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Inserir aqui a marca gráfica da instituição em associação (se aplicável. Eliminar esta nota) A importância da classe de conjunto de violinos Suzuki no desenvolvimento musical, pessoal e social dos alunos Gisela Sofia Teixeira dos Santos Orientador Professor Doutor José Carlos David Nunes Godinho Relatório de Estágio apresentado à Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Ensino de Música – Instrumento e Música de Conjunto, realizado sob a orientação científica do Professor Doutor José Carlos David Nunes Godinho, do Instituto Politécnico de Castelo Branco. Setembro de 2016

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aplicvel. Eliminar esta nota)

A importncia da classe de conjunto de violinos Suzuki no desenvolvimento musical, pessoal e social dos alunos

Gisela Sofia Teixeira dos Santos

Orientador

Professor Doutor Jos Carlos David Nunes Godinho

Relatrio de Estgio apresentado Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politcnico de Castelo Branco para cumprimento dos requisitos necessrios obteno do grau de Mestre em Ensino de Msica Instrumento e Msica de Conjunto, realizado sob a orientao cientfica do Professor

Doutor Jos Carlos David Nunes Godinho, do Instituto Politcnico de Castelo Branco.

Setembro de 2016

II

III

Composio do jri

Presidente do jri

Professor Doutor, Miguel Nuno Marques Carvalhinho

Professor Adjunto da Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politcnico de Castelo Branco

Vogais

Professor Especialista, Pedro Miguel Reixa Ladeira

Professor Adjunto da Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politcnico de Castelo Branco

Professor Doutor, Jos Carlos David Nunes Godinho

Professor Coordenador Convidado da Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politcnico de Castelo Branco

IV

V

Dedicatria

Dedico o presente trabalho aos meus pais, que sempre se esforaram para que nunca me faltasse nada, e que sempre me apoiaram e auxiliaram a superar as dificuldades.

VI

VII

Agradecimentos

Ao Professor Doutor Jos Carlos David Nunes Godinho, por toda a disponibilidade, apoio e dedicao demonstrados.

Aos meus pais e avs, pelo amor e pacincia. minha irm, por todas as horas dispendidas comigo, em leituras e correes e minha madrinha, pelo incentivo essencial para a realizao deste relatrio.

Fundao Conservatrio Regional de Gaia, na pessoa do Professor Doutor Mrio Mateus, por ter possibilitado a realizao da Prtica de Ensino Supervisionado.

Aos meus professores e amigos Alexandra e Augusto Trindade, por terem sido determinantes na minha vida desde sempre.

Leonor, Ana Sofia, ao Frederico, ao Antnio, ao Pedro, Mnica, Sofia, ao Rui e Anita pela coragem transmitida.

Margarida, companheira de guerra.

A todos os meus alunos e encarregados de educao, sem os quais o presente estudo no seria possvel.

E, por fim, a todos que contriburam, direta ou indiretamente, para a realizao deste trabalho.

VIII

IX

Resumo

O presente relatrio de estgio incide sobre a unidade curricular de Prtica de Ensino Supervisionada, desenvolvida na Fundao Conservatrio Regional de Gaia. realizada uma contextualizao do meio escolar e das classes de Violino e Classe de Conjunto do Conservatrio, seguindo-se a descrio do desenrolar da prtica em si, encerrando-se com uma reflexo sobre a mesma. Este relatrio tambm incide sobre a unidade curricular de Projeto de Ensino Artstico, na qual foi desenvolvido um projeto cujo objetivo investigativo verificar os eventuais efeitos da classe de conjunto Suzuki no desenvolvimento musical, social e pessoal dos alunos num contexto onde so combinadas aulas individuais e de conjunto.

Foi realizada uma reviso literria, discutindo conceitos como a aprendizagem e a fluncia musical sob o ponto de vista de Keith Swanwick, o Mtodo Suzuki, a memorizao e a imitao, a aprendizagem em conjunto e as relaes sociais desta resultantes e o papel da ansiedade na performance.

Assim, foi realizada uma investigao-ao que visava analisar os efeitos da classe de conjunto no desenvolvimento musical e sociopessoal dos alunos derivados de uma interveno que consistiu em lecionar aulas individuais e de conjunto semanais. Neste sentido, recolheram-se dados de diversas fontes, atravs da observao direta, com registo de notas de campo, do preenchimento de grelhas de registo de nveis de competncia e da realizao de entrevistas, levantando as percees dos alunos e encarregados de educao de alunos que frequentam ou no as aulas de conjunto.

Seguidamente, foram retiradas as concluses do estudo, que parecem apontar para a existncia de benefcios no desenvolvimento das crianas, num ensino que conjugue aulas de conjunto e aulas individuais.

Palavras chave Prtica de Ensino Supervisionada; aulas individuais; aulas de conjunto; mtodo

Suzuki; aprendizagens musicais, sociais e pessoais.

X

XI

Abstract

This internship report focuses on the course unit Supervised Teaching Practice, developed at the Fundao Conservatrio Regional de Gaia. A contextualization of the school environment and of Violin lessons and the Conservatory Ensemble is made, followed by a description of the progression of the practice itself, ending with a reflection on it. This report also focuses on the course unit Artistic Teaching Project, in which a project whose investigative objective was to verify the possible effects of Suzuki ensemble classes in musical, social and personal development of students in a context where both individual and ensemble classes are combined was developed.

A literary review was conducted, discussing concepts such as learning and musical fluency from the point of view of Keith Swanwick, the Suzuki Method, memorization and imitation, learning together and the social relationships that result from them and the role of anxiety in performance.

Therefore, a research-action which aimed to analyze the effects of the ensemble classes in musical, social and personal development of students derived from an intervention that consisted of weekly individual and group classes was conducted. With this in mind, data was collected from various sources, through direct observation, with the recording of field notes, the filling of competency levels tables and interviews, gathering the students and respective guardians perceptions, whether or not they attend the ensemble classes.

Then, the conclusions of the study were drawn, which seem to point towards the existence of benefits in the development of children with a teaching practice that combines group and individual lessons.

Keywords Supervised Teaching Practice; individual lessons; Suzuki method; musical, social

and personal learning.

XII

XIII

ndice geral

Introduo ............................................................................................................................................. 1

Parte I Prtica de Ensino Supervisionada ........................................................................ 3

1. Contextualizao Escolar....................................................................................................... 5

1.1 Fundao Conservatrio Regional de Gaia ............................................................ 5

1.2 Caracterizao geogrfica e histrica do Municpio de Vila Nova de Gaia 6

2. Caracterizao da classe de instrumento ........................................................................ 7

2.1 Classe de Violino .............................................................................................................. 7

2.2 Dossier pedaggico de cordas do Conservatrio Regional de Gaia ............. 8

2.2.1 Contedos programticos do 1 grau.................................................................. 8

2.2.2 Competncias a desenvolver .................................................................................. 9

2.2.3 Avaliaes e provas .................................................................................................... 9

3. Caracterizao da classe de conjunto ............................................................................ 11

3.1 Apresentaes pblicas .............................................................................................. 11

3.2 Critrios de avaliao .................................................................................................. 13

4. Caracterizao do aluno...................................................................................................... 15

4.1 Na aula individual ......................................................................................................... 15

4.2 Na classe de conjunto .................................................................................................. 15

4.3 Na formao musical ................................................................................................... 15

5. Prtica de Ensino Supervisionada Instrumento .................................................... 17

5.1 Planificaes Trimestrais .......................................................................................... 17

5.2 Planificaes e reflexes das aulas ........................................................................ 20

5.3 Avaliaes Trimestrais ............................................................................................... 26

6. Prtica de Ensino Supervisionada Classe de Conjunto ........................................ 29

6.1 Planificaes Trimestrais das Aulas de Conjunto ............................................ 29

6.2 Planificaes e reflexes das aulas ........................................................................ 32

6.3 Audies de classe ........................................................................................................ 38

7. Reflexo final sobre a Prtica de Ensino Supervisionada ...................................... 39

Parte II Projeto do Ensino Artstico ................................................................................. 41

1. Introduo ................................................................................................................................ 43

2. Enquadramento Terico ..................................................................................................... 45

2.1 A aprendizagem segundo Swanwick ..................................................................... 45

XIV

2.2 O Mtodo Suzuki ............................................................................................................47

2.3 Imitao e Memorizao .............................................................................................49

2.4 Aprendizagem em conjunto ......................................................................................52

2.5 Relaes sociais ..............................................................................................................54

2.5.1 Entre os alunos ..........................................................................................................54

2.5.2 Com o professor.........................................................................................................54

2.5.3 Com a famlia/pais....................................................................................................55

2.5.4 Relao pais/aluno/professor .............................................................................56

2.5.5 Com o pblico .............................................................................................................57

2.6 Ansiedade na performance ........................................................................................57

3. Metodologia da Interveno ..............................................................................................61

3.1 Contextualizao ...........................................................................................................61

3.2 Preparao dos instrumentos conforme proposto por Shinichi Suzuki ..62

3.3 Estrutura das aulas .......................................................................................................62

3.3.1 Aulas individuais .......................................................................................................62

3.3.2 Aulas de conjunto......................................................................................................64

3.4 Audies de Classe ........................................................................................................64

4. Metodologia da Investigao .............................................................................................67

4.1 A metodologia investigao-ao............................................................................67

4.2 Tcnicas e instrumentos de recolha de dados ...................................................67

4.2.1 Observao direta e notas de campo .................................................................68

4.2.2 Grelhas de registo de nveis de competncia .................................................68

4.2.3 Entrevistas ...................................................................................................................69

4.3 Anlise e tratamento dos dados ..............................................................................72

4.3.1 Anlise das grelhas de registo de nveis de competncia..........................72

4.3.2 Anlise das entrevistas e notas de campo .......................................................72

4.4 Apresentao e discusso dos resultados............................................................74

4.4.1 Grelhas de observao ............................................................................................74

4.4.2 Entrevistas ...................................................................................................................82

5. Concluses ................................................................................................................................93

5.1 Implicaes Educativas ...............................................................................................95

Referncias Bibliogrficas .............................................................................................................97

Apndices ........................................................................................................................................ 101

XV

Apndice A Grelhas de registo de nveis de competncia ...........................................103

Apndice B Transcries das entrevistas realizadas ....................................................111

Apndice C Tabela de anlise de contedo .......................................................................135

Anexos ...............................................................................................................................................159

Anexo A Programas das Audies ........................................................................................161

XVI

XVII

ndice de figuras

Figura 1 Instalaes da Fundao Conservatrio Regional de Gaia ............................ 5

