a gestão dos resíduos urbanos e suas limitações

5
A gestão dos resíduos urbanos e suas limitações 1 Introdução Em pleno século XXI é preciso repensar a gestão dos resíduos em seu conjunto. Preconiza-se a redução desses resíduos na fonte, mas apenas com vistas à sua destinação final, requerendo garantias mínimas de segurança ao meio ambiente e à saúde humana. A redução de consumo e de produção é um grande desafio para a politica de comunicação/educação ambiental De forma bem tímida no inicio dos anos 70 começaram a aparecer alguns questionamentos relativos aos resíduos: o desperdício de recursos naturais e a perspectiva de extinção de algumas matérias primas. No final dos anos 80, 90 a gestão de resíduos aparece em inúmeras facetas. Apesar de estar sempre presente apenas nas ultimas décadas, principalmente nos países do norte a problemática dos resíduos sólidos vem ganhando um papel de importância no âmbito legislativo, partindo da relação entre resíduos sólidos, qualidade de vida e qualidade ambiental. Surgem então os primeiros textos jurídicos, disciplinando a questão de resíduos. 2 A globalização da expressão “gestão integrada” No âmbito europeu gestão integrada significa livre circulação na Europa favorecendo a abertura de serviços públicos e a concorrência, harmonizando as politicas publicas e definindo normas comuns . Uma gestão municipal integrada pode interessar-se por todo o tipo de resíduos concebendo varias linhas tecnológicas de valorização e eliminação A gestão integrada é também uma gestão marcada pela substituição dos serviços onde as empresas faturam diretamente do usuário pelo serviço publico financiado por impostos. Além disso, alguns países adotam o sistema onde a empresa privada constrói o equipamento e garante a exploração. Constata-se que a globalização do conceito “gestão integrada de resíduos” é adotada segundo as conveniências do seu utilizador

Upload: alirio-catapano

Post on 11-Dec-2015

14 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Trabalho sobre destinação dos residuos urbanos

TRANSCRIPT

Page 1: A Gestão Dos Resíduos Urbanos e Suas Limitações

A gestão dos resíduos urbanos e suas limitações

1 Introdução

Em pleno século XXI é preciso repensar a gestão dos resíduos em seu conjunto. Preconiza-se a redução desses resíduos na fonte, mas apenas com vistas à sua destinação final, requerendo garantias mínimas de segurança ao meio ambiente e à saúde humana. A redução de consumo e de produção é um grande desafio para a politica de comunicação/educação ambiental

De forma bem tímida no inicio dos anos 70 começaram a aparecer alguns questionamentos relativos aos resíduos: o desperdício de recursos naturais e a perspectiva de extinção de algumas matérias primas. No final dos anos 80, 90 a gestão de resíduos aparece em inúmeras facetas.

Apesar de estar sempre presente apenas nas ultimas décadas, principalmente nos países do norte a problemática dos resíduos sólidos vem ganhando um papel de importância no âmbito legislativo, partindo da relação entre resíduos sólidos, qualidade de vida e qualidade ambiental. Surgem então os primeiros textos jurídicos, disciplinando a questão de resíduos.

2 A globalização da expressão “gestão integrada”

No âmbito europeu gestão integrada significa livre circulação na Europa favorecendo a abertura de serviços públicos e a concorrência, harmonizando as politicas publicas e definindo normas comuns .

Uma gestão municipal integrada pode interessar-se por todo o tipo de resíduos concebendo varias linhas tecnológicas de valorização e eliminação

A gestão integrada é também uma gestão marcada pela substituição dos serviços onde as empresas faturam diretamente do usuário pelo serviço publico financiado por impostos. Além disso, alguns países adotam o sistema onde a empresa privada constrói o equipamento e garante a exploração.

Constata-se que a globalização do conceito “gestão integrada de resíduos” é adotada segundo as conveniências do seu utilizador

3 Os componentes de uma gestão integrada e sua articulação

3.1 Gestão de resíduos socialmente integrada: novo conceito de gestão integrada de resíduos?

A gestão social mente integrada é definida a partir da importância agregada ao social, aos aspectos sanitários, ambientais e econômicos. Apesar de a expressão gestão integrada ter se tornado de uso mundial as prioridades a serem empregadas e articuladas num plano de gestão de resíduos variam conforme o quadro apresentado. No Brasil, por exemplo a questão dos resíduos pode ser representada de forma bem contraditória, de um lado similar aos países de primeiro mundo e do outro com limitações elementares em seus serviços de limpeza publica

Page 2: A Gestão Dos Resíduos Urbanos e Suas Limitações

Em países onde existe um segmento da população que vive da catação de lixo é indispensável a escolha correta do modelo de gestão de resíduos dando ênfase à coleta seletiva municipal e à centrais de triagem, constituindo uma oportunidade para melhorar as condições das atividades tradicionalmente desempenhadas pelo catadores

O modelo de gestão de resíduos sólidos urbana socialmente integrada tem por suporte cinco pontos:

1)O desenvolvimento de linhas de tratamento de resíduos

2)A economia

3)A comunicação/educação ambiental

4)O social

5)O ambiental

3.2 As limitações na gestão de resíduos

Um dos principais entraves para solucionar a problemática dos resíduos municipais é a falta de coerência na escolha das diferentes modalidades de gestão e a ineficiência na articulação integrada dos seus componentes.

