a g r i c u l t u r a - mun-montijo.pt · seu nome e bem merecerá de todos os que teem os seus...

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ff anno DOMINGO, IO DÍH ABRIL DS 1904 N." SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERÀRIO E AGRÍCOLA Assjgnatnra ú Anno. 1S000 réis; semestre. Soo réis. Pagamento adeantado. d para o Brazil, anno. 2S5oo réis (moeda, forte,. () Avulso, no dia da publicação. 20 réis. ~ EDITOR— José Auguslo Saloio H n 19, i.‘ — RUA DIREITA — 19, 1° alde<;ai.lí-;ga. Publicações Annuncios— i.a publicacf.o. 40 réis a linhn, nas seguintes, 20 réis. Annuncios na 4.* psgina, contracto espiciai. Os auto- .. graphos n;;o se restituem quer sejam ou não publicados. ç - PROPRIETÁRIO José Augusto Saloio EXPEDIENTE Rogamos aos nossos estimáveis assignantes a Oueza de aos ;»art.ici|>a- rem qualquer ffsJáa na re messa do Jorjsah para «le p r <?isb j í t o g»r<» v i d e n e i a 1 * - mos. A ceei íam-se eoas grati dão qwacsqíBcr noticias <pae seja na de interesse pnfolico. Foi elevado aos conse lhos da coròa, como minis tro da fazenda, o sr. Rodri go Affonso Pequito, ho mem inteliigente e muilo illustrado, a quetn o parti do regenerador deve gran des e assignalados servi ços. O sr, Pequito veiu sub stituir nessa pasia o sr. Teixeira de Sousa, e tem um problema bem difficil a resolvei", as propostas de fazenda. Todo o commercio se tem insurgido com essas propostas que o vão lesar nos seus legítimos interes ses, Cho\ em as ! epi esen- tacões ás camaras, fecham- se os esl ibeíecimentos, por toda a parte os commer ciantes mostram o signal do seu desagrado. E' preciso um homem de tempera rija e forte enver gadura para decidir esta momentosa questão. Oxa lá o sr. Pequito reuna em ai essas qualidades tão apre- ciaveis. Fazemos votos para que tudo se resolva em bem do commercio e do paiz. As sim o ministro honrará o seu nome e bem merecerá de todos os que teem os seus interesses ligados ao ponto que se está debaten do. jOAQUfívi DOS ANJOS, Um nosso assignante pé- de-nos a publicação do se guinte : Recolhimento d ’es ta villa Está chegada a occasião em que por deliberação do nosso governo vae desap parecer o antigo Recolhi mento pertencente ás reli giosas capuchinhas de Nos sa Senhora da Conceição, ultimamente com o nome de Kseravas do Santíssimo Sacramento, com estatutos aprovados em 28 de no vembro de 18 )6. Qualquer dia vae ser vendido este pio estabelecimento, o qúe será uma pena para os sen timentos religiosos de algu mas pessoas que alli, na respectiva egreja, manda vam dizer missa suffragan- do as almas de seus defun tos, e de grande falta tam bem para as procissões que! se fazem nesta villa, como é a do Senhor dos Passos no domingo de Ramos e a do i.° de novembro em eommemoração ou voto pelo terremoto de 1755. Oxalá que a pessoa a quem vá pertencer seja dotada de religiosos sentimentos para não vêrmos derruba do o templo onde estão os restos mortaes dos seus ii- lustres fundadores, cujos mausoléos mandaram con struir na capella mór para serem depositados seus cor pos e onde se lêem os se guintes epitaphios: «Sepul tura de Francisco cie No vaes Casado Pimentel, fi- dai 150 da casa d’El-Rei N. Senhor, Padroeiro deste hospicio» (ao lado do evan gelho) e noutro, «Sepultu ra de D. Antonia de Faria Cerveira, mulher de Fran cisco de Novaes Casado Pimentel e seus herdeiros», (ao lado da Epistola). Foram estes, pois, os fun dadores do Recolhimento e egreja como consta do seu testamento feito em i 5 de março de 1634. Este Re colhimento foi primeira mente accupado por reli giosas franciscanas. I inha boas casas de habitação e uma grande quinta com laranjaes e outras arvores de fructo, muito terreno li vre, pinhaes, marinhas e um moinho de seis enge nhos; porém, com o andar dos tempos, sem se saber como, se eclypsou a doa ção feita aos morgados, os quaes, por este motivo, se viram na dura necessidade de retirar para Setúbal, re colhendo-se no convento de Brancanes, ficando en tão este abandonado por espaço de cem annos, o que o tornou em ruinas. Foi en tão que o piedoso Irei João das Chagas veiu restau- ral-o, vindo do convento do Menino de Deus, de Lis boa, algumas religiosas oc- cupal-o, e segundo consta foram estas as primeiras. Tambem consta, que mais tarde, vieram algumas do convento de Lourieal, e que foram recebidas nesta villa com grande alegria e con tentamento de toda a po voação, sendo acompanha das pelas irmandades e aa- ctoridades da terra, haven do festa de egreja e no fim «Te-Deum». 0 têmpora ou mores! Se fosse hoje não escapariam de sei' apedre jadas pelos garotos, com grande gáudio dos jacobi nos. lliJíliotkeea de Tradai- cções Acabamos de receber o primeiro volume da Em preza da «Bibliotheca de TraducçÕ es», publicação quinzenal, com séde na rua Augusta, 1 38 , 2.0— Lisboa. Esta primeira obra é a Ac lêa de Alexandre Dumas. O seu brilhante espirito re- salta em cada pagina, em cada período. Respeitando, quanto possivel a verdade histórica, orientou-se por modo differente do auctor do Quo \ 'adis. Na Ac lêa, Nero e o ven cedor de jogos, em Corin- tho, o cantor de voz arre batadora, o poeta de Me dea, o terno amante de Actêa. A luta, as corridas, as scenas d’amphitheatro, n’u- ma palavra, a verdade his tórica, são tratadas por Du mas com essa verdade, pre cisão, propriedade e espiri to artístico que o tornaram um dos primeiros escripto- res do seu tempo: Contém rasgos de verdadeiro ge nio. São inimitáveis as tira das de Nero, nos capítulos II e VIII. As personagens, Actêa, a apaixonada corinthia, Lo- custa,a en venenadora, Pau lo Tarso, o martyr christão, Aggrippina, a impudica as sassina, foram ressuscitadas pela penna magica de Ale xandre Dumas. AGRICULTURA BSasxcrála das arvores íreictiferas O processo da enxertia de encosto consiste em ap- proximar e soldar dois ra mos, que continuam duran te algum tempo unidos de pendentes da seiva da plan ta mãe. Esta enxertia, po rem. só em casos muito particulares e que pode ser empregada, por exigir a approximação das plantas. Por conseguinte os proces sos mais em uso são o da enxertia de garfo e o de gemina. A enxertia de garfo di vide-se em duas classes: enxertia de fenda e enxer tia de coròa, sendo a pri meira a mais conhecida e vulgar. Consiste, como é sabi do, em cortar um ramo ou tronco e abrir-lhe uma fen da a todo o diâmetro. Pré- viamente, deve ter-se pre parado o garfo, escolhen do-se sempre um raminho do anno precedente, vigo roso e que apresenta boas geminas ou botões. A ex tremidade é aparada em fórma de cunha e assim se introduz na fenda feita no tronco ou padrão, mas do lado que estiver mais ex posto ao sol e á luz e ha vendo o maior cuidado que 0 líber do gargo e do pa drão fiquem em contacto. Da-se o nome de hber ás camadas subjacentes á cas ca, formadas de laminas ou folhas delgadas, sobrepos tas umas ás outras como folhas dum livro e nas quaes existe uma infinida- 1de de canaes que vão des de a raiz até ás folhas e extremidade dos ramos. Se o padrão apresenta certa grossura e aperta por si o garfo, dispensam-se as ligaduras; mas se tem pou ca força, as ligaduras tor nam-se muito necessarias, resguardando-se em segui da todos os cortes com o emplastro de enxertar. Se os córtes ficassem expostos á acção do ar, seccariam rapidamente e o resultado da enxertia não seria o de sejado. E’ por isso que se emprega o emplastro para os resguardar. Em geral, os enxertado- res empregam a terra ar gilosa amassada, misturan do-a alguns com excretos de boi, frescos. Este em plastro, porém, tem o gran de inconveniente de seccar facilmente, abrindo, ao con- trahir-se, diversas fendas por onde penetra o ar, pro- judieando gravemente 0 enxerto. O pomicultor cuidadoso, só em caso de extrema ne cessidade é que deve fazer uso de tal emplastro. Pre sentemente adoptam-se ou tros, compostos de sebo, cinzas e pêz. Uma das com posições mais convenientes é a seguinte: Pèz negro, 28 partes; pêz de Borgo- nha, 28 partes; cera arna- rella, 16; sêbo, 14; cinzas peneiradas, 14. Aquece-se esta mistura de modo a for mar uma calda bem grossa* que se applica aos córtes com um pincél, mas não de tal modo quente que qí- fenda os tecidos do enxer to. Quando não se queira estar com este trabalho, o commercio offerece já á venda maslics ou emplas tros proprios para a enxer tia. Sempre que o padrão te nha certa grossura, não deixa de ser util introduzir- lhe dois ou mais garfos. Outro processo de- en xertia de fenda consiste em cortar o padrão obliqua mente, abrir a fenda só de um lado, a que tiver me lhor exposição e implantar- lhe alli 0 garfo ou garfos. Tambem se usa abrir um entalhe triangular no pa drão, cortando-se o garfo-