Figura 2 A espiral do desenvolvimento musical de Swanwick e Tillman ............... 45

Figura 3 Modelo de performance ............................................................................................ 59

Figura 4 Esquema representativo dos alunos em palco e respetiva legenda........ 66

XVIII

XIX

ndice de tabelas

Tabela 1 Contedos programticos de referncia para o 1 grau ............................... 8

Tabela 2 Programa das provas trimestrais do 1 grau .................................................... 9

Tabela 3 Indumentria para os concertos ......................................................................... 12

Tabela 4 Planificao do 1 perodo .................................................................................... 17

Tabela 5 Planificao do 2 perodo .................................................................................... 18

Tabela 6 Planificao do 3 periodo .................................................................................... 19

Tabela 7 Planificao de aula de Instrumento do dia 10 de dezembro de 2015 20

Tabela 8 Planificao da aula de Instrumento do dia 17 de maro de 2016........ 22

Tabela 9 Planificao da aula de Instrumento do dia 16 de junho de 2016 ......... 24

Tabela 10 Programa apresentado pelo aluno em cada uma das provas trimestrais ................................................................................................................................................. 26

Tabela 11 Planificao do 1 perodo ................................................................................. 29

Tabela 12 Planificao do 2 perodo ................................................................................. 30

Tabela 13 Planificao do 3 perodo ................................................................................. 31

Tabela 14 Planificao da Aula de Conjunto do dia 15 de outubro de 2015 ....... 32

Tabela 15 Planificao da Aula de Conjunto do dia 7 de janeiro de 2016 ............ 34

Tabela 16 Planificao da Aula de Conjunto do dia 16 de junho de 2016 ............ 36

Tabela 17 Anlise SWOT .......................................................................................................... 39

Tabela 18 Repertrio a apresentar nas provas do 1 e 2 graus .............................. 63

Tabela 19 Audies de Classe realizados no ano letivo 2015/2016 ....................... 65

Tabela 20 Excerto da grelha de registo de nveis de competncia (excerto) ...... 69

Tabela 21 Guio das entrevistas realizadas ...................................................................... 70

Tabela 22 Tabela de anlise de contedo (excerto) ...................................................... 73

XX

XXI

ndice de grficos Grfico 1 Nmero de alunos do Conservatrio e distribuio por ciclos .................. 7

Grfico 2 Representao grfica das idades dos alunos ................................................ 61

Grfico 3 Representao grfica das mdias relativas Postura ............................... 74

Grfico 4 - Representao grfica das mdias relativas Execuo ............................ 75

Grfico 5 - Representao grfica das mdias relativas a questes Expressivas .... 76

Grfico 6 - Representao grfica das mdias relativas Memria ............................. 77

Grfico 7 - Representao grfica das mdias relativas ao Comportamento ........... 78

Grfico 8 - Representao grfica das mdias relativas Responsabilidade ........... 79

Grfico 9 - Representao grfica das mdias relativas Interao Social ............... 80

Grfico 10 - Representao grfica das mdias relativas Aprendizagem Interpares .................................................................................................................................................. 81

Grfico 11 - Representao grfica das mdias relativas Relao Social ................ 82

A importncia da classe de conjunto de violinos Suzuki no desenvolvimento musical, social e pessoal dos alunos

1

Introduo

O presente relatrio foi realizado no mbito do Mestrado em Ensino de Msica Instrumento e Msica de Conjunto, e encontra-se dividido em duas partes. A primeira parte relativa unidade curricular de Prtica de Ensino Supervisionada, e relata essa mesma prtica realizada na Fundao Conservatrio Regional de Gaia, desenvolvida nas disciplinas Violino e Classe de Conjunto. A segunda parte contempla a unidade curricular de Projeto de Ensino Artstico que se cruzou com a Prtica de Ensino Supervisionada durante todo o ano letivo de 2015/2016.

Na primeira parte podem ser destacadas duas seces. A primeira inclui a contextualizao escolar, descrevendo a Fundao Conservatrio Regional de Gaia e caracterizando o local onde ela se situa. Tambm caracterizada a classe de violino, onde so mencionados os contedos programticos adequados para o nvel do aluno que foi objeto de estgio, as competncias que deve desenvolver e a forma como realizada a avaliao. Tambm realizada a caracterizao do aluno nas disciplinas que frequenta: Violino, Classe de Conjunto e Formao Musical. Depois, descreve-se a Classe de Conjunto de Violinos do Mtodo Suzuki, tambm ela objeto de estgio, as suas apresentaes em pblico e os critrios de avaliao. A segunda seco inclui as planificaes trimestrais e semanais tanto das aulas de Instrumento como das de Classe de Conjunto, assim como as reflexes realizadas semanalmente em relao a cada aula das duas disciplinas. Tambm so referidas e descritas as provas de avaliao do aluno e as audies realizadas. Finalmente, ainda feita uma reflexo crtica sobre a Prtica de Ensino Supervisionada e as suas repercusses na minha vida profissional.

A segunda parte deste trabalho diz respeito ao Projeto de Ensino Artstico, com o tema A importncia da classe de conjunto de violinos Suzuki no desenvolvimento musical, pessoal e social dos alunos. Foi traado um objetivo para esta investigao, que consiste em verificar os efeitos que a classe de conjunto tem no desenvolvimento musical e sociopessoal dos alunos. Para cumprir o objetivo investigativo, foi realizada uma interveno que visou lecionar paralelamente aulas individuais e de conjunto aos mesmos alunos. Nesta parte possvel distinguir cinco seces. Na primeira realizada uma pequena introduo, na qual se justifica a escolha do tema do projeto e se faz uma descrio mais pormenorizada das restantes seces. Na segunda seco so discutidos os seguintes conceitos tericos: a aprendizagem segundo Swanwick, o mtodo Suzuki, a imitao e a memorizao, a aprendizagem em conjunto, as relaes desenvolvidas em contexto de msica de conjunto e a ansiedade na performance. A terceira seco foca a interveno realizada, descrevendo a classe e o decorrer normal de uma aula individual e uma aula de conjunto. Na quarta parte so descritas as tcnicas e instrumentos com os quais foram recolhidos os dados e a forma como estes dados foram analisados. So tambm discutidos e justificados os resultados obtidos ao longo da investigao. Por fim, na quinta e ltima seco so explicitadas as principais concluses e as possveis implicaes educativas que este estudo ter.

Gisela Sofia Teixeira dos Santos

2

A importncia da classe de conjunto de violinos Suzuki no desenvolvimento musical, social e pessoal dos alunos

3

Parte I Prtica de Ensino Supervisionada

Gisela Sofia Teixeira dos Santos

4

A importncia da classe de conjunto de violinos Suzuki no desenvolvimento musical, social e pessoal dos alunos

5

1. Contextualizao Escolar

1.1 Fundao Conservatrio Regional de Gaia

A Fundao Conservatrio Regional de Gaia uma instituio de ensino com regime de paralelismo pedaggico, que tem por objetivo promover o desenvolvimento da atividade cultural e artstica por meio do ensino da msica e de outras artes, atravs, tambm, da realizao direta ou indireta de manifestaes culturais e artsticas. Sedeado inicialmente no espao do Colgio de Gaia, o Conservatrio Regional foi transferido para o edifcio atual, cedido pela Cmara Municipal de Gaia, em 1988, aps obras de remodelao e adaptao (Fundao Conservatrio Regional de Gaia, 2014).

Figura 1 Instalaes da Fundao Conservatrio Regional de Gaia (Fonte: Fundao Conservatrio Regional de Gaia, 2014)

Esta instituio privilegia as seguintes modalidades de ensino:

Despertando para a Msica: bebs entre os 0 e os 3 anos de idade; Atelier instrumental infantil: crianas entre os 3 e os 5 anos; Mtodo Suzuki: mtodo aplicado formao de instrumentistas de arco (a

partir dos 3 anos); Cursos de Iniciao Musical; Cursos Regulares (Bsico 1, 2, 3, 4 e 5 graus; Secundrio 6, 7 e 8

graus)

Gisela Sofia Teixeira dos Santos

6

No Conservatrio so administrados os cursos de Canto, Clarinete, Contrabaixo, Flauta de Bisel, Flauta Transversal, Formao Musical, Guitarra Portuguesa, Harpa, Obo, rgo, Piano, Acordeo, Percusso, Saxofone, Trombone, Trompa, Trompete, Viola Dedilhada, Viola DArco, Violino e Violoncelo (FCRG, 2013).

1.2 Caracterizao geogrfica e histrica do Municpio de Vila Nova de Gaia

A Fundao Conservatrio Regional de Gaia localiza-se no Municpio de Vila Nova de Gaia, que pertence ao distrito do Porto e conta, com cerca de 302 295 habitantes, uma rea de 168,7 km2 e uma densidade populacional de 1 794, 46 hab/km2, de acordo com os Censos de 2011.

Os primeiros indcios de ocupao humana em Vila Nova de Gaia remontam ao perodo Paleoltico (h cerca de 100 000 anos atrs), e consistem em duas placas de bronze datados dos anos 7 e 9, nas quais o texto (em latim), refere um pacto de hospitalidade entre os Trdulos Velhos (povo vindo de terras mediterrnicas no sculo V a.C.) e os Romanos que se viriam a implantar no territrio.

Com a queda do Imprio Romano e a presena de suevos e visigodos, separam-se as duas principais povoaes ao redor do rio Douro: Portucale Castrumantiqum (Gaia) e Portucale Castrumnuovum (que viria a ser a cidade do Porto).

O Municpio de Vila Nova de Gaia oferece equipamentos culturais como o Arquivo Municipal, o Auditrio, a Biblioteca Municipal, a Casa da Cultura, a Casa Museu Teixeira Lopes, o Cine Teatro Eduardo Brazo, o Convento Corpus Christi, o Form da Cidadania e Juventude e o Solar Condes de Resende. A cidade de Gaia tambm palco do Festival Internacional de Msica, que se realiza anualmente, contando j com 22 edies.

A importncia da classe de conjunto de violinos Suzuki no desenvolvimento musical, social e pessoal dos alunos

7

2. Caracterizao da classe de instrumento

2.1 Classe de Violino

A classe de violino do Conservatrio Regional de Gaia constituda por 78 alunos, dos quais 5 so alunos de Pr-Iniciao (Mtodo Suzuki), 18 de Iniciao, 49 do Bsico e 6 do Secundrio.

