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1 A divulgação da Responsabilidade Social em Instituições de Ensino Superior: uma Revisão Sistemática da Literatura Classificação do artigo: Revisão de literatura 1. INTRODUÇÃO Atualmente, espera-se que as organizações demonstrem transparência e responsabilidade. Consequentemente estas são pressionadas a atuar com responsabilidade social e a efetuar a sua divulgação (Dahlsrud, 2008; Duff, 2016). Essas pressões vêm, nomeadamente, dos stakeholders externos que, por um lado, procuram responsabilizar as empresas relativamente a problemas sociais e, por outro, destacar os riscos financeiros que poderão advir para as que incorram em más condutas (Porter e Kramer, 2006). A literatura sobre responsabilidade social das organizações (RSO) tem- se debruçado sobre diferentes tipos de organizações, com diferentes dimensões (Nejati et al., 2011). No entanto, a maior parte da literatura tem-se focado em empresas privadas com fins lucrativos, sendo que atualmente outros tipos de organizações estão sujeitos a pressões da sociedade para divulgarem as suas iniciativas sociais: é o caso das Instituições de Ensino Superior (IES) (Alonso- Almeida et al., 2015). Este artigo tem como objetivo determinar o estado da literatura sobre a divulgação da RSO por parte das IES, designadamente ao nível das metodologias de investigação adotadas, contributos e pistas sugeridas para investigação futura. Para tal é realizada uma revisão sistemática da literatura. Apesar do tema da responsabilidade social das organizações (RSO) ter emergido nos anos 50, nomeadamente devido à publicação do livro seminal de Howard R. Bowen intitulado “Social Responsibilities of the Businessman” (Bowen, 1953), foi a partir dos anos 60 que a RSO ganhou relevo tanto nos circuitos académicos como em termos práticos, sendo que a investigação deste

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A divulgação da Responsabilidade Social em Instituições de Ensino Superior: uma Revisão

Sistemática da Literatura

Classificação do artigo: Revisão de literatura

1. INTRODUÇÃO

Atualmente, espera-se que as organizações demonstrem transparência e responsabilidade.

Consequentemente estas são pressionadas a atuar com responsabilidade social e a efetuar a sua

divulgação (Dahlsrud, 2008; Duff, 2016). Essas pressões vêm, nomeadamente, dos stakeholders

externos que, por um lado, procuram responsabilizar as empresas relativamente a problemas sociais

e, por outro, destacar os riscos financeiros que poderão advir para as que incorram em más condutas

(Porter e Kramer, 2006). A literatura sobre responsabilidade social das organizações (RSO) tem-

se debruçado sobre diferentes tipos de organizações, com diferentes dimensões (Nejati et al., 2011).

No entanto, a maior parte da literatura tem-se focado em empresas privadas com fins lucrativos,

sendo que atualmente outros tipos de organizações estão sujeitos a pressões da sociedade para

divulgarem as suas iniciativas sociais: é o caso das Instituições de Ensino Superior (IES) (Alonso-

Almeida et al., 2015). Este artigo tem como objetivo determinar o estado da literatura sobre a

divulgação da RSO por parte das IES, designadamente ao nível das metodologias de investigação

adotadas, contributos e pistas sugeridas para investigação futura. Para tal é realizada uma revisão

sistemática da literatura.

Apesar do tema da responsabilidade social das organizações (RSO) ter emergido nos anos 50,

nomeadamente devido à publicação do livro seminal de Howard R. Bowen intitulado “Social

Responsibilities of the Businessman” (Bowen, 1953), foi a partir dos anos 60 que a RSO ganhou

relevo tanto nos circuitos académicos como em termos práticos, sendo que a investigação deste

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tema ligada à gestão é relativamente recente (Wang et al., 2016). Definir responsabilidade social

das organizações não é algo fácil. Na realidade, este conceito não significa o mesmo para todos

(Votaw, 1972) e diferentes definições têm emergido ao longo do tempo (Dahlsrud, 2008). De facto,

com base numa revisão da literatura para o período 1980-2003, Dahlsrud (2008) sugere a existência

de 37 definições, as quais serviram de base à identificação de 5 dimensões de RSO: stakeholder,

social, económica, voluntariedade e ambiental. Tendo em conta estas dimensões, importa destacar

a definição que considera a RSO como um “conceito através do qual as empresas integram

preocupações sociais e ambientais nas suas operações e nas suas interações com os seus

stakeholders, numa base voluntária” (European Commission, 2001). Esta definição engloba as 5

dimensões atrás citadas. Mais recentemente, o conceito foi alargado, considerando-se que as

empresas “devem dispor de um processo para integrar preocupações sociais, ambientais, éticas, de

direitos humanos e dos consumidores nas suas operações e estratégias nucleares, em colaboração

estreita com os seus stakeholders” (European Commission, 2011, p. 6). Sendo que a definição de

RSO é específica de cada contexto, este artigo adota a definição de responsabilidade social no

contexto de IESs, ou seja, como a “capacidade da universidade disseminar e implementar um

conjunto de princípios e valores gerais e específicos, através de quatro processos chave – gestão,

ensino, investigação e extensão universitária – respondendo, assim, às necessidades da comunidade

universitária e do país como um todo” (Rodríguez Bolívar et al., 2013, p. 554).

Por outro lado, importa destacar a importância da divulgação da RSO. Sendo que vários

instrumentos podem ser usados para efetuar essa mesma divulgação, as empresas utilizam

normalmente o relatório anual para esse efeito, nomeadamente devido ao carácter legal de

obrigatoriedade, ao facto de serem produzidos regularmente e por todas as empresas (Duff, 2016).