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Page 1: A G R I C U L T U R A - mun-montijo.pt · seu nome e bem merecerá de todos os que teem os seus interesses ligados ao ponto que se está debaten do. ... tão que o piedoso Irei João

f f a n n o DOMINGO, IO DÍH ABRIL DS 1904 N."

S E M A N A R IO N O T I C I O S O , L IT T E R À R IO E A G R ÍC O L A

A ssjgnatnra úAnno. 1S000 réis; semestre. Soo réis. Pagamento adeantado. d para o Brazil, anno. 2S5oo réis (moeda, forte,. ()Avulso, no dia da publicação. 20 réis. ~

EDITOR— José Auguslo Saloio H

n

19, i . ‘ — RUA DIREITA — 19, 1° alde<;ai.lí-;ga.

PublicaçõesAnnuncios— i . a publicacf.o. 40 réis a linhn, nas seguintes,

20 réis. Annuncios na 4.* psgina, contracto espiciai. Os auto- .. graphos n;;o se restituem quer sejam ou não publicados. ç -

P R O P R I E T Á R I O — José Augusto Saloio

EX PED IEN TE

R o g a m o s a o s n o s s o s e s t i m á v e i s a s s i g n a n t e s a O u e z a d e a o s ;» a rt .ic i|> a - r e m q u a l q u e r ffsJáa n a r e ­m e s s a d o Jorjsah para «le p r <? isb j í t o g» r<» v i d e n e i a 1* - m o s .

