a importância da nr-32 nos serviços de prestação de saúde · 2018-02-09 · ... salvo na...

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A IMPORTÂNCIA DA NORMA REGULAMENTADORA 32 NOS SERVIÇOS DE PRESTAÇÃO DE SAÚDE NR-32

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a importânCia da norma regulamentadora 32

noS ServiçoS de preStação de Saúde

NR-32NR-32NR-32

NR-32

EDISON FERREIRA DA SILVAAdvogado, administrador hospitalar, com especialização em Gestão Hospitalar e em Gestão de Resíduos de Serviços de Saúde, membro do seguimento Patronal da Comissão Tripartite Permanente Regional de São Paulo — CTPR/SP da NR-32.

a importânCia da norma regulamentadora 32

noS ServiçoS de preStação de Saúde

NR-32NR-32NR-32

R

EDITORA LTDA.

Rua Jaguaribe, 571CEP 01224-003São Paulo, SP — BrasilFone (11) 2167-1101www.ltr.com.brFevereiro, 2018

Versão impressa — LTr 5910.6 — ISBN 978-85-361-9465-3Versão digital — LTr 9300.3 — ISBN 978-85-361-9528-5

Todos os direitos reservados

Índice para catálogo sistemático:

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Silva, Edison Ferreira daA importância da norma regulamentadora 32 nos serviços de

prestação de saúde / Edison Ferreira da Silva. — São Paulo : LTr, 2018.

Bibliografia.

1. Medicina do trabalho 2. Norma Regulamentadora n. 32 (NR-32) 3. Segurança do trabalho 4. Serviços de saúde I. Título.

17-10215 CDU-34:331.4(81)

1. Brasil : Norma Regulamentadora n. 32 : Segurança : Saúde dos trabalhadores : Serviços de saúde : Direito 34:331.4(81)

Dedico este livro a minha Família e todos amigos que lutam por ideias, não atitudes desnecessárias, para viver com harmonia e lealdade. Mas de todo coração,

em especial, ao meu neto Felipe, companheiro de todas as horas.

A importânciA dA normA regulAmentAdorA 32 nos serviços de prestAção de sAúde | 7

Sumário

Introdução ......................................................................................................................... 9

Capítulo 1 — A Importância da Norma Regulamentadora 32 ............................................. 11

Capítulo 2 — Civilização ..................................................................................................... 15

Capítulo 3 — Evolução Humana ......................................................................................... 17

Capítulo 4 — Desenvolvimento Humano ............................................................................. 18

Capítulo 5 — Revolução Industrial ...................................................................................... 19

Capítulo 6 — A Sociedade e o Direito ................................................................................. 20

Capítulo 7 — Conceito de Obrigações ................................................................................ 21

Capítulo 8 — Direito do Trabalho ....................................................................................... 23

Capítulo 9 — A Evolução Histórica da Segurança e Medicina do Trabalho .......................... 25

Capítulo 10 — Segurança do Trabalho ............................................................................... 31

Capítulo 11 — Medicina do Trabalho .................................................................................. 34

Capítulo 12 — Breve Histórico da NR-32 ............................................................................. 36

Capítulo 13 — Riscos Biológicos ......................................................................................... 38

Capítulo 14 — PPRA — Programa de Prevenção de Riscos Ambientais ................................ 40

Capítulo 15 — Mapa de Risco ............................................................................................. 43

Capítulo 16 — PCMSO — Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional ................. 44

Capítulo 17 — Riscos Químicos ........................................................................................... 49

Capítulo 18 — Quimioterápicos .......................................................................................... 54

Capítulo 19 — Das Radiações Ionizantes ............................................................................ 58

Capítulo 20 — Plano de Proteção Radiológica — PPR .......................................................... 59

Capítulo 21 — Dosimetria ................................................................................................... 61

Capítulo 22 — Serviço de Medicina Nuclear ........................................................................ 64

Capítulo 23 — Dos Resíduos ............................................................................................... 69

