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Capítulo XIV - A Educação Cooperativista e sua Influência na Gestão da Cooperativa Bageense de Artesanato: possibilidades e limitações
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A Educação Cooperativista e sua Influência na Gestão da Cooperativa
Bageense de Artesanato: possibilidades e limitações
MARQUÊS, Elbia Barreto45
SCHMIDT, Carmen Elizabeth Finkler 46
RESUMO
O objetivo deste artigo é analisar o papel da educação cooperativista na gestão e no fortalecimento da Cooperativa Bageense de Artesanato, por meio de um estudo de caso. Com este estudo, pretende-se analisar as possibilidades e limitações da educação cooperativista na gestão da Cooperativa Bageense de Artesanato (COOBART), situada em Bagé, Rio Grande do Sul, e fundada na década de 80. Os dados para o estudo foram coletados por meio de visitas e conversas informais e de um questionário aplicado a gestores e associados. Assim foi possível compilar informações acerca da história, doutrina e nível de educação cooperativista. O questionário constou de perguntas abertas, perguntas fechadas e questões de múltipla escolha e foi enviado, por correspondência, aos 26 cooperados ativos. Entre os resultados, ficou evidenciado, tanto na teoria quanto na prática, que a gestão social é o principal gargalo encontrado na gestão da COOBART, mas que a gestão econômica também não prescinde da educação cooperativista e da capacitação específica para os dirigentes, tendo em vista que as atividades são complementares e correlacionadas. Foi possível constatar que a maioria dos cooperados não conhece os princípios do cooperativismo e pouco participa das assembleias e demais atividades oferecidas pela cooperativa, demonstrando baixo índice de interesse e acentuado grau de desconhecimento sobre cooperativismo e sobre as atividades da cooperativa. Diante dos resultados obtidos, sugerem-se investimentos na realização de um bom e continuado trabalho de educação cooperativista, com associados e gestores, para conduzir à solução dos problemas que permeiam a gestão da cooperativa em estudo.
Palavras-chave: Educação cooperativista. Princípios e valores. Capacitação. Desenvolvimento. ABSTRACT
The objective of this paper is to examine the role of cooperative education in the management and strengthening of Cooperativa Bageense de Artesanato, through a case study. This study aims at analyzing the possibilities and limitations of cooperative education in the management of Cooperativa Bageense de Artesanato (COOBART), a handicraft cooperative located in Bagé, Rio Grande do Sul, and founded in the decade of 1980. Data for the study was collected through visits, 45 Assistente Técnica Regional da Emater/RS-Ascar, professora, especialista em psicopedagogia pela
URCAMP – Universidade da Região da Campanha. E-mail: [email protected]. 46 Carmen Elizabeth Finkler Schmidt, professora orientadora, especialista em Educação e Ciências
Sociais pela UNISINOS – Universidade do Vale dos Sinos. E-mail: [email protected].
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informal discussions and aquestionnaire administered to managers and associates. Thus it was possible to gather information about their history, doctrine and their level of cooperative education. The questionnaire consisted of open questions, closed questions and multiple choice questions and was sent by mail to 26 active coop members, of which nine were returned duly completed. Analyzing the results, it was evident, both in theory and in practice, that social management is the main bottleneck found at COOBART. However, the economic management does not ignore the cooperative education and specific training for managers, since these activities are complementary and correlated. It was found that the majority of coop members does not know the principles of cooperativism and barely participates in meetings and other activities offered by the cooperative, demonstrating little interest and a high degree of unfamiliarity with cooperatives and its activities. Based on these results, one might suggest investing in good and continued cooperative education training with associates and managers, in order to lead to the solution of problems that permeate the management of the cooperative study.
Keywords: Cooperative education. Principles and values. Training. Development.
1. INTRODUÇÃO
A cooperativa estudada caracteriza-se por ser uma sociedade de pessoas
ligadas ao artesanato típico da região da campanha do Rio Grande do Sul, centrada
nas necessidades do grupo, que une esforços em torno de objetivos comuns e está
no mercado há mais de vinte anos. Os cooperativados produzem peças artesanais
típicas da região, em couro, madeira e chifre, dando uma ênfase maior ao uso da lã
de ovelhas. A cooperativa conta com trinta e dois (32) associados, dos quais vinte e
seis (26) são considerados ativos. Não possui sede própria, funcionando sempre em
locais cedidos pela prefeitura ou por algum sócio. A cooperativa enfrenta sérios
problemas de gestão, tanto no setor econômico-financeiro, quanto no social.
O maior desafio enfrentado pela cooperativa, objeto deste estudo, é realizar
uma administração equilibrada, pautada entre o social e o empresarial. Para que
isso seja possível, a cooperativa necessita estar bem organizada e ser
eficientemente gerida sob a lógica do cooperativismo, de modo que os dois tipos de
gestão estejam interligados e sejam igualmente trabalhados para cumprir seus
objetivos.
Segundo a Aliança Cooperativista Internacional (ACI), os princípios do
cooperativismo são norteados por valores que podem ser colocados em prática,
refletindo, dessa forma, as ideias básicas de ajuda mútua, responsabilidade,
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democracia, equidade, igualdade e solidariedade. As cooperativas, em geral,
incluindo a COOBART, não investem adequada e suficientemente na educação de
seus colaboradores e na capacitação dos gestores para promoverem a
disseminação de informações e de conhecimentos básicos essenciais, o que as
torna frágeis e vulneráveis a problemas de toda ordem.
Amodeo (2006) explica que os princípios seriam os delineamentos por meio
dos quais as cooperativas praticariam seus valores. Assim, tanto os valores quanto
os princípios formariam a identidade das cooperativas e marcariam, sobretudo, a
formação de um estilo próprio de estratégia e de ação, que deve guiar esse tipo de
organização.
Ainda segundo Amodeo (2006), o corpo de associados deve estar organizado
para gerar valor para a empresa, caso contrário, acarretará em ônus que
comprometerá o resultado desta. Assim, gestão social e gestão empresarial são
complementares e imprescindíveis para uma gestão cooperativa de êxito.
Entende-se que a cooperação precisa ser praticada e que os cooperados e
dirigentes precisam aprender o que significa cooperar. Mais que isso, produzir
cooperativamente exige conhecimento sobre o fazer cooperativo e discernimento
sobre si e sobre o que se quer fazer. O cooperado deve conhecer todo o ambiente
produtivo e precisa estar capacitado para suas práticas. Ele é, ao mesmo tempo,
dono, consumidor, fornecedor e, em alguns casos, gestor, isto é, também faz parte
da administração da cooperativa.
