a expansão e o império

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Trabalho sobre os Descobrimentos e o Império colonial português apresentado na UC de História de Portugal do curso de Educação Básica do IPL.

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ÍNDICE

Introdução ................................................................................................... 3

Os rumos da expansão .................................................................................... 4

A expansão portuguesa como uma saída para a crise ................................... 4

A expansão interessava a todos ................................................................... 4

Ceuta - o primeiro marco da expansão ........................................................ 5

Condições favoráveis à expansão portuguesa .............................................. 6

As descobertas marítimas e o papel do infante D. Henrique ......................... 7

Tânger – um pomo de discórdia ................................................................... 9

De volta aos mares ....................................................................................... 9

Afonso V, o Africano .................................................................................. 10

D João II e a partilha do mundo .................................................................. 10

O império português ..................................................................................... 12

A diáspora ................................................................................................. 13

O sustento do Império................................................................................ 13

Viragem para o Atlântico ............................................................................ 16

A mercantilização do estado ...................................................................... 17

Conclusão ..................................................................................................... 19

Bibliografia .................................................................................................... 20

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INTRODUÇÃO O presente trabalho insere-se nas Actividades propostas no âmbito da UC de

História de Portugal, do 1º Ano do Curso de Educação Básica, na modalidade de

Ensino à Distância.

Trata-se de um trabalho de grupo subordinado ao “A Expansão e o Império”.

O grupo inicialmente era formado por quatro elementos mas a desistência de um

destes, a Telma Oliveira, obrigou à reestruturação do nosso plano de trabalho.

O grupo comunicou recorrendo ao Skype, de forma síncrona, mediante prévia

combinação das datas mas não dispensou encontros presenciais entre os seus

elementos, na Figueira da Foz e em Leiria, para elaborar um plano de trabalho e

escolher a metodologia a seguir, quer para o trabalho escrito, quer para a

apresentação do mesmo.

O primeiro passo foi a consulta de diversas fontes bibliográficas por todos os

elementos. Seguidamente procedeu-se à selecção e comparação da bibliografia

consultada e já familiarizados com o tema, delineou-se um “fio condutor” que, grosso

modo, se orientou pelos tópicos de análise sugeridos pela tutora.

Apesar da abordagem de cada elemento ter incidido sobre dois ou três dos tópicos,

nos encontros promovidos pelo grupo fez-se a síntese do trabalho desenvolvido por

cada membro e construiu-se uma visão globalizante do trabalho.

A compilação e harmonização do trabalho foi atribuída a um dos elementos para

compor o trabalho final. Seguidamente o documento foi submetido online aos

restantes elementos, para poderem proceder a rectificações.

Finalmente, com base no trabalho escrito, foi elaborada a apresentação multimedia

e definida a ordem de intervenção.

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OS RUMOS DA EXPANSÃO

A EXPANSÃO PORTUGUESA COMO UMA SAÍDA PARA A CRISE Portugal no século XIV sofreu uma grave crise económica, agravada pela Peste

Negra que assolava a Europa. A Peste Negra provocou um surto de mortalidade

reduzindo o número de efectivos disponíveis para as actividades produtivas e a mão-

de-obra escasseava nos campos e nos mesteres.

As guerras com Castela deixaram o estado depauperado, carente de metais

amoedáveis. A revolução de 1383-85 deu um novo rumo político mas não resolveu a

crise económico-social. Os protestos eram generalizados contra o fraco poder

aquisitivo da moeda devido à desvalorização, muitas terras estarem abandonadas,

incultas e por arrotear e os trabalhadores auferiam salários demasiado baixos para

prover às suas necessidades básicas.

A nobreza viu reduzirem-se drasticamente os seus rendimentos dependentes das

rendas fundiárias ou de tenças e outras benesses régias. O povo que para eles

contribuía, nada mais tinha para dar, não adiantando o tabelamento dos salários ou os

aumentos dos impostos.

Ao fundador da Dinastia de Avis não restavam muitas opções paras melhorar o

estado da nação. Tinha conquistado o reino mas serenados os conflitos com Castela o

panorama era desolador. Muitos dos seus apoiantes eram burgueses que bastas

vezes foram agraciados e promovidos a nobres que desejavam consolidar e viver de

acordo com o seu estatuto e o reino é pequeno para a concessão de tantas mercês. A

paz com Castela não permitia ter veleidades de expansão em território continental.