Grfico 1 Nmero de alunos do Conservatrio e distribuio por ciclos (Fonte: Elaborao da autora)

O corpo docente conta com 4 professores de violino. A carga horria semanal da disciplina de 90 minutos divididos por 2 alunos, de forma a que, segundo o artigo 9, alnea b) da portaria n 225/2012 de 30 de Julho de 2012, metade da carga horria semanal atribuda seja lecionada individualmente, podendo a outra metade ser lecionada a grupos de dois alunos ou repartida entre eles, ou a totalidade da carga horria semanal atribuda lecionada a grupos de dois alunos, podendo, por questes pedaggicas ou de gesto de horrios, ser repartida igualmente entre eles1. O Conservatrio oferece vrios tipos de atividades, salientando-se as audies de classe (organizadas pelo professor da classe) e o Concurso de Execuo Musical, que se realiza anualmente e que destinado a alunos que frequentam os cursos de Iniciao Musical, Bsico ou Secundrio de Msica no Conservatrio.

A prtica de ensino supervisionada incidiu sobre um aluno que frequenta o 1 grau no Conservatrio Regional de Gaia.

1 (Decreto-Lei n 139/2012 de 5 de julho)

0

10

20

30

40

50

60

Pr-Iniciao Iniciao Bsico Secundrio

Alunos

Gisela Sofia Teixeira dos Santos

8

2.2 Dossier pedaggico de cordas do Conservatrio Regional de Gaia

2.2.1 Contedos programticos do 1 grau

No que diz respeito ao repertrio de violino, o Conservatrio Regional de Gaia segue, maioritariamente, o proposto pelo Conservatrio de Msica Calouste Gulbenkian de Braga. Uma vez que este repertrio elaborado partindo do pressuposto que os alunos iniciam o estudo do violino no 1 grau, so apenas sugeridos mtodos de violino e de msica de conjunto de iniciao, assim como as primeiras escalas e arpejos, como esquematizado no quadro abaixo:

Tabela 1 Contedos programticos de referncia para o 1 grau

Mtodos

Charles de Briot

Mathieu Crickboom

Le Petit Sevcik

Sevcik Op. 6 / 1 e 2 cadernos

Msica de

Conjunto

Autor Mtodo

Neil Mackay The First Year Violin Tutor

Mathieu Crickboom Chants eu Morceaux / 1 Vol.

Armand Parent Le Petit Violoniste / 1 Vol.

Escalas/Arpejos Sol Maior

L Maior

(Fonte: Dossier pedaggico de cordas do Conservatrio Regional de Gaia)

No entanto, o repertrio mencionado serve apenas como referncia, j que mtodos e estudos so do critrio do professor, dependendo do talento do aluno a sequncia dos exerccios, segundo o que referido no Programa Oficial de Violino do Conservatrio de Msica Calouste Gulbenkian de Braga. Sendo assim, o aluno do 1 grau (sobre o qual decorreu a prtica de ensino supervisionada) est a seguir o volume 1 do Suzuki Violin Method, proposto pelo pedagogo Shinichi Suzuki.

A importncia da classe de conjunto de violinos Suzuki no desenvolvimento musical, social e pessoal dos alunos

9

2.2.2 Competncias a desenvolver

No 1 grau, o aluno dever:

Posicionar corretamente o violino e o arco; Dominar a primeira posio em todas as cordas (afinao e colocao correta

dos dedos); Executar diferentes golpes de arco (staccato e legato); Conhecer o repertrio estudado (figurao rtmica, dinmicas e golpe de arco

adequado); Ler notas na pauta; Identificar corretamente as notas existentes na pea; Ter capacidade de memorizar e executar as peas com acompanhamento de

piano; Ter capacidade de manter a concentrao durante toda a pea em situao de

audio.

2.2.3 Avaliaes e provas

Ao longo do ano letivo, os alunos so submetidos a trs provas, realizadas no final de cada perodo, e representam 40% da nota final do respetivo perodo. A avaliao qualitativa, atribuindo um nvel a cada aluno, numa escala de 1 a 5. Em cada prova, os alunos devero apresentar:

Tabela 2 Programa das provas trimestrais do 1 grau

Programa das Provas 1 grau

1

Uma escala Maior, na extenso de uma ou duas

oitavas, e respetivo arpejo sobre o acorde no

estado fundamental.

40 pontos

2 Um estudo (peas podem ser consideradas

como estudos). 80 pontos

3 Uma pea. 80 pontos

Total: 200 pontos

(Fonte: Dossier pedaggico de cordas do Conservatrio Regional de Gaia)

Gisela Sofia Teixeira dos Santos

10

Tambm so instrumentos de avaliao o comportamento na sala de aula, o cumprimento dos trabalhos de casa, as audies, o interesse e empenho e a assiduidade e pontualidade.

A importncia da classe de conjunto de violinos Suzuki no desenvolvimento musical, social e pessoal dos alunos

11

3. Caracterizao da classe de conjunto

A Classe de Conjunto de Violinos do Mtodo Suzuki conta com a participao de 19 alunos com idades compreendidas entre os 3 e os 12 anos. Inicialmente, tinha como objetivo ser um complemento das aulas individuais dos estudantes que frequentavam a pr-iniciao, ou seja, entre os 3 e os 5 anos. Posteriormente, foram inseridos os alunos do 1 ciclo do Ensino Bsico cuja aprendizagem seguia a filosofia de Shinichi Suzuki. Os mesmos transitaram para o 2 ciclo do Ensino Bsico no corrente ano, passando a Classe de Conjunto a contar com a participao de estudantes do 1 e 2 graus. A Classe orientada pela professora Gisela Santos e acompanhada ao piano por Joaquim Santos.

As aulas de conjunto tm a durao de 45 minutos e realizam-se quinta-feira, entre as 18h30 e as 19h15. Uma vez que os alunos que a frequentam iniciaram a sua aprendizagem musical no ano transato ou no presente ano, as obras estudadas so as peas do volume I de Suzuki. Objetivamente, por um lado, as aulas de conjunto preparam os alunos para a prtica de conjunto em orquestra ou agrupamentos de msica de cmara, pois incidem sobre questes de juno, de liderana e de homogeneidade sonora. Por outro lado, a Classe de Conjunto possibilita o desenvolvimento no s coletivo mas tambm individual: as aprendizagens so mais rpidas, podendo funcionar por memorizao e imitao; a escolha dos lderes em regime de rotatividade apela ao sentido de responsabilidade dos alunos mais avanados.

3.1 Apresentaes pblicas

A Classe de Conjunto de Violinos do Mtodo Suzuki apresenta-se publicamente em audies de classe trimestrais, que funcionam como um incentivo para o estudo de todos os alunos. Sempre que estes no possam estar presentes nas audies, devem apresentar uma justificao vlida e avisar, no mnimo, com duas semanas de antecedncia, uma vez que poder ser necessrio retificar o repertrio e o posicionamento dos alunos em palco.

Nestas audies sugerida uma indumentria especfica:

Gisela Sofia Teixeira dos Santos

12

Tabela 3 Indumentria para os concertos

Indumentria

para os

concertos

Audies de Natal e

Pscoa

Meninas

- Saia azul-marinha (sem

ser de ganga)

- Camisa branca

- Meias-calas azul-

marinhas

- Sapatos ou botas (sem

ser sapatilhas)

- Cabelo preso ou semi-

preso

Meninos

- Calas azul-marinhas

(sem ser de ganga)

- Camisa branca

- Sapatos ou botas (sem

ser sapatilhas)

Audio Final

Meninas

- Calas de ganga azul

- Camisola de uma s cor

- Sandlias ou sapatos

(sem ser sapatilhas)

- Cabelo preso ou semi-

preso

Meninos

- Calas de ganga azul

- Camisola de uma s cor

- Sapatos ou sandlias

(sem ser sapatilhas)

(Fonte: Elaborao da autora)

A importncia da classe de conjunto de violinos Suzuki no desenvolvimento musical, social e pessoal dos alunos

13

3.2 Critrios de avaliao

Os alunos so avaliados com base em vrios critrios, tais como o comportamento na sala de aula, o desempenho nas aulas e nas audies, o interesse e empenho, a assiduidade e pontualidade, assim como a preparao das lies propostas. Se este ltimo aspeto no for cumprido pelos alunos, a professora pode marcar provas com uma semana de antecedncia, em que os alunos tero que executar, individualmente, essas mesmas lies. Na classe de conjunto, a avaliao quantitativa, assim como acontece relativamente s aulas individuais, atribuindo um valor a cada aluno numa escala de 1 a 5.

Gisela Sofia Teixeira dos Santos

14

A importncia da classe de conjunto de violinos Suzuki no desenvolvimento musical, social e pessoal dos alunos

15

4. Caracterizao do aluno

4.1 Na aula individual

O aluno iniciou a aprendizagem do instrumento segundo o Mtodo Suzuki em Setembro do ano letivo 2014/2015, no 4 ano do 1 ciclo do Ensino Bsico, tendo ingressado no 1 grau do Ensino Articulado no corrente ano.

O estudante tem aula individual de violino s quintas-feiras, entre as 16h e as 16h45. um aluno responsvel, interessado e disciplinado no estudo individual, pelo que no apresenta dificuldades no que diz respeito a questes fulcrais como o correto posicionamento dos ps (importante para o equilbrio do corpo) e do violino, assim como na preparao das lies propostas nas aulas e na sua memorizao. No entanto, tem dificuldades na distribuio do arco e no controlo de som. Estas questes esto a ser trabalhadas e aperfeioadas atravs de vrios mecanismos pedaggicos.

Desde o incio da sua aprendizagem musical que tem revelado facilidades na leitura de partituras, tanto a nvel de identificao de notas na pauta como a nvel rtmico. O aluno participa regularmente em audies de classe, apresentando-se quer a solo quer como elemento da classe de conjunto.

4.2 Na classe de conjunto

O aluno integrou a Classe de Conjunto Coro quando transitou para o 1 grau, ou seja, no presente ano letivo de 2015/2016, no Conservatrio Regional de Gaia. As aulas tm lugar quinta-feira, entre as 17h e as 18h30. um estudante interessado, que participa ativamente em todas as atividades propostas pelo professor; demonstra um comportamento correto para com o docente e os restantes colegas.

4.3 Na formao musical

O aluno frequenta a turma A do 1 grau de formao musical no Conservatrio Regional de Gaia. uma turma constituda por 20 alunos que j frequentavam o 4 ano da Iniciao Musical no ano transato. As aulas tm lugar s teras-feiras das 14h s 15h30. O estudante revela interesse, empenho e uma boa atitude, tendo um excelente aproveitamento na disciplina. Embora demonstre um comportamento correto e respeitador para com a docente e os colegas, tem um acentuado esprito competitivo.

