a gazeta 8jul 14

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ECONOMIA 27 TERÇA-FEIRA, 8 DE JULHO DE 2014 A GAZETA ESTALEIRO EM ARACRUZ FIORELLA GOMES [email protected] Uma grande estrutura me- tálica formada por duas torres, nas cores vermelho e branco, chamou a aten- ção dos moradores da Grande Vitória. Trata-se do maior guindaste flu- tuante das Américas, construído exclusivamen- te para o Estaleiro Jurong Aracruz (EJA). Trazido do Japão, ele chegou a Vitória no do- mingo. A estrutura vai operar na fabricação da primeira sonda a ser utili- zada na exploração do pré-sal no Estado. O guindaste de grandes dimensões, com 110 me- tros de comprimento e 46 de largura, pode ser visto de vários pontos da cidade, como da Terceira Ponte, da Ilha do Boi, da Ilha do Fra- de e também da praia de Camburi. Para se ter uma ideia da grandiosidade da estrutura, a capacidade de içamento é de 3,6 mil tone- ladas a uma altura de 140 metros. É o mesmo que le- vantar 3,6 mil carros até o último andar de um prédio com cerca de 40 andares, por exemplo. PRAZOS A diretora institucional do EJA, Luciana Sandri, explicou que a estrutura demorou cerca de dois anos para ficar pronta. Apesar de fazer parte dos projetos do Estaleiro Ju- rong Aracruz, o guindaste também poderá ser utili- zado para prestar serviços a outras empresas do país, já que não há nenhuma outra estrutura parecida. É um equipamento de ponta, bastante importan- te para a indústria naval brasileira. Podemos dizer que é um equipamento importantíssimo no Brasil hoje, é único”, apontou. O Estaleiro Jurong pos- sui outro guindaste igual a esse em Singapura, no su- deste asiático, que já ope- ra há dois anos. Luciana Sandri explica o diferen- cial da estrutura. “O guin- daste iça os módulos que ficam em terra, construí- dos. Ele faz o içamento desses módulos e coloca a bordo do casco que está atracado no cais. Como é um equipamento gigante, tem um raio de alcance bem grande, ou seja, ele fi- ca na água e faz o içamen- to em terra. Esse é o dife- rencial dele", afirmou. A estrutura demorou cerca de oito semanas pa- ra chegar ao Brasil e foi descarregada no Rio de Janeiro. O itinerário con- tou com pontos como Oceano Índico, Cabo da Boa Esperança, na África e Oceano Atlântico. Veio a bordo de um navio do tipo heavy lift, único no mundo capaz de transportar car- gas extremamente pesa- das, como plataformas e guindastes gigantes. Por ser um navio que afunda em até 20 metros e necessita de águas abriga- das para descarregar o equipamento, foi necessá- rio parar na Baía de Gua- nabara, no Rio de Janeiro, que a Baía de Vitória não possui essa profundidade e conta com mar aberto. Para o Espírito Santo, ele veio rebocado. A previsão é de que o guindaste do EJA ficasse na Ilha da Galheta até on- tem, enquanto aguarda a nacionalização por parte da Receita Federal. Depois, ele segue ao Rio de Janei- ro, onde vai ficar abrigado enquanto são finalizados outros processos de regis- tro do equipamento. Ele ainda ganhará a bandeira do Brasil e retor- na ao Estado em agosto, quando deve começar a operar o cais do EJA. Há ainda vagas abertas no es- taleiro para recrutar tripu- lantes para o guindaste. Interessados podem aces- sar o endereço eletrônico www.jurong.com.br e se cadastrar. IMPRESSÕES As proporções do guin- daste do Estaleiro Jurong Aracruz impressionou o compositor e ator Raul As- sis, 23 anos. De Divinópo- lis, em Minas Gerais, o ar- tista, que está de passa- gem pelo Estado disse, em tom de brincadeira, nunca ter visto nada igual. “Quando você olha a imensidão do mar, o infini- to, você vê dois monstros saindo do mar, o impacto que causa é muito grande. Ele fica bem notável para quem está passando, não deve ter uma pessoa que não se questiona o que é”, apontou. Quem também ficou impressionado foi o artista plástico Vinícius Castro, 21 anos. “Eu olhei e fiquei tentando entender o que era, não consegui associar porque é muito grande. A gente só sabe que deve ser para fazer algo de grande impacto”, afirmou. O carpinteiro Cláudio Gomes Pereira, 53 anos, também ficou curioso e quase acertou ao arriscar do que se tratava a estru- tura gigante. "Achei que era uma plataforma para extrair petróleo", contou. Guindaste gigante na Jurong Estrutura vai operar na fabricação da primeira sonda do pré-sal no Estado DE PONTA “É um equipamento de ponta, bastante importante para a indústria naval brasileira. É um equipamento importantíssimo no Brasil hoje. ÉúnicoLUCIANA SANDRI DIRETORA DO ESTALEIRO JURONG ARACRUZ

