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PROJETO: PESQUISA COMO VIA DE ACESSO À FORMAÇÃO PARA CIDADANIA Maria Aparecida de Oliveira Martins de Araújo A humanidade não se divide em heróis e tiranos. As suas paixões, boas e más, foram-lhe dadas pela sociedade, não pela natureza. Charles Chaplin Justificativa Vandalismo, preconceito, corrupção, impunidade, aquecimento global, pacientes sem atendimento, sem teto, sem terra... são manchetes recorrentes na mídia, frente às quais pouco ou nada os brasileiros têm se mobilizado. Esse fato talvez se explique pelo individualismo dos que detêm o conhecimento e o poder, talvez pela desinformação do indivíduo em relação a seus direitos, deveres e instâncias às quais recorrer, caso esses não sejam respeitados. É necessário algo mais que ir às ruas em protesto... Falta a instrumentalização para o verdadeiro exercício da cidadania! Nesse contexto, embora já desgastado o discurso da educação para a cidadania e do aprender a aprender como meio se dar concretude a esse propósito, pouco se tem avançado em relação às tradicionais aulas expositivas. Este projeto apresenta-se, pois, como alternativa para preencher parte desse imenso vazio que povoa o universo escolar do Ensino Fundamental e Médio. Fonte: http://pixabay.com/pt/pessoa-silhuetas-humanos-540261/ - acesso em março de 2015

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PROJETO: PESQUISA COMO VIA DE ACESSO À FORMAÇÃO PARA CIDADANIA Maria Aparecida de Oliveira Martins de Araújo

A humanidade não se divide em heróis e tiranos. As suas paixões, boas e más, foram-lhe dadas pela sociedade, não pela natureza.

Charles Chaplin

Justificativa

Vandalismo, preconceito, corrupção, impunidade, aquecimento global, pacientes sem

atendimento, sem teto, sem terra... são manchetes recorrentes na mídia, frente às quais pouco ou

nada os brasileiros têm se mobilizado. Esse fato talvez se explique pelo individualismo dos que

detêm o conhecimento e o poder, talvez pela desinformação do indivíduo em relação a seus

direitos, deveres e instâncias às quais recorrer, caso esses não sejam respeitados. É necessário

algo mais que ir às ruas em protesto... Falta a instrumentalização para o verdadeiro exercício da

cidadania!

Nesse contexto, embora já desgastado o discurso da educação para a cidadania e do aprender a

aprender como meio se dar concretude a esse propósito, pouco se tem avançado em relação às

tradicionais aulas expositivas. Este projeto apresenta-se, pois, como alternativa para preencher

parte desse imenso vazio que povoa o universo escolar do Ensino Fundamental e Médio.

Fonte: http://pixabay.com/pt/pessoa-silhuetas-humanos-540261/ - acesso em março de 2015

Público alvo Alunos do 9º ano ao 3º do Ensino Médio Objetivos 1- Intervir para que o jovem cidadão tenha, no ambiente escolar, um pouco mais de conhecimento sobre:

- seus direitos; - a que instâncias recorrer em caso de violação desses; - como documentar suas reivindicações; - a responsabilidade de cada um, como indivíduo que vive em sociedade.

2- Propiciar aos educandos a oportunidade de:

- perceber-se como membro de uma sociedade regida por leis que delimitam direitos, deveres e penalidades para quem desrespeita o bem comum; - conhecer e utilizar-se da metodologia científica/pesquisa com o propósito de produção de conhecimento; - ter conhecimento das leis que regem nossa sociedade; - consultar diferentes sites e textos por meio dos quais podem certificar-se de seus direitos e de seus deveres; - utilizar-se desse conhecimento para informar aos menos esclarecidos como agir para garantir o exercício da cidadania.

Trabalho em grupos

Fonte: http://pixabay.com/pt/inicializa%C3%A7%C3%A3o-reuni%C3%A3o-brainstorming-594090/ - acesso em março de 2015.

Um projeto que pretende educar para a cidadania não poderia ser desenvolvido de outra forma que por meio de trabalho em grupos. São necessárias, portanto, algumas considerações:

1- o estabelecimento de critérios para a formação dos grupos é indispensável ao equilíbrio

entre eles;

2- os grupos formados ao início do projeto devem permanecer inalterados até o final, e o

professor deve estar atento aos conflitos que possam surgir (tal como componentes que

não contribuem e outros que não aceitam sugestões) para que o trabalho contribua

também ao aprendizado do respeito às diferenças.

Critérios para formação dos grupos

1- o professor definirá o número de grupos por turma. Sugerimos o mínimo de 4 e o máximo

de 6 componentes. Se possível, todos os grupos com o mesmo número de alunos;

2- diversidade e, se possível, equilíbrio de gêneros (garotos e garotas) em cada grupo; 3- não deve haver mais de um novato na escola ou repetente na série em cada grupo.

Para favorecer o equilíbrio e para que se oportunize o trabalho com colegas com os quais alguns alunos pouco se relacionam, sugerimos a seguinte estratégia: - professor registra no quadro o número dos grupos e o primeiro componente de cada um deles. Esses componentes seriam aqueles que têm maior liderança ou desenvoltura, para que não fiquem em um mesmo grupo. Exemplo:

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6

1- João 2- 3- 4- 5- 6-

1- Ana 2- 3- 4- 5- 6-

1- Karla 2- 3- 4- 5- 6-

1-Pedro 2- 3- 4- 5- 6-

1- Luísa 2- 3- 4- 5- 6-

1-Arthur 2- 3- 4- 5- 6-

- em seguida, o professor sorteia aluno a aluno para que se insiram nos grupos: após o sorteio de cada nome, o sorteado vai ao quadro e registra seu nome no grupo que for de seu interesse, respeitando os critérios anteriormente estabelecidos.

Fonte: http://pixabay.com/pt/mundo-dos-neg%C3%B3cios-coopera%C3%A7%C3%A3o-puzzle-463338 - acesso em março de 2015.

Finalizada essa etapa, o professor deve orientar a turma sobre o que é, de fato, um trabalho em grupo: não se trata de uma colcha de retalhos para a qual cada um leva o seu pedaço de tecido, mas de um tear movido a muitas mãos e observado por muitos olhos, para que o resultado seja mais rico, mais interessante... Todos devem buscar dados e participar da construção do texto do grupo, ainda que algum componente, aparentemente, seja mais habilidoso para isso que os demais. Não se trata de um componente responsabilizar-se pela introdução, outro do desenvolvimento, outro da conclusão, outro da formatação... Devem construir cada uma das partes em equipe e as ferramentas da internet podem ser acessadas para esse fim, de modo que não sejam necessários muitos encontros presenciais.

Discutir com a turma quais seriam as ferramentas de que dispõem que mais favoreceriam o desenvolvimento do trabalho.

Fonte: http://pixabay.com/pt/internet-laptop-v%C3%ADdeo-rede-p%C3%A1gina-315799/ - acesso em março de 2015.

Fases do trabalho 1ª fase

1- Estudo de conceitos e textos relacionados à cidadania: indivíduo, pessoa, pessoa humana, cidadão, cidadania, ética, moral, solidariedade etc; 2- leitura oral e coletiva da “Declaração Universal dos Direitos Humanos”; 3- seminário sobre o conteúdo da referida Declaração, entrecortado pela problematização da pertinência (ou não) de cada um dos direitos que dela fazem parte; 4- pesquisas em grupo: -países que participaram da redação dessa Declaração; -se todos os países do mundo são obrigados a respeitá-la; -se ela tem sofrido alterações desde a sua primeira redação; -se novos direitos são inseridos e outros excluídos tendo em vista mudanças sociais e tecnológicas; - mecanismos utilizados por diferentes países para legitimar ou concretizar a Declaração dos Direitos Humanos; etc.