A c e e i ía m - s e e o a s g r a t i ­d ã o q w a c s q íB c r n o t i c i a s <pae s e ja na d e i n t e r e s s e p n fo lic o .

Foi elevado aos conse­lhos da coròa, como minis­tro da fazenda, o sr. Rodri­go Affonso Pequito, ho­mem inteliigente e muilo illustrado, a quetn o parti­do regenerador deve gran­des e assignalados servi­ços.

O sr, Pequito veiu sub­stituir nessa pasia o sr. Teixeira de Sousa, e tem um problema bem difficil a resolvei", as propostas de fazenda.

Todo o commercio se tem insurgido com essas propostas que o vão lesar nos seus legítimos interes­ses, Cho\ em as ! epi esen- tacões ás camaras, fecham- se os esl ibeíecimentos, por toda a parte os commer­ciantes mostram o signal do seu desagrado.

E' preciso um homem de tempera rija e forte enver­gadura para decidir esta momentosa questão. O xa­lá o sr. Pequito reuna em ai essas qualidades tão apre- ciaveis.

Fazemos votos para que tudo se resolva em bem do commercio e do paiz. As­sim o ministro honrará o seu nome e bem merecerá de todos os que teem os seus interesses ligados ao ponto que se está debaten­do.

jOAQUfívi DOS ANJOS,

Um nosso assignante pé- de-nos a publicação do se­guinte :

R e c o l h i m e n t o d ’ e s ta v i l l a

Está chegada a occasião em que por deliberação do nosso governo vae desap­parecer o antigo Recolhi­mento pertencente ás reli­giosas capuchinhas de Nos­sa Senhora da Conceição, ultimamente com o nome de Kseravas do Santíssimo Sacramento, com estatutos aprovados em 28 de no­vembro de 18 )6. Qualquer dia vae ser vendido este pio estabelecimento, o qúe será uma pena para os sen­timentos religiosos de algu­mas pessoas que alli, na respectiva egreja, manda­vam dizer missa suffragan- do as almas de seus defun­tos, e de grande falta tam­bem para as procissões que! se fazem nesta villa, como é a do Senhor dos Passos no domingo de Ramos e a do i.° de novembro em eommemoração ou voto pelo terremoto de 1755. Oxalá que a pessoa a quem vá pertencer seja dotada de religiosos sentimentos para não vêrmos derruba­do o templo onde estão os restos mortaes dos seus ii- lustres fundadores, cujos mausoléos mandaram con­struir na capella mór para serem depositados seus cor­pos e onde se lêem os se­guintes epitaphios: «Sepul­tura de Francisco cie No­vaes Casado Pimentel, fi- dai 150 da casa d’El-Rei N. Senhor, Padroeiro deste hospicio» (ao lado do evan­gelho) e noutro, «Sepultu­ra de D. Antonia de Faria Cerveira, mulher de Fran­cisco de Novaes Casado Pimentel e seus herdeiros», (ao lado da Epistola).

Foram estes, pois, os fun­dadores do Recolhimento e egreja como consta do seu testamento feito em i 5 de março de 1634. Este Re­colhimento foi primeira­mente accupado por reli­giosas franciscanas. I inha boas casas de habitação e uma grande quinta com laranjaes e outras arvores de fructo, muito terreno li­

vre, pinhaes, marinhas e um moinho de seis enge­nhos; porém, com o andar dos tempos, sem se saber como, se eclypsou a doa­ção feita aos morgados, os quaes, por este motivo, se viram na dura necessidade de retirar para Setúbal, re­colhendo-se no convento de Brancanes, ficando en­tão este abandonado por espaço de cem annos, o que o tornou em ruinas. Foi en­tão que o piedoso Irei João das Chagas veiu restau- ral-o, vindo do convento do Menino de Deus, de Lis­boa, algumas religiosas oc- cupal-o, e segundo consta foram estas as primeiras. Tambem consta, que mais tarde, vieram algumas do convento de Lourieal, e que foram recebidas nesta villa com grande alegria e con­tentamento de toda a po­voação, sendo acompanha­das pelas irmandades e aa- ctoridades da terra, haven­do festa de egreja e no fim «Te-Deum». 0 têmpora ou mores! Se fosse hoje não escapariam de sei' apedre­jadas pelos garotos, com grande gáudio dos jacobi­nos.

lliJílio tkeea de Tradai- cções

Acabamos de receber o primeiro volume da Em­preza da «Bibliotheca de TraducçÕ es», publicação quinzenal, com séde na rua Augusta, 138, 2.0— Lisboa.

Esta primeira obra é a Ac lê a de Alexandre Dumas.O seu brilhante espirito re- salta em cada pagina, em cada período. Respeitando, quanto possivel a verdade histórica, orientou-se por modo differente do auctor do Quo \ 'adis.

Na Ac lê a, Nero e o ven­cedor de jogos, em Corin- tho, o cantor de voz arre­batadora, o poeta de Me­dea, o terno amante de Actêa.

A luta, as corridas, as scenas d’amphitheatro, n’u- ma palavra, a verdade his­tórica, são tratadas por Du­mas com essa verdade, pre­cisão, propriedade e espiri­to artístico que o tornaram

um dos primeiros escripto- res do seu tempo: Contém rasgos de verdadeiro ge­nio. São inimitáveis as tira­das de Nero, nos capítulosII e V III.