As limitações estão relacionadas com os problemas envolvendo a coleta de resíduos domiciliares e, ou o armazenamento inapropriado, geralmente dispostos em terrenos baldios ou lixões, podendo provocar a proliferação de vetores, e a contaminação do lençol freático, e ainda a transmissão de doenças pela cadeia alimenta, a partir de animais que se alimentam desses resíduos.

4 O contexto jurídico em alguns países: a base da politica de gestão de resíduos sólidos

Segue abaixo alguns países como exemplo para situar o contexto jurídico em politicas publicas de resíduos sólidos

Fazendo uma analise rápida fica evidente que quando se trata de politicas publicas de resíduos sólidos, descritas em textos regulamentares, tudo é muito recente em comparação com outros serviços de saneamento básico (tratamento de agua potável, tratamento de esgoto e drenagem urbana), mesmo em países do primeiro mundo. O progresso em questão nesses países ocorreu a partir dos anos 90, mas esses regulamentos estão em fase de ajustes e reajustes. É o caso do Quebec (Canadá), Alemanha, Dinamarca, Áustria e França, aqui citados.

4.1 Quebec

O governo do Quebec adotou em 1989 uma politica de gestão integrada de resíduos sólidos: esta politica visou a redução de 50%da quantidade de resíduos a ser eliminada até o ano 2000. Essa politica foi substituída pelo plano de ação do Quebec que consiste em reduzir na fonte, reutilização, valorização, e enfim a eliminação. E interessante ressaltar que esse plano substituiu o termo “gestão integrada de resíduos sólidos” por “gestão de materiais residuais”.

Page 3: A Gestão Dos Resíduos Urbanos e Suas Limitações

4.1 Europa

Alemanha

A Alemanha foi um dos primeiros países a definir claramente o principio da responsabilidade dos produtos, fixando cotas severas para reciclagem e retorno de embalagens. O governo alemão estabeleceu uma hierarquia a ser respeitada no tratamento de resíduos, relativo ao tratamento final dos resíduos das embalagens. Alguns problemas foram gerados por falta de planejamento, como “o que fazer” dcom a grande quantidade de resíduos coletados. A Alemanha exportou parte desse resíduos para outros países europeus e para países subdesenvolvidos, gerando uma repercussão negativa.

Dinamarca

A Dinamarca é considerada uma das percussoras na gestão de resíduos de embalagens. Desde os anos 80 ela conta com uma legislação que impede a entrada de cervejas e refrigerantes com embalagens não retornáveis em seu território. Sua politica conta com prevenção, reciclagem, incineração com recuperação de energia e aterro sanitário.

Áustria

A politica de gestão de resíduos da Áustria é a mais transparente e mais convincente na década de 90 dentre os países da Europa. Consiste em um plano de gestão de resíduos no âmbito federal articulado com os ministérios do Meio Ambiente, da Família, da Agricultura, de Negócios Econômicos, os Lander, os municípios, as casa de comercio e a Industria. Conta ainda com a obrigatoriedade da coleta seletiva e a coleta de resíduos perigosos.

França

A lei Francesa é direcionada em particular para a prevenção na gestão de resíduos. São prioridades da lei: Prevenir ou reduzir a produção e a nocividade dos resíduos, organizar o transporte de resíduos limitando sua distância e volume, valorizar os resíduos por reutilização, reciclagem ou qualquer outra ação.

4.3 Brasil

O Brasil fez alguns avanços em seus textos jurídicos e regulamentares relativos às suas politicas de resíduos sólidos, mesmo assim o pais ainda não aprovou uma politica nacional de resíduos sólidos para parâmetro de comparação dos princípios que regem a gestão de resíduos e sua hierarquia com outros países utiliza-se o texto provisório do projeto da politica nacional e a Nova Legislação do Estado da Bahia. A lei baiana possui 29 artigos definindo diretrizes para a gestão de resíduos sólidos.

4.4 Ponderações sobre a Politica de Resíduos

A prevenção esta sempre no ápice da hierarquia como prioridade na gestão de seus resíduos mas é preciso atribuir à ideia de prevenção um conteúdo concreto. A intenção de reduzir na fonte de origem deve ir além do discurso e se inserir num processo de planejamento

5 Considerações Finais

Page 4: A Gestão Dos Resíduos Urbanos e Suas Limitações

Constata-se que as politicas de resíduos são as mesmas entre os países do norte e do sul mas diferenciam-se nos aspectos culturais e sociais criando um produto distinto e resultados diferente.

Em uma boa politica de gestão de resíduos o uso de tecnologias limpas deve ser fundamental tendo por meta a redução do fluxo de resíduos em sua fonte.