a força dos portos de minas - sdamgsdamg.com/downloads/revistaaduana.pdf · a n o 3 n ° 9 m a i /...

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ANO 3 N° 9 MAI/JUN 2009 REVISTA Essenciais para o Estado, esses recintos são a prova de que toda a logística de comércio exterior pode - e deve - ser feita aqui A força dos PORTOS DE MINAS Simeão Neto CORREIOS Impresso Especial 9912232618/2009 - DR/MG SDAMG

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REVISTA

Essenciais para o Estado, esses recintos são a prova de que toda a logística de comércio exterior pode - e deve - ser feita aqui

A força dosPORTOS DE MINAS

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CORREIOS

ImpressoEspecial

9912232618/2009 - DR/MG

SDAMG

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Sumário

18 22

Expediente

Agents House - Air Phoenix Serviços

Internacionais - Aliança Comércio Exterior

Internacional - Ápice Comércio Exterior -

Arminter Comércio Exterior -

ASN Cargo Logistics - Atlas Consultoria e

Serviços de Comércio Exterior - BH Serviços de

Comércio Exterior - Biocomex Comércio Exterior -

C&F Comércio Exterior -

Caimex Comissária e Assessoria de Importação e Exportação -

Carreiro Serviços Aduaneiros e Comércio

Exterior - CFSA Serviços Aduaneiros -

CMD Global Services -

Comex Trade - CONSCEX -

Divisa - Assessoria Técnica Aduaneira - Domus

Importação Exportação e Consultoria - Eurocargo

Express - Exportadora e Importadora Lubel -

FC Assessoria em Comércio Exterior -

Fax Cargo Serviços Aduaneiros -

Global Importação e Exportação -

Halei Clímaco -

Heraldo Belisário Assessoria Aduaneira - HTS

Tecnologia de Saúde - Importam -

Imperial Comissária de Despachos -

Interaduaneira Importação e Exportação -

Intercomex - Internacional Comissária de

Despachos Aduaneiros - Interport

Comércio Exterior - In Time Logística -

JC Administração de Importação e

Exportação - LL Assessoria ao Comércio Exterior -

L&T Serviços Aduaneiros -

Link Serviços Aduaneiros - Logicargo – Logística

Internacional - M&G Assessoria Logística Aduaneira

- Martin & Neto Comissária de Despachos

Aéreos e Marítimo - Minas Aduaneira Serviços

Internacionais - Minas Air Cargo -

MTN Assessoria Aduaneira -

Prime – Logistics & Solutions -

Qualify Cargo Forwarder - Rio Minas

Importação e Exportação - Saf Quality Service -

Safetrade Import Export And Services -

Sea - Comissária Despachos - Sky

Sea Comércio Exterior - Sonave - Braz Logística

International - Transaex Assessoria -

Transport Serviços Internacionais -

Transcontinental Serviços Alfandegários e

Afretamentos - Transuno - Uno Transportes e

Serviços - Ventana Serra -

Voolg Comércio Exterior - Zigma Serviços

Aduaneiros -

www.agentshouse.com.br

Fone: (31) 3492-9559

www.aliancacomex.com.br

www.apicecomex.com.br Fone: (31) 3029-

4411 www.asn.com.br

www.grupoatlas.com.br

Fone: (31) 3412-7936

www.biocomex.com.br Fone: (31) 3271-2788

www.caimexltda.com.br

www.carreirocomex.com.br

www.cfsa.com.br www.cmdglobal.com.br

www.comextrade.com.br www.conscex.com.br

www.divisaweb.com.br

Fone: (31) 4501-2910

Fone: (31) 3689-2252

www.lubel.com.br

www.ferreiracampos.com.br

www.faxcargo.com.br

www.globaladuaneira.com.br Fone: (35) 3068-6063

www.hbelisario.com.br

www.htssaude.com.br Fone: (31) 3443-

3518 www.imperialcomissaria.com.br

www.interaduaneira.com.br

www.intercomex.com.br

www.internacionalnet.com.br

www.interportcomex.com.br

www.intimelogistica.com.br

Fone: (31) 3443-1656

www.llcomex.com.br www.ltcomex.com.br

www.linklogistic.com.br

www.lcargo.com.br

www.mgaduaneira.com.br

www.martinneto.com.br

Fone: (31) 3271-3765

www.minasaircargo.com.br

www.mtnbrasil.com.br Fone: (31) 3286-

8092 Fone: (31) 3681-5409

Fone: (31) 3497-8872

www.gruposerpa.com.br Fone:

(31) 3461-1447 Fone: (31) 3375-8030

Fone: (31) 3273-4773

www.sonave.com.br

www.transaex.com.br

www.transport.srv.br

www.transconti.com.br

www.transuno.com.br Fone: (31) 2125-5908

www.voolg.com.br

www.zigma.com.br

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ASSOCIADOS SDAMGDIRETORIA

Presidente do SDAMG: Frederico Pace

Presidente da Codaca: Roger Rohlfs

PRODUÇÃO EDITORIAL E GRÁFICA

Com Você Comunicação e Relacionamento

Fone: (31) 3309-9500

Coordenação de redação: Fabíola Mesquita

Jornalistas resp./edição: Leandro Diniz (MT 12950/MG) e

Sabrina Beckler (MT 12952/MG)

Reportagens: Leandro Diniz e Tamara Teixeira

Projeto Gráfico: Victor Zschaber

Revisor: MRP Comunicação

EQUIPE ADUANA MINAS

Jornalista colaboradora: Luciana Duarte Bouhid

Fotografia: Jair Amaral, Lu Araújo e Talita Fernandes

Departamento Comercial: Danielle Rabelo e Luciana D.

Bouhid

Impressão: Label Artes Gráficas

A Aduana Minas é uma publicação do Sindicato dos

Despachantes Aduaneiros de Minas Gerais (SDAMG) e da

Associação das Empresas Comissárias de Despacho e

Agentes de Carga de Minas Gerais (Codaca).

A Revista Aduana Minas está em permanente processo de

aperfeiçoamento para ser, cada vez mais, uma publicação

imprescindível à força de trabalho. Para isso, contamos com a

sua colaboração. Sugestões, críticas, elogios - tudo será

recebido com carinho por nossa equipe.

Rua Pernambuco, 1002 – 6º andar – Funcionários – BH/MG

Fone: (31) 3261-8282 e-mail: [email protected]

www.aduanaminas.com.br / www.sdamg.com.br

C O DAC A

Responsáveis por estimular a cultura exportadora do Estado, os portos secos têm ainda o papel de inserir cada vez

mais o Estado no cenário internacional

12 Conheça os cinco portos secos de Minas

08 LogísticaO desembaraço de equipamentos de artistas inter-

nacionais no país

6 DesembarqueLazer, cultura e gastronomia: veja as dicas desta

edição

16 Comércio exteriorMinas é o único Estado a operar com o regime de

entreposto aduaneiro

18 TurismoPróxima a BH, Ouro Preto encanta por suas atrações

históricas e naturais

22 EntrevistaCharles Lotfi fala sobre suas ações à frente da Asso-

ciação Comercial de Minas

24 IntermodalStand da Aduana Minas marca presença na 15ª edi-

ção da Intermodal South America

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ção

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Editorial

Delegacia de comércio exterior da Receita Estadual

Frederico PacePresidente do SDAMG

Em um estado mediterrâneo como o nosso, precisamos ser

mais criativos e aproveitar todas as oportunidades que a

legislação oferece para nos igualarmos aos vizinhos que

possuem portos. Veremos nesta edição que fomos pio-

neiros na cultura de interiorização do despacho e, agora, na

implantação de plataformas logísticas via entreposto indus-

trial. Felizmente, estamos conquistando importadores e

exportadores de outros Estados, que reconhecem a eficiên-

cia da aduana mineira, pilar de um processo iniciado há

alguns anos pelo governo estadual.

