À glÓria do g a d u - abemdaordem.com.br · namento da maçonaria frente a mudança dos valores...

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Caros Irmãos: Aqui estamos novamente de retorno a vossa fraterna convivência com uma nova edição do Boletim da Chico para continuarmos a divulgar nossa cultura maçônica. Um tema recorrente e que tem tomado muitos encontros da Loja Maçônica Fraternidade Brazileira de estudos e Pesquisas, de Juiz de Fora MG, nos dias 19 e 20 de outubro de 2018, organizado pelo seu Departamento de Membros Cor- respondentes, não se apresenta diferente nesse que será o XXV Encontro de Estudos e Pesquisa “Jubileu de Prata”, onde vai estar se buscando um posicio- namento da Maçonaria frente a mudança dos valores sociais. A Maçonaria é uma instituição originada nas tradições dos Maçons operati- vos da Idade Média que em 1717, com a fundação da Grande Loja de Londres e Westminster, se apresentou oficialmente na condição de especulativa, embora já se tenha notícias de Lojas especulativas bem antes deste período. Com seus mais de 300 anos de existência, ainda exerce um enorme poder de atração, tendo como seus membros indivíduos dos mais diferentes segmentos sociais que buscam, pelo aperfeiçoamento do caráter, se transformar em pesso- as melhores. Enfrentar desafios não é algo desconhecido pela Ordem, que por séculos sempre soube encontrar soluções de continuidade e crescer e não será diferen- te nesta época marcada pela velocidade espantosa dos acontecimentos e onde as mudanças fazem parte importante da sobrevivência. Parafraseando o Irmão Thomas W. Jackson, de que “o futuro da Ordem de- penderá da visão de nossas lideranças de hoje e de amanhã”,isto nos preocupa. Assim disponibilizamos mais uma edição de nosso Boletim da Chico da Boti- ca, para levar conhecimentos e cultura maçônica para nossos Irmãos, e sempre com a esperança que seja útil e que agregue valor aos nossos conhecimentos sobre a Ordem. Um TFA a todos Loja Francisco Xavier de Pesquisas Maçônicas - GORGS EDITORIAL: Encontrar Soluções de Continuidade e Crescer INFORMATIVO CHICO DA BOTICA Registro na ABIM nº. 18-B AUG :. RESP :. LOJ :. “FRANCISCO XAVIER FERREIRA DE PESQUISAS MAÇÔNICAS”AO GORGS Ano 14, Edição nº. 123 Data: 31 de Jul de 2018 Editorial:“Encontrar Solu- ções de Continuidade e Crescer S ONETOS DE 4ª FEI- RA: JERÔNIMO, RI- CO DIAMANTE!; E AGO- RA?; FRATERNIDADE na FRATERNIDADE; GRATI- DÃO - Irmão Adilson Zo- tovici - Pág. 2 1 C ORRUPÇÃO: UMA ABORDAGEM MA- ÇÔNICA - Irmão Danilo Bruno Louro de Oliveira - Pág. 3 a 6 2 S ESSÕES DE INSTRU- ÇÃO - Irmão José Carlos de Araújo Pág.6 e 7 3 U MA CARTA DE MA- ÇOM PARA SEU FILHO - Autor desconheci- do - Colabora Irmão José Airton de Carvalho - Pág. 7 4 D úvidas de um Apren- diz Maçom - Irmão Charles Evaldo Boller - Pág. 8 a 11 5 Nesta edição: À GLÓRIA DO G A D U Fundada em 19 de novembro de 1995 Especiais: Chico Social Reflexões Conhecimento Notícias Rapidinhas "Alguns ouvem com as orelhas, outros com o estômago, outros ainda com o bolso e há aqueles que não ouvem absolutamente nada". (Kalil Gibran)

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Caros Irmãos:

Aqui estamos novamente de retorno a vossa fraterna convivência com uma

nova edição do Boletim da Chico para continuarmos a divulgar nossa cultura

maçônica.

Um tema recorrente e que tem tomado muitos encontros da Loja Maçônica

Fraternidade Brazileira de estudos e Pesquisas, de Juiz de Fora – MG, nos dias

19 e 20 de outubro de 2018, organizado pelo seu Departamento de Membros Cor-

respondentes, não se apresenta diferente nesse que será o XXV Encontro de

Estudos e Pesquisa “Jubileu de Prata”, onde vai estar se buscando um posicio-

namento da Maçonaria frente a mudança dos valores sociais.

A Maçonaria é uma instituição originada nas tradições dos Maçons operati-

vos da Idade Média que em 1717, com a fundação da Grande Loja de Londres e

Westminster, se apresentou oficialmente na condição de especulativa, embora

já se tenha notícias de Lojas especulativas bem antes deste período.

Com seus mais de 300 anos de existência, ainda exerce um enorme poder de

atração, tendo como seus membros indivíduos dos mais diferentes segmentos

sociais que buscam, pelo aperfeiçoamento do caráter, se transformar em pesso-

as melhores.

Enfrentar desafios não é algo desconhecido pela Ordem, que por séculos

sempre soube encontrar soluções de continuidade e crescer e não será diferen-

te nesta época marcada pela velocidade espantosa dos acontecimentos e onde

as mudanças fazem parte importante da sobrevivência.

Parafraseando o Irmão Thomas W. Jackson, de que “o futuro da Ordem de-

penderá da visão de nossas lideranças de hoje e de amanhã”,isto nos preocupa.

Assim disponibilizamos mais uma edição de nosso Boletim da Chico da Boti-

ca, para levar conhecimentos e cultura maçônica para nossos Irmãos, e sempre

com a esperança que seja útil e que agregue valor aos nossos conhecimentos

sobre a Ordem.

Um TFA a todos

Loja Francisco Xavier de Pesquisas Maçônicas - GORGS

EDITORIAL: “Encontrar Soluções de Continuidade e Crescer ”

INFORMATIVO CHICO DA BOTICA Registro na ABIM nº. 18-B

AUG :. RESP :. LOJ :. “FRANCISCO XAVIER FERREIRA

DE PESQUISAS MAÇÔNICAS”AO GORGS

Ano 14, Edição nº. 123 Data: 31 de Jul de 2018

Editorial:“Encontrar Solu-ções de Continuidade e Crescer ”

S ONETOS DE 4ª FEI-

RA: JERÔNIMO, RI-

CO DIAMANTE!; E AGO-

RA?; FRATERNIDADE na

FRATERNIDADE; GRATI-

DÃO - Irmão Adilson Zo-

tovici - Pág. 2

1

C ORRUPÇÃO: UMA

ABORDAGEM MA-

ÇÔNICA - Irmão Danilo

Bruno Louro de Oliveira

- Pág. 3 a 6

2

S ESSÕES DE INSTRU-

ÇÃO - Irmão José

Carlos de Araújo Pág.6 e 7

3

U MA CARTA DE MA-

ÇOM PARA SEU

FILHO - Autor desconheci-

do - Colabora Irmão José

Airton de Carvalho - Pág. 7

4

D úvidas de um Apren-

diz Maçom - Irmão

Charles Evaldo Boller

- Pág. 8 a 11

5

Nesta edição:

À GLÓRIA DO GA DU

Fundada em 19 de novembro de 1995

Especiais: Chico Social Reflexões Conhecimento Notícias Rapidinhas

"Alguns ouvem com as orelhas, outros com o estômago,

outros ainda com o bolso e há aqueles que não ouvem

absolutamente nada". (Kalil Gibran)

Página 2

Informativo

CHICO DA BOTICA

ojá Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas

CONHECIMENTO: Comunicado:

Data: 4 de julho de 2018 Assunto: Jerônimo Borges foi ao Oriente Eterno Partiu hoje ao Oriente Eterno nosso Mestre "Jerônimo Bor-ges" ! ... Triste sim, por não tê-lo mais aqui com seus ensinamentos, com seu carisma de um Grande Mes-tre, com quem aprendi muito, a quem tenho a mais profunda Gra-tidão mas, conformado com a decisão do GADU, que o Criou e nos deu o privilégio de sermos seu contemporâneo, levando-o ao Oriente Eterno, onde, por cer-to, terá lugar de destaque entre os espíritos evoluídos, e descan-sado, seguir sua obra ... Segue seu caminho Amado Irmão Jerô-nimo , com nossa eterna gratidão e admiração, com a Graça do Grande Arquiteto do Universo !!!!

Fraternalmente e consternado Ir:. Adilson Zotovici

Obs.: Irmão Jerônimo Borges cri-ador e editor por muitos anos do Informativo JB News e Membro Correspondente da Chico da Boti-ca, nossa homenagem.

SONETOS DE 4ª FEIRA Adilson Zotovici

ARLS Chequer Nassif-169

JERÔNIMO, RICO DIAMANTE !

Rogamos ao Grande Arquiteto

Conduzi o irmão viajante

Ao Eterno Oriente com afeto

Que aqui o tornou tão brilhante

De glórias seu curso é repleto

Nas sendas do bem atuante

Entre os iguais, o predileto

Em nossa memória...marcante

Seguindo infinito projeto

Levará sua obra adiante

Um Templo de amor tão concreto

Brilhará qual estrela, distante

Rica pedra, irmão mui dileto

Jerônimo...rico diamante !

” FRATERNIDADE na FRATER-

NIDADE “

Liberdade e igualdade ...

Da tríade que tem magia

Que vinda de muita ansiedade

Hoje de paz e nossa guia !

Por ela e com equidade,

Com empenho e sabedoria

Levamos à humanidade

Concórdia, amor e alegria

Mas, resta o terceiro em verdade

Abrangente na confraria

De tolerância e bondade

Usado com tenacidade

Na acepção, dia a dia,

O verbete “ Fraternidade “ !

E AGORA ?

Após tanto desbastado

Do meio dia à aurora

De neófito ao mestrado

Paira a pergunta;... e agora ?

Quiçá mesmo embaraçado

Que não questionado outrora

Inda que me empenhado

Para chegar essa hora

Disse um mestre calejado

Que nos serve de escora

Algo bem apropriado:

Segue em frente, sem demora,

Que eterno o aprendizado,

Serve o saber que te aflora !

GRATIDÃO

Há o tempo da ansiedade

Também da inebriacão

Tempo de curiosidade

Como o de transformação

Tempo de ambiguidade

E também o da criação

Por vezes o da saudade

Da grande realização

Mas há algo na irmandade

Que não suplanta a razão

Do Ser Interior unidade

Que vem desde a iniciação

Ao Grande Arquiteto em verdade

Perene e eterna Gratidão !

AGOSTO

- Ir.·. Efetivo:

12 - João Lauro Desidério Alves

- IIr.·. Correspondentes:

13 - Luis Arthur Aveline de

Oliveira

27 - Claiton Ghiggi

31 - Henrique de Santana

Aos Aniversariantes!

Nossas Felicitações!!!

Página 3 Informativo CHICO DA BOTICA

- Ano 14 Edição 123 - 31 Jul 2018 - ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas

INTRODUÇÃO

Apesar de a corrupção frequentar diuturnamente nos-

sos jornais e noticiários, é salutar que iniciemos nossa dis-

sertação conceituando-a para um melhor entendimento do

tema.

Corrupção é o efeito ou ato de corromper alguém ou

algo, com a finalidade de obter vantagens em relação aos

outros por meios considerados ilegais ou ilícitos.

Etimologicamente, o termo "corrupção" surgiu a partir

do latim corruptus, que significa o "ato de quebrar aos pe-

daços", ou seja, decompor e deteriorar algo.

Como Maçons, Pedreiros Livres e Construtores Sociais,

devemos, em toda e qualquer oportunidade, manifestarmo-

nos fervorosamente e de maneira atuante contra qualquer

tipo de corrupção, pois os ensinamentos transmitidos em

nossos rituais são frontalmente contrários a qualquer tipo

de desvio ou malfeito, portanto, não coadunam com cor-

rupção em qualquer nível.

Isto porque, apesar de ser confortável limitarmos os

corruptos à classe política, não devemos olvidar as

“pequenas” corrupções diárias que assolam nossa comuni-

dade e contribuem para esse sentimento generalizado de

impunidade e obtenção de vantagens sem considerar a

ética, moral ou mesmo a honestidade.

Apesar de clichê devemos lembrar que furar filas, em-

bolsar o troco entregue erroneamente a maior, desrespei-

tar as leis de trânsito, enfim levar vantagem sempre que

possível contribui para uma viciosa cultura na qual nosso

País está imerso. Atitudes estas que reverberam para os

desvios de milhões que frequentam diariamente os jornais

e chocam a população que não percebe que dos malfeitos

diários e “tolerados” surgem as quadrilhas e os grandes

desvios.

Assim, o Maçom deve policiar seu comportamento nas

mínimas ações diárias, ressaltando que agindo assim seus

efeitos e consequências perpassarão sua individualidade e

contribuirão para uma substancial melhora do ambiente

que nos cerca; imaginemos quão maravilhosa seria uma

Loja Maçônica modificando toda uma cidade e, quiçá, uma

Obediência modificando todo um Estado, até mudarmos a

cultura de nossa Nação, tão necessitada de bons exem-

plos.

Apesar de aparentemente difícil, não devemos olvidar

que as evoluções são sempre precedidas de árduos sacri-

fícios, estes necessitam de lideranças que tirem do papel

e do mundo das ideias os anseios de toda uma sociedade

oprimida e carente de recursos básicos como saúde, edu-

cação e segurança que não são satisfatoriamente ofereci-

dos porque são desviados nos grandes esquemas de cor-

rupção.

Também a Maçonaria é chamada a servir de exemplo

concreto e tangível de comportamento justo e decoroso,

ético e moral no tocante à administração pública, isto por-

que seus Membros são reconhecidamente destacados na

sociedade não por ostentação ou opulência material, mas

por serem retos e honestos, características essas tão es-

cassas em nossa sociedade hodierna.