As personagens, Actêa, a apaixonada corinthia, Lo- custa,a en venenadora, Pau­lo Tarso, o m artyr christão, Aggrippina, a impudica as­sassina, foram ressuscitadas pela penna magica de Ale­xandre Dumas.

A G R I C U L T U R ABSasxcrála das a rv o res

íre ic tiferas

O processo da enxertia de encosto consiste em ap- proximar e soldar dois ra­mos, que continuam duran­te algum tempo unidos de­pendentes da seiva da plan­ta mãe. Esta enxertia, po­rem. só em casos muito particulares e que pode ser empregada, por exigir a approximação das plantas. Por conseguinte os proces­sos mais em uso são o da enxertia de garfo e o de gemina.

A enxertia de garfo di­vide-se em duas classes: enxertia de fenda e enxer­tia de coròa, sendo a pri­meira a mais conhecida e vulgar.

Consiste, como é sabi­do, em cortar um ramo ou tronco e abrir-lhe uma fen­da a todo o diâmetro. Pré- viamente, deve ter-se pre­parado o garfo, escolhen­do-se sempre um raminho do anno precedente, vigo­roso e que apresenta boas geminas ou botões. A ex­tremidade é aparada em fórma de cunha e assim se introduz na fenda feita no tronco ou padrão, mas do lado que estiver mais ex­posto ao sol e á luz e ha­vendo o maior cuidado que0 líber do gargo e do pa­drão fiquem em contacto. Da-se o nome de hber ás camadas subjacentes á cas­ca, formadas de laminas ou folhas delgadas, sobrepos­tas umas ás outras como folhas dum livro e nas quaes existe uma infinida-

1 de de canaes que vão des­

de a raiz até ás folhas e extremidade dos ramos.

Se o padrão apresenta certa grossura e aperta por si o garfo, dispensam-se as ligaduras; mas se tem pou­ca força, as ligaduras tor­nam-se muito necessarias, resguardando-se em segui­da todos os cortes com o emplastro de enxertar. Se os córtes ficassem expostos á acção do ar, seccariam rapidamente e o resultado da enxertia não seria o de­sejado. E’ por isso que se emprega o emplastro para os resguardar.

Em geral, os enxertado- res empregam a terra a r­gilosa amassada, misturan­do-a alguns com excretos de boi, frescos. Este em­plastro, porém, tem o gran­de inconveniente de seccar facilmente, abrindo, ao con- trahir-se, diversas fendas por onde penetra o ar, pro- judieando gravemente 0 enxerto.

O pomicultor cuidadoso, só em caso de extrema ne­cessidade é que deve fazer uso de tal emplastro. Pre­sentemente adoptam-se ou­tros, compostos de sebo, cinzas e pêz. Uma das com­posições mais convenientes é a seguinte: Pèz negro, 28 partes; pêz de Borgo- nha, 28 partes; cera arna- rella, 16; sêbo, 14; cinzas peneiradas, 14. Aquece-se esta mistura de modo a for­mar uma calda bem grossa* que se applica aos córtes com um pincél, mas não de tal modo quente que qí- fenda os tecidos do enxer­to. Quando não se queira estar com este trabalho, o commercio offerece já á venda maslics ou emplas­tros proprios para a enxer­tia.

Sempre que o padrão te­nha certa grossura, não deixa de ser util introduzir- lhe dois ou mais garfos.

O utro processo de- en­xertia de fenda consiste em cortar o padrão obliqua­mente, abrir a fenda só de um lado, a que tiver me­lhor exposição e implantar- lhe alli 0 garfo ou garfos.

Tambem se usa abrir um entalhe triangular no pa­drão, cortando-se o garfo-

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"O C o rre io d e M afra..Este nosso collega que

se publica em Mafra, de que foi proprietário o nos­so amigo, sr. Jacintho Pe­dro d’01iveira e que é actu­almente seu proprietário o sr. Eduardo Braga, acaba agora de passar por notá­veis melhoramentos que muito o recommendam e que muito concorrerão pa­ra o augmento de assigna- turas.

Receba o collega as nos­sas modestas, mas since­ras, felicitações.

Ts^aaiseripefsoO nosso collega lisbo-

neiise a «Vanguarda» trans­creveu o nosso artigo Uma vergonha.

Agradecemos a sua re­ferencia á nossa folha.

Sovo ClsaíiEftectuou-se no domin­

go passado, conforme no­ticiamos, a reunião de fa­mílias no Novo Club, dan­çando-se animadamente até de madrugada.

- - X < 5 » " á - - - - -

Clreo .^aíaaííoEis o programma para o

espectáculo d’hoje,que d > ve ser excellente:

O balançou' aereo pela senhorita Emilia Paterno, exercícios gymnasticos pela sr.a Thereza Domínguez, a descida musical nas antí­podas romanas por Adria­no Réy, O coxim japone\ pelos clowns Amado, Faz- tudo e Caròlo. . l.s' sevilha­nas dança hçspanhola pelas dançarinas Emilia Paterna e Blanca O i tiz, Os acroba­tas por Bimbo, Amado, Ju- liete e Pepito. Terminará o espectáculo com uma inte­ressante pantomima mimi- ca.

C O F R E B E

O D O M IN G O

A GUILHERME BRAGA0 ' grande sonhador! Vastíssimo talento Que, em plena mocidade, a morte foi ceifar, Em bora o sopro seu a vida destruísse,A fa m a do teu nome ha de entre nós ficar.

