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Page 1: A Entrada no Mercado de Trabalho - Guia para Graduados
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A ENTRADA NO MERCADO DE TRABALHOGUIA PARA GRADUADOS

Page 3: A Entrada no Mercado de Trabalho - Guia para Graduados

Ficha Técnica

EDIÇÃOFAP - Federação Académica do Porto

CONTEÚDOSCidade das Profissões

CAPA E CONCEITO GRÁFICOIDEALERS - Rui Monteiro

IMPRESSÃOGráfica Criação Livre

DATA2011

Page 4: A Entrada no Mercado de Trabalho - Guia para Graduados

Índice

INTEGRAR O MERCADO DE TRABALHO 9

A PROCURA DE EMPREGO 13

Conhece-te a ti próprio 14

Conhece o Mercado de Trabalho 16

O que o Mercado de Trabalho espera de ti 16

Como é feito o processo de Recrutamento e Selecção de candidatos? 17

Estratégias de Procura de Emprego 22

Oportunidades de Trabalho 23

centro de emprego 23

agências de recursos humanos e/ou de trabalho temporário 24

candidaturas espontâneas 25

anúncios 26

networking – gerir as redes sociais 27

Ferramentas de Empregabilidade 30

curriculum vitae 30

cartas de candidatura 36

cartas de candidatura espontânea 38

portefólio 39

cartão-de-visita 39

dossier pessoal 39

Provas de Selecção 39

testes 40

provas / dinâmicas de grupo 41

entrevistas de emprego 42

Carta de Agradecimento 46

Carta posterior a uma recusa de emprego 47

Carta de renúncia a uma oferta de emprego 49

Oportunidades de Emprego Fora de Portugal – Mobilidade Internacional 50

CONTRATOS DE TRABALHO 51

PROGRAMAS DE ESTÁGIOS PROFISSIONAIS 55

Programas de Estágios Profissionais Nacionais 56

Programas de Estágios Internacionais 58

Page 5: A Entrada no Mercado de Trabalho - Guia para Graduados

VOLUNTARIADO E TRABALHOS DE VERÃO 63

EMPREENDEDORISMO: PASSOS A DAR NA CRIAÇÃO DO TEU NEGÓCIO 65

Da oportunidade à ideia de negócio 66

Estudo de Mercado: O que é? 67

Estruturação da Actividade da Empresa 68

A importância de um Plano de Negócios 69

Como financiar o teu negócio - Meios e Fontes de Financiamento 70

Aspectos Jurídico-Formais 71

Iniciar a Actividade da Empresa 73

MANTÉM-TE EMPREGÁVEL 75

O QUE A CIDADE DAS PROFISSÕES PODE FAZER POR TI 77

CONTACTOS ÚTEIS 81

Page 6: A Entrada no Mercado de Trabalho - Guia para Graduados

MENSAGEM DA FEDERAÇÃO ACADÉMICA DO PORTO

A conclusão de um curso é sinónimo do encerrar de um ciclo, o culminar de uma fase, determinante na vida de qualquer estudante. No entanto, pode também ser sinónimo de dúvidas, desorientação, incerteza. Torna-se, de facto, crucial, que se tome consciência da importância desta realidade, de forma a poder auxiliar os recém-graduados na procura, obtenção e/ou criação do primeiro emprego.

Plenamente consciente das crescentes dificuldades inerentes à obtenção do primeiro

emprego, a Federação Académica do Porto – FAP – lança, em conjunto com a Cidade das Profissões, a segunda edição do guia “A Entrada no Mercado de Trabalho – Guia para Gra- duados”, que esperamos que seja visto como um kit de sobrevivência de qualquer recém--graduado. Pretende-se que este guia funcione como uma compilação de informação útil, de fácil consulta e acesso, e como uma resposta imediata às principais dúvidas que podem surgir na entrada para o mercado de trabalho.

Este é um guia dedicado a todos os estudantes, e não apenas aos estudantes finalistas. Na verdade, consideramos que a preocupação com o mercado de trabalho não deve apare-cer apenas no final do curso, mas principalmente durante a sua realização, sendo este guia uma tentativa de que a desorientação que muitas vezes assola os estudantes finalistas seja cada vez mais diminuta e a transição Universidade – Mercado de Trabalho se torne menos abrupta, tendo sempre a consciência de que a transição para o mercado de trabalho é um processo que não acaba, mas antes um processo que se prolonga no tempo e não corres- ponde à simples articulação entre educação e emprego. Neste sentido, esperamos que este guia seja um companheiro de curso e para além dele, uma ferramenta de (in)formação e de promoção de competências, um instrumento ao serviço de todos os estudantes, um manual de sobrevivência ao mundo do trabalho.

A FAP deseja a todos os estudantes, em particular, aos recém graduados, um célere atingir dos objectivos a que se propuseram, o realizar de todas as suas expectativas, es-perando que o “A entrada no Mercado de Trabalho – Um Guia para Graduados” seja um companheiro de viagem.

A Direcção da FAP

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MENSAGEM DA CIDADE DAS PROFISSÕES

O guia A Entrada no Mercado de Trabalho – Guia para Graduados, resulta do encontro de duas entidades, a Cidade das Profissões e a Federação Académica do Porto, em torno de uma mesma preocupação: como apoiar os estudantes do ensino superior no momento em que deixam de o ser e se vêem perante um processo de transição para a vida activa? Como orientar os jovens nesta nova fase de vida no actual contexto de incerteza, num mercado em constante transformação, em que se redefinem os conceitos tradicionais de trabalho?

Certamente ao longo do teu percurso académico terás ouvido algum professor ou orien-tador profissional dizer frases como “o caminho faz-se caminhando” ou o “percurso profis-sional escreve-se a lápis, para se poder apagar e reescrever as vezes necessárias”. Talvez estas frases se tenham tornado banais, à força de as repetirmos, mas nunca como hoje fizeram tanto sentido. Muitas vezes falamos em etapas a seguir no teu percurso profis-sional, como se de um percurso de sentido único, organizado e sequenciado no tempo se tratasse. Ora, a vida profissional faz-se hoje de períodos alternados, e não raramente pro-longados, de actividade e inactividade e/ou de trabalho e formação. Um percurso, portanto, de aparentes ou sentidos avanços e recuos, de certezas e incertezas, de estabilidade e de mudança.

Conscientes de que o teu futuro profissional se constituirá de desafios, que muitas vezes sentirás como obstáculos, e de que o processo de procura de um primeiro emprego ou a iniciativa de criar a própria actividade é um processo difícil, sentido como determinante nesta nova fase da tua vida, acreditamos que uma ferramenta de orientação como o pre-sente guia te fará sentir mais preparado, e por conseguinte, mais capaz.

Ao longo deste guia damos-te linhas orientadoras para começares a desenhar e planear o teu percurso profissional. Mas este guia é também reflexo do tempo em que vivemos, uma sociedade da informação e do conhecimento, em que rapidamente a informação se torna obsoleta e perde valor. Sendo meras orientações, as sugestões que aqui te deixa-mos devem ser integradas e sujeitas à tua reflexão pessoal e alvo de uma actualização constante. Ao invés de as perspectivares como verdades absolutas, apropria-te delas na definição de projectos profissionais únicos e pessoais: os teus!

Capacidade e identidade são palavras-chave no mercado de trabalho. Estamos certos de que és capaz. Capaz de fazer e ser o profissional que ambicionas e que o mercado pro-cura. Portanto, o teu maior desafio será, hoje como amanhã, trabalhar a tua identidade. Por outras palavras, desenvolver e valorizar aquilo que te diferencia!

E neste período que agora se inicia, a tua ferramenta mais valiosa é a tua atitude peran-te as oportunidades que o mercado encerra. Dessa atitude deverá fazer parte a procura e actualização constante de informação, a vontade de aprender mais e ao longo da vida e olhar para o curso, não como algo que se adquiriu e que conduz ao exercício de uma de-terminada profissão, mas como mais uma ferramenta de trabalho que alarga o teu leque de possibilidades e de oportunidades, e com a qual irás escrevendo e reescrevendo os teus percursos.

A direcção da Cidade das Profissões

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INTEGRAR O MERCADO DE TRABALHO

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O mercado de trabalho tem vindo a caracterizar-se pela incerteza e constante trans-formação. As novas tecnologias, a globalização da economia e o aparecimento de novas necessidades das pessoas e das empresas transformaram o mundo do trabalho e a forma como trabalhamos. Aparecem novas profissões e profissões há que, embora mantendo o seu nome tradicional, se transformaram significativamente, incorporando novos conteúdos e funções. Requer-se, assim, novos conhecimentos, exige-se novas competências, surgem novos perfis profissionais. Acresce ainda que profissões que há poucos anos apresentavam elevadas taxas de empregabilidade, hoje em dia assumem-se como áreas profissionais saturadas. O diploma obtido no final de um ciclo académico não corresponde necessari-amente a um emprego nessa mesma área. Assim, por uma multiplicidade de factores, é fundamental que no momento de investir em formação, sejamos capazes de acompanhar as transformações do mercado de trabalho, de forma a reajustar os nossos interesses, valores e escolhas.

Devemos, então, encarar o período de formação como um momento de preparação para a integração profissional. Um período em que podemos investir no desenvolvimento de competências pessoais e profissionais. Para além de possibilitar o aperfeiçoamento de competências, os contextos de aprendizagem são, também, excelentes oportunidades para alargarmos a nossa rede de contactos (professores, orientadores, colegas e antigos alu-nos) e promover o networking, que poderá vir a desempenhar um papel fulcral na inserção na vida activa.

Aproveita este momento para te envolveres em actividades extra-curriculares que te permitam aumentar a tua rede de contactos, desenvolver as tuas capacidades e promover o teu potencial profissional. Muitas vezes, é pelo nosso envolvimento nestas actividades que poderemos, mais tarde, em situação de entrevista, demons- trar o nosso perfil dinâmico, e em particular, as competências que o empregador procura.

As experiências de estágio, que muitas instituições de ensino promovem, podem cons- tituir-se como contextos de desenvolvimento pessoal e uma boa forma de nos pormos à prova enquanto futuros profissionais. Estes estágios permitem conhecer as “regras” do mercado de trabalho, as relações laborais e as áreas profissionais com que mais nos iden-tificamos.

Se a tua instituição de ensino não promove estágios, procura activamente institui- ções ou empresas que tenham disponibilidade para te acolher!

O teu percurso profissional pode começar a ser projectado desde o início do teu per-curso académico de forma coerente, estruturada e organizada. É importante que traces um plano de acção para a tua integração no mercado de trabalho, pois esta tarefa exige empenho, motivação e determinação. Deves ser um agente activo e dinâmico na tua inser-ção laboral. Na maior parte das vezes procuramos oportunidades. Mas vai mais longe: cria as tuas oportunidades!

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Após o término de um ciclo de estudos existe mais do que uma possibilidade para iniciar o percurso profissional. Poderás encontrar o teu primeiro emprego, iniciar um programa de estágio profissional, criar o teu próprio negócio e/ou viver uma experiência de volun-tariado. Ao longo deste guia, procuraremos orientar-te e sensibilizar-te para questões- -chave no processo de integração no mercado de trabalho: a procura activa de emprego, as ferramentas de empregabilidade de que te deves fazer acompanhar, as técnicas de se-lecção mais utilizadas pelas empresas, os programas de estágios profissionais nacionais e internacionais existentes, os passos a dar na criação de um negócio e as oportunidades de voluntariado ao teu dispor.

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A PROCURA DE EMPREGO

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Para a maioria dos alunos do ensino superior, a procura de emprego surge com a fi-nalização dos estudos, mas para outros, este é um processo que ocorre em simultâneo. Independentemente do momento em que se inicia este processo, há algumas noções que são transversais.

A procura de emprego é um processo exigente para o indivíduo e influenciado por vários factores, como a capacidade de cada um para se adaptar às transformações do mundo laboral, a postura de aprendizagem ao longo da vida, a capacidade para desenvolver mar-keting pessoal de forma dinâmica e positiva, o número de alunos que concluem os seus cursos anualmente e a consequente capacidade de absorção do mercado de trabalho. O próprio carácter competitivo e instável do mercado irá condicionar a integração profis-sional, exigindo a definição de uma estratégia de procura de emprego, que se espera vir a revelar-se eficaz. Encontrar um trabalho não depende apenas do acaso: integra um pro-cesso contínuo, passível de ser aprendido e aperfeiçoado ao longo da vida profissional.

Cai por terra a ideia de um emprego para toda a vida ou de progressão linear na carreira e ganham força os conceitos de empregabilidade e de gestão de carreira. Ultrapassada a questão da pertença organizacional, o indivíduo poderá usufruir de várias oportunidades profissionais ao longo de múltiplas experiências de trabalho. A segurança e a estabilidade laboral assentam mais na competência do indivíduo, na sua capacidade de ser empregável, do que na formalidade do seu contrato de trabalho.

CONHECE-TE A TI PRóPRIO

A procura de emprego depende, em grande parte, de ti e da tua capacidade para ana- lisar e promover as tuas competências. É importante que, antes mesmo de começares a construir as tuas ferramentas de empregabilidade (como por exemplo, o teu currículo e as cartas de candidatura), reflictas acerca dos teus conhecimentos, capacidades, competên-cias, áreas profissionais com que te identificas, interesses e características pessoais, entre outros.

Pondera sobre o teu perfil profissional, identifica os teus pontos fortes e fracos, bem como potenciais ameaças e oportunidades que poderás enfrentar na procura de emprego. Por exemplo, se constatares que um dos teus pontos fortes é a tua capacidade de expressão oral, como poderás utilizar isto em teu proveito no momento de te candidatares a uma de-terminada empresa/instituição? Se o facto de não dominares a língua inglesa se constituir como um ponto fraco, o que poderás fazer para o colmatar? Se antecipas que o facto de teres realizado formação fora de Portugal poderá ser uma oportunidade para a tua inte- gração profissional, como irás destacar isso no teu currículo ou na carta de candidatura? Se a idade e/ou a pouca experiência profissional são antecipadas como ameaças, como irás demonstrar que isso pode ser algo a teu favor?

O exercício proposto de seguida, poderá servir-te de orientação. Trata-se de uma análise SWOT – Strengths (Pontos Fortes), Weaknesses (Pontos Fracos), Opportunities (Oportuni-dades) e Threats (Ameaças).

Utiliza esta ferramenta sempre que necessites de te posicionar estrategicamente perante uma situação problema!

Encara a procura de emprego como o momento de trabalhar para e por ti próprio, a tempo inteiro!

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Utiliza esta ferramenta sempre que necessites de te posicionar estrategicamente perante uma situação-problema!

Começa, desde já, a traçar o teu plano de acção para a integração no mercado de tra-balho. Não esperes pela finalização do teu ciclo de estudos, antecipa esta questão. Este balanço pessoal irá ajudar-te a identificar a estrutura de oportunidades que tens ao teu dispor, salientando formas de contornar os aspectos menos positivos identificados e maxi-mizar os pontos fortes, orientando-te para a procura de emprego e preparando-te para as provas de selecção às quais poderás ser sujeito. Desta forma, conseguirás definir as competências e qualidades que poderás aplicar no contexto profissional.

No final desta reflexão, deverás saber responder à pergunta: o que tenho a ofere-cer a um empregador?

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CONHECE O MERCADO DE TRABALHO

Procurar emprego implica saber adaptarmo-nos ao contexto em que estamos inseridos e à sua evolução. Para conhecer o mercado de trabalho, é fundamental analisar os sectores profissionais em expansão, as taxas de ocupação, as áreas profissionais emergentes, os requisitos, técnicos e pessoais, mais solicitados pelas empresas e os actuais constrangi-mentos sócio-económicos.

Poderás aceder a esta informação através das estatísticas de emprego regularmente divulgadas pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), analisando anúncios de emprego, explorando portais da Internet, revistas ou fóruns da especialidade, bem como através da tua rede de relações (professores, colegas de curso, orientadores de estágio, entre outros). Através dos sites das principais empresas/instituições no teu ramo de activi-dade ficarás a conhecer a sua missão, visão, princípios e valores. Esta pesquisa facilitará o acesso a informação pertinente sobre o que as entidades procuram ou valorizam nos seus colaboradores.

O QUE O MERCADO DE TRABALHO ESPERA DE TI

Um dos métodos para compreender o que o mercado de trabalho espera de um candi-dato é a análise de anúncios de emprego e o conhecimento da cultura do meio empresarial que o mesmo pretende integrar.

Quando seleccionares um anúncio, analisa com atenção o seu conteúdo. Este indica os requisitos que o empregador procura ou valoriza nos candidatos.

Geralmente, os anúncios de emprego explicitam não só os conhecimentos técnicos de que o mercado de trabalho mais necessita, mas também as competências transversais mais valorizadas.

Independentemente da área profissional, há competências que são necessárias para qualquer função que se pretenda desempenhar, como a apresentação pessoal, a comuni-cação, oral e escrita, a interacção com os outros e o trabalho em equipa, a liderança, a ini-ciativa, a flexibilidade/capacidade de adaptação, a inovação, a responsabilidade, o sentido de compromisso para com a empresa, a orientação para os resultados, entre outras.

As candidaturas a emprego devem demonstrar que efectivamente possuimos as competências definidas como essenciais para uma determinada empresa. Por exemplo, se através da análise do seu portal da Internet temos conhecimento que valoriza a criatividade e inovação, na nossa candidatura devemos dar exemplos de situações em que tenhamos sido criativos ou inovadores.

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Ao conhecer o que o mercado de trabalho espera de um profissional da tua área, poderás ir aperfeiçoando as tuas competências técnicas e pessoais. Tendo isto em conta, procura traçar o teu projecto profissional. Define quais as áreas e funções que mais te atraem e quais aquelas em que não te sentes à vontade. Direcciona a pesquisa das oportunidades que existem ao teu redor, mantendo sempre em aberto a possibilidade de te lançares num projecto profissional internacional. À medida que vais aumentando os teus conhecimentos sobre a dinâmica do mercado de trabalho e enriquecendo o teu perfil profissional, será mais fácil gerir a tua procura de emprego.

COMO É FEITO O PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELECÇÃO DE CAN-DIDATOS?

O processo de recrutamento e selecção pode variar de empresa para empresa, mas de uma forma geral existem passos comuns. A empresa começa por estabelecer uma meto-dologia de recrutamento, em função das suas necessidades efectivas, definindo os critérios que orientam a procura de um candidato, como o nível de conhecimentos técnicos, a ex-periência profissional, as competências-chave valorizadas pela empresa, entre outros.