Consequentemente, a maioria dos estudos sobre divulgação de responsabilidade social tem-se

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focado nesses mesmos relatórios, utilizando principalmente o método de análise de conteúdos para

recolher a informação necessária para avaliar a quantidade e qualidade da divulgação (Nejati et al.,

2011; Branco e Rodrigues, 2008). Por outro lado, tem existido um aumento dos estudos que

abordam a importância da internet (e designadamente das páginas web) para a concretização dessa

divulgação (Branco e Rodrigues, 2008). O mesmo acontece no que diz respeito às IES, as quais

normalmente utilizam relatórios anuais para divulgar informação, apesar das pressões para

utilizarem relatórios de sustentabilidade e sociais (Rodríguez Bolívar et al., 2013).

As organizações possuem diferentes motivações para empreenderem e divulgarem atividades de

RSO, com destaque para as seguintes: obter o apoio dos stakeholders e obter legitimidade (Frynas

and Yamahaki, 2016; Branco e Rodrigues, 2008). Especificamente, algumas empresas consideram

que se possuírem boas relações com os seus stakeholders, tal conduzirá ao desenvolvimento de

recursos intangíveis passíveis de originar benefícios financeiros e vantagens competitivas. Por

outro lado, essas ações de RSO podem ser usadas como um instrumento de legitimidade, utilizado

para demonstrar que as empresas estão em linha com as normas e expetativas dos seus stakeholders

acerca de como as operações devem ser realizadas (Branco e Rodrigues, 2008). Um outro tipo de

motivação pode ser os valores pessoais dos gestores. Estas motivações podem ser exploradas

fazendo uso de diferentes teorias, sendo as mais comuns as que se focam na relação entre empresa

e sociedade, tais como a teoria dos stakeholders, institucional ou da legitimidade (Frynas and

Yamahaki, 2016). De facto, as teorias dos stakeholders e da legitimidade têm sido amplamente

utilizadas, principalmente de um modo combinado, em estudos sobre divulgação social e ambiental

(Frynas and Yamahaki, 2016). Para além das já descritas motivações, outros fatores influenciam a

divulgação da responsabilidade social, tais como as características da organização, os aspetos

sociais, políticos e económicos (Ali et al., 2017). Os benefícios da divulgação de responsabilidade

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social estão, numa lógica de dependência de recursos, ligados aos efeitos produzidos sobre a

reputação das organizações (Branco e Rodrigues, 2006), sendo que organizações com elevados

níveis de reputação tendem a criar capital relacional para as mesmas. Numa ótica crítica, Porter e

Kramer (2006) consideram que as respostas dadas pelas empresas às pressões externas têm

nomeadamente um foco “cosmético” com os relatórios a enfatizar os bons desempenhos.

De modo análogo, também as IES devem ter em conta as necessidades dos seus stakeholders

internos, entre os quais se incluem os estudantes e os trabalhadores, e externos (Asrar-ul-Haq et

al., 2017). A acrescer às pressões dos stakeholders, as reformas no ensino superior vieram enfatizar

a importância dada a questões como a responsabilidade, a transparência, a governação ou a gestão

financeira (Rodríguez Bolívar et al., 2013; Ntim et al., 2017). As IES estão pressionadas a procurar

fontes alternativas de rendimentos e a competir por estudantes nacionais e internacionais, sendo

que a reputação é um fator crítico para atingir esses objetivos (Othman and Othman). Nesse sentido,

aumentou a necessidade de as mesmas procederem à divulgação da responsabilidade social. Se por

um lado, a responsabilidade social é um fator inerente às IES, as quais possuem a responsabilidade

de produzir conhecimento para a sociedade, por outro lado coloca-se a questão das IES a

consideraram como um instrumento de marketing que possibilite desenvolver a reputação e a

legitimidade (Othman and Othman). De facto, constata-se que as IES divulgam as suas ações de

modo a cumprir regulamentação, para obter legitimidade e melhorar a sua imagem (Rodríguez

Bolívar et al., 2013). No entanto, importa salientar que a área da RSO nas IES ainda está na sua

infância e a literatura sobre divulgação de responsabilidade social neste tipo de organizações é

escassa (Alonso-Almeida et al., 2015; Mion et al., 2019; Othman and Othman, 2014), algo que é

intrigante dada a importância que estas organizações têm para o desenvolvimento sustentável da

sociedade através da disseminação de conhecimento.

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Assim, tendo em conta o objetivo proposto (efetuar uma revisão da literatura), foram formuladas

as seguintes questões de investigação:

Questão de investigação 1: Quais são as principais metodologias de investigação adotadas pela

literatura em divulgação de responsabilidade social em IES?

Questão de investigação 2: Quais são os principais contributos da literatura em divulgação de

responsabilidade social em IES?

Questão de investigação 3: Quais são as principais pistas para investigação futura sugeridas na

literatura em divulgação de responsabilidade social em IES?

O artigo procede com o método adotado para realizar a revisão sistemática da literatura.

Seguidamente, na secção 3, os principais resultados são apresentados e discutidos. Finalmente na

secção 4 são tecidas algumas considerações finais e sugeridas pistas para investigação futura.

2. MÉTODO

Este artigo adotou, de modo parcial, o método PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic

Reviews and Meta-Analyses), desenvolvido de modo a providenciar, de forma transparente, linhas

de orientação para a realização de revisões sistemáticas de literatura e meta-análises (Liberati et

al., 2009). As revisões sistemáticas de literatura estão a tornar-se cada vez mais populares na área

da gestão, existindo vários exemplos de estudos deste tipo aplicados à investigação em RSO (e.g.

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Dienes et al., 2016). Revisões sistemáticas da literatura podem ser caracterizadas como um tipo de

análise de conteúdo que podem ter em conta tanto assuntos qualitativos como quantitativos.

Adicionalmente, podem permitir a identificação de potenciais lacunas na literatura, bem como

potenciais pistas para investigação futura (Dienes et al., 2016).

