a famÍlia mistery - planeta · 2012-07-12 · escrever livros policiais, possui uma memória...

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Avô Godfrey A FAMÍLIA MISTERY

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Avô Godfrey

A FAMÍLIA MISTERY

Tio RaymondTia Melania

NO MUNDO

PLANETA MANUSCRITO

Rua do Loreto, n.º 16 – 1.º Direito1200 -242 Lisboa • Portugal

Reservados todos os direitosde acordo com a legislação em vigor

Título original: La spada del re di Scozia© Atlantyca Dreamfarm s.r.l., Itália

Edição original: 2010, Istituto Geografi co De Agostini, S.p.A., NovaraPara língua portuguesa: © 2011, Planeta Manuscrito

Direitos internacionais: © Atlantyca S.p.A., via Leopardi, 8 – 20123 Milano, [email protected]

www.atlantyca.com

Todos os nomes e personagens deste livro têm © Atlantyca Dreamfarm s.r.l.e são licenciados em exclusivo por Atlantyca S.p.A.

As suas versões traduzidas ou adaptadas são propriedade de Atlantyca S.p.A.Todos os direitos reservados

Texto: Sir Steve Stevenson

Ilustrações originais e capa: Stefano Turconi

Tradução: Sara Ludovico

Revisão: Eulália Pyrrait

Paginação: Guidesign

1.ª edição: Junho de 2012

Depósito legal n.º 343 197/12

Impressão e acabamento: Printer Portuguesa

ISBN: 978-989-657-240-2

www.planeta.pt

Sir Steve Stevenson

A ESPADA DO REI DA ESCÓCIA

IlustraçõesStefano Turconi

PARTICIPANTES

TERCEIRA MISSÃO

AgathaTem doze anos, sonha escrever livros policiais, possui uma memóriaassombrosa.

LarrryUm rapaz meio trapalhão

que frequenta a prestigiada escola de detectives Eyye.e

Mr. KentMUm ex -pugilista e umUmordomo de impecávelmestilo britânico.e

Avô GodfreyO maior e mais famosofabricante de balões de ar quente em toda a Escócia.

WatsonnGato siberiano pestíferoo

com faro de detective..

DESTINO:ESCÓCIA - ABERDEEN

OBJECTIVO

Descobrir o autor do roubo da espada de Robert Bruce, o lendário rei da Escócia que desapareceu misteriosamente do castelo de Dunnottar.

Castelorde Dunnottar

Edimburgo

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Para um londrino noctívago como Larry Mistery, oar da Escócia possuía um efeito salutar. Adormeceralogo a seguir ao jantar, às nove da noite, frente à crepi-tante lareira da sala de estar. Antes de ceder à tentaçãodo sono, com uma mantinha sobre os joelhos, ouviraainda os cochichos do avô Godfrey e da prima Agatha,que contavam um ao outro histórias de aventuras vivi-das em países longínquos. Depois, alguém o havialevantado com delicadeza e transportado para o quarto.

Larry arregalou os olhos às sete da manhã, envoltonum silêncio irreal. Por um momento, perguntou -se

A INVESTIGAÇÃO COMEÇA

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PrólogoPrólogo

a si mesmo onde tinha ido parar, mas depois viu a pai-sagem cor de esmeralda pela janela e as recordaçõestomaram conta dele: a casa de campo do avô Godfrey,os arredores de Edimburgo, a tradicional semana dosbalões de ar quente da família Mistery. Não haviatempo a perder!

Ao meio -dia deveria partir com a sua prima Agathaa bordo do balão aeróstato do avô Godfrey num passeiopelas Highlands escocesas, mas, antes disso, tinha detratar de uma tarefa espinhosa.

– Fogo! – suspirou Larry. – Que seca, estes amigosde infância!

Larry Mistery veio à superfície como um mergu-lhador, atravessando cinco camadas de cobertores,e espreguiçou -se. Calçou um par de pantufas e dirigiu--se para a casa de banho. Quando pegou na embalagemde gel, para esculpir artisticamente a sua madeixa decabelo, olhou para ela e parou de repente.

– Talvez seja melhor não seguir aqui a moda deLondres – disse para consigo mesmo com ar de troça.– Se for ao encontro marcado com a Aileen todo mal

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A investigação começaA investigação começa

vestido, talvez assim ela deixe de me massacrar com todos aqueles e -mails cheios de coraçõezinhos!

Aileen Ferguson tinha catorze anos, a mesma idade que Larry, e os seus pais haviam -na inscrito numa pres-tigiada escola em Edimburgo. Naquela altura, estava a passar uns dias de férias na pequena aldeia escocesa de Bowden, onde o avô Godfrey morava, insistindo que queria encontrar -se com o seu velho amigo.

– Pode ser sábado de manhã – acedera o jovemdetective. – Ao pequeno -almoço, pois tenho de irembora muito cedo.

Larry revolveu o guarda -fatos e encontrou um pesado camisolão de lã das Shetland. Depois, vestiu umas calças de um tecido muito duro e calçou umpar de botas de borracha verdes. Olhou -se ao espelhocom um ar satisfeito.

