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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO A GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO EM CANTEIROS DE OBRAS. FELIPE DA SILVA COUTO FREIXAS 2020

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

A GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO EM CANTEIROS DE

OBRAS.

FELIPE DA SILVA COUTO FREIXAS

2020

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

A GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO EM CANTEIROS DE

OBRAS.

FELIPE DA SILVA COUTO FREIXAS

Projeto de Graduação apresentado ao curso

de Engenharia Civil da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro,

como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Engenheiro.

Orientador: Prof. Jorge dos Santos

Rio de Janeiro

Março de 2020

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A GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO EM CANTEIROS DE

OBRAS.

Felipe da Silva Couto Freixas

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO

DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinado por:

_________________________________________

Prof; Jorge dos Santos, D.Sc.

_________________________________________

Eng. Harley Alves da Mata Bacelar, M.Sc.

_________________________________________

Prof; Viktor Labuto Fragoso Sereno Ramos.

_________________________________________

Prof; Wilson Wanderley da Silva.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

MARÇO DE 2020

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Freixas, Felipe da Silva Couto

A Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho em

Canteiros de Obras/ Felipe da Silva Couto Freixas. – Rio

de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2020.

86 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Jorge dos Santos

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso

de Engenharia Civil, 2020.

Referências Bibliográficas: p. 75-86

1. Introdução 2. Segurança e Saúde Ocupacional 3. A

SSO e a Construção Civil 4. Requisitos Legais 5. Sistema

de Gestão com Base na NBR ISO 45001 6. Diretrizes para

a Implantação do SGSST em Canteiros de Obras 7.

Conclusão

I. Santos, J.; II. Universidade Federal do Rio de Janeiro,

Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III.

Engenheiro Civil

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por sempre me ajudar na caminhada, sempre me fortalecendo,

me fazendo sempre olhar para frente e para o alto e que não me deixou desanimar.

Agradeço meu pai Edson e minha mãe Andréa pelo auxílio, amor, incentivo e

criação que me deram. Obrigado por estarem sempre comigo, me ajudando a crescer e

buscar melhorar cada dia mais.

Agradeço a minha noiva Tiana pelos conselhos e incentivos dados na

caminhada, em que me ajudou a nunca desistir e sim evoluir cada vez mais.

Agradeço aos professores que me passaram conhecimento, em especial o Jorge

dos Santos no qual foi meu orientador nesse trabalho e me auxiliou muito nessa etapa

final.

Agradeço aos amigos que ganhei ao longo dessa caminhada, em que estudamos

juntos e passamos conhecimentos uns para os outros.

Agradeço minhas avós e familiares que torceram por mim.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

A GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO EM CANTEIROS DE

OBRAS.

Felipe da Silva Couto Freixas

Março de 2020

Orientador: Jorge dos Santos

Curso: Engenharia Civil

A indústria da construção civil possui uma elevada quantidade de acidentes

relacionados ao trabalho. Este fato decorre das peculiaridades do ambiente de trabalho

no qual a força de trabalho fica permanentemente exposta a riscos de segurança e saúde

ocupacional. Este aspecto somado a falta de sensibilidade com relação a segurança e

saúde do trabalho tanto por parte dos gestores como dos demais membros da equipe,

agrava sensivelmente o problema. Desta forma os equipamentos de proteção requeridos

são permanentemente não utilizados ou utilizados inadequadamente. É iminente a

importância de reduzir os riscos e os acidentes no canteiro de obra. Este trabalho

apresenta uma avaliação para obtenção de maior efetividade na medição e

monitoramento dos aspectos relativos a segurança e saúde ocupacionais, mediante a

implantação de sistema de gestão, através de diretrizes baseadas na NBR ISO 45001,

nas demais normas regulamentadoras, normas técnicas aplicáveis e referências

bibliográfica sobre saúde e segurança ocupacional relacionada ao canteiro de obra.

Palavras – chave: Gestão da Segurança e saúde; Segurança e saúde ocupacional;

Acidentes; Construção civil.

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Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Engineer.

MANAGEMENT OF WORK SAFETY AND HEALTH IN CONSTRUCTION SITES.

Felipe da Silva Couto Freixas

March 2020

Advisor: Jorge dos Santos

Course: Civil Engineering

The construction industry has a high number of work-related accidents. This fact stems

from the peculiarities of the work environment in which the workforce is permanently

exposed to occupational health and safety risks. This aspect, together with the lack of

sensitivity regarding occupational health and safety, both on the part of managers and

other team members, significantly aggravates the problem. In this way, the required

protective equipment is permanently unused or used improperly. The importance of

reducing risks and accidents at the construction site is imminent. This work presents an

evaluation to obtain greater effectiveness in the measurement and monitoring of aspects

related to occupational safety and health, through the implementation of a management

system, through guidelines based on NBR ISO 45001, in the other regulatory standards,

applicable technical standards and references bibliography on occupational health and

safety related to the construction site.

Keywords: Health and Safety Management; Occupational health and Safety; Accidents;

Civil Construction.

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SUMÁRIO

SUMÁRIO ..................................................................................................................................8

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 15

IMPORTÂNCIA DO TEMA ...................................................................................... 15

OBJETIVOS............................................................................................................... 16

JUSTIFICATIVA NA ESCOLHA DO TEMA ........................................................... 16

METODOLOGIA ...................................................................................................... 17

ESTRUTURA DA MONOGRAFIA .................................................................................... 17

2 SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL ................................................................. 18

CONCEITUAÇÃO .................................................................................................... 18

ASPECTOS HISTÓRICOS ........................................................................................ 20

LEGISLAÇÃO ........................................................................................................... 22

ESTATÍSTICAS DE ACIDENTES ............................................................................ 27

FISCALIZAÇÃO ....................................................................................................... 32

3 A SSO E A CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................................................... 35

CONSTRUÇÃO CIVIL.............................................................................................. 35

ESTATÍSTICAS DOS ACIDENTES NO SETOR DA CONSTRUÇÃO ................... 37

SSO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................................................... 39

DIFICULDADES NA APLICAÇÃO DO SGSST ...................................................... 41

4 REQUISITOS LEGAIS .................................................................................................. 43

ASPECTOS GERAIS ................................................................................................. 43

NORMA REGULAMENTADORA 18 ...................................................................... 44

4.2.1 ÁREAS DE VIVÊNCIA ................................................................................................. 45

4.2.2 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA .............................................................................. 46

4.2.3 TREINAMENTO ........................................................................................................... 46

4.2.4 ORDEM E LIMPEZA .................................................................................................... 47

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVO .......................... 48

5 SISTEMA DE GESTÃO COM BASE NA NBR ISO 45001 ......................................... 52

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ....................................... 52

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE PADRONIZAÇÃO ................................ 53

NORMA ISO 45001 ................................................................................................... 54

5.3.1 CONTEXTO DA ORGANIZAÇÃO .............................................................................. 56

5.3.2 LIDERANÇA ................................................................................................................. 56

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5.3.3 PLANEJAMENTO ......................................................................................................... 57

5.3.4 SUPORTE ...................................................................................................................... 58

5.3.5 OPERAÇÃO ................................................................................................................... 59

5.3.6 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO .............................................................................. 60

5.3.7 MELHORIA ................................................................................................................... 61

6 DIRETRIZES PARA A IMPLANTAÇÃO DE SGSST EM CANTEIROS DE

OBRAS ...................................................................................................................................... 62

ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS (APR) .......................................................... 62

FMEA......................................................................................................................... 64

5W2H ......................................................................................................................... 67

ANÁLISE SWOT ....................................................................................................... 68

MATRIZ GUT............................................................................................................ 70

7 CONCLUSÃO.................................................................................................................. 73

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 75

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Ciclo PDCA .................................................................................................... 19

Figura 2: Acidentes no decorrer dos anos ...................................................................... 27

Figura 3: Tipos de acidente 2017 ................................................................................... 28

Figura 4: Tipos de acidentes em 2018 ............................................................................ 29

Figura 5: Dano dos acidentes.......................................................................................... 30

Figura 6: Número de empresas de construção ................................................................ 36

Figura 7: Acidentes na ICC. ........................................................................................... 38

Figura 8: Exemplo de cores para capacetes .................................................................... 49

Figura 9: Conjunto de EPI’s ........................................................................................... 50

Figura 10: Placas de segurança ....................................................................................... 51

Figura 11: Placas EPC .................................................................................................... 51

Figura 12: Níveis de normalização ................................................................................. 53

Figura 13: Hierarquia de controle ................................................................................... 60

Figura 14: Exemplo de APR ........................................................................................... 64

Figura 15: Exemplo de FMEA ....................................................................................... 66

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: CNAE com maiores registros de acidentes do trabalho ................................. 31

Tabela 2: Auxílio doença por mais de 15 dias afastado ................................................. 31

Tabela 3: CNAEs MAIS FISCALIZADAS ................................................................... 33

Tabela 4: Auxílio doença na ICC em 2018 .................................................................... 39

Tabela 5: Matriz de categoria de riscos .......................................................................... 64

Tabela 6: Diretrizes de classificação da FMEA ............................................................. 66

Tabela 7: Pontuação da gravidade .................................................................................. 70

Tabela 8: Pontuação da urgência .................................................................................... 71

Tabela 9: Pontuação da tendência .................................................................................. 71

Tabela 10: Matriz GUT .................................................................................................. 72

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Danos e possibilidade .................................................................................... 23

Quadro 2: Classificação das CNAEs .............................................................................. 38

Quadro 3: Cores dos EPC ............................................................................................... 51

Quadro 4: Modelo esquemático da análise de SWOT .................................................... 69

Quadro 5: Exemplo de SWOT preenchida ..................................................................... 70

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABPA - Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes

AEAT – Anuário estatístico de acidentes do trabalho

AFT - Auditores Fiscais do Trabalho

APR – Análise Preliminar de Riscos

AT – Acidente de Trabalho

CAT - Comunicação de Acidentes do Trabalho

CIT - Conferência Internacional do Trabalho

CLT- Consolidação das Leis do Trabalho

CNAE – Classificações Nacional de Atividades Econômicas

ENIT - Escola Nacional da Inspeção do Trabalho

EPC – Equipamento de Proteção Coletivo

EPI – Equipamento de Proteção Individual

FMEA - Failure Mode and Effects Analysis

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICC - Indústria da Construção Civil

INSS - Instituto Nacional do Seguro Social

ISO – Organização Internacional de Padronização

NBR – Norma Brasileira Regulamentadora

NPR - Número Prioritário de Riscos

NR - Normas Regulamentadoras

OIT - Organização Internacional do Trabalho

ONU - Organização das Nações Unidas

PDCA - Planejar, Fazer, Checar e Agir.

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PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

SGSST - Sistema de Gestão de Segurança e Saúde do Trabalhador

SIT - Secretaria de Inspeção do Trabalho

SSO - Segurança e Saúde Ocupacional

SST - Segurança e Saúde do Trabalhador

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1 INTRODUÇÃO

IMPORTÂNCIA DO TEMA

No decorrer da história a construção civil vem protegendo o ser humano das

mudanças climáticas e dos ataques de animais. Ela também ajuda com obras que tem o

intuito de passar por obstáculos cada vez maiores, como a criação de pontes e túneis e

possui obras para a melhoria do saneamento básico e consequentemente da saúde do ser

humano. Essas são algumas das melhorias que a construção civil trouxe para contribuir

na evolução da sociedade, e com isso essa área vem recebendo cada vez mais

investimentos. A indústria da construção civil (ICC) tem grande influência na economia

do país e é considerada por muitos “o termômetro da economia”, porque quando ela está

em alta a economia avança e gera muitos empregos de forma direta e indiretamente.

Esses empregos estão situados em diversas áreas como, na indústria siderúrgica, de

cimento, madeira, vidro, entre outras, devido ela atuar em diversas áreas de

infraestrutura utilizando diversos tipos de materiais e equipamentos. (PEROBELLI

2016).

Por outro lado, a construção civil possui uma elevada quantidade de registros

referente a acidentes e problemas relacionados a saúde do trabalhador. (NASCIMENTO

2018). Ela requer muito esforço físico e concentração para executar suas tarefas,

gerando esforços repetitivos, uso de materiais pesados, trabalhos em lugares altos com

risco de queda e administração de máquinas com alta periculosidade. Alguns motivos de

acidentes podem estar relacionados a urgência durante a execução de uma tarefa, pois o

cronograma pode estar atrasado, pouco treinamento sobre os riscos nas tarefas

executadas no canteiro de obra e a falta da conscientização para o uso correto de

equipamento de proteção individual. (SILVEIRA 2005).

Segundo a ISO 45001, o sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho

permite prever os riscos, em cada etapa dos serviços, e evitar que eles aconteçam,

fornecendo um ambiente de trabalho seguro, evitando lesões e problemas relacionados a

saúde do trabalhador. Esse sistema contribui para a continuidade dos serviços e deve ser

encarado como um investimento para combater os riscos e não como um custo a mais

no orçamento da obra. Para se ter um desempenho satisfatório, todas as pessoas

envolvidas na execução de uma tarefa (desde as pessoas que executam até a alta

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16

direção), devem ter um compromisso e responsabilidade no cumprimento da utilização

dos equipamentos de proteção e respeitar as informações geradas pelo responsável da

segurança do trabalhador. A comunicação entre as pessoas deve existir com frequência

e a aplicação do conceito PDCA (Planejar, Fazer, Checar e Agir) para se obter uma

melhoria contínua. (ABNT 2018).

OBJETIVOS

A segurança e saúde do trabalhador (SST), se tornou indispensável para as

empresas de diversos ramos. Pensando no bem-estar do trabalhador foram criadas, leis e

regulamentos para mitigar ou neutralizar os riscos contidos na execução das tarefas e no

ambiente laboral. As leis, métodos, ferramentas e instrumentos que auxiliam na

segurança e saúde ocupacional (SSO), estão em constante evolução à medida que são

aplicadas. (ROJAS 2015).