De acordo com Grant e Booth (2009), as revisões sistemáticas de literatura podem ser realizadas

ao longo de várias fases: primeiro, são escolhidas as revistas científicas bem como os artigos que

versam sobre determinado tema. Seguidamente, são definidas palavras-chave que irão permitir

determinar quais os artigos considerados relevantes. Por fim, os artigos selecionados para amostra

final são codificados e analisados.

Este estudo seguiu as fases descritas por Grant e Booth (2009), sendo que em vez de se escolher

revistas científicas como fontes de informação, optou-se por utilizar duas bases de dados

consideradas, no domínio da gestão, como as mais relevantes: ISI Web of Knowledge e Scopus.

Seguidamente, utilizou-se uma combinação de palavras chave para recolher a literatura relevante

sobre a divulgação da responsabilidade social em IES. As palavras chave definidas foram as

seguintes: ‘social responsib*’, ‘report*’, ‘disclos*’, ’CSR’, ‘higher education’ e ‘universit*’. Por

outro lado, através da aplicação de filtros nas bases de dados, apenas se teve em conta literatura

ligadas às seguintes áreas de investigação: management and business; economics; accounting;

finance; education; ethics; environmental; social sciences; decisions sciences. De notar que a

recolha foi efetuada apenas na língua inglesa e que não existiu qualquer restrição em termos

temporais. Assim, foi considerada toda a literatura constante nas duas bases de dados até à data de

15 de março de 2019 (data da recolha). Assim, e de acordo com a Figura 1 (ver abaixo), a qual

retrata os fluxos de informação ao longo das diferentes fases a considerar numa revisão sistemática

da literatura, foram identificados 802 documentos (406 na ISI web of knowldge e 396 na Scopus),

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sendo que após se retirar os documentos duplicados a amostra passou para 701 documentos.

Seguidamente, passou-se à fase da triagem, na qual, primeiramente, se teve em consideração o

título do documento, o resumo e as palavras-chave. Assim, por um lado não foram tidos em

consideração os documentos que não correspondiam ao tema concreto do presente estudo. Por

outro lado, foram retiradas as atas de conferência (185 atas). Consequentemente, os documentos

elegíveis para análise ficaram reduzidos a 26, sendo que não nos foi possível aceder a um deles

(um livro). Assim, o número final de documentos a analisar (todos eles artigos científicos),

incluídos na síntese qualitativa, foi de 25, o que demonstra a escassez de literatura sobre divulgação

de responsabilidade social focada num contexto específico, ou seja, IES.

Após se ter determinado quais os artigos a analisar, procedeu-se à respetiva categorização. Para tal,

e a partir das diferentes questões de investigação, procedeu-se à criação de uma folha de cálculo

que incluiu as seguintes categorias: ano; autores, título do artigo; resumo; palavras-chave;

metodologia de investigação adotada; principais contributos; pistas para investigação futura. Esta

última categoria foi criada com o objetivo de determinar a existência de uma potencial relação entre

os artigos analisados. Finalmente procedeu-se a uma análise de conteúdos dos 25 artigos, com um

foco nas categorias previamente definidas.

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a recolha inicial, 701 documentos passaram por uma fase de triagem. Destes, 26 foram

considerados apropriados para análise, sendo que não foi possível ter acesso a um livro. Como tal,

25 artigos foram analisados. Seguindo o método PRISMA, esquematizou-se o processo da seguinte

forma (ver Figura 1):

3.1 METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO

Nesta secção, debruçamo-nos sobre as diferentes metodologias adotadas nos artigos que compõem

a nossa amostra. Embora tenham existido diferentes abordagens, a que foi utilizada com maior

Registos identificados através

de pesquisa em bases de dados

n = 802

Registos adicionais identificados

através de outras fontes

n = 0

Registos após remoção de duplicados

n = 701

Registos selecionados

n = 701

Registos excluídos

n = 185

Documentos avaliados

para elegibilidade

n = 26

Documentos excluídos

(sem acesso)

n = 1

Estudos incluídos na

síntese qualitativa

n = 25

n =

Iden

tifi

caçã

o

Tri

ag

em

Ele

gib

ilid

ad

e In

clu

ídos

Figura 1 - Adaptado de "Prisma Flowchart " (Liberati et al., 2009)

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frequência foi a metodologia qualitativa. De facto, apenas Bisogno et al. (2014) e Ntim et al. (2017)

utilizaram metodologias puramente quantitativas. Importa destacar que o estudo de caso (Yin,

2009) foi o método mais utilizado, existindo evidências tanto de estudos de caso múltiplos (ver

Jimenez et al., 2016); Nejati et al., 2011) e casos únicos (ver Yeung, 2015; Huerta-Riveros e Gaete-

Feres, 2017). Os resultados revelaram, ainda, que no âmbito em análise, apenas um artigo se focou

exclusivamente na realização de uma revisão de literatura (ver Lange e Kerr, 2013). A técnica mais

recorrente foi a análise de conteúdo, a qual foi utilizada em todos os estudos qualitativos (e.g.

Garde Sánchez, et al.,2013; Sassen e Azizi, 2018; Mio et al., 2019). No que respeita às técnicas de

análise utilizadas nos estudos quantitativos, destacam-se algumas análises estatísticas simples

(média, modas, medianas), análises inferenciais e regressões. Um dos estudos metodologicamente

mais complexos é o de Lopéz e Martin (2018), o qual fez uso de uma amostra de 347 universidades.

Neste estudo foi realizada uma regressão ordinal. No entanto neste mesmo estudo também foi

efetuada uma análise qualitativa, o que permitiu reforçar a validade dos resultados obtidos. Em

termos de recolha de dados, importa salientar o estudo de Aldonel et al. (2018). Este estudo focou-

se em 142 escolas de negócios de 20 países diferentes, pertencentes à região MENA (Médio Oriente

e Norte da África), sendo realizada uma análise da informação divulgação em websites. Tal está

em linha Branco e Rodrigues (2008), que sugerem uma tendência para um incremento de estudos

focados na divulgação através de páginas de internet.