Para essa nobre missão, a Maçonaria reúne predica-

dos importantes que auxiliam sobremaneira este papel de

destaque, pois reúne Obreiros capacitados em diversas

áreas que potencializam enormemente essas habilidades

ao iniciar em Graus ricos em ensinamentos de todas as

matizes: filosóficos, éticos, morais, espirituais... Iniciações

estas que somadas ao quanto vivenciados em nossa vida

profana nos credenciam a ser protagonistas dessa emprei-

tada.

Também possui a tolerância como sua base, aceitando

membros com pensamentos, opiniões e conceitos mais

diversos, mas mantendo uma unidade básica de crenças,

condutas e costumes que contribuem para o ingresso de

homens conscientes de seu papel social e engajados em

se tornar melhores para buscar a felicidade da humanida-

de, que passa ao largo de todo e qualquer malfeito, de

toda e qualquer corrupção.

Difícil? O Labor Maçônico nunca deve ser fácil ou con-

veniente, devemos sempre nos espelhar em nossos ante-

cessores que conseguiram modificar um status quo rei-

nante para inspirarmos até os dias atuais.

CORRUPÇÃO

Analisando o conceito de corrupção acima descrito,

percebemos que sua origem etimológica remonta ao ato

de “decompor e deteriorar algo”. Ou seja, temos uma situ-

ação ou algum bem material que contém virtudes aptas a

CORRUPÇÃO: UMA ABORDAGEM MAÇÔNICA

*Irmão Danilo Bruno Louro de Oliveira

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Informativo CHICO DA BOTICA

- Ano 14 Edição 123 - 31 Jul 2018 -

ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas

servir à população, porém estas são desvirtuadas para

beneficiar apenas um particular, sempre em detrimento do

coletivo ocorrendo, assim, a famigerada corrupção.

Conforme descrito acima, o ato corruptor envolve vá-

rias pessoas, classicamente definidas como corruptor e

corrompido.

O corruptor seria quem, conscientemente, propõe al-

guma ilegalidade para benefício próprio ou de terceiros,

podendo ser dinheiro, favores ou qualquer vantagem in-

devida.

Já o corrompido seria aquele que aceita consciente-

mente essas vantagens indevidas para proporcionar o

benefício, ressaltando-se que esta aceitação ocorre com

consciência de infração legal.

Ressalte-se que nosso Código Penal possui um Título

apenas para tipificar os Crimes contra a Administração

Pública, possuindo exatamente sessenta e quatro (64)

delitos tipificados.

Por tudo quanto expostos, percebe-se que a corrupção

passa, necessariamente, pela primazia dos interesses

individuais ante os coletivos, pois quando consideramos

nossas necessidades superiores às do nosso meio; quan-

do acreditamos que devemos ser satisfeitos antes e me-

lhor que nossos semelhantes; quando temos certeza que

o feito comumente às escondidas passa a ser o correto

apoiado na imunidade; estaremos, então, contribuindo

para degradação de nosso interior, de nosso meio, de

nosso País.

Esta atitude é ainda mais perversa porque a prática da

corrupção impacta, principalmente, a camada mais pobre

da população, as pessoas que possuem maior dependên-

cia dos serviços públicos, restando cruelmente desassisti-

das ante o monumental desvio de verba pública, carentes

de serviços básicos como infraestrutura, saúde, educa-

ção, previdência, moradia, entre outros. Isto porque os

recursos existem e até são alocados, porém escorrem

pelas negociatas e propinas, chegando apenas uma pe-

quena parte ao destino final.

Quando a corrupção é a “pequena” do dia a dia, ocorre

a perenização dos maus costumes, o fortalecimento da

impunidade e a degradação ética e moral que tanto nos

aflige e deve ser o campo do bom combate da Maçonaria,

que embasada nas atitudes e exemplos de seus membros

pode modificar esse difícil cenário que enfrentamos hodier-

namente.

Como preceitua Hermes Trimegisto em seu Segundo

Princípio, o da Correspondência, “O que está em cima é

como o que está em baixo, e o que está embaixo é como o

que está em cima”. Assim, os malefícios do “pequeno” des-

vio, do “mínimo” malfeito, da “comum” propina são como o

“grande” escândalo, os “bilhões” desviados, as “milhares”

de vítimas do precário sistema de saúde.

Como Maçons, é nosso dever o diuturno combate a es-

sa postura, para que essa correspondência perniciosa e

viciosa seja substituída por virtude e evolução.

ATUAÇÃO MAÇÔNICA

Sabemos que a Maçonaria é uma associação discreta,

universalmente difundida que adota, dentre outros princí-

pios, os da Fraternidade, Filantropia e Difusão de conheci-

mento. A iniciação de novos membros é sempre ritualística,

com grande carga onde a moral, a fraternidade e a retidão

são valorizadas e incentivadas.

A Maçonaria não é religião ou seita religiosa, embora o

ateísmo seja impedimento para iniciação, pois os Maçons

professam a crença em um Ser Criador, estando o Maçom

livre para praticar a religião que melhor se coaduna com

seus princípios ou mesmo não professar qualquer religião,

mas ter em seu coração e mente a certeza de um Princípio

Criador.

Como dito acima, a Maçonaria aceita o praticante de

toda e qualquer religião, característica esta que permite a

conhecida longevidade e a ampla difusão da Ordem Maçô-

nica nos mais variados Países com a complexidade e quan-

tidade de costumes tão diversos que encontramos hoje em

nosso planeta.

Tal característica também reafirma a importância e o

respeito que goza a Maçonaria ante tantos cenários de into-

lerância, perseguição e discriminação religiosa que, infeliz-

mente, ainda estampam as manchetes.

Por tudo quanto explanado e consciente da necessidade

de diuturno combate contra a corrupção e da responsabili-

dade de todo e qualquer cidadão o fazer, a Maçonaria tem

papel preponderante no combate a este terrível mal que

assola todos os setores de nossa sociedade.

O Maçom não pode ser corruptor, não pode sequer con-

siderar situações onde o desrespeito à legislação, a moral

Cont.: CORRUPÇÃO: UMA ABORDAGEM MAÇÔNICA

Página 5

Informativo CHICO DA BOTICA

- Ano 14 Edição 123 - 31 Jul 2018 -

ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas

e/ou a ética seria a resposta; deve pagar seus impostos

com honestidade; deve respeitar diligentemente as leis do

País; deve ser um exemplo em seu ambiente de comporta-

mento probo e honesto; deve refutar qualquer oportunida-

de de oferecer qualquer vantagem indevida para obter be-

nefício próprio.

O Maçom não pode ser corrompido, devendo ter cons-

ciência das nefastas consequências do recebimento de

qualquer vantagem mediante corrupção; Deve considerar

a cultura de impunidade que impera por conta das

“pequenas” corrupções diárias e que possuem o desidera-

to de influenciar o pensamento e os costumes de toda uma

nação; Deve considerar o status de “terceiro mundo” im-

posto a nossa grande Nação, farta de recursos naturais e

humanos, mas vítima da malversação destes que são des-

viados para o proveito de poucos enquanto grande parcela

da sociedade enfrenta necessidades básicas.