A EXPANSÃO INTERESSAVA A TODOS A ideia da expansão deve ter tido germinação rápida nas mentes de muitos homens

de quatrocentos. Segundo Magalhães Godinho e outros historiadores houve uma

convergência de interesses na expansão: o estado procura revitalizar as finanças, o

clero difundir e expandir a fé, combater os “infiéis”, imbuídos ainda do espírito de

cruzada1 , a nobreza pretende mais terras e honrarias. A burguesia não enjeita a

possibilidade de novos mercados e finalmente no povo muitos vêm uma réstia de

11 Cruzadas – têm o nome de cruzadas as expedições realizadas pelos cristãos

europeus entre os finais do século XI e meados do século XII, com a finalidade de

reconquistar e defender os lugares santos caídos em poder dos turcos. Estas

expedições foram promovidas com o apoio da Santa Sé e os cavaleiros que nelas

tomavam parte receberam o nome de cruzados por levarem no peito uma cruz.

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esperança, poder almejar a mais do que à subsistência ou apenas para garantir “o pão

nosso de cada dia”.

O caminho para a expansão não foi de sentido único, os portugueses encontraram-

se muitas vezes na encruzilhada. De um lado as conquistas territoriais, do outro as

descobertas marítimas. Numa fase inicial não houve uma tendência absoluta,

seguiram-se ambos os caminhos ao sabor das contingências.

CEUTA - O PRIMEIRO MARCO DA EXPANSÃO Marrocos era um centro cerealífero de indústria têxtil e de produção de cavalos e

Portugal tinha uma carência crónica em cereais. Os outros produtos como as tintas

para os tecidos e os têxteis eram também cobiçados. Das praças marroquinas uma

das mais importantes era Ceuta e seria por essa cidade que começaria a expansão

portuguesa.

Ilustração 1 - A posição geoestratégica de Ceuta

Durante cerca de seis anos fazem-se os preparativos para a tomada de Ceuta,

arranjam-se os apoios, preparam-se os exércitos. O financiamento faz-se com recurso

a um recurso engenhoso da Coroa portuguesa que recolhe a moeda em circulação,

refunde-a e substitui por outra de igual valor facial mas de menor valor intrínseco. As

mais valias do expediente dão um contributo financeiro importante para subsidiar a

expedição.

A 21 de Agosto de 1415, conquista-se Ceuta, para cujo empreendimento muitos

interesses se conluiaram. Ceuta era uma cidade muito importante que controlava a

entrada e saída marítima do mediterrâneo, local de passagem das duas rotas

terrestres em solo marroquino (a vinda do oriente, com especiarias e ouro). É a

ganância mais que o espírito de cruzada que move os portugueses sendo tal empresa

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sugerida por um vedor da fazenda, o burguês João Afonso. Esta proposta concita

rapidamente apoio. Como os muitos nobres que pretendiam destacar-se ao serviço da

coroa e de outros pretendentes à nobilitação.

Na armada português partem cerca de duzentos navios, levando guerreiros e

outros nobres, como o condestável e o Infante D. Henrique, procurando adquirir

notoriedade pelo mérito das armas.

A aventura corre bem para os portugueses, que pilham a cidade e se maravilham

com a sua riqueza.

“Conquistada a velha cidade, o rei fez tantos cavaleiros nesse dia que, cansado do braço,

deixou de o fazer…”

In Raízes de Expansão Portuguesa, Borges Coelho, Prelo Edições – 1979.

Entre os novos cavaleiros figura João Gonçalves Zarco, neto de João Afonso. A

burguesia ascende assim aos altos postos do exército.

A cidade de Ceuta é conservada e entregue a D. Pedro de Meneses, nomeado

governador que conta com uma guarnição de 2500 homens para a defender. Esta

forte presença militar revelar-se-ia necessária; o cronista Zurara relata que a oposição

muçulmana não cessaria de causar mossas nos dois anos seguintes.

CONDIÇÕES FAVORÁVEIS À EXPANSÃO PORTUGUESA Se para as conquistas territoriais já existiam há muito os conhecimentos para as

fazer, faltando apenas o investimento pecuniário e a mobilização militar para Portugal

poder avançar, para progredir no Atlântico tiveram de ser reunidas algumas condições

como o conjunto de técnicas e conhecimentos para a navegação.

A Portugal chegavam muitos cartógrafos, astrónomos, matemáticos, navegadores,

contribuindo para o acervo de conhecimentos indispensáveis à navegação, uns

visitando a corte e os portos portugueses e outros afluindo à mítica Escola de Sagres,

visitando a vila concedida ao Infante e certamente privando com ele, sendo bem

acolhidos e partilhando informações.

A variedade de instrumentos náuticos e o desenvolvimento na construção naval

foram outros factores que possibilitaram a aventura oceânica.

“A grande revolução que possibilita os descobrimentos transoceânicos é a invenção

de uma navegação que assenta o essencial da sua orientação nos astros e numa

medição apoiada essencialmente na determinação das latitudes e com uma

determinação, dentro da possibilidade (uma vez mais) da época, das longitudes”.

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Na cartografia há algumas inovações como a introdução da escala de latitudes, o

aparecimento de planos hidrográficos de costa (exemplo os roteiros de D. João de

Castro).

