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A FUNDAMENTAÇÃO METAFÍSICA DOS COSTUMES

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A FUNDAMENTAÇÃO METAFÍSICA DOS COSTUMES

O Homem deve também

acreditar no Homem

Boa ideia…! Assim já posso ir de férias.

De que depende o valor moral de uma ação?

Qual o princípio que deve servir de fundamento à acção moralmente boa?

Qual o critério que me é fornecido para avaliar as acções morais? Em que nos baseamos para essa avaliação?

Felicidade Será a felicidade uma coisa boa? Se for atingida por motivos menos positivos,

ela não é boa. Por exemplo: um sádico pode alcançar felicidade se causar sofrimento às pessoas.

Acima de tudo a felicidade tem de ser merecida.

Isto é, a felicidade pode ser um critério de avaliação e, simultaneamente, um princípio, uma crença básica fundamental do ponto de vista ético?

Para tal, é necessário que a felicidade seja

um critério universal.

Tem de servir de igual modo para todo o ser humano.

Tem de se assumir como uma coisa boa em si. Uma coisa boa em si (fim em si mesmo) corresponde à sua boa intenção, e não aos seus resultados.

Para Kant, NÃO! O conceito de felicidade não é universal:

para um assassino a felicidade é atingida matando;

Assim, a felicidade é contingente, depende de vários factores e de várias motivações.

Logo, a felicidade não é uma coisa boa em si.

Só a boa vontade.

A vontade corresponde à própria intenção. Posso ser corajoso, inteligente, perseverante, se não houver uma boa vontade, uma boa intenção, então todas estas virtudes poderão tornar-se más.

Se, pelo contrário, estas virtudes forem executadas com boa vontade, então tornar-se-ão também boas.

Age de tal forma que trates a humanidade, na tua pessoa ou na pessoa de outrem, sempre como um fim e nunca apenas como um meio. (Imperativo categórico)

Por que razão devemos tratar a humanidade como um fim em si mesmo?

As coisas só têm valor se houver uma pessoa que lhe atribua finalidade.

Os agentes têm valor intrínseco, isto é têm dignidade.

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São agentes livres, racionais, capazes de tomar as suas mesmas decisões, estabelecer objectivos e guiar a sua conduta pela razão.

Logo, seu valor é absoluto e não é comparável com o valor de outra coisa.

Como seres racionais, devem ser respeitados pela sua racionalidade

O argumento de Kant:1-Devemos fazer apenas aquelas acções que

estejam em conformidade com regras que possamos desejar ver adoptadas universalmente.

2- Se mentíssemos, estaríamos a seguir a regra «é permissível mentir».

3- Esta regra não poderia ser adoptada universalmente, porque se derrotaria a si mesma: as pessoas deixariam de acreditar umas nas outras, e então deixaria de valer a pena viver.

4- Logo, não devemos mentir.

1. No ponto dois do argumento, pode-se questionar que regras poderiam ser essas. Há situações em que mentir pode tornar-se universal. É permissível mentir quando fazê-lo salva a vida de uma pessoa.

2. Vejamos a seguinte situação:O caso da pergunta do assassinoSuponhamos que alguém foge de um

assassino e lhe diz que vai para casa esconder-se. O assassino chega e, fazendo-se passar por inocente, pergunta para onde o homem foi. Se disser a verdade, o homem morre. Suponha-se ainda que o assassino está a dirigir-se para o sítio onde se esconde o homem. O que fazer?

Eis a resposta de Kant: Pensamos, por vezes, que as consequências de dizer a

verdade seriam más e as consequências da mentira seriam boas. Porém, nunca podemos ter a certeza das consequências das nossas ações. Os resultados de uma mentira podem ser inesperadamente maus. Logo, o melhor a fazer é evitar o mal conhecido e arcar com as consequências. Mesmo que as consequências sejam más, não serão culpa nossa.

Não somos responsáveis por quaisquer más consequências de dizer a verdade?

Com Kant encontramos as razões para acreditar que ninguém é especial em termos éticos (não posso afirmar que é errado alguém beber a minha cerveja e depois eu beber a cerveja de alguém).

A máxima universal afirma que qualquer decisão se justifica se estivermos dispostos a vê-la aceite por todos nas mesmas circunstâncias.