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ANO 15 - Nº 151 PORTO ALEGRE FEVEREIRO/2012 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA A FREIRA DOS MIGRANTES(PARTE ||) ( para ler a parte um, acesse site deolhoseouvidos.com.br edição 148) continua na pag. 3 Irmã Terezinha lembra de ARIQUEMES, na Rondônia, que por causa da grande quantidade de malária, o povo apelidou maliciosamente de ARITREMES... Conta que Ariquemes é uma cidade planejada, igual a Brasília. Assim, tem espaço pra escolas, pra igrejas, Ela diz que a rodoviária é um capítulo a parte, devido a grande movimentação com a chegada dos migrantes de todo o pais, mormente do Nordeste. - Aquela rodoviária era um Deus- nos- acuda. Sempre cheia de gente. Ninguém atendia o povo na rodoviária. Chegava gente que não tinha pra onde ir, onde se alojar. A maioria vinha com família, familia nova, cheias de crianças. Chegavam doentes, vinham com malária, ou com outras infecções. Quando era família encaminhava pro albergue. Encaminhar é o jeito de dizer, porque não era fácil conseguir...só no posto davam uns remedinhos e iam pra casa. Não tinha outro jeito, informa ela. No Sul, a Medicina está mais evoluida. Na Rondonia, com a abertura das atuais usinas hidrelétricas no rio Madeira, Irmã Terezinha calcula que ficou pior. O Madeira é um dos maiores rios do Brasil. Não que seja o maior do país, mas é grande. O nome é uma homenagem a grande quantidade de madeira transportada via fluvial. Atualmente Irma Terezinha está em Dourados, no Mato Grosso, dentro da sua congregação. Lembra que no Mato Grosso o clima é outro, menos calor. Ela achou o clima de Dourados mais parecido com o Sul, onde se criou. Na Rondônia chove seis meses e os outros faz seca. Naquele estado do Norte, o que se cultiva é café, cacau, e algumas culturas ditas brancas, como o milho. Depois entrou a criação de gado e é por isto que entrou a devastação, com muitos incêndios em florestas. A soja está chegando neste momento a Rondônia... Muita gente que procurou a Rondônia pra fazer seu futuro, voltou decepcionada. Mas muitos nem regressaram porque com família e com muitas crianças, tinham que enfrentar aquela realidade. Ela diz que tomou contato com a quantidade de crianças principalmente quando realizavam algum " encontrinho", ou alguma festinha, viam muitas crianças presentes. E criança linda, acrescenta. Irmã Terezinha diz que com a construção das hidreletricas no rio Madeira, a situação teria se organizado um pouco melhor. Mas antigamente, quando ela esteve lá dentro da missão que a congregação lhe impõe, a situação parecia uma terra sem lei. E também há uma certa desorganização. Numa casa, tem dois, três filhos. Separam, casam com outra...Ela conhece esta situação porque foi do Conselho Tutelar. E viu como tem violência naquela região contra as crianças. A violência doméstica, principalmente afetando as crianças, é muito grande, lembra irmã Terezinha. - Muitas crianças são violentadas pelos padrastos, diz ela. - Você vai lá e as casas estão cheias de crianças, bebês de dois anos são violentados, coisa louca, informa ela. E ela como membro do Conselho Tutelar tinha que fazer a sindicância e encaminhá-la à Justiça. A gente ia com a documentação do juiz. Mas o pessoal esconde porque não tem coragem de falar porque tem medo já que a maioria é violenta, informa a freira. Se o acusado chegar na cadeia, os outros presos o matam pelo crime que cometeu. Em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, irmã Terezinha também trabalhou com migrantes. Ela cuidava de uma casa onde hospedavam migrantes que estavam em trânsito. - A gente acolhia eles pra tomarem banho, fazer alguma refeição. Pra eles depois seguir viagem rumo a Rondonia. Como ela já conhecia o destino deles, os alertava pelas dificeis condições que enfrentariam no lugar demandado. E tentava demovê-los de seguir viagem. Achava aquela gente toda iludida, a Rondônia não era nada daquilo que lhes haviam dito: - Estavam todos cheios de ilusão, com famílias e tudo. Eu perguntava porque não veio o homem na frente pra ver se dava certo e depois vinha o restante da família. Ela os aconselhava a não seguir viagem, a tentarem a vida no Mato Grosso, ou a regressar. - Lá as crianças vão adoecer, vocês não vão ter recursos, advertia ela.