Gisela Sofia Teixeira dos Santos

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A importncia da classe de conjunto de violinos Suzuki no desenvolvimento musical, social e pessoal dos alunos

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5. Prtica de Ensino Supervisionada Instrumento

5.1 Planificaes Trimestrais

Tabela 4 Planificao do 1 perodo

PLANIFICAO TRIMESTRAL 1 PERODO

Competncias gerais e

especficas

- Domnio da primeira posio em todas as cordas (afinao e colocao correta dos dedos); - Diferentes golpes de arco (staccato e legato); - Conhecimento do repertrio estudado (figurao rtmica, dinmicas e golpe de arco adequado); - Leitura de notas na pauta; - Identificao correta das notas existentes na pea; - Capacidade de memorizao; - Capacidade de manter a concentrao durante toda a pea em situao de audio.

Programa a apresentar na prova Estratgias

- Uma escala Maior, na extenso de uma ou duas oitavas, e respetivo arpejo sobre o acorde no estado fundamental; - Um estudo (peas podem ser consideradas como estudo); - Uma pea.

- Exemplicar sempre que necessrio; - Executar exerccios tcnicos especficos; - Participar em audies .

Contedos programticos

- Escala Maior com o respetivo arpejo: L Maior (uma oitava) e Sol Maior (duas oitavas); - Estudo/Pea: lies 9 e 10 do Suzuki Violin Method; - Pea: lio 11 do Suzuki Violin Method .

Avaliao

- Avaliao do desempenho do aluno durante a aula; - Comportamento e atitude; - Assiduidade e Pontualidade.

Recursos

- Lpis e borracha; - Caderno; - Volume I do Suzuki Violin Method; - Estante.

(Fonte: Elaborao da autora)

Gisela Sofia Teixeira dos Santos

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Tabela 5 Planificao do 2 perodo

PLANIFICAO TRIMESTRAL 2 PERODO

Competncias gerais e

especficas

- Domnio da primeira posio em todas as cordas (afinao e colocao correta dos dedos); - Diferentes golpes de arco (staccato e legato); - Conhecimento do repertrio estudado (figurao rtmica, dinmicas e golpe de arco adequado); - Leitura de notas na pauta; - Identificao correta das notas existentes na pea; - Capacidade de memorizao; - Capacidade de manter a concentrao durante toda a pea em situao de audio.

Programa a apresentar na prova Estratgias

- Uma escala Maior, na extenso de uma ou duas oitavas, e respetivo arpejo sobre o acorde no estado fundamental; - Um estudo (peas podem ser consideradas como estudo); - Uma pea.

- Exemplicar sempre que necessrio; - Executar exerccios tcnicos especficos; - Participar em audies.

Contedos programticos

- Escala Maior com o respetivo arpejo: Sol Maior (duas oitavas); - Estudo/Pea: lies 12 e 13 do Suzuki Violin Method; - Pea: lio 14 do Suzuki Violin Method .

Avaliao

- Avaliao do desempenho do aluno durante a aula; - Comportamento e atitude; - Assiduidade e Pontualidade.

Recursos

- Lpis e borracha; - Caderno; - Volume I do Suzuki Violin Method; - Estante.

(Fonte: Elaborao da autora)

A importncia da classe de conjunto de violinos Suzuki no desenvolvimento musical, social e pessoal dos alunos

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Tabela 6 Planificao do 3 periodo

PLANIFICAO TRIMESTRAL 3 PERODO

Competncias gerais e

especficas

- Domnio da primeira posio em todas as cordas (afinao e colocao correta dos dedos); - Diferentes golpes de arco (staccato e legato); - Conhecimento do repertrio estudado (figurao rtmica, dinmicas e golpe de arco adequado); - Leitura de notas na pauta; - Identificao correta das notas existentes na pea; - Capacidade de memorizao; - Capacidade de manter a concentrao durante toda a pea em situao de audio.

Programa a apresentar na prova Estratgias

- Uma escala Maior, na extenso de uma ou duas oitavas, e respetivo arpejo sobre o acorde no estado fundamental; - Um estudo (peas podem ser consideradas como estudo); - Uma pea.

- Exemplicar sempre que necessrio; - Executar exerccios tcnicos especficos; - Participar em audies.

Contedos programticos

- Escala Maior com o respetivo arpejo: L Maior (duas oitavas); - Estudo/Pea: lies 14 e 15 do Suzuki Violin Method; - Pea: lio 16 do Suzuki Violin Method.

Avaliao

- Avaliao do desempenho do aluno durante a aula; - Comportamento e atitude; - Assiduidade e Pontualidade.

Recursos

- Lpis e borracha; - Caderno; - Volume I do Suzuki Violin Method; - Estante.

(Fonte: Elaborao da autora)

Gisela Sofia Teixeira dos Santos

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5.2 Planificaes e reflexes das aulas

Tabela 7 Planificao de aula de Instrumento do dia 10 de dezembro de 2015

PLANIFICAO DA AULA DE INSTRUMENTO

Disciplina Violino Professor Gisela Santos

Grau 1 Perodo 1 Durao da aula 45 minutos

Aula n 11 Data 10.12.2015 Hora 16h 16h45

Sumrio

Escala e arpejo de Sol Maior em duas oitavas Lio 9 do volume I do Suzuki Violin Method Lio 10 do volume I do Suzuki Violin Method Lio 11 do volume I do Suzuki Violin Method

Contedos programticos

Competncias gerais

Competncias especficas

Estratgias Recursos Avaliao Tempo

Conhecimento da escala Maior e respetivo arpejo Conhecimento da pea (figurao rtmica, dinmicas e golpe de arco adequado)

Domnio da primeira posio Diferentes golpes de arco Leitura de notas na pauta Capacidade de memorizao Capacidade de manter a concentrao durante toda a pea em situao de audio

Domnio da afinao e da colocao correta dos dedos na primeira posio Identificao correta das notas existentes na pea Domnio do staccato Execuo de peas com acompanha- mento de piano Alteraes: D natural e Sol natural

Executar todo o programa Uniformizar a qualidade de som da escala, utilizando menor quantidade de arco na primeira nota de cada ligadura Corrigir a afinao, principalmen-te na utilizao do 4 dedo na msica 9 Relembrar de utilizar apenas meio arco nas colcheias, tanto na lio 10 como na lio 11

Lpis e borracha Caderno Volume I do Suzuki Violin Method Estante

Avaliao do desempe-nho do aluno durante a aula Comporta-mento e atitude Assiduida-de e Pontuali-dade

5 afinao do instrumento 15 execuo do programa todo 25 correo de alguns pormenores

(Fonte: Elaborao da autora)

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Reflexo da aula de 10 de dezembro de 2015:

Na aula de 10 de dezembro de 2015, o aluno comeou por tocar todo o programa da prova, uma vez que esta estava agendada para a semana seguinte. Aps o aluno ter executado a escala e o arpejo de Sol Maior, bem como as lies 9, 10 e 11 do volume I, a professora corrigiu alguns aspetos: na escala, uma vez que o aluno tinha tendncia para gastar quase todo o arco na primeira nota da ligadura, ficando a segunda com um som forado, foi-lhe pedido que utilizasse apenas metade do arco em cada uma das notas, equilibrando e melhorando a qualidade do som; foi tambm melhorada a afinao do quarto dedo, principalmente no que diz respeito lio 10; foi relembrado o facto de, tanto na lio 10 como na 11, se dever utilizar meio arco nas colcheias e todo o arco nas semnimas.

Foi-lhe pedido tambm que, como trabalho de casa de frias de Natal, lesse e executasse lentamente a lio 12 do volume I.

Gisela Sofia Teixeira dos Santos

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Tabela 8 Planificao da aula de Instrumento do dia 17 de maro de 2016

PLANIFICAO DA AULA DE INSTRUMENTO

Disciplina Violino Professor Gisela Santos

Grau 1 Perodo 2 Durao da aula

45 minutos

Aula n 23 Data 17.03.2016 Hora 16h 16h45

Sumrio Escala de L Maior Lio 15 do volume I do Suzuki Violin Method

Contedos programticos

Competncias gerais

Competncias especficas

Estratgias Recursos Avaliao Tempo

Conhecimento da escala Maior e respetivo arpejo Conhecimento da pea (figurao rtmica, dinmicas e golpe de arco adequado)

Domnio da primeira posio Diferentes golpes de arco Leitura de notas na pauta Capacidade de memorizao Capacidade de manter a concentrao durante toda a pea em situao de audio

Domnio da afinao e da colocao correta dos dedos na primeira posio Identificao correta das notas existentes na pea Domnio do staccato Execuo de peas com acompanha- mento de piano Alteraes: D natural e Sol natural

Analisar a prova trimestral realizada no dia 10 de maro Escrever a escala de L Maior em duas oitavas Solfejar a lio 15 Executar a lio 15, lentamente e trecho a trecho, dando indicaes para a preparao da lio durante as frias da Pscoa

Lpis e borracha Caderno Volume I do Suzuki Violin Method Estante

Avaliao do desempe-nho do aluno durante a aula Comporta-mento e atitude Assidui-dade e Pontuali-dade

5 afinao do instrumento 5 anlise da prova trimestral 5 escala de L Maior 30 - lio 15 do volume I do Suzuki Violin Method

(Fonte: Elaborao da autora)

A importncia da classe de conjunto de violinos Suzuki no desenvolvimento musical, social e pessoal dos alunos

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Reflexo sobre a aula de 17 de maro de 2016:

Na aula de 17 de maro de 2016 a professora comeou por fazer uma breve anlise prova que o aluno tinha realizado na semana anterior, focando os pontos fortes, mas tambm os que precisavam de ser melhorados, entre eles, o posicionamento da mo direita no arco.

Depois, o aluno escreveu a escala de L Maior em duas oitavas, que dever ser estudada durante o 3 perodo. Tambm lhe foi pedido que solfejasse a lio 15 e, posteriormente, esta lio foi executada lentamente e trecho a trecho, enquanto a professora dava alguns conselhos que iriam ajudar o aluno a preparar esta lio em casa, durante as duas semanas de frias da Pscoa. Foram informaes que o aluno registou no caderno, de forma a no serem esquecidas. Foi-lhe ento pedido que preparasse esta lio em casa, mas que tambm continuasse a tocar todas as aprendidas anteriormente, continuando a aperfeio-las.

