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A DITADURA MILITAR NO BRASIL COLÉGIO OLIMPO - BH DISCIPLINA: HISTÓRIA PROFESSORA: FABIANA PATRÍCIA FERREIRA SÉRIE/ANO: 9º

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A DITADURA MILITAR NO BRASIL

COLÉGIO OLIMPO - BH

DISCIPLINA: HISTÓRIA

PROFESSORA: FABIANA PATRÍCIA FERREIRA

SÉRIE/ANO: 9º

OS ANOS DE CHUMBO

1964 - 1967

Governo Castelo Branco(AI1; AI2; AI3 e AI4)

1967 - 1969

Governo Costa e Silva(AI5)

- Cassação de mandatos;-Proibição da UNE e da CGT;

- Decretada eleição indireta;- Prorrogação de seu mandato;- Extinção dos partidos políticos;- Fundação dos partidos Arena e MDB;- Fim da estabilidade no emprego público;- Criado o FGTS.

- Decretado o AI5;- Assassinato do estudante Edson Luís;- Passeata dos Cem Mil, no Rio de Janeiro;- Afastamento do Presidente por motivos de saúde.

OS ANOS DE CHUMBO

1969 - 1974

Governo Médici

- A luta armada (ALN, VPR; MR-8 e PC do B);- Sequestro do embaixador dos EUA, no Rio de Janeiro;- Outros sequestros dos embaixadores alemão, suíço e do cônsul japonês;- O “milagre econômico”;- Brasil tornou-se o maior parque industrial da América Latina;- Início da construção da Transamazônica;- Construção da hidrelétrica de Itaipu;- Construção da ponte Rio - Niterói;- Metrôs do Rio de Janeiro e de São Paulo;- Brasil Tricampeão da Copa do Mundo de 1970;- Brasil Campeão da Fórmula I;- Guerrilha do Araguaia, no Pará;- 1º choque do petróleo em 1973;- Aumento da dívida externa brasileira.

OS ANOS DE CHUMBO

1974 - 1979

Governo Geisel

1979 - 1985

Governo Figueiredo

- Lançado o Proálcool;- Construção de Usinas Siderúrgicas;- Usina Nuclear em Angra dos Reis, R.J.- Retorno do Movimento Estudantil;- Greve dos operários do ABC paulista;- Revogação do AI5 em 31/12/1978;- 2º choque do petróleo em 1979;- Aumento da dívida externa brasileira;- Recessão econômica.

- Restauração do habeas corpus;- Anistia política;- Formação de novos partidos: PDS, PMDB e PT;- Inflação alta: 110,2% em 1980;- Produção industrial paralisada;- Demissões em massa;- Campanha das Diretas Já;- Emenda Dante de Oliveira;- Eleição indireta de 1984;- Vitória de Tancredo Neves (480 votos);- Fim do regime militar no Brasil.

ANÁLISE DE CHARGE

Ao chegar ao poder, os militares

montaram uma grande rede de

informações, de repressão e de

censura, com o objetivo de vigiar os

oposicionistas, os subversivos os

“inimigos internos” e impedi-los de

participar da vida política.

Charge de Jaguar sobre a censura publicada no jornal OPasquim, 1970.

OS ATOS INSTITUCIONAIS

Ato institucional é um decreto que

permite ao governo modificar a

legislação sem consultar o poder

Legislativo.

Durante o regime militar foram

introduzidos dezessete atos

institucionais, mas os cinco primeiros

foram os mais conhecidos.

Capa do Jornal da Tarde em 14 de dezembro de 1968,com a manchete sobre a assinatura do AI-5.

DESAPARECIDOS

Osvaldo Orlando da Costa, o Osvaldão,

esportista, engenheiro, oficial da reserva do

Exército e ex - militante do PC do B. Foi um

dos primeiros participantes da Guerrilha do

Araguaia, na região do Bico do Papagaio,

próxima da fronteira entre o Pará e o

Tocantins, local onde foi visto com vida pela

última vez. Em 1974, um camponês local,

Arlindo Piauí, teria entregado Osvaldão às

Forças Armadas. Segundo registros oficiais,

é dado como morto, embora seus restos

mortais nunca tenham sido encontrados.