Que o diga a geração a quem tu ensinaste Como um Deus, a adorar as crenças liberaes; Que o diga o teu pai*, a esplendida nação Que em bronze ha de gravar teus versos immortaes.

E ra um látego a penna! 0 cerebro um vulcão A idéa arremessando, a grandiosa lava A destruir da egreja o velho preconceito Que, como dura algema, o povo escravisava.

Hoje, que a geração dos filhos do progresso Lamenta d'um poeta o triste passamento,Acceita a grande voz da intima saudade,0 ’ grande sonhador, vastíssimo talento!

JOAQ UIM DOS ANJOS.

P E N S A M E M T O S

A religião e os costumes são a fonte da prosperidade, para as nações e para os homens.— De Lévis.

-— Aquelle que desde o berço teve continuamente em redor de s i pessoas virtuosas e rasoaveis, habitua-se a praticar o que é bom e util.— Julien.

— .4 vida é uma escola onde ninguém tem tempo de acabar o seu curso de philosophia.— Sauvage.

A N E C D O T A S

Um lavrador contou de\ porcos. Na tarde d esse dia mandou o filho conlal-os: passados minutos apparece o rapaz-

— Então?— Só contei nove.— Mas eu contei dez.— E lle .. . estava lá outro, mas é tão desinquieto que

0 não pude contar.________

Estava um camponio portuguez em P<M'is. Tinha-se ido tratar com Pasteur. listava farto de ouvir fa la r fran­cez. N'isto ouve cantar um gallo.

-- O ra graças a Deus! exclama elle, que já alguem fala portuguez.

__________

Uma senhora ajustando uma creada:— Diga-me, por que foi que saiu da casa onde esteve?A creada com enfado:— E a. senhora diz-me por que fo i que despediu a crea­

da que cá tinha.— {CíT&lu!__

Um velho conquistador:— A menina devia corresponder ao meu amor.— Porquê? nao me dirá?— Porque o homem e a mu her foram creados para

se estimarem um ao outro.— Sim ? Porque não vae então procurar minha avó)?

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de modo a que se adapte perfeitamente ao entalhe.

Seja qual fòr o processo que se adopte, para que a operação dê o resultado desejado, é indispensável que o enxerto não soíTra abalo algum que possa des­locar o garfo do seu logar. Convém egualmente abri­gar 0 enxerto dos ardores do sol.

A enxertia de corôa é muito vantajosa para ar­vores edosas e de grande volume. O processo é fa­cil: corta-se o tronco ou ramo que tem de ser en­xertado; dá-se-lhe um gol­pe na casca até ao alburno e afasta-se um pouco a cas­ca, introduzindo entre es­ta e o lenho a espátula da enxertadeira, afim de que se possam metter mais fa­cilmente os garfos.

Estes devem consistirem raminhos do anno anterior, tendo quando muito 12 centímetros de compri­mento e boas gemmas ou botões. Os garfos afei­çoam-se de modo que fi­que um botão á altura em que se fez o córte, voltan­do para fóra, sendo introdu­zidos entre a casca e o le ­nho do padrão. Em segui­da liga-se e aperta-se o en­xerto e, como se pratica com a enxertia de fenda, resguarda-se com o em­plastro.

A época própria de se executarem estes enxertos é na primavera, quando a seiva está em plena activi­dade.

Os anxertos exigem ain­da outros cuidados do po- micultor. Este deve vigiar as ligaduras, afim de que não estrangulem os gar­fos; collocar um tutor em cada enxerto ou um vime dobrado em arco, afim que os passaros se empoleirem alli e não nos garfos; não deixar emfim que no pa­drão se desenvolvam quaes­quer rebentos, afim de não prejudicar os garfos, rou­bando-lhe a seiva. Com tu­do será bom conservar um ou dois, até se reconhecer que o enxerto vingou e

FO LHETIM

Traducçáo de J. DOS ANJOS

l i v r o Segnisdo11

— R e z e , que lhe ha de fazer bem.Tudo recaliiu nd silencio depois

d'estas palavras graves, e emquanto a Magdaiena ficava immovel no mes­mo sitio, a irmá foi ter*cóm o tabel­lião que esperava por ella á porta. Trocaram algumrs palavras e depois ella foi ao pé da o ma e. interrom­pendo a meditação da MagdaleiV, dis­te-lhe:

adquiriu certo vigor. De­pois d isto suprimem-se.

Falta agora tratar da en­xertia gemma ou botão, tambem muito usada. E’ o que faremos 11a carta sub­sequente.(DaVinha de Torres 17cdrasj

— Permitta-me que a acompanhe a sua casa, minha senhora.

— Não, o mtu logar é aqui.— Em íircumsfc ncias norm; es, as­

sim seria etfectivamente; mas acaba de fazer uma viagem custosa e soíireu muitas commoções. A sua saude exi­ge que venha paia casa.

— Que importa a minha saude? Quem é que q'-er saber que eu viva ou morra?

Apesar do tom resoluto d'esta res­posta, o tabellião não se deu por ven eido. Queria anancar a esta scena de lagrimas aquella formosa creaiuraque, para elle, juntava á beileza o mereci­mento de ser uma das clit ntes ás quaes um tabellião náo renuncia as sim.

— Affianeo-lhe. minha senhora, que nSo po.’e ficar aqui. A irmã <í da mi­nha opinião. 0 que fará- n’este chou­

pana. uma vez que náo pode valer aquelle por quem chora?