Este trabalho tem como objetivo uma avaliação de como se obter uma maior

efetividade na medição e monitoramento dos aspectos relativos à segurança e saúde no

trabalho, mediante a implantação de um sistema de gestão. Foi analisado como um

sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho é importante para a redução dos

riscos, fornecendo um ambiente de trabalho seguro e com continuidade na execução dos

serviços. (ABNT, 2018).

O risco é um problema bem difícil de se resolver pois o que deve ser analisado é a

possibilidade de ocorrer. É essencial que todos os trabalhadores tenham o entendimento

e a compreensão sobre os riscos das tarefas que serão executadas. Isso ajuda no combate

ao acidente de trabalho, pois os riscos serão gerenciados melhor. (ASSI 2019).

Com o objetivo de facilitar a aplicação de um SGSST, alguns métodos foram

analisados para as etapas de melhoria contínua (PDCA). Com esses métodos, busca-se

obter maior efetividade na implantação de um sistema de gestão ou melhorar o SGSST

da empresa.

JUSTIFICATIVA NA ESCOLHA DO TEMA

Analisando os riscos com antecedência, muitos dos acidentes poderiam ser

evitados com a implementação de uma gestão de segurança e saúde do trabalho.

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17

Somente o cumprimento das normas não garante a total segurança do trabalhador,

cabendo toda a equipe que aplicará essa gestão, avaliar os riscos separadamente de cada

tarefa e ambiente do canteiro de obra. Todo funcionário quer trabalhar em um ambiente

cada vez mais seguro e com menos acidentes. Nesse trabalho se justifica a importância

da aplicação da gestão da segurança e saúde do trabalho, para o melhor desempenho do

funcionário e a diminuição dos acidentes relacionados a construção civil.

Para esse gerenciamento de riscos dar certo, é necessário auxiliar, preservar a

motivação dos trabalhadores, observar, exigir o comprometimento, treinar, melhorar a

comunicação, qualificar os trabalhadores, obter a participação de todos. Existem

diversas ferramentas e métodos para auxiliar nesse gerenciamento e com isso conseguir

fazer um ótimo planejamento, prevendo os riscos com antecedência. (DAYCHOUW

2007).

METODOLOGIA

Foi utilizado neste trabalho revisão bibliográfica de artigos, livros, normas,

dissertações de mestrado, teses de doutorado e análise dos dados de acidentes

relacionados a indústria da construção civil.

ESTRUTURA DA MONOGRAFIA

No capítulo 2 é feita a conceituação das palavras saúde e segurança, fala sobre

os aspectos históricos, legislação, algumas estatísticas e a fiscalização de SSO.

No capítulo 3 é desenvolvida a relação da segurança e saúde ocupacional com a

construção civil, falando sobre as dificuldades do setor.

O capítulo 4 é sobre os requisitos legais e a NR 18 que foi desenvolvida

pensando na ICC.

No capítulo 5 é apresentado o sistema de gestão tomando como referência a

NBR ISO 45001, falando sobre cada tópico da norma.

No capítulo 6 são descritos os métodos para a implantação de um SGSST e

como se obter uma melhor efetividade.

No capítulo 7 é feita a conclusão do autor sobre a pesquisa que foi realizada.

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18

2 SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL

CONCEITUAÇÃO

A definição de saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1948, foi:

“Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e

não apenas a ausência de doença.”

Saúde engloba o funcionamento do corpo humano de forma genética, o meio

ambiente em que a pessoa está inserida, os hábitos e costumes inseridos na rotina e a

devida assistência à saúde recebida pelo indivíduo. (SCLIAR 2007).

De acordo com o artigo 19 da Lei 8.213/91, acidente de trabalho é quando o

trabalhador se lesiona enquanto está executando uma tarefa relacionada à empresa,

podendo ser em caráter permanente, temporário ou até o falecimento do mesmo.

Nesta mesma Lei 8.213/91 o artigo 20 considera como doença ocupacional aquela

que ocorre em consequência da realização do trabalho e é considerada como doença

do trabalho que ocorre devido as condições para a realização do trabalho. No artigo

21 é considerado acidentes de trabalho aquele acidente em que auxilia diretamente

na ocorrência da morte, de prejuízo em sua capacidade ou lesão que necessita de

acompanhamento médico, acidente que ocorreu no ambiente de trabalho e no

horário do mesmo. (BRASIL 1991)

Segundo o ministério do trabalho, também era considerado acidentes de

trabalho, quando o trabalhador sofre acidente no decorrer do trajeto a serviço da

empresa e doenças desencadeadas devido ao risco ou precariedade no local onde a

atividade está sendo executada. De acordo com a Fundacentro (2020) os acidentes

de trajeto, não serão mais considerados acidentes de trabalho a partir dos dados de

2019.

No dicionário, o significado de segurança é:

“Situação do que está seguro; afastamento de todo perigo; certeza;

confiança; firmeza.”

Analisando os termos saúde e segurança, Benite (2004) fez uma conexão e

estabeleceu uma definição para segurança e saúde no trabalho em que o indivíduo

deve permanecer em um ambiente de trabalho seguro, afastado do perigo e livre de

danos e riscos, assim garantindo o bem-estar físico, mental e social.

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19

Segundo a NBR ISO 45001-18, perigo é uma circunstância que pode causar

danos, lesões e doenças prejudicando a saúde do trabalhador, é algo concreto e o

risco é incerto, tem possibilidade de ocorrer, gerando desvios do objetivo planejado

e podendo ocasionar algum perigo a saúde do trabalhador. (ABNT 2018).

É importante identificar os riscos e perigos, fazendo uma inspeção do ambiente

de trabalho, analisando as medidas preventivas a serem adotadas buscando mitigar

os acidentes, lesões e as doenças ocupacionais. Melhorar continuamente as

condições de trabalho sendo rigoroso com a gestão da segurança do trabalho,

aumenta a produtividade pois diminui as ausências e as interrupções na execução da

tarefa. (QUELHAS 2006).

Figura 1: Ciclo PDCA

Fonte: ABNT 2018, adaptado pelo autor

O ciclo PDCA, conforme indicado na figura 1, é um processo usado pelas

organizações buscando sempre uma melhoria contínua e nesse caso é aplicado no

sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho. A letra P quer dizer Plan, que é

traduzido como planejar, e nessa etapa a organização deve determinar e avaliar os

riscos e perigos do seu ambiente de trabalho, e depois planejar os métodos

necessários para mitigar esses riscos e perigos aplicando o sistema de gestão da

segurança e saúde do trabalho. A letra D quer dizer Do, que é traduzido como fazer,

Definir metas

e métodos

para atingir.

Educar, treinar

e executar.

Checar os

resultados.

Agir

corrigindo.

PLAN

DO CHECK

ACT

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20

e nessa etapa será implantado os métodos como planejado antecipadamente. A letra

C quer dizer Check, que é traduzido como checar, nesta etapa deve – se monitorar e

medir o que foi executado, relatando os resultados. A letra A quer dizer Act, que é

traduzido como agir, nesta etapa será tomada decisões para melhorar o desempenho

da gestão. (ABNT 2018).

ASPECTOS HISTÓRICOS

Segundo Cruz (1998), quatro séculos A.C. os médicos já analisavam alguns

sintomas nas pessoas que poderiam estar relacionados ao trabalho e alguns cuidados

foram tomados pensando na prevenção dessas doenças. Hipócratis aconselhou

limpar o local após o trabalho, usar equipamento de proteção como as máscaras

pois, foram notadas algumas anomalias na saúde do trabalhador. Platão analisou

doenças no esqueleto de trabalhadores que executavam determinadas tarefas.

Plínio, o velho (naturalista Romano no século 1 d.c.), analisou doenças

pulmonares sofridas por mineradores que manuseavam chumbo, zinco e enxofre e

recomendou máscaras protetoras feitas de bexiga de carneiro para mitigar a inalação

das partículas. Cláudio Galeno, médico grego (século 2 d.c.), analisou os

trabalhadores das minas de chumbo da bacia do mediterrâneo e verificou doenças

como por exemplo o saturnismo. Avicena (908 – 1037) explicou que o saturnismo

estava relacionado as tintas com base de chumbo. (CRUZ 1998 apud CRUZ

1996)(PINTO 2017)(PEREIRA 2015).

Ao utilizar ferramentas para trabalhar, automaticamente a raça humana começou

a tomar alguns cuidados pois os acidentes poderiam ser fatais, colocando em risco a

existência de sua espécie. (FREITAS 2016).

George Bauer publicou no ano de 1556 em latim um livro denominado De re

metallica, analisando os motivos que algumas doenças poderiam estar relacionadas

as condições de trabalho e citou como exemplo os trabalhadores das minas pois eles

possuíam uma doença respiratória que provavelmente estava ligada a extração dos

minerais. Anos depois, surgiu uma monografia que analisava o trabalho com as

doenças. O médico Bernardino Ramazzini, que é conhecido como o pai da

medicina, em 1700 publicou um livro denominado De morbis artificium diatriba

com os trabalhos e as doenças que eles poderiam estar acarretando. Como alguns

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21

trabalhos eram realizados por uma quantidade pequena de mão de obra com poucos

relatos de acidentes, não se obteve avanços consideráveis. (BITENCOURT

1998).(PEREIRA 2015).

Com a revolução industrial e o surgimento da máquina a vapor, ocorreu

consideravelmente um aumento nos acidentes relacionados a trabalho devido à falta

de treinamento e capacidade de algumas pessoas para trabalhar no ramo industrial.

(BITENCOURT 1998). (PEREIRA 2015).

As indústrias eram instaladas em galpões em péssimas condições e com o

começo da linha de montagem, a segurança e saúde do trabalhador pouco importava

pois tinha uma longa jornada de trabalho e em ambientes precários o que era

prejudicial à saúde. Com isso em 1802 surgiu na Inglaterra a “Lei de Saúde e Moral

dos Aprendizes” que limitava para doze horas a carga diária de trabalho e ordenava

que os locais de trabalho tivessem uma ventilação adequada. (PEREIRA 2015).

Em 1833 foi instaurada uma lei que limitava ainda mais a carga horária,

restringindo agora uma carga máxima diária e semanalmente. Ela instaurou uma

idade mínima para o trabalho e com algumas restrições para menores de dezoito

anos. O exercício da medicina do trabalho nasceu em 1834 com o médico Robert

Baker recomendando constantes visitas nas indústrias. Na Alemanha foi

estabelecida uma lei em que obrigou os donos a indenizar os trabalhadores pelos

acidentes ocorridos em sua indústria. (PINTO 2017).

Engel Dolfus com intuito de mitigar os acidentes de trabalho, criou uma

associação para prevenção de acidentes e proteger os trabalhadores do perigo. Após

surgiram outras associações sendo propagada pela Europa. Aos poucos o direito

trabalhista foi ganhando força e as normas começaram a serem instaladas em

constituições, assim como foi no México, que impôs um descanso semanal, uma

jornada máxima de 8 horas e 7 horas para noturno, 6 horas para menores de 16 anos

e não permitia menores de 12 anos trabalhar. (CRUZ 1998).

Logo após a primeira guerra mundial, as nações vitoriosas, assinaram o Tratado

de Versalhes e criaram, em 1919, a Organização Internacional do Trabalho (OIT)

com o objetivo de garantir a paz e garantir condições melhores de trabalho. Em

1945, após a segunda guerra mundial surgiu a Organização das Nações Unidas

(ONU) e incorporou a OIT como integrante. A OIT consiste em uma estrutura com

as organizações sindicais, patronais e dos governos membros, assim elaboram

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normas internacionais do trabalho para garantir o direito dos trabalhadores e a

justiça social universal. (ALVARENGA 2007).

No Brasil, em 1934, foi criada uma lei (Decreto 24.637) com o objetivo de

melhorar a condição de trabalho e prevenir acidentes. (BITENCOURT 1998). A

fundação da Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes (ABPA) foi criada

pelo setor privado, sem fins lucrativos, e a após foram criadas outras associações

com o intuito de pesquisar e discutir melhorias para a prevenção de acidentes.

(MORAES 2009).

Nos Estados Unidos, nasceram as primeiras normas regulamentadoras com a

edição do Occupational Safety and Health Act, que estabelecia requisitos mínimos

para a segurança do trabalhador. (PEREIRA 2015).(MORAES 2009).

Algumas normas regulamentadoras (NR), no Brasil, foram usadas em 1978 no

qual informam um conjunto de requisitos obrigatórios e procedimentos de como

uma empresa deve agir referentes a segurança e saúde do trabalhador.

(BITENCOURT 1998).

LEGISLAÇÃO

De acordo com o Ministério do Trabalho, a segurança e saúde no trabalho da

empresa tem que estar em conformidade com o Decreto-Lei 5452/1943 (CLT) e as

normas regulamentadoras (NR). O órgão nacional é responsável por coordenar,

instruir, controlar e supervisionar a fiscalização, compete as delegacias regionais do

trabalho fiscalizar se as empresas estão cumprindo as normas, se não, emitir

punições. Em um SGSST, é fundamental cumprir a legislação, municipal, estadual

ou federal, com isso é imprescindível a aplicação das Normas Regulamentadoras,

pois são obrigatórias. (BENATTI 2019).

Segundo o site da OIT Brasília, a OIT é responsável pela criação, aceitação,

cumprimento e efetivação das normas internacionais do trabalho. A OIT faz esse

desenvolvimento na Conferência Internacional do Trabalho (CIT) com seus Estados

membros, em que se reúnem no mês de junho, em Genebra que é localizada na

Suíça. Lá os representantes expressam suas opiniões e votam para a elaboração das

normas e sua aceitação internacionalmente. (OIT et al ILO 2020).

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As normas são documentos que fornecem medidas mínimas que serão

instauradas com o intuito de resolver ou resguardar de possíveis problemas. Assim

essas normas garantem a qualidade, segurança, confiança, conformidade, favorece o

mercado internacional e normalizações para soluções de problemas. (ABNT 2014).