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ANO 15 - Nº 151PORTO ALEGREFEVEREIRO/2012

DISTRIBUIÇÃOGRATUITA

A FREIRA DOS MIGRANTES(PARTE ||)( para ler a parte um, acesse site deolhoseouvidos.com.br edição 148)

continua na pag. 3

Irmã Terezinha lembra de ARIQUEMES, na Rondônia, que por causa da grande quantidade de malária, o povo apelidou maliciosamente de ARITREMES...

Conta que Ariquemes é uma cidade planejada, igual a Brasília. Assim, tem espaço pra escolas, pra igrejas, Ela diz que a rodoviária é um capítulo a parte, devido a grande movimentação com a chegada dos migrantes de todo o pais, mormente do Nordeste.

- Aquela rodoviária era um Deus- nos- acuda. Sempre cheia de gente. Ninguém atendia o povo na rodoviária. Chegava gente que não tinha pra onde ir, onde se alojar. A maioria vinha com família, familia nova, cheias de crianças. Chegavam doentes, vinham com malária, ou com outras infecções. Quando era família encaminhava pro albergue. Encaminhar é o jeito de dizer, porque não era fácil conseguir...só no posto davam uns remedinhos e iam pra casa.

Não tinha outro jeito, informa ela.No Sul, a Medicina está mais evoluida.Na Rondonia, com a abertura das atuais usinas hidrelétricas no rio Madeira, Irmã Terezinha calcula que ficou pior. O

Madeira é um dos maiores rios do Brasil. Não que seja o maior do país, mas é grande.O nome é uma homenagem a grande quantidade de madeira transportada via fluvial.Atualmente Irma Terezinha está em Dourados, no Mato Grosso, dentro da sua congregação. Lembra que no Mato Grosso o

clima é outro, menos calor.Ela achou o clima de Dourados mais parecido com o Sul, onde se criou.Na Rondônia chove seis meses e os outros faz seca.Naquele estado do Norte, o que se cultiva é café, cacau, e algumas culturas ditas brancas, como o milho. Depois entrou a

criação de gado e é por isto que entrou a devastação, com muitos incêndios em florestas. A soja está chegando neste momento a Rondônia...

Muita gente que procurou a Rondônia pra fazer seu futuro, voltou decepcionada. Mas muitos nem regressaram porque com família e com muitas crianças, tinham que enfrentar aquela realidade. Ela diz que tomou contato com a quantidade de crianças principalmente quando realizavam algum " encontrinho", ou alguma festinha, viam muitas crianças presentes.

E criança linda, acrescenta.Irmã Terezinha diz que com a construção das hidreletricas no rio Madeira, a situação teria se organizado um pouco melhor.

Mas antigamente, quando ela esteve lá dentro da missão que a congregação lhe impõe, a situação parecia uma terra sem lei.E também há uma certa desorganização. Numa casa, tem dois, três filhos. Separam, casam com outra...Ela conhece esta

situação porque foi do Conselho Tutelar. E viu como tem violência naquela região contra as crianças. A violência doméstica, principalmente afetando as crianças, é muito grande, lembra irmã Terezinha.

- Muitas crianças são violentadas pelos padrastos, diz ela.- Você vai lá e as casas estão cheias de crianças, bebês de dois anos são violentados, coisa louca, informa ela.E ela como membro do Conselho Tutelar tinha que fazer a sindicância e encaminhá-la à Justiça. A gente ia com a

documentação do juiz. Mas o pessoal esconde porque não tem coragem de falar porque tem medo já que a maioria é violenta, informa a freira.