A Tabela 1 apresenta a metodologia, bem como métodos e técnicas utilizadas nos 25 artigos

analisados.

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Ano Autor Metodologia Análise dos Dados

2001 Coy, Fischer and Gordon Qualitativa Análise de conteúdos dos relatórios

anuais de 100 escolas secundárias e

universidades dos EUA

2011 Nejati, Shafaei, Salamzadeh and

Daraei

Qualitativa Análise de conteúdos dos websites de

10 universidades do ranking do Times

Higher Education

2013 Garde Sánchez, Rodríguez Bolívar and

López-Hernández

Qualitativa Análise de conteúdos

2013 Lange and Kerr Qualitativa Revisão de literatura

2013 Rodríguez Bolívar, Sanchez and

Hernandez

Qualitativa Análise de conteúdos das informações

dos sítios da internet das universidades

que mais esforços de divulgação fazem

da RSC, de acordo com os resultados

obtidos dos principais motores de

busca.

2014 Othman and Othman Qualitativa Análise de conteúdos dos relatórios

divulgados durante uma década de 2

universidades, uma pública e outra

privada.

2014 Wigmore-Álvarez and Ruiz-Lozano Qualitativa Análise de conteúdos dos documentos

de 14 universidades espanholas

2014 Lopatta and Jaeschke Qualitativa Análise de conteúdos dos relatórios de

sustentabilidade de 6 universidades, 4

alemãs e 2 austríacas.

2014 Bisogno, Citro and Tommasetti Quantitativa Amostra de 55 universidades, em que

foi construído um índice para aferir o

nível de divulgação.

2015 Yeung Qualitativa - Estudo de caso

único

Análise de conteúdo

2015 Alonso-Almeida, Marimon, Casani

and Rodriguez-Pomeda

Qualitativa e Quantitativa -

Estudo de 2 casos sobre a

divulgação mundial dos

relatórios de

sustentabilidade.

Análise de conteúdos aos relatórios

GRI. De seguida foi aplicada a

regressão logística.

2016 Jimenez, Martinez and Lopez Qualitativa - Estudo de 5

casos de universidades

espanholas.

Análise de conteúdos aos Relatórios

GRI.

2016 Deus, Battistelle and Silva

Qualitativa Análise de conteúdos da missão de 30

universidades brasileiras.

2017 Ntim, Soobaroyen and Broad Quantitativa Mensuração da divulgação voluntária

de 130 Instituições de Ensino Superior.

2017 Huerta-Riveros and Gaete-Feres Qualitativa – Estude de

caso único

Análise de conteúdo.

2018 Ferrero-Ferrero, Fernandez-Izquierdo,

Munoz-Torres and Belles-Colomer

Qualitativa e Quantitativa

Estudo de caso múltiplo

Análise de conteúdos e elaboração de

um inquérito onde foi aplicada

estatística inferencial para o seu

tratamento.

2018 Lopéz and Martin Qualitativa e Quantitativa Amostra dos relatórios verdes de 347

universidades. Esta análise possibilitou

a utilização de uma regressão ordinal.

2018 Sassen and Azizi Qualitativa Análise dos relatórios de

sustentabilidade de 23 universidades

dos EUA.

2018 Sepasi, Rahdari and Rexhepi Qualitativa Análise dos relatórios de

sustentabilidade de 25 universidades

dos Canadianas.

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2018 Zorio-Grima, Ana; Sierra-Garcia,

Laura; Garcia-Benau, Maria A.

Qualitativa Análise dos relatórios de

sustentabilidade de 49 universidades

públicas Espanholas.

2018 Alnodel, Elobaid, Elawady and

Alhdaif

Qualitativa e Quantitativa Análise da divulgação dos websites de

142 escolas de negócios de 20 países

diferentes, pertencentes à região MENA

(Médio Oriente e Norte da África).

2018 Corraza Qualitativa – Estudo de

caso único

Análise de conteúdo.

2019 Mion, Broglia and Bonfanti Qualitativa e Quantitativa Análise de conteúdos aos códigos de

ética de 64 universidades italianas, que

serviu de base para a aplicação de testes

paramétricos e não paramétricos.

2019 Miotto, López and Rodríguez Qualitativa e Quantitativa Análise de conteúdos às 50 escolas

superiores de negócios do “Financial

Times Global MBA Ranking 2016”.

2019 Sepasi, Braendle and Rahdari Qualitativa – Estudo de

caso único

Análise de conteúdo

Tabela 1- Metodologia e técnica de recolha de dados utilizadas nos 25 artigos

3.2 PRINCIPAIS CONTRIBUTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS

No que respeita aos contributos teóricos, salientamos desde logo a ausência de menção dos mesmos

em 14 dos artigos analisados, ou seja 56% do total da amostra. Além da citada constatação, oferece-

nos dizer que dois tipos de contributos teóricos se destacaram: um primeiro, que diz respeito a

aumentar a consciencialização académica relativamente à necessidade de um novo paradigma ou

novas correntes teóricas que dinamizem a profissão de contabilista, para dar resposta às novas

necessidades das instituições, e em particular das IES (ver Coy et al., 2013; Lange e Kerr, 2013).

Um segundo, no qual um conjunto de autores advoga que os seus contributos teóricos se prendem

com o aprofundamento da literatura relacionada com a divulgação da informação nas IES (ver

Lopatta e Jaeschke, 2014; Bisogno et al. (2014); Aldonel et al. (2018).