É necessário ficar atento aos novos degraus dessa escalada,

pois os obstáculos são muitos. Um deles diz respeito às

equipes de fiscalização das aduanas. É fácil na iniciativa

privada nos adaptarmos a expansões, mas, já no poder

público, novas contratações ou mudanças de procedimen-

tos para melhorar a produtividade são processos lentos e, se

um elo da cadeia não funcionar, tudo se perde.

Precisaremos de respostas ágeis do poder público, de

investimentos pontuais e de mudanças rápidas, como a

criação de uma delegacia da Receita Estadual especializada

em comércio exterior. As responsabilidades, o dinamismo

e a filosofia da aduana moderna exigem da Receita Estadual

rotinas bem diferentes das praticadas nas demais ações do

Fisco. O mais importante, porém, é a necessidade de for-

talecer e modernizar os procedimentos constantemente rea-

valiados por todos os intervenientes.

Nossa satisfação é saber que os dirigentes da Receita

Estadual já investiram em suas equipes. Hoje, são vários os

fiscais estaduais com reconhecida experiência em comér-

cio exterior, além de vários pós-graduados em práticas

aduaneiras. Espero que nosso pleito seja atendido, pois

todos sairão ganhando: o contribuinte, que terá uma

equipe treinada para atendê-lo; e o Estado, que ganhará

eficiência e objetividade

Roger C. RohlfsPresidente da Codaca

Portos Secos, Portas de Minas

Durante muito tempo, o comércio exterior careceu da

estrutura de Portos Secos e durante esse mesmo muito

tempo só ouvíamos falar do Porto Seco de Varginha para

desembaraço de café... Pois, hoje, dispomos de cinco

unidades alfandegadas – fora o Aeroporto Internacional

Tancredo Neves, e que nos dá um excelente leque de

opções de onde melhor fazer nossos desembaraços

aduaneiros de exportação e importação; melhor ainda, de

termos uma logística integrada inteligente e competente.

As operações de importação e exportação nesses locais têm

sido cada vez mais utilizadas. E, melhor ainda, com

desenvolvimento de suas estruturas. O apoio do Governo

de Minas foi extremamente importante, pois reconheceu

que as exonerações de ICMS deveriam ser concedidas

apenas àquelas empresas que se utilizam da estrutura

logística oferecida pelos operadores mineiros. Recen-

temente tivemos uma outra alavanca, que foi a liberação

para que os importadores mineiros se utilizem da Carga

Pátio no Porto do Rio e Sepetiba, sem custos adicionais de

armazenagem, mas, principalmente, com maior previsibili-

dade de quando sua mercadoria estará liberada para

utilização em seus negócios.

Devemos sempre estar atentos, como, por exemplo, quan-

do se opta por desembaraçar a carga no Porto de chegada

no país e removê-la para uma área retroportuária, desova do

container e posterior transporte interno para Minas. Apenas

para esclarecimento, um seguro internacional se encerra

nesse momento e não mais no estabelecimento do impor-

tador. Esse é mais um fator que nos leva a liberar a mercado-

ria em nossos Portos Secos e não diretamente no Porto. Isso

tudo culmina sempre em mais investimentos no setor, pois

hoje estamos com efetivos e reais projetos de terminais de

containeres vazios, onde poderemos retirar ou devolver os

containeres no entorno de Belo Horizonte.

Assim, vamos acreditar que as portas de Minas deverão

sempre estar abertas aos Portos Secos de Minas Gerais e nos

operadores logísticos mineiros.

Lu A

raúj

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Desembarque

06 ADUANA MINAS ADUANA MINAS 07

Ambiente preservadoÉ verdade que o lugar conta com a ajuda de uma das

praias mais lindas do Brasil, mas o conforto e o

clima romântico da Pousada Maravilha também

contribuem, e muito, para uma estada inesquecível.

Na Baía do Sudeste, o lugar propõe uma combina-

ção de preservação ambiental e puro requinte. O

projeto arquitetônico integra-se harmoniosamente

ao Arquipélago de Fernando de Noronha. O

hóspede pode escolher entre bangalôs e aparta-

mentos de luxo, todos com vista privilegiada para o

mar. Info: www.pousadamaravilha.com.br –

Fone: (81) 3619.0028.

Viagem ao tempo

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io B

usta

man

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Por ar, terra e marO acesso complicado a Barra Grande, na Península de Maraú (BA),

faz manter o charme desse vilarejo habitado por pescadores, com

casas simples e cenários naturais belíssimos. “Com bares e restau-

rantes aconchegantes, você se delicia com frutos do mar preparados

pelos proprietários que, no passado, eram apenas visitantes que se

apaixonaram pelo local e se tornaram moradores”, diz a gerente

administrativa do SDAMG, Danielle Rabelo. O turista não pode

deixar de conhecer Algodões, Taipus de Fora, Bombaça e Três

Coqueiros. Info: www.barragrande.net.

É logo aliBúzios é a cidade para onde a fotógrafa Lu Araújo sempre dá uma

“fugidinha”. “É logo ali, e dispensa apresentações tamanha sua

popularidade entre os mineiros”, explica. O que muitos não

conhecem é o Praia Brava Hotel, por estar localizado em uma

praia pouco frequentada. Segundo Lu Araújo, vale a pena tomar

um champanhe por lá, apreciando a bela vista do mar, deitado em

enormes colchões em couro náutico na beira da piscina, escutan-

do músicas suaves em um ambiente sempre aromatizado por bons

incensos. Info: www.bravahotel.com - Fone: (22) 2623.5943

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O Queen Mary era um transatlântico da Cunard Line,

que navegou pelo norte do Oceano Atlântico, de 1936

a 1967. Permanentemente ancorado em Long Beach,

na Califórnia (EUA), ele serve hoje como museu e

hotel, onde o hóspede ou visitante pode fazer uma

viagem ao tempo dos transatlânticos, com fotos,

objetos e enfeites em exposição, que ajudam a

descontrair com conforto e estilo. São 365 quartos, e o

hotel combina o serviço especializado com equipa-

mentos modernos, que oferecem uma estada inesque-

cível. Info: www.queenmary.com

Culinária de qualidadeO Ráscal conta com um salão aberto para que o cliente

interaja e acompanhe a fabricação das massas e a

elaboração dos pratos. A qualidade é garantida pela busca

dos produtos: da Itália vem a farinha para cuscuz; da

Argentina e do Uruguai, a picanha; e, do Chile, o salmão.

