a força dos portos de minas - sdamgsdamg.com/downloads/revistaaduana.pdf · a n o 3 n ° 9 m a i /...
TRANSCRIPT
AN
O 3
N
° 9
MA
I/JU
N 2
009
• •
REVISTA
Essenciais para o Estado, esses recintos são a prova de que toda a logística de comércio exterior pode - e deve - ser feita aqui
A força dosPORTOS DE MINAS
Sim
eão
Net
o
CORREIOS
ImpressoEspecial
9912232618/2009 - DR/MG
SDAMG
Sumário
18 22
Expediente
Agents House - Air Phoenix Serviços
Internacionais - Aliança Comércio Exterior
Internacional - Ápice Comércio Exterior -
Arminter Comércio Exterior -
ASN Cargo Logistics - Atlas Consultoria e
Serviços de Comércio Exterior - BH Serviços de
Comércio Exterior - Biocomex Comércio Exterior -
C&F Comércio Exterior -
Caimex Comissária e Assessoria de Importação e Exportação -
Carreiro Serviços Aduaneiros e Comércio
Exterior - CFSA Serviços Aduaneiros -
CMD Global Services -
Comex Trade - CONSCEX -
Divisa - Assessoria Técnica Aduaneira - Domus
Importação Exportação e Consultoria - Eurocargo
Express - Exportadora e Importadora Lubel -
FC Assessoria em Comércio Exterior -
Fax Cargo Serviços Aduaneiros -
Global Importação e Exportação -
Halei Clímaco -
Heraldo Belisário Assessoria Aduaneira - HTS
Tecnologia de Saúde - Importam -
Imperial Comissária de Despachos -
Interaduaneira Importação e Exportação -
Intercomex - Internacional Comissária de
Despachos Aduaneiros - Interport
Comércio Exterior - In Time Logística -
JC Administração de Importação e
Exportação - LL Assessoria ao Comércio Exterior -
L&T Serviços Aduaneiros -
Link Serviços Aduaneiros - Logicargo – Logística
Internacional - M&G Assessoria Logística Aduaneira
- Martin & Neto Comissária de Despachos
Aéreos e Marítimo - Minas Aduaneira Serviços
Internacionais - Minas Air Cargo -
MTN Assessoria Aduaneira -
Prime – Logistics & Solutions -
Qualify Cargo Forwarder - Rio Minas
Importação e Exportação - Saf Quality Service -
Safetrade Import Export And Services -
Sea - Comissária Despachos - Sky
Sea Comércio Exterior - Sonave - Braz Logística
International - Transaex Assessoria -
Transport Serviços Internacionais -
Transcontinental Serviços Alfandegários e
Afretamentos - Transuno - Uno Transportes e
Serviços - Ventana Serra -
Voolg Comércio Exterior - Zigma Serviços
Aduaneiros -
www.agentshouse.com.br
Fone: (31) 3492-9559
www.aliancacomex.com.br
www.apicecomex.com.br Fone: (31) 3029-
4411 www.asn.com.br
www.grupoatlas.com.br
Fone: (31) 3412-7936
www.biocomex.com.br Fone: (31) 3271-2788
www.caimexltda.com.br
www.carreirocomex.com.br
www.cfsa.com.br www.cmdglobal.com.br
www.comextrade.com.br www.conscex.com.br
www.divisaweb.com.br
Fone: (31) 4501-2910
Fone: (31) 3689-2252
www.lubel.com.br
www.ferreiracampos.com.br
www.faxcargo.com.br
www.globaladuaneira.com.br Fone: (35) 3068-6063
www.hbelisario.com.br
www.htssaude.com.br Fone: (31) 3443-
3518 www.imperialcomissaria.com.br
www.interaduaneira.com.br
www.intercomex.com.br
www.internacionalnet.com.br
www.interportcomex.com.br
www.intimelogistica.com.br
Fone: (31) 3443-1656
www.llcomex.com.br www.ltcomex.com.br
www.linklogistic.com.br
www.lcargo.com.br
www.mgaduaneira.com.br
www.martinneto.com.br
Fone: (31) 3271-3765
www.minasaircargo.com.br
www.mtnbrasil.com.br Fone: (31) 3286-
8092 Fone: (31) 3681-5409
Fone: (31) 3497-8872
www.gruposerpa.com.br Fone:
(31) 3461-1447 Fone: (31) 3375-8030
Fone: (31) 3273-4773
www.sonave.com.br
www.transaex.com.br
www.transport.srv.br
www.transconti.com.br
www.transuno.com.br Fone: (31) 2125-5908
www.voolg.com.br
www.zigma.com.br
•
•
•
•
• •
•
•
• •
•
•
• •
•
• •
•
•
•
•
•
• •
•
•
•
• •
•
•
•
•
•
• •
•
•
•
•
•
•
•
• •
•
•
• •
•
•
•
•
•
• •
•
ASSOCIADOS SDAMGDIRETORIA
Presidente do SDAMG: Frederico Pace
Presidente da Codaca: Roger Rohlfs
PRODUÇÃO EDITORIAL E GRÁFICA
Com Você Comunicação e Relacionamento
Fone: (31) 3309-9500
Coordenação de redação: Fabíola Mesquita
Jornalistas resp./edição: Leandro Diniz (MT 12950/MG) e
Sabrina Beckler (MT 12952/MG)
Reportagens: Leandro Diniz e Tamara Teixeira
Projeto Gráfico: Victor Zschaber
Revisor: MRP Comunicação
EQUIPE ADUANA MINAS
Jornalista colaboradora: Luciana Duarte Bouhid
Fotografia: Jair Amaral, Lu Araújo e Talita Fernandes
Departamento Comercial: Danielle Rabelo e Luciana D.
Bouhid
Impressão: Label Artes Gráficas
A Aduana Minas é uma publicação do Sindicato dos
Despachantes Aduaneiros de Minas Gerais (SDAMG) e da
Associação das Empresas Comissárias de Despacho e
Agentes de Carga de Minas Gerais (Codaca).
A Revista Aduana Minas está em permanente processo de
aperfeiçoamento para ser, cada vez mais, uma publicação
imprescindível à força de trabalho. Para isso, contamos com a
sua colaboração. Sugestões, críticas, elogios - tudo será
recebido com carinho por nossa equipe.
Rua Pernambuco, 1002 – 6º andar – Funcionários – BH/MG
Fone: (31) 3261-8282 e-mail: [email protected]
www.aduanaminas.com.br / www.sdamg.com.br
C O DAC A
Responsáveis por estimular a cultura exportadora do Estado, os portos secos têm ainda o papel de inserir cada vez
mais o Estado no cenário internacional
12 Conheça os cinco portos secos de Minas
08 LogísticaO desembaraço de equipamentos de artistas inter-
nacionais no país
6 DesembarqueLazer, cultura e gastronomia: veja as dicas desta
edição
16 Comércio exteriorMinas é o único Estado a operar com o regime de
entreposto aduaneiro
18 TurismoPróxima a BH, Ouro Preto encanta por suas atrações
históricas e naturais
22 EntrevistaCharles Lotfi fala sobre suas ações à frente da Asso-
ciação Comercial de Minas
24 IntermodalStand da Aduana Minas marca presença na 15ª edi-
ção da Intermodal South America
Div
ulga
ção
Nen
o V
iann
a
Editorial
Delegacia de comércio exterior da Receita Estadual
Frederico PacePresidente do SDAMG
Em um estado mediterrâneo como o nosso, precisamos ser
mais criativos e aproveitar todas as oportunidades que a
legislação oferece para nos igualarmos aos vizinhos que
possuem portos. Veremos nesta edição que fomos pio-
neiros na cultura de interiorização do despacho e, agora, na
implantação de plataformas logísticas via entreposto indus-
trial. Felizmente, estamos conquistando importadores e
exportadores de outros Estados, que reconhecem a eficiên-
cia da aduana mineira, pilar de um processo iniciado há
alguns anos pelo governo estadual.