Relativamente aos contributos práticos, podemos agrupá-los em cinco grandes temáticas

abordadas. Uma das temáticas mais salientada é a relação com as partes interessadas

(stakeholders), no sentido em que esta tem de ser melhorada e nunca deve ser descurada (ver

Wigmore-Álvarez e Ruiz-Lozano, 2014; Bisognoet al., 2014; Ferrero-Ferrero et al., 2018). A

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segunda grande temática diz respeito às divulgações e à necessidade de introdução de alterações

nos relatórios, sejam eles de sustentabilidade, responsabilidade social ou outros equivalentes (ver

Lange e Kerr, 2013; Alonso-Almeida et al., 2015; Huerta-Riveros e Gaete-Feres,2017; Sepasi et

al., 2019). A terceira temática está ligada à medição do desempenho social das instituições.

Relativamente a este ponto destacamos os estudos de Jimenez et al. (2016) e Aldonel et al. (2018).

A quarta temática foca-se nas ferramentas de avaliação, as quais, segundo Sepasi et al. (2018),

estão ainda numa fase embrionária. Potencialmente como resposta a este contributo, surgiu o

estudo de Zorio-Grima et al. (2018) que propõe uma nova metodologia para avaliar a experiência

das instituições no campo da RS. Por último, é destacado o papel das missões das organizações e

da sua clarificação no que concerne às questões de RS (ver Deus et al., 2016).

Na Tabela 2, pode-se observar em detalhe os contributos dos diversos autores.

Ano Autor Contributos teóricos Contributos práticos

2001 Coy, Fischer and Gordon Os autores afirmam que contribuíram

para um novo paradigma de

responsabilidade pública que expande

os quadros conceptuais existentes de

utilidade de decisão para incluir

conceitos como justiça, acessibilidade e

distribuição.

O paradigma da prestação de contas

públicas para relatórios externos,

apresentado neste artigo, ajudaria as

entidades governamentais e sem fins

lucrativos, como faculdades e

universidades, a comunicarem com

sucesso com seus os stakeholders.

2011 Nejati, Shafaei,

Salamzadeh and Daraei

Não aplicável. Tendo em consideração as diferenças

culturais e sociais dos países, não é

correto simplesmente imitar os planos e

políticas de RS das universidades líderes

a nível mundial. No entanto, é sempre útil

que as outras universidades,

especialmente as dos países em

desenvolvimento, tenham algumas das

melhores práticas como referência e

adaptem e personalizem essas práticas no

seu contexto operacional e social. Assim,

as universidades dos países em

desenvolvimento podem utilizar como

referência as universidades líderes, não

apenas nas áreas académicas, mas

também em questões de RS e de

desenvolvimento sustentável.

2013 Garde Sánchez,

Rodríguez Bolívar and

López-Hernández

Não aplicável. Embora as universidades possam

aproveitar as oportunidades oferecidas

pelas tecnologias de informação para

melhorar a participação e a interação com

as partes interessadas, é claro que, no

momento, as universidades têm pouca

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consciência da importância dessa questão,

pelo menos em termos de RS.

2013 Lange and Kerr Este artigo analisa pela vertente

sociológica os pressupostos da

profissão de contabilista e sugere uma

reconceptualização das práticas

contabilísticas nas IES. Através da

teoria social crítica a transformação de

conceitos permite a promoção da

adoção de uma estrutura de tomada de

decisão sustentável no Ensino Superior.

Os autores recomendam cinco alterações

que poderiam ser realizadas nos relatórios

contabilísticos existentes para as IES.

Também propõe a adoção de relatórios

narrativos e de um modelo lógico de

relatórios de sustentabilidade

proporcionando um processo de transição

para a mudança.

2013 Rodríguez Bolívar,

Sanchez and Hernandez

Não aplicável. Os resultados deste estudo podem levar a

um profundo debate se considerarmos

que a RS é atualmente discutida nas

administrações públicas e, mais

especificamente, no caso das

universidades.

2014 Othman and Othman A investigação concluiu que, a fim de

incentivar uma elevada participação dos

estudantes em atividades de

responsabilidade social, estes devem

estar bem informados e expostos aos

benefícios das iniciativas de

responsabilidade social.

Não aplicável.

2014 Wigmore-Álvarez and

Ruiz-Lozano

Não aplicável. A falta de integração entre as metas, as

ações e as medidas corretivas, não ajuda

os stakeholders a ter uma ideia concreta

do que está sendo realizado pelas

instituições, porque isso não é

interpretado através da leitura dos

relatórios.

2014 Lopatta and Jaeschke Este artigo contribuiu para um

aprofundamento da literatura atual na

definição de uma estrutura universal de

relatórios de sustentabilidade baseados

no Global Reporting Initiative (GRI),

em dois países pioneiros da

responsabilidade social - a Alemanha e

a Áustria.

Os resultados são relevantes para a gestão

das universidades, ao sugerir melhorias

na análise dos dados de desempenho,

nomeadamente através do aprimorar da

quantidade e da qualidade das

informações de sustentabilidade.

2014 Bisogno, Citro and

Tommasetti

Este artigo contribuiu com uma revisão

de literatura mais abrangente sobre

divulgação, utilizando como base os

websites das universidades públicas,

contrariamente ao que estudos

anteriores fizeram, em que o foco foram

as universidades privadas.

As universidades devem prestar atenção à

responsabilidade ascendente, descendente

e externa, no que se refere, em concreto

ao nível político, aos estudantes e ao

público em geral.

2015 Yeung Não aplicável. Espera-se que as metas fixadas para o

desenvolvimento sustentável possam

ajudar a medir o desempenho a partir de

diferentes perspetivas de melhoria

organizacional e de desenvolvimento de

parcerias com as comunidades.