Sabe-se que, nas cooperativas, a participação ativa e qualificada dos
cooperados é fator decisivo para o sucesso do empreendimento. Nesse contexto, a
educação cooperativista faz-se imprescindível para promover a reflexão crítica em
todas as dimensões, a fim de que a cooperativa produza cada vez mais e melhor e
esteja voltada para o desenvolvimento da comunidade onde está inserida e para o
crescimento pessoal dos cooperados.
Nos dias atuais, as cooperativas são cada vez mais desafiadas a atingir, ao
mesmo tempo, objetivos de ordem econômica e social, o que as torna, a princípio,
sociedades mais complexas e distintas de outras formas de organização
empresarial. Portanto, a educação cooperativista tem o papel de atuar,
simultaneamente, na gestão social e na gestão empresarial das cooperativas, com o
objetivo de proporcionar melhorias, tanto no que se refere à participação dos
cooperados nas atividades da cooperativa, quanto na profissionalização da gestão.
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Pois também é papel do gestor disseminar conhecimentos e informações que têm
como objetivo atender à singular estrutura organizacional das cooperativas.
Este estudo propõe-se a evidenciar a influência e as limitações da educação
cooperativista na gestão da COOBART. Como estratégia para sanar os problemas
de gestão identificados no decorrer da pesquisa, sugerem-se investimentos na
formação dos gestores e a implantação de um programa de educação
cooperativista, com vistas a minimizar ou mesmo sanar os problemas identificados
neste estudo.
Sabe-se que para implantar qualquer programa educativo, seja de curto ou de
longo prazo, são necessários altos investimentos. Porém, existem alternativas que
podem minimizar esses custos, por exemplo, a formação de parcerias com as
Prefeituras, o Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (SENAC), o Serviço
Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), as Universidades, entre outros.
Faz-se necessário, porém, que a cooperativa busque informações, se
organize e tenha um plano de educação cooperativa, para que possa buscar auxílio
junto aos órgãos acima citados.
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Analisar o processo de construção do programa de educação cooperativista
no fortalecimento da Cooperativa Bageense de Artesanato (COOBART),
identificando sua influência e possíveis limitações na gestão da cooperativa.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Entre os objetivos específicos deste estudo, pode-se citar os seguintes:
a) explicitar conceitualmente a educação cooperativista, para dar base de
compreensão ao estudo em pauta;
b) conceituar e identificar a educação cooperativista na sua dimensão
filosófico-doutrinária;
c) investigar como ocorre a construção do processo de educação
cooperativista na cooperativa considerada;
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d) identificar os interesses e os gargalos incidentes na condução do processo
de educação cooperativista na cooperativa em estudo;
e) sugerir ações educativas aos gestores da cooperativa com vistas a sanar
as lacunas identificadas na gestão da cooperativa, com relação à
educação cooperativista.
3 METODOLOGIA
Como o presente estudo de caso objetiva explicitar a visão dos cooperados e
dos gestores da Cooperativa Bageense de Artesanato (COOBART) sobre a
influência da educação cooperativista na própria instituição, o método
qualiquantitativo se mostra, por ora, adequado.
As conversas informais durante as visitas dar-se-ão de forma
semiestruturada, ou seja, com uma relação de tópicos visando a manter uma linha
de controle sobre os temas abordados, prevenindo distanciamentos da pauta. Os
questionários, além das questões fechadas e de múltipla escolha, terão questões
abertas, com vistas ao entendimento dos fatos e das coisas sob a perspectiva dos
respondentes.
Ainda, considerando as possibilidades práticas de acesso a documentos da
cooperativa para análise, outra técnica possível de ser utilizada é a coleta e análise
de documentos, a fim de se comparar as práticas da gestão educacional com os
discursos dos cooperados e gestores. Evidentemente, esta técnica dependerá da
disponibilidade desses documentos por parte dos dirigentes.
Assim, pretende-se, por meio de agrupamento e análise dos dados coletados,
compreender os interesses dos cooperados e dirigentes no processo de gestão da
educação na cooperativa apreciada. O foco é a produção de uma análise
interpretativa, com base nos dados coletados, de como são conduzidas as iniciativas
educacionais na cooperativa, se houver, e compreender a interferência dessa
educação no fazer diário da cooperativa.
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4 REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 A GESTÃO COOPERATIVA E SUAS ESPECIFICIDADES
A sustentabilidade institucional de qualquer organização deve estar amparada
por sua missão, pelos princípios e pelos valores que, de alguma forma, norteiam
estrategicamente suas ações, demonstrando, dessa maneira, a sua verdadeira
razão de ser. Rego (1986) salienta que uma organização não deve apenas ter o
objetivo de gerar bens econômicos, mas também deve procurar desempenhar um
papel significativo no tecido social. Como consequência, as cooperativas criam
identidade e visibilidade peculiares, que as distinguirão das demais formas
organizativas, ou seja, “conciliando aspectos sociais e econômicos, a organização
ajusta-se ao escopo para o qual foi idealizada”. (REGO, 1986, p. 13).
Entende-se a gestão social como a que viabiliza o relacionamento da
cooperativa com o associado, promovendo e qualificando sua participação. Não se
discorda da importância de focar a gestão no empresarial, pelo contrário, ela é
fundamental para atingir os objetivos econômicos dos seus sócios. No entanto,
também é de vital importância sua complementaridade com a gestão social, a fim de
promover uma participação efetiva e eficaz dos associados na cooperativa e para
programar os princípios e valores nas rotinas e ações da organização, contemplando
o interesse dos associados e da sociedade como um todo, o que demonstra o
interesse da cooperativa pela comunidade em que está inserida.
Dessa forma, a gestão cooperativa necessita utilizar alguns instrumentos
específicos de gestão que não estão somente, ou diretamente, voltados para o
empresarial, mas que são instrumentos que reforçam a gestão social, seja por meio
da educação cooperativista, de eficientes sistemas de comunicação interna e com
os cooperados, seja por meio de uma gestão interna do poder que conduza a uma
aprendizagem conjunta e a um funcionamento democrático, como afirma Amodeo
(2006).
Inseridas em um ambiente dinâmico, em constante mudança, exige-se que as
cooperativas sejam geridas em contextos de mercado cada vez mais acirrados, mas
não necessariamente utilizando as mesmas estratégias e parâmetros das demais
formas de organização empresarial. Exige-se das cooperativas que desenvolvam
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suas próprias estratégias competitivas, priorizando as características e
necessidades do seu quadro social, além de seus princípios e missão.