Por norma, as empresas procuram, numa primeira fase, analisar as candidaturas es-pontâneas. Não havendo um candidato que preencha os requisitos tidos como essenciais para a função, a empresa divulga a necessidade de recrutamento então identificada pelo recurso a um anúncio de emprego (jornais, revistas, portais de emprego), e/ou junto da sua rede de contactos, de Universidades, do Instituto de Emprego e Formação Profissional, entre outras entidades.

Se por um lado, há empresas que assumem as funções de recrutamento e selecção, outras há que contratam Agências de Recursos Humanos para realizar todo este processo. As Agências de Recursos Humanos irão seguir o mesmo procedimento: uma análise prévia das candidaturas registadas em base de dados próprias, seguida, se não encontrado o can-didato ideal, da divulgação do anúncio de emprego.

A partir do momento em que a empresa ou a Agência de Recursos Humanos recebe as candidaturas, termina a fase de recrutamento e inicia-se a fase de selecção.

A primeira etapa de selecção é a análise curricular. Um técnico especializado dedicará cerca de doze segundos a uma primeira leitura do currículo.

Procura direccionar a tua informação para aquilo que poderá interessar mais à em-presa. Se no anúncio de emprego, a empresa define como mais importante a área de formação e a experiência profissional, esses deverão ser os tópicos em destaque no teu currículo. Como já deves ter percebido, isso implica redigir um currículo e uma carta de can-didatura diferente e à medida de cada empresa à qual te candidatas. É um grande investimento em pesquisa, contudo irá permitir-te adequar a tua candidatura àque-les que são os requisitos da empresa, cativando a sua atenção.

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Após a análise curricular, algumas empresas submetem os candidatos a provas de se-lecção, como por exemplo, testes psicotécnicos, provas ou dinâmicas de grupo e entrevis-tas de emprego.

Os testes psicotécnicos tendem a ser utilizados quando há um grande número de candi-datos a avaliar. Estes testes podem avaliar aptidões técnicas, características de personali-dade e interesses. Pretende-se que sejam capazes de identificar os candidatos que apre-sentam resultados inferiores/superiores ao esperado para aquela área profissional e/ou idade.

As provas ou dinâmicas de grupo são uma excelente forma da empresa verificar as características pessoais, a forma como um indivíduo interage com os outros e resolve problemas. A um grupo de cerca de doze pessoas, poderá ser apresentada uma “situação problema”, técnica ou hipotética, que o grupo terá que solucionar (sem recorrer a votação) e procurando cumprir o tempo estabelecido. Mais do que a conclusão em si, interessa ao empregador identificar, nos diversos elementos do grupo, os critérios que foram delin-eados previamente.

As entrevistas de emprego são o método de selecção de candidatos mais utilizado, pois permitem ao entrevistador validar a informação que consultou aquando da triagem cur-ricular, mas também conhecer melhor o candidato e analisar se este se enquadrará na cultura da empresa e nas equipas já formadas.

Nem todas as empresas submetem os seus candidatos a todas estas etapas de se-lecção. As provas de selecção serão escolhidas em função do número de candidatos e dos objectivos da empresa.

O processo de recrutamento e selecção na administração pública

O processo de recrutamento e selecção na Administração Pública é sujeito a algumas regras e formalismos específicos. Aquando da realização e aprovação do orçamento para o ano seguinte deve ser avançada, pela instituição pública, a necessidade de recrutamento, sendo definidos os moldes de contratação a realizar e se esta será preenchida por recursos humanos já integrados na instituição (concurso interno) ou se será aberta a toda a comu-nidade (concurso externo).

O concurso pode revestir as seguintes modalidades: a) comum, sempre que se destine ao imediato recrutamento para ocupação de postos de trabalho previstos, e não ocupados, nos mapas de pessoal dos órgãos ou serviços públicos; b) para constituição de reservas de recrutamento que se destinam à satisfação de necessidades futuras da entidade emprega-dora pública ou de um conjunto de entidades empregadoras públicas.

Os concursos à admissão e contratação pública são divulgados no site da instituição em questão, na Bolsa de Emprego Público (www.bep.gov.pt), no Diário da República – Se-gunda Série (www.dre.pt) e num jornal de expansão nacional. As oportunidades de em-prego científico em instituições públicas podem ser encontradas no Portal da Mobilidade de Investigadores (www.eracareers.pt) da responsabilidade da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

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Nos concursos para a Administração Pública deverás enviar o teu currículo devida-mente rubricado no canto superior direito de todas as páginas, bem como datado e assinado na última página. Juntamente com o currículo deverás enviar todos os documentos que comprovem a tua experiência, como o certificado de habilitações e de outras formações realizadas, o certificado das experiências profissionais re-alizadas, documentos identificativos, entre outros, e um formulário de candidatura disponibilizado pela instituição pública.No anúncio do concurso público serão dados a conhecer os documentos que deves entregar e a data limite de entrega.

Os candidatos devem, obrigatoriamente, ter os seguintes requisitos:

Nacionalidade portuguesa, quando não dispensada pela Constituição, convenção • internacional ou lei especial;

Dezoito anos de idade completos;• Não inibição do exercício de funções públicas ou não interdição para o exercício •

daquelas que se propõe desempenhar;Robustez física e perfil psíquico indispensáveis ao exercício das funções;• Cumprimento das leis de vacinação obrigatória.•

Métodos de selecção

Os métodos de selecção a utilizar obrigatoriamente no processo público de selecção são as provas de conhecimentos e a avaliação psicológica. No caso dos candidatos que já sejam titulares da categoria profissional ou que estejam colocados em situação de mobili-dade especial (e se tenham encontrado a cumprir as funções caracterizadoras do posto de trabalho em questão), os métodos de selecção a utilizar no seu recrutamento podem ser a avaliação curricular e a entrevista de avaliação de competências (quando comunicados por escrito pelo candidato). Podem ainda ser adoptados outros métodos de selecção legal-mente previstos.

Prova de conhecimentos - Esta prova visa avaliar as competências técnicas, bem como os conhecimentos académicos e profissionais necessários ao exercício de cada função. Este método de selecção é utilizado nos processos de recrutamento para constituição de relação jurídica por tempo indeterminado, a candidatos: a) sem experiência na área de actividade do posto de trabalho, b) que detenham diferente carreira e categoria e que ex-erçam diferente actividade, c) que não possuam uma relação jurídica de emprego público por tempo indeterminado, d) que ultimamente tenham exercido funções semelhantes às do posto de trabalho em causa, mas que optem por este método. Os candidatos são noti-ficados por escrito da data, local e horário da realização das provas, por um dos seguintes meios: email, ofício registado, notificação pessoal; aviso em Diário da República (segunda série); afixação nas instalações do organismo e inserção na página electrónica.

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Consulta a bibliografia e a legislação necessárias para a prova, no aviso de • abertura do concurso ou no site do organismo;

Estuda a lei orgânica do serviço/organismo para te inteirares da sua missão;• Analisa o conteúdo funcional ou o perfil das competências enunciadas no •

aviso;Informa-te se a prova, quando escrita, é ou não, com consulta da legislação ou •

bibliografia indicadas;Está atento e mantém-te informado sobre todos os aspectos respeitantes às •

diversas fases do processo de avaliação até à sua conclusão;Consulta a publicitação dos resultados do método que realizaste (no portal on- •

line ou nas instalações do organismo que promove o recrutamento).

Avaliação psicológica - A avaliação psicológica destina-se a prever o grau de adaptação de cada candidato às exigências psicológicas do posto de trabalho a que concorre. Incide nas seguintes dimensões: aptidões intelectuais, características da personalidade e com-petências comportamentais (capacidades pessoais traduzidas em condutas ajustadas ao posto de trabalho em referência). Os instrumentos de avaliação utilizados são: testes de aptidão intelectual - nomeadamente de raciocínio lógico, aptidão e compreensão verbal, raciocínio numérico; testes de personalidade (na forma de questionários, inventários ou outros), para avaliar características pessoais como a estabilidade emocional, resistência ao stress, extroversão, introversão, dinamismo; testes de aptidão psicomotora, para avaliar capacidades como a exactidão e velocidade de reacção, a coordenação bimanual e a pre-cisão de gestos.

As técnicas de avaliação psicológica utilizadas são: prova de dinâmica de grupo, que permite avaliar os comportamentos dos candidatos numa situação de trabalho de grupo, e a entrevista individual, que tem uma função integradora dos vários momentos da avaliação psicológica e permite um contacto personalizado com cada candidato para obter informações sobre o seu percurso académico e profissional e motivações da sua candi-datura. Este método de selecção é utilizado nos processos de recrutamento para postos de trabalho com o intuito da celebração de contrato na função pública por tempo indetermi-nado.

Procura conhecer as características do posto de trabalho e as responsabili- • dades inerentes ao seu exercício;

Reflecte sobre as tuas características pessoais e os requisitos da função;• Recorda as tuas experiências profissionais anteriores e compara-as com o •

posto de trabalho a que concorres;Na véspera, procura descansar para que, no dia das provas, possas dar o teu •

melhor;Certifica-te, antecipadamente, da hora e do local de realização das provas, bem •

como da melhor opção de transporte a utilizar. Deves ser pontual;Se tiveres alguma necessidade especial considerada pertinente (por exemplo, •

deficiência física), contacta, com antecedência, a entidade que realiza a Avalia- ção Psicológica.

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Avaliação curricular - Este método obrigatório de selecção visa avaliar a qualificação dos candidatos, em particular a habilitação académica ou profissional, o percurso profis-sional, a relevância da experiência adquirida e da formação realizada, o tipo de funções exercidas e a avaliação de desempenho obtida. Aplica-se aos recrutamentos para a consti-tuição de relação jurídica por tempo indeterminado, determinado ou determinável.

Entrevista de avaliação de competências – Este é um método de selecção que visa obter informações sobre comportamentos profissionais directamente relacionados com as com-petências essenciais para o exercício da função (através de descrições comportamentais ocorridas em situações vivenciadas pelos entrevistados). Analisa-se de forma estruturada a experiência, as qualificações profissionais e as motivações do candidato. Aplica-se aos candidatos a recrutar para constituição de relação jurídica de emprego público por tempo indeterminado, determinado ou determinável.

Entrevista profissional de selecção - A entrevista profissional de selecção destina-se

a avaliar de forma objectiva e sistemática a experiência profissional e aspectos comporta-mentais evidenciados durante a interacção entre o entrevistador e o entrevistado. Incide sobre a capacidade de comunicação e de relacionamento interpessoal, a relevância da ex-periência anterior e a actualização e valorização profissionais do entrevistado. Aplica-se aos recrutamentos para a constituição de relação jurídica de emprego público por tempo indeterminado, por tempo determinado ou por tempo determinável. Enquanto método complementar ou facultativo, é sempre associado a um ou dois métodos obrigatórios, que o precedem na sua aplicação.

Avaliação de competências por portefólio – Este método destina-se a confirmar a ex-periência e/ou os conhecimentos do candidato em áreas técnicas específicas, designada-mente de natureza artística. Incide na análise de uma colecção organizada de trabalhos que demonstrem as competências técnicas detidas pelo candidato, directamente relacio-nadas com as funções a que se candidata.

Provas físicas - Visam avaliar a aptidão física necessária à execução das actividades inerentes aos postos de trabalho a ocupar. Devem ser realizadas nos recrutamentos por tempo indeterminado, por tempo determinado ou por tempo determinável e de acordo com as exigências da função.

Exame médico - O exame médico tem como objectivo avaliar as condições de saúde física e psíquica dos candidatos exigidas para o exercício da função. Aplica-se a contratos por tempo indeterminado, por tempo determinado ou por tempo determinável. Só pode ser aplicado quando tem por finalidade a protecção e a segurança do trabalhador ou de terceiros, quando as exigências particulares inerentes à actividade o justifiquem, devendo em qualquer caso ser fornecida por escrito aos candidatos a respectiva fundamentação e nunca pode ser exigido às candidatas a realização ou a apresentação de testes ou exames de gravidez.

Curso de formação específica - Destina-se a promover o desenvolvimento de com-petências do candidato através da aprendizagem de conteúdos e temáticas direccionadas para o exercício da função.

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Para mais informações, consulta o portal da Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público, na área “Ser Trabalhador na Administração Pública” (www.dgaep.gov.pt/stap/).

Bolsa de Emprego Público

Neste portal da Internet (www.bep.gov.pt) poderás ter acesso não só às ofertas de em-prego, mas também às ofertas de estágio na Administração Pública. Este portal permite o registo online e o encaminhamento das oportunidades de emprego do teu interesse para o teu email, desde que aquando do registo definas a tua área de formação e a tua região.

ESTRATÉGIAS DE PROCURA DE EMPREGO

Ao longo deste guia temos enfatizado a importância de estruturares e planificares a tua procura de emprego, traçando objectivos profissionais claros e compreendendo as motiva-ções inerentes às tuas candidaturas. A definição de metas e estratégias possibilita-te esta-belecer o tempo e o custo que estarás disposto a investir para atingires os teus objectivos.

Como?

Determina as áreas e sectores de actividade do teu interesse, adapta-as às tuas • competências;

Identifica profissões adequadas ao teu perfil pessoal;• Procura projectar-te no futuro, estabelecendo objectivos a curto, médio e longo •

prazo;Enquadra os teus objectivos profissionais com os teus objectivos de vida;• Define prioridades e estabelece a tua estratégia de actuação.•

Sabendo como se desenvolve o processo de recrutamento e selecção, traça os teus ob-jectivos de procura de emprego.

O primeiro passo deve ser a inscrição no Centro de Emprego da tua área de residência. Nos próximos capítulos dar-te-emos a conhecer os apoios à integração profissional pro-movidos pelo IEFP, entidade que coordena os centros de emprego.

Posteriormente, deves definir qual será o sector-alvo da tua procura e conhecê-lo me- lhor. Identifica as empresas com que mais te identificas, explora os seus portais da Internet e verifica se estes possuem bolsas de emprego. Analisa o que é pedido com maior frequên-cia nos anúncios de emprego. Adapta a tua candidatura! Constrói e/ou reajusta as tuas ferramentas de empregabilidade.

Uma vez construídos os teus documentos de procura de emprego, rentabiliza-os: envia candidaturas espontâneas para as empresas do teu interesse; inscreve-te em Agências de Recursos Humanos; regista o teu currículo na bolsa de emprego da tua faculdade ou em sites de procura de emprego; divulga os teus objectivos e necessidades de carreira nas

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redes sociais online.Pesquisa anúncios de emprego nos portais generalistas e especializados com ofertas

de emprego e na Bolsa de Emprego Público. Prepara as entrevistas de emprego e/ou ou- tras formas de selecção. Organiza o teu dossier de procura de emprego – documento onde registas todas as tuas candidaturas, bem como os anúncios a que respondes, os currículos que envias, os diplomas e certificados que comprovam a tua experiência e outras informa-ções relevantes que poderão ser solicitados nas entrevistas de emprego.

Não esperes que o emprego te bata à porta. Cria oportunidades. Acredita no teu plano de acção, acredita em ti!

OPORTUNIDADES DE TRABALHO

O balanço pessoal e a pesquisa que realizaste sobre o mercado de trabalho, tal como os passos a dar para procurar emprego, podem tornar a procura mais fácil. Mas onde procu-rar as oportunidades de trabalho existentes? Nos últimos anos temos assistido a uma mu-dança nos meios utilizados para divulgar as ofertas de emprego. O centro de emprego deixa de assumir o papel preponderante que evidenciava e contextos como a Internet ganham uma nova dimensão. De seguida, dar-te-emos algumas sugestões de locais onde procurar informação e orientação para a tua procura de emprego.

centro de emprego

O IEFP pode ser uma resposta para a construção do teu percurso profissional, basta que para isso te registes no centro de emprego da tua área de residência. A inscrição permite--te ter acesso a ofertas de emprego nacionais e internacionais. Através da Bolsa de Em-prego virtual do IEFP (www.netemprego.gov.pt) podes divulgar o teu currículo e pesquisar as oportunidades de emprego disponíveis.

Para quem procura a sua primeira experiência profissional, o IEFP coordena vários pro-gramas de estágio remunerados, nomeadamente: Estágios Profissionais para Licenciados, Estágios Profissionais – Formações qualificantes de nível III e IV, Inov-Jovem, Inov-Social e Inov-Energi@. No capítulo relativo aos programas de estágio, dar-te-emos mais informa-ção sobre alguns destes programas.

O IEFP promove, ainda, algumas medidas de apoio à contratação:

Apoio à contratação sem termo: constitui-se como apoio às empresas que celebrem contratos sem termo com jovens, desempregados há mais de seis meses ou pessoas com dificuldades acrescidas no acesso ao emprego. Na contratação de jovens, até aos 35 anos, à procura do primeiro emprego ou de desempregados inscritos nos centros de emprego há mais de seis meses, a empresa poderá beneficiar de isenção do pagamento das con-tribuições para a Segurança Social a cargo da entidade empregadora, pelo período de trinta e seis meses ou apoio directo à contratação no montante de 2.500 euros em acumulação com a isenção de contribuições para a Segurança Social a cargo da entidade empregadora, pelo período de vinte e quatro meses. Na contratação de beneficiários do Rendimento So-cial de Inserção (RSI), ex-toxicodependentes e ex-reclusos, desempregados há pelo menos dois anos e beneficiários de pensão de invalidez, beneficiará de apoio directo à contratação

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no montante de 4.000 euros em acumulação com a isenção de contribuições para a Segu-rança Social a cargo da entidade empregadora, pelo período de trinta e seis meses.

Apoios à contratação a termo: dizem respeito a apoios às empresas que celebrem con-tratos a termo com desempregados. Na contratação a termo de desempregados com mais de quarenta anos, a empresa pode beneficiar de redução de 50% das contribuições para a Segurança Social a cargo da entidade empregadora, durante o primeiro ano do contrato e redução de 65% nos dois anos seguintes. Na contratação a termo de beneficiários do RSI, ex-toxicodependentes e ex-reclusos, desempregados há pelo menos dois anos e bene-ficiários de pensão de invalidez, a empresa poderá beneficiar de redução de 65% das con-tribuições para a Segurança Social a cargo da entidade empregadora, durante o primeiro ano do contrato e redução de 80% nos anos seguintes.