De acordo com a escola nacional da inspeção do trabalho (ENIT 2019), as NR’s

possuem obrigações a serem obedecidas pelos trabalhadores e empregadores. As

normas são feitas e reformuladas pelo sistema tripartite paritário do ministério do

trabalho.

As normas regulamentadoras que devem ser seguidas são: (BRASIL 2020).

A NR 1 tem como objetivo: informar a obrigatoriedade do cumprimento das

normas relativas à segurança e saúde no trabalho, as competências da secretaria do

trabalho em promover campanhas, supervisionar, coordenar. Essa norma também

informa os direitos e deveres tanto do trabalhador quanto do empregador, que este

deve fornecer treinamentos e capacitar conforme as NRs.

A NR 2 foi revogada no dia 30 de julho de 2019, mas falava sobre inspeção

prévia, que o estabelecimento deveria solicitar antes de começar a funcionar.

A NR 3 é a norma do embargo e interdição, essa norma foi atualizada em

setembro de 2019 e essa atualização entrou em vigor dia 22 de janeiro de 2020. A

atualização traz tópicos como caracterização do grave e iminente risco e requisitos

de embargo e interdição. O auditor fiscal irá analisar os riscos com o grau do dano à

saúde que pode causar e o grau da possibilidade de acontecer, como demonstrada no

quadro 1:

Dano Possibilidade

Nenhuma Sem lesão Rara Incomum

Leve Lesão de no

máximo 15 dias

Remota Pouco provável

Significativa Lesão temporária

mais de 15 dias

Possível Pode ocorrer

Severa Lesão permanente Provável Alta chance de

ocorrer

Morte Óbito

Quadro 1: Danos e possibilidade

Fonte: BRASIL 2020, adaptado pelo autor.

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A NR 4 é sobre o dimensionamento dos serviços especializados em engenharia

de segurança e em medicina do trabalho e informa as condições que devem ser

observadas para a necessidade de implantação desse serviço.

A NR 5 é a norma da comissão interna de prevenção de acidentes (CIPA). A

CIPA aborda a relação entre o trabalhador e o ambiente de trabalho, buscando

manter o trabalhador com a saúde preservada, sem ocorrência de acidentes e com

melhores condições de trabalho. Essa norma tem quadros para o dimensionamento

dos membros da comissão, que é composta por representantes das empresas e dos

trabalhadores.

A NR 6 é a norma dos equipamentos de proteção individual (EPI), que informa a

obrigatoriedade da empresa no fornecimento do mesmo e as responsabilidades das

empresas e dos trabalhadores para o uso do EPI.

A NR 7 tem como objetivo: informar os parâmetros mínimos e a obrigatoriedade

do programa de controle médico de saúde ocupacional.

A NR 8 informa os requisitos mínimos nas edificações como o do pé direito, da

circulação e de proteção contra intempéries.

A NR 9 é sobre o programa de prevenção de riscos ambientais (PPRA), que

busca preservar os trabalhadores com uma avaliação antecipada dos riscos

ambientais e proteger o meio ambiente e os recursos naturais. A empresa é

responsável, mas deve possuir a colaboração dos trabalhadores.

A NR 10 fornece os requisitos e condições mínimas para prevenir os riscos e

garantir a segurança do trabalhador que instalem ou executam serviços de

eletricidade, direta ou indiretamente.

Na NR 11, tem os requisitos de segurança e saúde do trabalhador que executam

atividades relacionadas à transporte de sacas, movimentação de cargas,

armazenagem e manuseio de materiais.

A NR 12 é relacionada à segurança no trabalho em máquinas e equipamentos, e

fornece referências técnicas, requisitos mínimos e medidas de segurança para

mitigar os riscos de acidentes e problemas na saúde do trabalhador.

Na NR 13, tem as condições mínimas para garantir a segurança na instalação,

manutenção e utilização de caldeiras a vapor, vasos de pressão, tubulações e tanques

metálicos de armazenamento.

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A NR 14 é a norma de segurança do trabalhador na utilização de fornos, que

deve oferecer conforto aos trabalhadores e evitar o acúmulo de gases e temperaturas

acima do permitido.

A NR 15 tem como objetivo fornecer, em seus anexos, os limites de tolerância

para exposição do trabalhador em atividades e operações insalubres.

A NR 16 possui uma lista das atividades e operações consideradas perigosas, e

informa sobre um adicional de 30 % no salário do trabalhador, referente a atividade

exercida.

A NR 17 está relacionada a ergonomia no qual fornece medidas mínimas para

melhores condições de trabalho visando às particularidades psicofisiológicas dos

trabalhadores.

A NR 18 está relacionada às condições e meio ambiente de trabalho na indústria

da construção, estipulando orientações administrativa, de planejamento e de

organização.

A NR 19 tem como objetivo fornecer algumas recomendações sobre materiais

explosivos e os devidos cuidados que devem ser considerados como o transporte,

depósito e armazenagem.

A NR 20 determina parâmetros mínimos aplicáveis a extração, formação,

estocagem, transporte e manejo, visando a segurança e saúde no trabalho com

inflamáveis e combustíveis.

A NR 21 é referente ao trabalho a céu aberto e impõe a existência de abrigos que

protejam os trabalhadores contra intempéries.

A NR 22 tem como objetivo fornecer as diretrizes a serem analisadas no

ambiente de trabalho da mineração buscando obter a segurança e saúde do

trabalhador.

A NR 23 é a norma de segurança em casos de incêndio onde a empresa deve

informar para o trabalhador as medidas que devem ser tomadas em caso de

emergência.

A NR 24 tem como objetivo informar requisitos mínimos de higiene e conforto,

além do dimensionamento mínimo para as instalações sanitárias, alojamentos,

cozinhas, vestiários e refeitórios.

A NR 25 é referente a resíduos industriais, em que se aconselha a redução de

resíduos e informa que a empresa deve, em cada etapa, prevenir o trabalhador dos

riscos.

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A NR 26 é sobre sinalizações de segurança e informa sobre o uso de cores para a

indicar riscos, a importância de classificar e rotular os produtos e elementos.

Em maio de 2008 a NR 27 foi revogada e era sobre o registro profissional do

técnico de segurança do trabalho.

A NR 28 é a norma das fiscalizações e penalidades com graduação e valores das

multas que poderão ser aplicadas.

A NR 29 tem como objetivo a prevenção obrigatória dos riscos e saúde

ocupacional dos trabalhadores portuários.

A NR 30 tem como objetivo a prevenção obrigatória dos riscos e saúde

ocupacional dos trabalhadores aquaviários.

A NR 31 determina condições a serem analisadas de forma que a execução das

tarefas relacionadas a agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e

aquicultura sejam aplicadas com prevenção aos riscos à saúde do trabalhador e ao

meio ambiente.

A NR 32 determina requisitos mínimos para a prevenção dos riscos e da saúde

dos trabalhadores que prestam assistência à saúde da população.

A NR 33 tem como objetivo informar as exigências mínimas e a obrigatoriedade

da empresa em analisar, identificar e prevenir os riscos referentes aos espaços

confinados garantindo a segurança e saúde do trabalhador.

A NR 34 é para a indústria naval e determina as exigências mínimas necessárias

para a segurança e saúde do trabalhador.

A NR 35 fornece as exigências mínimas para garantir a segurança do trabalhador

que executa tarefas em altura, maior que 2 metros quando possui a possibilidade de

queda, e a obrigatoriedade dá empresa oferecer capacitação e treinamento.

A NR 36 tem como objetivo informar exigências mínimas de segurança para

mitigar os riscos com o trabalho em empresas de abate e processamento de carne e

derivados para o consumo humano, e informa medidas para garantir a saúde do

trabalhador.

A NR 37 fornece exigências mínimas para garantir a segurança e a saúde do

trabalhador em plataformas de petróleo não retirando as exigências de segurança

provenientes de outras normas.

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ESTATÍSTICAS DE ACIDENTES

De acordo com o anuário estatístico de acidentes do trabalho do ministério da

fazenda brasileiro, feito em 2017, são analisados acidentes registrados no INSS

(Instituto Nacional do Seguro Social) que é quando possui comunicação de acidentes

do trabalho (CAT) ou não, sem comunicação. (AEAT 2017). No início de fevereiro

de 2020, o ministério da economia apresentou à quantidade preliminar de acidentes

de trabalho referente ao ano de 2018. Conforme os dados apresentados na figura 2, o

número de acidentes estava diminuindo, porém, em 2018 se obteve um aumento em

relação ao ano anterior. (FUNDACENTRO 2020).

Os acidentes analisados são divididos em típico, proveniente da atividade

executada, trajeto, proveniente do circuito moradia – trabalho ou vice-versa, e

doenças do trabalho, que são doenças proveniente da atividade executada.

Figura 2: Acidentes no decorrer dos anos

Fonte: AEAT 2017 et al FUNDACENTRO 2020, adaptado pelo autor

Machado e Gomez fizeram, em 1994, uma análise com base em dados de

acidentes que ocorreram entre os anos de 1968 e 1991, e constataram que uma das

justificativas para a diminuição dos acidentes foi a implementação de uma gestão de

segurança e saúde do trabalho, pois seguiam as normas regulamentadoras e com

profissionais focados e preparados para analisar os riscos e mitigar os acidentes.

Nessa gestão, os profissionais atuam de forma a analisar todo o ambiente de

520000

540000

560000

580000

600000

620000

640000

2015 2016 2017 2018

Acidentes de Trabalho

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trabalho, listando áreas, operações e situações com potencial riscos de acidentes.

Após, adotam algumas medidas cabíveis para mitigar os riscos como melhorias nos

métodos de produção, recrutamento de outras empresas para executar determinadas

tarefas a fim de buscar auxílio na gestão da segurança com a empresa contratada

aplicando essa gestão em seus funcionários e nos ambientes de trabalho que a tarefa

de sua responsabilidade será executada, treinamentos constantes, fiscalizações

constantes das tarefas e aumento da manutenção de prevenção das máquinas e

equipamentos.

Figura 3: Tipos de acidente 2017

Fonte: AEAT 2018, adaptado pelo autor.

Segundo AEAT (2017), nem todas as empresas comunicam os acidentes de

trabalho (conforme é demonstrado na figura 3), não sendo registradas pelo INSS,

contudo só é identificada com o levantamento dos benefícios de acidentes do

trabalho concebíveis pelo INSS menos os benefícios com CAT, não sendo um dado

preciso.

TÍPICO61,28%

TRAJETO18,14%

DOENÇA 1,97%

SEM CAT18,61%

TIPOS DE ACIDENTES

TÍPICO

TRAJETO

DOENÇA

SEM CAT

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Figura 4: Tipos de acidentes em 2018

Fonte: AEAT 2018, adaptado pelo autor.

Fazendo uma comparação das figuras 3 e 4, verifica -se que os valores das

porcentagens dos gráficos estão próximos e que a quantidade de acidentes sem CAT

diminuiu no ano de 2018, apesar desse ano possuir um valor maior de acidentes do

que o ano anterior.

De acordo com a FUNDACENTRO 2020, para os dados de 2019, irão excluir os

acidentes de trajeto dos acidentes de trabalho.

As doenças relacionadas ao trabalho estão consideravelmente em menor número

em relação aos outros tipos de acidente. Isso pode ocorrer devido a investigação

sobre as doenças ocasionadas pelo trabalho não está sendo precisa ou não estão

declarando algumas doenças como oriundas do trabalho. (NOGUEIRA 1981).

TÍPICO62,45%

TRAJETO18,67%

DOENÇA 1,63%

SEM CAT17,25%

TIPOS DE ACIDENTES

TÍPICO

TRAJETO

DOENÇA

SEM CAT

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Figura 5: Dano dos acidentes.

Fonte: AEAT 2018, adaptado pelo autor.

Danos causados pelos acidentes podem gerar uma abstenção considerável na

empresa causando problemas como a redução da produção. Os problemas na

produção resultam em parâmetros negativos na questão da qualidade e na economia

da empresa. Devido a elevada concorrência do mercado de trabalho, as empresas

perdem produtividade e na capacidade de produção, por isso as causas dos acidentes

devem ser combatidas para diminuir a abstenção dos trabalhadores. (PENATTI

2006).

Segundo FUNDACENTRO (2020), as principais atividades que apresentaram

acidentes de trabalho, estão representadas na tabela 1.

CNAE 2018 PRINCIPAIS CNAE

8610 55.931 Atividades de atendimento hospitalar

4711 23.345 Comércio varejista

8411 17.452 Administração pública em geral

4930 13.261 Transporte de carga

1012 11.885 Abate de suínos em matadouros, frigoríficos

5310 10.672 Atividades de correio

5611 10.599 Alojamento e alimentação (bares, restaurantes, etc)

4120 9.291 Construção de edifícios

1011 8.416 Abates de reses (exceto suínos)

3811 7.655 Água, esgoto e atividades de resíduos

1071 6.082 Fabricação de açúcar

4921 5.936 Transporte rodoviário de passageiros

16,71%

60,98%

19,46%

2,50% 0,35%

DANO DOS ACIDENTES

ASSISTÊNCIA MÉDICA

MENOS DE 15 DIAS

MAIS DE 15 DIAS

INCAPACIDADEPERMANENTE

ÓBITO

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6422 5.289 Atividades financeiras

4744 5.233 Comércio varejista de ferragens

8630 4.862 Atividades ambulatoriais

........ ........ .........

TOTAL 576.951

Tabela 1: CNAE com maiores registros de acidentes do trabalho

Fonte: FUNDACENTRO 2020

De acordo com os dados da previdência social sobre à SSO, o auxílio doença

acidentário, é quando se possui relação do problema de saúde com o trabalho em

questão. Esse auxílio é entregue para aquele que ficar afastado por mais de 15 dias

das suas atividades. Segundo esses dados, à tabela 2 mostra as atividades que mais

tiveram auxílios doenças com o afastamento de mais de 15 dias.