Recentemente, o grupo inaugurou sua nona unidade, a

terceira no Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca, sem abrir

mão da receita de sucesso: culinária mediterrânea com

acento italiano. São 35 tipos de massas, 40 de saladas e

antepastos e 28 sabores de pizza, além de várias outras

delícias. Info: www.rascal.com.br

A pé, a cavalo ou de bicicletaO Parque Nacional da Serra do Cipó tem 34 mil ha e

pode ser explorado a pé, a cavalo ou de bicicleta e com

uma vantagem: está a apenas 100 km de BH. A reserva é

famosa por suas trilhas, cachoeiras e por ser um prato

cheio para os aventureiros de plantão, que podem

praticar desde o caiaquismo nas águas tranquilas do rio

Cipó até o desafiador canyoning, a descida dos canyons

com cachoeiras e obstáculos naturais com a utilização

de técnicas como rapel, tirolesa e caving (aventura em

cavernas). Info: www.guiaserradocipo.com.br -

Fone: (31) 3718-7237

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Logística

08 ADUANA MINAS ADUANA MINAS 09

Por trás de um grande show, um desembaraço perfeitoEquipamentos de músicos internacionais, que se apresentam

no Brasil, devem passar pelo processo de admissão temporária

Talit

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erna

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O trâmite de equipa-

mentos com material

cenográfico e musi-

cal deve ser rigorosa-

mente acompanhado

e processado

Iron Maiden, Madonna, Rolling Stones. E ainda U2, Simple Red, Metallica, entre

vários outros nomes internacionais. O que eles têm em comum? Aparentemente

nada, mas, para surpresa de muitos, todos já se apresentaram no Brasil. Somam-se

a eles o italiano Andrea Bocelli, o inglês Elton John e a canadense Alanis Moris-

sette, o que demonstra ser o Brasil um dos mais cobiçados destinos dos músicos

internacionais. Por trás desses cantores, muitos com suas “esquisitices” e pedidos

exóticos, alvo de toda a mídia para matar a curiosidade dos fãs, encontra-se uma

logística internacional da qual depende também o sucesso das apresentações.

Afinal, o show não se faz apenas com os cantores; são necessárias toneladas de

equipamentos com material cenográfico e musical, entre outros, cujo trâmite

deve ser rigorosamente acompanhado e processado. Como a procedência é do

exterior, é preciso fazer o desembaraço desses equipamentos. “Processa-se,

então, a abertura de um processo de admissão temporária para importação junto à

Receita Federal”, explica o associado do SDAMG, Júlio Augusto Chaves Duarte.

Nesse processo, a Receita Federal do Brasil (RFB) anota a referência dos produtos

e até mesmo, às vezes, afixando selos de identificação para conferência futura.

Trâmite aduaneiro

No caso da banda inglesa de “heavy metal” Iron Maiden - que recentemente esteve

no Brasil com a turnê “Somewhere back in Time” apresentando-se no Rio de Ja-

neiro, Brasília, Manaus, Recife, Belo Horizonte e São Paulo -, a admissão temporá-

ria dos equipamentos foi feita em Manaus (AM). “Em Belo Horizonte, quando o

grupo desembarcou, trazendo todo o seu equipamento, não foi necessário

A banda inglesa Iron Maiden,

em recente apresentação no

Brasil, realizou o processo de

admissão temporária em Ma-

naus (ao lado); Júlio Duarte,

associado do SDAMG (acima)Por Leandro Diniz

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10 ADUANA MINAS

nenhum procedimento de trâmite aduaneiro, uma vez que o

mesmo já havia sido realizado”. No momento da saída do

grupo do país, é realizada a extinção do processo na

alfândega, momento em que todos os itens são conferidos e

recebem baixa. “Tudo o que chegou e foi anotado precisa

retornar ao país de origem. É um check-list criterioso dos

equipamentos”, diz Duarte.

As bandas e cantores brasileiros, quando se apresentam no

exterior, passam pelos mesmos procedimentos de desemba-

raço, fazendo-se necessária a abertura um processo de ex-

portação temporária dos equipamentos junto à Secretaria

Federal. É o caso de grupos como Skank e Jota Quest, e

cantores como Ivete Sangalo e Roberto Carlos, entre vários

outros, que precisam listar seus instrumentos musicais,

equipamentos de palco, cenário e afins, que recebem um

número de série pela RFB. “O órgão confere os itens que

estão sendo exportados, o que permite a conferência no

retorno ao Brasil”, diz Duarte. Para que não haja incidência

de impostos nessa exportação, o prazo máximo de retorno é

de 60 dias; já as despesas aeroportuárias e movimentação

são cobradas normalmente.

A alfândega no Aeroporto Internacional Tancredo Neves

(AITN) destaca-se, entre as várias outras brasileiras, por sua

agilidade, contando com fiscais experientes. Está também

perfeitamente preparada para o processo de admissões

temporárias de bandas internacionais, bem como das

exportações temporárias dos artistas brasileiros. “Além de

contar com fiscais extremamente ágeis, ela possui um

volume menor do que as alfândegas do Rio de Janeiro e São

Paulo, o que possibilita a tramitação burocrática em um

tempo menor”, afirma Duarte.

É essa celeridade que chama a atenção do baterista do grupo

mineiro Skank, Haroldo Ferretti. “Sempre contamos com

uma rapidez impressionante nos processos, pois o desemba-

raço, por si só, já é um pouco burocrático, mas sempre tive-

mos o apoio e atenção de todos os profissionais. Existe uma

relação de confiança no trabalho”, diz Ferretti. “Mas, inde-

pendentemente dos processos de desembaraço dos equipa-

mentos, o que realmente importa é o que exportamos: a

cultura de Minas, presente em nossas músicas”, afirma.

Agilidade em Minas

Grupos brasileiros, como o Skank, passam pelo processo de exportação temporária quando se apresentam fora do país

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ADUANA MINAS 1312 ADUANA MINAS

Capa

Quem não temmar, vai de porto seco

Instrumentos essenciais para a eficiência do comércio exterior de Minas, os

portos secos reduzem os custos logísticos das empresas instaladas no Estado

Além do primeiro porto seco do Brasil, Minas possui as duas únicas alfândegas brasileiras já credencia-

das a operar na modalidade entreposto aduaneiro Industrial: o Aeroporto Internacional Tancredo Neves

Pioneirismo mineiro

Criados com o propósito de interiorizar os procedimentos aduaneiros, os portos secos tornaram-se

importantes instrumentos para desafogar a demanda dos portos, aeroportos e fronteiras do Brasil. O

primeiro porto seco a operar no país foi o de Varginha, em 1993. De lá para cá, somente no Estado

mineiro foram criados outros quatro. A principal vantagem é acelerar os processos de comércio exterior,

reduzindo os custos logísticos das empresas instaladas em Minas, uma vez que a alfândega fica próxima

aos usuários. De acordo com o diretor da plataforma logística de comércio exterior da Sede, Danilo

Colares, isso faz com que elas ganhem em competitividade e gerem empregos, o que é bom para Minas,

já que os impostos deixam de ser recolhidos em outros Estados para serem arrecadados aqui. Segundo

ele, esse processo estimula ainda a cultura exportadora, já que é concedido diferimento na cobrança do

ICMS para as importações desembaraçadas nos portos secos mineiros, o que estimula o comércio

exterior, inserindo cada vez mais Minas Gerais no cenário internacional.

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os: D

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gaçã

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Porto Seco Sul de Minas, em

Varginha: primeiro do Brasil

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14 ADUANA MINAS

e o Porto Seco de Betim, ambos na grande Belo Horizonte. Para a

diretora do Porto Seco Granbel, Janaina Fagundes Duarte Resende

Araújo, o interesse no credenciamento no regime de Entreposto

Industrial está em acreditar no crescimento e desenvolvimento de

Minas Gerais como plataforma logística mineira. Segundo ela, várias

empresas podem se beneficiar do porto seco industrial, mas o principal

foco está naquelas que utilizam insumos nacionais e importados, e

exportam a maior parte do produto final.