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ECONOMIA27TERÇA-FEIRA, 8 DE JULHO DE 2014 A GAZETA

ESTALEIRO EM ARACRUZ

FIORELLA [email protected]

Umagrandeestruturame-tálica formada por duastorres,nas coresvermelhoe branco, chamou a aten-ção dos moradores daGrande Vitória. Trata-sedo maior guindaste flu-tuante das Américas,construído exclusivamen-te para o Estaleiro JurongAracruz (EJA).Trazido do Japão, ele

chegou a Vitória no do-mingo. A estrutura vaioperar na fabricação daprimeira sonda a ser utili-zada na exploração dopré-sal no Estado.O guindaste de grandes

dimensões, com 110 me-tros de comprimento e 46de largura, pode ser vistodeváriospontosdacidade,comodaTerceiraPonte,daIlha do Boi, da Ilha do Fra-de e também da praia de

Camburi. Para se ter umaideia da grandiosidade daestrutura, a capacidade deiçamentoéde3,6mil tone-ladas a uma altura de 140metros. É omesmo que le-vantar 3,6 mil carros até oúltimoandardeumprédiocom cerca de 40 andares,por exemplo.

PRAZOSA diretora institucional

do EJA, Luciana Sandri,explicou que a estruturademorou cerca de doisanos para ficar pronta.Apesar de fazer parte dosprojetos do Estaleiro Ju-rong Aracruz, o guindastetambém poderá ser utili-zado para prestar serviçosaoutras empresasdopaís,já que não há nenhumaoutra estrutura parecida.“É um equipamento de

ponta,bastante importan-te para a indústria navalbrasileira. Podemos dizerque é um equipamentoimportantíssimo no Brasilhoje, é único”, apontou.O Estaleiro Jurong pos-

suioutroguindaste igualaesse em Singapura, no su-deste asiático, que já ope-ra há dois anos. LucianaSandri explica o diferen-cial da estrutura. “O guin-daste iça os módulos queficam em terra, construí-dos. Ele faz o içamentodessesmódulos e coloca abordo do casco que estáatracado no cais. Como éum equipamento gigante,tem um raio de alcancebemgrande,ouseja,ele fi-ca na água e faz o içamen-to em terra. Esse é o dife-rencial dele", afirmou.A estrutura demorou

cerca de oito semanas pa-ra chegar ao Brasil e foidescarregada no Rio deJaneiro. O itinerário con-tou com pontos comoOceano Índico, Cabo daBoaEsperança,naÁfricaeOceano Atlântico. Veio abordodeumnaviodo tipoheavylift,úniconomundocapaz de transportar car-gas extremamente pesa-das, como plataformas eguindastes gigantes.

Por ser um navio queafundaematé20metrosenecessita de águas abriga-das para descarregar oequipamento, foi necessá-rio parar na Baía de Gua-nabara,noRiode Janeiro,jáqueaBaíadeVitórianãopossui essa profundidade

e conta com mar aberto.Para o Espírito Santo, eleveio rebocado.A previsão é de que o

guindaste do EJA ficassena Ilha da Galheta até on-tem, enquanto aguarda anacionalização por partedaReceitaFederal.Depois,ele segue ao Rio de Janei-ro, onde vai ficar abrigadoenquanto são finalizadosoutros processos de regis-tro do equipamento.Ele ainda ganhará a

bandeira do Brasil e retor-na ao Estado em agosto,quando deve começar aoperar o cais do EJA. Háainda vagas abertas no es-taleiropararecrutar tripu-lantes para o guindaste.Interessados podem aces-sar o endereço eletrônicowww.jurong.com.br e secadastrar.

IMPRESSÕESAs proporções do guin-

daste do Estaleiro JurongAracruz impressionou ocompositoreatorRaulAs-sis, 23 anos. De Divinópo-

lis, emMinasGerais, o ar-tista, que está de passa-gempeloEstadodisse, emtomdebrincadeira,nuncater visto nada igual.“Quando você olha aimensidãodomar,oinfini-to, você vê dois monstrossaindo do mar, o impactoque causa émuito grande.Ele fica bem notável paraquem está passando, nãodeve ter uma pessoa quenão se questiona o que é”,apontou.Quem também ficou

impressionadofoioartistaplástico Vinícius Castro,21 anos. “Eu olhei e fiqueitentando entender o queera, não consegui associarporque é muito grande. Agente só sabe quedeve serpara fazer algo de grandeimpacto”, afirmou.O carpinteiro Cláudio

Gomes Pereira, 53 anos,também ficou curioso equase acertou ao arriscardo que se tratava a estru-tura gigante. "Achei queera uma plataforma paraextrair petróleo", contou.

Guindaste gigantena JurongEstruturavai operarna fabricaçãodaprimeira sondadopré-sal noEstado

DE PONTA

“É um equipamento deponta, bastanteimportante para aindústria navalbrasileira. É umequipamentoimportantíssimo noBrasil hoje. É único”

LUCIANA SANDRI

DIRETORA DO ESTALEIROJURONG ARACRUZ