Tabela 2: Auxílio doença por mais de 15 dias afastado

Fonte: BRASIL, 2020

Pensando em diminuir os gastos, Almeida (2011) propôs para as empresas

executar medidas preventivas e adaptação do ambiente laboral. Almeida (2011)

também foca em medidas para rápidas e eficientes para o tratamento do acidentado.

Com o intuito de oferecer maior perceptibilidade e evidência ao SST na ICC, foi

criado o Prêmio Vitae-Rio: construção segura, empresa viva. É uma associação sem

fins lucrativos e financiada pelas empresas da ICC. Esse prêmio é para o município

do Rio de Janeiro e observa nas empresas as melhores em qualidade de vida dos

trabalhadores, responsabilidade social, melhoria da SST e diminuição dos riscos.

Esse prêmio é a legitimação pública referente ao SGSST das empresas no qual os

vencedores ganham visibilidade devido ao seu desempenho no SGSST. As empresas

participantes, são avaliadas e recebem um relatório relativo a SST com

possibilidades de melhorias e necessidades de correção. (SECONCI, 2020)

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FISCALIZAÇÃO

A Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) relata a importância das

fiscalizações para garantir o cumprimento das leis e das normas regulamentadoras e

assim obter os requisitos mínimos das condições de trabalho e segurança dos

trabalhadores. As fiscalizações são feitas pelos chamados auditores fiscais do

trabalho (AFT), que incluem nessas análises as condições da segurança e saúde no

que se refere ao trabalhador no ambiente de trabalho. Caso nesse ambiente sejam

averiguados riscos graves e iminentes à segurança e saúde do trabalhador, poderá

ocorrer o embargo ou a interdição do trabalho. No site da secretaria são

disponibilizados dados e estatísticas sobre as inspeções realizadas, com a intenção

de oferecer informações sobre as inspeções, colaborar com as políticas públicas e

ser transparente. Em 2019, de janeiro até agosto, foram realizadas 41956

fiscalizações em segurança e saúde do trabalho, foram notificadas 50641 ementas

para que o empregador regularize e 35042 ementas foram regularizadas no

momento da fiscalização.

Na tabela 3 são informadas as 15 classificações nacional de atividades

econômicas (CNAE) mais fiscalizadas pelos auditores fiscais do trabalho em 2019

de janeiro até agosto. A porcentagem é referente as 15 mais fiscalizadas, ou seja, a

construção de edifícios possui aproximadamente 23% da quantidade total das 15

mais fiscalizadas.

AS 15 CNAEs MAIS FISCALIZADAS QUANTIDADE %

CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS 4171 22,81%

COMÉRCIO DE COMBUSTIVEIS 2850 15,59%

HIPER E SUPERMERCADOS 1697 9,28%

SERVIÇOS DE ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS 1411 7,72%

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGA 1140 6,23%

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 843 4,61%

SERVIÇOS ESPECIALIZADOS PARA CONSTRUÇÃO 813 4,45%

ATENDIMENTO HOSPITALAR 797 4,36%

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Tabela 3: CNAEs MAIS FISCALIZADAS

Fonte: SIT, 2019, adaptada pelo autor

De acordo com a SIT, será representada na figura 5, as 6 ementas mais

fiscalizadas em 2019, de janeiro a agosto, pelos auditores fiscais do trabalho.

Através do gráfico, apresentado na figura 5, se pode observar que a ementa mais

fiscalizada é o PPRA que é obrigatório, não importando a quantidade de

trabalhadores, da NR9. Essa norma fornece os requisitos mínimos para a

implementação do PPRA, e detalha um passo a passo que deve ser executado. É

essencial a empresa analisar e identificar os riscos ambientais no ambiente de

trabalho e sanar eles dentro de um prazo estabelecido. (MIRANDA 2004)

CRIAÇÃO DE BOVINOS 737 4,03%

FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE PANIFICAÇÃO 737 4,03%

OBRAS DE ACABAMENTOS 716 3,92%

ATIVIDADES DE SERVIÇOS COMPLEMENTARES DIAGNÓSTICA E TERAPÊUTICA 676 3,70%

COMÉRCIO VAREJISTA DE ARTIGOS DO VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS 599 3,28%

CONFECÇÃO DE PEÇAS DO VESTUÁRIO, EXCETO INTIMAS 554 3,03%

CULTIVO DE CAFÉ 543 2,97%

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Figura 5: Ementas mais fiscalizadas

Fonte: SIT, 2019, adaptado pelo autor

De acordo com Benite (2004), algumas empresas possuem dificuldades como: as

leis e normas com obrigações desfavoráveis para um canteiro de obras, devido

serem elaboradas pensando em indústrias de diferentes peculiaridades comparadas

a ICC, algumas obrigações que restringem inovações nas medidas de prevenção,

algumas obrigações que, nem as empresas nem o governo, estão levando em

consideração sua aplicabilidade e problemas de acidentes leves ou quase acidentes

que não são comunicados pelos funcionários ao responsável do setor de SST.

0

500

1000

1500

2000

2500

6 ementas mais fiscalizadas em 2019

Deixar de elaborar e/ou de implementar o Programa de Preveção de RiscosAmbientais

Deixar de garantir a elaboração e efetiva implementação do programa de controlemédico de saúde ocupacional

Deixar de instalar sistemas de segurança em zonas de perigo

Deixar de submeter o trabalhador a exame médico admissional

Deixar de submeter o trabalhador a exame médico periódico

Deixar de fornecer aos empregados gretuitamente EPI adequado ao risco emperfeito estado de conservação e funcionamento

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3 A SSO E A CONSTRUÇÃO CIVIL

CONSTRUÇÃO CIVIL

A indústria da construção civil está junto com o ser humano há muitos e muitos

anos, pois através da construção de abrigos, protegia ele das mudanças climáticas e

dos ataques de animais fora das cavernas naturais. (RIBEIRO 2006)

Os serviços da indústria da construção civil para o país foram e são muito

importantes para o desenvolvimento da economia pois geram muitos empregos e

melhorias na infraestrutura do local. Essa indústria é responsável pela criação de

hospitais, edifícios comerciais e residenciais, escolas, locais de lazer, rodovias,

ferrovias e aeroportos, atua no fornecimento de água, esgoto e energia. Além disso

a construção civil ajuda direta e indiretamente outros setores da economia como na

indústria siderúrgica, de cimento, madeira, vidro, tintas, madeireira, entre outras,

devido ela atuar em muitas frentes de infraestrutura utilizando diversos tipos de

materiais e equipamentos. (PEROBELLI 2016).

A construção civil pode ser dividida em 3 subsetores, o subsetor das edificações,

que abrange a execução de edificações em geral para fins comercias, residenciais e

industriais, o subsetor das construções pesadas, que é considerada as obras de

infraestrutura como tuneis, rodovias, pontes, saneamento básico, barragens, e o

subsetor da montagem de estruturas para as indústrias. (COSTA 2004). Pode se

destacar outro subsetor que são dos projetos, e consultorias em diversas áreas das

obras. (VILLELA 2013).

No subsetor das construções pesadas, é comum a atuação das empresas de

elevado poder aquisitivo, pois nessas obras necessitam de maquinários e

equipamentos de alto custo. As empresas menores, geralmente atuam nesse ramo

através de subcontratações. Já no subsetor das edificações é comum a atuação das

empresas com um poder aquisitivo menor, mas dependendo da economia, as

empresas grandes entram nesse mercado também. (FARAH 1996).

Segundo Barreto (2011) as pequenas empresas possuem até 99 trabalhadores, as

empresas grandes possuem acima de 500 trabalhadores e entre as duas aparecem as

empresas médias. As empresas com menos de 500 trabalhadores são a maioria no

mercado de trabalho, e possuem algumas características como: menores recursos, as

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decisões são centralizadas, faz o contato direto para admissão do trabalhador,

utiliza trabalhador com pouco ou nenhuma qualificação, pouca aquisição de nova

tecnologia e problemas em conseguir empréstimos.

As empresas do ramo da construção civil estão distribuídas por todo país e

segundo os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a

maioria estão localizadas nas regiões sudeste e sul do Brasil como demonstra a

figura 6.

Figura 6: Número de empresas de construção

Fonte: IBGE 2017, adaptado pelo autor

A maioria das empresas da construção civil são de pequeno a médio porte

gerando muitos empregos principalmente com pouca qualificação formal. Investir

na construção civil é importante, pois além de gerar emprego, renda e movimentar

outros setores da economia de onde vêm seus insumos, grande parte desses insumos

são de origem nacional valorizando assim os produtos do país e que com a melhoria

na infraestrutura, os custos com os produtos de outras indústrias podem baixar, pois

o custo com o frete e a perda de material será menor. (TEIXEIRA 2005).

A maioria das fábricas, possuem um local fixo para a fabricação, no qual

chegam as matérias primas e são feitos processos que terminam com o produto

pronto. Já na ICC é diferente, o local onde irá executar a obra é o local no qual é

instalada à fábrica e lá também são armazenados os materiais e os equipamentos,

assim produzindo o produto que é único. (PEURIFOY 2015).

3 726

16 757

63 865

32 148

9 820

Número de empresas de construção

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

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De acordo Takahashi (2012), a ICC é relatada por seus funcionários como um

trabalho pesado. O excesso de carga é uma exposição que pode causar sérios

problemas aos funcionários como dores em diversas partes do corpo. Na ICC

possui execução de tarefas em alturas, movimentos repetitivos, execução de tarefas

com intempéries e segundo Degani (2002), esse trabalho gera impactos ao meio em

que é executado como ruídos, vibrações, partículas, resíduos sólidos e líquidos,

gases, manuseio de insumos perigosos, entre outros.

ESTATÍSTICAS DOS ACIDENTES NO SETOR DA CONSTRUÇÃO

Os acidentes do trabalho geram altos custos para a empresa, trabalhador e para o

governo. Os problemas causados, ao patrimônio em geral, são irreparáveis e isso

deveria despertar no empregador o desejo de investir em segurança e saúde do

trabalho. Para isso é importante analisar as fontes de acidentes e entender suas

causas para que se obtenha uma maior efetividade no sistema de gestão da

segurança e saúde do trabalho. (COSTELLA 1999).

De acordo com o IBGE, a classificação nacional de atividades econômicas

(CNAEs), a indústria da construção está designada na seção F com a divisão,

conforme o quadro 2, de construção de edifícios (41), obras de infraestrutura (42) e

serviços especializados para a construção (43). Não estão inclusos nessa divisão a

fabricação de materiais de construção ou de elementos mais complexos.

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Seção F Construção

Divisão

41 Construção de edifícios

41.1 Incorporação de empreendimentos imobiliários

41.2 Construção de edifícios

42 OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA

42.1 Construção de rodovias, ferrovias, obras urbanas e obras-de-arte especiais

42.2 Obras de infraestrutura para energia elétrica, telecomunicações, água, esgoto e transporte por dutos

42.9 Construção de outras obras de infraestrutura

43 SERVIÇOS ESPECIALIZADOS PARA CONSTRUÇÃO

43.1 Demolição e preparação do terreno

43.2 Instalações elétricas, hidráulicas e outras instalações em construções

43.3 Obras de acabamento

43.9 Outros serviços especializados para construção

Quadro 2: Classificação das CNAEs

Fonte: IBGE, adaptado pelo autor

Figura 7: Acidentes na ICC.

Fonte: AEAT, 2017 et al 2018 adaptado pelo autor

Através dos dados fornecidos conforme a figura 7, nota se que a maior

quantidade de acidentes, dentro da construção civil, está na seção classificada como

construção de edifícios, demonstrando assim a alta periculosidade. Fazendo uma

breve comparação com os dados fornecidos por AEAT 2017 e 2018, nota -se que a

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

8.000

9.000

10.000

41.1 41.2 42.1 42.2 42.9 43.1 43.2 43.3 43.9

Acidentes na ICC

2018 2017

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construção de edifícios continua com maiores números em relação aos acidentes no

setor da ICC.

Tabela 4: Auxílio doença na ICC em 2018

Fonte: BRASIL, 2018.

Na tabela 4 é demonstrado a quantidade de auxílio doença acidentário dentro da

ICC no ano de 2018. A construção de edifícios é responsável por quase a metade

desses auxílios dentro da ICC. Em uma observação global, a ICC é responsável por

mais de 27% auxílios entregues aos trabalhadores que foram acidentados e com o

trabalho tendo responsabilidade direta no caso.

SSO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

O alto índice de acidente na indústria da construção civil brasileira é tão antigo

que o Brasil já foi rotulado como o “país com mais acidentes de trabalho” devido

ao elevado número de óbitos nas construções de grande porte. (FILGUEIRAS

2015).

Como vem mostrando nas estatísticas, a construção civil colabora muito para o

aumento dos acidentes relacionados ao trabalho. A construção civil coloca em

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risco, frequentemente, a vida e a saúde dos trabalhadores e das pessoas ao redor.

Esse é um dos motivos de muitos países terem preferência em melhorar a aplicação

da gestão da segurança e saúde ocupacional nesse ramo de trabalho. Pensando em

diminuir esses números, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) elaborou

requisitos mínimos para ajudar os governos nela representados. Essas normas

colaboram na organização e sistematização do sistema de gestão da segurança e

saúde do trabalho, pois foram feitas pensando no bem-estar do trabalhador de modo

a ter confiança e render mais no exercício da tarefa. (CARVALHO 2005).

A legislação possui requisitos para a aplicação da segurança e saúde no trabalho,

visando a melhora nas condições físicas de trabalho. No entanto, ela visa a

penalização da empresa que não cumpre as leis, mas não conseguem uma melhoria

no decorrer dos anos e não produz um sentimento de buscar a segurança entre a

empresa e os trabalhadores. (CRUZ 1998).