Apoios à contratação de ex-estagiários: apoios às empresas que celebrem contratos sem termo com ex-estagiários dos programas Estágios Profissionais. A empresa benefi-ciará de isenção do pagamento das contribuições para a Segurança Social a cargo da en-tidade empregadora, pelo período de trinta e seis meses ou apoio directo à contratação no montante de 2.500 euros em acumulação com a isenção de contribuições para a Segurança Social a cargo da entidade empregadora, pelo período de vinte e quatro meses.

Apoios à redução da precariedade no emprego: apoios às empresas que celebrem contratos sem termo na sequência da conversão de contratos de prestação de serviços, contratos a termo, ou contratos de trabalho temporário. Na contratação sem termo, na sequência de contratos de prestação de serviços em curso, ou de contratos de trabalho a termo que tenham terminado, com jovens, até aos trinta e cinco anos, inclusive, e de con-tratos de trabalho temporário, a empresa beneficiará de isenção do pagamento das con-tribuições para a Segurança Social a cargo da entidade empregadora, pelo período de trinta e seis meses ou do apoio directo à contratação no montante de 2.500 euros em acumulação com a isenção de contribuições para a Segurança Social a cargo da entidade empregadora, pelo período de vinte e quatro meses. Na contratação sem termo e a tempo completo na sequência de contratos de prestação de serviços em curso com trabalhadores com forte dependência económica, beneficiará de redução de 50% da taxa contributiva para a Segu-rança Social a cargo da entidade empregadora, pelo período de 36 meses.

Se da tua análise pessoal e do mercado de trabalho depreendes que necessitas realizar formação complementar, o IEFP pode apoiar-te, seja através da sua Bolsa de Formação da Iniciativa do Trabalhador, seja através de Acções Modulares ou Unidades de Formação de Curta Duração gratuitas.

O IEFP possui, ainda, alguns apoios para aqueles que pretendem criar o seu próprio negócio. Abordaremos este tema no capítulo que diz respeito ao processo empreendedor.

A tua actividade profissional não depende só da inscrição no centro de emprego, de-pende acima de tudo de ti!

agências de recursos humanos e/ou de trabalho temporário

As Agências de Recursos Humanos são instituições contratadas pelas empresas para assumir o recrutamento e selecção dos candidatos. Funcionam como mediadores entre as empresas finais e os candidatos. Enquanto candidato à procura de emprego deves inscre-

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ver-te nestas agências para teres acesso a ofertas de emprego disponíveis, mas também para divulgar o teu currículo.

As Agências de Trabalho Temporário funcionam de forma semelhante, especializando--se no recrutamento e selecção de candidatos para oportunidades de trabalho de curta duração.

Geralmente, quem procura emprego descarta as experiências de trabalho tem-porário, pois considera que poderá perder oportunidades para encontrar ofertas de emprego a tempo inteiro. Antes pelo contrário, as experiências de trabalho tem-porário são ocasiões excelentes de te manteres activo, de ganhares experiência, de alargares a tua rede de relações e de mostrares o teu trabalho. É frequente, no seguimento de uma experiência de trabalho temporário, o candidato voltar a ser contactado para trabalhar na empresa. Não descartes oportunidades!

No portal da Cidade das Profissões (http://cdp.portodigital.pt) poderás encontrar liga-ções para às páginas da Internet de algumas Agências de Recursos Humanos e de Tra-balho Temporário.

candidaturas espontâneas

Estudos confirmam que cerca de 80% das oportunidades de trabalho existentes não chegam a ser anunciadas formalmente, mas divulgadas através da rede de relações esta-belecida pela empresa, que passa muitas vezes pelos seus funcionários, instituições par-ceiras, clientes, entre outros. É o Hidden Job Market – Mercado de Trabalho Oculto.

Podes, portanto, ter conhecimento destas oportunidades explorando a tua rede de rela-ções. Cria condições para que te recomendem junto de potenciais empregadores e procura chegar às oportunidades antes de estas serem divulgadas através dos meios convencio-nais. Deves fazer uma verdadeira campanha de marketing pessoal, evidenciando as tuas qualidades através de candidaturas espontâneas.

Dá-te a conhecer às empresas. Apresenta-lhes os teus serviços e mostra-lhes o porquê de quereres trabalhar com elas.

Muitas cartas de candidatura espontânea ficam sem resposta, mas isso não quer dizer que as empresas não as consideraram importantes. As empresas tendem a conservar as candidaturas durante um período mais ou menos longo, constituindo uma primeira fonte de selecção quando a empresa sente necessidade de recrutar novos colaboradores, como já referido anteriormente.

Como fazer?

Enviando às empresas do teu interesse a tua carta da candidatura espontânea e • o teu currículo, por correio electrónico ou postal;

Submetendo a tua candidatura espontânea no site da empresa (em local desig- • nado para esse efeito);

Contactando presencialmente os potenciais empregadores;•

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Divulgando o teu currículo nas bolsas de emprego online;• Publicitando o teu anúncio de emprego.•

anúncios

Os anúncios de emprego são, possivelmente, o processo mais tradicional de divulgação das ofertas de emprego. Podes encontrá-los em jornais, placares do centro de emprego, gabinetes de inserção profissional, juntas de freguesia, espaços comerciais, entre outros.

Actualmente, a divulgação dos anúncios de emprego é feita, maioritariamente, através de portais de Internet, pois constitui um método mais económico e rápido de divulgação. No portal da Cidade das Profissões poderás encontrar ligações para portais generalistas e especializados com anúncios de emprego.

Quando leres um anúncio do teu interesse, toma nota de alguns aspectos impor-tantes, nomeadamente:

Identificação da empresa;• Identificação da função;• Formação exigida;• Experiência;• Competências pessoais e técnicas requeridas;• Data de publicação.•

MONITORIZAÇÃO DE ANÚNCIOS:

Identificação da Empresa Nome da Empresa

Actividade Principal

Tipo de Empresa

Características da estrutura

Lugar Proposto Nome da função a desempenhar

Local de Trabalho

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MONITORIZAÇÃO DE ANÚNCIOS:

Perfil do Candidato Formação

Idade

Experiência

Competências Técnicas

Competências Transversais

Línguas

Tendo esta informação em consideração, obterás uma orientação para a redacção da tua carta de candidatura e currículo.

Não deixes passar mais de três dias para responder a um anúncio de emprego!

Uma excelente forma de divulgar o teu currículo é disponibilizá-lo online, nas bolsas de emprego disponíveis na Internet ou, então, criando o teu anúncio de oferta de serviços. Se optares por oferecer o teu trabalho num anúncio, procura que este seja de fácil leitura, sintético e capaz de suscitar a curiosidade de quem o lê, salientando as características que consideras mais importantes para o trabalho que pretendes.

networking – gerir as redes sociais

O networking é um conceito cada vez mais utilizado, embora descreva uma prática de procura de emprego existente e valorizada já há alguns anos – a gestão da rede de con-tactos. A nossa rede de relações ou de contactos (antigos colegas de escola, professores, amigos, familiares) pode ser uma verdadeira aliada no momento de procurar emprego, na medida em que podemos, através dela, não só conhecer oportunidades de trabalho e o que o mercado espera de nós, mas também divulgar o nosso currículo.

Se conheces alguém a trabalhar numa determinada empresa ou instituição, • pede para te informar de alguma vaga existente e facultar o contacto do respon- sável a quem deves dirigir a tua candidatura.

Entrega o teu currículo a pessoas que te possam recomendar.•

Não basta utilizar a rede de contactos já existente, é importante investir em novas relações, desenvolvê-las e aproveitar todas as oportunidades para divulgar os nossos conhecimentos.

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Se participares em conferências relacionadas com a tua área profissional, aproveita os intervalos para te apresentares aos oradores e outros participantes. Ao alargar a tua rede de contactos estarás a aumentar a probabilidade de vires a encontrar uma oportunidade. Mas atenção, não basta dares-te a conhecer, é importante que mantenhas e desenvolvas essa mesma relação.

Hoje em dia, as novas tecnologias são uma alavanca na expansão da nossa rede de con-tactos, permitindo chegar facilmente às empresas de renome dos sectores de actividade de interesse. Redes sociais como o Linkedin, Facebook, Twitter, entre outras, são utilizadas como forma de o candidato promover o seu currículo e de as empresas divulgarem a sua actividade e necessidades de recrutamento.

As redes sociais têm assumido um papel essencial no nosso quotidiano. A velocidade e o ritmo da entrada de novos utilizadores nestas plataformas online permitem estabelecer contacto com milhões de profissionais espalhados pelo mundo e pelos mais variados sec-tores de actividade.

Uma das redes sociais mais utilizadas para promover o perfil profissional do utilizador é o Linkedin (www.linkedin.com). O Linkedin é diferente das outras redes sociais, na medida em que foi criado com a finalidade exclusiva de criar redes profissionais, redes essas facili-tadoras dos processos de encontrar um emprego, vender produtos e serviços e contactar com potenciais parceiros empresariais.

Para quem procura emprego, ter um perfil no Linkedin irá funcionar como um currículo online, o que permitirá aumentar a probabilidade deste ser consultado por potenciais em-pregadores.

Cria o teu perfil e sê um um utilizador proactivo, alargando e trabalhando a tua rede de contactos. Assim poderás vir a atrair a atenção das empresas do teu interesse.

O perfil é a primeira informação a preencher após o registo no Linkedin e possivelmente, uma das mais importantes. No perfil do Linkedin podes disponibilizar informações como o nome, a área de residência, a tua área profissional e função actual, funções anteriores ou estágios, a educação e formação complementares realizadas.

Se estiveres à procura de emprego ou estágio profissional dá a conhecer esta • possibilidade no teu perfil.

No caso de não possuíres experiência profissional valoriza os possíveis estágios • realizados.

Como complemento à tua informação pessoal, apresenta recomendações feitas • por professores, orientadores de estágio, colegas, entre outros. É importante que incentives os teus contactos a referir-te e que retribuas as recomendações que te fizeram.

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A primeira impressão que as pessoas terão ao ler o teu perfil poderá ditar o futuro da potencial relação profissional, portanto, sê cauteloso com a informação que disponibilizas (por exemplo, fotografia de perfil, interesses, entre outros). Quanto mais completo for o teu perfil e quantas mais recomendações possuíres, mais frequente será o seu aparecimento nas pesquisas realizadas pelos empregadores.

Ao realizar o teu registo no portal terás a oportunidade de importar os contactos asso-ciados à tua conta de email, o que, por si só, já te ajuda a criar uma rede de relações online e a divulgar o teu perfil profissional.

Como encontrar os potenciais empregadores?

O Linkedin dá-te a possibilidade de pesquisar oportunidades de trabalho na área Em-pregos, que surge no topo do site, indicando, inclusive, algumas vagas que poderão ser do teu interesse. Para além disso, podes também pesquisar, no canto superior direito do site, as empresas do teu interesse. Explorando o perfil destas, terás acesso à página de alguns funcionários, que por sua vez te poderão facultar os contactos da pessoa mais indicada a quem encaminhar o teu currículo. O Linkedin permite-te enviar mensagens a outros uti-lizadores (por exemplo, a um potencial empregador), tal como a tua conta de email (ver Caixa de Entrada).

Identifica o teu mercado-alvo;• Actualiza a tua Actividade de Rede ou Status regularmente (ver separador •

Início);Altera a tua foto do perfil a cada dois meses;• Complementa regularmente a informação do teu perfil;• Inscreve-te em grupos que abordem temáticas relacionadas com as tuas áreas •

de interesse e torna-te um agente activo nesses grupos (iniciando ou partici- pando em discussões);

Participa em encontros promovidos por alguns grupos relacionados com a tua • área profissional.

Outras Redes Sociais

Facebook (www.facebook.com): esta é possivelmente a maior rede social em utilização. Embora seja mais utilizada pela sua componente social, começa a ganhar maior destaque como forma das empresas divulgarem a sua actividade e as suas necessidades de recru-tamento.

Twitter (www.twitter.com): o Twitter é uma ferramenta simples que promove a ligação entre as pessoas e a partilha de informação. Enquanto candidato à procura emprego, podes divulgar as tuas áreas de interesse e os trabalhos que tens vindo a desenvolver.

The Star Tracker (www.thestartracker.com): esta é uma rede social cujo acesso se faz somente por convite. Tem como grande objectivo ligar e promover os talentos portugueses espalhados pelo mundo.

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Doostang (www.doostang.com): esta rede social foi criada com o objectivo de facilitar a procura de emprego, pois permite-te divulgar as tuas competências e currículo e ter acesso a ofertas de emprego disponibilizadas pelos empregadores.

MySpace (www.myspace.com): o MySpace é uma comunidade online que te permite alargar a tua rede de contactos e divulgar os teus trabalhos (música, vídeos, entre outros), dando-te a conhecer a potenciais empregadores.

Behance Network (www.behance.com): tendo como sector-alvo as indústrias criativas, esta rede social permite-te divulgar o teu portefólio, bem como alargar a tua rede de con-tactos empresariais.

FERRAMENTAS DE EMPREGABILIDADE

curriculum vitae

O Curriculum Vitae (CV) é uma das ferramentas de candidatura mais comuns. É um re-sumo da informação que poderá interessar ao empregador. Além de conter os dados pes-soais, também evidencia o percurso académico e formativo, as competências, bem como o investimento no desenvolvimento profissional.

A triagem curricular é a primeira das várias fases de selecção que poderás enfren-tar. Assim, o currículo, é sem dúvida a tua imagem de marca, a chave para con-seguires a oportunidade para uma entrevista de emprego. Deves, por isso, elaborá--lo de uma forma cuidada, tornando-o atractivo.

Possíveis componentes de um currículo

Organiza as diferentes secções do CV de forma a enfatizares os teus pontos fortes, res-pondendo às necessidades da empresa à qual te candidatas. Quando estás a construir o teu currículo deves estruturá-lo e adaptá-lo tendo em conta o objectivo principal da tua candidatura. Isto é, se estás a concorrer a um anúncio de emprego, se pretendes enviar o teu CV através de uma candidatura espontânea, ou propor-te a um estágio profissional, entre outras situações, deves organizar os blocos de informação que, de seguida, te apre-sentamos, tendo o cuidado de colocar em lugar de destaque aqueles que realçam os teus pontos fortes e/ou respondem às necessidades das empresas.

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Projecto Profissional

IdentificaçãoOutros Pontos de Interesse

Competências Técnicas

Habilitações Literárias

Formação Complementar

Experiência Profissional

Estágios Realizações

ActividadesExtra-Profissionais

Competências Informáticas

Competências Linguísticas

Identificação

Deves colocar o teu nome, a morada, o telemóvel, o telefone da tua residência (deves incluir o horário em que estarás disponível) e o email. Cria uma conta de email profissional, que uses exclusivamente para a procura de emprego. Sugerimos que uses o teu nome e apelido em vez de alcunhas, uma vez que o teu endereço de email tem que passar uma imagem profissional!

Se considerares relevante, podes também acrescentar a data de nascimento, o estado civil e a nacionalidade (apenas no caso de concorreres para um país que não o de origem). Não é necessária informação relativa aos teus documentos pessoais (por exemplo, bilhete de identidade, número de identificação fiscal).

Projecto Profissional

Procura, de forma sucinta, dizer ao empregador quais os teus objectivos profissionais na empresa a que te estás a candidatar. Esta secção enriquece bastante o CV, uma vez que explica, de forma concreta, o contributo que podes dar à empresa. É especialmente útil para recém-licenciados em áreas do saber cujo papel no tecido empresarial ainda não se encontra bem definido (ex. Educação Social, Ciências da Informação, Engenharia de Com-putação e Instrumentação Médica, entre outras). Esta é a oportunidade para contextualizar o papel de um profissional da tua área naquela empresa.

Estágios Podes não possuir experiência profissional, mas já ter contactado com o mercado de

trabalho através da realização de um estágio curricular. É fundamental dares o devido rele-vo a esta experiência. Evidencia-a criando uma secção específica para ela, em detrimento de a referires, como é habitual, na secção “Habilitações Académicas”.

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Experiência Profissional Aproveita para descrever com rigor e objectividade as tuas experiências de trabalho ou

os estágios profissionais já realizados. Deves apresentar as empresas onde trabalhaste, descrever as funções e projectos que desenvolveste, assim como, o respectivo grau de responsabilidade. Não te esqueças de identificar a duração dessas experiências e activi-dades, referindo as datas que as balizaram. Não desvalorizes as experiências que desen-volveste em áreas distintas da tua área de formação, nem aquelas que decorreram em regime de trabalho temporário, pois estas podem demonstrar a aquisição de competências importantes para o mercado de trabalho.

Formação Académica/Habilitações Literárias

Descreve o grau máximo de escolaridade obtido, data de conclusão e média obtida (se esta for favorável). Se desejares, podes incluir nesta secção algumas competências desen-volvidas ao longo da tua formação. Atenção, não incluas no CV o plano de estudos do teu curso! O essencial é revelares as áreas do saber que melhor dominas ou em que fizeste um maior investimento. Se estiveres a frequentar um curso ou uma formação, ainda que não a tenhas concluído, deves referi-lo.

Formação Profissional/Formação Contínua/Formação Complementar

Descreve as acções de formação certificadas que frequentaste. Salienta a sua data de realização, a duração e identifica a entidade formadora. Nem todas as formações realizadas serão importantes para as empresas, pelo que terás que seleccionar as mais relevantes a incluir no CV, em função da pertinência que assumem para a empresa ou função.

Realizações

Centenas de jovens saem todos os anos da faculdade com as mesmas habilitações aca-démicas que tu. Como te podes, então, distinguir dos teus colegas e concorrentes no mer-cado de trabalho? É certo que todos frequentaram, na sua maioria, as mesmas disciplinas, mas também é verdade que não investiram o mesmo tempo e esforço em todas elas. Aque-le trabalho original que fizeste e em que tiveste uma óptima nota, o projecto de investigação em que colaboraste, são algumas das informações que podes incluir nesta secção do CV.

Competências Técnicas

Podes optar por referir as competências que possuis, quer tenham sido desenvolvidas ao longo da tua formação académica, quer em situações de voluntariado ou trabalho.

Conhecimentos de Línguas e Aptidões Informáticas

Para destacares os teus conhecimentos linguísticos, deves utilizar uma escala que te permita fazer uma avaliação da compreensão, da expressão oral e da escrita. No caso de quem domina várias línguas estrangeiras, podes tornar esta informação mais apelativa elaborando uma tabela.

