a ideia de bem - platão

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DISCIPLINA: FILOSOFIA GERAL E JURÍDICA PROFESSOR: NEWTON DE OLIVEIRA LIMA PLANO DE AULA TEMÁTICA: A IDEIA DE BEM EM PLATÃO 1) O método platônico de filosofar: dianóia (diálogo) faz aclarar o entendimento humano sobre as formas (belo, bom e justo), destrói as premissas do adversário e o leva à contradição, faz com que ele saia das suas opiniões. Levando o discípulo à contradição consigo o discurso pode se aproximar da formas, que são inacessíveis aos mortais, mas pelo esclarecimento das ideias no espírito ocorre a reminiscência, na alma, do saber original, que são a pureza e a generalidade absolutas das formas. A alma é conduzida à opinião verdadeira, a episteme, o conhecimento efetivo das formas, com o abandono da mera opinião (doxa). A sabedoria superior do filósofo indica que somente a posse da verdade pode assegurar a VERDADEIRA FELICIDADE que consiste na CONTEMPLAÇÃO DAS FORMAS. O próprio DEMIURGO, ao por ordem (logos) ao CAOS primordial, contemplou as formas e plasmou o COSMOS. 2) No entanto, a forma do BEM é a principal, as outras formas dependem dela e somente são organizadas por ela. Na PÓLIS o objetivo é a organização harmônica, todas as partes (classes de homens, sábios, guerreiros, artesãos) conjugadas a um objetivo superior, a JUSTIÇA (Dike). Diz JAEGER (1995, p.137) que “A dike constituiu-se em plataforma da vida pública, perante a qual são considerados “iguais” grandes e pequenos. Os próprios nobres tinham de submeter-se ao novo ideal político que surgiu da consciência jurídica e se tornou medida para todos (...) Pela fixação escrita do nomos , isto é, do direito consuetudinário válido para todas as situações, o conceito de justiça ganhou conteúdo palpável. Consistia na

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Page 1: A Ideia de Bem - Platão

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS

DISCIPLINA: FILOSOFIA GERAL E JURÍDICA

PROFESSOR: NEWTON DE OLIVEIRA LIMA

PLANO DE AULA

TEMÁTICA: A IDEIA DE BEM EM PLATÃO

1) O método platônico de filosofar: dianóia (diálogo) faz aclarar o entendimento humano sobre as formas (belo, bom e justo), destrói as premissas do adversário e o leva à contradição, faz com que ele saia das suas opiniões. Levando o discípulo à contradição consigo o discurso pode se aproximar da formas, que são inacessíveis aos mortais, mas pelo esclarecimento das ideias no espírito ocorre a reminiscência, na alma, do saber original, que são a pureza e a generalidade absolutas das formas. A alma é conduzida à opinião verdadeira, a episteme, o conhecimento efetivo das formas, com o abandono da mera opinião (doxa). A sabedoria superior do filósofo indica que somente a posse da verdade pode assegurar a VERDADEIRA FELICIDADE que consiste na CONTEMPLAÇÃO DAS FORMAS. O próprio DEMIURGO, ao por ordem (logos) ao CAOS primordial, contemplou as formas e plasmou o COSMOS.

2) No entanto, a forma do BEM é a principal, as outras formas dependem dela e somente são organizadas por ela. Na PÓLIS o objetivo é a organização harmônica, todas as partes (classes de homens, sábios, guerreiros, artesãos) conjugadas a um objetivo superior, a JUSTIÇA (Dike). Diz JAEGER (1995, p.137) que “A dike constituiu-se em plataforma da vida pública, perante a qual são considerados “iguais” grandes e pequenos. Os próprios nobres tinham de submeter-se ao novo ideal político que surgiu da consciência jurídica e se tornou medida para todos (...) Pela fixação escrita do nomos , isto é, do direito consuetudinário válido para todas as situações, o conceito de justiça ganhou conteúdo palpável. Consistia na obediência às leis do Estado, como mais tarde a “virtude cristã” consistiria na obediência às ordens do divino.”

3) Platão concebe então as quatro virtudes na Pólis: fortaleza (coragem), piedade, justiça e prudência. Como diz JAEGER (1995, p.139) Platão não quer acabar com a virtude da coragem, tipicamente espartana, mas em um ESTADO IDEAL a coragem deve se submeter à JUSTIÇA. O Estado platônico é expressão ideal do Estado ateniense.

4) Na competição é que se formava a verdadeira virtude, a ginástica e a música poriam ordem e harmonia, respectivamente, no corpo e na alma (JAEGER 1995, p.141). No entanto, acima das competições está a Lei, o ESTADO GREGO se resume na Lei.

BIBLIOGRAFIA: JAEGER, W. Paideia - a formação do homem grego. São Paulo: Martins Fontes, 1995.