Na cooperativa, por tratar-se de uma organização coletiva, a administração
deve elaborar ações para que as decisões a serem tomadas contemplem a
realidade, as opiniões e os objetivos individuais daqueles que compõem seu quadro
social, e não somente de quem a administra. Reside aqui a importância da
participação ativa e qualificada dos cooperados. As cooperativas devem oferecer
alternativas econômicas para seus cooperados, levando em conta as características
socioeconômicas destes, e, se necessário, promover mudanças produtivas ou de
gestão que viabilizem economicamente tanto a própria cooperativa quanto os
integrantes do seu quadro social.
O cooperativismo surgiu como contraponto à lógica capitalista, pois o homem
percebeu a necessidade de trabalhar cooperativamente para obter resultados mais
expressivos na produção de bens e serviços. Além disso, entendeu que somente
organizados dentro da lógica da união, da cooperação e da solidariedade poderiam
avançar nas conquistas de seus sonhos, onde os frutos do trabalho conjunto seriam
distribuídos de forma justa entre os participantes. (CAMPOS, 2011).
Os primeiros fundadores das cooperativas acreditavam que os valores éticos
da transparência, da justiça, da equidade e do compromisso social para com os
semelhantes deveriam nortear os rumos do cooperativismo. Foram esses valores
que deram origem aos princípios do cooperativismo e que devem estar presentes,
hoje, em toda a atividade cooperativa.
4.2 AS COOPERATIVAS E O MERCADO DE TRABALHO
A produção e o trabalho, no mundo, se desenvolvem sob uma avalanche de mudanças permanentes e constantes, que, por sua vez, compõem um sistema aparentemente irrefreável e que, de certa forma, tem consequências difíceis de serem calculadas. Neste contexto, em face da globalização, tudo se reconfigura o tempo todo, pela complexidade. Está se falando de reestruturação produtiva, estruturada pela competição globalizada, requerendo para si investimentos para mudanças tecnológicas, para a requalificação de pessoas e para mudanças institucionais. (BASTOS; LIMA apud BORGES-ANDRADE, 2006, p. 24).
O trabalho, hoje, apresenta grandes transformações em sua forma
organizativa, focando nos avanços tecnológicos e na reformulação das estruturas
que sustentam a produção e os processos sociais que surgem desse contexto.
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Para Nakano (1998, p. 9):
O sonho da empresa autogestionária, e nela a destinação do lucro, começa a se tornar realidade pelas mãos dos trabalhadores que se mostram capazes de pensar, criar e ousar. Enfrentam o desemprego por meio de ações que ultrapassam o campo da denúncia e da resistência, materializando empresas que têm como figura central o próprio trabalhador. Empresas cuja estrutura e gestão são pensadas a partir de uma preocupação com o social; sem, no entanto, deixar de lado as questões de viabilidade econômica e de inserção num mercado cada vez mais globalizado.
Assim, o trabalho passa a apresentar significativas transformações em suas
formas de organização e nas estruturas de sustentação, tanto econômicas quanto
sociais. As cooperativas despontam como alternativa de organização e articulação
dos trabalhadores, promovendo novos postos de trabalho e renda, dentro de uma
dinâmica mais justa e mais humana que promove a divisão dos ganhos e a
valorização das pessoas.
Neste contexto, o sistema cooperativista, para manter-se forte e ainda ampliar
sua participação na economia mundial, terá que vencer grandes desafios internos e
externos para ajusta-se às novas regras do mercado e do relacionamento com seus
agentes. (SANTOS, 2001).
A tendência é o crescimento do cooperativismo, pois este se apresenta como
alternativa ao atual modelo econômico alicerçado em políticas neoliberais, que
promovem a exclusão dos mais fracos do mercado e que não respeitam seus
sonhos. Assim, os pequenos produtores buscam nas cooperativas uma forma de se
manterem ocupados, no exercício da democracia e da solidariedade.
Ferreira (2000), ao apresentar um histórico recente sobre a economia
solidária no Brasil, afirma que com as crises de 1980 e 1990, nas quais o país se
desindustrializou, milhões de trabalhadores perderam seus empregos, aprofundando
as mazelas sociais e a acentuada exclusão social. Verificou-se que o fenômeno fez
ressurgir a economia solidária, principalmente, das cooperativas.
Nesse contexto,
Constata-se que o movimento cooperativo traz, em sua origem, a intenção de modificar a economia de livre mercado e alguns pensadores econômicos o consideram como complemento ao sistema econômico mencionado. Portanto, as cooperativas devem se posicionar no mercado como instituições que provocarão efeitos favoráveis na economia e procurarão amenizar os conflitos existentes entre fatores de produção, capital e trabalho. Além disso, as cooperativas acabam por diminuir os custos sociais
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que são oriundos dos monopólios reinantes na economia, disponibilizando sua estrutura a uma ampla faixa da população que, individualmente, provavelmente, não teria acesso, em situações de livre mercado. (SOARES; MOREIRA NETO; BERNARDO-ROCHA, 2005, p. 489).
4.3 A EDUCAÇÃO COOPERATIVISTA E A RESPONSABILIDADE SOCIAL E
AMBIENTAL
A necessidade de se estabelecer uma relação harmônica entre homem e
natureza impulsionou a consolidação de uma nova visão de desenvolvimento que
envolve o meio ambiente natural e os aspectos socioculturais, passando a
considerar que a qualidade de vida dos seres humanos passa a ser condição para o
progresso. (DIAS, 2006). Nesse escopo, a Comissão Mundial das Nações Unidas
para o Meio Ambiente e Desenvolvimento cunhou, em 1987, o conceito de
desenvolvimento sustentável, como aquele que responde às necessidades do
presente sem comprometer as possibilidades das gerações futuras de satisfazer
suas próprias necessidades. (BARRAL; PIMENTEL, 2006).
Embora o conceito de responsabilidade social seja relativamente novo para a
maioria das empresas, surgindo apenas na década de 80 com a introdução da
globalização, para as cooperativas, esse conceito advém dos próprios princípios e
valores do cooperativismo, que fazem parte da filosofia de atuação das cooperativas
desde o ano de 1844. A cooperativa que toma decisões envolvendo questões de
longo prazo, como por exemplo, evitar problemas ambientais, tem uma participação
social muito maior em comparação à empresa que tem um comportamento reativo,
isto é, reage depois do fato consumado, pagando multas por desastres ambientais
ou indenizações aos funcionários pelo descumprimento da legislação ambiental.