Fonte: http://pixabay.com/pt/meios-de-comunica%C3%A7%C3%A3o-sociais-pessoal-581783/ - acesso em 08 jan. 2015.

Sugerimos que seja definido um objeto de pesquisa para cada grupo e um prazo para que coletem e organizem dados a serem apresentados para os colegas.

Os alunos podem se valer do power point nas suas apresentações, portanto achamos importante, para esta etapa do trabalho, uma aula sobre a utilização desse recurso, deixando claro que se trata da apresentação de um trabalho de pesquisa e que, por isso, não devem exagerar nas cores, fontes ou figuras. Esclarecer que as ilustrações não são enfeites, que são utilizadas para inserir uma nova informação ou completar (não repetir) o já informado verbalmente. (Exemplo ao final deste material) 5- apresentação das pesquisas pelos grupos

http://pixabay.com/pt/sala-de-aula-educa%C3%A7%C3%A3o-escola-m%C3%A3o-381900/ - Acesso em 31 mar 2015.

-trata-se de uma apresentação para os colegas da turma e/ou série; -é um momento em o professor trabalha a expressão corporal, linguagem oral e registro linguístico, dicção, o procedimento de registrar dados e dúvidas ao longo da apresentação dos colegas etc; - após a apresentação de cada grupo, sugerimos que os apresentadores abram espaço para que a plateia apresente dúvidas e comentários. Neste momento, deve-se orientá-los sobre como

proceder diante de uma pergunta para a qual não tenham resposta, como oferecer-se para pesquisar e trazer a informação na aula seguinte. 6- avaliação da apresentação, considerando relevância, informatividade, credibilidade das fontes, pertinência dos slides do power point, atitude da plateia, segurança frente aos questionamentos etc. 2ª fase A 2ª etapa do trabalho requer um pouco mais de tempo de alunos e professores: é o momento de aprofundamento na metodologia de pesquisa. Propomos que seja desenvolvida multidisciplinar.

http://pixabay.com/pt/comunidade-multid%C3%A3o-grupo-homem-150125/ Acesso em 31 mar. 2015

O ideal seria que, estabelecido o eixo central do projeto (leis; meio ambiente; água, luz, etc.) cada professor da série indicasse um recorte com o qual tenha afinidade. Esse professor passaria, então, a ser professor orientador do grupo que venha a trabalhar com o tema por ele sugerido. Isso significa que o professor indicará uma bibliografia inicial a partir da qual os alunos buscarão novas fontes para a produção de seu trabalho e acompanhará o processo de pesquisa de seus orientandos. A cada nova versão produzida, em conformidade com cronograma pré-estabelecido (apresentamos uma sugestão ao final deste material), o grupo ajustará a pesquisa e a redação às orientações já recebidas e enviará a versão ajustada para nova apreciação do professor orientador. Todo esse processo pode ocorrer via e-mail. Objetos possíveis para pesquisa

Eixo I: Direitos Humanos

- direito à educação;

- direito à igualdade de oportunidades;

- direito à liberdade real;

- direito à moradia e à terra;

- direito a participar das riquezas;

- direito a participar do governo;

- direito à proteção de direitos.

- direito a receber serviços públicos;

- direito à saúde;

- direito à vida;

- direito ao meio ambiente sadio;

- direito ao trabalho em condições justas;

- direito de ser pessoa...

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/ Acesso em 18 jan. 2015.

http://meioambientetecnico.blogspot.com.br/ Acesso 15 jan.

Eixo II: tecnologia e meio ambiente

- água invisível;

- água potável: como e por que preservá-la;

- água potável: o papel da ANA;

- consumismo e meio ambiente, etc.

- energia nuclear: problema ou solução;

- fontes de energia renováveis;

- lixo tecnológico;

- matrizes energéticas adotadas no Brasil;

- o fim (?) dos lixões no Brasil...

Eixo III: leis que favorecem a cidadania

- Código de defesa do consumidor; - Constituição Federal; - Declaração dos direitos humanos; - Estatuto da criança e do Adolescente; - Estatuto da juventude; - Estatuto do idoso...

http://www.materiaincognita.com.br Acesso em 15 jan. 2015.

http://dererummundi.blogspot.com.br

Eixo IV: Ano Internacional da Luz - diferentes matrizes energéticas; - formas de produção de energia no

Brasil; - luz e cultura; - luz e saúde; - luz e informação; - luz e cidadania...

Procedimentos para esta etapa do trabalho

Atenção: não é necessário que os procedimentos listados a seguir sejam todos seguidos ou que se obedeça à ordem em que se apresentam.

1- Definição do tema com o qual cada grupo trabalhará. Sugerimos que os próprios grupos escolham o tema dentre os que forem elencados por seus professores; 2- Orientações sobre o que é um trabalho de pesquisa: salientar que pesquisa não é cópia ou mosaico de ideias. Explicar que esse tipo de trabalho requer autoria, que é necessário recorrer a diferentes fontes confiáveis, ler textos de diferentes autores, confrontar suas ideias, fazer anotações e, a partir disso, redigir o próprio texto. Deixar claro que o trabalho por eles produzido também pode tornar-se fonte de pesquisa para outros pesquisadores. 3- Apresentação de noções básicas de metodologia científica: partes que devem compor o trabalho, informações a serem inseridas na capa, como inserir ilustrações, orientações relacionadas à diagramação etc. Evidenciar os princípios de direitos autorais e de honestidade intelectual e apresentar diferentes formas de fazer citações. (Exemplo ao final deste material) 4- Detalhamento, para os alunos, do cronograma do trabalho. É importante que haja uma cópia desse cronograma afixada na sala de aula. (Exemplo ao final deste material) 5- Coleta de dados para um trabalho de pesquisa relacionado ao tema cidadania, com a mediação do professor orientador; 6- Produção dos trabalhos de pesquisa, seguindo orientações passadas pelos professores; 7- Apreciação dos textos pelos professores orientadores; 8- Reescrita do texto/pesquisa a partir das observações do professor orientador; 9- Produção de power point que norteará a apresentação dos trabalhos, a partir da última versão da pesquisa; 10- Produção e encaminhamento de cartas com pedidos de patrocínios; 11- Produção do texto e da arte de convites para apresentação dos trabalhos em seminário, com presença de familiares e especialistas nos temas pesquisados; 12- Produção de cartas convites a especialistas nos temas pesquisados para que participem do seminário, de modo a valorizar a produção dos alunos pesquisadores;

13- Produção do layout de um banner por meio do qual cada grupo divulgará o próprio trabalho; 14- oficina com uma designer gráfico ou profissional afim para formatação do banner; 15- apresentação dos trabalhos de pesquisa em Seminário aberto ao público externo.