— Resarei pela alma d'elle.— Então não pode resar em sua ca­

sa? Creia, minha senhora, que é me­lhor ; fastar-se. ainda que não seja se­não par.i lhe poupar o horror das curiosidades q''e viriam perse,uil-a até ao pé d'este cadaver...

— Ah! é verdade, respon eu amar­gamente a Magdaiena; querem ver­me; sou uma pe-sou como náo se en­contra egual. Sim. sim tem razão. sr. Riballier, consnto em ir comsigo pa­ra me livrar das malevoiencias que estou a adiwnhar.

Levantou se. olhou pela ultima vez para o rosto do morto e debruçando- se. pôz n e lle os labios. Ao contacto da peile gelada, estremeceu e instin- ctin ti vãmente recuou. Sob a infl le n -1 cia dos seu; in ;tinctos d ; pariskn se,!

delicada, costumada ao luvo. -aos per­fumes, á agtação. á alegria, os seus nervos doentes não tinham podido súpporti.r sem desfa lecer o fúnebre horror d'aque’les sitios. O tabellião levou-a d’alli. Mas aniesde sahir, quiz ella agradecer á religiosa e di er-lhe que o tabellião pagaria todas as des­pezas feitas durante a doença e a; que fossem preci;as para o enterro. De­pois. quando ella se afastava, disse- lhe ainda:

— Não vi o Pedro Guillemale, de quem ha pouco me falou, minha ir­mã-

— F rou aqui até ro final, minha se­nhora. foi elle quem fechou os olh s do-pobre velho. Ha bocado foi des- canç.rr.- para pode- continuar no tra- brlho. que tem interrom pi lo estes dia; e dar a sua lição antes do meio dia.

LITTERATURAO pastor de earp;is

(Continuado do n.° 142;

Os estremecimentos da agua revelavam-lhes seresdesconhecidos, cujas appa- lições fugitivas deixavam vestígios irradiados, coma um raio de astro, e semea­dos de globulos de matiz opalino, que morriam eni scintillações côr de ouro.

— O h! como eu seria feliz, dizia Idzouna ao pas­tor, se vivesse neste mun­do, mais azul do que o proprio céo. Deve haver lá no fundo, flôres vivas, com pérolas nos cálices; peque­ninas princezas cavalgando peixes alados, e pastori- nhos cuja canção não pá­ra um momento.

E Idzouna, deslumbrada, fascinada pelas irradiações sideraes que entrevia, de­bruçava-se cada vez mais na margem do rio, como se fôra attrahida por unia força desconhecida.

Então as mulheres que a acompanhavam, levavam- n’a para o palanquim e voltavam com ella para a cidade emquanto os sons da flauta de Toiki se ou­viam cada vez mais fracos e morriam por fim muito ao longe.

Mas a princeza rogava todos os dias a Bouddha, pedindo-lhe que a levasse para o da agua azul com os peixes dourados e o pas­tor.

Escrevia a oração numa folha de papel de aroz, que rasgava, e deitando os fra­gmentos para cima de seu leque, que se movia rapi­damente, fazia-os vi-ar pa­ra o Paraizo.

★Uma noite Idzouna, não

podendo conciliar o som­no e perseguida pela visão do azul, fugiu do palacio de seu pae, e dirigiu-se pa­ra o rio.

Toiki não estava lá; ti­nha ido á cidade.

Havia socègo absoluto em redor da casa de bam­bus.

A Magdaiena sahiu com o tabellião e foi para casa. No curto trajecto que tinham a fazer, tiveram a felicidade de não encontrar ninguém, e em cin­co minutos a Magdaiena ficou ao abri­go da curiosidade que tanto receava.

— Está livre, disse ella ao tabellião; agradeço-lhe as prova» de sympathia que me dis; ensou e nunca me esque­cerei d’ellas.

— Mas fico ainda ás suas ordens, se precisar de mim. retorquiu o sr. R i­ballier, que queria merece, pelo séu zelo, o reconhecimento da sua clietí- te.

- Por agora não ; reciso respou- deu a Magdaiena; até ámanhã d e s e j o

estar só. Antes do enterro n ío rece­berei ninguém nem sahirei' d'estn ca­sa.

(Continua,'.

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O DOMINGOPor entre os vimes, dor-

miam cegonhas sobre um (jos pés, e com a cabeça aconchegada na pennugem da aza.

Ao longe, no Fousi-Ya­ma, os tectos levantados do templo de Bouddha brilhavam aos raios da lua, que reflectia o seu largo disco no rio.

Idzouna approximou-se da margem, e, no espelho da agua, considerou o as­tro que lhe haviam ensi­nado a venerar.

A principio só viu for­mas vagas e fluctuantes, com nuvens, mas depois enxergou, distinctamente, montanhas, e rios e cida­des.

Um estremecimento en­rugou a superfície da agua e o quadro mudou de as­pecto. A pequenina prin- ceza avistou ao reflexo da lua, um grande pagode de prata, onde havia um Boud­dha immenso agachado sobre o trono de bronze incandescente, e aconche­gando com os braços ao peito os seus trinta e dois filhos. Fumegava-lhe aos pés o incenso, em vasos de esmeraldas. Virgens- toca­vam goltos de treze cor­das.

E num degrau do tem­plo lunar, Idzouna cuidou vêrToiki a tocar, em quan­to que sua mãe lhe apresen­tava a taça de saké, que une para sempre os noivos.

