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O Currículo Escolar e a Experimentação na busca de uma Alfabetização Científica no Ensino da Química de qualidade e com utilidade no Ensino Médio Lucilene Zacharias Salesse* Reinaldo Aparecido Baricatti** RESUMO: Um ensino que tenha uma utilidade real e leve a uma efetiva aprendizagem com significação de conceitos e íntima relação com o contexto social, histórico, político e econômico passa por estratégias como a experimentação que inter-relaciona teoria e prática. O objetivo é a formação de cidadãos e cidadãs alfabetizados cientificamente e, se apropriando do conhecimento alcancem consciência das sensíveis relações que existem na natureza fazendo com que se esforce em mudar o mundo para melhor. Esse é o objetivo do Ensino Médio. Neste artigo, procura-se mostrar a importância de se conhecer com clareza o currículo escolar, traçar um plano de trabalho docente fazendo a seleção de conteúdos a serem trabalhados e utilizar a experimentação em seu caráter investigativo e pedagógico como estratégia que levará o aluno à formulação de teses, problematização, desenvolvimento de idéias, discussão e na elaboração de novos conceitos. Dessa forma, a abordagem experimental trará (re)significação aos conceitos químicos. Palavras-chave: Currículo escolar. Ensino de Química. Experimentação. Alfabetização Científica. ABSTRACT: An education that has a real utility towards to an effective learning with concepts meanings and an intimate relation with the social, historical, political and economic context, goes through strategies as the experimentation that interrelates practice and theory. The objective is the development of scientifically literate citizens and, with the knowledge appropriation they can reach conscience about the sensitive relations that exist in the nature, making them strive in changing the world for better. This is the objective of the High School. This article shows the importance of knowing the school curriculum clearly, tracing a plan of teaching work, making the contents selection to be worked and to use the experimentation in its investigative and pedagogical character as a strategy that will take the student to a thesis formulation, problematization, ideas development, discussion and in the elaboration of new concepts. In this way, the experimental approach will bring meanings to the chemical concepts. * Professora graduada em Química pela Universidade Estadual de Maringá, UEM. Pós-graduada em Educação de Jovens e Adultos, pela Universidade Federal do Paraná UFPR. Atualmente, professora de Química e Ciências da Rede Estadual de Educação do Paraná. **Professor graduado em Química pela Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP. Mestrado e doutorado em físico-química também pela UNICAMP. Atualmente professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, UNIOESTE,

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O Currículo Escolar e a Experimentação na busca de uma Alfabetização Científica no Ensino da Química de qualidade e

com utilidade no Ensino Médio

Lucilene Zacharias Salesse*Reinaldo Aparecido Baricatti**

RESUMO: Um ensino que tenha uma utilidade real e leve a uma efetiva aprendizagem com significação de conceitos e íntima relação com o contexto social, histórico, político e econômico passa por estratégias como a experimentação que inter-relaciona teoria e prática. O objetivo é a formação de cidadãos e cidadãs alfabetizados cientificamente e, se apropriando do conhecimento alcancem consciência das sensíveis relações que existem na natureza fazendo com que se esforce em mudar o mundo para melhor. Esse é o objetivo do Ensino Médio. Neste artigo, procura-se mostrar a importância de se conhecer com clareza o currículo escolar, traçar um plano de trabalho docente fazendo a seleção de conteúdos a serem trabalhados e utilizar a experimentação em seu caráter investigativo e pedagógico como estratégia que levará o aluno à formulação de teses, problematização, desenvolvimento de idéias, discussão e na elaboração de novos conceitos. Dessa forma, a abordagem experimental trará (re)significação aos conceitos químicos.

Palavras-chave: Currículo escolar. Ensino de Química. Experimentação. Alfabetização Científica.

ABSTRACT: An education that has a real utility towards to an effective learning with concepts meanings and an intimate relation with the social, historical, political and economic context, goes through strategies as the experimentation that interrelates practice and theory. The objective is the development of scientifically literate citizens and, with the knowledge appropriation they can reach conscience about the sensitive relations that exist in the nature, making them strive in changing the world for better. This is the objective of the High School. This article shows the importance of knowing the school curriculum clearly, tracing a plan of teaching work, making the contents selection to be worked and to use the experimentation in its investigative and pedagogical character as a strategy that will take the student to a thesis formulation, problematization, ideas development, discussion and in the elaboration of new concepts. In this way, the experimental approach will bring meanings to the chemical concepts.

* Professora graduada em Química pela Universidade Estadual de Maringá, UEM. Pós-graduada em Educação de Jovens e Adultos, pela Universidade Federal do Paraná UFPR. Atualmente, professora de Química e Ciências da Rede Estadual de Educação do Paraná.**Professor graduado em Química pela Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP. Mestrado e doutorado em físico-química também pela UNICAMP. Atualmente professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, UNIOESTE,

KEY WORDS: School Curriculum, Chemistry Education, Experimentation, Scientific literacy.

INTRODUÇÃO:

O ensino de Química de Ensino Médio apresenta problemas.

Percebe-se que há uma baixa qualidade na compreensão da

Química e que alguns alunos terminam a educação básica, sem ter

o conhecimento mínimo sobre a Ciência o que dificulta a inter-

relação entre o conteúdo estudado e a compreensão do Universo

em que vive.