No que diz respeito às aptidões informáticas, deves começar por identificar o software

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e depois classificar o teu grau de domínio do mesmo. Se realizaste formação neste âmbito deves referi-lo nesta secção, destacando a instituição, o número de horas e diploma obtido, caso tenhas tido bom aproveitamento.

Actividades Extra-Profissionais

Faz referência às actividades de tempos livres, tais como actividades culturais, desporti-vas, associativas, ou outras. Lembra-te que o empregador não quer uma lista exaustiva de todas as tuas actividades, mas perceber de que forma é que o teu envolvimento nas mes-mas te ajudou a desenvolver competências que possam ser aportadas à empresa.

Outros Pontos de Interesse/Informações Adicionais

Este é um espaço para acrescentares outras informações que consideres relevantes, tais como o facto de teres carta de condução, a frequência de seminários e conferências.

De que forma podes organizar o teu Curriculum Vitae?

Podemos usar diferentes critérios para organizar a informação contida no CV. Diferen-tes candidatos beneficiam de diferentes tipos de currículos.

Currículo cronológico

Seguindo este método, podes organizar o teu CV referindo as experiências mais antigas para as mais recentes, o que te permite evidenciar o teu percurso e as op-ções de carreira que foste reali-zando. Ou da experiência profis-sional mais recente para a mais antiga permitindo-te dar relevo às actividades mais recentes, quando estas são importantes para o empregador.

Este último tipo de organiza-ção é especialmente favorável às pessoas que têm pouca experiên-cia profissional.

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Currículo Funcional

Com um currículo organizado de acordo com um critério funcional, consegues desta-car as funções e actividades relevantes para a oferta de emprego em causa, independen- temente da sua proximidade temporal. Desta forma, podes agrupar as tuas experiências profissionais por blocos de actividades ou funções semelhantes. Este tipo de organização só faz sentido se o teu percurso profissional for muito diversificado. Uma das vantagens deste tipo de currículo é que ao organizares a informação neste sentido, consegues ocul-tar grandes períodos de desemprego, podendo enfatizar as tuas experiências de trabalho temporário.

Currículo organizado por competências

O currículo por competências procura destacar as tuas competências técnicas, o teu saber-ser e saber-estar. Ao dares um maior destaque às competências que possuis e que são essenciais para o exercício da função à qual te candidatas, estás a demonstrar ao em-pregador que possuis o perfil adequado. Podes fazer referência a esta informação no iní-cio do teu currículo (após os dados de Identificação Pessoal), através de um resumo das competências adquiridas ao longo do teu percurso de vida. Se preferires, também podes destacar as tuas competências no final da descrição de cada tópico. Desta forma, estás a contextualizar quando e como desenvolveste a competência identificada. Mas, atenção, as competências identificadas poderão ser alvo de avaliação e validação posterior.

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Currículo em Vídeo

Cada vez mais, as novas tecnologias assumem um papel preponderante no mercado de trabalho. O CV em vídeo é uma ferramenta de “marketing pessoal”, que utiliza a tua imagem e capacidade de comunicação verbal e não-verbal para fazer passar a mensagem de que és o candidato ideal. Esta nova estratégia pode destacar-te dos restantes candi-datos, uma vez que ainda não é um procedimento muito comum. É importante que não te esqueças que é uma ferramenta que complementa o currículo tradicional.

Europass ou Modelo Europeu

Este é um CV que se caracteriza por uma organização estandardizada, que não te per-mite fazer grandes alterações ou dispor da informação de forma a fazer sobressair os teus aspectos mais fortes. Apesar de ser mais aconselhável a elaboração de um CV personal-izado, deves sempre utilizar o CV Europeu caso o solicitem no anúncio.

Podes fazer download do modelo europeu do curriculum vitae (em todos os idiomas da União Europeia) através da ligação: www.cedefop.eu.int.

Todos os tipos de currículos que aqui apresentamos têm as suas vantagens e desvanta-gens. Deves analisar cada um deles antes de fazeres a tua escolha. Em função da empresa e da função a que te candidatas, poderás achar mais adequado enviar um ou outro tipo de CV, de forma a evidenciar os teus pontos fortes. O importante é redigir um documento com o qual te identifiques!

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Aspectos que deves ter em conta

Redige sempre o CV a computador, sem erros ortográficos ou gramaticais;• Utiliza uma folha de papel branco, formato A4;• Procura ser objectivo e coerente. Utiliza palavras simples e frases curtas, assim •

como verbos activos na primeira pessoa;Destaca as secções do CV, não esquecendo que este deve ser elegante, formal e •

profissional – um currículo graficamente original pode ser utilizado para funções criativas;

Valoriza a qualidade em detrimento da quantidade de informação. O CV não deve ter • mais do que duas páginas. No caso de não possuíres experiência profissional, uma será suficiente;

Utiliza sempre CV’s originais e não fotocópias. Manchas, dobras e vincos são • proibidos;

Não envies outros documentos com o teu CV (diploma, documentos pessoais, …). • Terás oportunidade de mostrá-los na entrevista.

O que podes, então, fazer para te diferenciares dos restantes candidatos a emprego? Se causaste uma boa impressão junto daqueles com quem te relacionaste (enquanto colega de curso, enquanto aluno, esta-giário ou profissional) podes solicitar que te recomendem. Como podes dar a conhecer ao empegador as tuas referências?

Indicando na tua carta de candidatura ou no teu CV (por exemplo, na secção “Infor- • mações Adicionais”) a disponibilidade para apresentar uma carta de recomendação;

Disponibilizando os contactos de pessoas de referência no CV, logo a seguir à infor- • mação relativa a essa mesma experiência (claro está que, para divulgares os contactos de terceiros, deves solicitar a sua autorização);

Mencionando ou disponibilizando as ligações para as tuas recomendações no • Linkedin, tal como referimos anteriormente.

Não te esqueças que o CV deve ser sempre acompanhado de uma carta de candi-datura.

cartas de candidatura

A carta de candidatura é um elemento essencial na apresentação do candidato a uma entidade empregadora, seja como resposta a um anúncio ou no envio de uma candidatura espontânea. Por isso, investe numa carta bem redigida! Hoje em dia, tanto as empresas como os candidatos a emprego recorrem à Internet para se darem a conhecer, assim, é também mais usual que as candidaturas a emprego sejam realizadas por correio elec-trónico. Quando procederes desta forma, deves ter em atenção o seguinte:

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No “Assunto” especifica o motivo da tua candidatura (candidatura ao anúncio • “X”, candidatura espontânea, etc..);

Redige a carta directamente na caixa de texto do correio electrónico e nunca • como um ficheiro anexo. Quanto menos passos o empregador tiver que dar até chegar à informação, melhor;

Não te esqueças de mencionar que envias o teu CV em anexo.•

Cuidados a ter

Envia a tua carta a uma pessoa específica e certifica-te de que essa é a pessoa • certa! Se não sabes o nome do responsável pelo processo de recrutamento, telefona para a empresa e pergunta;

A carta de candidatura não deverá ter mais do que três/quatro parágrafos;• Deves ser sucinto, objectivo e cativante;• A tua carta deve passar uma imagem profissional, o que não invalida que lhe dês o •

teu cunho pessoal;Deve revelar alguns conhecimentos acerca do sector de actividade em que preten- •

des trabalhar, assim como da empresa a que te estás a candidatar – missão, valores e cultura organizacional. Sugerimos-te que consultes o portal online da empresa ou de empresas do mesmo ramo de actividade;

Destaca as tuas mais-valias para a empresa;• Não te esqueças de pedir a outra pessoa para ler a tua carta. Não se aceitam erros •

ortográficos ou gramaticais;Quando estás a responder a um anúncio de emprego, deves analisá-lo cuidadosa- •

mente e corresponder às exigências apresentadas pela empresa. Não te esqueças de colocar em “Assunto” a fonte, a data e a referência do anúncio;

Adapta a tua carta à empresa/função a que te estás a candidatar e aumenta assim a • probabilidade de captares a atenção do empregador e as hipóteses de ser chamado para uma entrevista!

Como organizar uma Carta de Candidatura

Introdução

Contextualiza a tua candidatura e quais os objectivos associados. Aproveita o primeiro parágrafo para fazer uma breve apresentação pessoal.

Desenvolvimento

Justifica o motivo da candidatura através de uma referência sucinta à tua formação e experiência (procura relacionar sempre com as necessidades e cultura da entidade empre-gadora). Valoriza as tuas competências e justifica como estas poderão ser úteis à empresa. Explica porque serás uma mais-valia.

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Conclusão

Incentiva o empregador a analisar o teu CV e salienta a tua disponibilidade para uma entrevista de selecção.

cartas de candidatura espontânea

Tal como referimos anteriormente, a carta de candidatura espontânea ajudar-te-á a cri-ar oportunidades de emprego quando não as encontras nos anúncios, oferecendo os teus serviços às empresas. Quando fazes uma candidatura espontânea, deves ter em mente que a empresa não possui uma vaga de emprego disponível. A tua candidatura poderá, isso sim, levar o empregador a considerar a possibilidade de criar uma oferta especialmente para ti. Todavia, isto só vai acontecer se te empenhares na redacção de um documento que mostre o teu potencial e o quanto estás motivado para integrar a equipa.

Utiliza uma estratégia para te dares a conhecer à empresa;Disponibiliza os teus conhecimentos e as tuas competências;Explica claramente o que motivou a tua candidatura.

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portefólio

Esta ferramenta permite-te apresentar ao empregador os projectos e trabalhos realiza-dos ao longo do teu percurso formativo e profissional. Podes apresentar o teu portefólio em suporte de papel ou digital (cd-rom, website, blog, redes sociais virtuais). Não te esqueças que podes e deves aludir ao teu portefólio no CV ou na carta de candidatura.

cartão-de-visita

Em determinados sectores profissionais o cartão-de-visita é uma ferramenta de pro-cura de emprego muito eficaz. Reunindo todos os teus contactos e extremamente portátil, afirma-se como uma forma de rentabilizar encontros fortuitos com pessoas que podem ser fundamentais na tua evolução profissional. Assim, apesar de constituir um investimento financeiro, o retorno pode ser claramente positivo.

dossier pessoal

Para uma procura de emprego organizada, estruturada e eficaz, o dossier pessoal é fundamental. O dossier pessoal não é mais do que um compêndio de todas as tuas ini-ciativas de procura de trabalho: anúncios recolhidos e respectivas respostas (currículos e cartas de candidatura enviadas), diferentes currículos e cartas de candidatura, certificados e diplomas, cópias de documentos pessoais, informações e contactos úteis recolhidos em situação de entrevista, cartas de referência, de agradecimento, de recusa de ofertas de emprego, entre outros elementos. Uma boa organização desta informação garante que não serás apanhado desprevenido quando contactado por uma empresa ou instituição.

PROVAS DE SELECÇÃO

Findas as fases de recrutamento e análise curricular, os candidatos a emprego entram no processo de selecção propriamente dito. Ao longo deste processo, passam por uma ou várias provas de natureza eliminatória, destacando-se os Testes, as Dinâmicas de Grupo e as Entrevistas de Emprego.

Estas provas de selecção constituem, não raras vezes, o primeiro contacto pessoal dos representantes da empresa com os candidatos, pelo que é fundamental causar uma boa impressão. Não deves, portanto, descurar a importância de uma imagem cuidada, do trato cordial para com todas as pessoas com quem te cruzas na empresa e de te preparares convenientemente para as provas a realizar.

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testes

Os testes constituem um dos métodos de triagem dos candidatos. Permitem analisá-los do ponto de vista das características de personalidade, das aptidões e dos conhecimentos técnicos exigíveis para executar a função e, nesse sentido, podem constituir um útil com-plemento às Provas de Grupo que, como se verá, avaliam competências transversais.

Existem vários tipos de testes, entre os quais os de aptidão, de personalidade, de inte- resses e de conhecimentos.

Testes de Aptidão

Verbal – Avaliam a capacidade de compreensão e expressão verbal, bem como a capaci-dade de planeamento e organização mental através do uso da linguagem.

Numérica – Medem a agilidade de cálculo aritmético simples ou de raciocínio crítico numérico.

Administrativa ou Burocrática – Analisam a capacidade de detectar erros em listas, textos e outros documentos, a capacidade de organização, de classificação e de categori-zação de itens.

Diagramática – Utilizados quando o processamento de informação é imprescindível para executar a função. Aferem o grau de desenvolvimento do raciocínio lógico do candidato.

Espacial – Avaliam a capacidade de visualizar, mentalmente, o movimento de objectos no espaço. São aplicáveis a funções em que é necessário compreender de que forma é que partes de um objecto ou equipamento devem ser montadas.

Mecânica – Aplicados em processos de selecção para funções ligadas à Tecnologia, con-sistem em conjuntos de problemas de natureza mecânica.

Sensorial – Medem o grau de acuidade dos cinco sentidos. Por exemplo, o grau de definição visual ao perto e ao longe ou a capacidade de identificar sons com variadas frequências. São utilizados no sector industrial, para seleccionar candidatos que neces-sitem de manusear máquinas.

Testes de Personalidade

Os resultados destes testes apontam características da personalidade e, nesse sentido, prevêem de que forma as pessoas agem tendencialmente. A sua interpretação oferece in-dicações acerca de como as características pessoais podem facilitar um bom desempenho da função. Neste tipo de provas não existem respostas certas ou erradas.

Testes de Interesses

Indicam as actividades e/ou domínios de conhecimento pelos quais os candidatos sentem maior ou menor atracção, resultando do contacto com os mesmos maior ou menor grau de

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Relativiza a importância da situação! Os testes são um método parcialmente • eficaz de avaliação dos candidatos. Porquê? Porque não têm em conta a pessoa na sua globalidade, focando-se apenas em algumas dimensões da sua persona- lidade. Os recrutadores estão cientes desta limitação e é por isso que usam os testes como método de selecção complementar (ao passo que a entrevista, por exemplo, é muitas vezes usada como método de selecção exclusivo). À partida, só serás eliminado do processo de selecção se os teus resultados se desviarem de forma dramática da média, o que raramente acontece.

Compreende os objectivos do teste. Procura perceber o que se pretende avaliar.• Pratica! Resolve testes com antecedência para saberes com o que podes contar.• Sê sincero na resposta a testes de interesses ou de personalidade.• Esclarece junto do recrutador as dúvidas que surgirem.• Lembra-te: o importante não é responder a todas as questões, mas responder •

acertadamente àquelas que tiveres tempo de abordar.

provas / dinâmicas de grupo

Dinâmicas de grupo são provas em que vários candidatos a emprego são reunidos para debater um tema, sendo observados os seus comportamentos. A postura dos candidatos ao longo da prova permite ao recrutador inferir se possuem determinadas competências consideradas essenciais para o bom desempenho da função.

As dinâmicas de grupo criam o contexto ideal para a aferição de competências transver-sais, ou seja, competências independentes do saber técnico e que podem contribuir para um bom desempenho de funções em áreas profissionais muito diversas: capacidade de comunicação, de relacionamento, de argumentação, de mediação, de iniciativa, de nego-ciação, de resolução de problemas, entre outras.

As Provas de Grupo podem ser:

Situacionais: o problema apresentado aproxima-se da realidade empresarial. Exemplo: “Sabendo que o orçamento da empresa X para pagar vencimentos é de 100 000 euros anu-ais, como os repartiria pelos 50 colaboradores?”.

Hipotéticas: é apresentada uma situação-problema por vezes muito desfasada da reali-

prazer e satisfação pessoal. Os resultados destes testes permitem ao recrutador verificar se a natureza do trabalho será uma fonte de motivação e realização para o candidato e em que medida é que o seu projecto de carreira está alinhado com os objectivos da empresa.

Testes de Conhecimentos

São questionários que avaliam em que medida é que o candidato domina conhecimentos acerca da função ou da empresa ou matérias teóricas consideradas basilares no cumpri-mento das tarefas profissionais.

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dade, solicitando-se ao grupo que a resolva. Exemplo: “PERDIDOS NO MAR: Encontram-se num barco a remos no meio do oceano, dispondo apenas de um mapa, de um garrafão de água, de um aparelho emissor de rádio, de um astrolábio e de 10 latas de conservas. Coloque por ordem de importância estes 5 objectos”.

Quer sejam hipotéticas, quer sejam situacionais, as provas de grupo podem despertar

competitividade, ansiedade (normalmente associada a situações de avaliação) e, sobretu-do, a necessidade de se expressar os valores em que se acredita, muito embora estes pos-sam não ser relevantes para a resolução do problema apresentado.

Nas provas de grupo, mais importante do que o resultado final da tarefa é o processo em si. A dificuldade destas provas reside portanto, na necessidade de pôr de parte convicções pessoais para que o grupo possa cumprir a tarefa dentro do limite de tempo estabelecido, na capacidade de se ser assertivo com todas as pessoas presentes, ainda que rebatam, de forma acesa, o nosso ponto de vista, e em intervir de forma pertinente, adequada e útil ao trabalho do grupo.

Não gostas de falar em público? A maioria das pessoas que estão na prova tam- • bém não. Por isso, não te deixes atemorizar e participa na resolução da tarefa.

Queres ser o primeiro a falar? Então recorda que se a empresa estiver à procura • de um candidato que trabalhe em estreita dependência de um superior, revelar proactividade e iniciativa pode contribuir para a tua exclusão do processo de se- lecção. As competências a demonstrar na prova devem ter sempre em conta o perfil funcional procurado pela empresa!

Queres contribuir para a resolução da situação-problema? Ajuda o grupo a • definir um critério! Por exemplo, no exercício “PERDIDOS NO MAR”, dá priori- dade à sobrevivência das pessoas que se encontram no barco (neste caso, os itens mais importantes são os géneros alimentares) ou à necessidade de chegar a terra firme (neste caso, são os instrumentos de orientação).

Existe um elemento especialmente perturbador (e provocador) no grupo? É pos- • sível que seja um colaborador da empresa. Trata-o, por isso, com cortesia.

entrevistas de emprego

A entrevista é a mais importante das provas de selecção. Procura-se, neste que é, mui-tas vezes, o primeiro encontro entre o candidato e o recrutador, trocar informações que permitam aos intervenientes tomar uma decisão que condicionará o seu futuro próximo (no mínimo).