Sugestões de materiais que podem ser analisados ao longo do projeto

Livro: DALLARI, Dalmo de Abreu. Direitos Humanos e Cidadania. Moderna.2004. Fragmentos: Agenda 21

Código Civil Constituição Federal Código de Defesa do Consumidor Código de Trânsito Declaração dos Direitos do Idoso Estatuto da Criança e do Adolescente Estatuto do Jovem Lei Antimanicomial http://pixabay.com/pt/%C3%B3culos-leitura-aprenda-livro-texto-272399/ Carta da Terra

Critérios para avaliação Atenção às orientações recebidas

Relevância dos dados coletados / autoria Cumprimento dos prazos Adequação do trabalho de pesquisa à normalização científica Adequação do power point (slides) à situação comunicativa Correção linguística Entonação da voz Ritmo Postura física Domínio do conteúdo Clareza na exposição Capacidade de prender a atenção do público Segurança para responder aos questionamentos Domínio da mídia utilizada Adequação ao tempo (mínimo de cinco (5) e máximo de dez (10) minutos por grupo) Participação no grupo

MATERIAL DE APOIO TEXTO I

Direitos humanos e direitos do cidadão: convergência e divergências Maria Aparecida de Oliveira Martins de Araújo*

No dia 10 de dezembro de 1948, a Assembleia Geral da ONU adotou e proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Em 1950, o dia 10 de dezembro foi estabelecido pela ONU como Dia Internacional dos Direitos Humanos, mas, 65 anos após sua aprovação, muitos ainda não têm conhecimento de quais são esses direitos e de que o acesso a eles deve garantido.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) começou a ser pensada na Organização das Nações Unidas (ONU) logo após 2ª Guerra Mundial, a partir da decisão de líderes mundiais de não permitirem que fossem praticadas, em qualquer parte do globo, as atrocidades cometidas nessa guerra. O documento, base da luta universal contra a opressão e a discriminação, defende a igualdade e a dignidade das pessoas e reconhece que os direitos humanos e as liberdades fundamentais devem ser aplicados a cada cidadão do planeta. Para que se entenda a dimensão da DUDH, faz-se necessária a explanação sobre três conceitos chaves: cidadão, pessoa humana e direito. Cidadão, em seu sentido dicionarizado, é o indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado, ou no desempenho de seus deveres para com esse. Cidadania, por extensão, é o exercício dos referidos direitos e deveres. Tomando a filosofia como referência, pessoa humana é o “eu”, que se relaciona com o outro e interage no mundo. É o indivíduo dotado de um conjunto de valores que norteia sua interação em sociedade, sem perder a noção ética de bem comum. Assim, ser da raça humana não garante que um indivíduo seja considerado “pessoa humana”. A “humanidade”, nesse sentido, decorrerá de como esse indivíduo interage com o outro e com o meio no qual esteja inserido. Direito, por sua vez, é uma palavra essencialmente polissêmica, e, talvez em decorrência disso, haja tanta polêmica em torno do que se diz em relação aos “Direitos Humanos”. Para a reflexão que aqui se apresenta, recortamos desse verbete 5 acepções, dentre as 22 apresentadas no Dicionário Aurélio Eletrônico:

direito [Do lat. cláss. directu.] Substantivo masculino. [...] 9.Aquilo que é justo, reto e conforme à lei. 10.Faculdade legal de praticar ou deixar de praticar um ato.

11.Prerrogativa, que alguém possui, de exigir de outrem a prática ou abstenção de certos atos, ou o respeito a situações que lhe aproveitam; jus. 12.Faculdade concedida pela lei; poder legítimo. [...] 16.Complexo de normas não formuladas que regem o comportamento humano; lei natural.

Apresentados os conceitos e a diversidade de efeitos de sentido que decorrem do vocábulo “direito”, coloca-se uma nova questão, a distinção entre “direitos do cidadão” e “direitos humanos”. Os direitos do cidadão são inerentes à ordem jurídica e política de um país, de um Estado, que define, muitas vezes, via Constituição, os direitos e deveres de sua população: maioridade penal, balizas para definição do valor de salário mínimo, existência ou não de censura para a imprensa e as artes, se as eleições devem ser diretas ou não, quem tem direito a voto, dentre muitos outros aspectos, por exemplo. O indivíduo de um país que tem acesso aos direitos previstos pela legislação de seu país e cumpre os deveres para ele instituídos está no gozo de sua cidadania. A ideia da cidadania e, por extensão, a de direitos do cidadão, tem dimensão política de seu país, e não está necessariamente ligada a valores universais. Há, portanto, os cidadãos brasileiros, os cidadãos argentinos, os cidadãos franceses, embora todos sejam pessoas humanas. Visto que os direitos do cidadão não são universais, o governo de um país pode alterá-los. Exemplos dessa possibilidade são que houve o tempo em que as brasileiras não tinham direito ao voto; o direito ao voto direto para presidente passou a integrar o cenário político brasileiro somente a partir de 1988; o casamento gay recentemente regulamentado no Brasil… Tudo isso é inerente aos direitos do cidadão, à cidadania.

Os direitos do cidadão são criados e alterados por um governo que deve especificá-los em um ordenamento jurídico, já que não são naturais. Os direitos humanos, por sua vez, são inerentes à dignidade da natureza humana e não apenas ao que se estabelece como certo e de direito em determinado país, por isso são universais, e são direitos naturais, pois antecedem a existência de qualquer lei. São, também, indivisíveis, uma vez que nenhuma parcela da humanidade pode ser excluída deles, que são assim sintetizados por Dallari1:

- direito à vida;

- direito de ser pessoa;

- direito à liberdade real;

- direito à igualdade de oportunidades;

- direito à moradia e à terra;

- direito ao trabalho em condições justas;

- direito a participar das riquezas;

- direito à educação;

- direito à saúde;

- direito ao meio ambiente sadio;

- direito a participar do governo;

- direito a receber serviços públicos;

- direito à proteção de direitos. Constituições, estatutos – como o da criança e do adolescente ou o do idoso – e até mesmo a Declaração Universal dos Direitos Humanos dão visibilidade a esses direitos, mas eles existiriam ainda que não houvesse leis que os incorporassem. Têm direito a eles as pessoas humanas, que

se distinguem de ser humano. Este é todo indivíduo que faz parte da espécie humana; aquela, por sua vez, decorre da assimilação pelo indivíduo de traços essenciais à dignidade: 1) sensibilidade para o que é belo, bom e justo; 2) liberdade, no sentido da capacidade de julgar; 3) autoconsciência; 4) sociabilidade e todas as formas de solidariedade; 5) historicidade; 6) unicidade existencial. Os direitos do cidadão algumas vezes convergem com os direitos humanos, mas estes são mais abrangentes, de modo que um direito do cidadão não se apresenta como justificativa para a violação de um direito humano. Há certa confusão entre esses dois tipos de direito, o que talvez explique o fato de parcela da sociedade taxar os defensores dos direitos humanos como defensores da impunidade de bandidos. Deve-se, por isso, esclarecer que a violação de um direito ou dever do cidadão, que são instituídos pelo governo de cada país, não justifica a violação de um direito natural e universal. O que significa que um indivíduo pode perder alguns dos direitos de cidadão ao subverter as leis de um país, sem que isso implique perda de seus direitos humanos. Um assassino pode perder a cidadania, mas continua fazendo parte da comunidade dos seres humanos, de modo que pode ser preso, abominado pelos seus atos, mas continuará portador de direitos fundamentais, no que diz respeito à sua dignidade: ele não deve ser torturado, deve ter um julgamento imparcial, com direito a advogado. Essa confusão talvez se explique pela falta de informação, que também pode ser apontada como uma das causas da desigualdade social, da miséria e da discriminação que vivenciamos em nosso país... Elas não deixarão de existir em função de direitos naturais ou daqueles instituídos em uma ordem jurídica. O acesso à dignidade não se concretizará sem que haja o esclarecimento da população em relação ao que lhe é de direito ou sem que a educação seja voltada para a cidadania democrática. Há de se educar e informar para que indivíduos tenham acesso à condição de pessoa humana. Trabalho infantil e escravo, violência contra a mulher, analfabetismo, fome, falta de moradia, dentre outras violações aos direitos naturais da pessoa humana continuarão permeando nossa realidade até que se tenha clareza dos direitos humanos e dos aparelhos a que se pode recorrer para fazê-los valer. É indispensável que se possibilite a percepção de que o desvio de verbas da saúde, de projetos de habitação ou de merenda escolar não fere apenas o direito do cidadão: trata-se de um crime contra a humanidade, que tem o direito à saúde, à moradia, à alimentação. Deve-se divulgar que um governo que se vangloria por atender a essas demandas, nada mais faz além atender à obrigação de promover o acesso do indivíduo à condição de pessoa humana. Poucos sabem que um governo que não promove esses direitos pode, inclusive, perder seu mandato! Nesse sentido, o dia 10 de dezembro não deve ser um grito que ecoa no vazio, mas um marco de definição e balanço de políticas que visem à informação e concretização dos direitos essenciais à pessoa humana, sem que haja discriminação por raça, cor, gênero, idioma, nacionalidade ou por qualquer outro motivo.