Várias propostas para se fazer um ensino de Química com

utilidade, que leve o aluno a uma alfabetização científica, têm sido

sugeridas, mas muito pouco se muda porque, ao chegar à sala de

aula, o professor se depara com pequeno número de aulas na grade

curricular, turmas numerosas e um extenso programa a ser

cumprido. Nessa realidade, é comum se fazer um ensino pautado no

livro didático, estático, sem relação teoria-prática, sem dar tempo

ao aluno para pensar, amadurecer idéias, relacionar e inter-

relacionar o conhecimento químico com o contexto social.

É importante dizer que, por ter um caráter experimental a

disciplina de Química conta com uma quantidade insuficiente de

aulas nas grades curriculares o que dificulta sua especificidade no

Ensino Médio.

Nessa perspectiva, se faz necessária uma reflexão crítica dos

conteúdos curriculares a serem trabalhados, dentro das

possibilidades da carga horária da disciplina, encontrar estratégias

para se fazer um ensino de Química de qualidade que leve à

formação de cidadãos críticos. “O que queremos conseguir é que os

conhecimentos dos alunos evoluam até torná-los rigorosamente

úteis. Para isso, é necessário escolher, dentre a enorme quantidade

de informação gerada, aquela que permita desenvolver as

competências requeridas em um mundo cada vez mais cambiante e

que pelo menos, prepare melhor para o futuro que não está

determinado” (Chamizo, 2007; Izquierdo, 2007).

Como a escolha de conteúdos, (re)significando-os,

relacionando-os e contextualizando-os com aulas experimentais, em

laboratório ou em sala de aula, podem contribuir para mudar esta

realidade permitindo que o aluno sinta prazer no conhecimento e

apropriando-se dele, possa aplicá-lo para transformar o mundo para

melhor?

DESENVOLVIMENTO

A química, como todas as Ciências, foi/é construída com o

desenvolvimento, trabalho e lutas do ser humano, para

compreender a natureza e na busca de soluções para seus

problemas, para suas necessidades.

Para Marx e Engels, são os homens em seu relacionamento

com a natureza e com seus semelhantes que, dentro de “certas

condições”, promovem o desenvolvimento social. Em outras

palavras, para Marx, é através do trabalho físico, realizado pelos

homens com o intuito de satisfazer suas necessidades históricas,

que os homens entram em uma relação dialética com o mundo e,

nesse processo, transformam não só as idéias que possuem acerca

do mundo, mas também o próprio mundo e a si mesmos. ( Silva,

2004)

Neste processo de transformações pelas quais o ser humano

passa, a escola tem papel muito importante, pois é onde a Ciência

popular é sistematizada cientificamente, (re)significando os

conceitos e atrelando-os ao contexto social, histórico, político e

econômico.

É necessário que haja um resgate na importância da disciplina

de Química no currículo escolar e também no resgate da identidade

do Ensino Médio.

O objeto de estudo da Química é a matéria, suas propriedades

e transformações. Ela está presente em tudo o que se possa

imaginar e para que tenha uma utilidade real, cabe ao professor

analisar criticamente as diretrizes curriculares, o programa, fazendo

seleção e inter-relação entre os conteúdos, aprofundamento e

atualização de seu conhecimento e dos conceitos fundamentais, sua

metodologia de ensino e avaliação.

Para Neidson Rodrigues, (1995)

“A Ciência é uma produção humana e o conhecimento

científico é o modo pelo qual o homem domina a natureza e a

incorpora, transformando-a de acordo com sua necessidade”.

As Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica

do Estado do Paraná (DCE) para a disciplina de Química, apontam

algumas metodologias para superação de problemas que estão

entre as principais causas nas dificuldades em se fazer um ensino

de qualidade real e que leve a uma alfabetização científica. Dentre

eles, podemos destacar: a importância da abordagem experimental;

a contextualização; considerar os saberes populares e o senso

comum para que não haja um distanciamento do que é ensinado

com a realidade do aluno, sem se fazer um ensino simplista; a

migração do esoterismo, que de certa forma é uma herança dos

alquimistas, para o exoterismo, cuidando com a forma do discurso e

com o excesso de formulismo na linguagem; tratar o conhecimento

de maneira histórica; trabalhar com textos científicos atualizados

que integrem os avanços da Ciência e, buscar avaliações em que

haja participação do aluno, considerando o processo.

Para haver uma superação nas dificuldades de se fazer um

ensino de Química com utilidade real, ultrapassando as abordagens

tradicionais, que às vezes levam o aluno, ao final da educação

básica, a ser um analfabeto científico, é necessário se (re)fazer uma

reflexão de que a Química não é uma Ciência de conteúdo estático,

pronto e acabado e levar em conta as questões sobre a construção

desse conhecimento.

A primeira função da escola é ensinar os conhecimentos

socialmente produzidos pelo homem ao longo da história. Para

alcançar este objetivo é necessária uma busca de conteúdos

significativos, com uma seqüência adequada, fazendo uma reflexão

crítica e (re)significação dos conteúdos curriculares para que estes

levem a uma verdadeira alfabetização científica e conseqüente

formação de cidadãos e cidadãs críticos. Para que isto seja

alcançado, faz-se necessário um aprofundamento dos conceitos

fundamentais da Química e compromisso dos professores em fazer

mudanças.