Agindo dessa maneira, o Maçom torna-se um exemplo

próximo e tangível da possibilidade de manter uma postura

honesta e decente em meio as constantes notícias de des-

caminho e malfeitos, agindo assim de maneira coletiva, a

Loja Maçônica e, quiçá, as Grandes Lojas e Grandes Ori-

entes podem liderar uma mudança tão buscada por todas

as parcelas de nossa Nação, pode mostrar que a probida-

de e o reto proceder não devem ser exceções, mas a re-

gra do convívio social para que todos sejam beneficiados.

Tal pensamento não destoa do quanto ensinado nos

Templos Maçônicos, para que nossa missão de tornar feliz

a humanidade seja plenamente alcançada, as atitudes

elencadas acima devem ser corriqueiras para todos os

Obreiros, pois devemos ser a mudança que queremos,

devemos carregar a herança virtuosa da Maçonaria e ex-

pandi-la com orgulho e diligência.

Agindo assim, certamente poderemos nos felicitar por

ter combatido o bom combate, por ter colaborado para um

País mais decente, probo e honesto.

ATITUDES SUGERIDAS

A publicação desta Obra pelo Grande Oriente do Brasil

– Minas Gerais é um grande exemplo de atuação Maçôni-

ca no combate a corrupção, pois fomentar o estudo e a

discussão sobre esse importante tema apoiando-se no

amplo campo de trabalho e estudo os Obreiros da Maço-

naria, a diversidade de textos e ideias contribuirá, sobre-

maneira, para o amadurecimento desta discussão que se

tornou importantíssima.

Campanhas capitaneadas por Obediências e Lojas tam-

bém possuem o desiderato de amenizar os malefícios da

corrupção: Projetos de Lei; Palestras acerca do tema;

Campanhas de Conscientização; Visitas a Escolas, todas

essas atividades estão sendo realizadas em vários Estados

e nos alegra saber que a Maçonaria continua atuante e

profícua, sempre combatendo as mazelas que impedem

um justo e perfeito crescimento social.

O trabalho com as Ordens Para Maçônicas também é

essencial, inculcar valores éticos e morais, reforçar os ma-

lefícios de todo e qualquer atitude corrupta ou corruptora

são deveres dos Maçons que trabalham com a juventude;

desse labor depende uma formação sólida e virtuosa que

colaborará de maneira efetiva para evolução constante da

juventude que, não custa repetir, será o futuro do País.

Como acima explanado e reforçado, o campo de atua-

ção Maçônica é amplo e abarca os interesses e áreas de

atuação e/ou estudo de todos os Irmãos, assim sendo, to-

dos são chamados a contribuir para o combate a corrupção

e as melhoras instantâneas advindas de uma melhor cons-

ciência pessoal e coletiva que advirá dessa evolução moral

e ética da sociedade.

Isto porque a Ordem Maçônica carrega um legado virtu-

oso de combate pelo avanço da sociedade, possuindo ca-

ráter visionário e progressista expressamente previsto em

Rituais e essencial ao próprio labor Maçônico. Consideran-

do essa rica história, esse pujante presente e este virtuoso

futuro, mais uma vez os Maçons são chamados a sua dig-

na missão: Tornar Feliz a Humanidade.

E para conseguir esse intento, necessária é a extirpa-

ção desse mal chamado de corrupção que assola nosso

ambiente e impede a plena realização do ser humano e,

logicamente, da sociedade.

CONCLUSÃO

Após produzir essa peça de arquitetura pude refletir

ainda mais sobre esse importante tema, avançando além

das conversas rotineiras e ideias pré-concebidas pude re-

fletir acerca de minha diuturna atuação como cidadão e

compará-la com o que desejo, e o que desejam de mim,

como Maçom.

Cont.: CORRUPÇÃO: UMA ABORDAGEM MAÇÔNICA

Página 6

Informativo CHICO DA BOTICA

- Ano 14 Edição 123 - 31 Jul 2018 -

ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas

Tive certeza do muito que preciso avançar para alcançar

a tão desejada perfeição, tive que aceitar o pouco que sei e

tenho a transmitir ante o quanto tenho a aprender e absor-

ver; Que pouco tenho a mostrar de exemplo ante seres ilu-

minados que me rodeiam e teimam a inspirar-me e conce-

der-me com exemplos abnegados a esperança em dias

melhores.

Mas essa é a função da Maçonaria, fazer-nos melhores,

contribuir para nossa evolução, despertar em nós uma apu-

rada consciência para que possamos retribuir reverberar e

contribuição para a missão maçônica por excelência: Tor-

nar feliz a humanidade.

Missão essa que rechaça qualquer modalidade de cor-

rupção, visto ser incompatível com o bem-estar da popula-

ção e servir apenas a poucos em detrimento da grande par-

cela da população que clama por melhores serviços, que

clama por atendimento digno, justiça e direitos mínimos.

A missão é árdua, porém devemos honrar o nome e his-

tória de nossa instituição e efetivamente, fazermos a dife-

rença ante nossa necessitada sociedade.

Cont.: CORRUPÇÃO: UMA ABORDAGEM MAÇÔNICA

As instruções Maçônicas do Grande Oriente do Paraná

(COMAB) podem ser também, analisadas sob o enfoque de

três vertentes: de planejamento administrativo da Loja, das

Sessões Ordinárias Ritualísticas e de alternativas estratégi-

cas para Sessão de Instrução.

É também obrigação da Loja, dedicar todo empenho à

instrução e ao aperfeiçoamento moral e intelectual dos

membros de seu Quadro, realizando Sessões de Instrução

sobre Historia, Legislação Maçônicas, Simbologia e Filosofia

Maçônicas, sem prejuízo de outros temas.

Compete aos Vigilantes instruírem os Maçons de suas

respectivas Colunas, ou ainda por um irmão que o Venerá-

vel Mestre indicar, conforme seus conhecimentos maçôni-

cos.

Também, tanto o Aprendiz quanto o Companheiro so-

mente serão colados, nos respectivos Graus superiores, se

tiverem frequentado, no mínimo, uma porcentagem das

Sessões Ordinárias de sua Loja, fazer um mínimo de

visitas em outras Lojas, apresentar trabalhos do respecti-

vo Grau e responder um questionário, submetido pelos

irmãos Venerável Mestre os Vigilantes, Orador e Secre-

tário, além do interstício.

Articuladores maçônicos tem-se manifestado a res-

peito do Tempo de Estudos. Dentre os mais recentes

consta (Oliveira - 2006), que mencionou: Conveniente

seria a supressão na sequência da Sessão Simbólica do

trabalho de assuntos administrativos, para a franca per-

missibilidade do alargamento e do aprofundamento do

ensino e do aprendizado maçônico, e bem poderia isso

ser efetivado por especial e modificadora projeção legis-

lativa.