Se o acusado chegar na cadeia, os outros presos o matam pelo crime que cometeu.Em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, irmã Terezinha também trabalhou com migrantes. Ela cuidava de uma casa

onde hospedavam migrantes que estavam em trânsito.- A gente acolhia eles pra tomarem banho, fazer alguma refeição. Pra eles depois seguir viagem rumo a Rondonia.Como ela já conhecia o destino deles, os alertava pelas dificeis condições que enfrentariam no lugar demandado.E tentava demovê-los de seguir viagem. Achava aquela gente toda iludida, a Rondônia não era nada daquilo que lhes

haviam dito:- Estavam todos cheios de ilusão, com famílias e tudo. Eu perguntava porque não veio o homem na frente pra ver se dava

certo e depois vinha o restante da família.Ela os aconselhava a não seguir viagem, a tentarem a vida no Mato Grosso, ou a regressar.- Lá as crianças vão adoecer, vocês não vão ter recursos, advertia ela.

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Propriedade de Olides Canton - MECNPJ 94.974.953/0001-02Editor: Jorn. Olides Canton - Mtb 4959Endereço: Av. Lavras, 425/303Fone/Fax: (51) 3330.6803e-mail: [email protected] 90460-040 - Porto Alegre/RSEditoração Eletrônica: Rita Martins(9832.8385)e-mail: [email protected]ão: RM&L Gráfica (3347.6575)Os artigos assinados são de responsabilidade dosautores. Os colaboradores não têm vínculoempregatício.

EXPEDIENTE

Coisas do BarrancoSão Borja, 2 de janeiro de 2012Prezado Amigo Jornalista Olides Canton

Em primeiro lugar desejo um Feliz 2012! Muita Paz, muito sucesso! Como sou advogado, estou aproveitando o " feriadão " da Justiça do Trabalho e o período do Forum( com prazos suspensos) para colocar em dia a minha correspondência.

Por isso, peço desculpa pelo atraso. Recebi duas edições do teu jornal FITNESS. Edição de setembro,trazendo o teu apreciado artigo 50 anos de Legalidade Janguistas X Brizolistas. Assunto que o amigo é especialista, pois vem descobrindo pérolas a respeito do antagonismo entre Brizolismo X Janguismo.

Também recebi a edição de novembro de 2011 contendo um balanço sobre o maior evento cultural-literário de Porto Alegre: Números provam que Feira do Livro recuperou-se.

Também achei excelente a matéria sobre Ilso Pedro Menta, uma vida nos transportes.

E, além do mais, na contracapa do jornal, uma espetacular história sobre o Limpador de Fogões.

Olides estou te enviando cópias da contracapa do livro " Sorocabinha - A raiz da Música Sertaneja, de Maria Immaculada da Silva, publicada por Scortecci Editora de SP.

Veja que a autora inclui uma opinião minha sobre o tamanho da dupla Mandy e Sorocabinha, que tive o privilégio de entrevistá-los ,na década de 1980 para o meu livro sobre a Turma Caipiria Cornélio Pires.Com um grande abraço, meu amigo!Israel Lopes

Cartas

forno à lenha

Horário:

Das 11h da à 1h30min da ININTERRUPTAMENTEmanhã madrugada

3331.96993331.1749

Almoço:

SextaSábadoDomingo eFeriado

Coleguinha que teve que se mudar da Câmara Municipal onde tinha cabine pra fazer transmissões pruma importante rádio da capital, costumava levar seu affair, depois do expediente do local, pro Ovelha Negra, uma champanharia da Duque...- A champanharia não é barata, mas depois valia a pena, comentou, saudoso, o coleguinha... Seu affair com uma funcionária da Câmara Municipal acabou....Agora voltou pra vida " normal”, sem pular a cerca...

Denise Nunes almoçou dia 26.01 com o colega Valter Todt...Não é todo dia que tem gente dando força pra quem está precisando

Gerson Anzullin, bom repórter, furou todo mundo, dia 26.01 dando em primeiríssima mão o pedido de aumento dos ônibus de Porto Alegre:- Fiquei insistindo com a colega da Uffizi, que tinha o valor e que acabou me liberando, contou ele pra este jornal. Depois os outros deram também. Mas Anzullin provou seu faro pra notícia.