Capítulo 24 — Condições de Conforto por Ocasião das Refeições ...................................... 77

Capítulo 25 — Das Lavanderias .......................................................................................... 80

Capítulo 26 — Da Limpeza e Conservação .......................................................................... 84

Capítulo 27 — Da Manutenção de Máquinas e Equipamentos ............................................ 87

Capítulo 28 — Capacitação ................................................................................................ 90

Capítulo 29 — Como funciona a Comissão Tripartite Permanente ...................................... 93

Capítulo 30 — Aprovação do Anexo III na NR-32 ................................................................ 95

Referências Bibliográficas ................................................................................................... 97

A importânciA dA normA regulAmentAdorA 32 nos serviços de prestAção de sAúde | 9

introdução

Como profissional de saúde e advogado, com mais de trinta e dois anos de admi-nistração de serviços de saúde, demonstra-se nestes apontamentos nossa participação na comissão e uma luta enorme em fazer com que haja reconhecimento da mesma. As regras dispostas possuem regulamentações que existem desde 1978 e complementam as exigências a ser aplicadas nos serviços de saúde.

Desde a criação da Comissão Tripartite Permanente Regional em São Paulo, for-mada e constituída pela Portaria n. 182 de 11 de outubro de 2006 (DOU 19.10.06). O texto descreve claramente que o Delegado Regional do Trabalho no Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições, e tendo em vista o disposto na Norma Regulamen-tadora 32 (Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde), resolve criar a CTPR — Comissão Tripartite Permanente Regional de São Paulo. E na sua composição já havia um ambiente importante de representação tanto por parte do Governo, representação dos empregados e empregadores, como:

• Superintendência Regional do Trabalho de São Paulo — SRT/SP

• Secretaria de Estado da Saúde — SES

• Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho — Fundacentro

• Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo — FEHOSP

• Sindicato das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo — SINDHOSFIL

• Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo — FEHOESP

• Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo — SINDHOSP

• Sindicato dos auxiliares e técnicos de enfermagem e empregados em estabele-cimentos de serviços de saúde de São Paulo

• Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo — SINSAUDESP

• Central Única dos Trabalhadores — CUT

• Força Sindical

• Central Geral dos Trabalhadores — CGT

• Conselho Regional de Enfermagem — COREN

10 | edison FerreirA dA silvA

Assim, fico lisonjeado em participar, com os demais colegas representantes de vários seguimentos, destas discussões desde sua criação até os dias de hoje, com dedicação, representando os hospitais filantrópicos de São Paulo.

Edison Ferreira da Silva

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Capítulo 1

a importânCia da norma regulamentadora 32

As questões de Segurança e Medicina do Trabalho são de fato obrigações legais e algumas questões normativas, mas devem ser cumpridas pelos empregadores em estabelecimentos de saúde.

A norma não integra novidades nos aspectos legais, haja vista que desde o advento da Consolidação da Leis do Trabalho — CLT em 1943 já descrevia em seu inciso I do art. 157 da CLT, que: “cabe às empresas cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho”. Posteriormente, a Portaria n. 3.214/78 estabelece os critérios de avaliações das lavraturas de infrações de Segurança e Medicina do Trabalho e cria a Normas Regulamentadoras — NR’s. No item 1.7 da NR-01 desta portaria, determina ao empregador: “cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho”.

A Constituição Federal do Brasil estabelece em seu art. 6º: “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.

Descreve-se também a Carta Magna no art. 7º: “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXII — redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXVIII — seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; XXXIII — proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos”.

A Portaria n. 485 de 11 de novembro de 2005, publicada no DOU em 16.11.2005, define que a norma: “Tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral”.

Como é notório, com o advento da Portaria n. 485 (DOU 16.11.05) que introduziu a Norma Regulamentadora 32 (NR-32), institui-se que seu objetivo e finalidade é estabelecer as diretrizes básicas para implementação de medidas de proteção à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral.