Na construção naval a caravela é uma evolução extraordinária pela sua

adaptabilidade, a vela triangular, navegar à bolina. Outros foram os navios dos

descobrimentos como a barca, o barinel, a nau e o galeão.

Os processos de construção náutica passam a ser manuscritos, em vez de serem

conhecidos apenas pela experiência e pela transmissão oral, possibilitando maior rigor

e facilidade de reproduzir um navio existente apenas com base nos documentos.

AS DESCOBERTAS MARÍTIMAS E O PAPEL DO INFANTE D. HENRIQUE Nos anos subsequentes à conquista de Ceuta privilegiam-se os avanços marítimos.

Em 1418 descobre-se Porto Santo (do arquipélago da Madeira), por João

Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira e em 1425 inicia-se a sua colonização.

Em 1427 descobrem-se ilhas dos Açores, as primeiras por Diogo de Silves, que

serão povoadas a partir de 1439.

A viragem para África não é descurada e vai-se mapear e explorar a costa. Os

primeiros esforços são penosos e o Cabo Bojador torna-se um cemitério de navios. A

principal razão foi porque perto do cabo existiam zonas rochosas submersas mas a

pouca profundidade, em que as quilhas embatiam, provocando o naufrágio. Na altura,

dificuldades de orientação levavam que fosse feita uma navegação perto da costa. O

alargar da rota permitiria ultrapassar o primeiro grande obstáculo na descoberta do

continente africano.

Em 1434 Gil Eanes é bem sucedido e dobra o cabo Bojador. Estava aberto o

caminho para a exploração do sul do continente africano.

Na “Crónica do Descobrimento e Conquista da Guiné” de Zurara encontramos uma

singela enumeração das razões que teriam movido o infante a explorar as terras para

além do Bojador. Seis são as razões aduzidas: a primeira de cariz científico e

gnoseológico – conhecimento das terras para além do Cabo Bojador; segunda uma

razão económica – trazer mercadorias e estabelecer relações para as trocas

comerciais; terceira razão militar – saber o poder dos Mouros; quarta conjunção de

motivação religiosa e militar, averiguar se existia outro rei cristão2 que ajudasse a

combater os Mouros; quinta uma razão religiosa – a expansão da fé e a

2 Era uma lenda da época falar-se da existência de um reino cristão, o reino do preste

João, na costa oriental africana que poderia ajudar na luta contra os mouros.

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evangelização3. A esta lista seria justo juntar uma outra razão, o factor humano, existir

um homem à altura de promover este empreendimento, o Infante D. Henrique.

Ao Infante é dado o Arquipélago da Madeira por seu irmão D. Duarte. Em 1433 é

favorecido pelo seu sobrinho, o rei Afonso V, que lhe concede o exclusivo da

navegação a Sul do Bojador, reconhecendo o seu papel e investimento feito no

descobrimento da costa ocidental africana.

De 1440 a 1448 as navegações da iniciativa do Infante D. Henrique foram:

1441 - Antão Gonçalves - Rio do Ouro (primeiros cativos)

1441 – Nuno Tristão – Cabo Branco

1443 – Nuno Tristão – Adagete e Garças

1444 – Gonçalo de Sintra - Arguim

1444 – Nuno Tristão – Terra de Negros

As navegações de iniciativa não henriquina:

1444 – Lançarote – Naar e Tider

1444 – Denis Eanes, Álvaro Gil, Mafaldo (Gonçalo Velho) – Terra dos Negros

1445 – Álvaro Fernandes – Senegal e Cabo dos Mastros

1445 – Gomes Pires e Lançarote – Senegal e zona de Cabo Verde

1446 – Álvaro Fernandes – Rio e enseada ao sul da Gâmbia

1446 – Estevão Afonso e 6 caravelas – Terra dos Negros

1447 – Valarte – Terra dos Negros a sul do Cabo dos Mastros

Os particulares que quisessem explorar a costa africana dependiam da licença do

Infante e ficavam obrigados a pagar um quinto dos lucros.

As expedições ultramarinas não fizeram esquecer as conquistas apesar de Ceuta

não ter tido a importância futura que se esperava: os Mouros desviaram as rotas da

cidade. A cidade ficou isolada perdendo o fulgor, gerava reduzidas receitas e obrigava

o estado a fazer despesas elevadas para a manter defendida.

3 Vide anexo 1 – excerto da “Crónica do Descobrimento e Conquista da Guiné”,

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TÂNGER – UM POMO DE DISCÓRDIA No entanto, o espírito de cruzada era forte na época e pensa-se mais uma

expedição, desta feita a Tânger, levada finalmente a cabo em 1437. O apoio popular

dos burgueses e dos nobres era mais escasso do que o dispendido na tomada de

Ceuta. Nessa altura as opiniões dividiam-se, a miragem de grandes recompensas

aquando da tomada de Ceuta tinha-se desvanecido. A opinião do infante D. Pedro a

respeito dessa estratégia era elucidativa e daria “trocar boa capa por mau capelo, pois

era certo perder-se Portugal e não se ganhar África”.

