, se você tiver qualidade você vai ter resultados, pense na sua equipe,

e que o resultado é a consequência do trabalho, após a implantação da QVT você

terá todo rendimento que eles podem oferecer.

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APÊNDICE D

Entrevista realizada com Alexandre Teixeira, autor do livro Felicidade S.A.

1. Com a situação atual no país, devido à crise econômica que está se

estabelecendo e com isso o aumento do desemprego em diversos setores,

pode-se deduzir que houve uma alteração de valores em relação a Qualidade

de Vida no Trabalho, onde o indivíduo, não busca melhores condições e sim se

manter empregado?

Pode-se deduzir que houve uma alteração de prioridades, sim. A qualidade de vida

no trabalho talvez fique no segundo plano, com o trabalhador buscando se manter

empregado. Do ponto de vista dos empregadores, porém, essa inversão de

prioridades, se verdadeira, é um equívoco. O grande desafio das empresas no Brasil

é aumentar sua produtividade – e, em alguma medida, a baixa produtividade está

associada à baixa motivação da mão de obra. Estima-se que US$ 42 bilhões anuais

são perdidos no Brasil por baixo engajamento, segundo levantamento da ISMA-BR.

Reverter esse quadro, obviamente, traria benefícios preciosos às companhias. Um

estudo do Gallup elencou quatro grandes vantagens para equipes engajadas, na

comparação com equipes desengajadas: a fidelidade do consumidor é 56% maior, a

retenção de talentos é 50% maior, o nível de segurança no trabalho é 50% maior e a

lucratividade é 33% maior. É por isso que costumo dizer que gestão da felicidade é

uma competência estratégica para as empresas.

2. É possível dizer que futuramente a qualidade de vida, visando o bem-estar do

indivíduo, não será algo exclusivo de algumas empresas ou segmentos e sim

para todos os setores econômicos, e se isso acontecer como será visto o fim

da manutenção do emprego apenas pelo fator salário? Qual o tempo previsto

para a mudança para a QVT?

É possível dizer isso, sim. Não tenho ideia de quanto tempo vai levar para essa

mudança se concretizar, mas faço uma analogia com a questão da sustentabilidade

ambiental. No início, só algumas empresas ou segmentos é que levavam a sério o

que era considerado idealismo de “ecochatos”. Aos poucos, as ameaças causadas

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pelas mudanças climáticas e pelo consumo de recursos naturais num ritmo superior

ao de sua reposição pela natureza foram se tornando claras. A sociedade passou a

cobrar uma mudança de comportamento das empresas. Houve um momento em

que a maioria das companhias apenas articulava um discurso “ecologicamente

correto”, embora suas práticas ainda deixassem muito a desejar. Era o chamado

“greenwashing”. Gradualmente as práticas se tornaram mais responsáveis e o gap

entre discurso e realidade caiu drasticamente. Vejo a questão da qualidade de vida

no trabalho seguindo esses mesmos passos, com as reações aos “laborchatos” e

discursos que demonstram preocupação com os trabalhadores.

3. Após ler sobre a decadência da Wall Street que está perdendo jovens talentos

para startups, esta situação também está ocorrendo no Brasil, já que cada vez

mais jovens abrem suas próprias empresas? Isso é devido a liberdade que se

tem no local de trabalho? As empresas de tecnologia visam mais a qualidade

de vida do que os demais setores? Todos os setores podem utilizar-se da

QVT?

Após ler sobre o assunto, entendo que Wall Street só está perdendo jovens talentos

para startups porque se trata de uma geração idealista e porque fica-se rico em

startups lá. Esta situação também está ocorrendo no Brasil, já que cada vez mais

jovens abrem as suas próprias empresas. Isso é devido, sim, à liberdade que se tem

no local de trabalho. As empresas de tecnologia visam mais a qualidade de vida do

que os demais setores. Todos os setores podem investir no bem estar físico e

mental de seus trabalhadores, mas é natural que estejam na vanguarda aqueles que

dependem, fundamentalmente, dos melhores cérebros. A competição por

engenheiros e programadores é feroz no Vale do Silício. Logo, é preciso criar

ambientes de trabalho fantásticos, além de remunerar muito bem os profissionais, se

você quiser atrair e reter gente de primeira linha. No Brasil, é improvável ficar

milionário por trabalhar em uma startup, mas os ambientes tendem a ser muito

sedutores. É a cultura das empresas hi-tech.