É necessário ficar atento aos novos degraus dessa escalada,
pois os obstáculos são muitos. Um deles diz respeito às
equipes de fiscalização das aduanas. É fácil na iniciativa
privada nos adaptarmos a expansões, mas, já no poder
público, novas contratações ou mudanças de procedimen-
tos para melhorar a produtividade são processos lentos e, se
um elo da cadeia não funcionar, tudo se perde.
Precisaremos de respostas ágeis do poder público, de
investimentos pontuais e de mudanças rápidas, como a
criação de uma delegacia da Receita Estadual especializada
em comércio exterior. As responsabilidades, o dinamismo
e a filosofia da aduana moderna exigem da Receita Estadual
rotinas bem diferentes das praticadas nas demais ações do
Fisco. O mais importante, porém, é a necessidade de for-
talecer e modernizar os procedimentos constantemente rea-
valiados por todos os intervenientes.
Nossa satisfação é saber que os dirigentes da Receita
Estadual já investiram em suas equipes. Hoje, são vários os
fiscais estaduais com reconhecida experiência em comér-
cio exterior, além de vários pós-graduados em práticas
aduaneiras. Espero que nosso pleito seja atendido, pois
todos sairão ganhando: o contribuinte, que terá uma
equipe treinada para atendê-lo; e o Estado, que ganhará
eficiência e objetividade
Roger C. RohlfsPresidente da Codaca
Portos Secos, Portas de Minas
Durante muito tempo, o comércio exterior careceu da
estrutura de Portos Secos e durante esse mesmo muito
tempo só ouvíamos falar do Porto Seco de Varginha para
desembaraço de café... Pois, hoje, dispomos de cinco
unidades alfandegadas – fora o Aeroporto Internacional
Tancredo Neves, e que nos dá um excelente leque de
opções de onde melhor fazer nossos desembaraços
aduaneiros de exportação e importação; melhor ainda, de
termos uma logística integrada inteligente e competente.
As operações de importação e exportação nesses locais têm
sido cada vez mais utilizadas. E, melhor ainda, com
desenvolvimento de suas estruturas. O apoio do Governo
de Minas foi extremamente importante, pois reconheceu
que as exonerações de ICMS deveriam ser concedidas
apenas àquelas empresas que se utilizam da estrutura
logística oferecida pelos operadores mineiros. Recen-
temente tivemos uma outra alavanca, que foi a liberação
para que os importadores mineiros se utilizem da Carga
Pátio no Porto do Rio e Sepetiba, sem custos adicionais de
armazenagem, mas, principalmente, com maior previsibili-
dade de quando sua mercadoria estará liberada para
utilização em seus negócios.
Devemos sempre estar atentos, como, por exemplo, quan-
do se opta por desembaraçar a carga no Porto de chegada
no país e removê-la para uma área retroportuária, desova do
container e posterior transporte interno para Minas. Apenas
para esclarecimento, um seguro internacional se encerra
nesse momento e não mais no estabelecimento do impor-
tador. Esse é mais um fator que nos leva a liberar a mercado-
ria em nossos Portos Secos e não diretamente no Porto. Isso
tudo culmina sempre em mais investimentos no setor, pois
hoje estamos com efetivos e reais projetos de terminais de
containeres vazios, onde poderemos retirar ou devolver os
containeres no entorno de Belo Horizonte.
Assim, vamos acreditar que as portas de Minas deverão
sempre estar abertas aos Portos Secos de Minas Gerais e nos
operadores logísticos mineiros.
Lu A
raúj
o
Lu A
raúj
o
Desembarque
06 ADUANA MINAS ADUANA MINAS 07
Ambiente preservadoÉ verdade que o lugar conta com a ajuda de uma das
praias mais lindas do Brasil, mas o conforto e o
clima romântico da Pousada Maravilha também
contribuem, e muito, para uma estada inesquecível.
Na Baía do Sudeste, o lugar propõe uma combina-
ção de preservação ambiental e puro requinte. O
projeto arquitetônico integra-se harmoniosamente
ao Arquipélago de Fernando de Noronha. O
hóspede pode escolher entre bangalôs e aparta-
mentos de luxo, todos com vista privilegiada para o
mar. Info: www.pousadamaravilha.com.br –
Fone: (81) 3619.0028.
Viagem ao tempo
Fáb
io B
usta
man
te
Arq
uivo
pes
soal
Por ar, terra e marO acesso complicado a Barra Grande, na Península de Maraú (BA),
faz manter o charme desse vilarejo habitado por pescadores, com
casas simples e cenários naturais belíssimos. “Com bares e restau-
rantes aconchegantes, você se delicia com frutos do mar preparados
pelos proprietários que, no passado, eram apenas visitantes que se
apaixonaram pelo local e se tornaram moradores”, diz a gerente
administrativa do SDAMG, Danielle Rabelo. O turista não pode
deixar de conhecer Algodões, Taipus de Fora, Bombaça e Três
Coqueiros. Info: www.barragrande.net.
É logo aliBúzios é a cidade para onde a fotógrafa Lu Araújo sempre dá uma
“fugidinha”. “É logo ali, e dispensa apresentações tamanha sua
popularidade entre os mineiros”, explica. O que muitos não
conhecem é o Praia Brava Hotel, por estar localizado em uma
praia pouco frequentada. Segundo Lu Araújo, vale a pena tomar
um champanhe por lá, apreciando a bela vista do mar, deitado em
enormes colchões em couro náutico na beira da piscina, escutan-
do músicas suaves em um ambiente sempre aromatizado por bons
incensos. Info: www.bravahotel.com - Fone: (22) 2623.5943
Dan
ielle
Rab
elo
Dan
ielle
Bar
ra G
rand
e
Lu A
raúj
o
O Queen Mary era um transatlântico da Cunard Line,
que navegou pelo norte do Oceano Atlântico, de 1936
a 1967. Permanentemente ancorado em Long Beach,
na Califórnia (EUA), ele serve hoje como museu e
hotel, onde o hóspede ou visitante pode fazer uma
viagem ao tempo dos transatlânticos, com fotos,
objetos e enfeites em exposição, que ajudam a
descontrair com conforto e estilo. São 365 quartos, e o
hotel combina o serviço especializado com equipa-
mentos modernos, que oferecem uma estada inesque-
cível. Info: www.queenmary.com
Culinária de qualidadeO Ráscal conta com um salão aberto para que o cliente
interaja e acompanhe a fabricação das massas e a
elaboração dos pratos. A qualidade é garantida pela busca
dos produtos: da Itália vem a farinha para cuscuz; da
Argentina e do Uruguai, a picanha; e, do Chile, o salmão.