É uma situação que gera tensões bilaterais, já que ambas as partes estão pressionadas. Por um lado, o candidato encontra-se em condição de prova e a concretização dos seus projectos profissionais depende, em larga medida, do seu desempenho na entrevista. Por outro lado, o processo de recrutamento e selecção representa, para a empresa, um enorme investimento de tempo e dinheiro, pelo que deve culminar na contratação do candidato ideal. Se o candidato escolhido não for competente ou se desestruturar a equipa de tra-

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balho que vai integrar, somam-se ao custo do processo de selecção as despesas com a sua formação, e, eventualmente, com um novo processo de recrutamento para encontrar um novo colaborador. Por tudo isto, sobre o recrutador recai a responsabilidade de fazer uma escolha acertada.

Não se deve assumir, portanto, a existência de dois estatutos na sala da entrevista, o de dominador (entrevistador) e o de dominado (entrevistado). A entrevista deve ser encarada como uma relação igualitária, um negócio.

Efectivamente, a entrevista tem uma forte componente comercial, já que o candidato procura convencer o empregador a “comprar” o seu perfil profissional e todas as com-petências que pode aportar à empresa.

Tentarás com certeza vender a tua imagem, omitir os teus aspectos menos positi-vos e realçar os que te valorizem. Lembra-te, todavia, que a entrevista deve decor-rer com transparência e sentido ético.

O objectivo último desta prova é escolher o candidato que melhor corresponde ao perfil psicoprofissional da função, quer ao nível das competências profissionais (saber-fazer), quer ao nível das características pessoais (saber-ser e saber-estar) e cujas motivações melhor se enquadram nos objectivos e cultura da empresa. Procura-se, pois, prever o comportamento profissional do candidato, não tanto a partir das informações por ele re-produzidas, mas, sobretudo, do que transparece das suas palavras e atitudes.

Aspectos a abordar pelo entrevistador:

Dados biográficos e enquadramento familiar;• Percurso académico (datas, níveis, áreas, ritmos, decisões, abandonos,…);• Experiências formativas;• Itinerário profissional (datas, entidades, actividades, responsabilidades, mudanças, •

experiências relevantes, relações, percepções, decisões, despedimentos …);Competências adquiridas nos diversos contextos (formais e informais; académicos, •

profissionais e pessoais);Motivações para a oportunidade em causa;• Auto-imagem;• Meta-conhecimentos;• Projectos pessoais e ambições profissionais;• Valores e crenças;• Reacções emocionais a certos estímulos/situações particulares.•

Existem vários tipos de entrevista:

Telefónica: é uma entrevista preliminar que serve, essencialmente, para confirmar al-guns dados apresentados no CV, para verificar a disponibilidade do candidato para agendar uma entrevista exaustiva ou realizar uma demonstração prática de competências.

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Atende o telefone de forma cuidada;• Elimina as músicas de espera;• Faz-te acompanhar sempre do teu dossier de procura de emprego para poderes •

confirmar informações registadas no CV.

Individual: é a tradicional entrevista em que apenas estão presentes um entrevistador e um candidato a emprego.

Situacional: entrevista em que é pedido ao candidato uma demonstração prática de

competências. Por exemplo, pode ser solicitado a um designer que trate uma imagem uti-lizando um determinado software.

Em série: os candidatos participam em várias entrevistas, todas elas de natureza elimi-natória e conduzidas, geralmente, por pessoas com diferentes funções e responsabilidades na empresa: o director do Departamento de Recursos Humanos, o chefe do departamento em que se pretende integrar o candidato e o director.

Em painel: a entrevista em painel reúne um júri composto por todos os entrevistadores responsáveis pela selecção que, assim, entrevistam em simultâneo o candidato. É, pois, uma modalidade cuja execução requer menos tempo, que proporciona a todos os entre-vistadores os mesmos elementos de avaliação e que, por este motivo, facilita a análise comparativa.

Ainda que as questões estejam a ser colocadas por apenas um dos entrevistado-res, deves esforçar-te por interagir com todos. A tua comunicação verbal e não- -verbal devem ter como destinatários todos os intervenientes na entrevista.

Em grupo: situação de entrevista em que estão presentes vários candidatos a em-prego.

Neste tipo de entrevista terás que te mostrar capaz de falar em público.

Social: conduzida em ambientes informais (um jantar, um fim-de-semana radical), a en-trevista social visa conduzir os candidatos a um estado de descontracção tal que comecem a revelar, de forma espontânea, atitudes, valores e comportamentos que podem estar mais ou menos alinhados com a cultura da empresa. Normalmente, as entrevistas sociais são realizadas por grandes empresas.

Apesar de não parecer, estás a ser avaliado. Passa uma imagem profissional!

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Entrevista por Competências: utilizada frequentemente nos processos de selecção para analisar e comprovar a existência de certas competências, sejam elas técnicas ou trans-versais.

Sugestões

A partir do momento em que envias um CV com o teu contacto telefónico, deves • activar o voicemail, de forma a garantir que estás sempre contactável;

Visita a empresa alguns dias antes da entrevista: familiariza-te com o seu am- • biente, observa de que forma se vestem as pessoas, estabelece uma relação positiva com quem te atender;

As senhoras devem optar por roupas discretas, elegantes e confortáveis, evi- • tando excessos de maquilhagem e acessórios;

Os homens podem apresentar-se de fato completo ou, para um contexto de • trabalho mais informal, de calças clássicas e blazer;

Ambos devem ser rigorosos no que toca à higiene pessoal: cabelo, barba, • unhas, roupa e sapatos conservados e limpos;

Procura informação acerca da empresa (produtos/serviços, cultura organizacio- • nal, concorrência, instalações, imagem) e do cargo a desempenhar (funções e principais responsabilidades). Interessa-te pelo sector económico em que se enquadra o “teu” mercado de trabalho, recolhendo informação sobre aconteci- mentos recentes divulgados nos meios de comunicação social e lendo revistas da especialidade;

Telefona para a empresa na véspera para confirmar o local e o horário da entre- • vista (as entrevistas nem sempre decorrem na empresa);

Informa-te quanto aos transportes e calcula o tempo de deslocação;• Chega 10 a 15 minutos antes da hora da entrevista. Mais tarde do que isto, e •

corres o risco de não teres tempo para contornar imprevistos. Mais cedo, e a espera poderá deixar-te demasiado ansioso;

Não chegues atrasado. Não quererás, certamente, que o entrevistador pense • que és desleixado ou que não estás motivado para trabalhar na empresa. Os atrasos são proibidos, mas, se efectivamente perceberes que é impossível chegares a horas, avisa com antecedência (30 minutos antes, no mínimo). Per- gunta se o entrevistador ainda tem disponibilidade para te receber e, caso não tenha, se é possível reagendar a entrevista.

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Uma vez frente a frente com o entrevistador:

Recorda que “não terás uma segunda oportunidade para causar uma boa primeira • impressão”, por isso, investe numa apresentação cuidada, trabalha o cumprimento e o aperto de mão e melhora a tua postura corporal.

Estabelece contacto ocular, mostra-te atento e confiante.• Assume uma postura corporal correcta: costas direitas, pernas descruzadas, mãos •

relaxadas, ou, pelo menos, discretamente ocupadas com uma caneta ou um anel.Responde às questões de forma objectiva, concretizando com exemplos (“tenho com •

petências de liderança porque já geri uma equipa de 10 pessoas”).Sê prudente com alguns assuntos: a primeira entrevista talvez não seja o momento •

certo para perguntares que salário vais auferir; explicações acerca de conflitos com anteriores superiores e colegas de trabalho devem ser evitadas, assim como críticas a situações profissionais anteriores.

Expressa confiança nas tuas capacidades, mas deixa de lado uma postura arro- • gante: a vontade de aprender é sempre bem-vinda.

Mostra capacidade de adaptação e de negociação: se as condições oferecidas não • são as que esperavas, propõe, por exemplo, uma revisão das mesmas ao fim de seis meses de trabalho.

Não cortes a palavra ao entrevistador. Os silêncios proporcionam boas oportuni- • dades de organização mental das respostas que vais dar.

Desliga o telemóvel (não basta colocá-lo no modo silencioso) e não olhes para o • relógio.

Mostra-te disponível.•

CARTA DE AGRADECIMENTO

A maioria das pessoas, após uma entrevista de emprego, aguarda passivamente uma resposta (positiva ou negativa) por parte da empresa. Sugerimos-te que faças o contrário. Assume uma postura proactiva, dinâmica e auto-confiante, enviando uma carta de agrade-cimento à pessoa que conduziu a entrevista. Além de ser útil para agradecer o tempo e a atenção que o recrutador despendeu contigo, esta carta pode servir para:

Completar as informações transmitidas na entrevista (“Aproveito esta oportunidade • para informar que realizei um estágio na empresa X, em Madrid”);

Comunicar alterações entretanto introduzidas no teu Curriculum Vitae (“informo • que já concluí o Mestrado Y”);

Enfatizar os aspectos do teu perfil profissional que, na entrevista, pareceram agra- • dar mais ao recrutador (“Tal como referi na entrevista, sou um profissional experi- ente no tratamento de material audiovisual para publicidade”).

Em Portugal, ainda não está instituída esta prática e, assim sendo, podes jogar com o factor surpresa. Se adicionares a tudo isto o facto de a carta reforçar a relação com o recru-tador, facilmente percebes que podes começar hoje a preparar terreno para a candidatura que vais fazer amanhã.

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Ricardo MoreiraRua das Flores, n.º 177, 1.º andar,4050 – 264 Porto934 765 823

Ex.ma Sr.ª Dr.ª Catarina CardosoDirectora do Departamento de Recursos Humanos

(nome da empresa)Rua de Ramalho Ortigão, n.º 78, 2.º esquerdo

4050 – 405 Porto

Porto, 30 de Novembro de 2010,

Ex.ma Senhora Dr.ª Catarina Cardoso:

Gostaria de agradecer à (nome da empresa), em geral, e à Sr.ª Dr.ª, em particular, a oportunidade de aprofundar, em entrevista decorrida a 30 do corrente mês, as razões sub-jacentes à minha candidatura à função X.

De acordo com as informações que colocou à minha disposição, reitero o meu interesse em integrar a V. equipa de trabalho. Acredito que o meu perfil se ajusta perfeitamente aos requisitos e responsabilidades exigidos para o desempenho da função.

Assim, fico a aguardar com expectativa a oportunidade de agendar uma segunda entrevista.

Sem outro assunto de momento, subscrevo-me com a máxima consideração.

Com os melhores cumprimentos,

Ricardo Moreira

CARTA POSTERIOR A UMA RECUSA DE EMPREGO

Mesmo tendo um bom currículo e procurando emprego activamente, pode acontecer não seres seleccionado para preencher o lugar oferecido pela empresa. Quando tal acon-tece é importante perceber porquê.

No que toca ao processo de recrutamento e selecção, a tua eliminação decorreu:

Depois do envio do Curriculum Vitae?O teu CV não cumpriu a sua principal função – convencer o empregador a marcar uma

entrevista. Tal pode significar que, apesar de possuíres qualificação, competências e ex-periência adequadas ao cargo, o CV não está a comunicá-lo de forma eficaz. Talvez seja importante reformulares este documento, organizando a informação de forma a ires ao encontro daquilo que a empresa procura.

O teu perfil de competências não se enquadra naquilo que a empresa procura. O que podes fazer para corresponderes aos requisitos do mercado de trabalho? Explora possibili-dades de formação, verifica se podes beneficiar de apoios à contratação (por exemplo, se reúnes as condições para realizar um estágio ao abrigo do Programa de Estágios Profis-sionais do IEFP), ou explora mercados alternativos.

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Depois das Provas/Dinâmicas de Grupo?A tua postura nas provas de selecção não transmitiu ao empregador que podes ser uma

mais-valia para a empresa. Deves preparar-te melhor, identificando as competências que o recrutador espera que demonstres.

Depois da entrevista de emprego? Se chegaste a esta etapa do processo, estás de parabéns. O contacto directo com a

empresa proporciona-te uma excelente oportunidade de aprendizagem e de recolha de in-formações preciosas – não a desperdices! Revê as questões colocadas, redige as respostas que gostarias de ter dado e faz com que a tua postura (imagem, expressão facial e corporal) reforce o conteúdo das tuas afirmações.

Uma vez que o teu “plano A” (ser seleccionado para preencher o cargo) não foi atingido, deves passar ao “plano B”: recolher informação sobre a empresa. Saber qual/quais o/s tipo/s de Curriculum Vitae mais apreciados pelo Departamento de Recursos Humanos pode garantir-te nova entrevista, quando voltares a candidatar-te. De igual modo, recolher o nome do entrevistador ou do responsável pelo recrutamento pode fazer com que uma candidatura espontânea enviada no futuro vá de encontro ao seu destinatário, ao invés de ficar retida nos Serviços Administrativos.

Independentemente do momento em que deixaste de ser um dos candidatos ao preenchimento da função, podes causar boa impressão junto dos empregadores enviando uma carta ou um email em que agradeças o tempo despendido com a análise da tua can-didatura e em que reiteres o teu interesse pela actividade da empresa, assim como a tua motivação para integrares a equipa. Esta carta deve ser endereçada ao entrevistador ou ao recrutador que acompanhou o teu processo. Aqui fica um exemplo:

Ricardo MoreiraRua das Flores, n.º 177, 1.º andar,4050 – 264 Porto934 765 823

Ex.ma Sr.ª Dr.ª Catarina CardosoDirectora do Departamento de Recursos Humanos

(nome da empresa)Rua de Ramalho Ortigão, n.º 78, 2.º esquerdo

4050 – 405 PortoPorto, 30 de Novembro de 2010,

Ex.ma Senhora Dr.ª Catarina Cardoso:

Por me sentir muito motivado para integrar a (nome da empresa), fiquei desapontado com a minha exclusão do processo de selecção de candidatos à função X.

Todavia, registo com apreço a franqueza com que me apresentou as razões da decisão tomada. Vou empenhar-me no reforço das minhas competências para que possa, numa próxima oportunidade, corresponder ao que a V. empresa espera dos seus colaboradores.

Na expectativa de poder contactá-la novamente, despeço-me,

Cordialmente,Ricardo Moreira

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CARTA DE RENÚNCIA A UMA OFERTA DE EMPREGO

Quando procuramos emprego de forma activa, podemos ver-nos envolvidos em mais do que um processo de selecção ao mesmo tempo. O que fazer quando duas ou mais empre-sas nos apresentam propostas de trabalho? A carta de renúncia a uma oferta de emprego parece ser a melhor opção. O seu envio revela ética e consideração pela empresa, aspectos que serão, com toda a certeza, apreciados.

Ricardo MoreiraRua das Flores, n.º 177, 1.º andar,4050 – 264 Porto934 765 823

Ex.ma Sr.ª Dr.ª Catarina CardosoDirectora do Departamento de Recursos Humanos

(nome da empresa)Rua de Ramalho Ortigão, n.º 78, 2.º esquerdo

4050 – 405 Porto

Porto, 30 de Novembro de 2010,

Ex.ma Senhora Dr.ª Catarina Cardoso:

Gostaria de agradecer a proposta que me foi feita pela (nome da empresa) para integrar a equipa de Marketing Estratégico. Os colaboradores que conheci ao longo do processo de selecção revelaram o profissionalismo e a dedicação que espero encontrar naqueles com quem trabalho.

Infelizmente, sou obrigado a recusar a V. oferta por ter aceite, recentemente, ocupar a função X na empresa Y.

Agradeço, uma vez mais, o voto de confiança que representa o facto de ter sido selec-cionado e despeço-me com votos de que a (nome da empresa) encontre um colaborador à altura das expectativas.

Cordialmente,Ricardo Moreira

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OPORTUNIDADES DE EMPREGO FORA DE PORTUGAL – MOBILIDADE IN-TERNACIONAL

A procura de emprego fora de Portugal tem-se tornado cada vez mais frequente, seja pela dificuldade que os nossos graduados sentem na sua integração profissional no nosso país, seja pelo desejo de descobrir novos desafios e oportunidades num contexto que se perspectiva como sendo mais vantajoso. Trabalhar fora do país de origem pode ser tanto um trunfo para o desenvolvimento da carreira profissional, como uma oportunidade de crescimento e aprendizagem pessoal. São muitos os jovens que, como tu, escolhem deixar Portugal e estabelecer-se noutro país, temporariamente ou mesmo de forma permanente. Contudo, a decisão de sair do país não deve ser tomada de forma leviana, esta deve ser uma decisão pensada e informada. Implica uma preparação prévia e uma fase de adaptação, para que seja possível atingir com sucesso as metas e objectivos traçados.

A adaptação a uma nova cultura e a uma língua diferente, a procura de alojamento, sem falar na familiarização com regimes fiscais e de segurança social desconhecidos, devem fazer parte da tua preparação na integração no país que te acolhe. É importante que, antes de dares início à tua procura de um emprego, tenhas a noção de que não é necessari-amente mais fácil encontrar um emprego no estrangeiro do que em Portugal. A taxa de desemprego na União Europeia é elevada, apesar de alguns sectores oferecerem oportuni-dades consideráveis, como é o caso, por exemplo, do sector do turismo e dos serviços.

Para te preparares para esta nova etapa deves recolher o máximo de informação sobre o país de destino, através de entidades como o IEFP – rede EURES, a Direcção-Geral dos As-suntos Consulares e Comunidades Portuguesas, a Inspecção-Geral do Trabalho e o Insti-tuto da Segurança Social - Departamento de Acordos Internacionais da Segurança Social.

Caso te desloques para outro país antes de teres o posto de trabalho assegurado, lembra-te que deves redigir um currículo adaptado à cultura desse país (preferen-cialmente na língua do país de destino e/ou em inglês). Deves possuir uma tradução autenticada do teu diploma, fotocópias de certificados escolares, diplomas universi-tários ou outras qualificações. Certifica-te da validade do teu passaporte ou bilhete de identidade. Faz-te acompanhar de uma cópia da certidão de nascimento e de fotografias tipo passe. Solicita o cartão Europeu de Seguro de Doença que te confere o direito à cobertura de cuidados de saúde.

No portal da Cidade das Profissões, encontrarás ligações para sites da Internet onde poderás divulgar o teu CV, pesquisar anúncios de emprego fora de Portugal e aceder a informação sobre o país em questão.