Porto Seco Sul de Minas

Porto Seco de Uberaba

Com uma logística extremamente ágil e rápida, o Porto Seco

de Juiz de Fora distingue-se pela posição estratégica, equi-

distante das quatro capitais da região Sudeste, no bairro Dias

Tavares. “Em Minas, o Porto Seco de Juiz de Fora é o mais

próximo de um porto molhado, a 200 km do porto do Rio de

Janeiro”, explica o gerente Alexandre Rezende. Sua locali-

zação na entrada do Estado de Minas Gerais, divisa com o

Estrategicamente localizado em Betim, na Grande BH, em um dos

maiores eixos logísticos do Estado e bem próximo ao AITN, o Porto

Seco Granbel iniciou suas atividades em 1994. Hoje, direta e indireta-

mente, é responsável pela geração de mais de dois mil empregos, pos-

suindo 200 funcionários diretos. A área coberta é de 25 mil m², e há 65

mil m² de pátio, preparado para receber todo tipo de carga. O local con-

ta ainda com todos os órgãos anuentes, como as Receitas Federal e Esta-

dual, Anvisa, Ministério da Agricultura, além de posto do Banco do Bra-

sil e sala do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros. As principais em-

presas atendidas são as dos segmentos automotivos, montadoras e mi-

neradoras. Janaina ressalta o tratamento preferencial para recebimento

de cargas aéreas, destacando-se o Porto Seco Express, serviço de remo-

ção gratuito da carga que chega ao AITN e é removida para o Porto Seco

Granbel. “Estamos sempre na busca de melhorias em nossos serviços e

processos, como forma de nos diferenciarmos no mercado”, assinala.

Soluções completas e diferenciadas

Administrado pela Log-In Logística Intermodal, o Porto Seco

do Cerrado (PSC), no Distrito Industrial de Uberlândia,

dispõe de uma moderna estrutura para atender às necessida-

des de importadores e exportadores no Triângulo Mineiro,

possibilitando uma ligação rápida com os portos do Brasil.

As cargas mais movimentadas são dos segmentos florestal,

alimentício e de algodão, além da importação do setor

automobilístico. O PSC está instalado em uma área de 52

mil m² e realiza operações de estocagem, armazenagem,

movimentação, transbordo de contêineres e carga geral para

serviços portuário, ferroviário e rodoviário. O espaço possui

28 mil m², e a área coberta é de 11 mil m². A frota de movi-

mentação interna conta com equipamentos de última

geração, como balanças ferroviária e rodoviária, empilha-

deiras e reach stacker. O terminal está interligado aos ser-

viços intermodais da Log-In de Trem Expresso e Cabotagem,

que contam com trens e navios operando, regularmente, em

rotas pré-definidas e horários fixos de partida e de chegada.

Porto Seco de Juiz de Fora

Rio de Janeiro, permite atender a todas as cargas que são

descarregadas no porto da cidade e transferidas para consu-

mo dentro do Estado. Inaugurado em outubro de 1997, ele é

administrado pela Multiterminais Alfandegados do Brasil

Ltda. e possui 65 funcionários. O complexo logístico é com-

posto de uma área alfandegada de 60 mil m² e de um Centro

de Distribuição, com armazém geral de 70 mil m² de área. A

infraestrutura conta, além de outros, com balanças rodoviá-

ria e ferroviária, área climatizada, empilhadeiras e pátio

pavimentado de 20 mil m², atendendo a empresas do ramo

automotivo, químico, siderúrgico, entre outras.

Porto Seco do Cerrado

O Porto Seco Sul de Minas, na cidade de Varginha, foi o primeiro porto seco no Brasil a obter, em

1993, permissão de funcionamento. Empresa integrante do grupo Unecom, ele é um terminal

alfandegado privado, administrado pela empresa Armazéns Gerais Agrícola Ltda. Com 50 funcionári-

os contratados, possui uma área de 37 mil m², dos quais 14 mil são compreendidos por área coberta

abrangendo 15 armazéns, escritório administrativo, operacional, Receita Federal, Ministério da

Agricultura (Vigiagro) e Ministério da Saúde (Anvisa). “O restante é destinado à área livre para

movimentação de carga”, explica a gerente comercial Suellen Faria Paiva Gomes. O principal

destaque está nas empresas eletroeletrônicas, que representam aproximadamente 50% do volume de

importações do terminal. “Empresas essas que fizeram do Sul de Minas polo da eletrônica, em função

dos incentivos fiscais concedidos pelo governo do Estado, além dos serviços prestados com qualida-

de e excelência, reafirmando sua posição perante os demais estados”, explica Suellen. Outras

empresas, como automotivas, aeronáuticas, farmacêuticas, alimentícias, entre outras, também

realizam operações no porto seco.

O Porto Seco de Uberaba iniciou suas atividades em 1999,

sob a administração da Empresa de Transportes Líder Ltda.

Agilidade no desembaraço, qualidade no atendimento,

eficácia e segurança na operação são os diferenciais desse

porto seco, além da localização estratégica no Distrito

Industrial II em Uberaba, a 500 metros da Rodovia BR 050,

que favorece a economia em transporte e distribuição, além

de facilitar o ingresso e a saída de mercadorias destinadas à

importação e à exportação. O porto seco agrega ainda

características fundamentais para a implantação de novas

indústrias e empresas de todas as categorias na região.

Segundo o gerente operacional, Paulo Carvalho, o Porto

Seco de Uberaba conta com uma área alfandegada total de

43 mil m², sendo que 16% é totalmente coberta e ilumina-

da, com armazém circundado por plataforma de embarque

e desembarque e nove portas de acesso. “O sistema é total-

mente informatizado, funcionando 24 horas, inclusive nos

finais de semana e feriados. Contamos também com empi-

lhadeiras de alta capacidade para proporcionar excelência

na qualidade dos trabalhos logísticos”, afirma Carvalho.

O porto Seco de Juiz

de Fora (esquerda) se

distingue pela locali-

zação estratégica; no

Porto Seco do Cerra-

do, em Uberlândia (di-

reita), as cargas mais

movimentadas são do

segmento florestal

Porto Seco Granbel (acima), em Betim:

área de 25 mil e 65 mil de pátio; no

Triângulo, o Porto Seco Uberaba (abaixo)

destaca-se pela rapidez no desembaraço

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16 ADUANA MINAS

As escolas ensinam que a história de Minas começa no século XVI, quando os

bandeirantes paulistas, na busca por pedras preciosas, enveredaram pelo Estado.

Minas era, até então, isolada por suas contingências topográficas, com difícil acesso

ao litoral e aos centros mais avançados. Hoje, a realidade é outra. Minas são muitas, e

uma que poucos conhecem é aquela preparada para o comércio exterior.

Permaneceram a religiosidade, a mineiridade e nossas procissões de fé, mas a cultura

de comércio exterior se encontra totalmente voltada para o progresso, o que traz

inúmeros benefícios e vantagens para o Estado.

Se na história antiga o Estado precisou ser desbravado, na atualidade a palavra de

ordem é o pioneirismo, e um exemplo está em nossas alfândegas. “Minas é o único

Estado do país que dispõe de recintos autorizados a operar o regime de entreposto

aduaneiro nas modalidades de Aeroporto Industrial, para o qual se habilitou o

Aeroporto Internacional Tancredo Neves, e de Porto Seco Industrial, administrado

no Porto Seco Granbel”, explica o inspetor substituto da Receita Federal do Brasil em

Belo Horizonte, João Roberto de Lima.