Referências:

DALLARI, Dalmo de Abreu. Direitos Humanos e Cidadania. São Paulo. Moderna. SOARES, Maria Victória de Mesquita Benevides. Cidadania e Direitos Humanos. http://institutoelo.org.br. Acesso em 10 jan. 2015. http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2009/11/declaracao-universal-dos-direitos-humanos-garante-igualdade-social Acesso em 10 jan. 2015.

*Graduada em Letras pela UFMG, especialista em leitura e produção de textos pela PUC-MG, em neurociências pela UFMG, mestra em análise do discurso pela UFMG.

TEXTO II

Lei internacional de Direitos Humanos

http://pixabay.com/pt/pomba-voar-paz-oliva-filiais-41260/

Em 1948, a nova Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos captou a atenção do mundo. Sob a presidência dinâmica de Eleanor Roosevelt, a viúva do presidente Franklin Roosevelt, uma campeã de direitos humanos por direito próprio e delegada dos Estados Unidos nas Nações Unidas, a Comissão elaborou o rascunho do documento que viria a converter–se na Declaração Universal dos Direitos do Homem. Roosevelt, creditada com a sua inspiração, referiu–se à Declaração como a “Carta Magna internacional para toda a Humanidade”. Foi adotada pelas Nações Unidas no dia 10 de dezembro de 1948.

No seu preâmbulo e Artigo 1.º, a Declaração proclama inequivocamente os direitos inerentes de todos os seres humanos: “O desconhecimento e o desprezo dos direitos humanos conduziram a atos de barbárie que revoltaram a consciência da Humanidade e o advento de um mundo em que os seres humanos sejam livres de falar e de crer, libertos do terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta inspiração do Homem... Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.”

Os Estados–Membros das Nações Unidas comprometeram–se a trabalhar uns com os outros para promover os trinta artigos de direitos humanos que, pela primeira vez na história, tinham sido reunidos e codificados num único documento. Em consequência, muitos destes direitos, de várias formas, são hoje parte das leis constitucionais das nações democráticas.

A Carta Internacional dos Direitos Humanos

A Declaração Universal dos Direitos do Homem é um padrão ideal sustentado em comum por nações no mundo inteiro, mas não possui nenhuma força de lei. Assim, desde 1948 até 1966 a tarefa principal da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas foi criar um corpo de lei de direitos humanos internacional baseado na Declaração, para estabelecer os mecanismos necessários para fazer cumprir a sua implementação e uso.

A Comissão de Direitos Humanos elaborou dois documentos principais: o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Ambos se tornaram lei internacional em 1976. Juntamente com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, estes dois Pactos constituem o que é conhecido como a “Lei Internacional de Direitos Humanos”.

O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos enfoca questões como o direito à vida, à liberdade de expressão, à religião e votação. O Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais enfoca a alimentação, a educação, a saúde e o refúgio. Ambos os pactos proclamam estes direitos para todas as pessoas e proíbem discriminação.

O artigo 26.º do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos estabeleceu uma Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Composta por dezoito peritos em direitos humanos, a Comissão é responsável por assegurar que cada signatário do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos cumpra os seus termos. A Comissão examina relatórios enviados pelos países de cinco em cinco anos, para se assegurar que eles estão a cumprir o Pacto, e emite conclusões sobre o funcionamento de um país.

Muitos países que ratificaram o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos também concordaram que a Comissão para os Direitos Humanos pode investigar alegações de indivíduos e organizações cujos direitos foram violados pelo estado. Antes de apelar à Comissão, o queixoso deve esgotar todos os recursos legais nos tribunais desse país. Depois de investigação, a Comissão pública os resultados. Estas conclusões têm grande força. Se a Comissão mantém as alegações, o Estado deve tomar medidas para remediar o abuso.

Documentos de direitos humanos subsequentes

Em adição aos pactos contidos na Carta Internacional dos Direitos Humanos, as Nações Unidas adotaram mais de vinte tratados principais elaborando ainda mais os direitos humanos. Estes incluem tratados para prevenir e proibir abusos específicos tais como tortura e genocídio e para proteger populações vulneráveis específicas tais como refugiados (Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados, 1951), mulheres (Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres, 1979), e crianças (Convenção sobre os Direitos da

Criança, 1989). Outros tratados cobrem a discriminação racial, a prevenção de genocídio, os direitos políticos de mulheres, proibição de escravidão e tortura.

Cada um destes tratados estabeleceu uma comissão de peritos para regular a implementação das disposições do tratado pelos seus estados constituintes.

Convenção Europeia dos Direitos Humanos

A Declaração Universal dos Direitos do Homem serviu como inspiração para a Convenção Europeia dos Direitos Humanos, um dos mais significativos acordos na Comunidade Europeia. A Convenção foi adotada em 1953 pelo Conselho da Europa, uma organização intergovernamental estabelecida em 1949 e composta de quarenta e sete Estados Membros da Comunidade Europeia. Esse corpo foi formado para reforçar os direitos humanos e promover a democracia e o estado de direito.

A Convenção é feita cumprir através do Tribunal Europeu de Direitos Humanos em Estrasburgo, França. Qualquer pessoa que afirme ser vítima de uma violação em qualquer um dos países da Comunidade Europeia que assinaram e ratificaram a Convenção poderá procurar ajuda no Tribunal Europeu. A pessoa deve primeiro ter esgotado todos os recursos no tribunal do seu país natal e ter apresentado um pedido no Tribunal Europeu de Direitos Humanos em Estrasburgo.

Instrumentos de Direitos Humanos para as Américas, África e Ásia

Na América do Norte e do Sul, África e Ásia, documentos regionais para a proteção e promoção de direitos humanos estendem a Carta Internacional de Direitos Humanos.

A Convenção Americana sobre Direitos Humanos pertence aos estados interamericanos, as Américas, e entrou em vigor em 1978.

Os Estados Africanos criaram a sua própria Carta dos Direitos Humanos e dos Povos (1981) e os Estados Muçulmanos criaram a Declaração dos Direitos Humanos do Cairo no Islão (1990).

A Carta Asiática dos Direitos Humanos (1986) foi criada pela Comissão Asiática dos Direitos Humanos, fundada nesse ano por um grupo de juristas e ativistas de direitos humanos em Hong Kong. A Carta é descrita como “uma carta do povo”, porque nenhuma carta governamental foi emitida até ao momento. [...]

http://www.humanrights.com/pt/what-are-human-rights/international-human-rights-law-end.html Acesso em 30 dez. 2014.

TEXTO III

Declaração Universal dos Direitos Humanos

Versão na Íntegra

Preâmbulo

CONSIDERANDO que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo,

CONSIDERANDO que o desprezo e o desrespeito pelos direitos do homem resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade, e que o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade,

CONSIDERANDO ser essencial que os direitos do homem sejam protegidos pelo império da lei, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão,

CONSIDERANDO ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações,

CONSIDERANDO que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos do homem e da mulher, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla,

CONSIDERANDO que os Estados Membros se comprometeram a promover, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades fundamentais do homem e a observância desses direitos e liberdades,

CONSIDERANDO que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso,

A Assembleia Geral das Nações Unidas proclama a presente "Declaração Universal dos Direitos do Homem" como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.

Artigo 1

Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.

Artigo 2

I) Todo o homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. II) Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.

Artigo 3

Todo o homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo 4

Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos estão proibidos em todas as suas formas.

Artigo 5

Ninguém será submetido a tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.

Artigo 6

Todo homem tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei.

Artigo 7

Todos são iguais perante a lei e tem direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei.