O comportamento proativo é aquele que busca prevenir e envolve ações que
buscam soluções aos problemas que afligem a sociedade, como ações voluntárias,
programas educativos, ajuda emergencial após desastres e, principalmente,
participação em campanhas educativas especiais. As cooperativas têm maior
facilidade para adequar-se às normas ambientais, visto que estas já estão implícitas
no bojo dos princípios cooperativistas.
É no papel de promotora da inclusão social e do desenvolvimento econômico e cultural de seus cooperados e dirigentes, que as cooperativas mantêm sua legitimidade, exigindo deles uma postura voltada às questões ambientais às quais todos estão expostos. A cooperativa deve adotar posicionamento consoante às mudanças e exigências ambientais, pois se
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ficar omissa a essas questões poderá perder competitividade no mercado, com sérias ameaças à sua sobrevivência. (INOCÊNCIO; SILVA, 2001).
Além de observarem essas exigências sociais e ambientais, as cooperativas
enfrentam outro grande desafio, que é colocar em prática os seus princípios e
valores, em uma sociedade onde o capitalismo é extremamente voraz e competitivo.
Nesse contexto, vale ressaltar a importância da educação cooperativa, para a
interiorização desses valores e princípios. Ressaltou Nascimento (2000) que,
[...] o cooperativismo é algo tão importante e singular que não se pode aceitar a ideia de as cooperativas serem transformadas em partidos políticos, em grêmios estudantis, em instrumentos corporativistas, em sindicatos, em consórcios, em agências de governo ou mesmo em meras casas comerciais, apenas para citar alguns exemplos do uso inadequado.
Essas são observações pertinentes e também se referem à responsabilidade
social, pois ao desviar-se de seus valores e princípios, imiscuindo-se em esferas como
as citadas acima, as cooperativas estarão se afastando de seus objetivos e
prerrogativas de sociedade de cunho alternativo iminentemente humanitário e
agregador.
Os princípios cooperativistas, como adesão livre, gestão democrática,
distribuição das sobras líquidas, taxa limitada de juros ao capital social,
estabelecimento de um fundo de assistência técnica, social e de educação para os
sócios e a sociedade, e, finalmente, cooperação entre as cooperativas, demonstram
claramente como as cooperativas estão voltadas para o lado social e para a gestão
democrática.
Koslovski (2006, p. 03) afirma que “as ações de responsabilidade social das
cooperativas não são esporádicas e nem têm por objetivo o marketing para alcançar
maior credibilidade, mas fazem parte do seu DNA”.
Sobre esse mesmo aspecto, afirma Souza (2006, p. 03),
[...] a responsabilidade social pode se traduzir em ações internas das empresas em relação a seus colaboradores, ou extrapolar seus muros, atingindo a comunidade que a cerca ou numa perspectiva mais ampla, atender a determinados segmentos da sociedade [...].
Vê-se, claramente, que a cooperativa precisa estender seus braços à
comunidade onde está inserida, participando de forma responsável e ativa da vida
desta comunidade.
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4.4 INTERFACES ENTRE COOPERATIVISMO E EDUCAÇÃO
Da educação cooperativista é exigido, teoricamente, um papel executivo de
desenvolvimento humano e social, extensivo ao seu público e a toda a coletividade,
sem a inserção de técnicas e métodos que produzam inconformidades. Além disso,
exige-se uma educação fundamentada no desenvolvimento de uma consciência
critica, a partir de práticas sociais, no intuito de promover a cooperação nos
processos produtivos. (CAMPOS, 2011).
A educação cooperativista possui papel inconfundível e insubstituível na
proposição e instrumentalização de novos sujeitos sociais. (FRANTZ, 2001). Assim,
[...] a educação e a capacitação são indispensáveis em qualquer instituição, mas nas cooperativas elas são questão de sobrevivência. Sem essas, as atividades cooperativas são desvirtuadas ou até absorvidas pelo sistema socioeconômico e pelo processo social dominante que é a concorrência e o conflito. (SCHNEIDER, 2003, p. 13).
Os membros fundadores da reconhecida Society of Equitable Pioneers
(Pioneiros de Rochdale) elegeram, por ocasião da fundação, entre os princípios
fundamentais, a “sétima regra”: “desenvolvimento da educação cooperativa dos
sócios”. (PINHO, 2003, p. 137), mantida e valorizada historicamente pela Aliança
Cooperativa Internacional (ACI), até os dias atuais:
[...] essa regra, estabelecida pela ‘Lei Primeira’ do Cooperativismo, ou Estatuto da Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale, vem sendo mantida há mais de um século e meio. Aliás, logo no início do funcionamento da Sociedade, quando os Pioneiros fizeram alguns acertos estatutários, nos anos de 1845 e 1854, para adequá-los à prática – mantiveram a regra de educação dos membros. Em seguida, esse ‘princípio’ passou as ser valorizado pela ACI (Aliança Cooperativa Internacional), desde sua fundação em Londres, em 1895, para ‘continuar a obra dos Pioneiros de Rochdale’. (PINHO, 2003, p. 137).
Assim,
Diz-se em Direito, que as cláusulas pétreas do Direito Constitucional não podem ser mudadas porque representam os pilares básicos de sustentação das garantias individuais e da própria estabilidade de uma nação. Por isso, são convertidas em ‘pedras’ e sua imutabilidade é garantida nas Constituições dos Estados Modernos. Metaforicamente, pode-se afirmar que a educação dos associados, ou a educação cooperativa, é importante ‘cláusula pétrea’ do sistema cooperativo internacional. (PINHO, 2003, p. 136).
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Mesmo com as alterações sofridas ao longo do tempo, os princípios
cooperativos, desde Rochdale, são valorizados e reconhecidos, e a educação aparece
como princípio fundamental. Porém, na prática, percebe-se que os programas de
educação cooperativista se apresentam descontínuos e assistemáticos, o que reflete
diretamente no desempenho das cooperativas. Existem, no entanto, iniciativas
educacionais cooperativistas em todos os níveis, desde a alfabetização de crianças,
jovens e adultos, até cursos de pós-graduação lato sensu.
Até por volta do ano de 1990, os cursos, principalmente os de curta duração,
dependiam de verbas públicas. Como a burocracia determinava o atraso no repasse
de verbas, o sistema cooperativo recebia, em geral, no final de cada exercício as
verbas pertinentes a atender os planos anuais, o que, consequentemente,
inviabilizava suas execuções. (PINHO, 2003).