Como todo entreposto aduaneiro, esse sistema permite que as empresas admitam

mercadorias no regime de suspensão do pagamento de tributos federais. “No caso

das modalidades de que tratamos, permite ainda que operações de industrialização

mais complexas sejam realizadas por estabelecimentos industriais situados naquele

recinto alfandegado, mantendo-se o benefício da suspensão”, afirma Lima. Segundo

Comércio Exterior

Minas Gerais: aqui o comércio exterior é prioridade

O Estado é o único do

país que dispõe de

recintos autorizados a

operar o regime de

entreposto aduaneiro;

entre os vários

benefícios, está o

aumento na

capacidade de atrair

empreendimentos

Controle aduaneiro

Todas as operações de importação/exportação e o processo

produtivo sob amparo do regime são realizados sob con-

trole aduaneiro. “É por esse motivo que o local de operação

do regime tem que preencher certos requisitos de seguran-

ça e controle antes da autorização de seu funcionamento”,

explica Lima. O regime é previsto em normas federais e está

aberto a todas as unidades da Federação, bastando que os

interessados em se habilitar na sua operação atendam aos

requisitos previstos na IN SRF 241/2002 e respectivas

alterações. “Sob ponto de vista tributário, vejo que a

existência desses regimes em Minas Gerais pode ser usada

pelo Estado como ferramenta, aliada a outras, para atração

de mais empreendimentos”, relata Lima.

ele, o recolhimento dos tributos devidos passa a ser feito no

momento da destinação do produto final.

Inspetor substituto da RFB, João Roberto de Lima

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Encontro com a história, a arte,a natureza e ideais de liberdade

Andar pelas ruas de Ouro Preto é, antes de tudo, fazer uma viagem ao tempo. A cidade, berço do Barroco mineiro,

proporciona um encontro histórico com belezas raras. Suas ruas, que antes foram palco de um dos principais

movimentos pela libertação do Brasil colônia, a Inconfidência Mineira, hoje abrigam um dos mais importantes

conjuntos arquitetônicos do país. É possível encontrar casarios, igrejas, museus, pontes, chafarizes e até ruínas da

mineração do ouro, descoberto por acaso pelos bandeirantes paulistas. Esse cenário, a menos de 130 km do

Aeroporto Internacional Tancredo Neves, faz com que a cidade atraia turistas de todo o país e também do mundo.

Descrever os encantos e preciosidades dessa cidade, fundada no começo do século XVIII, não é tarefa fácil. Afinal,

Ouro Preto é declarada pela Unesco, desde 1980, como Patrimônio Cultural da Humanidade; uma verdadeira obra-

prima repleta de atrações. Entre as várias, destaca-se a igreja matriz de Nossa Senhora do Pilar, inaugurada em 1733,

que marca o auge da arquitetura brasileira na época do ouro. Painéis e peças esculpidas e pintadas com o metal dou-

rado fazem com que ela seja a mais rica de Minas Gerais, o que chama a atenção dos visitantes. Em seu subsolo, foi

criado, em 1965, o Museu da Prata e Ouro, com objetos de arte sacra, mobiliário de D. João V e pratarias, entre outros.

Por falar em museu, um que chama a atenção por sua diversidade é o Museu do Oratório, com sua coleção de

oratórios e imagens dos séculos XVII ao XX, que oferece detalhes da arquitetura, pintura e costumes da época em que

foram produzidos. Inaugurado em 1998 e único desse tipo no mundo, o museu é visitado anualmente por cerca de 50

O turista encontra, em Ouro Preto, não só recortes da vida colonial brasileira,

mas também obras-primas do Barroco e opções de turismo ecológico

18 ADUANA MINAS

Turismo

como Patrimônio Cultural

da Humanidade, Ouro

Preto encanta por suas

ruas históricas e belezas

naturais

Declarada pela Unesco

ADUANA MINAS 19

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mil pessoas. As peças - todas brasileiras, principalmente

oriundas de Minas Gerais - foram doadas ao Instituto do

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional pela colecionado-

ra Angela Gutierrez. O museu encontra-se em um casarão

histórico, no adro da igreja do Carmo, onde, durante certo

tempo, residiu Aleijadinho, ícone das esculturas barrocas.

Outro bastante visitado é o Museu da Inconfidência, que

reúne uma valiosa coleção de objetos e manuscritos desse

movimento social. Entre as obras, destacam-se as de Xavier

de Brito, Mestre Ataíde e Aleijadinho. O turista pode

encontrar vários objetos, como pedaços da forca em que

morreu Tiradentes, o mártir da Inconfidência. O Panteão

dos Inconfidentes, local onde estão depositados os restos

mortais dos principais nomes do movimento, pode também

ser visitado. Chamam a atenção as indumentárias, mobiliá-

rios e a primeira edição do livro “Marília de Dirceu”, escrito

por Tomáz Antônio Gonzaga. A casa desse poeta, na Rua

Manuel da Costa - onde funcionava também a ouvidoria,

tida como ponto de encontro dos conspirantes - funciona

hoje como uma livraria da UFMG.

Atrações raras

Além de vários outros museus e igrejas, a cidade conta com

peculiaridades, como a Casa da Ópera, o teatro mais antigo

em funcionamento na América Latina e o primeiro do Brasil,

inaugurado em 1770. Era lá o local onde a sociedade

emergente ostentava o luxo proporcionado pelo ouro. Um

passeio interessante é o da Mina Velha, uma das mais

antigas de Ouro Preto, que data de 1704, onde o visitante

pode ter uma ideia do esforço feito para se retirar o metal da

montanha, ao percorrer os vários quilômetros de túneis. O

observatório, anexo ao Museu de Astronomia da Escola de

Minas, construído em 1911, é uma boa opção, mas as visitas

devem ser marcadas. Ouro Preto promete ainda passeios

inesquecíveis, como o que pode ser feito pelo Trem da Vale,

ligando a cidade de Ouro Preto a Mariana, primeira capital

de Minas. A estrada de ferro, concluída em 1914, foi

restaurada em 2006, proporcionando uma viagem de

belezas natural e histórica com seus 18 km de extensão.

Outra atração preservada são os Passos de Ouro Preto,

pequenas capelas que datam dos séculos XVIII e XIX,

utilizadas somente na Semana Santa. A capela Senhor do

Bonfim, o Passo da Coroação, Ponte Seca, da Flagelação e

do Pretório são abertos para que a Paixão de Cristo possa ser

revivida, acompanhada de cantos e orações. As várias

nascentes da antiga Vila Rica fizeram nascer os famosos

chafarizes, com funções essenciais e estratégicas, como o

Chafariz dos Contos. Com sua concha em estilo joanino, o

chafariz possui decoração requintada, sendo ponto turístico

obrigatório. Outro bastante famoso é o Chafariz Marília de

Dirceu, construído ao lado da casa de Maria Dorotéia

Joaquina de Seixas, a conhecida Marília de Dirceu,

imortalizada por Tomáz Antônio Gonzaga.

Ouro Preto radical

O contato com a história em Ouro Preto vai além de visitas a

igrejas e monumentos. Hoje, parte do cenário desbravado

pelos bandeirantes dá espaço a expedições e passeios

ecológicos, passando pela Estrada Real. Um deles, o

Caminho Velho, tem início na Trilha do Chafariz, em uma

caminhada de aproximadamente 10 km de mata fechada e

vegetação exuberante. Ao chegar a Doutor Rocha, o

participante vai até Santo Antônio do Leite, passando pelas

cidades de Glaura e Cachoeira do Campo. A caminhada

segue mais 10 km até Engenheiro Correia, onde todos

descansam e passam a noite. No segundo dia, é hora de

recomeçar passando por Miguel Burnier e Lobo Leite, com

destino a Congonhas, onde é possível visitar o Santuário do

Bom Jesus do Matozinhos.