4. Existe um conflito latente dentro das organizações devido a entrada das

gerações com maior interação digital (geração Y e Z), esse conflito deve-se a

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descrença dessas gerações do modelo hierárquico das organizações ou pelo

fato de que tais gerações não encontram e/ou seguem a visão da empresa?

Sim, existe um conflito latente dentro de organizações devido à entrada das

gerações chamadas nativas digitais (gerações Y e Z). Esse conflito deve-se à

descrença dessas gerações no modelo hierárquico das organizações. Ou ao fato de

que essas organizações hierarquizadas desconfiam das gerações Y e Z. Vejo erros

dos dois lados. Jovens participam de 20, 30 processos de seleção de trainees ao

mesmo tempo. Os que aprendem a “língua das empresas” passam em vários deles.

Do outro lado, muitas empresas vão às faculdades no início das temporadas de

recrutamento de trainees e se vendem como modernas. Quem acredita, muitas

vezes, encontra outra realidade. Ao contrário do que sugere o estereótipo, o jovem

não perdeu o interesse pelas empresas. O problema é que as empresas estagnaram

no modelo da virada do século, que já tem 15 anos. A revolução no trabalho dos

anos 10 do século 21 é comparável à revolução sexual dos anos 60 do século 20.

Só que a maioria das empresas ainda não se deu conta disso.

5. O motivo das empresas buscarem a qualidade de vida no trabalho está

diretamente relacionado ao capital intelectual gerado pelos funcionários. Seria

a QVT uma nova moeda de troca das organizações e assim desfocando a

busca da troca do emprego apenas por maiores salários?

A motivação das empresas que oferecem qualidade de vida no trabalho está

diretamente relacionada ao capital intelectual aportado pelos funcionários. Sim, a

qualidade de vida no trabalho é uma nova moeda de troca disponível para as

organizações. Há outras, porém. Voltando à comparação com a questão da

sustentabilidade ambiental, eu diria que estamos vivendo um período de “mudança

climática” no mundo do trabalho. Uma das consequências desse fenômeno é a

relativa desvalorização do dinheiro como motivador do trabalho. Não porque a

remuneração tenha perdido importância, mas porque, em vez de ter um motivador

único, as pessoas estão criando suas receitas individuais de felicidade no trabalho,

nas quais predominam diferentes ingredientes. Qualidade de vida para uns,

equilíbrio entre vida profissional e vida pessoal para outros, propósito para muita

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gente. “O significado é a nova moeda”, nota Tamara Erickson, professora da escola

de negócios de Harvard. Dinheiro é importante – mas é commodity.

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APÊNDICE E

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APÊNDICE F

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APÊNDICE G

RE: Qualidade de vida no Trabalho

De: [email protected]

Enviada: terça-feira, 25 de agosto de 2015 16:12:33

Para: Fernando Mino ([email protected])

Oi, Fernando.

Bom dia. Seria possível, sim.

Abs,

Alexandre

Em 2015-08-24 10:09, Fernando Mino escreveu:

> Como já citado estou realizando um trabalho de Tcc em grupo, o

> Trabalho trata sobre A importância da qualidade de vida no trabalho e

> o desemprenho intelectual: O diferencial das empresas de tecnologias,

> para a Fatec de Tatuí.

> Por momento gostaria de saber se poderia anexar as respostas no

> projeto, no caso como uma entrevista.

> Isso seria possível?

>>> Date: Thu, 20 Aug 2015 09:46:31 -

0600

>> From: [email protected]

>> To: [email protected]

>>Subject: Qualidade de vida no Trabalho

>>

>> Oi, Fernando.

>>

>> Boa tarde.

>>

>> Posso te ajudar, com prazer.

>>

>> Abraço,

>> Alexandre Teixeira

>>

>>

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APÊNDICE H

Questionário realizado com os funcionários da empresa X e da ClearSale.

1. O que é Qualidade de Vida no trabalho para você?

2. A sua empresa investe em QVT? Como isso influencia na sua rotina dentro da empresa?

3. O seu líder ou gestor se preocupa com sua qualidade de vida dentro da empresa?

4. Quais as vantagens em se trabalhar em uma empresa que investe em qualidade de vida

para seus funcionários?

5. Entre os programas de qualidade de vida que sua empresa proporciona, quais são os

que mais se destacam e quais são os mais importantes na sua vida pessoal de acordo com o seu ponto de vista?

6. Você está satisfeito com os programas de qualidade de vida que a empresa oferece?

7. Se a sua empresa suspendesse os programas de qualidade de vida você continuaria na

empresa? Por quê? E se ela prometesse aumentar o seu salário, sua resposta seria a mesma? Por quê?