Todos tem direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

Artigo 8

Todo o homem tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.

Artigo 9

Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo 10

Todo o homem tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.

Artigo 11

I) Todo o homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias a sua defesa.

II) Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.

Artigo 12

Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques a sua honra e reputação. Todo o homem tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.

Artigo 13

I) Todo homem tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado. II) Todo o homem tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.

Artigo 14

I) Todo o homem, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países. II) Este direito não pode ser invocado em casos de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 15

I) Todo homem tem direito a uma nacionalidade.

II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.

Artigo 16

I) Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, tem o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.

II) O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes. III) A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado.

Artigo 17

I) Todo o homem tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros. II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

Artigo 18

Todo o homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.

Artigo 19

Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras.

Artigo 20

I) Todo o homem tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas. II) Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

Artigo 21

I) Todo o homem tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.

II) Todo o homem tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país. III) A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto.

Artigo 22

Todo o homem, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento de sua personalidade.

Artigo 23

I) Todo o homem tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.

II) Todo o homem, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho. III) Todo o homem que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como a sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social. IV) Todo o homem tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus interesses.

Artigo 24

Todo o homem tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas.

Artigo 25

I) Todo o homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à seguranca em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda de meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle. II) A maternidade e a infância tem direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.

Artigo 26

I) Todo o homem tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.

II) A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. III) Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.

Artigo 27

I) Todo o homem tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do progresso científico e de fruir de seus benefícios. II) Todo o homem tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.

Artigo 28

Todo o homem tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.

Artigo 29

I) Todo o homem tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível.

II) No exercício de seus direitos e liberdades, todo o homem estará sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática. III) Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 30

Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer direitos e liberdades aqui estabelecidos.

ttp://www.dhnet.org.br/direitos/deconu/textos/integra.htm Acesso em 10 jan. 2015. TEXTO IV

Os Estatutos do Homem

(Ato Institucional Permanente)

Thiago de Melo

Artigo I

Fica decretado que agora vale a verdade. agora vale a vida, e de mãos dadas,

marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II Fica decretado que todos os dias da semana,

inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III

Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas,

que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra;

e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV

Fica decretado que o homem não precisará nunca mais

duvidar do homem. Que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento,

como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu.

Parágrafo único:

O homem, confiará no homem como um menino confia em outro menino.

Artigo V Fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira. Nunca mais será preciso usar

a couraça do silêncio nem a armadura de palavras. O homem se sentará à mesa

com seu olhar limpo porque a verdade passará a ser servida

antes da sobremesa.

Artigo VI Fica estabelecida, durante dez séculos, a prática sonhada pelo profeta Isaías, e o lobo e o cordeiro pastarão juntos

e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII Por decreto irrevogável fica estabelecido

o reinado permanente da justiça e da claridade,

e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII

Fica decretado que a maior dor sempre foi e será sempre

não poder dar-se amor a quem se ama e saber que é a água

que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor.

Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X

Fica permitido a qualquer pessoa, qualquer hora da vida,

uso do traje branco. Artigo XI

Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama

e que por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII

Decreta-se que nada será obrigado nem proibido,

tudo será permitido, inclusive brincar com os rinocerontes

e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela.

Parágrafo único:

Só uma coisa fica proibida: amar sem amor.

Artigo XIII

Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar

o sol das manhãs vindouras. Expulso do grande baú do medo,

o dinheiro se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de cantar

e a festa do dia que chegou.

Artigo Final. Fica proibido o uso da palavra liberdade,

a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas.

A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente

como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre

o coração do homem.

Santiago do Chile, abril de 1964

TEXTO V

Cidadão mais cidadão Participação dos brasileiros como fiscais de deputados aumenta quase 10 vezes em um ano

http://www.assecor.org.br/index.php/institucional/parceiras/voz-do-cidadao/ Em 17 dez 2014.

Somente em 2014, a Coordenação de Participação Popular (CPP) da Câmara já recebeu 7 milhões de contatos via telefone ou internet de pessoas interessadas em acompanhar a atuação dos parlamentares e as propostas em tramitação na Casa. Em 2013, não passaram de 800 mil. Segundo especialistas, desde os protestos populares que tomaram as ruas em junho do último ano, o cidadão tem mostrado mais consciência crítica. “As pessoas ligam para se manifestar a favor ou contra projetos, elas estão acordando para essa participação”, diz a diretora da CPP, Simone Ravazzolli. No mês passado, o assunto que “bombou” foi a alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias, numa manobra do Executivo para reduzir a meta fiscal de 2014. A central recebeu quase 6 mil ligações de pessoas contra a medida que autoriza o governo a fechar o ano com as contas no vermelho.

Jornal estado de Minas, 14 de dezembro de 2014 TEXTO VI

Brasileiros aumentam fiscalização da atuação dos deputados

Eleitores usam cada vez mais os meios de comunicação da Câmara para acompanhar e fiscalizar discussão de projetos. Direitos dos homossexuais foram um dos temas que despertaram interesse

postado em 15/12/2014 06:00 / atualizado em 15/12/2014 07:25

Juliana Cipriani /Estado de Minas

Votação do projeto que alterou a meta fiscal de 2014: mais de 5490 pessoas ligaram para o Fale Conosco

manifestando posição contrária à proposta

O interesse dos eleitores brasileiros em acompanhar a atuação dos deputados federais e os projetos em tramitação na Câmara é hoje quase 10 vezes maior do que era no ano passado. Pelo menos é o que apontam os números da Coordenação de Participação Popular da Casa (CPP), responsável por estimular e medir as interações entre a sociedade e os políticos. Os contatos via telefone ou internet passaram de 800 mil em 2013 para 7 milhões este ano. A um mês para terminar 2014, já que os dados foram fechados até o fim de novembro, o acréscimo na procura já é de 775%. Os temas que mais mobilizaram o interesse popular foram os direitos dos homossexuais, em discussão no Estatuto da Família, e a possibilidade de revogação do Estatuto do Desarmamento. Em novembro, o tema que inflou participação foi o projeto do Executivo que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para revisar a meta fiscal de 2014. Foram 5.490 ligações no Fale Conosco de pessoas manifestando posição contrária à proposta. Em segundo lugar no ranking, veio o Estatuto do Desarmamento. Todas as 3.523 pessoas que ligaram querem a revogação da norma. Mas o que fez bombar a interação este ano foi mesmo o projeto que traz o estatuto da família. A enquete no site da Câmara, perguntando se o internauta concorda com o conceito trazido na proposta – de que família é um núcleo formado pela união de um homem e uma mulher –, atraiu de fevereiro até sexta-feira passada 4,4 milhões de votos. A polêmica com que é entendida a questão pode ser medida pela divisão dos que opinaram. Até então, 49,85% concordam com a definição de família restrita a casais heterossexuais e 49,84% discordam. O restante não opinou sobre o tema. O projeto pode representar retrocesso para os direitos conquistados pelos homoafetivos em diversas decisões judiciais, prejudicando até mesmo a possibilidade de adoção de crianças pelos casais gays. Mesmo sendo de fevereiro, a matéria que introduz a enquete ainda é a mais acessada no portal. Somente em novembro, o assunto gerou 10.865 comentários. A segunda enquete mais procurada, com pouco mais de um milhão de votos, é sobre a proposta que acaba com o auxílio-reclusão e cria um benefício para as vítimas dos crimes. Nesse caso, 95,05% dos internautas são favoráveis à proposta e 4,43% são contra. Nas redes sociais, a discussão sobre o fim do desarmamento foi a mais atraente, levando ao recorde de participações em um videochat sobre o tema no mês passado. CONSCIÊNCIA CRÍTICA

Para a diretora da CPP, Simone Ravazzolli, desde as manifestações de junho de 2013, o cidadão tem mostrado mais consciência crítica e vontade de acompanhar a ação dos políticos. “Eles estão querendo participar mais, acompanhar o trabalho do Legislativo. As pessoas ligam para se manifestar a favor ou contra projetos, usam os vários canais de comunicação, elas estão acordando para essa participação”, afirma. De acordo com Simone, o maior volume de interações é via internet, por comentários feitos no site da Câmara ou participação de enquetes, mas também cresceu muito o interesse pelas redes sociais da Casa. O Twitter da Câmara tem 304 mil seguidores e o Facebook, mais 17,9 mil. “A gente recebe, inclusive, mensagens cobrando se a informação que eles deram foi passada aos parlamentares.”