A pequenina princezade­bruçou-se para segurar a esplendida ta ç a .. . e des­appareceu no rio.

A lua rasgou-se de ne­gro, agitou-se por momen­tos, e depois retomou a im- mobilidade á superfície da agua azulada, cujos myste- rios Idzouna conheceu d’a- quella hora em deante.

Uma cegonha fugiu, lan­çando pelo ar um grito la­mentoso.

E depois fez-se novamen­te o silencio. . .

seguinte ToikiNo dia admirou-se de não vêr a pequena princeza. Espe­rou-a o dia inteiro, porém ella não voltou.

A ’ tarde, quando a lua da. appareceu novamente, o pastor ficou perto da mar­gem e poz-se a tocar na flauta um canto doloroso, que dizia a tristeza de To i­ki e a ingratidão de Idzouna.

Emquanto tocava, o re­flexo da lua perturbou-se e

na estava risonho. N’uma das mãos trazia ella a flor azul do lolus, que só póde ser colhida pelo espirito que se separou do corpo e en­trou no nirwana. Com a outra empunhava a taça de saki, onde os noivos devem molhar os labios.

O seu vestido azul con­fundia-se com a agua azul, e ninguém poderia dizer se eram as prégas sedosas do trajo de Idzouna, se as on­dulações do rio, que vinham bater de encontro á mar­gem.

Toiki continuava a tocar, levado por impulso irresis­tível, e Idzouna seguia-o deslisando sobre as ondas.

A lua mirava-se nas do­bras sem fim do vestido da princeza, e o pastor avista­va tambem no rio o pago­de de prata.

Quando rompeu a auro­ra, Toiki parou de tocar e a imagem de Idzouna des­appareceu.

A ’ noite a pequenina princeza surgiu de novo aos sons da flauta.

Durou isto muitas noites.Toiki viu assim decorrer

alguns annos. Na noite em que a princeza devia attin- gir quinze annos — edade do casamento — appareceu ella mais formosa ainda, no meio de um vapor branco, como o véo de uma des­posada.

O pastor tocou um hym- no nupcial, aljofrado como os vincos iriados da agua, e quando o primeiro clarão purpurino appareceu poi traz do monte Fousi-Yama, e fezempallidecer a lua,Toi ki deixou-se cair ao rio.

As prégas do vestido d; Idzouna fecharam-se ao de cima do pastor, que ador­meceu para sempre nas profundidades mysteriosas da agua còr de anil.

*Desde aquelle dia nin­

guém mais cuidou nos pei xes dourados, mas ao pé do Fousi-Yama, no mesmo ramo de uma azalea flori­da, dos bengalinhos, d, azas azues, entoam a can ção do pastor, na clarida­de vaporosa da madruga-

4íO la d e p e n d e a íe .,Recebemos, pela primei-

a vez, a visita d’este nos­so collega de publicação quinzenal litterario e scien- tifico que se publica no

orto.Agradecemos e em tro ­

ca enviaremos o nosso mo­desto semanario.

^laaeixasQueixou-se na adminis­

tração do concelho Anto­nio Maria Savelha, traba- hador, natural e residente

nesta villa, de que pelas 5 loras da tarde de 5 do cor- ente, no Bairro Serrano,

rlorencia, casada com Pe- ro Canastreiro, tambem

natural e residente nesta villa, oífendera corporal- mente seus filhos, meno­res, um de 4 e outro de 6 annos, do que resultou fi­carem contusos por diffe- 'entes partes do corpo.

uma fórma vaga ergueu-se do rio, como os vapores que sóbem dos valles du­rante a as noites outonaes.

E pouco a pouco a fórma condensou-se. O perfil de­licado da pequenina prince-

Carlos Richard.— - - - - - -

Vão ser enviadas ao com- mandante do. districto de recrutamento e reserva n 2, as petições por amparo respeitantes aos mancebos João Nobre, filho de José Francisco Nobre e de Ma ria Libania, e Viriato Si­mões, filho de Julio Muric Simões (fallecido) e de Ma ria José dos Santos. Junta­mente será enviada um; reclamacão de Estevam

B.,siías«sa

Falleceu no dia 26 do mez findo pelas 3 horas da tarde, Luiza da Conceição, de 38 annos de edade, ca­sada, natural d’esta villa, victima de uma lesão no coração.

— No dia 27 pelas 9 ho- as da manhã, Sezinando

Celestino Pimentel, de jd annos de edade, casado, ex-contador nesta comar­ca, natural de Tavira, vi­ctima de cachexia senil.

— Dia 28 pelas 7 horas da manhã, Francisco Anto­nio Mata-mouros, de 80 an­nos de edade, viuvo, traba­lhador, natural d’esta villa, victima de cachexia senil

— Em 2 do corrente pe­las 4 horas da tarde, Maria da Piedade, exposta da Santa Casa da Misericór­dia, viuva, de 80 annos de edade, victima de cachexia senil.

para ser vendido pelo maior preço que for oííe- recido, e superior ao abai­xo declarado: Uma fazenda

2 terra de semeadura, vi­nha e arvores no sitio da Figueira da Vergonha, de

sta freguezia, predio fo­reiro em 6^000 réis an­nuaes e laudemio de qua­rentena a D. Gertrudes Maria da Piedade Quares­ma, desta villa, avaliado em 3 7 0 ^ 0 0 réis e volta á praça em 3oo$ooo réis.