Em uma determinada Loja, um irmão fez uma pes-

quisa sobre duração das Sessões no Grau de Aprendiz,

terem cerca de 2 horas, o Tempo de Estudos 20 minutos

(17%) e os assuntos administrativos e ritualístico 01 hora

e 40 minutos (83%). Estas médias resultaram de tempos

aferidos por irmãos Maçons da Loja durante 10 Sessões.

As Sessões Ordinárias duram em torno de duas

horas, e os períodos de estudos ou de instrução, quando

utilizados, duram de cinco a quinze minutos. Como capa-

citar em tempo tão exíguo? Se um irmão apresenta um

Trabalho mais elaborado, a insatisfação é notória, sob a

alegação que vai atrapalhar o andamento da Sessão,

“vai atrapalhar o Ágape” (Coelho 2008).

Cursos sobre Maçonaria estão sendo realizados em

Lojas, nas Obediências e nas Universidades. Nestas,

teses sobre maçonologia são defendidas em Cursos de

Pós-Graduação, na Universidade de Campinas, nas fe-

derais de Minas Gerais, de Juiz de Fora, do Rio de Ja-

neiro e do Rio Grande do Sul.

Toda Loja Maçônica, além do que prevê o Ritual,

deve organizar um currículo, dispor de uma política pe-

dagógica, fazendo valer a função de escola do conheci-

mento; Schüler (2007).

Disciplinas universitárias maçonológicas foram mi-

nistradas no Brasil. A primeira delas consta do GUIA A-

CADÊMICO 1983, parte V – Estudos Interdisciplinares,

da Universidade de Caxias do Sul. O Dr. Mário Gardelin,

Vice-Reitor desta instituição, lecionou no primeiro se-

mestre daquele ano “A Maçonaria na História do Brasil”.

Também, na Pontifícia Universidade do Rio Grande

do Sul (PUC – RS- Porto Alegre) estavam sendo minis-

SESSÕES DE INSTRUÇÃO

*Irmão José Carlos de Araújo

Cont.: SESSÕES DE INSTRUÇÃO

Página 7

Informativo CHICO DA BOTICA

- Ano 14 Edição 123 - 31 Jul 2018 -

ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas

tradas disciplinas maçonológica (Benimelli e Alberto,

1991).

Em São Paulo – SP, Torloni (1987) propõe a criação

de um Conselho Pedagógico dos Mestres Maçons para

que, uma vez por semana, Mestres deste Conselho minis-

trem aulas de um programa previamente elaborado para

Aprendizes e Companheiros.

Recentemente foi realizado em Curitiba – PR, o SE-

MAC 2012, Seminário de Aprendizes e Companheiros, é

apresentado vários trabalhos de diversas Lojas, previa-

mente estabelecidas uma oportunidade ideal para que os

irmãos questionem e deem sua opinião sobre uma visão

prática e aplicada dos ensinamentos da Sublime Ordem.

Lamentavelmente este ano não comparecemos, no

SEMAC do ano 2010, a Loja Renovação Londrinense 141

– Londrina – PR, participaram com um trabalho sobre o

Rito Brasileiro.

As Lojas como Escolas do Conhecimento, devem ter

cursos embasados no aperfeiçoamento moral e intelectual

dos Obreiros, estes se constituiriam em um contingente de

formadores de opiniões.

Capacitar os homens a se auto lapidarem, a verda-

deira missão Maçônica, não é simplesmente ensinar os

homens sobre moral, política, sociologia ou qualquer ou-

tra ciência, mas ensinar-lhes antes de tudo a aprender

sozinho, ensinar-lhes que eles precisam aprender a apren-

der, ou seja, a se auto aprimorar com o objetivo de pode-

rem ser assentados com perfeição, como pedras bem es-

quadrejadas e polidas, no edifício social em construção.

*Irmão José Carlos de Araújo - Lojas Pesquisa

Brasil 45/Renovação Londrinense 141 - Oriente de Londri-

na - PR.

Obs.: (enviado por E mail em 02 de maio de 2013)

Bibliografia:

Planejamento Estratégico para Reuniões Maçônicas.

Editora A Trolha, Londrina 2012.

Constituição do Grande Oriente do Paraná. Confede-

ração Maçônica do Brasil (COMAB), Curitiba – PR.

Coelho, Gilmar Hiron. O despertar maçônico. O Pru-

mo, Florianópolis, 2008.

Schüler, Ilson Carlos. O projeto político pedagógico

na Maçonaria. 2ª parte. O Prumo, Florianópolis.

Meu Filho.

Quando você parar de me contar – como ainda você faz –

as suas brincadeiras e as suas coisas pessoais; quando vo-

cê não tiver mais medo da “escuridão” e decidir abrir, final-

mente, as páginas desses livros desconhecidos que hoje

você somente olha, talvez mal ajeitados, na estante do meu

escritório, e que conservo com muito carinho; quando for

adulto, aproxime-se desses senhores que hoje você acha

misteriosos e que, se bem não te desagradam, te merecem

tão somente certa indiferença.

Procura essas pessoas que, frequentemente, me ligam ou

me visitam e com quem compartilho algumas horas, a cada

semana, nesses dias que você me vê chegar mais tarde em

casa. Sim, procura esses homens que a sociedade identifica

como “Os Maçons” e que eu chamo, orgulhosamente de,

“Meus Irmãos”. Tantas vezes você os viu e ouviu que, prova-

velmente, já conheça todos eles.

A maioria são jovens; alguns, homens maduros; e outros,

com as suas testas coroadas por cabelos grisalhos, do mes-

mo jeito que algumas montanhas mostram seus cumes, co-

bertos pelo branco da neve. Mas todos eles me permitiram

beber da fonte da sabedoria.

Todos, por igual, abriram seus peitos como se abre uma

cesta para receber as confidências, a alegria, os infortúnios e

decepções, os projetos e as ilusões do melhor amigo.

Sim, procura essas pessoas, sem importar o longo cami-

nho a ser percorrido, nem quantos os obstáculos que devam

ser vencidos.

Decidido a procurá-los, o Ser Supremo vai lhe mostrar o

caminho. E quando souber o que é que eles fazem, como

pensam e o que pretendem, desde que o seu espírito esteja

satisfeito, e achadas todas as suas respostas, junte-se a eles

e siga-os. Mas, se mesmo depois de analisar os seus princí-

pios, as suas dúvidas continuarem sem resposta, então, meu

Filho, saia do caminho, com a decência de um homem bem

nascido.

Se eu ainda for vivo, baterei palmas à sua decisão, a acei-

tarei, pois você terá estudado antes de definir e porque con-

seguiu analisar a sua escolha, ou seja, terá decidido por vo-

cê mesmo, após ter pensado e raciocinado.

E, caso eu tiver passado para o Oriente Eterno, vou pedir

ao Grande Arquiteto do Universo para enfeitar a sua vida

com os atributos que sempre procurei para você e que, Ma-

çom ou não, o Mundo lhe reconheça como sendo um homem

honesto, virtuoso, justo, respeitável, oposto a todo gênero de

opressão e com um profundo amor pela humanidade.

Seu Pai é Maçom com muita Honra...