Recentemente, o grupo inaugurou sua nona unidade, a
terceira no Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca, sem abrir
mão da receita de sucesso: culinária mediterrânea com
acento italiano. São 35 tipos de massas, 40 de saladas e
antepastos e 28 sabores de pizza, além de várias outras
delícias. Info: www.rascal.com.br
A pé, a cavalo ou de bicicletaO Parque Nacional da Serra do Cipó tem 34 mil ha e
pode ser explorado a pé, a cavalo ou de bicicleta e com
uma vantagem: está a apenas 100 km de BH. A reserva é
famosa por suas trilhas, cachoeiras e por ser um prato
cheio para os aventureiros de plantão, que podem
praticar desde o caiaquismo nas águas tranquilas do rio
Cipó até o desafiador canyoning, a descida dos canyons
com cachoeiras e obstáculos naturais com a utilização
de técnicas como rapel, tirolesa e caving (aventura em
cavernas). Info: www.guiaserradocipo.com.br -
Fone: (31) 3718-7237
Div
ulga
ção
Div
ulga
ção
Div
ulga
ção
Logística
08 ADUANA MINAS ADUANA MINAS 09
Por trás de um grande show, um desembaraço perfeitoEquipamentos de músicos internacionais, que se apresentam
no Brasil, devem passar pelo processo de admissão temporária
Talit
a F
erna
ndes
O trâmite de equipa-
mentos com material
cenográfico e musi-
cal deve ser rigorosa-
mente acompanhado
e processado
Iron Maiden, Madonna, Rolling Stones. E ainda U2, Simple Red, Metallica, entre
vários outros nomes internacionais. O que eles têm em comum? Aparentemente
nada, mas, para surpresa de muitos, todos já se apresentaram no Brasil. Somam-se
a eles o italiano Andrea Bocelli, o inglês Elton John e a canadense Alanis Moris-
sette, o que demonstra ser o Brasil um dos mais cobiçados destinos dos músicos
internacionais. Por trás desses cantores, muitos com suas “esquisitices” e pedidos
exóticos, alvo de toda a mídia para matar a curiosidade dos fãs, encontra-se uma
logística internacional da qual depende também o sucesso das apresentações.
Afinal, o show não se faz apenas com os cantores; são necessárias toneladas de
equipamentos com material cenográfico e musical, entre outros, cujo trâmite
deve ser rigorosamente acompanhado e processado. Como a procedência é do
exterior, é preciso fazer o desembaraço desses equipamentos. “Processa-se,
então, a abertura de um processo de admissão temporária para importação junto à
Receita Federal”, explica o associado do SDAMG, Júlio Augusto Chaves Duarte.
Nesse processo, a Receita Federal do Brasil (RFB) anota a referência dos produtos
e até mesmo, às vezes, afixando selos de identificação para conferência futura.
Trâmite aduaneiro
No caso da banda inglesa de “heavy metal” Iron Maiden - que recentemente esteve
no Brasil com a turnê “Somewhere back in Time” apresentando-se no Rio de Ja-
neiro, Brasília, Manaus, Recife, Belo Horizonte e São Paulo -, a admissão temporá-
ria dos equipamentos foi feita em Manaus (AM). “Em Belo Horizonte, quando o
grupo desembarcou, trazendo todo o seu equipamento, não foi necessário
A banda inglesa Iron Maiden,
em recente apresentação no
Brasil, realizou o processo de
admissão temporária em Ma-
naus (ao lado); Júlio Duarte,
associado do SDAMG (acima)Por Leandro Diniz
Lu A
raúj
o
10 ADUANA MINAS
nenhum procedimento de trâmite aduaneiro, uma vez que o
mesmo já havia sido realizado”. No momento da saída do
grupo do país, é realizada a extinção do processo na
alfândega, momento em que todos os itens são conferidos e
recebem baixa. “Tudo o que chegou e foi anotado precisa
retornar ao país de origem. É um check-list criterioso dos
equipamentos”, diz Duarte.
As bandas e cantores brasileiros, quando se apresentam no
exterior, passam pelos mesmos procedimentos de desemba-
raço, fazendo-se necessária a abertura um processo de ex-
portação temporária dos equipamentos junto à Secretaria
Federal. É o caso de grupos como Skank e Jota Quest, e
cantores como Ivete Sangalo e Roberto Carlos, entre vários
outros, que precisam listar seus instrumentos musicais,
equipamentos de palco, cenário e afins, que recebem um
número de série pela RFB. “O órgão confere os itens que
estão sendo exportados, o que permite a conferência no
retorno ao Brasil”, diz Duarte. Para que não haja incidência
de impostos nessa exportação, o prazo máximo de retorno é
de 60 dias; já as despesas aeroportuárias e movimentação
são cobradas normalmente.
A alfândega no Aeroporto Internacional Tancredo Neves
(AITN) destaca-se, entre as várias outras brasileiras, por sua
agilidade, contando com fiscais experientes. Está também
perfeitamente preparada para o processo de admissões
temporárias de bandas internacionais, bem como das
exportações temporárias dos artistas brasileiros. “Além de
contar com fiscais extremamente ágeis, ela possui um
volume menor do que as alfândegas do Rio de Janeiro e São
Paulo, o que possibilita a tramitação burocrática em um
tempo menor”, afirma Duarte.
É essa celeridade que chama a atenção do baterista do grupo
mineiro Skank, Haroldo Ferretti. “Sempre contamos com
uma rapidez impressionante nos processos, pois o desemba-
raço, por si só, já é um pouco burocrático, mas sempre tive-
mos o apoio e atenção de todos os profissionais. Existe uma
relação de confiança no trabalho”, diz Ferretti. “Mas, inde-
pendentemente dos processos de desembaraço dos equipa-
mentos, o que realmente importa é o que exportamos: a
cultura de Minas, presente em nossas músicas”, afirma.
Agilidade em Minas
Grupos brasileiros, como o Skank, passam pelo processo de exportação temporária quando se apresentam fora do país
Was
hing
ton
Pos
sato
ADUANA MINAS 1312 ADUANA MINAS
Capa
Quem não temmar, vai de porto seco
Instrumentos essenciais para a eficiência do comércio exterior de Minas, os
portos secos reduzem os custos logísticos das empresas instaladas no Estado
Além do primeiro porto seco do Brasil, Minas possui as duas únicas alfândegas brasileiras já credencia-
das a operar na modalidade entreposto aduaneiro Industrial: o Aeroporto Internacional Tancredo Neves
Pioneirismo mineiro
Criados com o propósito de interiorizar os procedimentos aduaneiros, os portos secos tornaram-se
importantes instrumentos para desafogar a demanda dos portos, aeroportos e fronteiras do Brasil. O
primeiro porto seco a operar no país foi o de Varginha, em 1993. De lá para cá, somente no Estado
mineiro foram criados outros quatro. A principal vantagem é acelerar os processos de comércio exterior,
reduzindo os custos logísticos das empresas instaladas em Minas, uma vez que a alfândega fica próxima
aos usuários. De acordo com o diretor da plataforma logística de comércio exterior da Sede, Danilo
Colares, isso faz com que elas ganhem em competitividade e gerem empregos, o que é bom para Minas,
já que os impostos deixam de ser recolhidos em outros Estados para serem arrecadados aqui. Segundo
ele, esse processo estimula ainda a cultura exportadora, já que é concedido diferimento na cobrança do
ICMS para as importações desembaraçadas nos portos secos mineiros, o que estimula o comércio
exterior, inserindo cada vez mais Minas Gerais no cenário internacional.
Fot
os: D
ivul
gaçã
o
Porto Seco Sul de Minas, em
Varginha: primeiro do Brasil
14 ADUANA MINAS
e o Porto Seco de Betim, ambos na grande Belo Horizonte. Para a
diretora do Porto Seco Granbel, Janaina Fagundes Duarte Resende
Araújo, o interesse no credenciamento no regime de Entreposto
Industrial está em acreditar no crescimento e desenvolvimento de
Minas Gerais como plataforma logística mineira. Segundo ela, várias
empresas podem se beneficiar do porto seco industrial, mas o principal
foco está naquelas que utilizam insumos nacionais e importados, e
exportam a maior parte do produto final.