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CONTRATOS DE TRABALHO

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Ao integrares o mercado de trabalho, deves procurar conhecer melhor as modalidades de contratação existentes e as suas implicações. O contrato de trabalho é aquele pelo qual uma pessoa se obriga, mediante retribuição, a prestar a sua actividade a outra (ou outras), sob a autoridade e direcção desta(s). O contrato de trabalho deve assumir a forma escrita, quando se refere a:

Contrato-promessa de trabalho;• Contrato para prestação subordinada de teletrabalho;• Contrato de trabalho a termo (certo e incerto);• Contrato de trabalho temporário;• Contrato de trabalho em comissão de serviço;• Contrato de trabalho a tempo parcial;• Contrato de pré-reforma;• Contrato de cedência ocasional de trabalhadores.•

O contrato-promessa de trabalho só é válido se constar de documento escrito e assi-nado, onde estejam explicitas as funções a realizar e a retribuição pelo trabalho prestado.

A modalidade de contrato de teletrabalho corresponde à prestação laboral realizada habitualmente fora da empresa e através do recurso a tecnologias de informação e comu-nicação. A duração inicial deste contrato não pode exceder três anos.

O contrato de trabalho a termo certo só pode ser celebrado para a satisfação de ne-cessidades temporárias da empresa e pelo período estritamente necessário ao cumpri-mento destas. O contrato a termo certo não pode exceder três anos (incluindo renovações), nem ser renovado mais de duas vezes.

O contrato de trabalho a termo incerto dura por todo o tempo necessário para a substi-tuição do trabalhador ausente ou para a conclusão da actividade, tarefa, obra ou projecto cuja execução justifica a celebração do contrato.

O contrato de trabalho temporário obriga o trabalhador a, mediante retribuição, prestar temporariamente a sua actividade a utilizadores da empresa de trabalho temporário. A empresa de trabalho temporário contrata, remunera e exerce poder disciplinar sobre o trabalhador. O utilizador recebe nas suas instalações um trabalhador que não integra os seus quadros e exerce em relação a ele os poderes de autoridade e direcção próprios da entidade empregadora.

O contrato de trabalho em comissão de serviço surgiu da necessidade de salvaguardar a lealdade, dedicação e competência em que se traduz a confiança que o exercício de cer-tos cargos exige. Podem ser exercidos em regime de comissão de serviço os cargos de

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administração, de direcção directamente dependentes da administração e as funções de secretariado pessoal relativas aos titulares desses cargos e outras funções previstas em convenção colectiva de trabalho, cuja natureza se fundamente numa relação de confiança.

Considera-se contrato de trabalho a tempo parcial o que corresponda a um período normal de trabalho semanal igual ou inferior a 75% do praticado a tempo completo numa situação comparável.

O contrato de pré-reforma diz respeito a uma situação de redução ou de suspensão da prestação do trabalho em que o trabalhador com idade igual ou superior a cinquenta e cinco anos mantém o direito a receber do empregador uma prestação pecuniária mensal.

O contrato de cedência ocasional de trabalhadores consiste na disponibilização tem-porária do trabalhador do quadro de pessoal de um empregador para outra entidade, a cujo poder de direcção o trabalhador fica sujeito, sem prejuízo da manutenção do vínculo contratual inicial.

Para além destas modalidades contratuais, é usual algumas empresas recorrerem aos contratos de prestação de serviços - “recibos verdes”, em que o trabalhador inicia activi-dade por conta própria. Assim sendo, este profissional trabalha como externo à empresa que solicita os seus serviços.

Atendendo à variedade de regimes contratuais existentes e às suas especificidades, sugerimos que antes de assinares contrato consultes o Código de Trabalho (através do portal do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social – www.mtss.gov.pt) e procures mais informações junto dos Gabinetes de Inserção Profissional da tua área de residência.

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PROGRAMAS DE ESTÁGIOS PROFISSIONAIS

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Os programas de estágios são excelentes oportunidades para jovens, como tu, começa-rem a preparar a sua entrada no mercado laboral, uma vez que permitem enfrentar os de-safios inerentes ao dia-a-dia profissional. Deves agarrar esta oportunidade única que tanto pode ter lugar em contexto nacional como internacional e assumir um compromisso com a entidade que te acolhe. É importante que demonstres qualidades como responsabilidade e resi- liência, na expectativa, por um lado, de contratação e, por outro, da criação de uma rede de contactos abrangente e sólida (networking), ambos elementos determinantes tanto à inserção como a uma progressão profissional de sucesso.

PROGRAMAS DE ESTÁGIOS PROFISSIONAIS NACIONAIS

Em Portugal há um conjunto de apoios à integração no mercado de trabalho mediante a realização de um estágio profissional, entre eles distinguimos os seguintes:

Programa de estágios profissionais para o ensino superior

Este programa de estágios destina-se a jovens com idade até aos trinta e cinco anos, com qualificação de nível superior, que estejam desempregados, à procura do primeiro ou novo emprego. Para pessoas com deficiência e incapacidade não existe limite de idade.

Os estágios profissionais do IEFP têm a duração de nove meses e são remunerados. O valor da bolsa corresponde, no caso de um graduado, ao valor de duas vezes o Indexante de Apoios Sociais - IAS (para cálculo do valor, consulta o site da Segurança Social) e inclui subsídio de alimentação e o seguro. Os candidatos a estágio só serão elegíveis quando inscritos no Centro de Emprego da sua área de residência.

A oportunidade de estágio depende das entidades privadas se candidatarem a este programa. No entanto, enquanto candidato, podes contactar directamente as entidades (através do envio de candidaturas espontâneas) e sinalizar o teu interesse em desempe- nhar um papel activo na mesma, enquanto estagiário.

Programa de estágios profissionais da administração pública

Programa no qual determinadas entidades da administração pública recebem, durante doze meses, estagiários com idades compreendidas entre os dezoito e os trinta anos, com mestrado, licenciatura, bacharelato ou habilitados com curso de qualificação profissional.

O estagiário recebe uma bolsa de estágio cujo valor varia de acordo com o seu nível de qualificação.

As ofertas de estágio são publicitadas na Bolsa de Emprego Público (BEP) e no portal autárquico. O formulário que deves utilizar para te candidatares encontra-se disponível nestas páginas. Podes, ainda, obter mais informações no Portal do Cidadão, junto da Di-recção Geral da Administração Pública e da Direcção- Geral da Administração Local.

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Inov-Jovem

Promovido pelo IEFP, este programa consiste na realização de um estágio remunerado, durante doze meses, em Pequenas e Médias Empresas (PME), no âmbito do Plano Tec-nológico. Destina-se a jovens à procura do primeiro ou novo emprego, com idade até aos trinta e cinco anos e com qualificação de nível superior, em áreas críticas para a inovação e o desenvolvimento empresarial. Às pessoas com deficiência não se aplica o limite de idade.

São consideradas, para efeitos deste programa, áreas de educação e formação especí-ficas, enquadradas nas seguintes áreas de estudo: Artes, Ciências Sociais e do Compor-tamento, Ciências Empresariais, Ciências da Vida, Ciências Físicas, Matemática e Estatís-tica, Informática, Engenharia e técnicas afins, Indústrias Transformadoras, Arquitectura e Construção, Saúde, Serviços Pessoais, Protecção do Ambiente, outras áreas de formação, mediante proposta do IEFP e através de despacho do Ministro do Trabalho e da Solidarie-dade Social.

Se estás interessado em fazer um estágio profissional - medida 1 do programa - deves contactar o centro de emprego mais próximo da tua área de residência. As candidaturas ao programa de estágios são feitas online. Os formulários de candidatura disponíveis no site do programa destinam-se exclusivamente a empresas ou instituições públicas ou privadas sem fins lucrativos.

Se, por outro lado, estás interessado em receber formação e estagiar numa PME - me-dida 2 do programa - deves dirigir-te a uma das entidades promotoras e procurar saber quais são as empresas que aceitam estagiários.

Inov-Social

Da responsabilidade do IEFP, esta medida de apoio visa a inserção de jovens quadros qualificados em instituições da economia social sem fins lucrativos, tendo em vista apoiar a modernização das instituições e o emprego jovem. Os estágios têm a duração de doze meses, incluindo um mês de férias.

Esta medida tem como principais destinatários jovens desempregados, à procura do primeiro ou novo emprego, com idade até trinta e cinco anos, inclusive, à data de início do estágio, habilitados com qualificação de nível superior nas áreas: Economia, Gestão, Direito, Engenharia, Ciências Sociais, Serviço Social, Educação e Trabalho Social, Línguas, Ciências da Comunicação, Antropologia, Psicologia, Educação e Ensino (primeiro ciclo), Saúde. Às pessoas com deficiência, não se aplica o limite de idade.

Podem candidatar-se (online) à realização de estágios profissionais, as instituições da economia social, bem como as empresas e instituições cuja actividade se integre nas áreas da mediação sociocultural, da promoção da inclusão e do combate à pobreza e à exclusão social.

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Pejene - Programa de estágios de jovens estudantes do ensino superior nas empresas

O Pejene é um programa promovido pela Fundação da Juventude para os pré-finalistas e finalistas do ensino superior. Através deste programa poderás ser colocado numa em-presa no período de interrupção das tuas actividades lectivas, isto é, nas férias de Verão.

Os estágios têm a duração de dois a três meses e compete às instituições acolhedoras e formadoras pagar aos estagiários, no mínimo, os subsídios de alimentação e de transporte, bem como fazer um seguro de acidentes pessoais. As candidaturas ao Pejene são feitas di-rectamente no site do programa e decorrem habitualmente até meados do mês de Abril.

Estágios em entidades bancárias

As várias instituições bancárias presentes em Portugal promovem regularmente es-tágios profissionais. Para poderes integrar uma destas oportunidades, deves informar-te nos portais das instituições bancárias, como por exemplo, o Banco de Portugal, Banco Espírito Santo e Caixa Geral de Depósitos, entre outros. Estas oportunidades destinam-se principalmente a recém-graduados ou alunos finalistas nas áreas de Economia, Gestão, Informática e Matemática.

No portal da Cidade das Profissões (http://cdp.portodigital.pt) encontras mais informa-ções sobre estes e outros programas de estágios profissionais nacionais. Alertamos para o facto da legislação relativa a estes programas poder sofrer alterações em função do or-çamento de Estado.

PROGRAMAS DE ESTÁGIOS INTERNACIONAIS

Existem diversos programas de estágios que facilitam a entrada no mercado de trabalho internacional. Apresentamos, de seguida, os mais generalistas do ponto de vista das áreas profissionais abrangidas.

Leonardo Da Vinci

O programa Leonardo Da Vinci promove a mobilidade de pessoas que se encontrem

disponíveis para explorar o mercado de trabalho internacional através de uma experiência de formação em contexto real de trabalho. Se concluíste a tua formação superior, quer já tenhas ou não encontrado um trabalho, podes candidatar-te a este programa. Esta é uma experiência promovida pela Agência Nacional para a Gestão do Programa Aprendizagem ao Longo Vida.

Este programa tem uma duração de, no mínimo, duas semanas, e, no máximo, vinte e seis semanas. O estágio desenvolvido no âmbito desta medida de mobilidade é uma ex-periência de trabalho e/ou de formação profissional realizada numa instituição parceira,

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decorrendo num país diferente do país de residência do candidato.

As candidaturas deverão ser submetidas por instituições que sejam entidades legais, nomeadamente:

Instituições ou organizações que providenciem oportunidades de aprendizagem nos • domínios abrangidos pelo programa Leonardo Da Vinci;

Associações e representantes de pessoas envolvidas no ensino e formação profis- • sional, incluindo associações de formandos, de pais e de professores;

Empresas, parceiros sociais e outros representantes do sector laboral, incluindo • câmaras de comércio e outras organizações comerciais;

Instituições que prestem serviços de orientação, de aconselhamento ou de informa- • ção relacionados com qualquer aspecto de aprendizagem ao longo da vida;

Instituições responsáveis por sistemas e políticas relacionadas com qualquer • aspecto de ensino e formação profissional ao longo da vida a nível local, regional ou nacional;

Centros de investigação;• Instituições de ensino superior;• Organizações não-lucrativas, entidades voluntárias e Organizações Não Governa- •

mentais.

Enquanto participante, terás direito a uma bolsa de subsistência, a um subsídio de viagem e a um seguro. Além disso, serão suportados os custos de preparação para a ex-periência de mobilidade internacional. Quanto às organizações, receberão apoio financeiro para cobrir os encargos de gestão.

Inov-Contacto

O programa Inov-Contacto promove a formação de quadros qualificados em contexto internacional, bem como a construção e o reforço de uma rede informal de contactos e partilha de conhecimento: a NetworkContacto. São destinatários do Inov-Contacto os jo-vens que preencham os seguintes requisitos obrigatórios: permaneçam legalmente em território nacional, tenham até trinta anos de idade, inclusive, à data de início do estágio, possuam uma qualificação superior, comprovada pelo diploma de licenciatura ou diploma equivalente, sejam fluentes em português, em inglês e noutro idioma, preferencialmente francês, alemão, espanhol ou italiano, possuam conhecimentos de informática na óptica do utilizador, estejam à procura do primeiro emprego ou em situação de desemprego à data de início do programa, tenham disponibilidade para viver no estrangeiro e capacidade para, com total autonomia, garantir o normal cumprimento das obrigações decorrentes deste programa, e nunca tenham participado no Programa Inov-Contacto.

No processo de selecção dos candidatos a estágio são consideradas preferenciais as candidaturas daqueles que possuam qualificações nas áreas da Gestão e Economia, Mar-keting, Engenharia e Tecnologias de Informação. Ainda que a tua área de formação seja diferente destas, deverás submeter a tua candidatura, já que, como referido, a área de formação é um critério preferencial e não eliminatório.

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A selecção dos candidatos ao programa de estágios internacionais Inov-Contacto é efectuada por fases onde são avaliadas as competências, capacidades e potencialidades consideradas essenciais para o efectivo desempenho e sucesso do estágio. Este processo é da responsabilidade da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

O programa tem uma duração de seis a nove meses. A AICEP, como entidade respon-sável pelo programa, atribui aos estagiários seleccionados: uma bolsa mensal equivalente a duas vezes o IAS; subsídio de alimentação e alojamento, calculado de acordo com o índice de custo de vida da Organização das Nações Unidas e que varia consoante o mercado de acolhimento; seguro de acidentes pessoais profissionais durante todo o estágio; seguro mundial de saúde, durante o período de residência no estrangeiro e apenas nos países onde não existe reciprocidade de cuidados médicos; computador portátil em regime de comodato e um endereço electrónico que visa reforçar o trabalho em rede; e as viagens de ida e de volta, entre Portugal e o local de estágio no estrangeiro.

Erasmus – mobilidade de estudantes para estágios

Este programa de estágios, promovido pela Agência Nacional para a Gestão do Progra-ma Aprendizagem ao Longo Vida, destina-se a empresas e estudantes matriculados numa instituição de ensino superior titular de uma Carta Universitária Erasmus Alargada. Podes formalizar a tua candidatura na Instituição de Ensino Superior e/ou Consórcio que frequen-tas, junto do Gabinete de Relações Internacionais ou Gabinete Erasmus. Esta mobilidade poderá assumir uma duração mínima de três meses e máxima de doze meses.

A instituição de origem deverá reconhecer na íntegra o período de tempo passado no estrangeiro, preferencialmente através de créditos ECTS. O reconhecimento será baseado no acordo de estágio aprovado por todas as partes antes do início do período de mobilidade. No caso particular de um estágio que não faz parte do currículo do estudante, a instituição de origem assegurará o reconhecimento, pelo menos através do registo deste período no Suplemento ao Diploma. Como condição mínima, o país de origem ou o país de acolhimento deverão ser um Estado Membro da União Europeia.

Inov-Art

Se possuis qualificação na área das Artes, o Inov-Art pode proporcionar-te uma opor-tunidade de inserção profissional em instituições internacionais de referência ligadas ao sector. As áreas artísticas e culturais abrangidas pelo programa são: Artes Visuais, Artes Performativas, Design (nas suas distintas vertentes), Cinema e Audiovisual, Arquitectu-ra, Conservação e Restauro, Cruzamentos artísticos, Gestão de Áreas Artísticas, Indús-trias Criativas, Marketing, Serviços Educativos e Actividades Artísticas em Meio Educativo. Poderás propor áreas de intervenção diferentes das apresentadas, competindo à equipa de suporte do Programa Inov-Art definir a pertinência e a exequibilidade da tua proposta.

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A selecção dos candidatos ao programa de estágios internacionais Inov-Art é efectuada por fases, onde são avaliadas as competências e capacidades definidas como prioritárias para o efectivo desempenho e sucesso do estágio. Este processo é da responsabilidade da Direcção-Geral das Artes.

Estágios na Comissão Europeia

A União Europeia (UE) oferece uma grande variedade de oportunidades de trabalho num ambiente multicultural e multilingue. Algumas das entidades onde poderás estagiar, de-pendendo da qualificação académica que possuis, são o Parlamento Europeu, o Conselho da União Europeia, o Tribunal de Justiça e o Banco Central Europeu.

O Serviço Europeu de Selecção de Pessoal (EPSO) é responsável pela selecção dos can-didatos a emprego e a estágio, que é feita principalmente através de concursos gerais. Podes aceder a mais informações através do portal desta entidade.

Poderás complementar a informação sobre estes incentivos à mobilidade ou encontrar informação sobre os restantes no website da Cidade das Profissões. Mais uma vez aler-tamos para a possível alteração do regulamento dos programas de estágios profissionais internacionais.

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VOLUNTARIADO E TRABALHOS DE VERÃO

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As férias e os tempos livres podem ser ocasiões excelentes para explorares as mais diversas áreas profissionais e, sem dúvida nenhuma, para investires na construção do teu percurso profissional e no desenvolvimento de competências transversais. Aproveita esta pequena incursão no mundo do trabalho para fazeres um balanço de competências e pores à prova os teus interesses profissionais.

O voluntariado ou os trabalhos de Verão/sazonais são janelas de oportunidade para pores em prática conhecimentos técnicos e/ou específicos da tua área profissional. São diversas as entidades nacionais e internacionais que te podem auxiliar nesta pesquisa.