2015 Alonso-Almeida,

Marimon, Casani and

Rodriguez-Pomeda

Não aplicável. Este estudo contribui para três

conclusões. Primeiro, aumenta a

compreensão da difusão da RS nas

universidades. Em segundo lugar, esta

investigação fornece uma análise

descritiva exploratória da difusão dos

padrões dos relatórios GRI em todo o

mundo, analisando os dados sobre

universidades ao nível macro e micro. Por

fim, identifica as tendências futuras na

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14

divulgação dos padrões de relatórios GRI

nas universidades.

2016 Jimenez, Martinez and

Lopez

Não aplicável. O resultado deste estudo foi o

desenvolvimento de ferramenta útil que

pode ajudar as universidades públicas de

Espanha a superar as dificuldades

resultantes da falta de indicadores de

desempenho para desenvolver estratégias

sociais universitárias. A proposta de

indicadores facilita a elaboração de

relatórios de responsabilidade social

ajustados à nova realidade das "Diretrizes

de Sustentabilidade GRI G4".

2016

Deus, Battistelle and

Silva

Os autores advogam que os resultados

promovem a discussão sobre o

verdadeiro papel das universidades na

sociedade e criam uma oportunidade

para discutir e rever as declarações de

missão das universidades.

Os gestores do ensino superior devem

rever as declarações de missão das

universidades em termos de visão geral

de sustentabilidade e melhorá-las.

2017 Ntim, Soobaroyen and

Broad

Não aplicável. Os autores concluem que a interação

entre as características da equipa

executiva e as variáveis de governação

aumenta o nível de divulgações

voluntárias, fornecendo suporte para a

relevância continuada de uma liderança

“partilhada” no setor das IES por forma a

aumentar a responsabilidade e a

transparência nestas instituições.

2017 Huerta-Riveros and

Gaete-Feres

Não aplicável. Concluiu-se que a aplicação da

metodologia GRI permite contabilizar as

atividades de RS de uma IES.

2018 Ferrero-Ferrero,

Fernandez-Izquierdo,

Munoz-Torres and Belles-

Colomer

Este artigo contribuiu para o

melhoramento do conhecimento do

envolvimento dos stakeholders nas IES.

Além do mencionado foi possível

identificar os impactos relevantes do

compromisso dos mesmos, melhorando

a qualidade dos relatórios e

incentivando a um melhor diálogo.

Em primeiro lugar, os resultados sugerem

que as IES usam diversos critérios para

agrupar os stakeholders e que o

envolvimento destes é um processo

heterogéneo. Em segundo lugar, as

expectativas dos stakeholders internos

alinham-se com os aspetos materiais da

RS. Por último, entre os stakeholders

internos, estudantes e académicos

discordam sobre a priorização de alguns

aspetos de sustentabilidade.

2018 Lopéz and Martin Este estudo contribuiu para o reforço da

literatura, através da análise das

missões das universidades em particular

para as relacionadas com a

sustentabilidade.

Os resultados indicam que as instituições

privadas e não religiosas são mais

propensas a incluir aspetos ligados ao

desenvolvimento sustentável nas suas

declarações de missão, do que as

instituições públicas e religiosas.

2018 Sassen and Azizi Não aplicável. Os resultados mostram um foco claro na

dimensão ambiental e um baixo nível de

informação económica.

2018 Sepasi, Rahdari and

Rexhepi

Não aplicável. Este estudo concluiu que as ferramentas

de avaliação não conseguiram reconhecer

os relatórios como parte integrante da

sustentabilidade nas universidades, e o

relato nestas instituições está numa fase

embrionária.

2018 Zorio-Grima, Ana; Sierra-

Garcia, Laura; Garcia-

Benau, Maria A.

Este artigo contribuiu para a literatura

usando uma nova abordagem

Os autores desenvolveram uma nova

abordagem metodológica apropriada para

a investigação no âmbito do

Page 15: A divulgação da Responsabilidade Social em Instituições de ... · de responsabilidade social focada num contexto específico, ou seja, IES. Após se ter determinado quais os artigos

15

metodológica, capaz de identificar os

fatores que levam à experiência de RS.

desenvolvimento sustentável das IES,

uma vez que a pesquisa empírica tende a

se concentrar num número muito limitado

de universidades. Tal invalida análises

mais tradicionais, normalmente exigindo

amostras maiores. Os três tipos de fatores

identificados (perfil de inovação, fatores

políticos e internos) são relevantes para a

experiência no âmbito da

responsabilidade social.

2018 Alnodel, Elobaid,

Elawady and Alhdaif

Este estudo pode fazer uma

contribuição significativa à literatura,

uma vez que abrangeu todas as áreas

geográficas da região MENA,

considerando ainda o impacto de uma

série de fatores na utilização dos

websites pelas escolas de negócios da

região.

Os resultados mostram uma tendência

para enfatizar as responsabilidades sociais

das escolas de negócios nos seus

websites. Apesar desta tendência ainda

está abaixo das expectativas. Além disso,

o estudo demonstra que alguns fatores são

de grande importância para determinar a

extensão da utilização do website pelas

escolas de negócios como via de

comunicação com a sociedade,

especificamente o nível de retorno, a taxa

de utilização da internet. Assim os

reguladores e a sociedade poderiam

beneficiar deste estudo no

desenvolvimento de políticas e

procedimentos para melhorar o seu

envolvimento com a comunidade.

2018 Corraza Não aplicável. Os autores defendem que os gestores das

IES podem considerar que um processo

de relato social afeta o comportamento

organizacional, as atitudes e os valores

pessoais da equipa, onde o compromisso

são fundamentais para apresentar uma

gestão transparente, confiável e

comunicativa. Este estudo fornece

informações úteis para os desafios das

IES e implicações de gestão que podem

acontecer durante o processo.

2019 Mion, Broglia and

Bonfanti

Existe uma ligação entre os códigos de

ética e os princípios de

desenvolvimento sustentável. Outro

contributo prende-se com a abordagem

negativa aos códigos de ética que optam

por mencionar o que não se deve fazer.