Na maioria das vezes os professores não sabem quem

selecionou os conteúdos contidos no currículo e porque eles foram

considerados importantes, dentro de uma imensidão de saberes e,

porque eles são necessários para a formação de cidadãos críticos.

Historicamente, os professores, em sua maioria, se acostumaram a

reproduzir, a transmitir esse saber, sem muito questionar, e é nesse

ponto que deve haver mudanças. Porém, no Paraná, os educadores

tiveram participação na construção em documentos que orientaram

o currículo, nas semanas pedagógicas, onde houve discussões e

debates, por três anos, e alguns representantes de cada núcleo

participaram de seminários e simpósios para a construção do

documento. É preciso que agora, os professores leiam, discutam,

conheçam a fundo estas diretrizes, aplicando em sua prática

pedagógica, propondo mudanças e fazendo um esforço no sentido

de “resgatar a especificidade da disciplina de Química; deixar de

lado o modo simplista como a disciplina de Química foi tratada nos

PCNs, entendida como área do conhecimento; e recuperar a

importância da disciplina de química no currículo escolar”.(DCE -

Química)

Segundo Beltran e Ciscato, 1991:

O conteúdo de Química é praticamente inesgotável. Cumpre ao professor fazer a escolha do que vai trabalhar com seus alunos. O programa deve ser amplo (...) porém a extensão não pode prejudicar a clareza dos conceitos, nem confundir suas conexões (...) É preciso trabalhar os conteúdos de maneira a incorpora-los definitivamente ao conhecimento do estudante.

Cada professor saberá adequar o ritmo de curso, tendo em

vista a capacidade de seus alunos, a disponibilidade de tempo e,

sobretudo do desenvolvimento harmônico dos assuntos.

Essa reflexão sobre os conteúdos curriculares nos leva a

observar que, muitas vezes, a extensão do programa é incoerente

ao número de aulas da grade curricular. Dessa forma, a seleção de

conteúdos é importante, priorizando conceitos fundamentais,

organizando-os em uma seqüência lógica, adequada, de forma que

instrumentalize o estudante e o leve a um posicionamento diante

da natureza e da sociedade.

“Ter noções básicas de química instrumentaliza o cidadão

para que ele possa saber exigir os benefícios da aplicação do

conhecimento químico para toda a sociedade (...) Saber como se

processa o conhecimento químico pode dotar as pessoas de um

pensamento crítico mais elaborado”. (Beltran & Ciscato, 1991)

O desenvolvimento do programa proposto deve ser assumido

pelo professor. Este, além de levar em conta o número de aulas

semanais, precisa observar também suas condições de trabalho,

perfil e interesse de sua clientela e as particularidades regionais.

Segundo Beltran & Ciscato (1991)

“O programa ideal deve ser amplo e pragmático. Deve-se fazer todo o possível para se ensinar muita Química, mas levando em conta que a extensão do programa não é a prova da qualidade dele. Essa prova é a sua unidade, sua lógica interna e sua capacidade de transmitir claramente ao aluno, permitindo-lhe também vislumbrar a própria construção do conhecimento químico.

Após essa comprometida análise dos conteúdos curriculares, é

necessário ter claro que objetivos se busca alcançar e que tipo de

aluno se quer formar, buscando metodologias e questionamentos

sobre os melhores caminhos que levam o cidadão a conhecer o

mundo em que vive, modificando-o e se modificando, para que,

dessa forma possa transformá-lo para melhor.

Para Chassot deve-se perseguir “alternativas para um ensino

com utilidade onde se busca mostrar uma educação através da

Química que: contribua para a alfabetização científica do cidadão e

da cidadã; faça a migração do esoterismo para o exoterismo, e

assim, facilite a leitura de mundo. (CHASSOT, 1995).

Para que contribua com a efetiva alfabetização científica do

cidadão, o ensino de Química deve inter-relacionar o conhecimento

científico e contexto social, para que o estudante se torne capaz de

compreender a realidade em que está inserido e assim, possa

transformá-la.

Nessa perspectiva, é importante um compromisso do

professor com o ensino-aprendizagem e com uma “busca de

alternativas para oferecer uma alfabetização científica aos homens

e mulheres, para fazê-los cidadãos e cidadãs mais críticos em nosso

continuado, mas aparentemente novo desafio” (Chassot, 2000)

Um dos principais instrumentos que busca fazer um ensino de

Química com utilidade, contribuindo para essa alfabetização

científica do cidadão, favorecendo a migração do esoterismo para o

exoterismo é a experimentação. “A Química, como todas as ciências

naturais, funciona à base de experiências e análise de dados,

através do que é possível formular teorias e enunciar leis cada vez

mais precisas a respeito do funcionamento do Universo.” (Espósito,

2003)

Um grave problema no ensino de química é tentar se construir

o conhecimento somente com aulas teóricas, seguindo muitas vezes

um livro texto. A experimentação é muito falada, mas, muitas vezes,

pouco colocada em prática. “Para Maldaner, a idéia de

experimentação é aquela formada na Universidade, que exige

condições dificilmente encontradas na escola de Ensino Médio. Daí a

necessidade de se refletir sobre o papel da experimentação no

contexto do ensino da Química”. (QNEsc, nº 25, maio, 2007,). O

professor encontra dificuldades em inter-relacionar aulas

experimentais apropriadas ao conteúdo trabalhado, mas, este

problema deve ser superado.