Algumas causas que podem estar relacionadas ao alto número de acidentes

dentro da indústria da construção civil são: as condições climáticas, devido à parte

das tarefas serem realizadas ao ar livre; execução de tarefas diferentes, com riscos

diferentes, no decorrer da obra; alta rotatividade de trabalhadores dificultando na

adaptação das tarefas; pouco treinamento; longas jornadas para o cumprimento de

cronogramas; Uso de materiais nocivos à saúde; grande quantidade de empresas

pequenas que possuem dificuldades para investir em prevenções e cumprir os

requisitos mínimos imposto pelas NR; dificuldades no controle dos processos.

(COSTELLA 1999).

Para conseguir uma melhor efetividade no sistema de segurança e saúde e

mitigar os riscos no ambiente de trabalho, o sistema de gestão da segurança deve

ser implantado junto com o planejamento inicial do projeto para proporcionar um

melhor resultado, custando menos e possuindo um real caráter de prevenção.

Quando as medidas preventivas acontecem no decorrer do trabalho, o custo é maior

e com menor efeito preventivo, se tornando uma medida de caráter reparador.

(LAGO 2006).

A informação possui enorme contribuição para a segurança, saúde e melhores

condições de trabalho. Informar os objetivos a serem alcançados, os parâmetros da

performance, conscientizando e motivando o trabalhador a colaborar. É importante

acrescentar instrumentos para conhecer a opinião do trabalhador e que ele apresente

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seu ponto de vista sobre como está sendo implantada e formas de melhorar.

(QUELHAS 2006).

É de suma importância a compreensão das empresas no enfoque de prevenção

dos acidentes, não somente para cumprir as leis, mas com o pensamento que isso

também trará uma melhoria para empresa como uma melhora na produtividade,

redução de custos, e uma melhor qualidade de vida para seus colaboradores.

(MENEZES 1998).

DIFICULDADES NA APLICAÇÃO DO SGSST

Apesar das normas e da legislação, as empresas possuem dificuldades para

inserir um sistema de segurança e saúde do trabalho. Esse problema se dá pelo

contraste entre a teoria da aplicação e o que acontece de fato na execução. O

sistema de segurança e saúde não deve tentar somente cumprir as normas e leis,

porque assim se torna um agregado na execução da tarefa. O sistema de Gestão da

segurança e saúde ocupacional para ser eficaz, é necessário se tornar um

componente do trabalho desde o início, no planejamento, até o final de sua

execução. (CRUZ 1998).

Estudos realizados por Costa e Menegon (2008), identificam que a empresa de

pequeno porte possui dificuldade na aplicação do SGSST devido à falta de recursos

financeiros para contar com um profissional responsável no período integral. Deste

modo a gerência visa os gastos em ações prioritárias para manter a empresa no

mercado de trabalho. Outro fato é a cultura instalada na gerência, que com o

autoritarismo dificulta a participação do trabalhador, em dar opinião, que é

necessária para uma melhor efetividade do SGSST.

Continuando a análise feita por Costa e Menegon (2008), agora para a empresa

de médio porte, não relaciona os recursos financeiros e a falta de treinamento para

um profissional gerir o SGSST e a melhora na ergonomia. Nessa empresa um dos

facilitadores é o pensamento da gerência e a desenvoltura para melhorar com o

trabalhador participando com a sua opinião. Mesmo com a compreensão das

melhorias que a ergonomia pode trazer para a produção da empresa, o aspecto

cultural foi apontado como uma dificuldade na aplicação do SGSST.

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Uma das dificuldades encontradas na ICC é o modo diferente de observar o

método de fabricação do seu produto. O diagnóstico deve ser feito amplamente,

observando uma esfera maior do ambiente em que está sendo executado a produção

do produto. Com isso, gera um problema muito maior para elaborar e adequar um

SGSST em comparação com as outras indústrias que possuem um método de

fabricação e local fixo ou com poucas variações. (CRUZ 1998).

De acordo com a análise de Depexe (2007), as empresas possuem bloqueios com

as alterações no método de execução ou com implementações de equipamentos

diferentes do que estão acostumados. Devido os colaboradores aprenderem na

prática, o treinamento é muito importante, porém Depexe com sua análise, informa

que algumas empresas não treinam ou possuem deficiência em seus treinamentos.

Algumas empresas possuem problemas com a ausência da participação de seus

funcionários, problemas de comunicação no canteiro de obras.

O setor da construção civil, possui um processo produtivo diferenciado devido

cada projeto ser considerado único. Ela não possui exatidão em seu processo

produtivo e possuem muitos contra tempos na produção. (MACHADO 2003).

Cruz (1998 apud HEINEK 1995) relata que algumas dificuldades na

implementação do SGSST estão relacionadas as dificuldades para preparação

minuciosa de medidas preventivas que sejam pré-estabelecidas devido a não

homogeneidade na produção do produto, a diversidade de materiais e elementos

usados na fabricação do produto, a utilização excessiva dos trabalhadores,

alternância dos trabalhadores no canteiro de obra o que prejudica na continuidade

dos treinamentos e trabalhadores com baixa qualificação profissional.

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4 REQUISITOS LEGAIS

ASPECTOS GERAIS

Os supervisores devem garantir na empresa a implementação das normas e das

leis referentes a segurança e saúde do trabalhador. A liderança deve dar o exemplo

com seu comportamento e a alta administração, tem responsabilidade de indicar

diretrizes por meio de um SGSST. São com atitudes como essas que os

trabalhadores se tornam mais flexíveis para entender a importância das leis e

normas e colocar em prática as exigências informadas pela empresa. (QUELHAS

2006).

Em entrevista feita por Pissinato (2011), a empresa cita procedimentos para

garantir a segurança e saúde de seus trabalhadores. Dentro desses procedimentos

está: transmitir as orientações de maneira fácil para melhor entendimento dos

trabalhadores; prover treinamento para todos os níveis hierárquicos de modo que se

conscientizem da importância da SST; garantir que as circunstâncias e requisitos

colaborem a fim de não ocorrer acidentes; examinar, inspecionar e executar

métodos e intervenções buscando a coordenação adequada para evitar os riscos e

perigos e sempre atender os requisitos mínimos; com a gestão da qualidade

integrada, a empresa dá um vale para o trabalhador com o melhor rendimento

nesses quesitos.

No artigo 7°, XXII da Constituição Federal de 1988, obriga o empregador

mitigar os riscos no ambiente de trabalho, através de normas de segurança e saúde

do trabalho. Com isso fornece um local laboral com uma maior segurança e menor

risco a saúde do colaborador. Não se deve apenas neutralizar, havendo

oportunidade, os riscos devem ser reduzidos / eliminados. (SILVA 2010).

O Capítulo V do Título II da CLT, é o da segurança e da medicina do trabalho. É

composto do artigo 154 até o artigo 201 que se refere as penalidades. No artigo

157, exige a empresa cumprir as normas referentes da segurança e saúde do

trabalhador e no 158 se estende aos colaboradores para cumprir as instruções da

empresa para o cumprimento das normas, em caso de recusa, simboliza uma ação

faltosa a rejeição indevida. (BRASIL 1977).

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Para se obter melhor qualidade no processo produtivo, é fundamental que a SST

seja assegurada pela empresa para que o processo não seja abalado por nenhuma

adversidade como os acidentes e afastamentos por questões de saúde. Com isso o

cumprimento das normas é fundamental e a norma que foi preparada, pensando no

canteiro de obras, é a NR 18. (ROCHA, 1999).

NORMA REGULAMENTADORA 18

Devido ao elevado risco e as especificidades que a indústria da construção civil

possui, se fez necessário a produção de uma norma própria para essa área de

atuação. (MENEZES 1998). A norma referência da ICC é a NR-18, pois possui o

propósito de fornecer requisitos mínimos para controlar e prevenir contra acidentes

no ambiente laboral da indústria da construção civil. (MOTERLE 2014).

O primeiro título era “Obras de Construção, Demolição e Reparos” e foi alterado

para “Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção” com

algumas alterações no qual a norma cessou de englobar somente os canteiros de

obras e agora engloba o ambiente de trabalho da ICC inteiro. Com finalidade de

atingir as metas impostas pela NR-18, o PCMAT é inserido com o intuito de

normalizar as instalações de segurança. Ele é obrigatório e muito importante para

iniciar um SGSST. (BRASIL 1978),(ZARPELON 2008).

Além de aplicar a NR-18 é necessário analisar as legislações federal, estadual e

municipal pois essa norma não dispensa o cumprimento dessas legislações. Por

exemplo, no âmbito municipal necessitam cumprir os requisitos da vigilância

sanitária e do código de postura de obras. (ZARPELON 2008). A segurança e saúde

do trabalho é citada por certas normas da ABNT. (ROCHA; SAURIN; FORMOSO

2000).

Algumas alterações e melhorias vem ocorrendo na NR-18 ao longo do tempo,

mas foi em 1995 que teve um progresso significativo e a sua estruturação passou a

ser feita com uma organização triplete. Essa organização é composta por

empregados, empregadores e o governo sendo o mediador (no caso do Brasil),

possuindo o mesmo número de componentes. Sendo assim, as dificuldades são

solucionadas em caráter consensual, dando uma maior credibilidade e

aceitabilidade por todos os componentes. (ROCHA; SAURIN; FORMOSO 2000).

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Algumas mudanças realizadas em 1995 na NR-18 foram:

a) Incorporação do PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de

Trabalho na Indústria da Construção), visando padronizar os parâmetros

de SST a serem introduzidos no canteiro de obras.

b) Formação dos CPN e CPRs (Comitês Permanentes Nacional e Regionais,

respectivamente) na intenção de analisar e modificar / melhorar a norma.

c) Formação dos RTPs (Regulamentos Técnicos de Procedimentos), com o

intuito de apresentar modos de execução para alguns itens da norma. Não

é obrigatório.

d) Determinação de requisitos mínimos para área de vivência (refeitórios,

vestiários, alojamentos, instalações sanitárias, cozinhas, lavanderias e

áreas de lazer), garantindo assim condições mínimas de SST.

e) Obrigatoriedade de treinamentos frequentes e admissional.

(MEDEIROS 2016).

4.2.1 ÁREAS DE VIVÊNCIA

A fiscalização foca bastante nesse item pois ele assegura as mínimas condições

para o trabalhador, garantindo o mínimo de bem-estar e a qualidade de higiene e

saúde no ambiente laboral. Essas condições sustentam o convívio social e

psicológico dos colaboradores, por isso as condições de trabalho estão ligadas a

quantidade de acidentes. (ROCHA 1999).

A instalação das áreas de vivência em locais fixos, é mais fácil a alocação dos

itens e a aplicação da norma, porém quando os locais são temporários, como nos

canteiros de obras, se torna mais complicado devido à poucas zonas livres para sua

alocação. Então essas áreas no canteiro de obras, dependem de um projeto e

planejamento bem elaborado. (ZARPELON 2008).

As instalações sanitárias necessitam ter paredes resistentes e laváveis, pisos

impermeáveis, laváveis e antiderrapante, devem ser desconectados dos refeitórios,

possuir instalações separadas para ambos os sexos, pé direito de no mínimo 2,50m

e estar instalado em lugares de simples acesso e seguro. Os lavatórios, vaso

sanitário e mictórios devem ter 1 a cada 20 ou porção de fração de trabalhadores. O

chuveiro deve ter 1 a cada 10 ou fração de trabalhadores. (BRASIL 1978).

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Deve possuir no canteiro de obras um local para troca de roupa. Esse local deve

ser perto da entrada e sem conexão com o refeitório ou cozinha. Deve possuir

cobertura para combater a intempéries, ventilação 1/10 da área do piso e iluminação

adequada. (BRASIL 1978).

A NR-18 também fornece os requisitos mínimos para refeitórios, onde eles

necessitam conter paredes com isolamento, possuir cobertura, ventilação,

iluminação, pé direito de 2,80m, lavatórios próximos, possuir assentos suficientes.

No canteiro necessita de um local para esquentar a comida.

4.2.2 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

A sinalização deve proporcionar ao trabalhador um entendimento imediato

acerca dos riscos daquele local onde ele está realizando sua tarefa, fazendo com que

ele não demore lendo e analisando o que a sinalização indica. As cores são de suma

importância indicar restrição de áreas, dispositivos de proteção, com o intuito de

identificar os riscos e prevenir acidentes. (EGGERS 2005).

Além de identificar os riscos, as sinalizações possuem a finalidade de indicar os

lugares de apoio no canteiro, saídas, prover diálogo com o trabalhador, avisar sobre

perigos ao tocar, perigos de quedas, avisar sobre o uso de EPI’s para determinada

tarefa, advertir sobre zonas isoladas e informar zonas com substancias prejudiciais à

saúde. (BRASIL 1978).

4.2.3 TREINAMENTO

Antes do século XX os trabalhadores aprendiam conforme executavam a tarefa.

Para ter melhor performance na produção, esse pensamento sobre “aprender

executando” foi começando a ser deixado para trás, e com isso desenvolveram

treinamentos buscando melhorias na produção e visando que o desempenho

chegasse próximo ao planejado. (HOLANDA 2003).

Os treinamentos geralmente sofrem resistência para ser executados em uma

empresa porque precisa de pessoas específicas para fornecer. (MUTTI 1995). Na

construção civil possui resistências devido a cultura retrógrada e negativa.

(HOLANDA 2003). Todos dentro do canteiro de obra devem se envolver com o

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47

treinamento, desde à gerência até os colaboradores que irão executar as tarefas.

Todos devem ser treinados de modo a garantir a qualidade do produto, a segurança

e a saúde dos envolvidos. (MUTTI 1995).