A referida norma assume reflexos na gestão da saúde e segurança ocupacional não só em hospitais, mas também em faculdade de medicina, centro de pesquisas

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científicas, escolas técnicas (enfermagem, radiologia, hematologia etc.), laboratórios de análises clínicas, clínicas em geral e até na gestão das equipes de PSF — Programa de Saúde da Família.

Esta imposição fica explícita na própria regra legal ao descrever “... qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade.”

Considerando-se a importância da norma, caracteriza-se pela necessidade de haver uma gestão de saúde ocupacional no ambiente de prestação de serviços de saúde, demonstrando quais são as medidas prevencionistas aos colaboradores deste seguimento e que há muito não vêm sendo observadas, face às questões de subnotificação de acidentes de trabalho que caracterizam o seguimento hospitalar com o maior número de acidentes, superando, inclusive, o seguimento da construção civil.

Saliente-se que desde a introdução da Portaria n. 3.214/78 que definiu uma série de normas regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho, a portaria da NR-32 define regras impositivas para que administração hospitalar venha assumir o controle dos riscos:

32.2. Dos Riscos Biológicos

32.3. Dos Riscos Químicos

32.4. Das Radiações Ionizantes

32.5. Dos Resíduos

32.6. Das Condições de Conforto por Ocasião das Refeições

32.7. Das Lavanderias

32.8. Da Limpeza e Conservação

32.9. Da Manutenção de Máquinas e Equipamentos.

Podemos identificar compromissos também nas condicionantes do PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), também previstos na Portaria n. 3.214/78 em sua NR-09 que implementa:

Identificação dos riscos biológicos mais prováveis, em função da localização geográfica e da característica do serviço de saúde e seus setores;

Avaliação do local de trabalho e do trabalhador;

Possibilidade de prevenção e as medidas preventivas.

Para que possamos identificar este grau de importância, o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), previsto na Portaria n. 3.214/78 em sua NR-07, reforça esta importância de gestão de saúde ocupacional onde se faz necessário:

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1. O reconhecimento e a avaliação dos riscos biológicos;

2. A localização das áreas de risco;

3. A relação contendo a identificação nominal dos trabalhadores, sua função, o local em que desempenham suas atividades e o risco a que estão expostos;

4. A vigilância médica dos trabalhadores potencialmente expostos;

5. O programa de vacinação.

Desta forma, há a necessidade de haver uma integração do PCMSO e PPRA em conjunto com as diretrizes e normas preconizadas pela NR-32, pois os dispositivos descrevem a importância desta interligação preventiva e agrega outras condicionantes, as quais destacamos algumas para maior reflexão deste objetivo.

Os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com Equipamentos de Proteção Individual, bem como as vestimentas utilizadas em atividades laborais. O empregador deve comprovar na inspeção do trabalho a realização da capacitação.

Deverão ser elaboradas instruções escritas e de linguagem acessível das rotinas realizadas no exercício da função e esclarecer as medidas preventivas de acidente e doenças profissionais.

As instruções devem ser escritas e entregues ao trabalhador, mediante recibo e ficar à disposição da inspeção do trabalho. O empregador deve assegurar a capacitação dos trabalhadores antes do início de suas atividades e de maneira continuada.

O empregador deve assegurar informações aos colaboradores quanto às vantagens, efeitos colaterais quanto aos riscos expostos por falta ou recusa de vacinação, com documentos comprobatórios.

Por alguns pontos destacados, vislumbramos a necessidade dos administradores observarem com cautela e responsabilidade as normativas de prevenção e saúde ocupacional, as quais inibem passivos trabalhistas e, em algumas situações, as responsabilidades civis quanto aos aspectos indenizatórios. O Código de Processo Civil brasileiro (Lei n. 10.406/02) prescreve em seu art. 927 que:

Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Acrescenta-se ainda o art. 942, CPC:

Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.

Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os coautores e as pessoas designadas no art. 932.