Se procuras uma experiência de Voluntariado, o Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado (www.voluntariado.pt) e o Instituto Português da Juventude (www.juventude.gov.pt/Voluntariado) podem apoiar-te, dando-te informação sobre o que é o voluntariado, qual o enquadramento legal que contextualiza esta experiência e facultando-te uma lista de entidades disponíveis para acolherem voluntários. Na Bolsa do Voluntariado (www.bol-sadovoluntariado.pt), também poderás aceder a um ponto de encontro entre a procura e oferta de trabalho voluntário.

As experiências de Voluntariado podem e devem constar do teu currículo e ganham um maior destaque quando não possuis experiência profissional.

Da mesma forma, os trabalhos de Verão ou outros trabalhos sazonais devem ser incluí-dos nos teus documentos de procura de emprego, pois permitirão ao potencial empregador perceber que já adquiriste competências importantes para o teu futuro profissional, como por exemplo: a integração numa nova equipa de trabalho, o contacto com hierarquias su-periores e inferiores, gestão de conflitos e tempo, o contacto com clientes, o cumprimento de horários, entre outras competências.

São várias as empresas e instituições que promovem estas experiências, desde enti-dades bancárias, a empresas nacionais e multinacionais de várias áreas profissionais. Se fores capaz de mostrar o teu profissionalismo e causares um bom impacto, maior será a probabilidade da instituição ponderar a tua integração na equipa.

No portal da Cidade das Profissões terás acesso a uma lista de portais que divulgam ofertas de trabalho de Verão e voluntariado. Repara que a informação disponibilizada não dispensa que contactes as instituições que promovem cada uma das iniciativas.

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EMPREENDEDORISMO: PASSOS A DAR NA

CRIAÇÃO DO TEU NEGÓCIO

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O teu percurso profissional pode ser feito de várias experiências: estágio, trabalho por conta de outrem, trabalho por conta própria. Para muitas pessoas, a integração no mer-cado de trabalho e/ou a sua realização profissional passa por empreender, criando o seu próprio negócio. Se te consideras um potencial empreendedor e se possuis uma ideia ino-vadora é fundamental que saibas, por um lado, planear os passos a dar na concepção e implementação de um negócio, e por outro, delinear as estratégias que, de futuro, irão orientar a empresa a ser criada.

Por mais adequadas e desenvolvidas que sejam as qualidades e as competências do empreendedor, uma ideia só conduzirá a um negócio viável e de sucesso se der resposta a uma necessidade não satisfeita no mercado ou se for capaz de satisfazer com maior eficá-cia as necessidades para as quais já existe oferta de produtos e serviços.

Antes de investires energia e dinheiro numa nova empresa, avalia todas as variáveis que podem influenciar o seu sucesso. A começar por ti próprio! Analisa o teu perfil. Reúnes as competências necessárias para criar de raiz um pro-jecto e geri-lo, fazendo-o crescer?

O empreendedor deve evidenciar uma postura de dinamismo, pensamento estratégico, organização, gestão, persistência e sentido de compromisso para com o seu projecto. O que diferencia o empreendedor não é só a vontade de criar o próprio negócio, por falta de alternativas profissionais ou devido a um projecto há muito acalentado e a uma moti-vação genuína, mas a sua capacidade para identificar e avaliar as oportunidades em seu redor, desenvolver um plano descritivo e estruturado do que será o seu projecto (plano de negócios), determinar e captar os recursos necessários para o pôr em marcha e gerir a empresa então criada.

DA OPORTUNIDADE à IDEIA DE NEGóCIO

Os empreendedores estão, geralmente, cheios de novas ideias, mas existem muito mais ideias do que boas oportunidades de negócio. As oportunidades de negócio estão à nossa volta, à espera de alguém capaz de as identificar e de as aproveitar. A maioria das ideias de negócio surgem pela identificação de:

1. Um novo mercado

Frequentemente ocorrem mudanças nos padrões e hábitos de consumo das pessoas que criam oportunidades para satisfazer melhor as suas novas necessidades. Isso pode não implicar o lançamento no mercado de um novo serviço ou produto, mas sim o desen-volvimento dos já existentes.

2. Novas tecnologias

Alguns negócios de sucesso têm-se baseado na aplicação de novas tecnologias e técni-cas aos processos de produção e serviços já existentes.

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3. Elementos diferenciadores

Muitas empresas surgem no mercado apresentando de forma diferenciada e inovadora um produto ou um serviço.

Para que uma ideia seja uma oportunidade é necessário, antes de mais, testá-la, ava- liando o seu potencial. Posteriormente, torna-se premente analisar e conhecer o mercado e, por acréscimo, as pessoas, antes mesmo de começar a reunir os recursos humanos, financeiros ou sociais necessários ao estabelecimento do negócio.

A viabilidade da ideia de negócio e da sua transformação numa oportunidade efectiva de negócio será, assim, avaliada ao longo de um processo de pesquisa e projecção de in-formação: estudo de mercado, elaboração de um plano de negócios, definição de meios e fontes de financiamento e exploração de formas jurídicas a adoptar. De seguida, damos-te a conhecer cada um desses passos.

ESTUDO DE MERCADO: O QUE É?

Só perceberás se a tua ideia tem potencial e é realmente uma oportunidade quando a contextualizares e situares comparativamente aos serviços e produtos já existentes no mercado. O teu projecto deve dar resposta a uma necessidade do meio onde se situará (tendo em conta a concorrência já implementada) ou do público-alvo a que se destinará. Assim, torna-se necessário explorar e definir o perfil dos potenciais compradores ou uti-lizadores dos teus serviços e produtos, bem como os seus processos de decisão.

Quem serão os teus clientes-alvo?• Qual a melhor localização para chegares ao teu público-alvo?• O que os motivará para adquirir o teu produto ou serviço?• Quanto pensas que gastarão com o teu produto ou serviço?• Como irão pagar?•

Define os teus clientes-alvo!

Ao definires os teus clientes-alvo, estarás já a levantar questões sobre a melhor loca- lização para o teu projecto e formas de obtenção do espaço, possíveis estratégias de divul-gação a utilizar, meios de pagamento à disposição do cliente, entre outros aspectos.

Conhece os teus concorrentes!

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Faz um levantamento das empresas já instaladas que desenvolvam uma actividade igual ou semelhante à ideia que pretendes implementar. Para além de as identificar, procura:

Saber como vendem os seus produtos ou serviços;• Estimar o seu valor de facturação;• Saber como divulgam ou promovem os seus serviços;• Identificar o tipo de organização das empresas concorrentes, a sua dimensão e a •

notoriedade da marca.

Saber quem são os teus concorrentes ajudar-te-á a redefinir de que forma se diferen-ciará a tua empresa, a saber quanto poderás vir a facturar, a definir estratégias de pro-moção a utilizar e a lidar com a possível notoriedade das outras empresas.

Conhece o mercado!

Identifica como se caracteriza e funciona o mercado na área em que pretendes criar o teu negócio.

É influenciado pela sazonalidade?• É uma área em expansão, estagnação ou declínio?• Quais serão as principais dificuldades para iniciar a actividade?• Se por ventura o negócio não resultar e tiveres que o dissolver, quais serão as prin- •

cipais dificuldades?Existem exigências legais quanto às instalações?•

Qualquer negócio que pretendas implementar necessitará de fornecedores. Prepara uma lista de possíveis fornecedores e pesquisa quais as condições de fornecimento físicas e financeiras mais utilizadas.

Podes obter respostas a estas questões através de associações profissionais ou secto-riais, revistas especializadas, organismos oficiais e através da auscultação de pessoas di-recta ou indirectamente relacionadas com a área de negócio que pretendes implementar.

ESTRUTURAÇÃO DA ACTIVIDADE DA EMPRESA

Uma vez explorado o mercado que pretendes integrar, terás que planear, de forma es-truturada, o modo de implementação do teu projecto.

Em primeiro lugar, deves definir criteriosamente o teu produto ou serviço e os teus clientes-alvo. Procura reflectir sobre os elementos que o diferenciarão das empresas con-correntes.

Posteriormente, pondera qual será a área de actuação e se necessitarás de instalações. Caso sejam necessárias instalações, estas serão próprias, compradas ou alugadas? Qual será a sua dimensão e valor a pagar?

Abrir um negócio implica a contratação de recursos humanos. Traça um organograma da tua empresa. De quantos colaboradores necessitarás? Qual será o horário de trabalho?

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Quais serão os vínculos contratuais a estabelecer e as obrigações legais associadas à con-tratação? Pode ser uma mais-valia analisar as medidas de apoio à contratação e/ou à in-serção profissional promovidas pelo IEFP.

Torna-se, também, importante definir qual será a tabela de preços a praticar, os mé-todos de pagamento disponíveis, formas de comercializar e estratégias de marketing, condições de selecção de fornecedores e sistema informático a adoptar.

O passo seguinte envolve inventariar, quantificar e calendarizar investimentos. Procura identificar quais os investimentos necessários para iniciares a tua actividade. Faz uma lista de tudo o que terás que comprar para iniciar a actividade. Desde o tapete da entrada ao software informático. Todos os cêntimos contam! Qual será o valor de cada um desses investimentos? Quando realizá-los?

A recolha de facturas pró-forma e/ou orçamentos relativos aos diversos investimentos a realizar pode ajudar-te a quantificar os valores de que necessitarás.

Deverás tentar prever como serão os primeiros três a cinco anos de actividade do teu negócio: quais os custos fixos associados, quanto esperas vender em cada mês e qual o valor necessário a vender para fazer face às despesas. Deverás ter em atenção, também, que para subsistir nos primeiros tempos de actividade, precisarás de quantificar uma de-terminada “almofada” financeira, que te permita aguentar o negócio enquanto não obténs as devidas receitas que cubram os teus custos, assim como quantificar uma margem para eventuais imprevistos que possam aparecer.

Uma vez definidos todos estes pontos, ainda consideras que a tua ideia tem “pernas para andar” e é uma verdadeira oportunidade? Então, o teu trabalho não fica por aqui. Se a tua ideia é passível de se constituir como uma oportunidade de negócio, deves protegê- -la, se for o caso, registando-a, isto é, dotando-a de propriedade intelectual. A propriedade intelectual pode ser geradora de lucros através da protecção de ideias, tecnologias, design de produtos e marcas. Assim a propriedade intelectual contempla:

Direitos de Autor – protegendo a forma de expressão das ideias;

Propriedade Industrial – protegendo e registando as invenções, as criações e os sinais distintivos de comércio.

A IMPORTâNCIA DE UM PLANO DE NEGóCIOS

A informação recolhida aquando do estudo de mercado deve ser sistematizada e in-tegrada num documento que demonstre o planeamento e a viabilidade do projecto de negócio. O plano de negócios não é mais do que uma descrição detalhada do planeamento de uma empresa. Um plano de negócio deve procurar testar a potencialidade de um con-ceito de negócio, orientar o desenvolvimento das operações e estratégias, analisar recur-sos financeiros necessários e os resultados esperados, transmitir credibilidade e estudar a equipa de gestão.

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Porquê elaborar um Plano de Negócios?

Para entender e estabelecer directrizes para o negócio;• Para gerir de forma mais eficaz a empresa e tomar decisões acertadas;• Para organizar e expôr claramente as ideias de negócio;• Para apresentar a potenciais investidores, bancos, sociedades de capitais de risco, •

programas de financiamento nacionais e europeus, entre outros, no sentido de obter financiamento para o negócio;

Para planear e monitorizar o negócio.•

COMO FINANCIAR O TEU NEGóCIO - MEIOS E FONTES DE FINANCIA-MENTO

A tua ideia de negócio já está estruturada e descrita num breve documento. Já sabes qual o montante financeiro necessário para iniciares o teu negócio, mas falta-te o capital para avançar? É comum que os fundos de que se dispõe sejam escassos em relação aos fins a que estão destinados.

Nesta fase de operacionalização do teu negócio, é importante decidires como vais finan-ciar o teu projecto. Há várias opções possíveis. O ideal seria conseguir financiar o negócio com capitais próprios, mas a percentagem de empreendedores que consegue criar uma empresa sem recorrer a financiadores externos é residual. De acordo com a fase em que se encontra a empresa, existem formas e fontes distintas de financiamento:

Capitais próprios – capital social e outros recursos próprios (fundos próprios, de fami-liares e amigos que tenham interesse em financiar o projecto);

Capitais alheios – empréstimos a médio e longo-prazo, crédito a fornecedores e outros créditos (IEFP, bancos comerciais, Business Angels, capitais de risco, programas de finan-ciamento nacionais e europeus).

Se optares por recorrer a capitais alheios, deves estar preparado para defender o teu

projecto junto da Banca, de investidores privados ou empresas de capital de risco. A vida do teu negócio depende do financiamento e, por isso, é importante ter uma estimativa bastante realista das necessidades de capital inicial fundamentais para o arranque do negócio. A partir daqui será mais fácil definir onde te deverás dirigir para conseguir esse capital.

Qualquer que seja a tua escolha, deverás ter uma estratégia para atrair os investidores e convencê-los de que o teu projecto é viável. O ideal será encontrar uma forma de fazer com que o teu projecto se distinga dos restantes projectos que as entidades financiadoras têm para analisar. Nesta fase, o objectivo é conseguires um compromisso de financiamento que assegure a criação da empresa. Depois de assumido esse compromisso, é necessário recorrer a um advogado para fechares o negócio com as fontes de financiamento.

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Apoios à criação de empresas e do próprio emprego – IEFP

O IEFP promove algumas medidas de apoio à criação de empresas e do próprio emprego de que poderás beneficiar, nomeadamente:

Apoio à Criação de Empresas – Consiste num crédito com garantia e bonificação da taxa de juro, concedido por instituições bancárias a projectos de criação de empresas de pequena dimensão, com fins lucrativos, independentemente da respectiva forma jurídica, incluindo entidades que revistam a forma cooperativa e que reúnam os seguintes requi-sitos: metade dos promotores têm de, cumulativamente, ser destinatários do programa, criar o respectivo posto de trabalho a tempo inteiro e possuir conjuntamente mais de 50% do capital social e dos direitos de voto. O projecto não pode exceder a criação líquida de 10 postos de trabalho e um investimento superior a 200.000 euros.

Apoio à Criação do Próprio Emprego por Beneficiários de Prestações de Desemprego – Diz respeito ao apoio a projectos de criação do próprio emprego promovidos por be- neficiários das prestações de desemprego, através da criação de empresas ou da aquisição de capital social de empresa existente, que decorra de aumento de capital social. Consiste no pagamento, de uma só vez, do montante global das prestações de desemprego, de-duzidas as importâncias eventualmente já recebidas. Esta medida pode ser beneficiada isoladamente ou em cumulação com um dos seguintes apoios: apoio complementar ao montante global das prestações de desemprego ou crédito com garantia e bonificação da taxa de juro.

ASPECTOS JURÍDICO-FORMAIS

A escolha da forma jurídica da empresa vai determinar o seu modelo de funcionamento desde o arranque e tem implicações no que respeita à responsabilidade do empresário e ao desenvolvimento da empresa. A escolha de um determinado estatuto jurídico deve ser tomada de modo a valorizar os pontos fortes da futura empresa.

Se pretenderes desenvolver o teu negócio sozinho, podes optar pelas seguintes formas jurídicas:

Empresa em Nome Individual: Empresa titulada por um só indivíduo ou uma pessoa singular, que afecta bens próprios à exploração da sua actividade económica. O empresário em nome individual responde, ilimitadamente, pelas dívidas contraídas no exercício da sua actividade perante os seus credores, com todos os bens que integram o seu património. A lei não estabelece um montante mínimo obrigatório, já que o empresário em nome indi-vidual responde, ilimitadamente, pelas dívidas da empresa.

Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada (EIRL): Tem subjacente a constituição de um património autónomo ou de afectação especial ao estabelecimento através do qual uma pessoa singular explora a sua empresa ou actividade, mas ao qual não é reconhecida personalidade jurídica. Pelas dívidas resultantes de actividades com-

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preendidas no objecto do EIRL respondem apenas os bens a ele afectados. O capital inicial mínimo é de 5 000 euros e pode ser realizado em numerário, bens ou direitos susceptíveis de penhora, não podendo a parte em dinheiro ser inferior a 2/3 do capital mínimo. A firma é composta pelo nome civil, por extenso ou abreviado, do titular do E.I.R.L., acrescido, ou não, da refe- rência ao ramo de actividade, mais o aditamento obrigatório “Estabeleci-mento Individual de Responsabilidade Limitada” ou “E.I.R.L.”.

Sociedade Unipessoal por Quotas: A direcção e a responsabilidade são assumidas por uma só pessoa, o titular da totalidade do capital social, que corresponde a um montante mínimo de 5.000 euros. Em caso de dívida, os credores recebem apenas os bens que cons-tituírem o património social. O nome da firma destas sociedades deve ser formado pela ex-pressão “Sociedade Unipessoal” ou pela palavra “Unipessoal” antes da palavra “Limitada” ou da abreviatura “Lda.”.

É frequente as ideias de negócio surgirem no seio de um grupo de amigos e existir a motivação para, em grupo, avançar com o projecto. Se assim for, estas são as formas ju-rídicas mais comuns:

Sociedade por Quotas: O capital está dividido em quotas e não pode ser inferior a 5.000 euros. Em caso de dívida responde apenas o património social da empresa. Os sócios são solidariamente responsáveis por todas as entradas convencionais no contrato social e pa- gam uma quantia mínima de 100 euros pela quota. A denominação destas empresas deve ser criada, com ou sem sigla, pelo nome de um ou mais sócios, sendo imprescindível que termine com a palavra “Limitada” ou a abreviatura “Lda.”.

Sociedade Anónima: O capital está divido por acções, sendo equivalente a 50.000 euros, e as dívidas são pagas pelos bens sociais. Os sócios têm a sua responsabilidade limitada ao valor das acções por si subscritas e, no mínimo, são necessários cinco sócios para formar uma “Sociedade Anónima”. A firma pode ser composta pelo nome de um ou de todos os sócios, por uma denominação particular ou uma reunião dos dois, tendo de ser obrigatoria-mente seguida do aditamento obrigatório “Sociedade Anónima”.

Sociedade em Nome Colectivo: Os sócios respondem de forma ilimitada e subsidiária perante a empresa e solidariamente entre si perante os credores. O número mínimo de sócios é dois, sendo que estas firmas devem conter pelo menos o nome de um dos sócios, com o aditamento, abreviado ou por extenso, de “Companhia” ou qualquer outra palavra ou expressão que indique a existência de outros sócios.