Porto Seco Sul de Minas
Porto Seco de Uberaba
Com uma logística extremamente ágil e rápida, o Porto Seco
de Juiz de Fora distingue-se pela posição estratégica, equi-
distante das quatro capitais da região Sudeste, no bairro Dias
Tavares. “Em Minas, o Porto Seco de Juiz de Fora é o mais
próximo de um porto molhado, a 200 km do porto do Rio de
Janeiro”, explica o gerente Alexandre Rezende. Sua locali-
zação na entrada do Estado de Minas Gerais, divisa com o
Estrategicamente localizado em Betim, na Grande BH, em um dos
maiores eixos logísticos do Estado e bem próximo ao AITN, o Porto
Seco Granbel iniciou suas atividades em 1994. Hoje, direta e indireta-
mente, é responsável pela geração de mais de dois mil empregos, pos-
suindo 200 funcionários diretos. A área coberta é de 25 mil m², e há 65
mil m² de pátio, preparado para receber todo tipo de carga. O local con-
ta ainda com todos os órgãos anuentes, como as Receitas Federal e Esta-
dual, Anvisa, Ministério da Agricultura, além de posto do Banco do Bra-
sil e sala do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros. As principais em-
presas atendidas são as dos segmentos automotivos, montadoras e mi-
neradoras. Janaina ressalta o tratamento preferencial para recebimento
de cargas aéreas, destacando-se o Porto Seco Express, serviço de remo-
ção gratuito da carga que chega ao AITN e é removida para o Porto Seco
Granbel. “Estamos sempre na busca de melhorias em nossos serviços e
processos, como forma de nos diferenciarmos no mercado”, assinala.
Soluções completas e diferenciadas
Administrado pela Log-In Logística Intermodal, o Porto Seco
do Cerrado (PSC), no Distrito Industrial de Uberlândia,
dispõe de uma moderna estrutura para atender às necessida-
des de importadores e exportadores no Triângulo Mineiro,
possibilitando uma ligação rápida com os portos do Brasil.
As cargas mais movimentadas são dos segmentos florestal,
alimentício e de algodão, além da importação do setor
automobilístico. O PSC está instalado em uma área de 52
mil m² e realiza operações de estocagem, armazenagem,
movimentação, transbordo de contêineres e carga geral para
serviços portuário, ferroviário e rodoviário. O espaço possui
28 mil m², e a área coberta é de 11 mil m². A frota de movi-
mentação interna conta com equipamentos de última
geração, como balanças ferroviária e rodoviária, empilha-
deiras e reach stacker. O terminal está interligado aos ser-
viços intermodais da Log-In de Trem Expresso e Cabotagem,
que contam com trens e navios operando, regularmente, em
rotas pré-definidas e horários fixos de partida e de chegada.
Porto Seco de Juiz de Fora
Rio de Janeiro, permite atender a todas as cargas que são
descarregadas no porto da cidade e transferidas para consu-
mo dentro do Estado. Inaugurado em outubro de 1997, ele é
administrado pela Multiterminais Alfandegados do Brasil
Ltda. e possui 65 funcionários. O complexo logístico é com-
posto de uma área alfandegada de 60 mil m² e de um Centro
de Distribuição, com armazém geral de 70 mil m² de área. A
infraestrutura conta, além de outros, com balanças rodoviá-
ria e ferroviária, área climatizada, empilhadeiras e pátio
pavimentado de 20 mil m², atendendo a empresas do ramo
automotivo, químico, siderúrgico, entre outras.
Porto Seco do Cerrado
O Porto Seco Sul de Minas, na cidade de Varginha, foi o primeiro porto seco no Brasil a obter, em
1993, permissão de funcionamento. Empresa integrante do grupo Unecom, ele é um terminal
alfandegado privado, administrado pela empresa Armazéns Gerais Agrícola Ltda. Com 50 funcionári-
os contratados, possui uma área de 37 mil m², dos quais 14 mil são compreendidos por área coberta
abrangendo 15 armazéns, escritório administrativo, operacional, Receita Federal, Ministério da
Agricultura (Vigiagro) e Ministério da Saúde (Anvisa). “O restante é destinado à área livre para
movimentação de carga”, explica a gerente comercial Suellen Faria Paiva Gomes. O principal
destaque está nas empresas eletroeletrônicas, que representam aproximadamente 50% do volume de
importações do terminal. “Empresas essas que fizeram do Sul de Minas polo da eletrônica, em função
dos incentivos fiscais concedidos pelo governo do Estado, além dos serviços prestados com qualida-
de e excelência, reafirmando sua posição perante os demais estados”, explica Suellen. Outras
empresas, como automotivas, aeronáuticas, farmacêuticas, alimentícias, entre outras, também
realizam operações no porto seco.
O Porto Seco de Uberaba iniciou suas atividades em 1999,
sob a administração da Empresa de Transportes Líder Ltda.
Agilidade no desembaraço, qualidade no atendimento,
eficácia e segurança na operação são os diferenciais desse
porto seco, além da localização estratégica no Distrito
Industrial II em Uberaba, a 500 metros da Rodovia BR 050,
que favorece a economia em transporte e distribuição, além
de facilitar o ingresso e a saída de mercadorias destinadas à
importação e à exportação. O porto seco agrega ainda
características fundamentais para a implantação de novas
indústrias e empresas de todas as categorias na região.
Segundo o gerente operacional, Paulo Carvalho, o Porto
Seco de Uberaba conta com uma área alfandegada total de
43 mil m², sendo que 16% é totalmente coberta e ilumina-
da, com armazém circundado por plataforma de embarque
e desembarque e nove portas de acesso. “O sistema é total-
mente informatizado, funcionando 24 horas, inclusive nos
finais de semana e feriados. Contamos também com empi-
lhadeiras de alta capacidade para proporcionar excelência
na qualidade dos trabalhos logísticos”, afirma Carvalho.
O porto Seco de Juiz
de Fora (esquerda) se
distingue pela locali-
zação estratégica; no
Porto Seco do Cerra-
do, em Uberlândia (di-
reita), as cargas mais
movimentadas são do
segmento florestal
Porto Seco Granbel (acima), em Betim:
área de 25 mil e 65 mil de pátio; no
Triângulo, o Porto Seco Uberaba (abaixo)
destaca-se pela rapidez no desembaraço
m²
16 ADUANA MINAS
As escolas ensinam que a história de Minas começa no século XVI, quando os
bandeirantes paulistas, na busca por pedras preciosas, enveredaram pelo Estado.
Minas era, até então, isolada por suas contingências topográficas, com difícil acesso
ao litoral e aos centros mais avançados. Hoje, a realidade é outra. Minas são muitas, e
uma que poucos conhecem é aquela preparada para o comércio exterior.
Permaneceram a religiosidade, a mineiridade e nossas procissões de fé, mas a cultura
de comércio exterior se encontra totalmente voltada para o progresso, o que traz
inúmeros benefícios e vantagens para o Estado.
Se na história antiga o Estado precisou ser desbravado, na atualidade a palavra de
ordem é o pioneirismo, e um exemplo está em nossas alfândegas. “Minas é o único
Estado do país que dispõe de recintos autorizados a operar o regime de entreposto
aduaneiro nas modalidades de Aeroporto Industrial, para o qual se habilitou o
Aeroporto Internacional Tancredo Neves, e de Porto Seco Industrial, administrado
no Porto Seco Granbel”, explica o inspetor substituto da Receita Federal do Brasil em
Belo Horizonte, João Roberto de Lima.