Baioto (2008, p. 15) limita-se a analisar a missão da educação cooperativista
dentro da dimensão das inter-relações pessoais no seio das instituições
cooperativas, a fim de promover a organização do trabalho, considerando que, para
ele, a “educação cooperativa solidária visa a potencializar formas de construções
coletivas e interpessoais entre os trabalhadores, como forma possível de
organização do trabalho”. Salientando que:
Os valores e princípios cooperativos necessitam ser considerados como uma das prioridades de um empreendimento que se propõe a ser caracterizado como cooperativa. Além da efetividade econômica e do registro legal, necessita desenvolver uma gestão voltada a conciliar a efetividade da dimensão econômica e social. Sendo neste sentido o investimento em educação cooperativa, tão estratégico como o investimento em capacitação técnica. (BAIOTO, 2008, p. 46).
As cooperativas são compostas por duas dimensões concomitantes, com
demandas diversas, que os gestores precisam atender de forma a não negligenciar
nenhuma das duas: uma empresarial, de mercado, e a outra, associativa, baseada
em princípios sociais. Dentro desse contexto, Schneider (2003, p. 30) afirma que:
Todos os associados necessitam de informação, enquanto conhecimento exato e atualizado dos fatos e acontecimentos, em relação com as tarefas práticas ou as decisões a adotar ou pôr em prática. Necessitam igualmente de conhecimento técnico, que os relacione com a complexidade de funcionamento das instituições cooperativas, em especial com a engrenagem do processo democrático.
Afirma ainda Schneider (2003, p. 237) que:
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O ideal seria haver um justo equilíbrio entre os dois conceitos de legitimidade cooperativa. Por isso, várias cooperativas exigem dos candidatos a algum cargo de direção que não sejam apenas bons técnicos, bons profissionais ou bons administradores, mas também que tenham tido um período mínimo de vivência, formação e informação cooperativa, por exemplo: participando por algum tempo de forma ativa em comitês de educação ou em núcleos de base.
Na construção de um modelo diferenciado de convivência econômica e social,
devem ser evitadas soluções pré-fabricadas. Este deve ser um processo que os
agentes possam vivenciar juntos, de forma que a evolução do conhecimento seja
compartilhada pelo grupo no decorrer do processo, partindo da realidade concreta
do seu dia-a-dia, de maneira que todos participem, independentemente de serem
gestores, consumidores ou apenas associados. Faz-se necessário que esta
educação aconteça nos moldes da educação construtivista, evitando-se a
domesticação daquele que recebe os ensinamentos (a educação bancária da qual
fala Paulo Freire), permitindo-lhe condições de assimilar e internalizar concepções e
princípios através do esforço pessoal.
As cooperativas que investem na formação profissional, e transformam isso
em incentivo e motivação, geram qualidade e produtividade, propiciando um retorno
benéfico à administração e ao corpo associativo. Isso melhora sua imagem e resulta
em crescimento da competitividade, pois a educação é uma forma eficaz de
combater a desigualdade social e, consequentemente, promover uma melhor
distribuição de renda, o que colabora sobremaneira para o desenvolvimento da
cooperativa e sua inserção no mercado.
Assim, o educador deve colaborar no despertar de valores, crenças e
atitudes, os quais devem ser trabalhados, filtrados e por fim assimilados pelo próprio
educando. Para que este possa assumir esses valores e atitudes como próprios,
porque está convencido interiormente da importância que representam para a sua
pessoa e porque estão de acordo com a realidade que vive e enfrenta e não porque
outros lhe impuseram. Tal orientação deve levá-lo à certeza de que os valores
pessoais e comunitários são importantes e que poderá, através da vivência destes,
visualizar a construção da própria história, relacionando-a com a história dos outros,
que se unem e agregam através da cooperação. (SCHNEIDER, 1979).
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5 RESULTADOS
A educação nas cooperativas visa a despertar uma cultura cooperativista e por
isso requer uma pedagogia ativa, própria e permanente. A educação cooperativista tem
como missão difundir ideias, princípios, experiências e práticas e, ao mesmo tempo,
deve proporcionar uma formação técnica. Assim, pode-se afirmar que uma cooperativa
só é autêntica quando coloca em prática a educação, a capacitação e a formação de
seus participantes, utilizando a informação de maneira a atingir todos os seus
cooperados, sejam eles apenas associados ou associados dirigentes.
Em atendimento aos objetivos deste trabalho, tornou-se oportuno saber, por
um lado, quais são os principais problemas identificados na cooperativa pelos
respondentes, e, por outro, as potencialidades ou pontos fortes para, com base
nesses dados, analisar a existência, ou não, de relações entre a efetivação de
práticas de educação cooperativista e as perspectivas de futuro da cooperativa sob
a ótica dos informantes. Pelo exposto, percebe-se claramente a importância da
educação cooperativista na organização e na sobrevivência da associação
cooperativa e sua influência na gestão, de tal modo que pode determinar se a esta
terá sucesso ou estará fadada à estagnação ou mesmo ao desaparecimento.
Foram utilizados dois instrumentos para a coleta dos dados: visitas com
conversas informais a dirigentes e cooperados e aplicação de um questionário,
composto por sete módulos, com questões direcionadas ao atingimento do objetivo
geral da pesquisa. O questionário foi divido da seguinte maneira:
a) Módulo I – Perfil dos respondentes;
b) Módulo II – Informações sobre a matéria-prima utilizada pelos cooperados;
c) Módulo III – Situação do respondente na cooperativa;
d) Módulo IV – Conhecimentos sobre cooperativismo;
e) Módulo V – Conhecimentos sobre a cooperativa e sua história;
f) Módulo VI – Conhecimentos sobre o funcionamento e a gestão da
cooperativa;
g) Módulo VII – Avaliação pessoal sobre a gestão da cooperativa
Módulo I - Perfil dos respondentes
Tabela 4 - Quanto à idade
Acima de 60 anos: 33,3%
Capítulo XIV - A Educação Cooperativista e sua Influência na Gestão da Cooperativa Bageense de Artesanato: possibilidades e limitações
303
Abaixo de 60 anos: 66,7%
Fonte: Elaborada pela autora.
Tabela 5 - Quanto ao gênero
Homens 22,2%
Mulheres 77,8%
Fonte: Elaborada pela autora.
Tabela 6 - Quanto ao estado civil
Casados 77,8%
Viúvos 11,1%
Solteiros 11,1%
Fonte: Elaborada pela autora.
Tabela 7 - Quanto à escolaridade
Até a 4ª série E.F. 22,2%
De 5ª a 8ª série E. F. 33,4%
E. Médio completo 22,2%
E. Médio incompleto 11,1%
Ensino superior 11,1%
Fonte: Elaborada pela autora.
Tabela 8 - Quanto à residência
Na cidade 66,7%
Na periferia 33,3%
Fonte: Elaborada pela autora.