Passaralho voltou na RBS saíram Tania Carvalho, Tatata Pimentel( que está negociando com a Band ) o fotografo Valdir Friolin, que tinha 38 anos de Zero, entre outros, como Altair Nobre da ZH e o narrador Zé Aldo Pinheiro da Gaucha.

Completou-se em janeiro 20 anos da vinda de Augusto Nunes pra Zero Hora. O diretor ficou até fins de outubro de 1996 - Augusto e a turma que trouxe para trabalhar de São Paulo se referiam aos colegas daqui como os " aldeões".

Com Augusto Nunes, acabou o duplo emprego dos jornalistas na Zero..quem tinha, ou foi demitido, ou teve que fazer a opção

Chargista Hoff, que já fora diagramador da Zero - ele desenhou o falecido colega Sérgio Quintana transando com uma telefonista dentro de um banheiro - esta hoje fazendo charges pros populares no segundo piso do shopping Rua da Praia.Cobra 5 pilas pra cada uma.

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Coleguinhas

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Gomercindo Tasca, cunhado dos donos da churrascaria, às vezes almoçava lá. Ele era dono do Agápio da rodoviária, onde somente se vendiam lanches.Um dia num almoço, no Barranco, pediu uma costela. O garção Raulino Felipe o atendeu.Depois de lamber até o osso da costela, Gomercindo reclamou do preço cobrado.- É por isto que vocês ficam ricos aqui!!!disse. Não eu lá vendendo lanche...O garção Felipe nem levou o comentário pro sócio da casa, Albino, porque este é meio " durão".Comentou com Santo Tasca, que riu pra caramba do comentário do cunhado.

Cesar Tasca era assador do Barranco. Albino ,seu tio, conseguiu uma bolsa pra ele estudar no Rosário. Mas César, que dormia e morava no sotão da churrascaria, onde hoje está localizado o escritório dos donos, saía pra farra depois do serviço, junto de alguns dos donos e outros colegas. Geralmente iam prum bailão que chamavam de RISCAFACA, que se localizava na Vila Bom Jesus. Iam dormir já quando o sol estava nascendo. Como Cesar tinha aula as oito horas, uma funcionária o acordava colocando gelo no seu saco escrotal. Ele pulava da cama, ia prum chuveiro que havia ali ao lado, mas depois descia, voltavam e entrava pelo teto pra voltar a dormir. Resultado: rodou no final do curso.Só foi se formar em Direito, na Ritter dos Reis, depois de adulto.

Santo Tasca, fundador da churrascaria, tinha uma outra no centro: a Churrasquita. E um dia o fisco lhe mandou tantas dívidas fiscais que ele queria se matar. Quem não deixou foi sua mulher, Elza que o encarajou dizendo que eles iriam vencer isto e pagar tudo. E o fizeram.

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continuação da capa... Coisas da Noite

Completou-se no dia 18 de fevereiro passado quatro anos da morte do amigo desta publicação, o jovem Cristiano Sieburger Neto, que foi barbaramente assinado na frente da casa da namorada, na Vila Rubem Berta, em Porto Alegre.

Cristiano completaria 30 anos. Era quando morreu, um jovem de 26 anos.Gremistão fanático, ficava furioso quando seu time jogava mal.

Filho do corretor Carlos Guilherme Sieburger e da dona de casa Rosangela Mota Fernandes, além dos pais, ele deixou o irmão Carlos.

Em fevereiro de 2010 também partiu o cantor Leonardo, que o editor deste boletim escutava invariavelmente todos os domingos de manhã no programa da Rádio Guaíba, que ia das 6 as 8 horas da manhã.

Leonardo, cujo nome de batismo era Jader Murici Teixeira, é o autor da famosa canção CEU SOL SUL quase um hino riograndense. Esta enterrado em Viamão.

Aos familiares nossos abraços.O editor

Memória

O Último Tango em Paris DE PORTO ALEGRE...(os fatos são reais, os nomes são omitidos, pelo menos das pessoas...)