D. Duarte leva por diante a expedição cujos objectivos seriam a dilatação do reino,

a difusão da fé e a salvação da alma. No entanto os perigos inerentes às lutas com os

mouros não eram de desprezar e para muitos a promessa de salvação da alma

parecia ser de somenos importância face à possibilidade de perder a vida e com as

recompensas terrenas também tão escassas o exército enviado era cerca de metade

do previsto.

O ataque à cidade revela-se um fracasso e acentua as divergências na sociedade

portuguesa entre os que pretendem continuar nas conquistas territoriais e os que

anseiam uma expansão marítima e mercantil.

DE VOLTA AOS MARES D. Duarte faleceu e deixa a regência à sua mulher aragonesa, D. Leonor. Durante a

menoridade do filho, Afonso. Uma parte da população prefere a regência de D. Pedro,

irmão de D. Duarte e é essa facção que prevalece. A regência de D. Pedro vai

desenvolver-se em duas vertentes: centralizar o poder político e a expansão marítima.

As expedições na costa africana começam a dar frutos, são descobertas riquezas

que despertam a cobiça dos nossos vizinhos ibéricos, apesar da política de sigilo que

vigorava relativamente às regiões produtoras ou às rotas marítimas. A chegada de

produtos era indisfarçável e Portugal, por meio do Infante D. Henrique, pede apoio

para defender para defender os seus direitos de exclusividade, apelando ao arbítrio

aceite pelos povos cristãos da altura: o papa, o chefe máximo da igreja, na altura

Nicolau V, ratifica aos portugueses a posse das terras descobertas até à Guiné pela

sua bula “Romanus Pontifex”.

No entanto, o governo do regente D. Pedro descura os interesses do povo e

desagrada a uma grande parte da nobreza ainda orientada para as conquistas e vai

perdendo apoios.

O seu sobrinho Afonso confronta-o e conquista o poder em definitivo na batalha de

Alfarrobeira, em que seu tio perde a vida. Afonso V recebe um forte apoio da nobreza

senhorial que retoma a expansão marroquina.

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AFONSO V, O AFRICANO A política de Afonso V de conquistas provoca o aumento da despesa pública.

Em 1458 uma esquadra portuguesa formada por 93 navios ocupa Alcácer-Ceguer.

Nesta expedição tomaram parte D. Afonso V e D. Henrique, que viria a falecer dois

anos depois.

D. Afonso V tem outros sonhos expansionistas que pretende alcançar pela via

matrimonial. Congemina casar com a filha do falecido Henrique IV de Castela, D.

Joana, para reclamar a sua legitimidade ao trono vizinho. Celebrado o casamento não

perde tempo a enviar emissários para tratar com os Reis Católicos4 os seus intentos

que vão ser liminarmente rejeitados por estes. A desfeita não abala o monarca

português que demanda terras leonesas buscando apoio para as suas pretensões. A

resposta dos Reis Católicos é rápida e cruel, ordenando o ataque feroz às terras

fronteiriças portuguesas.

Este clima de tensão com Espanha será atenuado pelo contrato de casamento do

seu filho com a filha dos Reis Católicos, Isabel. Do contrato de casamento fazem parte

algumas cláusulas que contemplam a renúncia das pretensões de Afonso V ao trono

espanhol e é estabelecida a partilha do Atlântico, tomando como referência o paralelo

das Canárias (para norte as terras seriam pertença de Castela e para sul a jurisdição

seria portuguesa)

O reinado de Afonso V e a sua orientação para as conquistas confere-lhe

vulnerabilidade porque se torna dependente dos apoios dos grandes senhores.

D JOÃO II E A PARTILHA DO MUNDO A ascensão ao trono de D. João II deu novo impulso aos descobrimentos marítimos

que foram preteridos pelo antecessor.

É no reinado de D. João II que toma forma o sonho da demanda da Índia por via

marítima. O objectivo do comércio português era conseguir um abastecimento directo,

sem passar pelos intermediários venezianos ou até substituindo-os no abastecimento

por mercados europeus.

4 Reis Católicos – Designação dada aos consortes Fernando, herdeiro do trono de

Aragão e Isabel, rainha de Castela, que permite a união dos seus reinos. Estes reis

obtêm a união política de Espanha ao anexar Navarra e conquistando Granada, em

poder dos mouros.