Segundo Simone Ravazzolli, outro indício de que o cidadão está acompanhando mais é a visualização da TV Câmara. “Nos debates mais polêmicos, como o da LDO e o dos conselhos de participação social, há sempre um pico de audiência. Isso nos mostra claramente que as pessoas estão sintonizando para acompanhar o trabalho de plenário. E isso aparece no que elas escrevem nas redes sociais”, afirma. Para intensificar ainda mais a participação, a CPP pretende nas próximas semanas criar uma página para concentrar todos os canais de interação. Como participar

Acesse o site da Câmara (www.camara.leg.br) e vá no link “participe”. Nele, estão disponíveis serviços para falar com a Casa ou com os deputados, bate-papo, enquetes, contato com a ouvidoria e até mesmo um espaço para instruir o eleitor sobre como apresentar projetos de lei de iniciativa popular. Nas matérias sobre os projetos em tramitação, também há espaço para os comentários. Nas redes sociais, a Câmara dos Deputados tem perfis no Twitter e no Facebook, nos quais também é possível acompanhar as discussões. Estado de Minas, 14 dez. 2014

PARA SABER MAIS: http://www.iea.usp.br/publicacoes/textos/textos#Direitos Humanos / Cidadania

EXEMPLO I – POWER POINT

Alertar os alunos para que

1º slide

TÍTULO DO TRABALHO

(Em letras maiúsculas)

3º slide em diante

Roteiro para apresentação, sem excesso de

texto.

Pode-se colocar imagens (com referência

completa, desde que ilustrem ou acrescente

algo novo às informações verbais. Não podem

ser puramente decorativas)

Antepenúltimo slide

Conclusão do grupo

Penúltimo slide

Referências, seguindo normas da ABNT.

Último slide

Créditos (responsáveis pela síntese, pela

montagem do power point, etc)

Logomarca da escola

2º slide

Componentes do grupo

(um abaixo do outro, em ordem alfabética)

(somente as iniciais em maiúsculas)

- não insiram excesso de texto nos slides, pois o power point tem o objetivo de orientá-los quanto aos tópicos e sequência a serem apresentados. Não se trata da versão digital de tudo o que será apresentado; - não insiram todas as informações nos slides, pois, caso isso ocorra, suas presenças seriam desnecessárias, já que bastaria ao público ler o que seria projetado; - prefiram fontes menos trabalhadas, como a arial. Usem um tamanho que facilite a visualização de quem estiver ao fundo do espaço onde ocorrerá a apresentação. Não variem as cores e fontes na digitação; - destaquem os títulos com apenas um dos recursos a seguir: negrito, maiúsculas ou sublinhado. EXEMPLO II – CRONOGRAMA

DATAS HIPOTÉTICAS

ATIVIDADE

1ª etapa do trabalho

01 a 10/08 Apresentação da proposta de trabalho; Formação dos grupos. Leitura da Declaração dos Direitos Humanos

11 a 20/08 Pesquisas relacionadas à leitura da Declaração dos Direitos Humanos: países signatários, alterações sofridas ao longo dos anos etc. Orientações sobre como fazer uma apresentação em power point para apresentação de um trabalho de pesquisa.

21/08 Oficina em laboratório de informática para montagem do power point

25/08 Apresentação dos trabalhos pelos grupos.

2ª etapa do trabalho

26 a 31/08 Definição do objeto de pesquisa e do professor orientador de cada um dos grupos

01 a 10/09 Orientação aos alunos relacionada a princípios elementares à metodologia de pesquisa. Troca de e-mails entre professor orientador e orientandos para sugestão de referências e aspectos mais relevantes a serem considerados.

25/09 Envio, por e-mail, ao professor orientador (com cópia para os componentes do próprio grupo) da 1ª. versão do trabalho de pesquisa, seguindo as orientações relacionadas à metodologia científica já trabalhadas.

02/10 Retorno da 1ª. versão da pesquisa para os grupos via e-mail, com orientações necessárias para reestruturação do trabalho.

16/10 Envio da 2ª versão da pesquisa ao professor orientador.

19/10 Devolução da 2ª. versão para os grupos, com as intervenções necessárias para aprimoramento do trabalho.

25/10 Ajustes finais da redação e entrega do texto impresso e já no formato.

26/10

Oficina com um designer gráfico para a produção do banner por meio do qual cada grupo divulgará seu trabalho.

26/10 Oficinas com um designer gráfico para a produção do banner –

finalização

06/11

Envio, para o professor orientador, do power point que norteará a apresentação do grupo. A apresentação deve ter de 5 a 10 min.

09/11 Retorno do power point aos grupos

13/11 Envio do power point ajustado ao professor orientador.

16/11 Ensaio geral.

19/11 Apresentação dos trabalhos de pesquisa a pais e convidados em geral.

EXEMPLO III – ORIENTAÇÕES QUANTO À NORMATIZAÇÃO PARA TRABALHOS DE PESQUISA

Este material presta-se à iniciação do aluno à metodologia científica, pautando-se em algumas normas da ABNT, sem, contudo, prender-se totalmente a ela.

1- ESTRUTURA DE TRABALHOS 1.1- CAPA

É a proteção externa do trabalho e deve conter dados essenciais que identifiquem a obra: nome da instituição, autor, título, subtítulo (se houver), local (cidade), ano. Formatação: Tipo de letras:Times ou Arial Tamanho de letras:12 – título 14 em negrito Alinhamento:Centralizado

Elementos obrigatórios Nome do Colégio (caixa alta, centralizado); Nome do Curso: Ensino Fundamental I ou Ensino Médio (caixa baixa, centralizado); Nome do(s) autor(es) (caixa baixa, centralizado, em ordem alfabética um abaixo do outro); Título do trabalho (caixa alta, negrito, centralizado); Subtítulo (se houver), precedido de dois pontos; Local - cidade (caixa baixa, centralizado); Ano (centralizado).

ATENÇÃO: não se insere figuras na capa, no sumário e na introdução. 1.2 SUMÁRIO

É a listagem das seções textuais e pós-textuais que compõem o trabalho, e sua respectiva localização (página). Deve-se incluir no sumário, com numeração progressiva, os elementos:

1) Introdução 2) Desenvolvimento – títulos e subtítulos 3) Conclusão 4) Referências 5) Apêndices 6) Anexos 7) Glossário

Atenção: O título “SUMÁRIO” deverá ser centralizado no alto da página, com letras em caixa alta. 1.3 CORPO DO TRABALHO

O corpo do trabalho é composto de introdução, desenvolvimento e conclusão. 1.3.1 Introdução

O título INTRODUÇÃO deve estar escrito à esquerda, na margem normal (sem parágrafo), em caixa alta, fonte 12. Essa é a primeira parte do "corpo do trabalho" e nela devem estar presentes:

antecedentes do problema, tendências, pontos críticos; caracterização do tema e da organização.

formulação do problema que inclui: dados e informações que dimensionam a problemática.

objetivos que traduzam os resultados esperados com a pesquisa.

justificativas correspondes à defesa da pesquisa quanto a sua importância, relevância e contribuições.