(Desconheço autor) E-mail 31 de dezembro 2017

Cont.: SESSÕES DE INSTRUÇÃO

UMA CARTA DE MAÇOM PARA SEU FILHO

Colaboração Irmão José Airton de Carvalho

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Informativo CHICO DA BOTICA

- Ano 14 Edição 123 - 31 Jul 2018 -

ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas

1 - Aonde começou a Maçonaria, foi no Egito?

Existem registros que existiram organizações de pe-

dreiros desde tempos imemoriais, inclusive especulações

que tenha existido uma no Jardim do Éden, mas associar

isto com Maçonaria não passa de fantasia de escritores de

ficção bem criativos. Sem fatos e dados documentais não

se valida a história do homem, mesmo que esta sempre

sofra um pouco da influência do historiador, por mais técni-

co que seja.

Por conta de historiadores, técnicos sérios, chegaram

até nossos dias informações e fatos, devidamente compro-

vados, que a ordem maçônica vem se desenvolvendo a

partir de grupos profissionais que trabalhavam com a pe-

dra, pedreiros, organizados em entidades semelhantes aos

atuais sindicatos.

O século das luzes, 1650-1750, foi o berço da Maço-

naria - o resto é lenda, meras conjecturas ou considera-

ções românticas. O Egito possuía cabedal na construção

da pedra, haja vista as grandes obras que chegaram até

nossos dias, mas de forma alguma é origem da Maçonaria.

2 - Os rituais são os mesmos em todas as Lojas

Maçônicas. Se não, por quê?

Os rituais deveriam ser todos iguais, mas não são.

Faz tempo que tentam unificar os rituais das grandes lojas

do Brasil e nenhum é igual ao outro. Há quem diga serem

diferenças de pequena importância, mas independente do

que se caracterize diferença os rituais não são os mesmos,

idênticos.

Acima de qualquer discussão que os homens do alto

escalão façam, nem aqui cabe criticar algo que está vincu-

lado à vontade e limitações das relações exteriores entre

as obediências, vale considerar que aos dirigentes é dado

criar potências, lojas, mas nunca alterar ritos com tradição

histórica e esparsos pelo mundo. Como funciona a socie-

dade, assim funciona a Maçonaria, ela é o reflexo da socie-

dade humana em constantes convulsões em busca de en-

tendimento e equilíbrio; nunca perfeição ou igualdade.

A perfeição é um ideal, sonho, meta. Igualdade nunca

existiu ou existirá; observe-se como o laboratório de socie-

dade igualitária da Maçonaria é composto pela desigualda-

de em muitos sentidos. Diferenças sempre existirão porque

é assim que caminha a humanidade. No Universo rege a

diferença e não a igualdade, tudo muda assim como nunca

é possível vadear o mesmo rio em tempos diferentes. Se

tão somente o homem mudar para melhor já é de grande

valia, e se para isto os rituais forem diferentes, mas efici-

entes, quer bem maior?

O importante é que mesmo com rituais, homens e

ideologias diferentes se construa futuro promissor e feliz

para a sociedade humana.

3 - Porque existe a Grande Loja do Paraná e o

Grande Oriente do Paraná?

Existem em cada estado da federação diferentes

grandes lojas e grandes orientes, às quais se denomina

obediência, diversificação existente pela mesma razão

que existem dentro de uma universidade ou num shopping

center diversos departamentos.

A Maçonaria é um sistema de aprimoramento do ho-

mem. Não é escola, religião, universidade, muito menos

shopping center. Todos os clientes das diversas obediên-

cias buscam o mesmo alimento: melhorar sua condição

humana. Mesmo com todas as diferenças vigentes no le-

que de interesses, a Maçonaria mantém uniformidade de

pretensão no objetivo de: ao mudar o homem muda-se a

sociedade para melhor; cria-se plêiade de homens de es-

col para, na diversidade e complexidade crescentes, focar

a sociedade em direção a evolução e conscientização na-

tural.

Atente-se que as separações ocorrem por questões

de opinião, filosofia e não em face de crimes e imoralida-

des. Numa separação de loja ou oriente, mesmo que a

motivação não seja lá muito fraterna, resultado de sede de

poder ou vaidade, a cada divisão o sistema da Maçonaria

fica mais forte porque continuará albergando pessoas nor-

mais, diferentes, com todos os seus defeitos e virtudes;

que possuam em si, de forma latente, a motivação de me-

lhorarem sua condição humana, de se auto-educarem pe-

lo sistema natural da Maçonaria.

4 - É a maçonaria aceita em todos os países do

mundo?

Não! Ela não é aceita ou desejada. É tolerada em

alguns países e combatida em outros, mas nunca aceita.

Isto é devido ao fato dela ter segredos, ser discreta. Fo-

menta o livre pensamento, a liberdade de culto e de ex-

pressão e a maioria dos regimes existentes por aí não

combinam com estas diretrizes. Muito perseguida pelos

poderes políticos mancomunados com a ICAR, Igreja Ca-

tólica Apostólica Romana, a qual através de seus líderes e

ao longo dos tempos nunca compreendeu que a Maçona-

Dúvidas de um Aprendiz Maçom

*Irmão Charles Evaldo Boller

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Informativo CHICO DA BOTICA

- Ano 14 Edição 123 - 31 Jul 2018 -

ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas

ria está comprometida com o estabelecimento da liberdade

do homem em todas as instancias e nunca teve a preten-

são de substituí-la como religião.

Diversas bulas de Papas proscreveram a Maçonaria.

Entretanto, os piores inimigos da Maçonaria nasceram em

seu seio, irmãos perjuros que divulgaram supostos segre-

dos com o vil objetivo de obter ganho financeiro, fama ou

poder em todas as suas formas.

As pessoas têm medo daquilo que desconhecem daí

a rejeição natural ao desconhecido e velado. Isto numa

primeira instância. São os déspotas que mais temem a

ação dos maçons, porque contra eles não existe lei que os

impeçam de agir. Sempre foi assim. Como o perigo emana

do maçom e não da ordem maçônica que os organiza e

possibilita desenvolverem em pensamento, os extremistas

matam maçons pelo perigo que representam como ho-

mens que possuem língua e mente treinada para se opor a

todas as formas de escravidão e obscurantismo.

Governos e religiões desejam escravos, servos, e o

maçom diligente é livre pensador. O homem que pensa e

age conforme dita seu intelecto é temido, um terror para os

déspotas.

5 - Porque a maçonaria não aceita a mulher como

membro da Ordem?

Porque é especificação da lei básica da ordem maçô-

nica: os landmarks. A Maçonaria encontra-se engessada

pelas leis herdadas das Guildas, sindicatos de profissionais

da pedra da Idade Média, conhecidos como maçons opera-

tivos. As "Old Charges", leis dos maçons operativos, traba-

lhadores dos antigos canteiros de obra foram usadas para

a construção da estrutura legal e organizacional dos ma-

çons especulativos da Maçonaria hodierna.