Partindo de Ouro Preto, pode-se fazer também outro roteiro

de dois dias, o Caminho dos Diamantes. No primeiro dia, a

caminhada é até Camargos, fundada em 1701, onde se

encontra, no adro da Matriz de Nossa Senhora da

Conceição, um cruzeiro de pedra-sabão, único em Minas

Gerais. O próximo destino é Santa Rita Durão, e o dia

termina em Catas Altas, rodeada pela Serra do Caraça. No

dia seguinte, a caminhada leva até Barão de Cocais,

passando por Santa Bárbara, com suas igrejas exuberantes.

Não só por esses e outros roteiros ecológicos, como

também pelas construções barrocas, igrejas e museus, Ouro

Preto se impõe como importante roteiro turístico de Minas,

o que é facilitado pelo acesso fácil e rápido, muito próxima

a Belo Horizonte.

20 ADUANA MINAS ADUANA MINAS 21

Entrevista

“Os desafios precisam existir sempre, surgir a cada dia.” Com esse pensamento, o

presidente da Associação Comercial de Minas (ACMinas), Charles Lotfi, se empenha em

utilizar todo o peso e capacidade de influência da instituição a favor da implementação

de grandes reformas no país, como a política, a trabalhista, a previdenciária e, particular-

mente, a reforma fiscal, que afeta de maneira muito próxima o empresário. Em entrevista

à Revista Aduana Minas, Lotfi afirma que é preciso realizar mudanças efetivas nessa área

- já que é praticamente impossível conviver com uma carga tributária punitiva como a do

Brasil - e fala também sobre a importância das articulações para o comércio internacional.

O comércio internacional depende de articulações

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22 ADUANA MINAS

Quais suas maiores conquistas à frente da ACMinas?

Nesses poucos mais de dois anos de gestão, tivemos

diversas ações institucionais, que posso considerar como

conquistas: o Movimento Mineiro pela Ética, que

mobilizou empresários e políticos em buscas de soluções

para a escalada da corrupção no Brasil; o Seminário sobre

Segurança Pública, do qual emergiu uma série de

propostas para a redução da criminalidade que foram

encaminhadas ao poder público e muitas delas foram

adotadas. Demos sequência à Conspiração Mineira pela

Educação, que formulou novos métodos e tecnologias

para o ensino fundamental. E não posso deixar de men-

cionar as articulações que fizemos, no final de 2007, para

impedir a aprovação da medida provisória que “ressuscita-

va” a CPMF. No plano organizacional e administrativo,

empreendemos diversas mudanças voltadas para o

aprimoramento dos serviços prestados aos associados,

entre as quais atividades de treinamento e capacitação,

consultorias especializadas em gestão e assuntos jurídicos.

Nosso objetivo tem sido o de estreitar cada vez mais as

relações entre a entidade e seu corpo de associados.

Qual a importância da ACMinas no cenário econômi-

co mineiro?

A entidade, que completou 108 anos em janeiro, sempre

se empenhou em usar sua influência, sua capacidade de

aglutinar forças em benefício do desenvolvimento do

Estado. Para dar um exemplo recente, cito o engajamento

total da entidade, desde o início da primeira gestão do

governo Aécio Neves, no processo de retomada do

desenvolvimento do Estado, que hoje se consolida. E o

faz, inclusive, como órgão consultivo: em várias das

iniciativas ligadas a esse processo, a ACMinas foi ouvida

previamente.

Como a ACMinas encara a crise econômica mundial e

seu reflexo no comércio exterior mineiro?

Com sua economia significativamente ancorada nas ex-

portações, principalmente de commodities, era de se

esperar que Minas Gerais sofresse intensamente os efeitos

da crise internacional. Porém, de forma até surpreendente,

isso não está acontecendo. É claro que houve redução da

atividade econômica em diversos setores, às vezes subs-

tancial, mas não acredito que se trate de uma situação que

persistirá por muito tempo. Alguns indicadores, inclusive, já

mostram sinais de recuperação, e certos setores, como o de

agronegócios e o comércio, vão bem. Acredito que a reto-

mada começará no início do segundo semestre e que o ano,

ao contrário do que prevê o FMI, não fechará com o PIB em

queda. O crescimento certamente será pequeno - estimo

algo em torno de 2% - o que não é muito, em comparação

com 2007 e 2008; mas é excelente diante da conjuntura.

Como o senhor vê a interferência política no comércio

exterior brasileiro e no resto do mundo? Essa interfe-

rência é vantajosa ou não?

Prefiro falar não de interferências políticas, mas de articula-

ções. Eu as considero absolutamente necessárias na medida

em que no comércio internacional, apesar de todos os

avanços em direção à globalização, ainda persistem sérios

obstáculos causados por políticas protecionistas. Um país

como o Brasil, que tem relevante vocação exportadora,

precisa tomar posições e brigar por elas. O governo

brasileiro pode até cometer alguns equívocos, mas tem feito

um trabalho muito bom, onde destaco a atuação do ministro

Celso Amorim.

Qual a importância do Estado dentro de logística

internacional brasileira?

Minha convicção é de que já se foram, há muito, os tempos

em que o Estado não progredia porque não tinha produção

e não tinha produção porque não tinha meios de transportá-

la. Minas tem a maior malha rodoviária do país, ferrovias

modernas para o escoamento da sua produção mineral,

uma posição geográfica estratégica e um setor de logística

extremamente desenvolvido. Além disso, está em pleno

curso a implantação, na região de Confins, da Plataforma

Logística de Comércio Exterior da RMBH que, abrigando

empresas dos mais diversos setores, mas com ênfase na área

de tecnologia - o que implica em maior agregação de valor -

utilizará intensamente o Aeroporto Internacional Tancredo

Neves, que, aliás, já vem se adequando às exigências e

características de um aeroporto industrial.

Qual o papel do Núcleo de Negócios Internacionais da

ACMinas (NNI)?

O NNI tem como propósito primordial engajar a entidade

nos esforços pela internacionalização de Minas Gerais, um

projeto estratégico do governo estadual. Sua atuação se dá

mediante a capacitação e a prestação de apoio estratégico a

empresas de pequeno porte que pretendam atuar no

mercado internacional. Para tanto, realiza com frequência

encontros, workshops e seminários, com a participação de

especialistas, além de dispor da ferramenta mais eficaz para

a atuação no exterior: informação.

No dia 18 de junho, a ACMinas realizará, em parceria

com o SDAMG e a Cia. Docas do RJ, o seminário

“Portos do Rio, Portas de Minas”. Qual sua expectativa

para o evento?

Acredito que daremos uma grande contribuição ao esforço

exportador brasileiro (e mineiro, em particular) no momen-

to especialmente difícil que atravessamos, com uma crise

mundial que retraiu praticamente todo o comércio

internacional. Acredito que, deste encontro, surgirão

alternativas viáveis e factíveis para vencer tais dificuldades,

assim como novas ideias e propostas modernizadoras.

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24 ADUANA MINAS ADUANA MINAS 25

Intermodal

Aduana Minas marcapresença na Intermodal

A 15ª edição da Intermodal South America - maior e mais

importante feira das Américas dos setores de logística,

transporte e comércio internacional - aconteceu entre os

dias 14 e 16 de abril, em São Paulo, na Expo Transamérica.