Segundo Vidal, (1986):

A Química é hoje uma Ciência experimental. Enquanto ciência, ela estrutura, através de teorias, os nossos conhecimentos de natureza. Reagrupa a multiplicidade das observações e das experiências respeitantes às transformações da matéria em conjuntos cujos elementos são unidos por meio de leis, por meio de relações de tipo explicativo. As teorias orientam as investigações para novas descobertas. A química aproxima-se também de uma técnica pelo seu caráter experimental. É por isso que seu objetivo consiste em dominar a Natureza, em modificá-la. Para isso, analisa e sintetiza corpos; por um lado, aqueles que a própria natureza produz, por outro, aqueles que as leis da Natureza tornam possíveis. Aspecto prático e aspecto teórico mais não fazem que caminhar lado a lado. Não só ombreiam um como outro.

A Química muitas vezes se apresenta abstrata, dogmática, por

sua própria caminhada histórica, herança também deixada pelos

alquimistas onde ela passou a ter um caráter esotérico. Faz-se

necessário e urgente que essa visão seja superada e que se lance

mão de novas metodologias para a desmistificação da disciplina.

A proposta de se fazer um trabalho onde a experimentação

seja uma prática cotidiana em sala de aula e no laboratório podem

ajudar neste sentido, “uma vez que as noções fundamentais para a

Química são muito abstratas, sugere-se que sejam utilizadas

atividades experimentais como apoio concreto e material para

auxiliar e fortalecer a conceituação. (QNEsc, nº 25, maio de 2007).

Com o acolhimento do aluno para chegar ao saber científico,

indo além do senso comum, da visão empírica, a experimentação é

estratégia de ensino que leva a uma aproximação qualitativa do

aluno na busca do conceito desejado, já que a proposta é sócio-

histórica.

Segundo Beltran & Ciscato (1991):

As atividades experimentais constituem um ponto crítico prioritário na análise dos problemas e na proposta de alternativas para o ensino. Como Ciência experimental que é ela exige para seu estudo, atividades experimentais (...) O objeto da Química compreende a natureza, e os experimentos propiciam ao estudante uma compreensão mais científica das transformações que nela ocorrem.

A importância da experimentação está em seu caráter

investigativo e pedagógico, auxilia o aluno na formulação de teses,

problematização, explicitação, discussão e na elaboração de novos

conceitos. Dessa forma, a abordagem experimental trará

significação aos conceitos químicos.

Os experimentos podem ser o ponto de partida para a

compreensão de conceitos e sua relação com idéias discutidas em

aula. Os estudantes, assim, estabelecem relações entre a teoria e a

prática e, ao mesmo tempo, expressam ao professor suas dúvidas.

Ainda que a palavra laboratório tenha como elemento de

composição o prefixo labor – realizar à custa de esforço ou trabalho,

trabalhar com cuidado -, a atividade laboratorial implica não

somente fazer com as mãos, sentir e experimentar, mas, também,

está relacionada à análise criteriosa e à articulação da teoria com a

prática.

“Uma aula experimental, seja ela com a manipulação do

material pelo aluno ou demonstrativa, não está associada a um

aparato experimental sofisticado, mas, sim, à sua organização,

discussão e análise, que possibilitam, interpretar os fenômenos

químicos e a troca de informações entre o grupo que participa da

aula”. (DCE)

Na verdade, não há necessidade de laboratórios muito

equipados. Muitos materiais podem ser elaborados e

confeccionados pelo próprio aluno o que o levará a um maior

interesse. Tendo o professor selecionado, construído, articulado

atividades experimentais significativas para cada assunto, estes

passam a fazer parte do contexto de sala de aula, levando teoria e

prática a caminharem juntas, já que é impossível separá-las, pois se

completam, reforçando e garantindo a solidez do conhecimento

adquirido. Isto faz parte do processo que leva o aluno a se relacionar

com os fenômenos sobre os quais estuda e o leva a sentir a

importância da experimentação em seu aprendizado, e, assim, os

conceitos serão (re)significados.

Sem experimentação e interpretação adequadas, a ciência é algo estático, livresco e sem desenvolvimento. Sem experimentação, o ensino de Química é apenas um arremedo do ensino, dogmático e sem atrativo, que afasta os alunos do estudo e compromete sua formação como cidadãos (...) As observações de laboratório devem ser sistematizadas cientificamente, ou seja, organizadas para fazer emergir os modelos e teorias. Tendo por alicerce as observações, os modelos e as teorias constituem os mais avançados e valiosos conteúdos do conhecimento. (Beltran e Siscato, 1991)

Para que este movimento aconteça, porém, é necessária uma

desestabilização do que se tem feito reservar tempo para organizar

aulas teóricas bem preparadas com produção de material a ser

utilizado, o que leva ao ganho de tempo, como transparências de

modelos, por exemplo, e aulas práticas significativas ao conteúdo

trabalhado. Cabe ao professor fazer o máximo para que na

construção do conhecimento pelo aluno, não falte elementos

básicos.