Tabela 9 - Tempo como sócio da cooperativa
Mais de 20 anos 44,4%
Entre 10 e 20 anos 44,4%
Menos de 10 anos 11,2%
Fonte: Elaborada pela autora.
Capítulo XIV - A Educação Cooperativista e sua Influência na Gestão da Cooperativa Bageense de Artesanato: possibilidades e limitações
304
Tabela 10 - Quanto à participação na diretoria e/ou no conselho fiscal
Diretoria e conselho fiscal 33,3%
Somente diretoria 55,5%
Somente conselho fiscal 11,2%
Fonte: Elaborada pela autora.
Nessa questão, perguntou-se o motivo da participação do associado na
diretoria e/ou no conselho fiscal.
Os respondentes 06, 07, 08 e 09 declararam que foi para colaborar com a
cooperativa, o que evidencia seu desconhecimento sobre o significado do ato
cooperativo. Percebe-se que estes associados, 44,4% do total de respondentes, não
se veem como donos da cooperativa, mas como meros colaboradores. Os demais,
55,6%, não responderam a esse questionamento.
Módulo II - Informações sobre a matéria-prima utilizada pelos cooperados
Tabela 11 - Podendo assinalar até duas alternativas
A O artesão mesmo a produz B Adquire de terceiro através de compra C Compra no comércio local D Troca matéria-prima por trabalho E A cooperativa disponibiliza a matéria-prima a seus associados F
Compra por encomenda, de outros centros comerciais (regional, estadual, nacional, internacional)
Fonte: Elaborada pela autora.
Os respondentes 02, 04, 06 e 08 (44,4%) assinalaram apenas a questão A.
Isso demonstra claramente que, apesar de residirem na cidade, ainda mantêm o
vínculo com o campo, onde criam ovelhas. Os respondentes 03 e 07 (22,2%)
assinalaram as questões A e B, verificando-se que o vínculo com o campo também
foi preservado, mesmo em menor intensidade, visto que necessitam adquirir parte
da matéria-prima de terceiros. O respondente 02 (11,1%) assinalou as questões A e
D, demonstrando que também mantém vínculo com o campo.
Esses resultados mostram que, dos nove respondentes, sete ainda
conservam algum tipo de ligação com o meio rural. Percebe-se que o artesanato
típico (principalmente o artesanato em lã de ovelhas) é uma atividade cultural, que
os mantêm ligados às suas origens.
Capítulo XIV - A Educação Cooperativista e sua Influência na Gestão da Cooperativa Bageense de Artesanato: possibilidades e limitações
305
Quanto à questão D, que se refere à troca de trabalho por matéria-prima, foi
assinalada pelos respondentes 01 e 02 (22,2%). O respondente 01 também
assinalou a questão C, que trata da compra de matéria-prima no comércio local. O
respondente 05 (11,2%) assinalou B e F, o que significa que compra toda a matéria-
prima que utiliza, no comércio local e em outros centros comerciais.
Módulo III - Situação do respondente na cooperativa
Tabela 12 - Podendo assinalar até duas alternativas
A É sócio da cooperativa e trabalha em outra atividade B É sócio da cooperativa e está desempregado C É aposentado e sócio da cooperativa D É somente sócio da cooperativa e dela depende financeiramente E É sócio e dirigente da cooperativa F É sócio e conselheiro fiscal
Fonte: Elaborada pela autora.
Os respondentes 07 e 08 (22,2%) além de serem sócios da cooperativa, e
nela colocarem seus produtos para comercialização, desempenham outra atividade.
O respondente 08 (11,1%), além de ser aposentado, possui uma pequena oficina em
sua casa, onde produz teares, rocas e outros equipamentos que são utilizados no
artesanato típico regional; seus clientes são os próprios cooperados da COOBART e
artesãos de todo o estado. O respondente 07 (11,1%) trabalha com artesanato e é
representante comercial. Três respondentes (33,4%), 01, 04, e 09, disseram ser
aposentados e sócios da cooperativa. O respondente 03 (11,1%) é sócio da
cooperativa e está desempregado. O respondente 06 (11,1%) disse ser aposentado
e sócio dirigente da cooperativa.
Módulo IV - Conhecimentos sobre cooperativismo
Tabela 13 – Conhecimentos sobre cooperativismo
1. Você conhece os princípios do cooperativismo?
Sim Não Parcialmente
2 1 6
2. Você conhece as Leis 5.764/71 e 12.690/2012?
Sim Não Parcialmente
1 3 5
3. Você saberia definir o que é uma cooperativa?
Sim Não Parcialmente
- 3 6
Capítulo XIV - A Educação Cooperativista e sua Influência na Gestão da Cooperativa Bageense de Artesanato: possibilidades e limitações
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4.
Você conhece seus direitos e deveres de cooperado?
Sim Não Parcialmente
4 - 5
Fonte: Elaborada pela autora.
Módulo V - Conhecimentos sobre a COOBART
Tabela 14 - Questões fechadas
1. Você conhece a história da sua cooperativa? Sim Não
7 2
2.
O processo de adesão (ingresso na cooperativa) ocorre de
forma livre e voluntária?
Sim Não
8 1
3. Você participa das assembleias regularmente? Sim Não
8 1
7.
Você conhece todos os membros da diretoria?
Sim Não
9 0
11. Os membros da diretoria cumprem expediente na cooperativa? Sim Não
7 2
12. Os cooperados que não integram a diretoria também cumprem
expediente na cooperativa?
Sim Não
4 5
13. A cooperativa possui empregados registrados? Sim Não
1 8
Fonte: Elaborada pela autora.
Tabela 15 - Questões abertas
4. A cooperativa pratica uma gestão democrática, com a participação dos sócios na criação de políticas e tomadas de decisões?
Sim Não
4 5
Por quê?
02: Porque não há participação dos sócios. 04: Não, pela ausência dos sócios. 05: Sim, porque é uma cooperativa. 07: Não, porque a maioria não participa das reuniões. 09: Não, pois falta conhecimento e união.
5.
A cooperativa incentiva a participação dos sócios em todas as atividades, como assembleias, reuniões de comissões, feiras etc.?
Sim Não
9 -
Por quê? 02: Sim, mas os sócios não aparecem nas reuniões. 07: Sim, pois convida por telefone, convite escrito e avisos de rádio.
Capítulo XIV - A Educação Cooperativista e sua Influência na Gestão da Cooperativa Bageense de Artesanato: possibilidades e limitações
307
6. A cooperativa proporciona atividades de educação e formação a seus cooperados?
Sim Não
1 8
Quais são esses
momentos?