1.3.2 Desenvolvimento

O título DESENVOLVIMENTO, também, deve estar escrito à esquerda, na margem normal (sem parágrafo), em caixa alta, fonte 12 e em negrito. Ele corresponde à parte principal do trabalho na qual se faz a exposição ordenada e pormenorizada do assunto; pode ser dividida em seções e subseções; compreende a contextualização do tema e abrange:

a revisão da literatura: abordagem de teorias e/ou conceitos que fundamentam o trabalho, podendo constituir um ou vários capítulos.

os métodos e procedimentos utilizados para coleta de dados: é a descrição da metodologia utilizada para o desenvolvimento do trabalho, os procedimentos adotados nas etapas do trabalho no que se referem ao diagnóstico e/ou estudo de caso.

a apresentação e análise dos dados: nessa parte, são apresentados/descritos os dados e a análise desses, bem como os resultados alcançados, relacionando-os à revisão bibliográfica, dispondo ao leitor as deduções e conclusões pertinentes ao trabalho com o objetivo de reforçar ou refutar as ideias defendidas.

1.3.3 CONCLUSÃO

As conclusões e/ou considerações finais referem-se aos dados e resultados encontrados, compreendem o fechamento do trabalho com as indicações e/ou recomendações. Deve constar na conclusão uma recapitulação sintetizada das seções, ressaltando se os objetivos traçados para a pesquisa foram atingidos.

Pode incluir recomendações de ordem prática, conforme as conclusões da pesquisa ou sugestões para outras pesquisas na área. Poderá também apresentar sugestões de novas linhas de estudo.

A conclusão deve estar de acordo com os objetivos do trabalho. Ela não deve apresentar citações ou interpretações de outros autores.

1.4 ANEXO(S)

Os anexos são textos ou documentos não elaborados pelo autor, que servem como comprovação de sua argumentação. São exemplos de anexos relatórios, folder institucional, cartões, etc. A formatação é livre. Assim como o apêndice, o título deverá ser precedido da palavra “ANEXO”, centralizado, com letras em caixa alta e negrito. Recebe identificação alfabética com letras maiúsculas, travessão e seu respectivo título.

Exemplo: ANEXO A – ENQUETE SOBRE NÚMERO DE FUMANTES NA FAMÍLIA; ANEXO B – PROPAGANDAS ANTI-TABAGISMO.

1.5 - FIGURAS

As figuras são opcionais e compreendem desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias,

gráficos, mapas, organogramas, plantas, quadros, retratos e outros. Devem ser inseridas o mais

próximo possível do texto a que se referem.

Cada tipo de ilustração deve ter numeração sequencial em todo o texto e não por seção.

(Gráfico 1, Gráfico 2, Gráfico 3, etc.; Mapa 1, Mapa 2, Mapa 3, etc.; Quadro 1, Quadro 2, Quadro

3, etc.). Menciona-se a ilustração dentro do texto na forma cursiva ou abreviada entre

parênteses.

Todas as figuras devem ser legendadas com fonte menor que a usada no corpo do texto.

Caso sejam reproduzidas da internet, deve-se indicar, também data de acesso.

A legenda é um texto explicativo, logo abaixo do título das ilustrações e dele separado por

hífen. Usa-se na legenda a mesma pontuação de uma frase comum. Deve-se evitar a

continuação da legenda em página seguinte à da ilustração.

Ver FIG. que se segue:

FIGURA 1 – Irina Bokova, presidente da Unesco. Disposição

As ilustrações devem respeitar as margens adotadas para o texto. Duas ou mais ilustrações podem constar da mesma página, cada uma contendo seu título

e/ou legenda e número. Quando se trata de ilustrações relacionadas, essas podem ser agrupadas sob um mesmo

título e/ou legenda e número, com identificação para cada figura.

1.6 GRÁFICOS

Os gráficos são desenhos constituídos de traços e pontos, numerados com algarismos

arábicos. Seu título é precedido da palavra GRÁFICO, em letras maiúsculas. A citação no texto

será pela indicação GRAF., acompanhada do número de ordem a que se refere. As orientações

relativas às figuras também se aplicam aos gráficos.

GRÁFICO 1 – chuva acumulada no Sistema Cantareira

Disponível em http://noticias.uol.com.br Acesso em 24 jan. 2015.

1.7 - CITAÇÕES

As citações são trechos transcritos ou informações retiradas das publicações consultadas para a realização do trabalho. São introduzidas no texto com o propósito de esclarecer ou complementar as ideias do autor. A fonte da qual foi extraída a informação deve ser citada obrigatoriamente, respeitando-se, dessa forma, os direitos autorais.

As citações podem ser diretas (textuais) ou indiretas (livres) e podem aparecer no texto e, dependendo do caso, em notas de rodapé. As citações devem ser indicadas pelo último nome do autor, em letras maiúsculas, seguido do ano de publicação e das páginas do livro consultado. Esses dados, quando aparecem ao final da citação, devem vir entre parênteses.

O conceito de contrato, segundo Mari (2002: 31-32):

… intervém em inúmeras circunstâncias de nossa vida, regulando as atividades do dia-a-dia, onde quer que o nosso comportamento necessite ser confrontado com o comportamento de outros. Vivemos em comunidade e o que disciplina a nossa relação com o outro, com os outros é uma centena de formas de contratos que erigimos para funcionar informalmente, enquanto princípios gerais partilhados, ou formalmente a partir de uma instituição.

OU

O contrato intervém em inúmeras circunstâncias de nossa vida, regulando as atividades do dia-a-dia, onde quer que o nosso comportamento necessite ser confrontado com o comportamento de outros. Vivemos em comunidade e o que disciplina a nossa relação com o outro, com os outros é uma centena de formas de

EXEMPLO

contratos que erigimos para funcionar informalmente, enquanto princípios gerais partilhados, ou formalmente a partir de uma instituição. (MARI, 2002: 31-32)

Citação direta (textual)

É a transcrição literal de textos de outros autores. É reproduzida entre aspas duplas exatamente como consta do original, acompanhada de informações sobre a fonte (em respeito à Lei 9.610 de 19 de Fev. 1998 que regulamenta os direitos autorais). Nas citações diretas deve-se indicar, obrigatoriamente, após a data, a(s) página(s), volume(s), tomo(s), parte(s) da fonte consultada. Uma transcrição dentro da outra é indicada por aspas simples. EXEMPLO Neste contexto, Oliveira (1999, v.2, p.20) cita a participação da comunidade na gestão escolar como “uma revolução cultural de dimensões ‘copernicanas’.”

Há duas formas de fazer esse tipo de citação: a) as citações curtas, de até três linhas, são inseridas no texto, entre aspas:

A Inconfidência é uma “falta de fidelidade para com alguém, particularmente para com o soberano ou o Estado.” (FERREIRA, 1997, p.53.) Já aí está indicada uma relação: alguém não foi fiel a alguém.

b) as citações que possuam mais de três linhas devem constituir um parágrafo independente, recuado (4 cm da margem esquerda), com o tamanho da letra menor do que o utilizado no texto e com o espaçamento simples entre as linhas; as aspas são dispensadas:

Quando falamos (usando o que vou chamar, por falta de termo melhor, estilo falado), estamos sujeitos a muitas limitações que não existem no caso da escrita: precisamos manter a atenção do interlocutor; n]ao podemos sobrecarregar a sua memória (nem a nossa); não podemos voltar a apagar o que acabamos de dizer, e assim por diante (PERINI, 1980, p.61.)

Citação indireta (livre)

Ocorre quando se reproduzem ideias e informações do documento, sem, entretanto, transcrever as próprias palavras do autor. Há várias formas de se fazer esse tipo de citação:

a) quando o(s) nome(s) do autor(es) faz(em) parte integrante do texto, menciona-se a(s) data(s) da(s) publicação(ões) citada(s), entre parênteses, logo após o nome do autor. Nas citações indiretas a inclusão da página é opcional;

Citação indireta de fonte que tenha um único autor.