Como todo entreposto aduaneiro, esse sistema permite que as empresas admitam
mercadorias no regime de suspensão do pagamento de tributos federais. “No caso
das modalidades de que tratamos, permite ainda que operações de industrialização
mais complexas sejam realizadas por estabelecimentos industriais situados naquele
recinto alfandegado, mantendo-se o benefício da suspensão”, afirma Lima. Segundo
Comércio Exterior
Minas Gerais: aqui o comércio exterior é prioridade
O Estado é o único do
país que dispõe de
recintos autorizados a
operar o regime de
entreposto aduaneiro;
entre os vários
benefícios, está o
aumento na
capacidade de atrair
empreendimentos
Controle aduaneiro
Todas as operações de importação/exportação e o processo
produtivo sob amparo do regime são realizados sob con-
trole aduaneiro. “É por esse motivo que o local de operação
do regime tem que preencher certos requisitos de seguran-
ça e controle antes da autorização de seu funcionamento”,
explica Lima. O regime é previsto em normas federais e está
aberto a todas as unidades da Federação, bastando que os
interessados em se habilitar na sua operação atendam aos
requisitos previstos na IN SRF 241/2002 e respectivas
alterações. “Sob ponto de vista tributário, vejo que a
existência desses regimes em Minas Gerais pode ser usada
pelo Estado como ferramenta, aliada a outras, para atração
de mais empreendimentos”, relata Lima.
ele, o recolhimento dos tributos devidos passa a ser feito no
momento da destinação do produto final.
Inspetor substituto da RFB, João Roberto de Lima
Dan
iel M
ansu
r
Jair
Am
aral
Encontro com a história, a arte,a natureza e ideais de liberdade
Andar pelas ruas de Ouro Preto é, antes de tudo, fazer uma viagem ao tempo. A cidade, berço do Barroco mineiro,
proporciona um encontro histórico com belezas raras. Suas ruas, que antes foram palco de um dos principais
movimentos pela libertação do Brasil colônia, a Inconfidência Mineira, hoje abrigam um dos mais importantes
conjuntos arquitetônicos do país. É possível encontrar casarios, igrejas, museus, pontes, chafarizes e até ruínas da
mineração do ouro, descoberto por acaso pelos bandeirantes paulistas. Esse cenário, a menos de 130 km do
Aeroporto Internacional Tancredo Neves, faz com que a cidade atraia turistas de todo o país e também do mundo.
Descrever os encantos e preciosidades dessa cidade, fundada no começo do século XVIII, não é tarefa fácil. Afinal,
Ouro Preto é declarada pela Unesco, desde 1980, como Patrimônio Cultural da Humanidade; uma verdadeira obra-
prima repleta de atrações. Entre as várias, destaca-se a igreja matriz de Nossa Senhora do Pilar, inaugurada em 1733,
que marca o auge da arquitetura brasileira na época do ouro. Painéis e peças esculpidas e pintadas com o metal dou-
rado fazem com que ela seja a mais rica de Minas Gerais, o que chama a atenção dos visitantes. Em seu subsolo, foi
criado, em 1965, o Museu da Prata e Ouro, com objetos de arte sacra, mobiliário de D. João V e pratarias, entre outros.
Por falar em museu, um que chama a atenção por sua diversidade é o Museu do Oratório, com sua coleção de
oratórios e imagens dos séculos XVII ao XX, que oferece detalhes da arquitetura, pintura e costumes da época em que
foram produzidos. Inaugurado em 1998 e único desse tipo no mundo, o museu é visitado anualmente por cerca de 50
O turista encontra, em Ouro Preto, não só recortes da vida colonial brasileira,
mas também obras-primas do Barroco e opções de turismo ecológico
18 ADUANA MINAS
Turismo
como Patrimônio Cultural
da Humanidade, Ouro
Preto encanta por suas
ruas históricas e belezas
naturais
Declarada pela Unesco
ADUANA MINAS 19
Fot
os: N
eno
Via
nna
mil pessoas. As peças - todas brasileiras, principalmente
oriundas de Minas Gerais - foram doadas ao Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional pela colecionado-
ra Angela Gutierrez. O museu encontra-se em um casarão
histórico, no adro da igreja do Carmo, onde, durante certo
tempo, residiu Aleijadinho, ícone das esculturas barrocas.
Outro bastante visitado é o Museu da Inconfidência, que
reúne uma valiosa coleção de objetos e manuscritos desse
movimento social. Entre as obras, destacam-se as de Xavier
de Brito, Mestre Ataíde e Aleijadinho. O turista pode
encontrar vários objetos, como pedaços da forca em que
morreu Tiradentes, o mártir da Inconfidência. O Panteão
dos Inconfidentes, local onde estão depositados os restos
mortais dos principais nomes do movimento, pode também
ser visitado. Chamam a atenção as indumentárias, mobiliá-
rios e a primeira edição do livro “Marília de Dirceu”, escrito
por Tomáz Antônio Gonzaga. A casa desse poeta, na Rua
Manuel da Costa - onde funcionava também a ouvidoria,
tida como ponto de encontro dos conspirantes - funciona
hoje como uma livraria da UFMG.
Atrações raras
Além de vários outros museus e igrejas, a cidade conta com
peculiaridades, como a Casa da Ópera, o teatro mais antigo
em funcionamento na América Latina e o primeiro do Brasil,
inaugurado em 1770. Era lá o local onde a sociedade
emergente ostentava o luxo proporcionado pelo ouro. Um
passeio interessante é o da Mina Velha, uma das mais
antigas de Ouro Preto, que data de 1704, onde o visitante
pode ter uma ideia do esforço feito para se retirar o metal da
montanha, ao percorrer os vários quilômetros de túneis. O
observatório, anexo ao Museu de Astronomia da Escola de
Minas, construído em 1911, é uma boa opção, mas as visitas
devem ser marcadas. Ouro Preto promete ainda passeios
inesquecíveis, como o que pode ser feito pelo Trem da Vale,
ligando a cidade de Ouro Preto a Mariana, primeira capital
de Minas. A estrada de ferro, concluída em 1914, foi
restaurada em 2006, proporcionando uma viagem de
belezas natural e histórica com seus 18 km de extensão.
Outra atração preservada são os Passos de Ouro Preto,
pequenas capelas que datam dos séculos XVIII e XIX,
utilizadas somente na Semana Santa. A capela Senhor do
Bonfim, o Passo da Coroação, Ponte Seca, da Flagelação e
do Pretório são abertos para que a Paixão de Cristo possa ser
revivida, acompanhada de cantos e orações. As várias
nascentes da antiga Vila Rica fizeram nascer os famosos
chafarizes, com funções essenciais e estratégicas, como o
Chafariz dos Contos. Com sua concha em estilo joanino, o
chafariz possui decoração requintada, sendo ponto turístico
obrigatório. Outro bastante famoso é o Chafariz Marília de
Dirceu, construído ao lado da casa de Maria Dorotéia
Joaquina de Seixas, a conhecida Marília de Dirceu,
imortalizada por Tomáz Antônio Gonzaga.
Ouro Preto radical
O contato com a história em Ouro Preto vai além de visitas a
igrejas e monumentos. Hoje, parte do cenário desbravado
pelos bandeirantes dá espaço a expedições e passeios
ecológicos, passando pela Estrada Real. Um deles, o
Caminho Velho, tem início na Trilha do Chafariz, em uma
caminhada de aproximadamente 10 km de mata fechada e
vegetação exuberante. Ao chegar a Doutor Rocha, o
participante vai até Santo Antônio do Leite, passando pelas
cidades de Glaura e Cachoeira do Campo. A caminhada
segue mais 10 km até Engenheiro Correia, onde todos
descansam e passam a noite. No segundo dia, é hora de
recomeçar passando por Miguel Burnier e Lobo Leite, com
destino a Congonhas, onde é possível visitar o Santuário do
Bom Jesus do Matozinhos.