O arrematante, além das despezas da praça, pa­gará por inteiro a compe­tente contribirção de re­gisto.o

Aldegallega do Ribatejo, 5 de abril de 1904.

o E SC R IV Ã O

Julio PereiraA n lon o Mou linho.Verifiquei ;i exactidão.

O JU IZ -D E D1RE! 10t.° Substituto no impedimento d o

propr etario,

Anlonio Tavares da Silva.

CUEADAOrFerece-se, chegada da

província. Sabe bem de co­sinha. Nesta redacção se diz.

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R TJ A D I R E I T A . , 6 5 , 1 .° 11> t

A N N U N C I O S

ANNUNCIO

de m i LIjU.

( l . a l * n b l ic a ç ã ó )

za desenhou-se todo bran-’ Barbosa da Cruz, filho de co, sobre o fundo escuro'Estevam da Cruz e de Ma- da noite. O rosto da kízou- ria José Barbosa.

Por este Juizo de Direi­to e cartorio do segundo officio, e pelo inventario por obito de Antonio Gon­çalves Caipira e cabeça do casal a viuva Luiza Rita de Jesus, volta secunda vezno dia i.° do proximo mez de maio pelas 12 horas da manhã, o seguinte domi­nio util ou predio do casal

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A entrada nesta casa é franca e péde-se a todos que visitem tão util estabelecimento. rí9

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m DRAMASM CORTE

■íC.htoníca do reinado cie Luiz XV)

Romance historico ro rE. LA D O U C E T TE

Os amoreó tregicos de Manon Les raut- " fòm o ,c eiebre cavtliciro cie G rieux, formam o entrecho cTeste ronjance. rigorosamente h storico, a que Ladoucette imprim.u um cunho de originalidade deveras encantador.

A corte de Luiz xv. com todos os séus • esplendores e ihiserias. e esc ri- pta mi g stralmente pelo auctor d '0 Bastardo da Rainha nas paginas do

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ESTEVÃO JO SE DOS REISCOM *—

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.la»l ransvaal e do

Orange. incidentes notáveis, «cercos e batalhas mais cruentas daG U E R R A A N G L O -B O E R

;'o r um funccionario da Cruz Verm elha ao serviçodo Transvaal.

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N’ella sáo descri] tas. «por uma testemunha presencial», as diflerelltes phases e acontecimento» enioc ionarites da terrivel guerra que tem espantado o mundo arteiro.

A G U ER R A A N G LO -’ OER faz passar ante os olhos do leitor todas as « g' andes bat; lhas. combates» e «es; a’ amueas» d esta prolongada e acérrima lueta entre inglezes. t:a svaalianos e oranginos, verdadeiros prodígios de hero smo e tenacidade, em que sáo egus 1.mente admiraveis a coragem e de­dicação p triotif a cie ver,c cios e vencedores.

Òs inc identes Variadíssimos d"esta contenda e .tre a poderosa Ingiater ra e as duas pequ nas republicas sul-aíncanas, decorrem atravez de verda­deiras per pecias. por tai manei a i.raiw t cas e ptttorescas, que ciao á GUER RA AN G LO -B O ER. conjunctamente com o irresistível attractivo duma nar r; ti\a h storica dos nossos cias. o encanto da leitura romantisada.

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Franco & FigueiraOs proprietários d’este novo estabelecimento parti­

cipam aos seus amigos e ao publico em geral, que teem á venda um bom e variado sortido de artigos de mer­cearia, especialidade em chá e café, confeitaria, papela­ria, louças pó de pedra. Encarregam-se de mandar vir serviços completos de louça das principaes fabricas do paiz, para o que teem á disposição do publico um bom mostruário. Pe-roleo, sabão e perfumarias.

Únicos depositários dos afamados Licores da Fabri­ca Seculo X X , variado sortido em vinhos cio Porto dás melhores marcas, conservas de peixe e de fructas, mas­sas, bacalhau de differentes qualidade,s, arroz nacional e extrangeiro, bolachas, chocolates, etc., etc.

P R A Ç A S E R P A P I N T O — ALDEGALLEGA

■Tendo continuado a augmentar o movimento desta já bem conhecida casa commercial pela seriedade de transacções e já tambem pela modicidade de preços por que são vendidos todos os artigos, vem de novo recOmmendar ao publico em geral que nesta casa se en­contra um esplendido sortido de fazendas tanto em fan­queiro como em modas, retròzeiro, mercador, chape­laria, sapataria, rouparia, etc., etc., prompto a satisfazer os mais exigentes e

AO alcance de todas as bolsasDevido á sahida do antigo socio desta casa, o i!l.m0

sr. João Bento Maria, motivada pelo cansaço das lides commér.ciaeSj os actuaes proprietários resolveram am- plear mais o actual commercio da casa, dotando-a com uns melhoramentos que se tornam indispensáveis a melhorar e a augmentar as várias secções que já existem.

Tomam, pois, a liberdade de convidar os seus estimá­veis freguezes e amigos, a que, quando qualquer com­pra tenham de fazer, se inteirem primeiro das qualida­des, sortido e preços porque são vendidos os artigos, porque decerto acharão vantagosos.

A divisa d'esta casa é sempre ganhar pouco p a r a ven­der muito e vender a todos pelos mesmos preços, pois que todos os preços são fixos.

Tisiíeíaa, pois. © Coiasnaerclo d® P ovo

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Aldegallega do l&Sbatejo:, r * “ ‘vv i ' 1 r v> ■ 1 pp ‘ '■ '/ - * yi/l . A !/\ * . v,Vv's• xAj,* * ‘1