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A viagem de Bartolomeu Dias (1487/88) e a dobragem do cabo das Tormentas

(rebaptizado de Boa Esperança) vem dar viabilidade do projecto. A viagem até à Índia

não é completada porque a tripulação estava demasiada debilitada, cansada dos

sacrifícios da viagem e Bartolomeu Dias resolve regressar temendo o motim.

As disputas com Castela continuam e D. João II encarrega-se de encontrar uma

solução negociada (com os Reis Católicos) em 1494, assinando o Tratado de

Tordesilhas que dividia a posse das terras descobertas e a descobrir entre as duas

nações. O rei português assegurava a rota das índias e pressupõe-se já desconfiar da

existência de terras para ocidente (o Brasil) e queria assegurar ficar com parte dessas

terras.

“Desde a chegada de Colombo da sua primeira viagem e descobrimento das Antilhas até à

celebração do tratado definitivo de partilha, os monarcas espanhóis e os portugueses

buscaram com ardor enganar-se mutuamente, apoiados os primeiros no secreto favor do Papa

espanhol Alexandre VI, e os segundos nos seus conhecimentos, muito maiores, sobre a

estrutura geral do Globo.

Pode hoje assegurar-se que a obra-prima culminante da política diplomática de D. João II

sobre os Descobrimentos e a soberania portuguesa nas terras descobertas ou a descobrir foi o

Tratado de Tordesilhas, negociado com os Reis Católicos, em 1494. (…)

Que dispõe o convénio?

Que se trace uma linha direita de pólo a pólo, a 370 léguas das ilhas de Cabo Verde, para a

parte do Poente, por graus ou outra maneira, e tudo o que foi ou for achado, ao oriente desta

linha pertence a Portugal; e, ao ocidente, a Castela. Os procuradores das duas partes

comprometeram-se, além disso, a que os respectivos soberanos não enviariam a fazer

descobrimentos, comércio ou conquistas, fora daqueles termos estipulados no Tratado.

E se por acaso os navios castelhanos ou portugueses viessem a descobrir terras nas zonas

respectivamente alheias, elas ficariam para os soberanos a quem de direito, nos termos do

convénio, pertenciam.

(…)

Ao celebrar-se o Tratado – informa o cronista Rui de Pina – tanto os Reis de Espanha como

os de Portugal se deram por plenamente satisfeitos. Porquê? Os primeiros, seguramente de

que ficavam senhores da rota para a Índia: o segundo, porque estava certo de muito em breve

poder completar o seu descobrimento. Mas o desenrolar das negociações leva a crer que D.

João II desejava também partilhar terras novas a Ocidente.

Só quando mais tarde, em 1498, Vasco da Gama voltou da Índia, os Reis Católicos tiveram

a consciência do logro em que haviam caído”

Jaime Cortesão, A política de sigilo nos descobrimentos, Col. Henriquina, Lisboa, 1960.

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Ilustração 2 - Divisão do mundo pelo Tratado de Tordesilhas

Ainda passariam dez anos desde a viagem de Bartolomeu Dias até Vasco da Gama

chegar finalmente à Índia o que ocorre já no tempo de D. Manuel. Em 1498, Vasco da

Gama desembarca em Calecute e fica maravilhado com a riqueza do Samorim. O

navegador trouxera consigo presentes para aliciar os naturais mas sendo estes

modestos foram pouco apreciados.

Logo no início do estabelecimento das relações com os governantes indianos

perpassa este sentimento: não seria fácil, nem barato, convencê-los a estabelecer

relações comerciais com Portugal, habituados que estavam ao comércio com

particulares islâmicos ou de outra proveniência que eram mais generosos.

No entanto, ultrapassados os obstáculos iniciais e a falta de diplomacia de Vasco

da Gama, os portugueses instalam-se e asseguram uma nova rota comercial, a rota

do Cabo.

A descoberta do Brasil em 1500, por Pedro Álvares Cabral, veio encerrar o período

das descobertas. É o tempo de consolidar o império.

O IMPÉRIO PORTUGUÊS O Império Português no Oriente foi orientado para intuitos comerciais.

Estabeleceram-se feitorias, fortalezas, pequenos entrepostos comerciais, controlavam-

se os portos para assegurar o abastecimento dos navios, a sua reparação e o

comércio.

A manutenção da rota do cabo foi tarefa árdua, era necessária uma presença militar

forte, as mercadorias não desejadas tinham de ser compradas usando metais

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preciosos. Sendo a população portuguesa tão escassa foi difícil manter o número de

efectivos militares necessários que acrescia os funcionários régios e a variedade de

mercadorias, marinheiros e de outros ofícios que eram necessários para o

funcionamento da actividade ultramarina.

A DIÁSPORA A diáspora portuguesa no dos descobrimentos aumenta extraordinariamente.