Partindo de Ouro Preto, pode-se fazer também outro roteiro
de dois dias, o Caminho dos Diamantes. No primeiro dia, a
caminhada é até Camargos, fundada em 1701, onde se
encontra, no adro da Matriz de Nossa Senhora da
Conceição, um cruzeiro de pedra-sabão, único em Minas
Gerais. O próximo destino é Santa Rita Durão, e o dia
termina em Catas Altas, rodeada pela Serra do Caraça. No
dia seguinte, a caminhada leva até Barão de Cocais,
passando por Santa Bárbara, com suas igrejas exuberantes.
Não só por esses e outros roteiros ecológicos, como
também pelas construções barrocas, igrejas e museus, Ouro
Preto se impõe como importante roteiro turístico de Minas,
o que é facilitado pelo acesso fácil e rápido, muito próxima
a Belo Horizonte.
20 ADUANA MINAS ADUANA MINAS 21
Entrevista
“Os desafios precisam existir sempre, surgir a cada dia.” Com esse pensamento, o
presidente da Associação Comercial de Minas (ACMinas), Charles Lotfi, se empenha em
utilizar todo o peso e capacidade de influência da instituição a favor da implementação
de grandes reformas no país, como a política, a trabalhista, a previdenciária e, particular-
mente, a reforma fiscal, que afeta de maneira muito próxima o empresário. Em entrevista
à Revista Aduana Minas, Lotfi afirma que é preciso realizar mudanças efetivas nessa área
- já que é praticamente impossível conviver com uma carga tributária punitiva como a do
Brasil - e fala também sobre a importância das articulações para o comércio internacional.
O comércio internacional depende de articulações
Fot
os: F
ábio
Ort
olan
22 ADUANA MINAS
Quais suas maiores conquistas à frente da ACMinas?
Nesses poucos mais de dois anos de gestão, tivemos
diversas ações institucionais, que posso considerar como
conquistas: o Movimento Mineiro pela Ética, que
mobilizou empresários e políticos em buscas de soluções
para a escalada da corrupção no Brasil; o Seminário sobre
Segurança Pública, do qual emergiu uma série de
propostas para a redução da criminalidade que foram
encaminhadas ao poder público e muitas delas foram
adotadas. Demos sequência à Conspiração Mineira pela
Educação, que formulou novos métodos e tecnologias
para o ensino fundamental. E não posso deixar de men-
cionar as articulações que fizemos, no final de 2007, para
impedir a aprovação da medida provisória que “ressuscita-
va” a CPMF. No plano organizacional e administrativo,
empreendemos diversas mudanças voltadas para o
aprimoramento dos serviços prestados aos associados,
entre as quais atividades de treinamento e capacitação,
consultorias especializadas em gestão e assuntos jurídicos.
Nosso objetivo tem sido o de estreitar cada vez mais as
relações entre a entidade e seu corpo de associados.
Qual a importância da ACMinas no cenário econômi-
co mineiro?
A entidade, que completou 108 anos em janeiro, sempre
se empenhou em usar sua influência, sua capacidade de
aglutinar forças em benefício do desenvolvimento do
Estado. Para dar um exemplo recente, cito o engajamento
total da entidade, desde o início da primeira gestão do
governo Aécio Neves, no processo de retomada do
desenvolvimento do Estado, que hoje se consolida. E o
faz, inclusive, como órgão consultivo: em várias das
iniciativas ligadas a esse processo, a ACMinas foi ouvida
previamente.
Como a ACMinas encara a crise econômica mundial e
seu reflexo no comércio exterior mineiro?
Com sua economia significativamente ancorada nas ex-
portações, principalmente de commodities, era de se
esperar que Minas Gerais sofresse intensamente os efeitos
da crise internacional. Porém, de forma até surpreendente,
isso não está acontecendo. É claro que houve redução da
atividade econômica em diversos setores, às vezes subs-
tancial, mas não acredito que se trate de uma situação que
persistirá por muito tempo. Alguns indicadores, inclusive, já
mostram sinais de recuperação, e certos setores, como o de
agronegócios e o comércio, vão bem. Acredito que a reto-
mada começará no início do segundo semestre e que o ano,
ao contrário do que prevê o FMI, não fechará com o PIB em
queda. O crescimento certamente será pequeno - estimo
algo em torno de 2% - o que não é muito, em comparação
com 2007 e 2008; mas é excelente diante da conjuntura.
Como o senhor vê a interferência política no comércio
exterior brasileiro e no resto do mundo? Essa interfe-
rência é vantajosa ou não?
Prefiro falar não de interferências políticas, mas de articula-
ções. Eu as considero absolutamente necessárias na medida
em que no comércio internacional, apesar de todos os
avanços em direção à globalização, ainda persistem sérios
obstáculos causados por políticas protecionistas. Um país
como o Brasil, que tem relevante vocação exportadora,
precisa tomar posições e brigar por elas. O governo
brasileiro pode até cometer alguns equívocos, mas tem feito
um trabalho muito bom, onde destaco a atuação do ministro
Celso Amorim.
Qual a importância do Estado dentro de logística
internacional brasileira?
Minha convicção é de que já se foram, há muito, os tempos
em que o Estado não progredia porque não tinha produção
e não tinha produção porque não tinha meios de transportá-
la. Minas tem a maior malha rodoviária do país, ferrovias
modernas para o escoamento da sua produção mineral,
uma posição geográfica estratégica e um setor de logística
extremamente desenvolvido. Além disso, está em pleno
curso a implantação, na região de Confins, da Plataforma
Logística de Comércio Exterior da RMBH que, abrigando
empresas dos mais diversos setores, mas com ênfase na área
de tecnologia - o que implica em maior agregação de valor -
utilizará intensamente o Aeroporto Internacional Tancredo
Neves, que, aliás, já vem se adequando às exigências e
características de um aeroporto industrial.
Qual o papel do Núcleo de Negócios Internacionais da
ACMinas (NNI)?
O NNI tem como propósito primordial engajar a entidade
nos esforços pela internacionalização de Minas Gerais, um
projeto estratégico do governo estadual. Sua atuação se dá
mediante a capacitação e a prestação de apoio estratégico a
empresas de pequeno porte que pretendam atuar no
mercado internacional. Para tanto, realiza com frequência
encontros, workshops e seminários, com a participação de
especialistas, além de dispor da ferramenta mais eficaz para
a atuação no exterior: informação.
No dia 18 de junho, a ACMinas realizará, em parceria
com o SDAMG e a Cia. Docas do RJ, o seminário
“Portos do Rio, Portas de Minas”. Qual sua expectativa
para o evento?
Acredito que daremos uma grande contribuição ao esforço
exportador brasileiro (e mineiro, em particular) no momen-
to especialmente difícil que atravessamos, com uma crise
mundial que retraiu praticamente todo o comércio
internacional. Acredito que, deste encontro, surgirão
alternativas viáveis e factíveis para vencer tais dificuldades,
assim como novas ideias e propostas modernizadoras.
Foto
s: A
rqui
vo p
esso
al
24 ADUANA MINAS ADUANA MINAS 25
Intermodal
Aduana Minas marcapresença na Intermodal
A 15ª edição da Intermodal South America - maior e mais
importante feira das Américas dos setores de logística,
transporte e comércio internacional - aconteceu entre os
dias 14 e 16 de abril, em São Paulo, na Expo Transamérica.