Um jornalista estava na casa dos pais, num sábado à noite. Era na década de 90. Tinha ido levar a roupa pra lavar, eis que vivia sozinho, depois de separado. Também aproveitaria pra pegar um grude( o coleguinha é muito mão de vaca..) Começou a beber um uísquezinho, enquanto batia papo com os velhos. Toca o telefone. Era inverno e fazia muito frio.

- É pra ti, cara, disse quem atendeu.Pra sua surpresa, do outro lado a voz de uma mulher. Ele a conhecera

pouco tempo antes, dera o telefone. O encontro fora na Gal.Camara, perto de onde o escriba exerce suas funções.

Ela sugere pra sair pra jantar.- Jantar fora no sábado de noite é " piço" na certa, contabilizou ele.Ele escolheu o Wunderbar na Marques do Herval,598 - não existe mais

- Naquele bar maravilhoso que havia na recepção, o novo casal prosseguiu no uísque.

Quando o maitre os chamou pra mesa, o assunto que rolou foi música.

Na hora de pagar , cada um pagou sua conta.( já disse antes: o cara é munheca)

Como ela fora no carro próprio, ele continuou como carona.Foram pra casa dele...e seguiram no uísque e passaram a ouvir os

discos que ele dissera que tinha.Mas houve um detalhe: quando saíram do Wunder ela " cantou os

pneus" na expressão dele.Significava que o uísque tinha lhe subido à cabeça. Em casa, sentaram

lado a lado e rolou um clima. Ele começou a lhe tirar a roupa, ela não se opôs, e daí pra cama foi um pulo.

Pro seu desespero, já deitada na cama, a mulher teve um ataque de riso, em seguida virou pro lado na cama e caiu nos braços de morfeu. Pegou num sono profundo.

E ele ali já de pau duro...(nos tempos da juventude deste cronista, uma namorada que ele teve aconselhava ducha muito fria nestes casos...)

Puto da vida, ele pensou:- Vou sacanear esta mulher.Levantou da cama, foi até a geladeira, pegou margarina, abriu o pacote

e se aproximou da cama. Como ela dormia num sono profundo, passou o material no seu rabo para penetrá-la por trás.

Mas quando ele meteu o pau duro no cu dela, ela deu um salto e saiu na porrada pra cima dele.

Mesmo bêbada, usou de toda sua força.A barrulheira que produziu foi tanta que a vizinha decima dias depois

queria saber dele o que havia acontecido naquela madrugada.Ela foi pro chuveiro, lavou-se e voltou a dormir. No dia seguinte, não

havia mais nenhum clima. Foi embora e nunca mais se viram.(Foi o suposto estrupro do BBB tempos atrás, que motivou o jornalista

a conta a este cronista este episódio)

Diante dos argumentos que a freira apresentava, os migrantes chegavam a ficar indignados:

- A senhora vai jogar um balde de água fria na nossa esperança, diziam.

O pessoal não a ouvia e viajavam assim mesmo, com poucos recursos.

E usavam o centro de passagem que não cabia mais do que 150 pessoas. Vinham em dois, três ônibus.

Eles mesmo pagavam o frete do ônibus.Ela informa que estes migrantes são aliciados pelos pastores de

igrejas evangélicas, que os acompanham.Irmã Terezinha chama a atenção para um fato:No Paraná, não se vê mais minifundio. Ou é fazenda, ou então são

grandes plantações.O povo do Paraná mudou-se todo pro Norte.Passando pelas rodovias do Paraná, não se vêem mais casas, diz.Já no Mato Grosso do Sul tem muita cana de açúcar e gado. Mas não

se vê uma fruteira, por exemplo.Irmã Terezinha ficou impressionada com a carência de afeto e de

cuidados dos migrantes.- Uma vez um deles ficou emocionado me pediu pra bater uma foto

pra mandar pra mãe dele. Era do Piauí.Ele me disse que ainda acreditava em Deus, apesar da situação dificil

que vivia, diz a freira.Eles foram pro Norte porque a vida do Nordeste estava muito dificil.Porém quando a safra do Norte termina, costumam retornar, com

pouco ou com nada.O sonho dos mais jovens é juntar dinheiro pra comprar uma moto.