Como lembra Martins (1984), o futuro desenvolvimento da informação está cada dia mais dependente de um plano unificado de normalização.

Citação indireta de fonte que tenha 2 (dois) autores.

Soltys e Spratling (1957) descreveram pela primeira vez, em porca com cistite e pielonefrite, a presença de Corynebacterium suis.

EXEMPLO

EXEMPLO:

EXEMPLO:

Citação indireta de fonte que tenha mais de dois autores.

No Brasil, Oliveira et al. (1983) isolaram Corynebacterium suis do divertículo prepucial de machos, em idade de abate.

b) a indicação da(s) fonte(s) entre parênteses pode suceder à citação, para evitar interrupção

na sequência do texto. Havendo mais de uma fonte a ser citada, essas devem estar em ordem alfabética, separadas por ponto e vírgula;

Após esse primeiro isolamento, na Inglaterra, vários casos têm sido descritos em países como Canadá, Noruega, Holanda, Dinamarca e Finlândia (BANGE 1980; DUCROT, 1984; GLAZERBROOK et al., 1973; JONES, 1981).

1.8 - REFERÊNCIAS A. Referências de livros VALE, Hélio. Os vírus. 1a ed.São Paulo: FTD, 2001. 30p.

1. último nome do autor, com todas as letras maiúsculas 2. primeiros nomes do autor, com as iniciais maiúsculas e as demais letras minúsculas 3. título do livro em negrito 4. edição do livro 5. local da publicação (cidade) 6. editora 7. ano da publicação 8. número de páginas que o livro consultado possui

Quando a obra consultada possuir subtítulo, ele também deve ser indicado na referência, logo

após o título e separado dele por dois pontos. BRANDÃO, Helena Nagamine. Subjetividade, argumentação e polifonia: a propaganda da Petrobrás. 2a ed. São Paulo: UNESP, 1998. 204 p. Esquematicamente, teremos:

ÚLTIMO NOME DO AUTOR, demais nomes do autor em ordem direta. Título: subtítulo. Edição. Local (cidade de publicação): Editora, data. Número de páginas ou volume da fonte consultada.

Observações importantes: Para documentos elaborados por até 3 (três) autores, mencionam-se os nomes de todos

na mesma ordem em que constam da publicação, separados por ponto e vírgula.

BRANDÃO, Helena Nagamine; FERREIRA, Maria dos Anjos. O discurso....

EXEMPLO:

EXEMPLO

EXEMPLO:

EXEMPLO

EXEMPLO:

Nos casos em que houver mais de 3 (três) autores, indica-se somente o primeiro, seguido

da expressão latina et al. (= e outros). BURNER, Bárbara. et al. A sociedade Moderna... Atenção: por tratar-se de uma expressão latina, quando digitada, et al. deve vir em itálico. Os documentos elaborados por vários autores, com um responsável intelectual destacado

(organizador, editor, compilador, coordenador e outros), são referenciados pelo nome desse autor, seguido da abreviatura pertinente, caracterizando o tipo de responsabilidade (Org., Ed., Comp., Coord. etc)

MARI, Hugo (Org.). Atos de Fala... B. Referência de verbetes de enciclopédias e dicionários Modelos LASTRO. In: FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio básico da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988. 387p. Ou ÁBACO. In: DICIONÁRIO Michaelis. Disponível em: <www.uol.com.br/michaelis>. Acesso em: 28 nov.2003. C. Referência de artigo de jornal

AUTOR. Título do artigo: subtítulo. Título do jornal, Local, dia, mês, ano. Caderno, páginas inicial-final.

MASCARENHAS, Maria das Graças. Sua Safra, seu dinheiro. O Estado de São Paulo, São Paulo, 17 set. 1986. Suplemento agrícola, p.14-16. Observação: Quando não houver seção, caderno ou parte, a paginação do artigo precede a data. D. Artigo de revista

Autor. Título: subtítulo do artigo. Título da revista, local de publicação, volume, número, páginas do artigo, mês e data de publicação.

FARIAS, Cristiano Chaves de. Um alento ao futuro: novo tratamento da coisa julgada nas ações relativas à filiação. Revista dos Tribunais, São Paulo, Ano 93, n. 828, p. 104-118, out. 2004. E. Referências de documentos de acesso em meio eletrônico Bases de dados:

EXEMPLO:

EXEMPLO:

EXEMPLO:

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Faculdade de Letras. Biblioteca Peri. Versão 3.7. Belo Horizonte, 1999. Disponível em <www.letras.ufmg.br/biblioteca>. Acesso em: 03 fev. 2001. Sites: Biblioteca “Prof. Rubens Costa Romanelli. Desenvolvido por Fabiano Roberto e Rosângela Costa, 2002. Apresenta produtos e serviços oferecidos pela Biblioteca da Faculdade de Letras da UFMG. Disponível em <http://www.letras.ufmg.br./biblioteca>. Acesso em: 13 dez. 2002. ou SAYÃO, Roseli. Que cidadania é essa? Folha de São Paulo, São Paulo, 06 de abril de 2006. Caderno Ilustrada, p. 8. Disponível em <www. Folhaonline.com.br> Acesso em: 10 de out. de 2006. 2 - APRESENTAÇÃO FÍSICA DOS TRABALHOS - Os textos dos trabalhos acadêmicos devem ser digitados em papel branco, formato A4, apenas no anverso da folha; adota-se a cor preta para o texto e as outras cores apenas para as ilustrações; - as folhas devem apresentar margens esquerda e superior de 3 cm e direita e inferior de 2 cm; - todo o texto do trabalho acadêmico deve ser formatado com espaço 1,5 entrelinhas. O espaço simples é usado nas citações longas, nas notas de rodapé, entre as linhas de uma referência, nas legendas e fontes das ilustrações. As referências, na lista que aparece ao final do trabalho, devem ser separadas entre si por dois espaços simples; - a fonte utilizada deve ser tamanho 12 para o texto e menor para as citações longas, notas de rodapé, paginação, legenda e fonte das ilustrações; ela deve garantir a legibilidade do texto (sugestões: Times ou Arial) - os títulos e subtítulos devem ser digitados em fonte maior do que a utilizada no texto (16 e 14, respectivamente); eles devem ser localizados no alto das páginas e separados dos textos que os sucedem ou precedem por dois espaços de 1,5; - o tipo de parágrafo a ser usado pode ser escolhido pelo autor. Duas opções se apresentam: o tradicional, recuado a 2 cm da margem esquerda e o moderno, que tem todo o texto alinhado à esquerda e é marcado por dois espaços entre os parágrafos. - Justificar o texto para que ele fique alinhado à direita e à esquerda. REFERÊNCIAS FRANÇA, Júnia Lessa; VASCONCELOS, Ana Cristina de. Manual para Normalização

de Publicações Técnico-Científicas. 8ª ed. Belo Horizonte: UFMG, 2008. 255p.

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Pró-Reitoria de Graduação. Sistema de Bibliotecas. P816p Padrão PUC Minas de normalização: normas da ABNT para apresentação de teses, dissertações, monografias e trabalhos acadêmicos / Elaboração Helenice Rêgo dos Santos Cunha. 9. ed. rev. ampl. atual. Belo Horizonte: PUC Minas, 2011. 93 p. : Il.

Modelo para elaboração de trabalhos científicos. Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC. Disponível em: http://www.unoesc.edu.br/sites/default/files/modelo_trabalho_academico_completo.pdf Acesso em 25 de mar. de 2014.

Orientações de metodologia científica para produção de trabalhos acadêmicos. Universidade Anhembi Morumbi. Disponível em: http://www2.anhembi.br/html/metodologia/ele_textuais.htm Acesso em 28 de mar. de 2014.