Gisela Sofia Teixeira dos Santos

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Tabela 9 Planificao da aula de Instrumento do dia 16 de junho de 2016

PLANIFICAO DA AULA DE INSTRUMENTO

Disciplina Violino Professor Gisela Santos

Grau 1 Perodo 3 Durao da aula 45 minutos

Aula n 33 Data 16.06.2016 Hora 16h 16h45

Sumrio Lio 17 do volume I do Suzuki Violin Method

Contedos programticos

Competncias gerais

Competncias especficas

Estratgias Recursos Avaliao Tempo

Conhecimento da escala Maior e respetivo arpejo Conhecimento da pea (figurao rtmica, dinmicas e golpe de arco adequado)

Domnio da primeira posio Diferentes golpes de arco Leitura de notas na pauta Capacidade de memorizao Capacidade de manter a concentrao durante toda a pea em situao de audio

Domnio da afinao e da colocao correta dos dedos na primeira posio Domnio da primeira posio na corda Sol Identificao correta das notas existentes na pea Domnio do staccato Execuo de peas com acompanha-mento de piano Alteraes: D natural e Sol natural

Solfejar a lio 17 Executar lentamente a lio 17 completa (dividindo-a em pequenos trechos), dando indicaes para a correta preparao da msica durante as frias de Vero

Lpis e borracha Caderno Volume I do Suzuki Violin Method Estante

Avaliao do desempe-nho do aluno durante a aula Compor-tamento e atitude Assiduida-de e Pontuali-dade

5 afinao do instrumento 40 lio 17 do volume I do Suzuki Violin Method

(Fonte: Elaborao da autora)

A importncia da classe de conjunto de violinos Suzuki no desenvolvimento musical, social e pessoal dos alunos

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Reflexo sobre a aula de 16 de junho de 2016:

Na aula do dia 16 de junho de 2016, a professora solicitou ao aluno que repetisse o trabalho de solfejo e de leitura realizado na aula anterior com a lio 17, uma vez que no tinha estudado. As duas primeiras linhas foram ento solfejadas e depois executadas, tendo em ateno a articulao e a appoggiatura. Foi tambm trabalhada a quarta frase da primeira parte, onde todas as notas so mais longas e introduzida uma nova nota, o d sustenido na corda Sol. Seguidamente, foi solfejada lentamente a primeira pauta da segunda parte. Quando o aluno a comeou a executar, deparou-se com algumas dificuldades, por exemplo, duas notas em cordas diferentes (L e Mi) ligadas na mesma arcada e a passagem em semicolcheias. A primeira foi solucionada quando a professora referiu a importncia de poupar o arco na primeira nota e, depois, descer o cotovelo para a corda Mi de uma forma suave. As estratgias para resolver a segunda dificuldade consistiam em executar a passagem nota por nota, tendo em ateno forma como os dedos eram colocados e quais eram os que permaneciam na corda. Depois, executou-se a passagem ligando as notas duas a duas, seguindo-se um exerccio em que se alterava o ritmo para galope e galope invertido, tendo sempre o cuidado de preparar a nota seguinte antes de a tocar, aspeto em que a professora insistiu muito. Este exerccio tem como finalidade fazer com que as semicolcheias tenham todas a mesma durao, assim como ajudar a que seja possvel tocar a passagem num andamento mais rpido.

No final da aula, foi solicitado ao aluno que decorasse as duas primeiras linhas da lio 17, bem como que trabalhasse as semicolcheias, utilizando as trs estratgias aprendidas na aula.

Gisela Sofia Teixeira dos Santos

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5.3 Avaliaes Trimestrais

Conforme foi decido em Conselho Pedaggico, as provas de avaliao so realizadas no final de cada perodo, no sendo aconselhvel repetir o programa na ntegra, a no ser que se trate de provas globais, realizadas no 2, 5 e 8 graus.

O jri formado por dois professores, sendo um deles o professor da disciplina. Neste caso, o jri foi o mesmo para as trs provas ( exceo da prova do 2 perodo, em que esteve presente o professor supervisor desta Prtica de Ensino Supervisionada).

Como j foi referido, a avaliao feita tendo em conta os fatores como o correto posicionamento do violino e do arco, o domnio da afinao e do posicionamento dos dedos na primeira posio, assim como de golpes de arco como o staccato e o legato. Tambm so questes determinantes a identificao das notas na pauta e o conhecimento do repertrio estudado.

A tabela seguinte contm o programa executado pelo aluno em cada prova:

Tabela 10 Programa apresentado pelo aluno em cada uma das provas trimestrais

Escala Estudo Pea

1 perodo Sol Maior em duas oitavas

Lio 9 do volume I do Suzuki Violin Method Lio 10 do volume I do Suzuki Violin Method

Lio 11 do volume I do Suzuki Violin Method

2 perodo Sol Maior em duas oitavas

Lio 12 do volume I do Suzuki Violin Method Lio 13 do volume I do Suzuki Violin Method

Lio 14 do volume I do Suzuki Violin Method

3 perodo L Maior em duas oitavas

Lio 14 do volume I do Suzuki Violin Method Lio 15 do volume I do Suzuki Violin Method

Lio 16 do volume I do Suzuki Violin Method

(Fonte: Elaborao pela autora)

Relativamente prova do 1 perodo, o aluno revelou segurana e conhecimento aprofundado do repertrio apresentado, uma vez que este estava memorizado. A

A importncia da classe de conjunto de violinos Suzuki no desenvolvimento musical, social e pessoal dos alunos

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escala e arpejo foram executados nota a nota, com uma afinao precisa, excepo do segundo dedo nas cordas L e Mi. Embora tenha sido utilizado pouco arco, o som foi limpo e no houve oscilaes de ritmo. Na lio 9, o aluno demonstrou facilidade na utilizao do quarto dedo (elemento introduzido pela primeira vez nesta msica), preparando sempre o cotovelo esquerdo. O leque de dinmicas variava entre mezzopiano e mezzoforte, e no entre piano e forte, como tinha sido trabalhado na aula. Tal como pretendido, o aluno imprimiu bastante energia nas lies 10 e 11, utilizando o golpe e a quantidade de arco corretas. A afinao foi bastante estvel, excepo de um ou outro terceiro dedo mal colocado. Depois de realizada uma anlise da prova, o jri decidiu atribuir ao aluno o nvel 5.

A prova do 2 perodo no foi to segura como a anterior, tanto a nvel de afinao como de facildade na execuo das lies, apesar de as ter apresentado memorizadas. A escala foi tocada ligando as notas duas a duas, com uma boa distribuio de arco, revelando algumas melhorias no que diz respeito afinao. No arpejo notaram-se dificuldades, principalmente relativamente aos dedos que ficam pousados. A lio 12 foi executada num andamento rpido, mas com algumas desafinaes quando era utilizado o segundo dedo na corda L (devido a este no estar devidamente encostado ao primeiro dedo). O som foi consistente e quase sempre limpo, excepo de duas passagens de maior dificuldade tcnica. As lies 13 e 14 so minuetos, tendo-se refletido o facto de o aluno ainda no ter conseguido interiozar o carter de dana da obra, na medida em que fazia acentuaes agressivas nao primeiro tempo do compasso. No entanto, no houve erros de notas e a afinao foi relativamente estvel. A nota atribuda prova foi 4.

O nvel da prova do 3 perodo subiu um pouco, uma vez que o aluno se aplicou bastante. Mais uma vez, todo o repertrio estava memorizado. A escala e o arpejo de L Maior foram executados nota a nota, revelando vontade na utilizao do arco e na afinao, que foi muito trabalhada nas aulas. A lio 14 apresentava bastantes melhorias relativamente prova anterior, tanto no carter como na afinao. A msica 15 no atingiu o nvel esperado, talvez devido ao nervosismo que o aluno apresentava. Algumas das arcadas foram trocadas, tendo at havido um engano nas notas. A lio 16 foi apresentada num andamento rpido e com carter enrgico, sem erros de notas ou da quantidade de arco utilizada. No entanto, a atitude do aluno no foi a mais correta, uma vez que revelava quase desinteresse, como se quisesse despachar a prova. semelhana do perodo passado, a nota atribuda foi 4.

Gisela Sofia Teixeira dos Santos

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A importncia da classe de conjunto de violinos Suzuki no desenvolvimento musical, social e pessoal dos alunos

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6. Prtica de Ensino Supervisionada Classe de Conjunto

6.1 Planificaes Trimestrais das Aulas de Conjunto

Tabela 11 Planificao do 1 perodo

PLANIFICAO TRIMESTRAL 1 PERODO

Competncias gerais e

especficas

- Domnio das peas; - Aplicao de conhecimento adquiridos nas aulas individuais; - Evoluo na aprendizagem; - Desenvolver o sentido de responsabilidade; - Interao social; - Domnio tcnico da pea, mantendo a pulsao e o ritmo; - Capacidade de memorizao das peas.

Programa Estratgias

- Cano do Mi-L; - Cavalito Salta/Variao dos 8; - Lies 2, 3, 4, 5, 6 e 8 do volume I do Suzuki Violin Method.

- Exemplicar sempre que necessrio; - Cantar todos as msicas, como exerccio de juno; - Participar em audies.

Contedos programticos

- Cano do Mi-L; - Cavalito Salta, Variao dos 6, Variao dos 8 e Tema; - Lies 2 a 8 do volume I do Suzuki Violin Method .

Avaliao

- Trabalhos em casa; - Comportamento e atitude; - Assiduidade e Pontualidade; - Audies.

Recursos

- Lpis e borracha; - Caderno; - Volume I do Suzuki Violin Method; - Resina; - Esponja ou almofada; - Elsticos.

(Fonte: Elaborao da autora)

Gisela Sofia Teixeira dos Santos

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Tabela 12 Planificao do 2 perodo

PLANIFICAO TRIMESTRAL 2 PERODO

Competncias gerais e

especficas

- Domnio das peas; - Aplicao de conhecimento adquiridos nas aulas individuais; - Evoluo na aprendizagem; - Desenvolver o sentido de responsabilidade; - Interao social; - Domnio tcnico da pea, mantendo a pulsao e o ritmo; - Capacidade de memorizao das peas.

Programa Estratgias

- Cano do Mi-L; - Cavalito Salta e Tema; - Lies 2, 3, 5, 6, 8, 9, 10, 11 e 12 do volume I do Suzuki Violin Method.

- Exemplicar sempre que necessrio; - Cantar todos as msicas, como exerccio de juno; - Participar em audies.

Contedos programticos

- Cano do Mi-L; - Cavalito Salta, Variao dos 6, Variao dos 8 e Tema; - Lies 2 a 12 do volume I do Suzuki Violin Method.

Avaliao

- Trabalhos em casa; - Comportamento e atitude; - Assiduidade e Pontualidade; - Audies.

Recursos

- Lpis e borracha; - Caderno; - Volume I do Suzuki Violin Method; - Resina; - Esponja ou almofada; - Elsticos.