O empregador deve fornecer, antes do colaborador começar a executar suas

tarefas, treinamento admissional de no mínimo 6 horas e deve ser no horário de

trabalho. Nesse treinamento deve ser comunicado as circunstâncias e o ambiente

laboral, os riscos da tarefa que será executada pelo colaborador, explicar a

importância e ensinar a usar os EPI’s corretamente, comunicar sobre todos os

EPC’s presentes no ambiente de trabalho. (BRASIL 1978).

O empregador deve fornecer treinamentos recorrentes quando houver

necessidade, e sempre que começar outra etapa ou tarefa no canteiro de obra.

(BRASIL 1978).

Antes de fornecer os treinamentos, o empregador deve responder algumas

perguntas para começar a organização. Segundo Holanda as perguntas são:

a) O QUE necessita ser instruído?

b) QUEM necessita dessa instrução?

c) QUANDO instruir?

d) ONDE instruir?

e) COMO instruir?

f) QUEM irá instruir?

A partir do momento que essas perguntas forem respondidas, deve-se programar

e planejar o treinamento para os trabalhadores. Por último necessita avaliar se o

treinamento está surtindo o objetivo esperado. (HOLANDA 2003).

4.2.4 ORDEM E LIMPEZA

É fundamental que o canteiro de obras permaneça sempre limpo e organizado,

com os acessos de circulação, tráfego, escadarias e elevadores sempre livres. As

sobras de materiais necessitam ser frequentemente recolhidas com cuidados para

impedir riscos à segurança e saúde do trabalhador, essas sobras devem ser mantidas

em locais adequados até o dia do recolhimento. É vedada a queima de materiais.

(BRASIL 1978).

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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVO

É indispensável o uso dos equipamentos de proteção individual (EPI’s). Eles

possuem a finalidade de minimizar os riscos que afetam à saúde e à segurança do

trabalhador no ambiente laboral. Tanto os trabalhadores quanto os empregadores

fazem reclamações sobre os EPI’s dizendo que causam incômodos ao usar, porém

os incômodos aparecem devido ao uso incorreto do mesmo e a falta de treinamento.

O custo dos EPI’s é baixo, chegam a menos de 0,05% do custo total da obra. Seu

uso é obrigatório prevendo penas de acordo com a legislação brasileira e devem

possuir o certificado de aprovação (CA) emitido pelo ministério do trabalho e

emprego. (DAYCHOUM 2008).

Segundo a NR-6 que é sobre EPI, o empregador deve analisar os riscos e

fornecer os EPI’s adequados e com certificado, manter em perfeitas condições de

uso e limpeza, e obrigar que o trabalhador use. O trabalhador deve usar

corretamente, como foi treinado, conservar e avisar sobre qualquer problema no

EPI.

A empresa deve, através de sua equipe de SST, analisar se o trabalhador está

usando corretamente o EPI e se está mantendo limpo e em boas condições de uso. É

através do treinamento que se deve conscientizar o trabalhador da importância do

uso de EPI e que zelar pelo seu equipamento de proteção é fundamental no combate

aos acidentes de trabalho e para sua segurança. (DE SOUZA 2017).

Na NR-6, possui uma lista de equipamentos de proteção e as funções.

Para a cabeça, possui o capacete que protege contra colisões e choques elétricos

sobre o crânio.

Saurin (1997) recomenda usar cores diferentes de capacetes para cada tipo de

profissional, inserindo o nome e a função do trabalhador para simplificar no

reconhecimento do colaborador e a equipe que ele pertence. Como o exemplo

ilustrado na figura 8.

O capuz e a balaclava são usados para combater riscos térmicos, químicos e

umidade. (SARAIVA 2018).

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49

Figura 8: Exemplo de cores para capacetes

Fonte: PINTEREST 2020

Para os olhos e a face, a NR recomenda o uso de óculos, protetor facial ou

máscara para solda que protege de fragmentos no ar. A proteção da audição é feita

com um protetor auditivo para mitigar as pressões sonoras. Pensando em proteger

as vias respiratórias, é usado um respirador purificador. Visando em proteger o

tronco, é usado vestimentas para combater os riscos térmicos, mecânicos, químicos,

radioativo e água. Para à proteção dos membros superiores são feitos com luvas,

dedeiras, braçadeiras, creme protetor, manga para braço e antebraço. Os EPI’s para

membros inferiores são calçados, meias, perneiras e calças. Visando proteger o

corpo inteiro, o EPI usado é macacão. Para evitar queda em altura, é utilizado o

cinturão de segurança com dispositivo trava queda. (BRASIL 1978). A figura 9

demonstra alguns EPI’s visando o corpo inteiro.

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Figura 9: Conjunto de EPI’s

Fonte: USEPIS 2019

Para a proteção coletiva, são necessários objetos que estimula a observação do

trabalhador para as informações adicionadas no ambiente laboral. Essas

informações devem ser de modo que o trabalhador seja orientado de forma veloz e

de fácil compreensão. Essas informações devem estar em locais de ampla

visibilidade, com posicionamento adequado, uma quantidade considerável para

combater o perigo, conservado e funcionando corretamente. Esses EPC podem ser

permanentes como placas, de acordo com as figuras 10 e 11, rótulos, demarcações

ou podem ser complementar, usados em um determinado momento, como os gestos

ou proferir avisos falando. (CARVALHO 2005) Algumas indicações sobre as cores

são dadas por Carvalho (2005 apud FREITAS) para uma melhor sinalização,

conforme indicado no quadro 3.

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51

COR INTERPRETAÇÃO INFORMAÇÕES

VERMELHO

PROIBIÇÃO ATO ARRISCADO

AMEAÇA DE ALARME PARADA, INTERRUPÇÃO, EMERGÊNCIA

COMBATE À INCÊNDIO DESIGNAÇÃO DO LOCAL

AMARELO AVISO ATENÇÃO

AZUL OBRIGAÇÃO OBRIGAÇÃO DO TRABALHADOR

VERDE SEGURANÇA PORTAS, SAÍDAS, VIAS, MATERIAIS

Quadro 3: Cores dos EPC

Fonte: CARVALHO 2005 apud FREITAS

Figura 10: Placas de segurança

Fonte: EPISONLINE, 2020

Figura 11: Placas EPC

Fonte: EPISONLINE, 2020

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52

5 SISTEMA DE GESTÃO COM BASE NA NBR ISO 45001

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS

Em 28 de setembro de 1940, foi fundada a ABNT que é considerada, pelo

governo e pela comunidade brasileira, como foro nacional de normalização. Sem

fins lucrativos, porém privada, fez parte da fundação da ISO. A ABNT produz as

NBR’s, analisam as conformidades e certificam os produtos e serviços. (ABNT

2014).

A certificação é dada quando o produto atende as normas técnicas e é aprovado

nas análises e ensaios executados. Essa certificação garante que os requisitos

mínimos estão sendo atendidos e tem a finalidade de:

a) Assegurar a qualidade;

b) Mensurar a melhoria contínua;

c) Incorporar empresas novas;

d) Dar garantias ao consumidor;

e) Garantir lealdade na concorrência;

As normas possuem níveis que caracterizam a cobertura da mesma, que pode ser

nacional (país específico), regional (região específica) ou internacional (muitos

países), conforme indicado na figura 12. (ABNT 2014).

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Figura 12: Níveis de normalização

Fonte: ABNT, 2014

a) Nível internacional; normas técnicas para todos os países;

b) Nível regional; normas técnicas aplicadas para um grupo de países;

c) Nível nacional; normas técnicas aplicadas ao mercado do país;

d) Nível associação; normas técnicas aplicadas para associados;

e) Nível empresarial; normas técnicas feita e aplicada para uma

determinada empresa;

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE PADRONIZAÇÃO

Em 1947, 25 países a fim de melhorar o controle internacional dos padrões

industriais, criaram a Organização Internacional de Padronização (ISO). A ISO

possibilita a normalização dos produtos e serviços mantendo uma boa qualidade

dos mesmos. Com o passar dos anos, a quantidade de países que aderiram a ISO

aumentou. Cada país possui um representante com o poder de um voto,

independente do seu quadro político e econômico. Por ser aceita internacionalmente

por pequenas e grandes empresas, suas normas colaboram na implementação de um

sistema de gestão da qualidade, sistema de gestão ambiental e no sistema de gestão

de segurança e saúde do trabalhador. A ISO visa melhoraria no funcionamento da

INTERNACIONAL(ISO/ IEC/ ITU)

REGIONAL (COPANT/ AMN/ CEN)

NACIONAL (ABNT/ AFNOR/ AENOR)

ASSOCIAÇÃO(ASTM/ API)

EMPRESARIAL

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organização, com uma melhor performance e rendimento na produção e serviços.

(PACHECO 2019).

O Brasil tem como membro responsável, a ABNT, que representa o país no

comitê técnico da ISO. As normas feitas pela ISO, tem como objetivo, facilitar o

mercado internacional e a troca de serviços. Pensando em minimizar problemas

encontrados ao redor do mundo, representantes de vários países se reúnem em

busca de um senso comum para normatizar as soluções para tal problema. (ABNT

2018).

NORMA ISO 45001

Em março de 2018, foi criada a ISO 45001 levando em consideração princípios

estruturais das normas ISO 9001, ISO 14001, incorporando e substituindo a

OHSAS 18001. A OHSAS 18001 buscava evolução na segurança e saúde

ocupacional, visando reduzir o número de acidentes de qualquer tipo de empresa.

(BENATTI 2019). As normas OHSAS, são voluntárias e não possui integração com

as normas ISO 9001 e ISO 14001 como a nova norma ISO 45001. (TUMBACO

2017).

A ISO 45001 possui dez tópicos e explica detalhadamente cada um deles

pensando em evitar equívocos e confusões na aplicação do sistema de gestão SST,

sendo isso uma das melhorias em relação a antiga norma OHSAS. (TUMBACO

2017).

Anexo SL é uma uniformização estrutural das normas de gestão da qualidade,

ambiental e segurança e saúde ocupacional. (BENATTI 2019).

a) Escopo

b) Referências normativas

c) Termos e definições

d) Contexto da organização

e) Liderança

f) Planejamento

g) Apoio

h) Operação

i) Avaliação do desempenho

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j) Melhoria

De acordo com a ISO 45001, existem fatores para determinar o sucesso na

aplicação do sistema de gestão. O sucesso está ligado na seriedade de todos os

envolvidos na aplicação do sistema. O segredo está no empenho da alta direção, da

sua gestão e da liderança em, seguir os requisitos da norma e aplicar hábitos que

estruturam a empresa de forma que obtenha o desfecho esperado, obter constante

comunicação entre os envolvidos, incluir na participação todos os trabalhadores da

empresa, injetar recursos para a aplicação e manutenção do SGSST, administrar à

SST, obter ferramentas que desempenham com rigor a função de indicar e

caracterizar os perigos e mitigar os riscos, fazer verificações rotineiras para avaliar

e acompanhar a performance do sistema a fim de aprimorar o sistema, incluir o

SGSST em todas as atividades da empresa e fases dos processos, analisar os

requisitos legais do sistema. (ABNT 2018).

A ISO 45001 colabora para implementação de um SGSST, com informações que

são usadas pelas empresas para oferecer um ambiente laboral seguro e assegurando

a saúde do trabalhador. De acordo com a norma, com a aplicação do SGSST,

buscam consequências como: (ABNT 2018)

a) Melhoria contínua da segurança laboral e trabalhadores saudáveis;

b) Realização dos requisitos legais e mínimos;

c) Alcançar/ superar as metas iniciais;

A norma do SGSST é formada por 7 tópicos em que Mançú (2019) separa nas

etapas do ciclo PDCA para melhor entender a aplicação do SGSST na empresa.

Explicando a relação do ciclo com a norma dessa forma:

a) Plan (planejar);

Contexto da organização

Liderança

Planejamento

Apoio

b) Do (executar);

Operação

c) Check (verificar);

Avaliação do desempenho

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d) Action (Agir);

Melhoria

5.3.1 CONTEXTO DA ORGANIZAÇÃO

Segundo a norma, a empresa deve analisar tanto externamente quanto

internamente, tudo aquilo que pode afetar positivamente ou negativamente o

objetivo a ser obtido pelo SGSST. A empresa deve entender a necessidade e o que

todos os envolvidos esperam sobre esse sistema de gestão, definindo a execução

com a consideração da análise externa e interna que deve ser feita, considerando

também as tarefas que serão executadas, assim como os produtos e os requisitos,

devendo ser documentadas todas essas informações. É obrigação da empresa

prover, zelar e aperfeiçoar um SGSST conforme os requisitos da norma ISO 45001.

(ABNT 2018).

5.3.2 LIDERANÇA

De acordo com a norma, a alta direção tem uma função fundamental na

aplicação do sistema de gestão, pois ela necessita transmitir liderança e

engajamento com o sistema aplicado na empresa começando por incumbir do

compromisso geral e prover um ambiente laboral seguro e com trabalho saudável.

A alta direção deve proporcionar a inclusão dos requisitos do SGSST na empresa,

informar a importância do SGSST e de seguir os requisitos estabelecidos pela

empresa para que o sistema funcione corretamente, prover uma melhoria contínua

no sistema, comandar e dar suporte para os trabalhadores contribuírem para o

SGSST, dar suporte a outras tarefas de sua responsabilidade para demonstrar

liderança, assegurar os trabalhadores para comunicar incidentes, perigos e riscos e

garantir a participação dos trabalhadores nesse sistema de gestão. (ABNT 2018)

A liderança tem o compromisso de organizar, instalar e preservar uma política

de SSO na empresa. Essa política tem a obrigatoriedade de ser documentada e estar

disponível, informada para todos os níveis da empresa e sendo interessante e

adequada. (ABNT 2018)

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Para seguir a estrutura das outras normas de gestão, foi utilizado o termo

“informação documentada”, com o objetivo de comunicar que todas as informações

devem ser documentadas e registradas. (BENATTI 2019)

É função da liderança a inclusão da participação dos trabalhadores no processo

do SGSST. É importante que os trabalhadores deem opiniões, informações sobre as

tarefas e como podem melhorar ou ajustar a gestão nessa tarefa e expondo

benfeitorias. A comunicação entre todos os níveis de uma empresa, é importante

pois ajuda para um melhor entendimento do desempenho de seu SGSST e para

tomar decisões. Como os trabalhadores estão executando de forma direta as tarefas,

a participação deles é fundamental para a aplicação do SGSST pois ajudam na

melhor identificação de riscos e perigos. Para ajudar na colaboração e participação

dos trabalhadores algumas estratégias podem ser adotadas como, fornecer

treinamentos periódicos a respeito dos perigos e riscos identificados nas tarefas e

em todo ambiente laboral, com informações para mitigar ou neutralizar, elaborar

formas para conscientizar o trabalhador aos riscos e perigos em que está exposto,

oferecer cursos e palestras para melhorar as habilidades de seus trabalhadores,

estimular a criação de comissão de segurança, assegurar a liberdade de expressão

sem que o trabalhador sofra consequências e represálias. (ABNT 2018).