02: Respondeu não e não sabe explicar quais são os momentos oportunizados. Observação: os demais não comentaram suas respostas.
8. Você acha que as pessoas que dirigem a cooperativa estão preparadas para fazê-lo?
Sim Não
2 7
Por quê?
05: Não, porque tem que haver a união de todos. 07: Não, porque não participam de cursos, não se atualizam. 08: Não, pois não conhecem nem as leis do cooperativismo. 09: Não, porque falta muita coisa, muito conhecimento.
9. Você considera que os integrantes do conselho fiscal estão preparados para as funções de fiscalização?
Sim Não
2 7
Por quê?
07: Não, por que não comparecem à cooperativa e não se reúnem. 09: Não, pois não são preparados, não sabem as suas obrigações.
10. O conselho fiscal é atuante? Sim Não
3 6
Como atua?
04: Não, porque é médio. 05: Não, porque atua parcialmente. 09: Não, porque atua muito pouco, pois não sabem o que fazer. Observação: os demais nada comentaram.
Fonte: Elaborada pela autora.
Módulo VI - Conhecimentos sobre o funcionamento da cooperativa
Tabela 16 - Questões fechadas
1. A cooperativa realiza Assembleia Ordinária todo ano, para aprovação das contas, rateio das sobras e destinação de verbas aos fundos?
Sim Não
4 5
3. Há participação econômica regular dos associados para a cooperativa (cotas-parte, mensalidades, destinação das sobras para os fundos etc.)?
Sim Não
5 4
4. A cooperativa proporciona aos cooperados atividades culturais, sociais e de lazer?
Sim Não
2 7
5. A cooperativa possui fundos para educação, fundo de reserva e outros?
Sim Não
- 9
Capítulo XIV - A Educação Cooperativista e sua Influência na Gestão da Cooperativa Bageense de Artesanato: possibilidades e limitações
308
6. Os dirigentes da cooperativa são remunerados?
Sim Não
- 9
7. A cooperativa oferece capacitação aos componentes do conselho fiscal?
Sim Não
- 9
8. O Estatuto Social é disponibilizado a todos os cooperados? Sim Não
7 2
9. A cooperativa possui Regimento Interno ou Regulamento Interno, que dispõe sobre atribuições e responsabilidades, além do Estatuto Social?
Sim Não
2 8
11.
Há comitê eleitoral instituído por ocasião da realização de eleições, para conduzir o processo?
Sim Não
3 6
12. As demonstrações contábeis e os relatórios das contas são disponibilizados a todos os cooperados?
Sim Não
3 6
Fonte: Elaborada pela autora.
Tabela 17 - Como é feita a escolha da diretoria e do conselho fiscal da cooperativa? Questão aberta
A Os dirigentes são escolhidos no momento da realização da
assembleia, sem inscrição prévia. 2
B A eleição conta com chapas concorrentes, previamente inscritas e
conhecidas dos cooperados. 3
C Ocorre sem chapas concorrentes e por aclamação. 1
D Ocorre por chapa única, inscrita previamente e conhecida dos
cooperados. 3
Fonte: Elaborada pela autora.
Tabela 18 - Quais são os canais utilizados pela cooperativa para comunicar-se com os cooperados? Marcar até 3 opções
1. Mural na cooperativa 1
2. Jornais 1
3. Internet -
4. Boletins regulares da cooperativa -
5. Telefone 7
6. Pré-assembleias 3
7. Rádio 3
8. Outros -
Fonte: Elaborada pela autora.
Capítulo XIV - A Educação Cooperativista e sua Influência na Gestão da Cooperativa Bageense de Artesanato: possibilidades e limitações
309
Módulo VII - Avaliação pessoal sobre a cooperativa
Tabela 19 - Assinale os aspectos que você considera que precisam ser melhorados na gestão da cooperativa, para que a mesma possa se manter no
mercado?
A Capacitar os dirigentes. 8
B Educar dirigentes e cooperados. 3
C Instalar-se em prédio próprio. 7
D Melhorar a gestão em geral. 1
E Atuar com mais transparência. 1
F Aumentar o capital. 3
G Nenhuma das alternativas. -
H Todas as alternativas. 4
Fonte: Elaborada pela autora.
Questões abertas.
Tabela 20 - Você avalia a COOBART como um empreendimento de sucesso?
Sim 1
Por quê? Disse não saber explicar.
Não 8
Por quê?
05: Não tem sucesso porque falta união dos sócios.
06: Porque os sócios não colocam toda a produção na cooperativa.
07: Falta mais união, mais conhecimento e mais sócios dispostos a atender na
cooperativa, pois não tem funcionário contratado.
08: Por falta de mais conhecimento.
09: Porque não progride. Está diminuindo, em vez de aumentar.
Fonte: Elaborada pela autora.
Tabela 21 - Você considera importante que a COOBART proporcione aos cooperados educação cooperativista e capacitação?
Sim 9
Por quê?
03: Quando todos entenderem o que é uma cooperativa, vão participar mais.
06: Os cooperados da COOBART não trabalham como cooperativa.
07: Porque através de uma educação cooperativa, os sócios terão mais
conhecimentos sobre o que é uma cooperativa.
09: Para ter mais união, entrar na realidade, saber o que é e como funciona uma
cooperativa.
Fonte: Elaborada pela autora.
Para você, qual o principal problema enfrentado pela COOBART?
Capítulo XIV - A Educação Cooperativista e sua Influência na Gestão da Cooperativa Bageense de Artesanato: possibilidades e limitações
310
Respondente 01: Verba para capital e acesso a crédito, alguém que possa
auxiliar, pois não temos auxílio de ninguém.
Respondente 02: Não respondeu.
Respondente 03: Falta de educação cooperativa para os sócios.
Respondente 04: A desunião dos sócios.
Respondente 05: Falta de conhecimento de cooperativismo.
Respondente 06: Falta de uma sede própria.
Respondente 07: A total falta de interesse e participação por parte dos sócios,
no tocante às assembleias, reuniões e outras atividades.
Respondente 08: Falta de cooperação dos associados.
Respondente 09: Falta de união.