(Fonte: Elaborao da autora)

A importncia da classe de conjunto de violinos Suzuki no desenvolvimento musical, social e pessoal dos alunos

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Tabela 13 Planificao do 3 perodo

PLANIFICAO TRIMESTRAL 3 PERODO

Competncias gerais e

especficas

- Domnio das peas; - Aplicao de conhecimento adquiridos nas aulas individuais; - Evoluo na aprendizagem; - Desenvolver o sentido de responsabilidade; - Interao social; - Domnio tcnico da pea, mantendo a pulsao e o ritmo; - Capacidade de memorizao das peas.

Programa Estratgias

- Cano do Mi-L; - Cavalito Salta; - Lies 2, 3, 4, 6, 8, 10, 12, 13 e 15 do volume I do Suzuki Violin Method.

- Exemplicar sempre que necessrio; - Cantar todos as msicas, como exerccio de juno; - Participar em audies.

Contedos programticos

- Cano do Mi-L; - Cavalito Salta, Variao dos 6, Variao dos 8 e Tema; - Lies 2 a 15 do volume I do Suzuki Violin Method .

Avaliao

- Trabalhos em casa; - Comportamento e atitude; - Assiduidade e Pontualidade; - Audies.

Recursos

- Lpis e borracha; - Caderno; - Volume I do Suzuki Violin Method; - Resina; - Esponja ou almofada; - Elsticos.

(Fonte: Elaborao da autora)

Gisela Sofia Teixeira dos Santos

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6.2 Planificaes e reflexes das aulas

Tabela 14 Planificao da Aula de Conjunto do dia 15 de outubro de 2015

PLANIFICAO DA AULA DE CONJUNTO

Disciplina

Classe de Conjunto de Violinos do

Mtodo Suzuki

Professor Gisela Santos

Durao da aula

45 minutos

Perodo 1

Aula n 3 Data 15.10.2015 Hora 18h30 19h15

Sumrio Cano do Mi-L Cavalito Salta Lies 6 e 7 do volume I do Suzuki Violin Method

Contedos programticos

Competncias gerais

Competncias especficas

Estratgias Recursos Avaliao Tempo

Conhecimento e execuo das peas: Cano do Mi-L Cavalito Salta Lio 6 do volume I de Suzuki Lio 7 do volume I de Suzuki

Domnio das peas Aplicao de conhecimen-tos adquiridos nas aulas individuais Evoluo na aprendiza-gem Desenvolver o sentido de responsabili-dade Interao social

Domnio tcnico da pea, mantendo a pulsao e o ritmo Capacidade de memorizao das peas Interesse e empenho Comportamen-to

Dividir a turma em pequenos grupos, de acordo com as idades e nveis Repetir a msica vrias vezes, exercitando a memorizao e a concentrao Tocar outra vez a msica, com o grupo todo junto e com a professora como lder Cantar a lio 7 tendo em ateno as diferentes terminaes (linha 1 e linhas 2 e 4)

Lpis e borracha Caderno Volume I do Suzuki Violin Method Resina Esponja ou almofada Elsticos

Trabalhos em casa Compor-tamento e atitude Assidui-dade e Pontuali-dade Audies

10 afinao do instrumento 15 Cano do Mi-L 5 Cavalito Salta 5 Lio 6 do volume I de Suzuki 10 Lio 7 do volume I de Suzuki

(Fonte: Elaborao da autora)

A importncia da classe de conjunto de violinos Suzuki no desenvolvimento musical, social e pessoal dos alunos

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Reflexo sobre a aula de 15 de outubro de 2015:

Na aula de 15 de outubro de 2016, a professora comeou por afinar os violinos dos alunos e, posteriormente, insistiu novamente na colocao do 1 dedo em cima da fita na Cano do Mi-L, tarefa que se revelou difcil, pois a mo esquerda dos mais novos no se encontrava no stio correto. Seguidamente, a Cano do Mi-L, o Cavalito Salta e a lio 6 foram executadas vrias vezes, para trabalhar a resistncia dos alunos. A professora reparou que os alunos se desconcentravam muito facilmente, depois de executarem as peas uma vez, aspeto que ir ser trabalhado ao longo do ano letivo. Por ltimo, foram cantadas pelos mais velhos apenas as terminaes das linhas 1, 2 e 4 da lio 7. Uma vez que estas estavam bastante esquecidas, a docente dividiu a turma em grupos e realizou uma espcie de competio entre eles, com a finalidade de ajudar os alunos a memorizar essas terminaes. O vencedor seria o grupo que executasse corretamente as linhas pedidas pela professora.

Gisela Sofia Teixeira dos Santos

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Tabela 15 Planificao da Aula de Conjunto do dia 7 de janeiro de 2016

PLANIFICAO DA AULA DE CONJUNTO

Disciplina

Classe de Conjunto de Violinos do

Mtodo Suzuki

Professor Gisela Santos

Durao da aula

45 minutos

Perodo 2

Aula n 13 Data 07.01.2016 Hora 18h30 19h15

Sumrio Cano do Mi-L Tema Lies 10 e 11 do volume I do Suzuki Violin Method

Contedos programticos

Competncias gerais

Competncias especficas

Estratgias Recursos Avaliao Tempo

Conhecimento e execuo das peas: Cano do Mi-L Tema Lio 10 do volume I de Suzuki Lio 11 do volume I de Suzuki

Domnio das peas Aplicao de conhecimen-tos adquiridos nas aulas individuais Evoluo na aprendiza-gem Desenvolver o sentido de responsabili-dade Interao social

Domnio tcnico da pea, mantendo a pulsao e o ritmo Capacidade de memorizao das peas Interesse e empenho Comportamen- to

Rever a Cano do Mi-L, atentando na rotao do cotovelo direito Cantar o Tema, e depois execut-lo, dividindo-o em seces Trabalhar a afinao de conjunto das lies 10 e 11, principalmente quando o 4 dedo utilizado Tocar outra vez a msica, com o grupo todo junto e com a professora como lder

Lpis e borracha Caderno Volume I do Suzuki Violin Method Resina Esponja ou almofada Elsticos

Trabalhos em casa Compor-tamento e atitude Assiduida-de e Pontuali-dade Audies

10 afinao do instrumento 10 Cano do Mi-L 15 Tema 5 Lio 10 do volume I de Suzuki 5 Lio 11 do volume I de Suzuki

(Fonte: Elaborao da autora)

A importncia da classe de conjunto de violinos Suzuki no desenvolvimento musical, social e pessoal dos alunos

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Reflexo sobre a aula de 7 de janeiro de 2016:

Na aula de 7 de janeiro de 2016 a professora comeou por afinar os violinos dos alunos e manifestou o seu agrado pelo desempenho da classe na Audio de Natal. Seguidamente, foi executada a Cano do Mi-L vrias vezes, devido ao facto de a rotao do cotovelo no estar a ser feita corretamente, principalmente por parte dos alunos mais novos. Um dos exerccios realizados consistiu em, sem utilizar o instrumento, subir e descer o cotovelo de uma forma exagerada, tendo sempre em ateno em manter a mo em linha reta com o brao. Foi uma estratgia bastante apreciada pela classe em geral, tendo facilitado a resoluo da dificuldade que existia.

Aps a Cano do Mi-L, a professora pediu aos alunos para cantarem o Tema, sendo esta uma estratgia para relembrar a msica, assim como para a ensinar aos mais novos. Esta pea foi dividida em seces, sendo elas o Po e o Fiambre, tal como foi ensinado nas aulas individuais. As duas seces referidas foram executadas separadamente, focando a ateno em pormenores como a colocao do 3 dedo da mo esquerda o mais rapidamente possvel, ou a posio do cotovelo direito.

Por fim, passou-se execuo das lies 10 e 11, onde foi realizado um trabalho de afinao, principalmente, quando era necessrio o quarto dedo. Esta dificuldade foi ultrapassada quando cada aluno tocou as passagens individualmente, e a professora chamou a ateno para questes como a colocao do dedo de lado ou a preparao do cotovelo esquerdo. Depois, ambas as msicas foram executadas novamente, assumindo a professora o lugar de lder do grupo.

Como trabalho de casa, ficou marcada a lio 12 do volume I.

Gisela Sofia Teixeira dos Santos

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Tabela 16 Planificao da Aula de Conjunto do dia 16 de junho de 2016

PLANIFICAO DA AULA DE CONJUNTO

Disciplina

Classe de Conjunto de Violinos do

Mtodo Suzuki

Professor Gisela Santos

Durao da aula

45 minutos

Perodo 3

Aula n 33 Data 16.06.2016 Hora 18h30 19h15

Sumrio Lies 5 e 13 do volume I do Suzuki Violin Method

Contedos programticos

Competncias gerais

Competncias especficas

Estratgias Recursos Avaliao Tempo

Conhecimento e execuo das peas: Lio 5 do volume I de Suzuki Lio 13 do volume I de Suzuki

Domnio das peas Aplicao de conhecimen-tos adquiridos nas aulas individuais Evoluo na aprendizagem Desenvolver o sentido de responsabili-dade Interao social

Domnio tcnico da pea, mantendo a pulsao e o ritmo Capacidade de memorizao das peas Interesse e empenho Comportamen- to

Corrigir os desfasamentos na msica 5, estando em contacto constante com o lder Relembrar as arcadas na lio 5 Esclarecer quando utilizado o d sustenido e o d natural na lio 13 Trabalhar a afinao, o ritmo e as dinmicas na msica 13

Lpis e borracha Caderno Volume I do Suzuki Violin Method Resina Esponja ou almofada Elsticos

Trabalhos em casa Compor-tamento e atitude Assiduida-de e Pontuali-dade Audies

10 afinao do instrumento 15 lio 5 do volume I de Suzuki 20 lio 13 do volume I de Suzuki

(Fonte: Elaborao da autora)

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Reflexo sobre a aula de 16 de junho de 2016:

Na aula de 16 de junho de 2016 a professora comeou por afinar os violinos e solicitou que os alunos executassem a lio 5, pois muitos deles tinham acabado de a estudar nas aulas individuais. Colocou um dos alunos mais velhos como lder e, quando o grupo comeou a tocar, a docente verificou que havia desfasamentos. Chamou a ateno da importncia de estar sempre a olhar para o lder e corrigiu alguns dos alunos mais novos, cujas arcadas estavam trocadas. Tambm lembrou que o segundo dedo deve permanecer pousado na corda. Como exerccio de juno, todo o grupo cantou apenas a primeira frase da lio 5 e, posteriormente, cada fila executou essa mesma frase. Uma vez juntos, a dificuldade residia na afinao, pelo que a professora insistiu que os alunos deveriam focar toda a sua ateno em dois aspetos: tocar em conjunto com o lder e controlar a afinao, colocando os dedos em cima das fitas de apoio.