5.3.3 PLANEJAMENTO

Quando uma empresa faz um planejamento, a possibilidade de um sucesso é

muito maior, sendo assim o planejamento é fundamental para o sucesso de qualquer

organização. O planejamento reúne informações de todos os ramos da empresa e

repassa essas informações para cada etapa das tarefas. Com isso pode-se dizer que o

planejamento está ligado com todos os níveis da empresa e deve ser produzido

anteriormente ao início da obra. (GOLDMAN 1997)

Quanto ao planejamento do SGSST, deve-se definir os perigos, riscos e

oportunidades no ambiente laboral, para que seja garantido que o sistema de gestão

alcance os objetivos planejados inicialmente, consiga prevenir ou mitigar os

problemas e obtenha uma melhoria contínua. Para analisar os problemas referentes

a segurança e saúde, a empresa necessita dar ênfase nos: (ABNT 2018).

a) Perigos;

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b) Riscos;

c) Oportunidades;

d) Requisitos;

Essas informações necessitam ser documentadas bem como a análise para

identificá-los, ajudando assim na verificação se está tudo ocorrendo e sendo

executado conforme o planejado. (ABNT 2018).

Na avaliação dos perigos, a empresa deve observar no mínimo os fatores sociais,

as condições do ambiente laboral, os materiais, os equipamentos e máquinas, como

a tarefa é realizada, o histórico de acontecimentos, as futuras situações de

emergências e a vizinhança da construção que pode ser afetada por ela. Após

identificar os perigos, a empresa necessita identificar os riscos referente a cada

perigo encontrado e encontrar formas de neutralizar. A empresa necessita levar em

consideração os requisitos legais e outros requisitos aplicáveis em seu ramo, no

planejamento de seu sistema de gestão. (ABNT 2018)

É de suma importância que as tarefas com seus determinados perigos e riscos,

sejam avaliadas individualmente, determinando assim os objetivos e os

procedimentos de neutralização. Os objetivos necessitam ser criados analisando os

requisitos e a legislação, unindo com o empenho de mitigar os acidentes e as

doenças do trabalho. (BENATTI 2019).

Algumas perguntas são fundamentais para que o planejamento do SGSST tenha

sucesso, essas perguntas são:

a) O que será executado?

b) O que é necessário para executar?

c) Quem está incumbido da função?

d) Qual é o tempo de conclusão?

e) Como será verificado?

f) Como incluir o SGSST na empresa?

5.3.4 SUPORTE

A empresa deve oferecer suporte adequado aos trabalhadores e ao SGSST como

recursos necessários para a aplicação, manutenção e melhorias do sistema. Ela

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também deve oferecer capacidade, através de treinamentos e cursos, para seus

trabalhadores identificarem os riscos, perigos e como proceder para se proteger. É

fundamental para a empresa conscientizar os trabalhadores sobre a política e os

resultados esperados do SGSST, informar o quanto os trabalhadores são

importantes para essa gestão e na melhoria do sistema, além de informar os perigos

e riscos e a forma de neutralizar. A comunicação da empresa deve ser internamente

e externamente determinando alguns tópicos como: (ABNT 2018).

a) O que será informado?

b) Quando será informado?

c) Quem deverá ser informado?

d) Qual será a forma de informação?

Este tópico informa a importância dá informação documentada estar de fácil

acesso e apropriada para uso, no local e no momento adequado, deve ser protegida

de perda.

5.3.5 OPERAÇÃO

A norma adota uma hierarquia de controles a fim de mitigar ou neutralizar os

problemas que podem afetar a segurança e saúde do trabalhador no ambiente

laboral. Pensando em melhorar o ambiente laboral e a execução das tarefas, é

adotado essa hierarquia de controles para: (BENATTI 2019).

a) Eliminar os perigos: adequação na execução das tarefas e do ambiente

laboral a fim de mitigar os riscos à segurança e saúde do trabalhador;

b) Modificação: Modificar tudo aquilo que possui riscos e perigos ao

trabalhador por aquilo que não possui perigo ou o mínimo possível;

c) Controles de engenharia: Elaboração e aplicação de EPC;

d) Controles administrativos: Estabelecer sistemas pertinentes,

treinamentos, cursos, monitorar a entrada de pessoas e equipamentos;

e) Proteção individual: Prover EPI necessários para a proteção do

trabalhador;

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Figura 13: Hierarquia de controle

Fonte: BENATTI 2019

A empresa deve avaliar as mudanças que podem ocorrer, examinar os problemas

de SSO que podem acontecer e avançar com providências para minimizar ou acabar

com esses problemas. É dever da empresa, assegurar que sua política de SSO seja

atendida por seus contratados e/ou terceirizados, de modo que seu SGSST não seja

impactado negativamente. É importante possuir um plano de emergência para

possíveis acontecimentos. Para esse plano é essencial possuir: (ABNT 2018).

a) Uma solução com primeiros socorros projetada com antecedência;

b) Treinamentos;

c) Ensaios e praticar frequentemente;

d) Análise da performance da solução e dos treinamentos;

e) Informações a todos os trabalhadores suas obrigações;

f) Informações a toda comunidade envolvida;

g) Envolvimento de todos na solução planejada;

5.3.6 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO

A empresa necessita supervisionar, mensurar, examinar e avaliar o desempenho

de seu SGSST. A fim de verificar a eficácia de seu sistema de gestão, a empresa

deve supervisionar se os requisitos legais e outros estão sendo cumpridos, as suas

tarefas estão sendo executadas com a aplicação das técnicas para prevenção da

SSO, os objetivos iniciais estão sendo atingidos, os procedimentos do SGSST estão

sendo eficientes. A empresa necessita determinar quando a supervisão irá ocorrer,

como irá realizar essa supervisão e os parâmetros de avaliação da performance do

sistema. (ABNT 2018).

Eliminar os

perigosModificação

Controles de engenharia

Controles administrativos

Proteção individual

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É de suma importância a realização de auditorias internas, em dias previamente

planejados, para informar sobre o SGSST, a eficiência de sua aplicação e como

mitigar os problemas ocorridos. A alta direção necessitar avaliar detalhadamente o

SGSST aplicado bem como verificar a oportunidade de melhoria no sistema.

(ABNT 2018).

5.3.7 MELHORIA

É imprescindível a aplicação da melhoria contínua em um sistema de gestão,

pois com ela, consegue avaliar a performance do SGSST. Essa avaliação é feita

com a análise do cumprimento dos requisitos legais e outros aplicáveis, nas

auditorias internas, análise da alta direção e da liderança. A melhora pode vir

através do aperfeiçoamento do que já está sendo aplicado, técnicas e/ou

equipamentos novos, investigação e desenvolvimento, rearranjo dos métodos na

execução de tarefas. (BENATTI 2019).

Na ocorrência de um incidente, a empresa deve responder rapidamente com

ações para controlar e reparar o ocorrido, analisar junto com os envolvidos uma

forma de correção, reavaliar os riscos e perigos, reavaliar a eficiência das soluções

que foram tomadas e se necessário, alterar partes do SGSST. A aplicação da

melhoria contínua é de responsabilidade da empresa, que necessita: (ABNT 2018).

a) Melhorar a performance do SGSST;

b) Fornecer apoio ao SGSST;

c) Garantir a participação dos trabalhadores e todos envolvidos para a

elaboração e execução das ações necessárias para a melhora do sistema;

d) Comunicação dos resultados para todos;

e) Documentar todas as informações de melhoria;

f) Aplicar novas tecnologias pensando em uma melhor eficiência do

sistema;

g) Hábitos pertinentes para o SGSST;

h) Modernização das informações sobre SSO;

i) Materiais modernos ou otimizado;

j) Cursos e/ou treinamentos pensando em aperfeiçoar os trabalhadores;

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6 DIRETRIZES PARA A IMPLANTAÇÃO DE SGSST EM CANTEIROS DE

OBRAS

De acordo com França (2008), a ICC possui grandes investimentos de dinheiro e

necessita de muito recurso humano, com isso é necessário o investimento em

métodos para redução dos riscos e perigos prejudiciais a segurança e saúde do

trabalhador. Todos os trabalhadores e envolvidos no ambiente laboral, devem ter o

conhecimento de que eles são fundamentais para o melhor desempenho do SGSST.

As ferramentas e métodos, são usados no auxílio da análise de riscos e suas

verificações. É imprescindível que a empresa analise os pontos fracos e fortes de

cada método antes de sua aplicação, assim utilizarão os mais adequados métodos

para seu SGSST. (BERKENBROCK 2010).

Analisar os riscos é fundamental para a aplicação de medidas preventivas

apropriadas de acordo com as necessidades da empresa. As empresas podem

utilizar dados de obras anteriores para melhor preparo do canteiro, uso de EPI e

EPC, adoção de medidas preventivas, uso de materiais com menores riscos a SSO e

melhores planejamentos. (BERKENBROCK 2010).

Foram separados os métodos APR e FMEA para a fase de planejamento, 5W2H

para a fase da execução / treinamento, análise SWOT para a fase de verificação e a

matriz GUT para a fase de melhorias.

ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS (APR)

É um método utilizado como planejamento, ou seja, essa análise deve ser feita

antes do início das atividades no qual é analisado e determinado os riscos e perigos

das atividades e do ambiente laboral, é definido também os critérios para

prevenção. Neste método é proposto um formato no qual são analisados as causas e

os efeitos referentes aos riscos encontrados, propondo medidas para prevenir ou

reparar além de hierarquizar os riscos. Desse modo a APR auxilia com

antecedência na visualização dos problemas fornecendo um período para a

modificação do projeto ou para aperfeiçoar seus equipamentos de proteção.

(FRANÇA 2008).

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Pensando em se obter um melhor êxito no desenvolvimento da APR, Miranda

(2017) propôs que seja realizada por um integrante da equipe que conheça cada

etapa do processo e cada atividade a ser executada. A realização desse método

resulta na formação de um documento síntese que deve possuir no mínimo, de

acordo com a figura14:

a) Identificação da organização;

b) Descrição sobre a empresa e suas atividades;

c) Informação sobre a equipe realizando a análise;

d) Tipos de riscos;

e) Especificação das etapas e tarefas da obra;

f) Matriz de priorização;

g) Matriz de avaliação dos riscos;

h) Medidas mitigadoras ou neutralizadoras;

Na elaboração da matriz de priorização, Shinzato (2010) menciona que são

relacionadas duas categorias e em consequência disso, surge uma terceira categoria.

As duas categorias iniciais são de severidade (CS) e de frequência (CF), a terceira é

denominada de risco (CR). A categoria de severidade é fragmentada em 4,

conforme indicado na tabela 5:

a) I - Catastrófica; é quando pode causar problemas irrecuperáveis, e muitos

óbitos.

b) II - Crítica; é quando pode causar grandes problemas, porém podendo ser

recuperáveis, pode ter alguns óbitos.

c) III - Marginal; é quando pode causar ferimentos, problemas limitados ao

ambiente laboral.

d) IV - Desprezível; é quando pode causar problemas simples e recuperáveis.

A categoria de frequência é fragmentada em cinco:

a) A – Frequente; já se obteve no mínimo uma ocorrência e é previsto mais

ocorrências no decorrer da execução.

b) B – Provável; é previsto que tenha uma ocorrência no decorrer da

execução.

c) C – Ocasional; para ocorrer um acidente, é necessário acontecer uma

falha humana ou do equipamento.

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d) D – Remoto; para ocorrer um acidente, é necessário acontecer muitas

falhas humana ou de equipamento. Não é previsto a ocorrência.

e) E – Improvável; para ocorrer um acidente, é necessário acontecer muitas

falhas na proteção, sendo muito difícil de ocorrer.

CR SEVERIDADE

IV III II I

FREQUÊNCIA

A 3 4 5 5

B 2 3 4 5

C 1 2 3 4

D 1 1 2 3

E 1 1 1 2

Tabela 5: Matriz de categoria de riscos

Fonte: Shinzato 2010, adaptado pelo autor

Figura 14: Exemplo de APR

Fonte: FRANÇA 2008, adaptada pelo autor

FMEA

Esse método possui as siglas do nome em inglês que é Failure Mode and Effects

Analysis (FMEA), que traduzido para o português é chamado de análise de modos

de falha e efeitos. Esse método é usado no planejamento, onde analisam as

adversidades de cada atividade. Após listar as adversidades, cada uma é examinada

através de uma esquematização de pontos e é verificado à probabilidade de

acontecer, conforme a tabela 6. O objetivo desse método é, no planejamento,

encontrar e neutralizar futuras adversidades e riscos, além de propor intervenções

para melhoria. (KIRCHNER 2009).

LEGENDA

5 CRÍTICA

4 SÉRIA

3 MODERADA

2 BAIXA

1 DESPREZÍVEL

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65

Segundo DE OLIVEIRA (2019), o método FMEA pode ser dividido em três

tipos chamados, FMEA de sistemas, FMEA de projetos e FMEA de processos. O

de sistemas pode criar múltiplos de projetos, e cada um de projeto pode criar

múltiplos de processos.