A experimentação como estratégia no Ensino de

Química

Algumas aulas experimentais realizadas pelos estudantes

partiram da problematização, pesquisa e análise dos resultados

observados. Sendo sugerida a fundamentação teórica,

procedimentos, objetivos da aula, os grupos fizeram inicialmente a

realização previa dos experimentos, contando com a supervisão da

laboratorista e a elaboração de questões que possibilitassem a

reflexão dos resultados e principalmente aquelas que remetem a

problemas sociais.

Todo resultado e modificações ocorridas foram anotados para

posterior análise e discussão entre os alunos, sendo que questões

devem ser elaboradas com o objetivo de elaborar explicações para

uma melhor compreensão do fenômeno investigado.

Com esse procedimento, o estudante se torna crítico,

questiona, propõem explicações diversas para o mesmo fenômeno,

interage com os colegas até que conceitos seja ressignificados.

1. Produção de etanol

Em 1975 foi lançado no Brasil o Programa Proálcool (Programa

Nacional do Álcool) cujo objetivo seria a diminuição gradativa da

dependência do petróleo importado. O etanol produzido pode ser

utilizado como combustível ou pode ser misturado à gasolina com a

vantagem de reduzir a produção de CO2 e aumenta a eficiência da

gasolina podendo então substituir os aditivos que são muito poluentes.

http://www.alcopar.org.br/estatisticas/merc_veic_alcool.htm

O etanol pode ser obtido da cana-de-açúcar, onde a sacarose

presente no caldo (garapa), sob a ação de leveduras, serão

fermentadas gerando etanol e dióxido de carbono.

O procedimento utilizado consiste em dissolver um tablete de

fermento biológico em água morna e adicionar a um litro de caldo de

cana, deixando a mistura em repouso por cinco dias. Após esse prazo

de “descanso” faz-se a destilação da mistura. O líquido obtido é uma

mistura de várias substâncias, entre elas o etanol é a principal.

A adição de leveduras, do fermento biológico produz enzimas,

tais como a Saccharomyces que transformam a sacarose (C12H22O11),

que é um dissacarídeo, em etanol. A transformação ocorre em duas

etapas:

Primeiro a sacarose se transforma em glicose e frutose, que são

monossacarídeos (C6H12O6) na presença da enzima invertase, segundo

a reação:

C12H22O11 C6H12O6 + C 6H12O6

Sacarose glicose frutose

Em seguida, glicose e frutose são fermentados, em presença da

enzima zimase, e o etanol é produzido com liberação de gás carbônico:

C6H12O6 + C 6H12O6 2 C2H5OH + 2CO2

Glicose frutose etanol gás

carbônico

A destilação é outro processo que pode ser trabalhado em aula

experimental para explicar vários conceitos básicos, tais como:

obtenção de álcoois, como foi realizada na prática acima, mudança de

estado físico, fracionamento do petróleo, extração de essências e

purificação de substâncias, considerando as diferenças em seus pontos

de ebulição.

Segundo Maria H. Beltran (QNEsc, nº 04, 1996):

Atualmente, a destilação, processo baseado nas diferenças entre os pontos de ebulição das substâncias, é adequadamente explicada pela idéia de que a matéria é formada partículas que se movimentam e interagem. O fracionamento do petróleo, a obtenção de álcoois e a extração de essências são apenas alguns exemplos de processos em que a destilação é empregada na indústria. Além disso, a destilação é um dos principais métodos de purificação de substâncias utilizadas em laboratório. Assim, a importância desse processo tão bem conhecido e claramente interpretado por meio de modelos sobre as partículas que constituem a matéria justifica sua inclusão em qualquer curso de química de nível médio.

Outro aspecto importante que pode ser explorado é ciclo da água

na natureza e soluções, considerando que a água na natureza não é

encontrada pura. O professor pode utilizar esse processo fazendo um

paralelo entre destilação e ciclo da água na natureza, enfocando o fato

que a água vaporiza sem poluentes e vai depender da contaminação

dos ecossistemas sua qualidade de potabilidade.

É de fundamental importância levar o cidadão e a cidadã a

refletir sobre sua responsabilidade diante da natureza.

Faz-se necessário a conscientização de que, enquanto o ser

humano não se envolver e partir para ações significativas, enquanto

ele estiver esperando pelos outros, pelo governo para tomar

providências, acreditar que não há motivo para pânico, o futuro do

planeta estará cada vez mais comprometido.

É importante levar à reflexão de que o desequilíbrio que tem

ocorrido na natureza é apenas um meio que o planeta tem de buscar

seu equilíbrio.

Somos apenas uma entre tantas espécies que habita este

planeta. Se não buscarmos reais ações para o respeito à natureza,

poderemos ser vomitados de sua face e, ele seguirá seu curso normal

e certamente voltará a se reorganizar. Outras espécies, mais

adaptadas, menos mercenárias permanecerão usufruindo das

maravilhosas condições aqui oferecidas, pois ele é único, é singular e

tem tudo o que os seres vivos precisam para viver confortavelmente.