Seguiu-se a lio 13, sobre a qual a docente fez uma srie de questes, principalmente sobre a utilizao do d sustenido ou natural. Seguidamente, os alunos executaram a pea, com outro dos mais velhos como lder. Na primeira parte foram trabalhados pontos como a afinao, o sentido em que os dedos deveriam ser colocados (de centro ou de lado) e o ritmo. Na segunda parte, a professora esclareceu os alunos sobre como deve ser executado um piano (dinmica) em grupo: cada elemento do grupo deve tocar, por exemplo, pianssimo, para que o resultado final seja apenas piano. Depois de tambm ser corrigida a afinao em algumas passagens, a classe executou novamente a lio, desta vez com acompanhamento de piano.

No final da aula, a docente avisou que na aula seguinte as provas iriam continuar, desta vez com as lies 12, 13 e 15. Os alunos mais novos deveriam preparar todas as msicas aprendidas at ento.

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6.3 Audies de classe

A Classe de Conjunto de Violinos do Mtodo Suzuki tem como hbito participar nas Audies de Classe no Natal, na Pscoa e no final do ano2.

A Audio de Natal realizou-se no dia 17 de dezembro de 2015, pelas 18h30, no Salo Nobre da Fundao Conservatrio Regional de Gaia. O programa executado consistiu nas lies 8, 6, 5, 4, 3 e 2 do volume I do Suzuki Violin Method, assim como no Cavalito Salta, na Variao dos 8 e na Cano do Mi-L. Foi uma audio que surpreendeu positivamente, pois no era esperado um nvel de concentrao to elevado da parte dos alunos. Todas as msicas preparadas nas aulas foram executadas com um nvel de qualidade j bastante elevado, apesar de terem ocorrido pequenas falhas, que se deveram, sobretudo, afinao. Toda a classe revelou uma boa atitude e entusiasmo durante a audio. O pblico contava principalmente com os familiares dos alunos envolvidos, mas tambm com professores e funcionrios do Conservatrio.

A Audio de Pscoa realizou-se no dia 23 de maro de 2016, pelas 17h, no Salo Nobre da Fundao Conservatrio Regional de Gaia. O programa apresentado incluiu as lies 12, 11, 9, 8, 6, 5, 3 e 2, assim como o Tema e a Cano do Mi-L. O nvel desta audio no foi to alto quanto era pretendido, talvez por falta de ensaios no local onde seria realizada a audio. No entanto, e apesar de terem ocorrido falhas a nvel de afinao, arcadas e posicionamento em palco, os alunos estavam motivados e felizes, contagiando tambm o pblico. Uma vez que a audio se realizou durante as frias de Pscoa, o Salo Nobre estava cheio, contando at com pessoas de p.

A Audio Final realizou-se no dia 14 de julho, pelas 18h30, no Auditrio Fernanda Correia (na Fundao Conservatrio Regional de Gaia). O programa executado consistiu nas lies 13, 10, 9, 8, 6, 5, 4, 3 e 2, assim como no Cavalito Salta e na Cano do Mi-L. Esta audio foi de um nvel muito superior relativamente s anteriores, no que diz respeito correo na execuo das msicas (afinao, arcadas, dinmicas e homogeneidade sonora) e ao alinhamento e posicionamento em palco. Todo o grupo estava motivado e confiante, revelando um alto grau de concentrao e empenho na performance. Como habitualmente, faziam parte do pblico familiares dos alunos, professores e funcionrios no Conservatrio, mas tambm crianas que iniciaro a aprendizagem do violino no prximo ano letivo (2016/2017) e respetivos familiares. No final da audio, os pais dos alunos demonstraram a sua satisfao pelo trabalho desenvolvido ao longo do ano.

2 Os programas de sala das audies de classe encontram-se no anexo A.

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7. Reflexo final sobre a Prtica de Ensino Supervisionada

A Prtica de Ensino Supervisionada foi uma experincia que marcar para sempre o meu percurso enquanto professora. De facto, o ensino no s dirigido para o aluno, como tambm para o docente. Com a realizao deste estgio, semana aps semana, tive que desenvolver a capacidade de solucionar e propor estratgias de resoluo das dificuldades que iam surgindo. Apesar de ser o segundo ano em que leciono, j me apercebi de que esta uma atividade em que o docente tem que se adaptar, empenhar e esforar para alcanar os resultados pretendidos.

O papel do professor supervisor e do professor cooperante foi essencial, pois sempre se demonstraram disponveis para me ajudar a superar as dificuldades com que me deparava ou a esclarecer as dvidas que iam surgindo. Acompanharam o meu percurso durante este ano letivo, ajudando-me a evoluir. De salientar tambm o papel do aluno sobre o qual a minha Prtica de Ensino Supervisionada incidiu, pois este sempre se mostrou interessado, pronto para experimentar exerccios e tcnicas novas que se propunham a ultrapassar as dificuldades. Concluindo, foi uma experincia que me acompanhar sempre e me ajudar enquanto professora.

Segue a anlise SWOT3 sobre a Prtica de Ensino Supervisionada:

Tabela 17 Anlise SWOT

Pontos fortes

Acompanhamento constante da parte do supervisor; Dedicao e adaptao do mtodo de trabalho ao aluno constantes; Boas condies de trabalho; Corpo docente qualificado e ambiente favorvel para a cooperao entre todos.

Pontos fracos

Dificuldade em obter os resultados pretendidos a nvel tcnico; Encontrar estratgias para manter a motivao de todos os alunos na aula de conjunto; Existncia de apenas uma professora para orientar a classe de conjunto.

Oportunidades

Capacidade para enriquecer os conhecimentos a nvel do ensino; Diagnstico rpido de problemas e capacidade para os solucionar, utilizando a estratgias mais eficaz.

Constrangimentos

Reduzido tempo de aula; Grande diversidade de idades dos alunos que frequentam a aula de conjunto; Ausncia de pianista acompanhador.

(Fonte: Elaborao da autora)

3 A anlise SWOT uma ferramenta desenvolvida na Universidade de Stanford na dcada de 1960. A cada letra atribuido um significado: S strengths, W weaknesses, O opportunities, T threats.

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Parte II Projeto do Ensino Artstico

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1. Introduo

O mtodo Suzuki uma filosofia que defende que a aprendizagem do violino em tudo semelhante aprendizagem da lngua materna. Shinichi Suzuki considera que uma criana que seja desde muito cedo estimulada e exposta msica e ao violino desenvolver as suas capacidades musicais atravs da audio, da imitao e da repetio, ou seja, da mesma forma instintiva com que aprende a falar a sua primeira lngua.

Uma das caratersticas mais marcantes desta filosofia a combinao de aulas individuais e de aulas de conjunto, realizadas semanalmente. Assim, foi-me solicitado, aquando do incio da minha atividade profissional, que estas duas dinmicas de trabalho (individualizado e coletivo) fossem combinadas no ensino do violino. Desta forma, as aulas individuais desenvolvem aspetos especficos como a tcnica e a musicalidade e permitem uma abordagem individualizada em funo da personalidade e das caractersticas fsicas de cada aluno. As aulas de conjunto configuram-se essenciais no desenvolvimento da componente social, que de outra forma no existiria. Nestas aulas so estabelecidas dinmicas de aprendizagem entrepares, essenciais na hipottica prtica de msica de conjunto no futuro. Estas aulas posibilitam no s o desenvolvimento social como tambm o individual, j que a aprendizagem poder funcionar tambm por memorizao e imitao. Para alm disso, os modelos tendem a ser mais diversificados e apela-se ao sentido de responsabilidade dos alunos mais avanados. No entanto, nem todos os alunos da minha classe frequentam as aulas de conjunto, devido a incompatibilidade de horrios com as restantes disciplinas. Estes alunos participam apenas nas aulas de preparao para a audio.

Decidi, ento, debruar-me sobre a influncia das aulas de conjunto no desenvolvimento dos meus alunos a nvel musical, social e pessoal, tendo o cuidado de incluir neste estudo as crianas que frequentam e no frequentam as aulas. Foi levantada a seguinte questo investigativa: Quais so os efeitos da classe de conjunto Suzuki no desenvolvimento musical e sociopessoal dos alunos?

Face a esta problemtica, foi traado o objetivo de interveno, que consistiu em lecionar, ao longo do ano transato, aulas individuais (para a totalidade de 26 alunos) e de conjunto em paralelo (para 19 dos 26 alunos), segundo a carga letiva estabelecida pela escola. Consequentemente, esta investigao teve como objetivo verificar os eventuais efeitos que a classe de conjunto Suzuki ter no desenvolvimento musical e sociopessoal dos alunos.

Para alm deste captulo introdutrio, o projeto composto por quatro partes. No segundo captulo, so explicados conceitos tericos essenciais, que enquadram a problemtica em estudo, incluindo literatura sobre os desenvolvimentos musical, social e pessoal dos alunos. discutida a aprendizagem do ponto de vista de Keith Swanwick, sendo apresentada a sua Espiral do Desenvolvimento Musical (1988) e a

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sua opinio sobre a fluncia musical (1966). A filosofia de Shinichi Suzuki, comummente conhecida como o mtodo Suzuki, tambm nesta segunda parte explicada e interligada com os conceitos da memorizao e imitao, com base nas suas obras Ability Development from Age Zero (1981) e Nurtured by Love (1983). Ainda no que concerne a estes dois conceitos, tm destaque as teorias de Lev Vygotsky (1978), Albert Bandura (2009) e Edwin Gordon (2000b) relativamente memorizao, e as teorias dos autores Lev Vygotsky (1978), Susan Hallam (2006) e Edwin Gordon (2000b) relativamente imitao. A aprendizagem em conjunto discutida com base na obra de Lev Vygotsky (1978), sendo mencionado o seu conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal Susan Hallam (2006) e Shinichi Suzuki (1981). Seguidamente, so estudadas as relaes professor/aluno, pais/aluno e aluno/pblico, com base nas teorias de Bengt Olsson (1997), Alexandrina Pinto (2006), Susan Hallam (2001 e 2006), Lev Vygotsky (1978), Edwin Gordon (2000a) e de outros autores cujos artigos fazem parte da compilao Oxford Handbook of Music Psychology, editado por Hallam, Cross e Thaut (2008). Por ltimo, discutida a questo da ansiedade na performance com base na teoria de Susan Hallam (1998 e 2006).