Iniciada timidamente na colonização dos arquipélagos da Madeira e dos Açores, toma

nova expressão com as possessões africanas, desde a costa marroquina até às ilhas

de Cabo Verde e São Tomé, para além dos locais estratégicos do comércio. Os

portugueses iniciam assim uma diáspora extraordinária, forçada ou voluntária, numa

tendência que não se desvaneceu até ao presente.

No Oriente os portugueses entendem-se das terras da Índia até à China

(estabeleceram-se em Macau, por exemplo), tendo também chegado ao Japão.

As formas de colonizar foram diversificadas mas no século XV predominou a

instituição de capitanias – donatarias (caso das lutas atlânticas e de algumas praças

em Marrocos).

“O Estado português viu no estabelecimento de capitanias-donatarias um meio de

povoar e tornar produtivas as terras descobertas, sem despesas do tesouro público, e

ao mesmo tempo uma forma de empregar a nobreza.”

“Certas capitanias - donatarias eram vitalícias, outras de juro e herdade; umas eram

doação de domínio e jurisdição, outras apenas de carrego e capitania e outras ainda

de carácter misto. Eram fundadas por meio de uma carta régia de doação ou de um

foral”

Algumas capitanias – donatarias eram dadas aos descobridores das terras, como

no caso de João Gonçalves Zarco.

O SUSTENTO DO IMPÉRIO O comércio com o Oriente exigia recursos financeiros que a Coroa portuguesa tinha

dificuldades em obter. Em Calecute as relações comerciais foram difíceis de entabular

e aí abundavam as especiarias. Restava aos portugueses virarem-se para outras

cidades malabares onde instalaram feitorias, como Cochim, Cananor e Coulão. Dado

que não possuíam a importância de Calecute era importante reanimar o comércio

nessas cidades e para tal manter as rotas fluviais, marítimas e terrestres abertas e

seguras. As esquadras portuguesas vigiavam atentamente as embarcações que

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acorriam aquelas paragens e saqueavam muitas delas. O poderio do Samorim era

continuamente combatido e os mouros perseguido para eliminar a concorrência.

As feitorias serviam para escoar os produtos ocidentais com que se pretendia gerar

receitas que eram absorvidas na aquisição dos produtos desejados pelos mercados

europeus. A instalação de feitorias gera hostilidade nos mouros que as sentiam como

uma ameaça às suas actividades comerciais e foi preciso construir fortalezas para as

defender.

Em que se baseava o comércio na Índia?

O cronista e poeta Garcia de Resende podia escrever, por alturas de 1534, a este

respeito:

“Querem ouro, prata, cobre,

Vermelhão, querem coral;

Azougue também lá val;

Quem tem vinho não vem pobre,

Se é de Almada ou Seixal.”

A manutenção das praças comerciais orientais requeria muitos esforços porque

para comprar as especiarias desejadas e outros produtos era preciso arranjar as

formas de pagamento exigidas.

Vasco da Gama esforçou-se por firmar tratados comerciais para tentar fixar o preço

da pimenta e permitir um afluxo regular de navios portugueses com mercadorias para

comprar.

As embarcações oriundas de Portugal eram abastecidas de todo o tipo de produtos

ocidentais e de outros obtidos na costa africana, como o marfim de Moçambique.

Recorria-se também ao corso de tal forma que Afonso de Albuquerque, em 1512, por

essa altura governador da Índia, comunica ao rei D. Manuel I: “(…) as presas feitas

sobre os mouros constituíam o melhor fundo de maneio das feitorias e que do seu

produto é que se pagavam as despesas das armadas e os soldos e até os

“casamentos5”.”

Os saques em terra e as actividades de corso não duraram muito tempo pelo

afastamento do mouros.

O recurso ao corso pelos navios portugueses era justificado pela doutrina do mare

clausum, que considerava que aos portugueses e aos espanhóis pertencia o controle

e a exploração dos mares por direito divino e pela primazia nas descobertas. A nossa

armada fiscalizava as rotas comerciais em busca de navios não-autorizados pelo

5 Os “casamentos” era um apoio atribuído para promover os casamentos de

portugueses com mulheres indígenas com o propósito de criar uma raça luso-indiana.

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monarca que se arriscassem a violar as nossas águas e atacavam os transgressores e

as velas estrangeiras que praticassem o “contrabando”.

Quando a política de corso se tornou inviável para garantir o financiamento das

actividades comerciais no Oriente recorreu-se aos lucros do tráfico inter-regional na

Índia. Portugal tenta fechar o estreito de Meca para impedir a passagem de

mercadores com produtos egípcios, mediterrâneos e europeus em direcção à Índia

mas teria de assegurar o abastecimento desses produtos pela Rota do Cabo. A tarefa

rapidamente se revelou demasiado ambiciosa para as capacidades da economia

portuguesa e tiveram de permitir o restauro das rotas tradicionais.