Estes documentos são usados como

veículos para evitar impactos negativos

ao nível do desenvolvimento

sustentável.

Este estudo ressalva que cada

organização pode contribuir para o

desenvolvimento sustentável de

diferentes maneiras como por exemplo:

realização de programas educacionais,

virados para a sustentabilidade, promoção

da igualdade no acesso aos estudos e

posições académicas, entre outros.

2019 Miotto, López and

Rodríguez

Os resultados mostram que existem

diferenças no uso da igualdade de

género como tema principal no discurso

da sustentabilidade e da RS das

diferentes escolas de negócios. As

escolas de negócios europeias são as

mais focadas neste tópico, seguidas

pelas asiáticas. Já as escolas dos

Estados Unidos não consideram a

igualdade de género uma questão

importante a ser mencionada na sua

estratégia de comunicação, pelo menos

no nível tocante à RS.

Não aplicável.

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16

2019 Sepasi, Braendle and

Rahdari

Os resultados do estudo demonstram

que, apesar das preocupações

crescentes sobre questões de

sustentabilidade; as IES têm sido lentas

em adotar práticas de relatórios de

sustentabilidade, incluindo a publicação

de relatórios consistentes e periódicos,

o recebimento de garantias de terceiros

e a integração de relatórios de

sustentabilidade nos sistemas de gestão

de sustentabilidade das universidades.

Não aplicável.

Tabela 2 – Contributos Teóricos e Práticos utilizadas nos 25 artigos

3.3 PISTAS PARA INVESTIGAÇÕES FUTURAS

Uma das mais importantes secções num artigo científico é o da sugestão de investigações futuras,

pois a partir destas ideias é possível abrir algumas portas para o desenvolvimento de mais

conhecimento científico e desse modo contribuir para o aumento de mais esclarecimentos e

inovação. Após a análise das secções destinadas para a proposta de investigações futuras, foi

possível constatar que 7 artigos não referem, explicitamente, qualquer proposta de investigação

futura. Assim, de entre as propostas de investigação futura evidenciadas nos artigos analisados,

destacam-se as seguintes: estudar um maior número de instituições de diferentes países (ver

Bisogno et al., 2014); investigar as diferenças entre o setor público e privado (ver Othman e

Othman, 2014; Zorio-Grima et al., 2018); utilizar os indicadores GRI como referência (ver Alonso-

Almeida et al., 2015; Deus et al., 2016; Sepasi et al., 2019). A Tabela 3 resume as várias indicações

para futuras investigações apresentadas nos artigos analisados.

Ano Autor Futuras Investigações

2001 Coy, Fischer and Gordon Não indicadas.

2011 Nejati, Shafaei, Salamzadeh and

Daraei

Os estudos futuros podem analisar a lealdade das partes

interessadas para com as universidades tendo em conta as práticas

responsáveis. Uma segunda proposta seria relacionar as práticas

socialmente responsáveis com a imagem e desempenho financeiro

das universidades.

2013 Garde Sánchez, Rodríguez Bolívar and

López-Hernández

Uma linha de interesse para estudos futuros seria examinar de

forma mais detalhada os fatores centrais subjacentes à divulgação

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17

on-line de informações sobre RS, bem como quantitativamente, e

analisar os modelos ou processos necessários para gerir e canalizar

adequadamente as informações sobre a RS para as partes

interessadas. Essa questão pode ser decisiva tanto na escolha da

universidade pelos estudantes bem como no aumento do prestígio

dessas instituições.

2013 Lange and Kerr Não indicadas.

2013 Rodríguez Bolívar, Sanchez and

Hernandez

Os autores sugerem que se verifique se a palavra sustentabilidade

se espalha no seio das universidades e para isso que se façam

estudos nesse sentido.

2014 Othman and Othman Os estudos futuros poderiam olhar para o desenvolvimento de

instituições num contexto similar - público ou privado - e incluir

amostras maiores para serem estudadas. Uma lacuna existente é

que o que as partes interessadas nem sempre é o que as

universidades relatam. Assim, esta também poderia ser uma via

interessante para investigar.

2014 Wigmore-Álvarez and Ruiz-Lozano Não indicadas.

2014 Lopatta and Jaeschke Não indicadas.

2014 Bisogno, Citro and Tommasetti Os autores sugerem comparar universidades públicas com privadas

e com universidades de outros países, diferentes de Itália. Analisar

a quantidade e qualidade da informação é outra sugestão, através

de uma análise mais detalhada dos documentos.

2015 Yeung Não indicadas.

2015 Alonso-Almeida, Marimon, Casani

and Rodriguez-Pomeda

As investigações futuras devem incluir um maior número de casos.

Em segundo lugar, a qualidade dos dados na base de dados do GRI

é limitada. Em particular, considerando que os relatórios são

fornecidos diretamente pelas universidades sem um controlo

homogéneo do GRI, alguns relatórios universitários podem ter

baixa confiabilidade.

2016 Jimenez, Martinez and Lopez Não indicadas.

2016

Deus, Battistelle and Silva

Devem ser analisados e correlacionados os relatórios e

classificações sustentáveis, por exemplo, usando indicadores GRI

para classificar os relatórios (embora poucas universidades

declarem seguir esses indicadores).

2017 Ntim, Soobaroyen and Broad As investigações futuras podem aferir até que ponto a governação

partilhada pode servir para resolver problemas de desempenho,

confiança e reputação da instituição. Os estudos longitudinais

também seriam úteis, pois caso se replique em vários países a

generalização pode tornar-se possível.

2017 Huerta-Riveros and Gaete-Feres Os autores sugerem fazerem-se investigações comparativas ao

nível temporal entre as instituições.

2018 Ferrero-Ferrero, Fernandez-Izquierdo,

Munoz-Torres and Belles-Colomer

Os estudos futuros devem abordar possíveis interligações entre a

categoria ambiental e económica.