No terceiro captulo, Metodologia da Interveno, dada a conhecer a forma como a interveno foi realizada. caracterizada a escola e os alunos abrangidos no estudo e descrito o decurso regular de uma aula individual e de uma aula de conjunto. So tambm enumerados todos os concertos em que os alunos (alvo do estudo) participaram.

No quarto captulo, Metodologia da Investigao, descrito o mtodo segundo o qual a recolha de dados foi realizada, as tcnicas e instrumentos de tratamento dos dados e so, por fim, apresentados e discutidos os resultados obtidos.

O quinto e ltimo captulo debrua-se sobre trs aspetos: verificar se o objetivo de investigao traado foi cumprido, isto , se a classe de conjunto Suzuki teve, de facto, influncia no desenvolvimento dos alunos nos planos musical, social e pessoal, explicitar as principais concluses retiradas e, por ltimo, refletir acerca das implicaes que este estudo ter para eventuais investigaes futuras.

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2. Enquadramento Terico

2.1 A aprendizagem segundo Swanwick

Keith Swanwick defende que o desenvolvimento das crianas depende fundamentalmente de dois aspetos, sendo estes a idade e a interao com o ambiente envolvente. Tambm defende que este desenvolvimento progressivo e previsvel: ns aprendemos a caminhar antes de conseguirmos correr, a levantar-nos antes de conseguirmos um ou outro, a imitar antes de dizer frases originais [...]4 (Swanwick, 1988, p. 53).

No que diz respeito ao desenvolvimento musical, Swanwick e Tillman propem uma espiral, onde se discriminam todas as fases do processo, no sentido ascendente (Swanwick, 1988). Toma a forma de uma espiral porque o processo do desenvolvimento musical essencialmente cclico, uma vez que, cada vez que se inicia a aprendizagem de um novo elemento, entra-se repetidamente na espiral, independentemente da idade ou da experincia musical que se possua.

Figura 2 A espiral do desenvolvimento musical de Swanwick e Tillman (Swanwick, 1988, p. 76)

4 Traduo da autora a partir do original: We learn to walk before we can run, to stand up before we can do either,

to imitate before we utter original statements []

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Como possvel observar na figura 2, Swanwick e Tillman consideram que o desenvolvimento musical segue uma sequncia de quatro camadas. Cada uma dessas camadas contm dois modos, conforme a descrio que se segue.

Na primeira camada da espiral, os Materiais, identificam-se dois modos, o Sensorial e o Manipulativo. O primeiro refere-se explorao individual do som dos instrumentos, particularmente a nvel tmbrico, enquanto que o segundo se refere j partilha com os outros, onde a aptido manipulativa para repetir, controlar, sincronizar, modificar e balanar se torna primordial5 (Swanwick, 1988, p. 67), apresentando um interesse pelas tcnicas utilizadas no instrumento, tanto a nvel de posicionamento como de efeitos. Este ltimo aspeto torna-se repetitivo nas composies, que so longas e sem sentido de coerncia (Swanwick, 1988).

Na segunda camada, a Expresso, e semelhana da primeira, existem dois modos, o Pessoal e o Vernculo, em que o primeiro mais individualista, e o segundo inclui j a presena de relaes sociais (Swanwick, 1988). No Pessoal, a criana ainda est ligada ao impacto sonoro e experimentao, mas j revela expressividade musical (principalmente nas mudanas de andamento e volume sonoro), enquanto que no Vernculo surgem as primeiras composies inspiradas nas obras que conhece, demonstrando frases e melodias e aplicando conceitos como a pulsao e a mtrica, provenientes da imitao e absoro de ideias musicais dessas obras conhecidas (Estevens, 2014). Neste modo (Vernculo), existem ritmos e melodias possveis de repetir, assim como composies curtas, em oposio ao que acontece na camada anterior (Swanwick, 1988).

Na terceira camada, a Forma, o primeiro modo o Especulativo, no qual a criana procura variar as ideias musicais e explora possibilidades estruturais. Neste ponto, as composies revelam o estabelecimento de algumas regras musicais atravs da repetio frequente de um motivo; apesar desta repetio, o fim da composio diferente, contrastante. O segundo modo o Idiomtico, em que as estruturas j se podem integrar num estilo. As composies voltam a ser mais longas e influenciadas por modelos. Os adolescentes nesta fase (13/14 anos), do grande importncia autenticidade harmnica e instrumental (Swanwick, 1988).

Na quarta e ltima camada, o Valor, o primeiro modo existente o Simblico, em que o adolescente/jovem toma conscincia do poder da msica, identificando-se fortemente com um determinado estilo de peas. O compromisso com a msica baseia-se numa intensidade de sentimentos pessoais que sentido como significativamente nico6 (Swanwick, 1988, p. 79). O segundo modo o Sistemtico, onde as composies tm bases histricas, musicolgicas, psicolgicas ou filosficas, ou seja, tm um elemento terico como base. Essas composies podem tambm

5 Traduo da autora a partir do original: [if we want to play with others] the manipulative ability to repeat, to

control, to synchronize, to modify, and to balance becomes prime.

6 Traduo da autora a partir do original: Commitment to music is founded on an intensity of personal feelings that is felt as significantly unique.

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inserir novas tecnologias. Para alm das composies, a msica comentada, criticada. No modo sistemtico, o universo do discurso musical expandido, refletido, discutido e celebrado com os outros7 (Swanwick, 1988, p. 80).

Keith Swanwick (2003) tambm se debrua noutro aspeto da aprendizagem, que a fluncia do discurso musical, focando a presena/ausncia de partitura. A existncia de registos escritos da msica tem como vantagem a comunicao de pormenores que poderiam ser esquecidos se a transmisso da msica fosse apenas auditiva. No entanto, Swanwick refere que, sem a tradio da transmisso auditiva da msica, muita da expressividade e estrutura seria perdida. E ainda salienta: Pior, imagine as consequncias de insistir em escrever jazz, rock, uma improvisao raga ou alguma msica popular antes da performance. Este exerccio desnecessrio poderia impedir a fluncia e sufocar o pensamento criativo8 (Swanwick, 2003, p. 167).

Segundo o autor, os msicos podem usar mais ou menos da intuio ou da anlise, sendo que a utilizao da notao j um processo analtico. Transmitindo as ideias de Philip Priest, Swanwick (2003) escreve que, entre os professores de msica, existe o princpio de que a notao musical, intrinsecamente ligada anlise, essencial para a compreenso da msica. Atualmente, no entanto, o valor da notao menor no que diz respeito transmisso da msica, essencialmente graas s tecnologias de gravao. Como uma ferramenta ao servio da composio, a escrita pode ter um papel positivo somente se a anlise da msica for realizada numa fase inicial e, aps essa fase, for utilizada apenas a audio. Segundo Priest, dar nome s notas e reconhecer sinais so aptides auxiliares para um executante, no essenciais para a performance nem para a compreenso, se por compreenso queremos dizer pensar nos sons e ser capaz de apreciar e transmitir expresso artstica em msica9 (citado em Swanwick, 2003, p. 171).

2.2 O Mtodo Suzuki

O Mtodo Suzuki foi desenvolvido no Japo pelo violinista Shinichi Suzuki (1898-1998), e baseado na teoria de que o talento no algo que nasce com a criana, mas que pode ser desenvolvido, e que um instrumento pode ser aprendido da mesma maneira que uma criana aprende a lngua materna, ou seja, se uma criana fala a

7 Traduo da autora a partir do original: In the systematic mode, the universe of music discourse is expanded,

reflected upon, discussed and celebrated with others.

8 Traduo da autora a partir do original: Worse, imagine the consequences of insisting on notating jazz, rock, a raga improvisation or almost any folk music before performance. Such a needless exercise would impede fluency and stifle creative thought.

9 Traduo da autora a partir do original: Naming notes and recognizing signs are ancillary skills for a player, not essential to performance nor to understanding if by understanding we mean thinking in sounds and being able to appreciate and convey artistic expression through music.

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sua lngua fluentemente, tem possibilidades de desenvolvimento. Outras capacidades podem, portanto, desenvolver-se de acordo com a forma como educada10 (Suzuki, 1981, p. 5). Este mtodo foi aplicado primeiramente ao violino, uma vez que Suzuki era violinista, mas a partir de ento vrios outros instrumentos adotaram esta filosofia (International Suzuki Association, 2005).

Tal como j foi referido, o Mtodo Suzuki tem por base um nico fator: o princpio de que a aprendizagem do violino pode ser realizado semelhana da aprendizagem da lngua materna. A partir deste princpio, vrios aspetos tm que ser tidos em conta: a presena permanente e participao ativa dos pais, um ambiente propcio aprendizagem, a exposio msica desde o nascimento (uma vez que o recm-nascido tambm desde os primeiros momentos exposto voz falada, embora no a compreenda), a existncia de aulas individuais e de aulas de conjunto, em que se renem todas as crianas que esto a aprender pelo mesmo mtodo e a apresentao regular em pblico, quer para o pblico propriamente dito, quer em audies em casa, para a famlia (Trindade, 2010).

No incio da aprendizagem do instrumento, so colocadas fitas de apoio quer no violino quer no arco, para assim facilitar o posicionamento correto dos dedos e a explorao das diversas zonas do arco. Estas fitas de apoio so retiradas gradualmente, conforme a evoluo do aluno. Os violinos tm diferentes tamanhos, de forma a adequarem-se s diferentes alturas e idades dos alunos. Segundo Trindade (2010), o fator fundamental da aprendizagem segundo o Mtodo Suzuki esta ser feita ao ritmo de cada aluno, consolidando um aspeto tcnico antes de avanar para o seguinte. Este processo no deve ser acelerado, de maneira a no criar lacunas na aprendizagem. Suzuki faz questo de insistir na questo da consolidao da aprendizagem, e d como exemplo a palavra Uma Uma11: [...] h um quase incontvel nmero de vezes que o beb ir ouvir Uma Uma antes de conseguir dizer. Depois essa aptido deve crescer muito mais antes de conseguir dizer Mam ou Pap e ter um vocabulrio de trs palavras. Enquanto pratica essas trs palavras, a aptido deve, novamente, crescer muito mais para adicionar uma quarta palavra e depois mais uma vez para adicionar a quinta.12 (Suzuki, 1981, p. 6).

Para Suzuki, a criana aprende obrigatoriamente atravs da imitao e seguindo a sequncia imitao-leitura-escrita. Segundo o princpio da sua filosofia, portanto, a aprendizagem da msica/do violino ser feita pela mesma ordem sequencial (Trindade, 2010