Reunindo cerca de 450 expositores nacionais e internacio-

nais, a feira ocupou 28 mil m² de área física e contou com a

participação de representantes de mais de 40 países,

chegando a um público de cerca de 45 mil profissionais e

empresários do setor. “Mesmo com o atual momento do

mercado, a Intermodal foi um grande sucesso de público,

pela qualificação alcançada e também por termos ampliado

o número de empresas expositoras”, destaca Joris Van Wijk,

diretor da UBM Brazil, organizadora da Intermodal.

Pela primeira vez na história da feira, um veículo de

publicação mineiro - a Revista Aduana Minas - esteve

presente com stand próprio, colaborando com o crescimen-

to do evento, que foi 12% maior do que no ano anterior.

“Um stand numa feira como a Intermodal significa a

consolidação de uma ação integrada entre a Codaca e o

Sdamg em ter um veículo de comunicação com o mercado

de comércio exterior mineiro. A partir do momento que

uma revista é convidada a participar de um evento de tal

magnitude no cenário latino-americano, isso demonstra o

reconhecimento da qualidade de nossa Aduana Minas”,

destaca o presidente da Codaca, Roger Rohlfs.

Rohlfs salienta também que a exposição na feira auxilia na

divulgação das matérias e conceitos da revista, trazendo

oportunidades de novas participações em eventos, maior

acesso a autoridades para enriquecer as matérias e também

mais procura por parte de anunciantes. “É fato nossa

seriedade em conduzir o processo logístico internacional e,

por isso, é importante ressaltar a importância em fazermos,

no ano que vem, uma ação integrada entre todos os

envolvidos no comércio exterior mineiro, construindo um

espaço onde nossa comunidade possa se encontrar para

trocar experiências e aproximar os ideais”, salienta.

Stand da Revista

Aduana Minas: pri-

meira participação

de um veículo mi-

neiro na Intermodal

24 ADUANA MINAS

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Perfil

“O controle fiscal precisa ser moderno e eficiente”

Pedro Meneguetti

Engenheiro civil, graduando em Direito e há 23 anos no serviço público, Pedro

Meneguetti ocupa hoje o cargo de subsecretário da Receita Estadual na Sefa

Um entusiasta da linha de gerência participativa, sem dificulda-

des para delegar funções e decidir de forma colegiada. É assim

que se autodefine o subsecretário da Receita Estadual na Secreta-

ria de Estado de Fazenda (Sefa), Pedro Meneguetti. Nessa função

desde 2004, ingressou no serviço público em 1986, quando

ocupou o cargo efetivo de auditor fiscal da Receita Estadual. À

frente da Subsecretaria da Receita Estadual (SRE), atuou como

facilitador na condução de vários projetos que tiveram como

foco ações de combate à sonegação, de intensificação do

controle fiscal e administrativo e de fortalecimento da política

tributária do Estado. Todos esses processos se traduziram em

resultados concretos para a Secretaria de Estado de Fazenda,

principalmente no que se refere ao incremento da receita

tributária.

Como seu maior desafio, Meneguetti destaca a busca por

soluções no cenário econômico atual para conter os efeitos da

crise. “Nesse momento, o pagamento em dia dos impostos pode

não estar entre as prioridades do contribuinte. Daí a importância

de intensificar o controle fiscal, criando mecanismo que dê

visibilidade ao Fisco e iniba a omissão do ICMS por parte das

empresas”, ressalta. Ele aponta também a criação de ações

articuladas com outros órgãos públicos, intensificando o

combate ao crime contra a ordem econômica e tributária e

adotando medidas concretas que levem à recuperação do

passivo tributário.

26 ADUANA MINAS

Experiência a ser seguida

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Em suas viagens a trabalho, o subsecretário presenciou os proce-

dimentos para tratamento de carga nos países de primeiro

mundo. O aeroporto de Memphis, nos EUA, onde está a sede do

Sedex, chamou sua atenção. “Vi o desembaraço de 180 aviões

cargueiros em pouco mais de duas horas, utilizando apenas 20

fiscais, o que representa modernidade e eficiência”. Ele destaca

também o aeroporto de Amsterdã, na Holanda, um verdadeiro

aeroporto cidade, com ampla infraestrutura para movimentação

e transporte de cargas e passageiros. Diante desses exemplos,

Meneguetti aposta num novo modelo a ser adotado em Minas.

Ele explica que o Estado possui grandes chances de sair na frente,

apresentando, como nos países de primeiro mundo, um modelo

moderno e eficiente para o tratamento de cargas, o que será

facilitado com implantação do aeroporto industrial em Confins.

ADUANA MINAS 27

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28 ADUANA MINAS

O sistema atual de tratamento de carga predominante no

país, segundo o subsecretário, privilegia o controle fiscal,

mas não consegue ser ágil o suficiente. Na prática,

Meneguetti reconhece que os processos são morosos e

burocráticos, o que impacta a atuação do Fisco e do

contribuinte. “Temos muito o que fazer para melhorar o

controle fiscal sem impactar a vida do usuário do serviço

público. A solução passa, necessariamente, por investi-

mentos em tecnologia que tragam soluções mais ágeis para

o tratamento das informações a serem utilizadas pelo

Fisco”, explica. No caso de Minas, ele salienta que a

localização geográfica constitui elemento facilitador, ca-

racterística que viabiliza a criação de uma estrutura

logística compatível com a dinâmica exigida nos tempos

atuais pelo mercado.

Minas sai na frente

No que se refere à posição ocupada pelo Estado, o subsecre-

tário ressalta a importância de Minas, que se consolidou nos

últimos anos como a segunda melhor arrecadação de ICMS

no país. Enfatiza também a obtenção de um dos maiores

crescimentos na comparação com todas as Unidades

Federadas. De 2003 a 2008, enquanto a média de cresci-

mento dos Estados, em termos nominais, foi de 29,7%,

Minas registrou um índice de 51,2%. “Vale também

comentar a participação ativa de Minas nas discussões de

grandes temas de abrangência nacional, que transitam pelo

Confaz e pelo Congresso Nacional, como é o caso das

discussões em torno da reforma tributária”, assegura.

Natural de Castelo (ES), Pedro Meneguetti formou-se em

engenharia civil pela Escola de Engenharia da Kennedy, é

especialista em Direito Tributário pela PUC/MG e graduan-

do em Direito pelo Instituto Metodista Izabela Hendrix. Foi

chefe do Posto Fiscal Roberto Francisco de Assis e gestor

estadual do Projeto Combustíveis. Além disso, foi inspetor

da Superintendência da Receita Estadual, superintendente

Regional da Fazenda em Pirapora, superintendente

Regional da Fazenda em Divinópolis e superintendente de

Fiscalização da Secretaria de Estado da Fazenda.

Seminário

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“Portos do Rio - Portas de Minas”: intercâmbio de conhecimentosA , em parceria com o

SDAMG, a Fiemg, ACMinas e os governos de Minas Gerais

e do Rio de Janeiro, realiza, no próximo dia 18 de junho, o II

Seminário “Portas do Rio – Portas de Minas”, na sede da

ACMinas, em Belo Horizonte. O tema desta edição é

“Minas e Rio unidos no Comércio Exterior - Sintonia

Gerando Negócios”. Oportunidade para estreitar o

relacionamento entre empresas mineiras, terminais e

governos de Minas Gerais e Rio de Janeiro, o Seminário irá

reunir os participantes em um ambiente de negócios e

discussões, proporcionando um intercâmbio de conheci-

mento, aberto a novas propostas e novos parceiros. Para

Luiz Guilherme Bomfim, do departamento de Marketing da

CDRJ, a expectativa é de que ocorram novos arrendamen-

tos no Porto do Rio de Janeiro para aumento da movimenta-

ção de carga geral. “Também merece destaque a revitaliza-

ção urbana do Porto do Rio, integrando-o à cidade, e a

ampliação do Terminal Marítimo de Passageiros”, explica.