Na época, 1650-1750, a mulher não trabalhava nos

canteiros de obra e por motivos óbvios os aleijados tam-

bém não. Hoje aquela realidade social pode até ser questi-

onada porque se vive em tempos onde a mulher, antes

tratada como patrimônio, com auxílio da Maçonaria, obteve

igualdade de tratamento perante a lei. Adicionalmente, a

tecnologia permite a vida quase normal de pessoas que

possuem limitações em virtude de traumatismos ou doen-

ças degenerativas.

Para ser reconhecida como regular uma loja maçônica

deve aderir ao que estabelece a obediência a que ela se

submete. No entanto, nada a impede de submeter-se a

outra obediência que segue outras leis fundamentais, só

que então ela perde reconhecimento e regularidade de

parte da Maçonaria Universal.

6 - Como um aprendiz maçom deve praticar a Ma-

çonaria?

Procurando absorver o máximo de conhecimento pa-

ra formar a base de seu templo interno de virtudes que o

farão cidadão melhor. A Maçonaria provoca o maçom a

usar de seu livre arbítrio e mudar a si mesmo, e com isto,

de forma indireta, muda-se a sociedade. Deve trabalhar os

aspectos materiais desta construção, pois nos graus se-

guintes, com auxílio das ferramentas simbólicas do grau

de aprendiz maçom, lapidará esta base filosófica em ou-

tros aspectos, entre eles destaca-se a espiritualidade.

Pelo conhecimento o maçom constrói pensamento

que prima pela redução de dogmas, incremento da morali-

dade e defesa da evolução. Pelo amor desenvolve tolerân-

cia onde abre a mente para realizar a caminhada simbóli-

ca para a perfeição, a despeito da natural imperfeição hu-

mana que lhe é característica. É uma viagem simbólica

por uma escada que conduz: da escuridão a luz; do oci-

dente ao oriente; da materialidade a espiritualidade; do

esquadro ao compasso.

O objetivo deve consistir em desenvolver-se em sa-

bedoria tendo por alicerce virtudes que de sua parte estão

apoiadas em: conhecimento, amor e ação. O maçom não

absorve a educação natural para tornar-se pomba de ter-

nura, que vive de elogios mútuos e cócegas aos ouvidos,

ele é uma cobra peçonhenta contra toda e qualquer ação

que vilipendie o homem.

Por força de seus estudos e convivência constrói per-

sonalidade evoluída, um cavaleiro armado com sua língua,

a espada da palavra e protegido com o escudo do pensa-

mento livre de crendices.

7 - Por que razão o numero três é o mais impor-

tante dos números?

Nenhum número é mais importante que o outro. To-

dos têm atributos e interpretações simbólicas importantes.

Destacar um número, que é apenas uma ideia, um símbo-

lo, não tem significado lógico.

Atribuir maior ou menor importância a um símbolo

não tem nexo. Senão, quem tem mais importância, um

triângulo ou um quadrado? O símbolo "1" tem menor valor

que o "3", mas nenhum deles é mais importante que o ou-

tro. Um dos significados filosóficos do número 1 é a causa

primeira do Universo, o Grande Arquiteto do Universo e

nem por isso é este símbolo o mais importante. O número

"3" é filosoficamente a representação da harmonia, do

mundo divino, da eternidade, do Universo, e intelectual-

mente considerado a riqueza espiritual, mas isto não faz

Cont.: Dúvidas de um Aprendiz Maçom

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Informativo CHICO DA BOTICA

- Ano 14 Edição 123 - 31 Jul 2018 -

ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas

dele o mais importante, antes o subordina ao "1", sem o

qual o "3" nem existiria.

8 - Quais as virtudes que a Maçonaria acredita se-

rem as mais importantes para um Maçom?

Todas são importantes se consideradas a partir da

disposição de comportamento adquirida por meio da vonta-

de e do hábito, e que se caracteriza por buscar o equilíbrio,

a justa medida na experiência dos afetos, em oposição a

paixões extremas e descontroladas. Masmorras aos vícios

e templos às virtudes, diz a sabedoria maçônica.

9 - Como Aprendiz Maçom o que devo estudar pa-

ra compreender melhor o que é a Ordem Maçônica?

Deve estudar a si mesmo. O "conhece-te a ti mesmo",

de Sócrates. Todo o resto é automaticamente acrescenta-

do. Existe aquele que assume ar de intelectual, procura

exibir um repertório cultural acima dos outros; é vaidade.

Tem aquele que exige dos outros cidadãos, ou da própria

Maçonaria, como instituição, façam alguma coisa enquanto

ele não faz nada; é terceirização.

A ação maçônica está edificada sobre a mudança do

indivíduo. A Maçonaria provoca o homem, tira-o da zona

de conforto e leva-o a lapidar a pedra por toda a sua exis-

tência biológica. O obreiro só compreende o que é a ordem

maçônica pela convivência. Esta convivência não significa

aderir a todas as festas e atividades sociais do grupo, mas

a de não faltar às atividades litúrgicas de sua loja. É pouco,

ou um quase nada de novo, o que seja possível ensinar ao

maçom. A maior parte do conhecimento já está no cérebro

das pessoas.

O que ocorre é o homem mudar a si mesmo pela auto

-educação quando devidamente provocado para tal pela

força que emana do grupo social com o qual convive. Tan-

to o aprendiz como o mestre maçom são iguais no que diz

respeito ao conhecimento.

O que um irmão colado no grau 33 do Rito Escocês

Antigo e Aceito possui não é mais conhecimento, é mais

experiência e sabedoria em resultado do investimento que

fez em si próprio, entretanto, isto não significa nada para

os outros que o rodeiam, apenas tem valor para ele pró-

prio. É por isso que a Maçonaria ensaia uma sociedade

igualitária - maçons são iguais respeitando rigorosamente

suas diferenças. Todos os iniciados já têm muitos conheci-

mentos antes de entrarem na Maçonaria. O que o sistema

da ordem maçônica faz é a promoção da auto-educação,

um processo natural de aprendizagem que nada tem de

especial ou sofisticado.

Parte-se do princípio que é impossível educar al-

guém. Em virtude da manifestação do livre arbítrio só exis-

te auto-educação. E como a Maçonaria promove a liberda-

de com responsabilidade em todas as suas formas, então

nunca comprimiria os maçons numa mesma forma ideoló-

gica. Os resultados bem sucedidos têm origem no trabalho

persistente em si mesmo, dentro e fora dos templos da

Maçonaria. Toda vez que o maçom participa de uma ses-

são onde são tratados assuntos que o humanizam, seja

ordinária ou magna, esta convivência transforma seu co-

nhecimento a priori em valores e conhecimentos novos.

Só vale para o individuo.

É só observar que a cada iniciação, mesmo que já se

tenha participado dela em vezes anteriores, adquirem-se

outros significados a cada nova participação. Os símbolos

e o ritual são os mesmos, mas a interpretação e aplicação

dos mesmos são dinâmicas com o passar do tempo e em

resultado da convivência.

10 - Qual a importância das três grandes colunas

e por quê?