Alguns conseguem, outros não. Alguns gastam tudo o que ganham no garimpo com as putas nos cabarés. Muitos são solteiros.

Irmã Terezinha é o testemunho de um Brasil muito pouco retratado em novelas, e outras produções globais feitas a beira do mar.

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* Adeli Sell é vereador do PT / Porto Alegre

Adeli Sell*

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Adeli Sell

Recorrentemente se fala das experiências urbanísticas exitosas da capital da Colômbia, Bogotá. Até a prefeitura trouxe pessoas que se envolveram diretamente no processo, como um de seus ex-prefeitos e assessores. Tive o prazer de ouvi-los e também de consultar tudo o que pude na Internet, já que infelizmente não conheço pessoalmente Bogotá.

Mas não é só de Bogotá que temos boas experiências. Conheci experimentos de muita civilidade em Rosário, Córdoba e Mendoza, cidades da Argentina, bem mais próximas daqui. Cito também Nova Petrópolis, aqui no Estado, onde temos flores portodos os lados e não se vê nenhum canteiro vandalizado.

Já Portos Alegre, que no passado foi a Capital mais arborizada do Brasil, hoje é a capital dos vândalos. Temos aqui pichação por todos os lados, o que gera enormes prejuízos para o poder público e para as pessoas. Equipamentos em praças que são para diversão e alegria das crianças são danificados por marmanjos que resolvem despejar suas frustrações e falta de respeito e civilidade sobre objetos. Uma clara demonstração de falta de cultura cidadã. Nossas calçadas são o horror dos transeuntes, terror dos idosos, desgraça dos cegos e cadeirantes. Tente ir e voltar pela Assis Brasil e você vai ver do que estou falando.

A calçada, segundo a legislação de Porto Alegre, é de responsabilidade do dono da edificação. E agora a Prefeitura, incompetente em fiscalizar, gastou uma babilônia de dinheiro e enviou uma notificação para todos os moradores da cidade, tendo ou não problemas com suas calçadas. Já levei o problema ao Ministério Público e espero que as autoridades devolvam este dinheiro desperdiçado aos cofres públicos.

Como o Executivo Municipal quer cobrar uma cultura cidadã se ele dá um péssimo exemplo destes? Como quer ganhar opovo para ser mais civilizado se não arruma as paradas de ônibus, não resolve o problema dos banheiros públicos, não deixa as floristas fazer uma banca decente? Onde está o prometido mobiliário urbano? Há anos que foram retiradas as publicidades das paradas e hoje elas estão mal conservadas, sujas e sem iluminação

E as ciclovias quando sairão? Pois chamar de ciclovia o que foi feito na Diário de Notícias e na Restinga é uma afronta à inteligência das pessoas. Colocar "guard rail" de eucaliptos na "futura" ciclovia da Ipiranga é o contra-exemplo de sustentabilidade. Como querer que todos coloquem o lixo na lixeira, se não temos lixeiras, e as que existem estão quebradas e sujas? Como querer voltar à cultura da separação do lixo, colocação do lixo reciclável no dia certo na rua, se o caminhão atrasa sempre ou não passa? Ou como explicar comprar apenas o contêiner pra lixo orgânico, sem ter o contêiner do lixo reciclável? Por que não seguiram o exemplo de Caxias do Sul, aqui pertinho? Não precisamos viajar ao exterior para saber como é uma cultura cidadã...

Vamos seguir os bons exemplos de cultura cidadã dos municípios vizinhos, sem desdenhar o magnífico exemplo de Bogotá, que fez um ousado Código de Posturas. O nosso - só para lembrar - nunca foi modificado ou atualizado.

Por uma cultura cidadã

Dr. Belmar AndradeØ Cardiologia Preventiva e Cardiologia do EsporteØ Avaliação para prática esportiva

Ø Eletrocardiograma e teste ergométrico

Terças e Quintas à tarde

Av. Praia de Belas, 2174 / 307 - Fone: (51)3907.4093

[email protected]

Adeli escreve