Cia. Docas do Rio de Janeiro (CDRJ)

bom relacionamento entre as aduanas e os Estados, é

fundamental para a economia de ambos, que reconhecem a

importância da logística na geração de riquezas”, avalia.

Pace ressalta que a evolução dos sistemas de controle da

Receita Federal caminha para que, talvez ainda este ano,

sejam possíveis os primeiros desembaraços de trânsito sob

águas. “Certamente esse processo será oferecido primeiro

para as empresas consideradas seguras, como as habilitadas

no regime de Linha Azul”, diz. As empresas que hoje

dependem das atividades aduaneiras precisam se preparar

para essa nova realidade, pois processos precisos significam

menor custo operacional. Os portos do Rio estão prepara-

dos para o futuro e essa agilidade certamente irá atrair

importadores que hoje usam o Porto de Santos. Informa-

ções no site: www.portosdorio-portasdeminas.com.br

Porta de entrada de Minas

O presidente do SDAMG, Frederico Pace, enfatiza que o

Rio de Janeiro é maior porta de entrada de Minas, razão pela

qual é preciso fortalecer os vínculos para mostrar como a

cadeia logística de Minas e o Rio de Janeiro é segura. “Um

trabalho sério, com qualidade na informação, aliado ao

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Artigo

30 ADUANA MINAS

2 Reunião com a Inspetora da Receita Federal/Belo Horizonte,

Mara Cristina Sifuentes - Marcos Valias (associado SDAMG), Mar-

celo Belisário (diretor SDAMG), Mara Cristina Sifuentes (inspetora Re-

ceita Federal Belo Horizonte), José Carlos Dôco (vice-presidente Coda-

ca), Hebert Luiz dos Santos Silva (associado SDAMG), Afonso Neves

Reis (diretor SDAMG)

1 Reunião com a Inspetora da RF/Belo Horizonte, Mara Cristina

Sifuentes - Luciano Guerra (associado SDAMG), Breno Palhares

(presidente regional do SDAMG Sul de Minas), Mara Cristina Sifuentes

(Inspetora Receita Federal/BH), Roger Rohlfs (presidente Codaca),

Bruno Ribeiro (diretor SDAMG)

6 Encontro dos usuários do Porto Seco Industrial Granbel - Luciano

Guerra, Mário Lincoln Costa (diretor comercial de operações da

Usifast) e José Carlos Dôco.

3 Reunião com representantes do Terminal Sepetiba Tecon - Marco

Aurélio Pinto de Moura (gerente comercial), Davi Emery Cade (diretor

superintendente), Ralph Maia (gerente executivo) e Roger Rohlfs

5 15ª edição da Intermodal South America 2009 - Ronaldo Barquette

(promotor de Negócios - INDI), Frederico Amaral (SEDE), Izabela

Moreira (Comunicação Social/INDI), Patrícia Campos (Assessoria de

Comunicação - Belo Horizonte Convention & Visitors Bureau), Danilo

Colares (SEDE), Hugo Pereira (SEDE)

4 Posse do inspetor-chefe do Porto do RJ - João Carlos Sampaio

Correia Genescá (presidente do SDA RJ), Marcos de Castro Alves

(inspetor do Porto do Rio de Janeiro), Frederico Pace (presidente do

SDAMG) e Luis Kleber da Silva Brandão (presidente do SINDAEES)

Eventos

Mineiro trabalha em silêncio. Às vezes sim, às vezes não!

As obras do governo Aécio Neves falam por si, principal-

mente o Centro Administrativo, a Linha Verde e o início das

construções do Aeroporto Industrial no Aeroporto

Internacional Tancredo Neves (AITN). Aliás, em poucos

Estados da Federação tem-se um governo tão voltado para o

comércio exterior e com foco em tornar o Estado um polo

de atração e concentração de empresas conectadas com o

mundo. Nesse campo, Minas Gerais investe maciçamente

no desenvolvimento do AITN, contratando a melhor

consultoria do mundo na matéria, na pessoa do prof. John

Kasarda, e também uma empresa especializada em

atendimento e desenvolvimento de aeroportos, responsá-

vel pelo Aeroporto Internacional de Cingapura.

No que tange às normas tributárias que afetam o comércio

internacional, relativas ao ICMS, Minas também tem feito

um trabalho singular. É relevante lembrar que os regimes

aduaneiros especiais e os principais tributos que atingem a

importação são de competência federal. Minas, portanto,

pode fazer diferença na atração de investimentos, à medida

que o ICMS cobrado seja menor. Isso é possível por meio de

mecanismos próprios desse imposto, ou mesmo procuran-

do simplificar a legislação, oferecendo maior agilidade.

Nesse sentido, atesta o seu interesse em estar na vanguarda

o fato de possuir membros da Fazenda Pública Estadual

fazendo parte de comissões, núcleos e missões internacio-

nais realizadas em conjunto com a iniciativa privada.

Existindo pessoas dentro do setor público com visão e

abertura para o que há de mais moderno e eficaz em países

mais desenvolvidos, era de se esperar que tivéssemos

normas tributárias estaduais mais avançadas.

A legislação mineira oferece nas importações o mesmo

tratamento tributário conferido pela legislação federal para

os regimes aduaneiros especiais, como no entreposto

aduaneiro. Além disso, o governo de Minas, visando novos

investimentos, o aumento do emprego e o incremento da

economia, analisando, caso a caso, pode celebrar Acordos

Individualizados, por meio de Protocolos de Intenções com

aquelas empresas que têm planos de se instalar, ampliar

suas instalações ou produzir nas plantas já existentes no

Estado. Nessa formatação, ao conferir tratamento tributário

de estímulo mediante Protocolo de Intenções, o Estado ofe-

rece mais segurança jurídica aos importadores e exportado-

res que se instalam em seu território. Em outros Estados, em

que há benefícios gerais e são alardeadas vantagens

irrestritas a todos, fomentando a guerra fiscal e desrespei-

tando os demais entes estaduais, há grandes riscos envolvi-

dos, haja vista a flagrante afronta à Constituição Federal.

Além do Protocolo de Intenções, são possíveis os seguintes

mecanismos de redução da carga tributária: (i) redução de

alíquota na importação de insumos e na saída das mercado-

rias; (ii) diferimento do ICMS nas importações e nas

alíquotas interestaduais; (iii) crédito presumido nas saídas

tributadas. É por tudo isso que Minas atraiu investimentos

em diversas áreas, como a aeronáutica e de eletroeletrôni-

cos. É certo que ainda há muito o que se realizar, mas

sempre vimos o objetivo claro do Governo de realmente

trabalhar em parceria com o empresário, procurando

oferecer segurança e tranquilidade para que os investimen-

tos sejam feitos. Esperamos que esse objetivo se intensifi-

que cada vez mais, dando oportunidade de incremento da

produção, com mais trabalho e riquezas para todos.

Fernando Pieri Leonardo,

mestre em Direito Tributário pela UFMG,

professor universitário e de cursos de pós-gradução,

advogado e consultor do SDAMG

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