– O máximo do mau gosto que se pode obter – troçou. – Aposto que depois do dia de hoje a Aileen nunca mais vai querer voltar a ver -me!

Larry conhecera Aileen muitos anos antes, durante um Verão que passara com o avô. Em Bowden, todos

PrólogoPrólogo

lhe chamavam «Dorothy», porque tinha sempre um bibe azul vestido, uns sapatinhos vermelhos calçados e uns totós travessos na cabeça, tal qual a protagonistade O Feiticeiro de Oz.

– São oito horas – verifi cou o rapaz. – Se tudo correrbem, lá pelas dez já serei um homem livre! – Deixou umanota no quadro da entrada, dirigindo -se depois à garagempara pegar na bicicleta. Alguns minutos depois, atra-vessava velozmente as estreitas estradas que serpentea-vam pelos verdes campos escoceses. Quase de imediatop p Q

A investigação começaA investigação começa

chegou a Bowden: uma fi la de casas de estilo georgiano,com cores vivas. Àquela hora da manhã havia muitopouca gente na rua e até o pub onde combinara encontrar--se com Aileen parecia estar deserto.

Larry entrou com determinação e aproximou -se do balcão.

O empregado tinha um chapéu de chef e um pano ao ombro.

– Senhor Mistery? – perguntou sem se voltar.O jovem fi cou perplexo.j p p

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PrólogoPrólogo

– Hum, sim, sou eu – balbuciou. – Mas comoé que sabe?

– A sua mesa é a número seis, lá ao fundo, no canto – rebateu o homem, continuando a fatiar a fruta.

Larry observou o elegante espaço e pensou nomotivo que teria levado Aileen a marcar uma mesamotivo que t

mente naquele sítio. Seria porventuraprecisaarmadilha para criar uma atmosferauma antica?românntou -se com um suspiro e esperou.Senempregado veio de seguida acender O

ela colocada no meio da toalha dea venda, afastando -se depois sem umarenalavra sequer.pa

Larry deu um outro suspiro, destaz mais longo.vez

De repente, a porta abriu -se e uma rapa-Desbelta dirigiu -se afoita em direcçãoriga ecabelo curto castanho-claro, olhosa ele:

, rosto angélico, um vestidinho azul daverdes,moda. Resumindo: linda de morrer!última

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A investigação começaA investigação começa

– Olá, Larry! – cumprimentou Aileen com um sor-riso perfeito. – Peço desculpa por este ligeiro atraso.

O jovem detective corou a olhos vistos.– Ah, oh, olá, Dorothy – conseguiu dizer a custo,

tomado de assalto pelo embaraço. Apercebeu -se de imediato da gafe e procurou remediar. – Bem, quero dizer, olá, Aileen!

Ela sentou -se à mesa.– Estás com muito bom ar, sabias? – disse, olhando

para a ementa. – Pareces um escocês de outros tempos,prático e sem grandes luxos!

O rapaz perscrutou o seu próprio refl exo na montra dopub e sentiu que se afundava no chão pela vergonha. Queestúpido fora! A menina que conhecera transformara -se numa rapariga de fazer parar o trânsito. Como poderiaele remediar a situação? Decidiu que a única forma deimpressionar Aileen seria mostrar -lhe o aparelho hi -techda sua escola para detectives. Normalmente, todos fi cavam de boca aberta e lhe perguntavam como fi zera para o arranjar. Talvez pudesse deixar escapar, assim poracaso, que pretendia tornar -se um grande investigador…

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PrólogoPrólogo

– Este aparelho de titânio chama -se EyeNet – disse Larry, astutamente, pousando -o na mesa, bem à vista. – É um dispositivo especial, um telemóvel de nova gera-ção! – Preparou -se para responder a milhentas pergun-tas, mas Aileen dignou -se a dar -lhe apenas uma única olhadela distraída, mudando de assunto logo a seguir.

– Já alguma vez provaste o haggis vegetariano? – perguntou -lhe, fi xando -o com um olhar magnético.

Larry balbuciou uma ou outra palavra. Para sua grande sorte, naquele momento o EyeNet lançou um silvo agudo. Agarrou -o fi rmemente num ápice e observou o mostrador luminoso.

Era uma mensagem da Eye International, a sua escola.

Uma missão de grande urgência!O rapaz deu um salto.– Uma investigação logo hoje? – disse para si mesmo.

– Tenho de ir ter com a Agatha imediatamente, só ela me pode ajudar. – Lançou um olhar a Aileen: quanto gostaria de poder fi car ali com ela mais algum tempo… era tão gira!

A investigação começaA investigação começa

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Mas o dever, infelizmente, era o dever. Larry levantou -se com um grande suspiro e titubeou:

– Hum, oh, desculpa -me, Dorothy, mas tenho de ir, uma questão urgente… Ligo -te assim que acabar! – Lançou -lhe um último olhar de remorso e esgueirou--se para fora do pub como um ladrãozeco.

Ela olhou para ele a subir para a bicicleta, depois deu um longo suspiro e, para se consolar, pediu uma salada de frutas com natas e chocolate fundido.

– O melhor mesmo seria não me apaixonar por tipos excêntricos, como este Larry Mistery! – confessou ao empregado taciturno.