Sociedade em Comandita: Cada um dos sócios comanditários responde apenas pela sua entrada. Os sócios comanditados respondem pelas dívidas da sociedade nos mes-mos termos que a “Sociedade em Nome Colectivo”. A firma da sociedade é formada pelo nome de um dos sócios, no mínimo, e pelo aditamento “Em Comandita” ou “Comandita por Acções”.

Sociedade Anónima Europeia: Assume a forma de uma sociedade de capital dividido por acções, com personalidade jurídica, em que a sua sede estatutária se localiza num dos Estados membros estando sujeita a registo no Estado membro da localização da sede es-

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tatutária. Cada accionista é responsável apenas até ao limite do capital por ele subscrito. A firma de uma sociedade anónima europeia deve integrar, no início ou no final, a sigla «SE». Apenas as sociedades anónimas europeias podem incluir esta sigla. O capital subscrito deve ser de, pelo menos, 120 mil euros.

Para obteres mais informações sobre cada uma destas formas jurídicas, sugerimos que consultes os portais do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (www.iapmei.pt) e da Associação Nacional de Jovens Empresários (www.anje.pt).

INICIAR A ACTIVIDADE DA EMPRESA

Se “sobreviveste” a todas estas fases é chegado o momento de iniciares a actividade da tua empresa. Podes fazê-lo no portal Empresa na Hora (www.empresanahora.pt).

Estabelece os principais sistemas de gestão e define áreas de contabilidade, • logística, controlo de qualidade e outras;

Define e inicia o processo de promoção da empresa. Podes apostar em campa- • nhas de publicidade, maillings para o teu público-alvo, press-releases e outros meios.

Contacta os fornecedores e define prazos;• Faz um recrutamento e uma selecção cuidada dos teus colaboradores. Motiva- •

-os para o início de actividade, dando-lhes indicações precisas daquilo que se espera e dos objectivos a atingir;

Assegura-te de que tudo está preparado para receber os clientes: desde as • instalações, aos recursos humanos, às estruturas de comunicação (telefone, fax, email);

Faz uma boa gestão da tua empresa. •

Estás pronto para receber os teus clientes!

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MANTÉM-TE EMPREGÁVEL

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Como referido, as novas tecnologias, a globalização da economia e o aparecimento de novas necessidades das pessoas e das empresas transformaram o mundo do trabalho. Decorrente desta constante transformação, exigem-se novas competências e surgem no-vos perfis profissionais, pelo que é fundamental que os profissionais de hoje e de amanhã se preparem, assumindo uma postura de aprendizagem contínua. Hoje, já não se trata de encontrar um emprego permanente, para toda a vida, mas ter a capacidade de integrar o mercado, adaptar-se às suas mudanças e nele evoluir ou, por outras palavras, ser em-pregável.

Portanto, aceitar o teu primeiro emprego não é aceitar um contrato para o resto da vida. A incerteza e a competitividade que caracterizam o mercado de trabalho obrigar-te-ão a investir continuamente no teu desenvolvimento profissional, na permanente actualização de conhecimentos e procura de melhores oportunidades e novos desafios profissionais. Não se tratará tanto de construir uma carreira, mas de geri-la. A gestão da carreira é um processo pessoal, dependente dos projectos e metas que o indivíduo se proponha a atingir. Uma boa gestão de carreira corresponderá a um bom desempenho profissional, pautado pela qualidade, responsabilidade, criatividade e por uma postura pró-activa e empreend-edora.

Mantém-te atento às evoluções da tua área profissional e disponível para aceitar novos desafios. A aprendizagem ao longo da vida é obrigatória para quem se quer manter em-pregável. Assim sendo, não desistas face ao “não”, alarga a tua procura de emprego a ou-tros territórios, nacionais e internacionais, aposta na formação contínua, investe em áreas profissionais desejadas pelo mercado de trabalho. Mantém-te actualizado e competitivo em relação aos jovens que terminam a sua formação académica. Os bons profissionais dificilmente terão dificuldade em manter ou encontrar um novo emprego.

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O QUE A CIDADE DAS PROFISSÕES PODE FAZER

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A Cidade das Profissões nasceu em 2006 como um sub-projecto do Programa Porto Digital, programa este promovido pela Câmara Municipal do Porto, em parceria com a Uni-versidade do Porto, a Associação Empresarial de Portugal e a Metro do Porto, tendo como principal desígnio contribuir para a evolução de uma sociedade da Informação e do Co- nhecimento ao alcance de todos e para o desenvolvimento de um modelo de Cidade cada vez mais baseado na inovação, na criatividade e no conhecimento.

Baseado no modelo “Cité des Métiers”, criado em França no início da década de 90, a Cidade das Profissões enquadra-se nos objectivos da Estratégia Europeia para o Emprego que preconiza uma intervenção mais sustentada e mais próxima dos cidadãos no sentido de favorecer a empregabilidade, a adaptabilidade dos recursos humanos aos novos con-textos profissionais, a promoção da iniciativa e do espírito empreendedor e, por último, a igualdade de oportunidades para os que se relacionam, de alguma forma, com as questões do emprego e da qualidade de vida profissional, nas suas diversas fases.

A Cidade das Profissões é, então, um centro de informação e aconselhamento gratuito que tem como missão promover a empregabilidade e o empreendedorismo dos cidadãos pelo desenvolvimento de competências e pela promoção do conhecimento sobre o mundo do trabalho, as profissões, as qualificações e o processo empreendedor, capacitando os cidadãos para uma melhor adaptação às constantes transformações do mercado.

Na Cidade das Profissões encontrarás toda a informação de que necessitas para fazer face às exigências do mercado de trabalho actual!

Que formação profissional me permitirá manter os meus conhecimentos actualizados e onde é leccionada? Como e onde procurar estágios profissionais? Que passos dar quando procurar o meu primeiro emprego? Fiquei desempregado, como voltar a integrar o mer-cado de trabalho? Estou a trabalhar, mas procuro uma mudança profissional: o que fazer? Como gerir e garantir um percurso profissional de sucesso? Como desenvolver as com-petências valorizadas pelo mercado de trabalho? Como criar o meu próprio negócio?

Num espaço que ser quer promotor de autonomia e facilitador da tua tomada de de-cisão, apoiamos-te na exploração de opções e oportunidades, na definição de estratégias e na mobilização de recursos pessoais, no contexto de um atendimento personalizado, e/ou em grupo, nas sessões dos ciclos mensais de actividades.

A Cidade das Profissões disponibiliza um serviço permanente de atendimento perso- nalizado, sem marcação, centrado na informação e no aconselhamento, e estruturado em cinco pólos, nomeadamente o Pólo do Emprego, o Pólo das Profissões, o Pólo da Formação, o Pólo dos Estágios e o Pólo do Empreendedorismo. Um serviço onde se informa e apoia na resolução de dúvidas sobre estes temas, e onde ficarás a conhecer que outras estruturas e serviços de apoio se adequam às tuas necessidades.

Todos os meses encontrarás na Cidade das Profissões alguma actividade que te ajudará a explorar os teus interesses, a desenvolver as tuas competências e a evoluir profissional-mente. As actividades dos ciclos mensais organizam-se em quatro grandes áreas:

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Sector de Actividade em Análise – Porque aprofundar o conhecimento sobre os sectores de actividade pode ajudar-te a ampliar as tuas oportunidades de carreira, a Cidade das Profissões convida-te para um frente-a-frente com profissionais, empresas e instituições de ensino e formação enquadrados na mesma.

Empregabilidade – A Cidade das Profissões ajuda-te a preparar ferramentas de em-pregabilidade apelativas, reveladoras dos teus pontos fortes e, sobretudo, em sintonia com as necessidades das entidades empregadoras a que te candidatas.

Empreendedorismo – A criação da própria actividade é um processo investido em várias etapas, da concepção à concretização da ideia. Nos workshops de empreendedorismo poderás desenvolver o teu lado empreendedor e/ou encontrar toda a informação de que necessitas para dar os primeiros passos na criação do teu negócio.

Competências-chave – A Cidade das Profissões apoia-te no desenvolvimento de com-petências transversais que enriquecem e tornam mais competitivo o teu perfil profissional, facilitando não só a tua entrada no mercado de trabalho mas também a manutenção do teu posto laboral.

Poderás sempre reforçar o processo de recolha de informação na plataforma multimé-dia, equipada com computadores com acesso à Internet, e no espaço de documentação.

Não deixes de conhecer os projectos e iniciativas de apoio à empregabilidade e ao em-preendedorismo que a Cidade das Profissões desenvolve.

No Gabinete de Apoio ao Empreendedorismo (GAE) da Cidade das Profissões encontrarás um espaço de atendimento que apoia e acompanha, passo a passo, a criação da tua empresa.

Neste espaço, o potencial empreendedor poderá usufruir de diversos serviços, tais como a prestação de informação relativa aos passos a dar na criação do próprio negócio, formalidades jurídicas, fiscais, entre outros serviços associados ao processo de criação da empresa.

Em parceria com outras entidades e serviços de apoio ao Empreendedorismo, o gabi-nete facilita o processo de empreender. Contigo, estabelecemos os circuitos de apoio pos-síveis desde a geração e gestação da ideia até à concretização da mesma num negócio.

O GAE é co-financiado pelo QREN, no âmbito do Novo Norte – Programa Operacional Regional do Norte e pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e, insere- -se no Programa de Acção para a Reabilitação Urbana do Morro da Sé.

Investe no sucesso da Baixa e Centro Histórico do Porto!

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O Speed Recruitment é uma solução eficiente e inovadora de recrutamento que coloca frente a frente empresas e candida-tos a emprego em mini-entrevistas de cinco minutos. Este é um desafio à tua capaci-dade de marketing pessoal. Faz sobressair

a tua “marca”, levando o empregador a agendar uma segunda entrevista mais formal. Usa a tua criatividade e capacidade de comunicação!

O speed.recruitment@cdp é uma iniciativa anual da Cidade das Profissões.

São muitas as ocasiões em que nos ques-tionamos acerca dos rumos que gostaría-mos de dar ao nosso percurso profissional. Perante uma situação de desemprego, mas também quando estamos empregados, perguntamo-nos se poderíamos encontrar

um novo trabalho na mesma ou noutra área, em Portugal ou no estrangeiro e/ou se chegou a hora de criarmos a nossa própria empresa.

Tendo isto em conta, os Clubs Cidade das Profissões destinam-se a todos os que preten-dem reflectir acerca dos seus objectivos de carreira e construir ou aperfeiçoar ferramentas e trajectos adequados a esses mesmos objectivos. Os Clubs assumem-se como um espaço propício à (re)definição de objectivos profissionais e construção de ferramentas que te ca-pacitem para gerires de forma eficaz as exigências do mercado de trabalho.

Todos os serviços são gratuitos. A Cidade das Profissões é um espaço aberto a todos e que a todos acolhe, informa e orienta, independentemente da idade, do género, da raça, da religião, da aptidão física, da escolaridade ou da situação profissional.

Cidade das ProfissõesCentro de Informação e AconselhamentoRua das Flores, nº 152-1584050-263 Porto

TransportesMETRO Linha D - São BentoCOMBOIO Porto - São BentoAUTOCARRO 206, 400, 500, 900, 901, 906

ContactosTEL 223 392 360FAX 223 392 369EMAIL [email protected] http://cdp.portodigital.ptBLOG http://cidadedasprofissoes.blogspot.comFACEBOOK www.facebook.com/cidadedasprofissoes

HorárioSegunda a Sexta-feira das 9h00 às 17h00Quarta-feira das 9h00 às 20h00

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CONTACTOS ÚTEIS

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Gerais

Cidade das ProfissõesRua das Flores, 152-1584050-263 PortoTelefone: 223 392 360Fax: 223 392 369Email: [email protected]: http://cdp.portodigital.pt

Federação Académica do PortoRua do Campo Alegre, 6274150 - 179 PortoTelefone: 226 076 370 Fax: 226 076 379Email: [email protected]: www.fap.pt

Instituto do Emprego e Formação Profissional - IEFP(acesso aos contactos dos Centros de Emprego e Centros de Formação Profissional)Rua de Xabregas, nº 521949-003 LisboaTelefone: 218 614 100Fax: 218 614 612Email: [email protected]: www.iefp.pt

Portal do CidadãoTelefone: 707 241 107Email:[email protected]: www.portaldocidadao.pt

Emprego

Ministério do Trabalho e da Solidariedade SocialPraça de Londres nº2 -16º1049-056 LisboaTelefone: 218 424 100Fax: 218 424 108Email: [email protected]: www.mtss.gov.pt

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Inspecção-Geral do Ministério do Trabalho e da Solidariedade SocialAv. Elias Garcia, 12 – 7º1049-042 LisboaTelefone: 217 980 000Fax: 217 980 062Email: [email protected]: www.mtss.gov.pt

Instituto da Segurança SocialRua Rosa Araújo, 431250-194 LisboaTelefone: 213 102 000Fax: 213 102 090Url: www.seg-social.pt

Direcção-Geral dos ImpostosCentro de Atendimento Telefónico: 707 206 707Email de Apoio ao Contribuinte: [email protected]: www.portaldasfinancas.gov.pt

Autoridade para as Condições do TrabalhoAv. Casal Ribeiro, nº 18 – A1000-092 LisboaTelefone: 213 308 700Fax: 213 308 710Email: [email protected]: www.act.gov.pt

Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público Av. 24 de Julho, 80 - 80J - 1249/084 LisboaTelefone:213 915 300Fax:213 900 148Url: www.dgaep.gov.pt

Direcção Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades PortuguesasLargo do Rilvas,1399-030 LisboaTelefone: 213 946 901Fax : 213 946 980Email: [email protected]: www.secomunidades.ptwww.mne.gov.pt

Diário da República ElectrónicoUrl: www.dre.pt

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Bolsa de Emprego PúblicoAv. 24 de Julho, 80 - 80J - 1249/084 LisboaTelefone:213 915 300Fax:213 900 148Email de suporte à BEP: [email protected]: www.bep.gov.pt

Serviço Europeu de Selecção de PessoalUrl: http://europa.eu/epso

Portal da Mobilidade de Investigadores - Fundação para a Ciência e a TecnologiaAv. D. Carlos I, 1261249-074 LisboaTelefone: 213 924 300Fax: 213 907 481 Url: www.eracareers.pt

Rede EUREShttp://ec.europa.eu/eures

Bolsa de Emprego virtual do IEFPwww.netemprego.gov.pt

Currículo – Modelo Europeu ou EuropassUrl: www.cedefop.eu.int

Estágios

Programa Estágios Profissionaishttp://www.iefp.pt/apoios/candidatos/Estagios/Paginas/ProgramaEstagiosProfissionais.aspx

Inov-Jovemwww.inovjovem.gov.pt

Inov-Socialwww.inovsocial.gov.pt

Fundação da JuventudeRua das Flores, 694050-265 PortoTelefone: 223 393 530Fax: 223 393 544Email: [email protected]: www.fjuventude.pt

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Agência Nacional para a Gestão do Programa Aprendizagem ao Longo da Vida(coordena os programas de mobilidade Comenius, Erasmus, Leonardo da Vinci e Grundtvig - e um sub-programa Transversal)Avenida Infante Santo, 2 Piso 41350-178 LisboaTelefone:213 944 760Fax: 213 944 737Email: [email protected] Url: http://pt-europa.proalv.pt

Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal – AICEP(promove o programa de estágios Inov-Contacto e Inov-Export)Av. 5 de Outubro, 1011050-051 LisboaTelefone: 217 909 500Contact Center: 808 214 214 (só a partir de Portugal)Email: [email protected]: www.portugalglobal.pt

Direcção-Geral das ArtesAv. da Liberdade, 144 - 2º andar, 1250-146 LisboaTelefone: 211 507 010Fax: 211 507 261Email: [email protected]: www.dgartes.pt

Empreendedorismo

Gabinete de Apoio ao EmpreendedorismoCidade das ProfissõesRua das Flores, 152-1584050-263 PortoTelefone: 223 392 360Fax: 223 392 369Email: [email protected]: http://cdp.portodigital.pt/empreendedorismo/gae

Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação – IAPMEIEstrada do Paço do Lumiar, Campus do Lumiar - Edifício A1649-038 LisboaTelefone: 213 836 000Linha Azul: 808 201 201 (dias úteis das 9h00 às 18h00)Fax: 213 836 283Email: [email protected]: www.iapmei.pt

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Direcção-Geral das Actividades Económicas (DGAE)Av. Visconde de Valmor, 721069 - 041 LisboaTelefone: 217 919 100Fax: 217 965 158Email: [email protected]: http://www.dgae.min-economia.pt

Associação Nacional de Jovens Empresários Casa do FarolRua Paulo da Gama 4169-006 Porto Telefone: 220 108 000 Fax: 220 108 010 Email: [email protected] Url: www.anje.pt

Associação Nacional das EmpresáriasRua Ciríaco Cardoso 265-B,4150-213 PortoTelefone: 226 165 950Fax: 226 165 959Email: [email protected]:www.ane.pt

APME - Associação Portuguesa de Mulheres Empresárias Rua Rodrigues Sampaio, n.º 19, 5.º A 1150-278 LisboaTelefone: 213 150 323Fax: 213 150 311Email: [email protected]: www.apme.pt

Centros de Formalidades das EmpresasUrl: www.cfe.iapmei.pt

Portal da EmpresaUrl: www.portaldaempresa.pt

Empresa na HoraTelefone: 707 201 122Url:www.empresanahora.pt

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Voluntariado

Conselho Nacional para a Promoção do VoluntariadoAv. Marquês de Tomar, n.º 21, 7.º andar1050-153 LisboaTelefone: 217 926 218 / 20/ 24Fax: 217 926 397Email: [email protected]: www.voluntariado.pt

Instituto Português da JuventudeAv. da Liberdade, 1941269-051 LisboaTelefone:213 179 200Fax: 213 179 219Email: [email protected]: http://juventude.gov.pt

Bolsa do VoluntariadoEstação CP de Alcântara TerraArmazém I, Av. Ceuta1350-353 LisboaTelefone: 213 620 417Fax: 213 622 360Email: [email protected]: www.bolsadovoluntariado.pt

Networking

LinkedinUrl: www.linkedin.com

FacebookUrl: www.facebook.com

TwitterUrl: www.twitter.com

The Star TrackerUrl: www.thestartracker.com

DoostangUrl: www.doostang.com

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My Space Url: www.myspace.com Behance NetworkUrl: www.behancenework.com

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Notas