Quando questionados acerca do principal problema enfrentado pela
Cooperativa Bageense de Artesanato, 34,1% dos respondentes apontaram que a
falta de união e cooperação são os principais obstáculos para o bom funcionamento
da cooperativa. Já 22,1% responderam que a insuficiente prática da educação
cooperativista e a falta de profissionalização da gestão e do quadro social foram os
principais limitantes no desenvolvimento do empreendimento. O respondente 01
(11,1%) aponta as dificuldades financeiras e de acesso a capital de giro, o que
chamou de ajuda externa, como o principal problema encontrado na cooperativa. O
respondente 06 (11,1%) diz ser a falta de uma sede própria, o que afeta o
desenvolvimento e a autonomia da cooperativa. Para o respondente 07 (11,1%),
seria a total falta de interesse e de participação dos sócios o grande entrave ao
desenvolvimento da cooperativa. O respondente 02 (11,1%) não respondeu à
questão.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Lei 5.764/71 estabelece, no artigo 28, inciso II, que as cooperativas são
obrigadas a constituir um “Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social
(FATES) destinado à prestação de assistência aos associados, seus familiares e,
quando previsto nos estatutos, aos empregados da cooperativa, constituído de 5%
(cinco por cento), pelo menos, das sobras líquidas apuradas no exercício”.
Este artigo é, sem dúvida, um dos mais importantes da lei geral das
cooperativas, pois implica a valorização do homem e desmitifica a ideia do homem-
Capítulo XIV - A Educação Cooperativista e sua Influência na Gestão da Cooperativa Bageense de Artesanato: possibilidades e limitações
311
máquina no processo produtivo, tornando-o pessoa capaz de usufruir em proveito
próprio do efetivo resultado do trabalho cooperativo. Assim, para vários
especialistas, o princípio da educação cooperativista não é somente a base do
cooperativismo, mas sua regra de ouro. Pode-se afirmar que a educação
cooperativista constitui não só requisito prévio como ainda condição permanente de
qualquer cooperativa.
A Aliança Cooperativista Internacional define que “o fomento da educação
cooperativa torna possível a observância e a aplicação dos demais princípios
cooperativistas”. A legislação cooperativista brasileira previu, sabiamente, que
muitas cooperativas, principalmente as pequenas, não poderiam sozinhas executar
tal objetivo. Assim, estabeleceu que elas pudessem fazer convênios com entidades
públicas e privadas, já existem diversas entidades que promovem cursos de
cooperativismo, como UNISINOS, Escoop Porto Alegre, Senar, Universidade
Federal de Santa Maria, entre muitas outras.
Porém, algumas circunstâncias dificultam a priorização da educação nas
cooperativas, tais como a indiferença de alguns dirigentes; a falta de perseverança e
continuidade nas atividades educativas e de capacitação; o desvio das finalidades
dos recursos previstos para a educação para outras finalidades (capital de giro etc.);
a falta de pessoas motivadas e preparadas para oferecerem, na própria cooperativa,
as atividades educativas; entre outras.
Assim, fica clara a necessidade de os dirigentes das cooperativas e seus
associados entenderem que através da observância do 5º princípio poderão adquirir
os conhecimentos gerais e as experiências que favorecem um desenvolvimento
mais adequado das entidades cooperativas, podendo então usufruir com maior
plenitude de todos os benefícios decorrentes dessa prática. Faz-se necessário o
esclarecimento de que falamos aqui em educação cooperativista, uma educação
que possibilite ao cooperado adquirir hábitos de pensar, sentir, julgar e agir
conforme os princípios cooperativistas.
7 CONCLUSÃO
No decorrer do estudo realizado na COOBART, vimos que a educação
cooperativista é de extrema importância e que, sem ela, a cooperativa não se
desenvolve plenamente. Durante as visitas e mesmo através do questionário, ficou
Capítulo XIV - A Educação Cooperativista e sua Influência na Gestão da Cooperativa Bageense de Artesanato: possibilidades e limitações
312
evidente que muitos sabem pouco sobre o movimento cooperativista e que nunca
tiveram qualquer tipo de educação cooperativista, nem mesmo para conhecimento
dos fundamentos mais elementares.
Os participantes do estudo comentaram nas conversas informais que há
pouco tempo começaram a ouvir algo sobre a importância das cooperativas e sobre
suas peculiaridades de organização. Oito deles comentaram que as primeiras
informações recebidas sobre os princípios cooperativistas foi através de uma
palestra sobre cooperativismo realizada pela Emater/RS-Ascar, em 2012, na sede
da cooperativa.
Segundo eles, em razão da escassez de recursos e por desconhecimento,
não administraram a cooperativa da maneira técnica mais adequada,
desconsiderando o planejamento e outras fases da administração, em várias
dimensões. Consequentemente, também segundo eles, não observaram
criteriosamente a educação como ferramenta ou recurso importante para o
desenvolvimento da ação cooperativa, pois desconheciam sua importância.
Em todas as conversas, os participantes demonstraram preocupação em
promover mudanças no que se refere à educação cooperativista. Frisaram
insistentemente que desejam organizar, na gestão da cooperativa, um projeto de
educação de forma continuada, capaz de atingir a todos os cooperados e gestores.
Foi possível perceber, durante a coleta de dados, que os discursos não estão muito
afinados, mas que a maioria deseja adquirir conhecimentos. As respostas obtidas no
questionário não alteraram significativamente o quadro observado durante as
entrevistas.
Ficou evidente, nas entrevistas, o interesse em obter mais conhecimentos,
tanto pelos cooperados, quanto pelos dirigentes. Também foi possível perceber a
preocupação dos gestores com as questões legais da cooperativa, que se
encontram rigorosamente em dia. Outro ponto positivo anotado refere-se à alta
qualidade do artesanato produzido e às potencialidades do grupo quanto ao
aumento da produção de peças confeccionadas, visto que dominam totalmente as
técnicas artesanais empregadas por eles.
É possível registrar a conclusão de que os cooperados iniciaram um negócio
no segmento da cooperação, sem conhecer o movimento cooperativista. Fundaram
uma cooperativa, sem saber o que era uma cooperativa, ou quais os princípios ou
fundamentos que a estruturavam. Os motivos não foram declarados abertamente,
Capítulo XIV - A Educação Cooperativista e sua Influência na Gestão da Cooperativa Bageense de Artesanato: possibilidades e limitações
313
mas insinuados como sendo a união de poucos recursos individuais dispostos de
forma coletiva, que favoreceram o empreendimento a partir do momento em que
novos membros com novos recursos se agregavam ao negócio. Logo, não fundaram
uma cooperativa com objetivos cooperativistas, com sabedoria das questões e
fatores envolvidos.
Os cooperativados salientaram, contudo, que desejam adotar, a partir de
agora, uma série de iniciativas educacionais para organizar métodos e
procedimentos, com interesses de aplicação técnica para execução das atividades
exigidas pelo mercado. Estas deverão estar voltadas para a integração dos
cooperados nas atividades da cooperativa e para o desenvolvimento de um plano de
educação cooperativista, do ponto de vista social e técnico.
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