DE OLIVEIRA (2019) determina os objetivos de cada um FMEA que são:

a) FMEA de sistemas:

Examina o sistema completo, enumera as funções do sistema que serão

inspecionadas e detecta possíveis falhas, estabelece intervenções para

neutralizar ou mitigar as possíveis falhas.

b) FMEA de projetos:

Determina prioridades para aplicação das intervenções, colocar as

informações documentadas, colabora com informações para o

planejamento, colabora nas avaliações das exigências, colabora na

descoberta de novas características.

c) FMEA de processos:

Colabora na fiscalização de novos métodos, colabora na descoberta de

adversidades e falhas, detectar problemas no processo, determina

prioridades na aplicação de intervenções, colocar as informações

documentadas.

KIRCHNER (2009), determina uma lista de itens necessários para criação de

uma FMEA. Esses itens são, de acordo com o exemplo da figura 15:

a) Enumerar as etapas do processo;

b) Para cada etapa, relatar cada potencial adversidade;

c) Para cada adversidade, relatar os potenciais efeitos;

d) Relatar as causas de cada adversidade;

e) Estabelecer medidas preventivas / mitigadoras;

f) Estabelecer a probabilidade de ocorrência;

g) Estabelecer a severidade;

h) Estabelecer a detecção;

i) Através da multiplicação da ocorrência, severidade e detecção, encontrar

o número de riscos prioritários (NPR) das adversidades;

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66

Na segunda parte, KIRCHNER (2009), determina adicionar as medidas

neutralizadoras / mitigadoras que foram planejadas, os responsáveis e os prazos

para realização das mesmas. Após, calcular o NPR para essas medidas e encontrar a

eficiência das medidas adotadas.

Segundo Lobo (2019), quando estiver analisando um item, os outros não devem

ser considerados para a análise, ou seja, todos os itens devem ser analisados

separadamente.

Ocorrência Pontos Severidade Pontos Detecção Pontos

Improvável 1 Nenhuma 1 Alta 1

Muito Baixa 2 - 3 Baixa 2 - 3 Moderada 2 - 5

Baixa 4 - 6 Moderada 4 - 6 Baixa 6 - 8

Moderada 7 - 8 Alta 7 - 8 Muito Baixa

9

Alta 9 - 10 Muito Alta 9 Improvável 10

- - Crítica 10 - -

Tabela 6: Diretrizes de classificação da FMEA

Fonte: KIRCHNER 2009, adaptada pelo autor.

Figura 15: Exemplo de FMEA

Fonte: GRADUSCT 2020, adaptado pelo autor.

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67

5W2H

É um método baseado em formular e responder perguntas para se obter um

resultado melhor do planejamento, obtendo esclarecimentos do que está sendo ou

será executado. (DAYCHOUW 2007). É um método antigo e bem simples. Ele

possui o objetivo de sanar todas as ambiguidades que podem aparecer ao longo da

execução da atividade. (LENZI 2010).

Este método pode ser utilizado em vários setores dentro da empresa como:

(DAYCHOUW 2007).

a) Da qualidade: Determina os critérios da qualidade que serão adotados

pela empresa, informando como obter resultados satisfatórios;

b) De compra: Determina os critérios de compra da empresa e futuras

necessidades de contratar equipamentos ou serviços;

c) De recursos humanos: Determina as carências da equipe de cada

atividade executada;

d) De riscos: Determina os tipos de riscos a ser observado, o momento em

que será inserido uma ação mitigadora e quanto irá custar;

O nome desse método é oriundo da língua inglesa no qual os 5W e os 2H são

traduzidos como: (DAYCHOUW 2007).

a) What? = O que? / Que? / Qual?

b) Who? = Quem?

c) Why? = Por que?

d) Where? = Onde?

e) When? = Quando?

f) How? = Como?

g) How many? / How much? = Quanto?

O what pode ser usado como uma expectativa de qual objetivo a empresa poderá

alcançar, solucionando as adversidades e mitigando seus impactos. O who pode ser

usado para saber quem executará a função em questão, ou quem está executando a

atividade. Why pode ser usado para introduzir uma problemática em questão. Where

indica o local da execução da atividade. When indica o momento temporal das

atividades ou execuções programadas, ele está ligado ao cronograma. How é onde

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68

será detalhado como chegará no objetivo exposto nas perguntas anteriores. Por

último o how much analisa os custos da implementação para chegar no objetivo

proposto. (BARBIERI 2020).

Rojas (2015) enfoca em alguns exemplos para as perguntas que podem ser feitas

para a execução dos métodos planejados, tais como:

a) O que deve ser feito?

b) Quem deve fazer?

c) Onde deve ser feito?

d) Quando deve ser feito?

e) Por que deve ser feito?

f) Como deve ser feito?

ANÁLISE SWOT

A análise SWOT é um método simples com o intuito de verificar a posição

estratégica de uma organização, no ambiente interno ou externo. A sigla SWOT é

traduzida do inglês como, indicado no quadro 4: (DAYCHOUW 2007).

a) Strenghts (Pontos fortes) - Características internas que são consideradas

como pontos fortes da empresa servindo como um facilitador para

alcançar seus objetivos;

b) Weaknesses (Pontos fracos) - Características internas que são

consideradas como pontos fracos da empresa, que são problemas que

dificultam alcançar seus objetivos;

c) Opportunities (Oportunidades) - Características do ambiente externo que

são consideradas como oportunidades para a empresa melhorar e

alcançar seus objetivos;

d) Threats (Ameaças) - Características do ambiente externo que são

consideradas como problemas que dificultam a empresa alcançar seus

objetivos;

As partes na qual são consideradas ambiente interno, são preenchidas pelos

membros da empresa, liderança e alta direção. Desse modo, a empresa possui um

maior domínio da situação mencionada. A empresa deve sempre destacar seus

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pontos fortes e tratar seus pontos fracos com objetivo de neutralizar ou mitigar seus

impactos. Já no ambiente externo, a empresa possui muitas dificuldades e não

possui o domínio da situação mencionada, porém, é imprescindível abordar esse

ambiente para a empresa possuir um conhecimento sobre o mesmo, se tornando um

facilitador no intuito de evitar ou mitigar as ameaças. (DAYCHOUW 2007).

SWOT Facilita alcançar os

objetivos Dificultam alcançar

os objetivos

Ambiente Interno

Forças (S): Fraquezas (W):

Ambiente Externo

Oportunidades (O): Ameaças (T):

Quadro 4: Modelo esquemático da análise de SWOT

Fonte: DAYCHOUW (2007), adaptado pelo autor

A análise SWOT tem como objetivo indicar os benefícios e as qualidades da

empresa, analisar as possibilidades de melhoria dos produtos e processos da

empresa, planejar para a empresa ter menos impactos relacionados a futuros

problemas. (HOFRICHTER 2017).

Após a matriz ser formada, pode-se relacionar as características que foram

descritas no modelo esquemático. Essa união fornece alguns eventos como,

conforme indicado no quadro 5: (DAYCHOUW 2007).

a) Oportunidades x Forcas = Vantagens - Grupamento de benefícios para

a empresa.

b) Oportunidades x Fraquezas = Limitações - Grupamento com

dificuldades de aproveitamentos devido as fraquezas.

c) Ameaças x Forças = Resistências - Grupamento em que as ameaças são

contidas pelos pontos fortes da empresa.

d) Ameaças x Fraquezas = Adversidade - Grupamento dos problemas

em que a empresa deve se fortalecer.

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SWOT Forças (S): Fraquezas (W):

Oportunidades (O): Diminuição dos

acidentes

Custo de

implementação

Ameaças (T):

Controle de

segurança dos

terceirizados

Colaboradores não

usam EPI

Quadro 5: Exemplo de SWOT preenchida

Fonte: O autor

MATRIZ GUT

A matriz de Gravidade, Urgência e Tendência é um método simples e eficaz e é

conhecida como matriz GUT, conforme indicado na tabela 7, 8 e 9

respectivamente. Esse método ajuda na avaliação para determinar prioridades na

resolução dos problemas da empresa. (LUCINDA 2010).

A gravidade é a consequência que o problema pode causar na empresa ou na

atividade executada. (DAYCHOUW 2007). Lucinda (2010) recomenda usar uma

classificação de 1 a 5 para os níveis da gravidade do problema.

Gravidade Pontos

Gravíssimo 5

Muito grave 4

Grave 3

Pouco grave 2

Sem gravidade 1

Tabela 7: Pontuação da gravidade

Fonte: LUCINDA 2010

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A urgência é o tempo que deve ser utilizado para neutralizar ou mitigar a

adversidade. (DAYCHOUW 2007). Lucinda (2010) recomenda usar uma

classificação de 1 a 4 para os níveis de urgência do problema.

Urgência Pontos

Urgentíssimo 4

Urgente 3

Prioridade 2

Rotina 1

Tabela 8: Pontuação da urgência

Fonte: LUCINDA 2010

A tendência é o quanto a adversidade vai evoluir se nenhuma ação para

neutralizar for feita. (DAYCHOUW 2007).

Tendência Pontos

Agravamento imediato 5

Agravamento curto prazo 4

Agravamento médio prazo 3

Agravamento longo prazo 2

Sem Agravamento, podendo melhorar

1

Tabela 9: Pontuação da tendência

Fonte: DAYCHOUW 2007, adaptada pelo autor

De acordo com Lucinda (2010), a preparação da matriz GUT vem com a

multiplicação dos pontos que foram demonstrados nas três tabelas anteriores, de

acordo com a tabela 10. A adversidade que necessitará de maior observação, será

aquela que possuir a maior pontuação após a multiplicação.

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Serviço

Problemas Gravidade Urgência Tendência Total

A 5 4 5 100

B 4 3 4 48

C 3 2 3 18

D 2 1 2 4

E 1 1 1 1

Tabela 10: Matriz GUT

Fonte: LUCINDA 2010, adaptada pelo autor

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7 CONCLUSÃO

É importante a aplicação das NR’s pois elas fornecem basicamente o início para

que um projeto tenha as mínimas condições de proteção e bem estar para a equipe

de trabalho. Devido as peculiaridades da ICC, se faz necessário o seguimento da

NR 18 como forma introdutória para a segurança e saúde do trabalhador.

Essa norma auxilia na criação de um melhor layout para o canteiro de obras.

Com ela o trabalhador se sente mais confortável em seu ambiente laboral. Um

exemplo desse auxílio é o trabalhador passar pela portaria e ir até o vestiário sem

passar pelo canteiro de obras, pois as áreas de vivência foram alocadas em locais

seguros e com o melhor conforto possível.

Para auxiliar a NR 18 e melhorar a SST no ambiente laboral, é importante que a

empresa utilize a NBR ISO 45001. O SGSST deve estar incluído no planejamento

da obra pois assim facilita a sua aplicação. O cronograma desse sistema de gestão,

deve estar em correta sincronia com o cronograma da obra.

Estudando essa norma, nota -se a necessidade da inclusão, como um todo, do

SGSST na cultura da empresa. O orçamento da obra deve incluir os gastos com o

SGSST para que não falte recursos para sua implementação.

A norma relata uma melhoria contínua e como o próprio nome já diz, a empresa

deve buscar sempre melhorar. Essa melhoria possui um ciclo chamado de PDCA

onde é fundamental fazer um planejamento sobre os possíveis riscos e com as

medidas de prevenção que serão adotadas pela empresa, logo após são aplicadas

essas medidas e checadas o seu funcionamento, se estão sendo efetivas ou se possui

determinado momento em que possa melhorar.

Os treinamentos são fundamentais para um correto funcionamento do sistema de

gestão, porque assim é inserido na mente do trabalhador a correta execução da

tarefa bem como dos equipamentos e máquinas. Nos treinamentos o trabalhador

aprende a importância do uso de EPI e aprende a observar corretamente os EPC e

respeitar seus avisos.

Usar ferramentas e métodos para melhorar a aplicação do SGSST da empresa é

muito importante. Com esses métodos, as empresas analisam detalhadamente os

riscos no ambiente laboral e fornece o tipo material necessário para aplicação de

medidas preventivas. Esses métodos também auxiliam nos treinamentos que devem

ser executados, auxiliam na troca de material por outro menos prejudicial à saúde e

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ajudam na observação do funcionamento correto das máquinas e equipamentos,

podendo indicar a troca por um melhor e mais seguro.

Os métodos APR e FMEA auxiliam na elaboração de um planejamento da

melhor maneira possível, elas devem ser feitas antes do início das atividades. Esses

métodos visualizam os possíveis problemas e informam os locais onde a

probabilidade de prejuízo é maior. O método 5W2H nesse caso auxilia na execução

da tarefa ou em treinamentos para começar a execução. O método de análise swot

entrou para auxiliar na verificação da aplicação das medidas planejadas. Já o

método matriz de gut é aplicado com o intuito de auxiliar onde a empresa deve agir

para obter melhorias.

Com as análises bibliográficas feitas ao longo desse trabalho, conclui -se que é

fundamental a aplicação de um SGSST em uma empresa, visando a mitigação dos

riscos e acidentes de trabalho. Com isso é necessário que ele seja reconhecido e

aplicado corretamente por todos, desde a alta direção, liderança e entre os

funcionários. Esses funcionários devem se sentir peças importantes no sistema de

gestão, para isso é necessária a participação deles na elaboração do planejamento.

Eles darão o feedback sobre as medidas aplicadas e sobre o estado de conservação

dos equipamentos e máquinas utilizados.

Para futuros trabalhos, pode -se fazer uma verificação da aplicação na prática do

SGSST e fazer uma comparação dos métodos utilizados, confirmando o melhor

método para cada etapa. Analisar em uma empresa a quantidade de acidentes de

trabalho antes e depois da aplicação do sistema de gestão e verificar se houve

melhora significativa.

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