Reunindo cerca de 450 expositores nacionais e internacio-
nais, a feira ocupou 28 mil m² de área física e contou com a
participação de representantes de mais de 40 países,
chegando a um público de cerca de 45 mil profissionais e
empresários do setor. “Mesmo com o atual momento do
mercado, a Intermodal foi um grande sucesso de público,
pela qualificação alcançada e também por termos ampliado
o número de empresas expositoras”, destaca Joris Van Wijk,
diretor da UBM Brazil, organizadora da Intermodal.
Pela primeira vez na história da feira, um veículo de
publicação mineiro - a Revista Aduana Minas - esteve
presente com stand próprio, colaborando com o crescimen-
to do evento, que foi 12% maior do que no ano anterior.
“Um stand numa feira como a Intermodal significa a
consolidação de uma ação integrada entre a Codaca e o
Sdamg em ter um veículo de comunicação com o mercado
de comércio exterior mineiro. A partir do momento que
uma revista é convidada a participar de um evento de tal
magnitude no cenário latino-americano, isso demonstra o
reconhecimento da qualidade de nossa Aduana Minas”,
destaca o presidente da Codaca, Roger Rohlfs.
Rohlfs salienta também que a exposição na feira auxilia na
divulgação das matérias e conceitos da revista, trazendo
oportunidades de novas participações em eventos, maior
acesso a autoridades para enriquecer as matérias e também
mais procura por parte de anunciantes. “É fato nossa
seriedade em conduzir o processo logístico internacional e,
por isso, é importante ressaltar a importância em fazermos,
no ano que vem, uma ação integrada entre todos os
envolvidos no comércio exterior mineiro, construindo um
espaço onde nossa comunidade possa se encontrar para
trocar experiências e aproximar os ideais”, salienta.
Stand da Revista
Aduana Minas: pri-
meira participação
de um veículo mi-
neiro na Intermodal
24 ADUANA MINAS
Luci
ana
Dua
rte
Perfil
“O controle fiscal precisa ser moderno e eficiente”
Pedro Meneguetti
Engenheiro civil, graduando em Direito e há 23 anos no serviço público, Pedro
Meneguetti ocupa hoje o cargo de subsecretário da Receita Estadual na Sefa
Um entusiasta da linha de gerência participativa, sem dificulda-
des para delegar funções e decidir de forma colegiada. É assim
que se autodefine o subsecretário da Receita Estadual na Secreta-
ria de Estado de Fazenda (Sefa), Pedro Meneguetti. Nessa função
desde 2004, ingressou no serviço público em 1986, quando
ocupou o cargo efetivo de auditor fiscal da Receita Estadual. À
frente da Subsecretaria da Receita Estadual (SRE), atuou como
facilitador na condução de vários projetos que tiveram como
foco ações de combate à sonegação, de intensificação do
controle fiscal e administrativo e de fortalecimento da política
tributária do Estado. Todos esses processos se traduziram em
resultados concretos para a Secretaria de Estado de Fazenda,
principalmente no que se refere ao incremento da receita
tributária.
Como seu maior desafio, Meneguetti destaca a busca por
soluções no cenário econômico atual para conter os efeitos da
crise. “Nesse momento, o pagamento em dia dos impostos pode
não estar entre as prioridades do contribuinte. Daí a importância
de intensificar o controle fiscal, criando mecanismo que dê
visibilidade ao Fisco e iniba a omissão do ICMS por parte das
empresas”, ressalta. Ele aponta também a criação de ações
articuladas com outros órgãos públicos, intensificando o
combate ao crime contra a ordem econômica e tributária e
adotando medidas concretas que levem à recuperação do
passivo tributário.
26 ADUANA MINAS
Experiência a ser seguida
Foto
s: J
air A
mar
al
Em suas viagens a trabalho, o subsecretário presenciou os proce-
dimentos para tratamento de carga nos países de primeiro
mundo. O aeroporto de Memphis, nos EUA, onde está a sede do
Sedex, chamou sua atenção. “Vi o desembaraço de 180 aviões
cargueiros em pouco mais de duas horas, utilizando apenas 20
fiscais, o que representa modernidade e eficiência”. Ele destaca
também o aeroporto de Amsterdã, na Holanda, um verdadeiro
aeroporto cidade, com ampla infraestrutura para movimentação
e transporte de cargas e passageiros. Diante desses exemplos,
Meneguetti aposta num novo modelo a ser adotado em Minas.
Ele explica que o Estado possui grandes chances de sair na frente,
apresentando, como nos países de primeiro mundo, um modelo
moderno e eficiente para o tratamento de cargas, o que será
facilitado com implantação do aeroporto industrial em Confins.
ADUANA MINAS 27
28 ADUANA MINAS
O sistema atual de tratamento de carga predominante no
país, segundo o subsecretário, privilegia o controle fiscal,
mas não consegue ser ágil o suficiente. Na prática,
Meneguetti reconhece que os processos são morosos e
burocráticos, o que impacta a atuação do Fisco e do
contribuinte. “Temos muito o que fazer para melhorar o
controle fiscal sem impactar a vida do usuário do serviço
público. A solução passa, necessariamente, por investi-
mentos em tecnologia que tragam soluções mais ágeis para
o tratamento das informações a serem utilizadas pelo
Fisco”, explica. No caso de Minas, ele salienta que a
localização geográfica constitui elemento facilitador, ca-
racterística que viabiliza a criação de uma estrutura
logística compatível com a dinâmica exigida nos tempos
atuais pelo mercado.
Minas sai na frente
No que se refere à posição ocupada pelo Estado, o subsecre-
tário ressalta a importância de Minas, que se consolidou nos
últimos anos como a segunda melhor arrecadação de ICMS
no país. Enfatiza também a obtenção de um dos maiores
crescimentos na comparação com todas as Unidades
Federadas. De 2003 a 2008, enquanto a média de cresci-
mento dos Estados, em termos nominais, foi de 29,7%,
Minas registrou um índice de 51,2%. “Vale também
comentar a participação ativa de Minas nas discussões de
grandes temas de abrangência nacional, que transitam pelo
Confaz e pelo Congresso Nacional, como é o caso das
discussões em torno da reforma tributária”, assegura.
Natural de Castelo (ES), Pedro Meneguetti formou-se em
engenharia civil pela Escola de Engenharia da Kennedy, é
especialista em Direito Tributário pela PUC/MG e graduan-
do em Direito pelo Instituto Metodista Izabela Hendrix. Foi
chefe do Posto Fiscal Roberto Francisco de Assis e gestor
estadual do Projeto Combustíveis. Além disso, foi inspetor
da Superintendência da Receita Estadual, superintendente
Regional da Fazenda em Pirapora, superintendente
Regional da Fazenda em Divinópolis e superintendente de
Fiscalização da Secretaria de Estado da Fazenda.
Seminário
Foto
s: A
rqui
vo p
esso
al
“Portos do Rio - Portas de Minas”: intercâmbio de conhecimentosA , em parceria com o
SDAMG, a Fiemg, ACMinas e os governos de Minas Gerais
e do Rio de Janeiro, realiza, no próximo dia 18 de junho, o II
Seminário “Portas do Rio – Portas de Minas”, na sede da
ACMinas, em Belo Horizonte. O tema desta edição é
“Minas e Rio unidos no Comércio Exterior - Sintonia
Gerando Negócios”. Oportunidade para estreitar o
relacionamento entre empresas mineiras, terminais e
governos de Minas Gerais e Rio de Janeiro, o Seminário irá
reunir os participantes em um ambiente de negócios e
discussões, proporcionando um intercâmbio de conheci-
mento, aberto a novas propostas e novos parceiros. Para
Luiz Guilherme Bomfim, do departamento de Marketing da
CDRJ, a expectativa é de que ocorram novos arrendamen-
tos no Porto do Rio de Janeiro para aumento da movimenta-
ção de carga geral. “Também merece destaque a revitaliza-
ção urbana do Porto do Rio, integrando-o à cidade, e a
ampliação do Terminal Marítimo de Passageiros”, explica.