Dos nove planetas do nosso Sistema Solar, a Terra é o único que

possui água em abundância e no estado líquido. Cerca de três quartos

da superfície terrestre são cobertos por essa substância, o que propicia

uma enorme biodiversidade. Sem ela é impossível a existência de vida

como nós a conhecemos.

A contaminação e a degradação dos recursos hídricos estão

comprometendo a qualidade da água potável e de todo meio ambiente,

tornando-se um grave problema ecológico.

Levando o estudante a conhecer efetivamente o problema pode

levá-lo a atitudes que busquem preservar, proteger e conservar esse

bem precioso com a consciência de que o desenvolvimento sustentável

é o que atende as necessidades do presente sem o comprometimento

do futuro do planeta e das próximas gerações poderá levá-lo a uma

efetiva aprendizagem com significação de conceitos e íntima relação

com o contexto social, histórico, político e econômico inter-

relacionando teoria e prática e, se apropriando do conhecimento

alcance consciência das sensíveis relações que existem na natureza

fazendo com que se esforce em mudar o mundo para melhor.

Podem-se sugerir também temas sobre como Brasil e Estados

Unidos competem pela dianteira na corrida dos combustíveis verdes,

apostando na cana-de-açúcar e no milho, suas respectivas matérias-

primas ou como Pequenos agricultores descobrem a fórmula para ficar

longe da bomba do posto e fabricam na propriedade seu próprio

combustível.

Construindo um destilador

O destilador pode ser construído em laboratório utilizando os

seguintes materiais e procedimentos:

Utilizando uma lâmpada de vidro transparente (incandescente),

quebre o fundo da lâmpada e retire o filamento de metal e seu suporte

de vidro. A lâmpada funcionará como balão de destilação. Tampe a

abertura com uma rolha fazendo um furo com diâmetro de uma

mangueira com cerca 0,5 cm.

Uma garrafa de plástico de 2,0 litros pode ser utilizada como

condensador, fazendo um furo em sua base e em seguida introduzindo-

se uma mangueira de cerca de 2,0 m de comprimento, procedendo, em

seguida, a vedação do furo com cola ou massa epóxi e acrescentando

água gelada ate o gargalo. A mangueira deve ser torcida de maneira

que fique enrolada em espiral e saindo pela boca da garrafa e

conectada à rolha da lâmpada. O suporte para o destilador poderá ser

feito com madeira e arame conforme esquema abaixo.:

Fonte:

Beltran e Ciscato,1991

Dentro da lâmpada que serve como balão de destilação é

recomendável colocar pequenos pedaços de porcelana para que

acidentes sejam evitados no momento da ebulição.

Podem ser sugeridas questões para discussão:

a) Quais são as mudanças de estado físico que ocorrem no

balão de destilação (lâmpada ) e no condensador

(mangueira)?

b) Equacione as reações envolvidas na transformação da

cana-de-açúcar em álcool.

c) Esquematize a aparelhagem de destilação utilizada em

laboratório de química.

Com esta aula outros aspectos podem ser explorados e

relacionados a conteúdos significativos. Pode-se sugerir, por exemplo,

a pesquisa sobre a produção do etanol nos alambiques enfocando

métodos tais como: moagem, liquefação, fermentação, destilação,

desidratação, desnaturalização do álcool e reaproveitamento das

sobras.

Outro aspecto importante são os benefícios econômicos trazidos

pela produção do etanol, que envolve a redução da dependência

internacional, geração de empregos, produção de combustível

alternativo diante da problemática dos combustíveis fósseis, domínio

da tecnologia pelo Brasil, entre outros.

Na questão ambiental estão as possibilidades de diminuição da

poluição do ar, utilização de combustível renovável, diminuição da

emissão de poluentes como o chumbo.

2. Determinação de Álcool na Gasolina

O objetivo a Alcançar é relacionar os conteúdos, mistura de

soluções, separação de misturas e concentração às aulas teóricas

oportunizando ao estudante a formar a observação da qualidade do

combustível disponibilizado pelos comerciantes e relacionar com a

ética profissional, cuja máxima diz, "não faça ao outro o que você

não quer que te façam", formando assim, uma consciência crítica.

Os recursos utilizados são laboratório e material de laboratório

ou mesmo a sala de aula. Os conteúdos que podem ser relacionados

nesta aula são: mistura de soluções, polaridade, separação de

misturas, concentração e o conceito interdisciplinar sobre ética e

cidadania.

Pelas normas vigentes, o litro de álcool hidratado que

abastece os veículos deve ser constituído, em volume, de 96% de

álcool e 4% de água. (Densidades em g/L: álcool = 800, água =

1000).

Utilizando uma proveta de 100 mL acrescenta-se um volume

de 50 mL de gasolina e 50 mL de água (solução 1/1) agitando o

sistema e anotando a quantidade final de gasolina e água. A fase

aquosa sofrerá um aumento de volume pelo fato do álcool ser mais

solúvel em água que em gasolina.

Como atividade para avaliação poderá ser calculado:

a) o volume de álcool que estava dissolvido na gasolina

usando a operação:

Válcool = Vinicial de gasolina - Vfinal da gasolina

b) A porcentagem do álcool na amostra da gasolina. Utilize a seguinte relação:

Vinicial de gasolina ---------------- 100%

Válcool dissolvido ------------------ X(quantidade de álcool na gasolina)

O ideal é fazer o teste utilizando várias amostras recolhidas

de diferentes postos e diferentes distribuidoras para se fazer uma

comparação.