Numa fase inicial do comércio pela rota do Cabo os benefícios para o estado

português foram muitos. Os cofres do estado não precisavam de despender muito e

recebiam muitas riquezas pois controlavam o comércio ultramarino; os armadores ou

fretadores das naus pagavam cerca de 1/5 dos lucros para lhe ser permitido o

comércio.

Em poucos anos as condições do comércio oriental tornaram-se desvantajosas

para os portugueses ou a render pouco, devido a diversos factores:

a manutenção do comércio das especiarias exigia muito mais recursos do que os

necessários para a aquisição, expedição e venda das mercadorias porque

implicavam elevados gastos administrativos e militares, que por vezes

ultrapassavam largamente as que diziam respeito ao comércio e tinham de incluir

tributos os reis locais;

A sarrafagem (câmbio de moeda com perda de valor) das moedas usadas para

ajustar as disponíveis às usadas nos pagamentos era feita a valores flutuantes

que podiam traduzir-se em lucros menores e também concorria em nosso

prejuízo;

A incapacidade dos portugueses de controlarem os circuitos económicos;

A fraca qualidade de muita da pimenta comprada o que lhe fazia baixar o preço e

torná-la menos apreciada nos mercados europeus;

Em meados do século XVI (1549) fecha a feitoria de Antuérpia, pela qual

canalizávamos os nossos produtos e as nossas especiarias vão passar a ser

distribuídas por outros, reduzindo o papel dos portugueses ao de simples

intermediários;

A concorrência holandesa (a partir do século XVII) que vai disputar as nossas

rotas comerciais e contestar o mare clausum, apresentando em oposição o mare

liberum, em que todos podiam navegar e comerciar livremente (consubstanciada

na teoria de Grotius, um juriconsulto holandês);

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E a corrupção que grassava na administração, de molde que os interesses da

coroa portuguesa eram mal acautelados pelos seus próprios funcionários.

Fontes de financiamento do comércio no Índico

Presas aos mouros e saques no Malabar (até 1512)

Tráficos inter-regionais no Índico

Contribuição do reino

(3/4 em mercadorias e ¼ em moeda na 1ª metade do século XVI)

No século XVI a coroa portuguesa tinha o monopólio do comércio das especiarias

mas concedia numerosas excepções.

A Casa da Índia em Lisboa era onde os compradores pagavam em prata as

encomendas e as mercadorias eram entregues nas feitorias no Oriente, que

compravam em nome dos interessados as especiarias. A Casa da Índia recebia as

mercadorias, procedia à sua venda e entregava a cada um dos investidores a sua

parte nos lucros.

VIRAGEM PARA O ATLÂNTICO

No Brasil os portugueses não descobriram inicialmente grandes atractivos do ponto

do ponto de vista comercial, destacando-se apenas o pau-brasil6. O rei não desiste no

entanto de mandar explorar o território e de o colonizar. O processo é iniciado pela

atribuição de capitanias em terra e capitanias no mar.

Em terras brasileiras faz-se a plantação da cana e fabrico do açúcar (engenhos)

com recurso a mão-de-obra escrava importada de África, visto que os indígenas eram

pouco resistentes e não eram tão produtivos.

São os senhores dos engenhos a dinamizar os mercados europeus com a

distribuição do açúcar através dos cristãos-novos.

As plantações de tabaco mais tardias vêm também revelar-se importantes para a

economia nacional.

6 Pau-brasil – madeira brasileira de cor avermelhada, de boa qualidade, obtida a partir

das árvores com o mesmo nome.

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No século XVII realiza-se o comércio triangular entre LISBOA/ANGOLA/BRASIL.

De Portugal segue trigo, azeite, vinho e sal; de Angola, saiem escravos; do Brasil o

açúcar, o tabaco e o pau-brasil.

Só muito tarde se vai descobrir o ouro brasileiro e permitir voltar a corte aos tempos

de fausto, ainda que de forma efémera.

A MERCANTILIZAÇÃO DO ESTADO A mercantilização é um elemento dinamizador da economia de mercado, promove a

circulação de capitais e a acumulação de riqueza. Outras actividades como a

agricultura e as manufacturas mantêm-se pouco produtivas e sem evolução de

técnicas.

O estado monta um sistema de economia de mercado apoiado num numeroso

corpo de funcionários (burocratas) que trata das contas públicas, da metrópole e do

Ultramar.

Nos mercados mundiais Portugal serve de intermediário nas trocas entre o Oriente

e a Europa.

O império português abrange numerosas colónias e as diversas possessões

portuguesas contribuem para a economia portuguesa.

Dos arquipélagos atlânticos vêm cereais, açúcar, produtos de tinturaria e vinho,

sendo que houve períodos de monocultura de um destes produtos. Também se

desenvolve a pecuária. Para além de satisfazer necessidades próprias os excedentes

são trazidos para a metrópole e exportados para mercados europeus.