Cia. Docas do Rio de Janeiro (CDRJ)
bom relacionamento entre as aduanas e os Estados, é
fundamental para a economia de ambos, que reconhecem a
importância da logística na geração de riquezas”, avalia.
Pace ressalta que a evolução dos sistemas de controle da
Receita Federal caminha para que, talvez ainda este ano,
sejam possíveis os primeiros desembaraços de trânsito sob
águas. “Certamente esse processo será oferecido primeiro
para as empresas consideradas seguras, como as habilitadas
no regime de Linha Azul”, diz. As empresas que hoje
dependem das atividades aduaneiras precisam se preparar
para essa nova realidade, pois processos precisos significam
menor custo operacional. Os portos do Rio estão prepara-
dos para o futuro e essa agilidade certamente irá atrair
importadores que hoje usam o Porto de Santos. Informa-
ções no site: www.portosdorio-portasdeminas.com.br
Porta de entrada de Minas
O presidente do SDAMG, Frederico Pace, enfatiza que o
Rio de Janeiro é maior porta de entrada de Minas, razão pela
qual é preciso fortalecer os vínculos para mostrar como a
cadeia logística de Minas e o Rio de Janeiro é segura. “Um
trabalho sério, com qualidade na informação, aliado ao
Artigo
30 ADUANA MINAS
2 Reunião com a Inspetora da Receita Federal/Belo Horizonte,
Mara Cristina Sifuentes - Marcos Valias (associado SDAMG), Mar-
celo Belisário (diretor SDAMG), Mara Cristina Sifuentes (inspetora Re-
ceita Federal Belo Horizonte), José Carlos Dôco (vice-presidente Coda-
ca), Hebert Luiz dos Santos Silva (associado SDAMG), Afonso Neves
Reis (diretor SDAMG)
1 Reunião com a Inspetora da RF/Belo Horizonte, Mara Cristina
Sifuentes - Luciano Guerra (associado SDAMG), Breno Palhares
(presidente regional do SDAMG Sul de Minas), Mara Cristina Sifuentes
(Inspetora Receita Federal/BH), Roger Rohlfs (presidente Codaca),
Bruno Ribeiro (diretor SDAMG)
6 Encontro dos usuários do Porto Seco Industrial Granbel - Luciano
Guerra, Mário Lincoln Costa (diretor comercial de operações da
Usifast) e José Carlos Dôco.
3 Reunião com representantes do Terminal Sepetiba Tecon - Marco
Aurélio Pinto de Moura (gerente comercial), Davi Emery Cade (diretor
superintendente), Ralph Maia (gerente executivo) e Roger Rohlfs
5 15ª edição da Intermodal South America 2009 - Ronaldo Barquette
(promotor de Negócios - INDI), Frederico Amaral (SEDE), Izabela
Moreira (Comunicação Social/INDI), Patrícia Campos (Assessoria de
Comunicação - Belo Horizonte Convention & Visitors Bureau), Danilo
Colares (SEDE), Hugo Pereira (SEDE)
4 Posse do inspetor-chefe do Porto do RJ - João Carlos Sampaio
Correia Genescá (presidente do SDA RJ), Marcos de Castro Alves
(inspetor do Porto do Rio de Janeiro), Frederico Pace (presidente do
SDAMG) e Luis Kleber da Silva Brandão (presidente do SINDAEES)
Eventos
Mineiro trabalha em silêncio. Às vezes sim, às vezes não!
As obras do governo Aécio Neves falam por si, principal-
mente o Centro Administrativo, a Linha Verde e o início das
construções do Aeroporto Industrial no Aeroporto
Internacional Tancredo Neves (AITN). Aliás, em poucos
Estados da Federação tem-se um governo tão voltado para o
comércio exterior e com foco em tornar o Estado um polo
de atração e concentração de empresas conectadas com o
mundo. Nesse campo, Minas Gerais investe maciçamente
no desenvolvimento do AITN, contratando a melhor
consultoria do mundo na matéria, na pessoa do prof. John
Kasarda, e também uma empresa especializada em
atendimento e desenvolvimento de aeroportos, responsá-
vel pelo Aeroporto Internacional de Cingapura.
No que tange às normas tributárias que afetam o comércio
internacional, relativas ao ICMS, Minas também tem feito
um trabalho singular. É relevante lembrar que os regimes
aduaneiros especiais e os principais tributos que atingem a
importação são de competência federal. Minas, portanto,
pode fazer diferença na atração de investimentos, à medida
que o ICMS cobrado seja menor. Isso é possível por meio de
mecanismos próprios desse imposto, ou mesmo procuran-
do simplificar a legislação, oferecendo maior agilidade.
Nesse sentido, atesta o seu interesse em estar na vanguarda
o fato de possuir membros da Fazenda Pública Estadual
fazendo parte de comissões, núcleos e missões internacio-
nais realizadas em conjunto com a iniciativa privada.
Existindo pessoas dentro do setor público com visão e
abertura para o que há de mais moderno e eficaz em países
mais desenvolvidos, era de se esperar que tivéssemos
normas tributárias estaduais mais avançadas.
A legislação mineira oferece nas importações o mesmo
tratamento tributário conferido pela legislação federal para
os regimes aduaneiros especiais, como no entreposto
aduaneiro. Além disso, o governo de Minas, visando novos
investimentos, o aumento do emprego e o incremento da
economia, analisando, caso a caso, pode celebrar Acordos
Individualizados, por meio de Protocolos de Intenções com
aquelas empresas que têm planos de se instalar, ampliar
suas instalações ou produzir nas plantas já existentes no
Estado. Nessa formatação, ao conferir tratamento tributário
de estímulo mediante Protocolo de Intenções, o Estado ofe-
rece mais segurança jurídica aos importadores e exportado-
res que se instalam em seu território. Em outros Estados, em
que há benefícios gerais e são alardeadas vantagens
irrestritas a todos, fomentando a guerra fiscal e desrespei-
tando os demais entes estaduais, há grandes riscos envolvi-
dos, haja vista a flagrante afronta à Constituição Federal.
Além do Protocolo de Intenções, são possíveis os seguintes
mecanismos de redução da carga tributária: (i) redução de
alíquota na importação de insumos e na saída das mercado-
rias; (ii) diferimento do ICMS nas importações e nas
alíquotas interestaduais; (iii) crédito presumido nas saídas
tributadas. É por tudo isso que Minas atraiu investimentos
em diversas áreas, como a aeronáutica e de eletroeletrôni-
cos. É certo que ainda há muito o que se realizar, mas
sempre vimos o objetivo claro do Governo de realmente
trabalhar em parceria com o empresário, procurando
oferecer segurança e tranquilidade para que os investimen-
tos sejam feitos. Esperamos que esse objetivo se intensifi-
que cada vez mais, dando oportunidade de incremento da
produção, com mais trabalho e riquezas para todos.
Fernando Pieri Leonardo,
mestre em Direito Tributário pela UFMG,
professor universitário e de cursos de pós-gradução,
advogado e consultor do SDAMG
ADUANA MINAS 31
1 2
3 4
5 6