Após terem sido feitos os cálculos as observações e reflexões

sobre os resultados é importante questionar sobre a problemática

da ética e respeito às normas vigentes a verificação do

cumprimento ou não das normas do Conselho Nacional do Petróleo

(CNP) por diferentes postos de gasolina da cidade e sugerir formas

de conter o não cumprimento das normas vigentes.

Para contextualizar ainda mais os temas, propor questões de

atualidades pode aumentar o interesse. São alguns exemplos:

Questão 01:

O etanol é um combustível considerado como uma das melhores

alternativas renováveis ao petróleo. A opção pelo etanol como

alternativa mais amigável ao meio ambiente do que a gasolina está

apoiada no fato de que

(A) as lavouras de cana-de-açúcar consomem CO2

(B) a queima o etanol em motores biocombustíveis não produz CO2

(C) o catalisador usado nos carros a etanol impede a formação de CO2

(D) o etanol contribui, de forma permanente, para o aumento da

concentração atmosférica de CO2

(E) a combustão do etanol, independente da quantidade e das

condições em que se realiza, é completa.

http://www.vunesp.com.br/vestibulares/uabc0601/ConhecGerais.pdf

Questão 02

A adulteração da gasolina visa à redução de seu preço e compromete o

funcionamento dos motores. De acordo com as especificações da

Agência Nacional de Petróleo (ANP), a gasolina deve apresentar um

teor de etanol entre 22% e 26% em volume.

A determinação do teor de etanol na gasolina é feita através do

processo de extração com água.

Considere o seguinte procedimento efetuado na análise de uma

amostra de gasolina: em uma proveta de 100 mL foram adicionados 50

mL de gasolina e 50 mL de água. Após agitação e repouso observou-se

que o volume final de gasolina foi igual a 36 mL.

De acordo com as informações acima, assinale a(s) proposição(ões)

CORRETA(S).

01. A determinação de etanol na amostra em questão atende as

especificações da ANP.

02. A parte alifática saturada das moléculas de etanol interage com as

moléculas dos componentes da gasolina.

04. A água e o etanol estabelecem interações do tipo dipolo

permanente-dipolo permanente.

08. No procedimento descrito acima, a mistura final resulta num

sistema homogêneo.

16. As interações entre as moléculas de etanol e de água são mais

intensas do que aquelas existentes entre as moléculas dos

componentes da gasolina e do etanol.

32. Água e moléculas dos componentes da gasolina interagem por

ligações de hidrogênio. http://www.vestibular2007.ufsc.br/

Bafômetro

É um tema atual e importante que desperta interesse,

considerando que para combater motoristas embriagados no

trânsito, a polícia vem utilizando desses aparelhos.

Ao ingerir bebida alcoólica, o álcool é levado a todas as partes

do corpo pela corrente sanguínea, comprometendo a capacidade da

pessoa em dirigir um veículo, considerando que a intoxicação atinge

o sistema nervoso afetando a coordenação motora e os reflexos.

O condutor do veículo suspeito deve soprar através de

instrumentos chamados bafômetros, que indicará se está

embriagado e o grau de embriagues.

O material utilizado será o ácido sulfúrico, dicromato de

potássio, álcool etílico, essência de hortelã e vinagre.

O ácido sulfúrico deve ser diluído a 20 mL/L e a concentração

do dicromato de potássio 0,1 mol/L, misturados na proporção de 1:1

e apenas algumas gotas de álcool.

O que ocorre no bafômetro, em presença de álcool, é uma

reação de oxidação do álcool em aldeído e a redução do dicromato

(alaranjado) a cromo III (verde).

• Equações da reação química que ocorre no bafômetro portátil (QNEsc, nº 5, MAIO 1997):

K2Cr2O7(aq) + 4H2SO4(aq) + 3CH3CH2OH(g) Alaranjado incolor

Cr2(SO4)3(aq) + 7H2O(l) + 3CH3CHO(g) + K2SO4(aq)

Verde incolor

• Equação na forma iônica:

Cr2O72-(aq) + 8H+(aq) + 3CH3CH2OH(g)

2Cr3+(aq) +7H2O(l) + 3CH3CHO(g)

A essência de hortelã e o vinagre foram utilizados por

sugestão de alguns estudantes que queriam comprovar se estes

produtos realmente disfarçavam o álcool presente no organismo.

O procedimento utilizado investigou quatro situações

diferentes:

1º) 1 ml de dicromato de potássio (alaranjado) foi colocado

em um tubo de ensaio juntamente com 1 ml de ácido sulfúrico e

algumas gotas de álcool etílico;

2º) 1 ml de dicromato de potássio (alaranjado) foi colocado

em um tubo de ensaio juntamente com 1 ml de ácido sulfúrico e

algumas gotas de álcool etílico acrescentando bala de hortelã;

3º) 1 ml de dicromato de potássio (alaranjado) foi colocado

em um tubo de ensaio juntamente com 1 ml de ácido sulfúrico e

algumas gotas de álcool etílico acrescentando vinagre;

4º) 1 ml de dicromato de potássio (alaranjado) foi colocado

em um tubo de ensaio juntamente com 1 ml de ácido sulfúrico e

sem álcool.