2018 Lopéz and Martin As futuras investigações poderiam incluir novas variáveis como

por exemplo o desempenho no ranking de sustentabilidade, o

prestígio institucional e a saúde financeira da instituição.

2018 Sassen and Azizi No futuro, a estandardização dos relatórios de

sustentabilidade seria desejável. Um benefício importante

desta prática seria a criação de relatórios de sustentabilidade

comparáveis e facilitadores da sua interpretação. Espera-se

que essa estandardização leve a economia de custos, tempo

e mão de obra, bem como uma melhor alocação de recursos.

Um sistema unificado de relatórios também elevaria as

expectativas dos stakeholders, já que as informações

divulgadas naturalmente seriam de interesse para eles. Além

disso, um conjunto de indicadores para a dimensão

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18

universitária deve ser desenvolvido e melhor adaptado às

necessidades destas instituições.

2018 Sepasi, Rahdari and Rexhepi Nas investigações futuras pode usar-se uma abordagem de análise

cruzada para avaliar relatórios de sustentabilidade em IES

comparando a relação entre relatórios de sustentabilidade e os

conceitos-chave, como por exemplo a garantia de terceiros, o

desempenho de sustentabilidade, o desempenho económico, a

imagem da universidade, a perceção pública do desempenho de

sustentabilidade e das iniciativas promovidas.

2018 Zorio-Grima, Ana; Sierra-Garcia,

Laura; Garcia-Benau, Maria A.

Os novos estudos poderiam ampliar a amostra com universidades

privadas e analisar a dicotomia público/privado, bem como a

interferência do país no que respeita às estratégias de RS.

2018 Alnodel, Elobaid, Elawady and

Alhdaif

Não indicadas.

2018 Corraza Os futuros estudos devem abordar a generalização das soluções

para as universidades públicas, históricas e de prestígio para tirar

conclusões sobre os impactos das IES sobre a sociedade, o

reconhecimento geral das práticas de relato pelas partes

interessadas das IES e, mais importante uma análise de

correspondência entre os principais recursos das IES e das

ferramentas de relatórios existentes.

2019 Mion, Broglia and Bonfanti As investigações futuras poderiam explorar o compromisso das

universidades com o desenvolvimento sustentável nos documentos

institucionais, tais como: estatutos universitários, documentos

estratégicos, que são dinâmicos ao longo do tempo, a fim de

comparar esses documentos com o desenvolvimento sustentável

com os códigos de ética. Numa segunda etapa poderia comparar-se

com outras universidades e com outros países.

2019 Miotto, López and Rodríguez Os futuros estudos podem passar por repetir a investigação de

cinco em cinco anos e ouvir a opinião de outros especialistas.

2019 Sepasi, Braendle and Rahdari Os estudos futuros podem concentrar-se na avaliação de todo o

processo de relato de sustentabilidade nas IES. Além disso, podem

também examinar os elementos de qualidade dos relatórios de

sustentabilidade das diferentes IES e estudar a razão de existirem

fragilidades em certas categorias nos relatórios de sustentabilidade

e de desempenho, especialmente na educação. Finalmente, os

investigadores podem alargar o espectro nos relatórios de

sustentabilidade desenvolvendo uma estrutura de relatórios de

sustentabilidade apropriada para as IES, mais apropriada do que os

indicadores GRI.

Tabela 3 – Pistas para futuras investigações

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A responsabilidade social trata-se de uma temática cuja investigação tem conhecido uma maior

evolução nas últimas duas décadas, com destaque para organizações pertencentes ao setor privado

e, maioritariamente, com fins lucrativos. Uma corrente mais recente de investigações tem utilizado

como unidade de análise as IES. Este tipo de entidade possui particularidades específicas,

Page 19: A divulgação da Responsabilidade Social em Instituições de ... · de responsabilidade social focada num contexto específico, ou seja, IES. Após se ter determinado quais os artigos

19

nomeadamente o facto de gerarem e difundirem conhecimento e, assim, exercerem um especial

impacto na sociedade como um todo. Assim, as suas responsabilidades são várias, pois não só são

pressionadas a praticar atividades socialmente responsáveis como também formam futuros gestores

que deverão colocar em prática essas atividades no meio empresarial. Por outro lado, a

internacionalização destas entidades leva à procura de novas fontes de financiamento.

Consequentemente, cada vez mais se torna crucial a divulgação das suas atividades. Assim, este

artigo visou realizar uma revisão sistemática da literatura, com um foco particular nas metodologias

adotadas, principais contributos e pistas para investigação futura.

Da análise de 25 artigos, conclui-se que a divulgação da informação ligada à RS é ainda muito

escassa e pouco normalizada neste contexto. Em termos de metodologias e técnicas de recolha e

análise de dados, estas são heterogéneas, apesar de existir um maior foco no método de estudo de

caso (múltiplo ou único) e na técnica de análise de conteúdos. Importa também destacar que mais

de metade dos artigos analisados não faz menção explícita dos contributos teóricos, existindo

especial incidência, em termos práticos, na importância dada à relação com os stakeholders. Assim,

cabe às IES darem resposta às necessidades de informação por parte desses stakeholders .

finalmente, conclui-se que grande parte dos estudos considera necessário dar mais atenção aos

indicadores da Global Reporting Initiative e, nomeadamente, realizar mais estudos neste contexto

com maiores amostras e em diferentes países.

Este artigo possui algumas limitações. Desde logo, esta revisão sistemática da literatura apenas se

focou em três categorias. Por outro lado, a análise de conteúdos não é isenta de possíveis

subjetividades de interpretação. Assim, como investigações futuras sugerimos a replicação deste

estudo num número mais alargado de artigos científicos de outras bases de dados, potencialmente

analisando um número maior de categorias, como por exemplo o tema abordado.

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