De Arguim, onde se instalou uma feitoria, o ouro e os escravos eram comprados em

troca de objectos de cobre, cavalos e trigo.

Inicialmente os escravos africanos eram capturados mas quando começam a

refugiar-se no interior passam a ser adquiridos até a chefes tribais que tinham como

escravos os membros de tribos derrotadas ou a outros que viram uma oportunidade de

negócio.

Os arquipélagos de Cabo Verde e São Tomé forneceram coiro, algodão, sal e

foram o centro distribuidor de escravos da Guiné. Nos finais do século XV aparecem

os engenhos de açúcar.

Da costa ocidental africana afluem a malagueta e o marfim em grande quantidade

mas também couros, incenso, arroz, algodão, etc.

A Mina, na sua feitoria de São Jorge da Mina, vai oferecer grandes suprimentos de

ouro, que serão transportados para a metrópole e aí cunhados em moeda – os

cruzados.

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A Costa oriental africana também tinha ouro que os portugueses porfiaram para

obter construindo mercados e vias comerciais que nos levassem aos centros

produtores.

Esta actividade mercantil intensa de Portugal à escala mundial permitiu alguns

períodos de opulência na Corte portuguesa mas paradoxalmente o país pouco se

desenvolve. Não houve um esforço para revitalizar as actividades produtivas em

território nacional e a gesta dos descobrimentos, das conquistas e da colonização

provoca a sangria populacional. Sá de Miranda escreve a propósito estes versos:

“Não me temo de Castela

Donde guerra ainda não soa;

Mas temo-me de Lisboa,

Que, ao cheiro desta canela,

O reino nos despovoa.”

No dizer de António Sérgio, Portugal teria praticado uma política de transporte na

maior parte do tempo dos descobrimentos e na vigência do império.

“O que chamei “política de fixação” (…) inclui a actividade do transporte – e mais o

fomento da produção nacional. Uma coisa e a outra, sem rejeição de qualquer. A

“política de fixação” (…) apresenta-nos um par de factores: o factor do fomento do

tráfico marítimo e mais o fomento da produção portuguesa; ao passo que a política

que chamei “do transporte” nos surge constituída por um tronco único, ou seja o

fomento do comércio à distância sem tomar a consciência da necessidade absoluta de

lhe acrescentar o fomento da produção nacional, para que não fosse tão-só para bem

dos estranhos o esforço dispendido pela nossa Grei.”

António Sérgio, Ensaios VIII, Guimarães Editores, Lisboa, 1958

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CONCLUSÃO A época dos Descobrimentos coincidiu com os momentos mais brilhantes da

história da Nação, fez dos portugueses os heróis improváveis de uma epopeia, que

seria cantada nos “Lusíadas”.

A nação teve o ensejo potenciar os seus recursos humanos, o seu engenho, a sua

arte, mas em determinados momentos faltou-lhe a visão do futuro, inebriada pelas

especiarias e pelo brilho do ouro. No rincão natal não se investiu, não se desenvolveu,

faltaram braços e liderança, ficou a saudade tão portuguesa e a pontinha de tristeza

donde deve ter nascido o fado.

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BIBLIOGRAFIA GODINHO, Vitorino Magalhães (1971) Os Descobrimentos e a Economia Mundial – Vol. III Editorial Presença MORENO, Humberto Baquero Balanço de um século no Portugal anterior ao encontro do Brasil BARRETO, Luís Filipe (1995) “Panorama dos Descobrimentos Portugueses” In Os Descobrimentos e a Expansão – Portugal e o Mundo IPVC, Viana do Castelo SILVA, José Carlos Gomes da (1995) “Aspectos da visão ocidental da Índia nos séculos XVI e XVII” In Os Descobrimentos e a Expansão – Portugal e o Mundo IPVC, Viana do Castelo DOMINGUES, Francisco Contente (1995) “Caravelas, naus e galeões: os navios dos Descobrimentos Portugueses” In Os Descobrimentos e a Expansão – Portugal e o Mundo IPVC Viana do Castelo CORTESÃO, Jaime A política de sigilo nos descobrimentos Col. Henriquina, Lisboa, 1960. ZURARA, Gomes Eannes de (1841) Chronica do descobrimento e conquista da Guiné, escrita por mandado de El-Rei D. Affonso V, Paris

Coelho, Borges (1979) Raízes de Expansão Portuguesa Prelo Edições SÉRGIO, António (1958) Ensaios VIII Guimarães Editores, Lisboa Cultura Geral – Vol III (1984) Ed. Afha Internacional Dicionário de História de Portugal (1984) Ed. Formar – Lisboa Estudos Henriquinos Academia Portuguesa de História, Lisboa, 1989