Feito o experimento, todas as observações e resultados foram

anotados em uma tabela:

Experimento Odor CorSomente com álcool Álcool VerdeÁlcool com essência

de hortelã

Hortelã Verde

Álcool com vinagre Vinagre VerdeSem álcool ___________________ Alaranjado

O mesmo procedimento foi repetido usando o álcool produzido

pelo alunos para comparação de resultados e comprovação do teor

alcoólico da mistura produzida na primeira aula experimental.

Após observações e reflexões sobre os resultados é

importante questionar sobre a problemática do álcool e trânsito e

também a respeito da atitude de alguns condutores de veículo que

tentam burlar a lei utilizando artifícios que mascarem a presença de

álcool no sistema circulatório.

O professor pode apresentar tabelas que apresentem as

estatísticas de acidentes no trânsito por responsabilidade de

motoristas alcoolizados, quantas vítimas fatais e, até dados sobre o

quanto o Estado gasta com o tratamento de pessoas feridas nestes

casos ou até mesmo encaminhar para que estes dados sejam

pesquisados pelo alunos.

RESULTADOS

Esse modo de trabalho foi muito positivo, pois, além de ter

sido atividades prazerosas, teve reflexos no desempenho escolar. Ao

serem feitas avaliações quantitativas, a média da classe aumentou

de 56 no primeiro bimestre para 72, no segundo. Este avanço no

desempenho pode ser associado ao aumento da atenção do aluno

referente ao tema escolhido e conseqüentemente aumento do

rendimento.

Estas aulas experimentais, entre outras, foram aplicadas aos

alunos do terceiro ano do Ensino Médio. O que se pode observar foi

o interesse e o empenho com que desenvolveram seus trabalhos.

Pesquisaram, testaram previamente as aulas com a colaboração da

laboratorista questionaram, buscaram sanar as dúvidas com auxílio

do professor e finalmente puderam fazer discussão e leitura

consciente dos resultados, (re)construindo conceitos concluindo o

trabalho com entrega de relatório.

CONCLUSÕES

As aulas experimentais interessam ao estudante, eles se

engajam e participam das atividades com muito empenho e

entusiasmo, sentem prazer em desenvolver o experimento e isto faz

com que o conhecimento seja construído.

A aceitação e o entusiasmo do aluno dependem, porém, da

condição que ele possui de estar apto a aprender, que é um

posicionamento dele diante do conhecimento. Dessa forma,

envolve-lo, depende do incentivo do professor propondo e

desenvolvendo temas instigantes, atuais, metodologias

satisfatórias, procedimentos otimizados na questão do material

utilizado, simplificado e com possibilidade de tempo para realização

do experimento e discussão dos resultados.

Para um mesmo experimento muitas relações são feitas e

perguntas relevantes aparecem dos grupos no desenvolvimento das

aulas. Saber descrever procedimentos, elaborar perguntas e propor

soluções para resolvê-las são questões fundamentais e conduzem à

formulação de teses, problematização, desenvolvimento de idéias,

discussão e na construção de novos conceitos propiciando ao

estudante ao desenvolvimento do conhecimento científico.

O maior contratempo observado é a carga horária pequena e

o número excessivo de alunos em sala, o que complica o

acompanhamento adequado aos grupos. Para superar este

obstáculo é preciso ter bem clara a proposta curricular, organizar

bem o Plano de trabalho Docente fazendo a reflexão crítica dos

conteúdos curriculares a serem trabalhados e, preparar as aulas a

serem ministradas, de forma que alcance o objetivo esperado.

Nesta turma, onde o projeto foi desenvolvido integralmente,

os resultados foram bem satisfatórios e deve-se levar em

consideração que se tratava de uma turma com número adequado

de alunos para trabalhar no laboratório.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA/CITADA

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Pensamento científico – Caderno Temático de Química Nova

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o Primeiro Ano do Ensino Médio – Caderno Temático de

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12.SILVA, J.; O. Elementos de Sociologia Geral: Marx, Durkheim,

Weber, Bourdieu. Cascavel: Edunioeste, 2004.

13.VIDAL, B. História da Química. Lisboa: Edições 70, 1986.

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9.2 – LEITURA DE APOIO

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2. CAETANO, M.; Eficiência em disputa. Globo Rural, São Paulo, n.260, p.12 e 13, jun. 2007.

3. CHASSOT, A. I. Para Quem é Útil o Ensino? Alternativas para

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4. KASSAI, L.; O etanol da fazenda. Globo Rural, São Paulo, n.258, p.36 a 43, abr. 2007.

5. MALDANER, O. A.; A Formação Inicial e Continuada de

Professores de Química: professor/pesquisador. 2. Ed. Ijui:

Editora Unijuí, 2003.

6. MANACORDA, M. A.; História da Educação: da antiguidade aos

nossos dias. São Paulo: Cortez, 1989.

7. MORTIMER, E. F.; MACHADO, A. H. Química para o Ensino

Médio. São Paulo: Scipione, 2002.

8. http://www.editoraglobo.com.br