Sabedoria é o resultado do trabalhar inteligente em

si mesmo para o bem. São objetivo e resultado das ativi-

dades desenvolvidas dentro da ordem maçônica. É a luz

do conhecimento que o profano vem implorar às portas do

templo e a Maçonaria lhe concede mediante a aplicação

de seu sistema, basta perseverar. É a atuação do pensa-

mento no fomento da liberdade universal do homem. É o

cimento que une amor, conhecimento e ação.

Força é a energia necessária para colocar em ação

todo o conhecimento. De nada adianta inteligência e es-

perteza sem atuação da força para colocar decisões proa-

tivas em ação. Proativas porque o maçom trabalha seu

futuro, o presente passa num piscar de olhos e o passado

é história. O tempero para a ação é o amor fraterno, aque-

le que desarma a todos e faculta pelo livre arbítrio a vida

em paz no Universo. Amor é a força, a energia dinâmica

por detrás da ação que visa prever problemas futuros, a

única solução para todos os problemas que assolam as

relações do homem com seus iguais e a natureza. É a

capacidade de produzir trabalho bom, liberada de uma

semente que brota no coração, cresce no intelecto e frutifi-

ca em forma de felicidade para todos os tripulantes desta

nave espacial chamada Terra.

Beleza torna atrativa toda ação do homem em si

mesmo e na natureza. Mesmo que o círculo perfeito exista

apenas na mente do homem, as tentativas de reproduzi-lo

com perfeição e nas mais diferentes formas demonstram a

Cont.: Dúvidas de um Aprendiz Maçom

Templo : Leonello Paulo Paludo

Centro Templário - 3º andar

Rua Aureliano de Figueiredo Pinto, 945

Dia da Oficina: 3º Sábado de cada mês

Hora: 10:00 h

AUG :. RESP :. LOJ :.

“FRANCISCO XAVIER FERREIRA

DE PESQUISAS MAÇÔNICAS”

JURISDICIONADA AO GORGS

Página 11 Informativo CHICO DA BOTICA

- Ano 14 Edição 123 - 31 Jul 2018 -

Informativo Virtual Destaca:

Organização

Mês de agosto : Agosto, do latim augustus, é o oitavo mês do calen-

dário gregoriano. É assim chamado por decreto em honra do impe-

rador César Augusto. Antes dessa mudança, agosto era denominado

Sextilis ou Sextil, visto que era o sexto mês no calendário de Rômulo

Segundo Domingo de Agosto: Dia dos Pais; - Dia 20 - Dia do Maçom

NOTÍCIAS RAPIDINHAS DA CHICO

1. REUNIÃO DA CHICO DA BOTICA No mês de julho, dia 16, ocorreu a tradi-cional reunião da Loja “Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas”, tendo por local o Templo Leonello Paulo Paludo, Centro Templário - 3º andar, na Rua Aure-liano de Figueiredo Pinto, 945, como de costume no terceiro sábado, as 10:00h. Ainda na ausência, por motivo de via-gem de estudos do Venerável Mestre Afrâ-nio Marques Correa, a reunião transcor-reu tendo por pauta assuntos administrati-vos sob a Presidência do Irmão 1º Vig. Francisco Roberto de Oliveira, e onde os Mestre, se reencontraram num fraternal convívio. A alegria do encontro teve tam-bém por mote, o retorno no Venerável Ir-mão Afrânio previsto para o próximo mês de agosto. Assuntos diversos tratados ainda leva-ram a discussão sobre o momento atual em que vive a Maçonaria no Brasil e a pró-pria situação difícil por que passa o país, com a proximidade das eleições, nos ní-veis estaduais e federal. 2. PUBLICAÇÕES NA CHICO DA BOTI-

CA - Contatar:

- Marco Antonio Perottoni: e-mail: marcoape-

[email protected] - Artêmio Gelci Hoffmann: e-mail: [email protected]

Obs.: textos publicados são de inteira responsabilidade dos seus autores

busca da perfeição. É com a beleza no intelecto do homem que este al-

cança a perfeição que lhe é negada na convivência. Ao estudar a evolução

aprende-se que para aproximar-se da verdade o homem deve abandonar

sua ideologia de perfeição e aceitar toda a criação como resultado de pro-

cessos imperfeitos, de falhas da natureza que provocaram mudanças, até

chegar ao estágio atual. Todas as criaturas imersas na biosfera são resul-

tado de imperfeição, acidentes, mutações. O Universo é resultado de im-

perfeições, de desequilíbrios - equilíbrio é inatividade e esta é característi-

ca da morte. As criaturas são produto de assimetrias nas entrelinhas do

código oculto da Natureza. E se o Grande Arquiteto do Universo usa da

imperfeição para evoluir suas criaturas, porque o homem não usa deste

mesmo expediente para gerar beleza a partir do disforme, irregular e tos-

co? A natureza demonstra que da imperfeição aflora a perfeição. A Maço-

naria é uma sociedade de homens imperfeitos em busca da perfeição,

mesmo que o maçom nunca a alcance o que vale é fazer tudo tendendo

para a perfeição. A beleza é importante pelo fato de, mesmo usando da

imperfeição, a natureza é bela e fulgurante quando retrata a intenção e o

resultado perfeitos dos projetos do Grande Arquiteto do Universo.

*Charles Evaldo Boller - ARLS “Apóstolo da Caridade, 21”. Grande

Loja do Paraná

Bibliografia:

ALMEIDA, João Ferreira de, Bíblia Sagrada, ISBN 978-85-311-1134-1, Soci-

edade Bíblica do Brasil, 1268 páginas, Barueri, 2009.

COSTA, Cristina, Sociologia, Introdução à Ciência da Sociedade, ISBN 85-

16-04810-1, 3ª edição, Editora Moderna Ltda., 416 páginas, São Paulo, 2005.

FERREIRA, Antônio do Carmo, A Função do Maçom na Sociedade, ISBN

978-85-7252-272-4, 1ª edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 148 páginas,

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GERAIS, Grande Loja de Minas, Antigas Constituições, 36 páginas, Belo

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GLEISER, Marcelo, Criação Imperfeita, ISBN 978-85-01-08977-7, 1ª edição,

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ISRAEL, Jonathan I., Iluminismo Radical a Filosofia e a Construção da Mo-

dernidade 1650-1750, Radical Enlighttenment, Philosofy, Making of Modernity,

1650-1750, tradução: Cláudio Blanc, ISBN 978-85-370-0432-6, 1ª edição, Ma-

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PORTO, A. Campos, A Igreja Católica e a Maçonaria, 3ª edição, Editora Au-

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RODRIGUES, Raimundo, Cartilha do Rito Escocês, ISBN 978-85-7252-276-

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ROHDEN, Humberto, Educação do Homem Integral, 1ª edição, Martin Cla-

ret, 140 páginas, São Paulo, 2007.

Cont.: Dúvidas de um Aprendiz Maçom

"É muito mais fácil reconhecer o erro

do que encontrar a verdade; aquele está

na superfície e por isso é fácil erradicá-

lo; esta repousa no fundo, e não é qual-

quer um que pode investigá-la.”

(GOETHE)