MORTES

Carlos Marighella, político, guerrilheiro e

poeta, considerado o inimigo número um da

ditadura. Foi expulso do PCB, em 1967, por

divergências políticas, e fundou a ALN. A

organização participou de diversos assaltos

a banco e do sequestro do embaixador

norte-americano Charles Burke Elbrik, numa

ação conjunta com o MR-8. Depois o

embaixador foi trocado por 15 presos

políticos. Em 1969, ele foi morto a tiros por

agentes do Dops, em uma ação coordenada

pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury (São

Paulo).

MORTES

Carlos Lamarca, ex - capitão do Exército

brasileiro. Dentre suas ações contra a ditadura,

está o sequestro do embaixador suíço Giovanni

Bucher, em 1970, que resultou na libertação de

70 presos políticos, além de vários assaltos a

bancos para financiar as ações do grupo armado.

Militante e ex-líder da VPR, em São Paulo,

rompeu um cerco de 10 mil soldados, fugindo

espetacularmente depois de tomar um caminhão

das forças de repressão. Em seguida, passou a

integrar o MR-8, que o deslocou para o sertão da

Bahia onde foi morto em 1971, aos 34 anos.

MORTES

Zuleika Angel Jones, ou Zuzu Angel,

mineira, nascida na cidade de Curvelo, foi

uma das mais importantes estilistas da

história da moda no país, além de

incansável oponente da violência do

governo militar. Mãe de Stuart Angel,

militante do MR-8, foi torturado e

assassinado pela ditadura. Zuzu passou

anos denunciando as arbitrariedades da

repressão até morrer em um acidente de

carro suspeito em 1976.

PRISÕES, TORTURAS E EXÍLIOS

Frei Tito de Alencar Lima, ex-militante da

UNE, tornou-se alvo de perseguição pela

repressão militar. Preso em 1969, em São

Paulo, acusado de apoiar e esconder Carlos

Marighela. Sofreu torturas tanto físicas

quanto psicológicas. Em 1970, foi incluído

na lista de presos políticos trocados pelo

embaixador suíço sequestrado pela VPR

(Vanguarda Popular Revolucionária). Foi

exilado para o Chile, fugiu para Roma e

depois foi à França. Traumatizado pela

tortura, em tratamento psiquiátrico cometeu

o suicídio, em 1974, aos 29 anos.

PRISÕES, TORTURAS E MORTES

Vladimir Herzog, diretor de jornalismo da

TV Cultura e responsável pelo telejornal

“Hora da Notícia”. Ele foi detido e acusado

de ter supostas ligações com o PCB. O

jornalista foi então encapuzado, amarrado

a uma cadeira, sufocado com amoníaco,

submetido a espancamento e choques

elétricos e morreu em consequências das

torturas no DOI-CODI, o centro do extenso

aparato de repressão do regime militar, em

São Paulo. Os órgãos de segurança

informaram que ele “suicidou-se”, em 1975.

PRISÕES E MORTES

Iara Iavelberg, judia, psicóloga, docente e

militante. Iniciou-se na política da UNE.

Militou na Organização Revolucionária

Marxista Política Operária (Polop), na VPR,

na VAR-Palmares e, no MR-8, ao qual

ingressou junto a seu companheiro, Carlos

Lamarca. O casal era um dos mais

buscados pela ditadura militar, com fotos

espalhadas por todo o país. Na versão dos

militares, Iara cometeu o suicídio ao dar um

tiro no peito. O corpo foi entregue à família

um mês após a sua morte e o laudo

desapareceu.

PRISÕES E TORTURAS

Criméia de Almeida, militante e ex-

gerrilheira no Araguaia. Grávida de sete

meses foi presa e torturada em São

Paulo. Depois foi levada à Brasília, onde

continuou sendo torturada até dar à luz a

seu filho. Após o parto, ela foi impedida

de vê-lo e conseguiu recuperar o filho 53

dias depois. O seu torturador foi o

Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra.

PRISÕES E TORTURAS

Dilma Rousseff, ex-presidente do Brasil,

economista e ex- militante da Vanguarda

Armada Revolucionária de Palmares (VAR-

Palmares). Em 1970 foi presa e submetida

as torturas pelo Dops e Oban, em São

Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. As

torturas aplicadas foram o pau de arara, a

palmatória, choques e socos, que

causaram problemas em sua arcada

dentária. O seu torturador foi o Coronel

Carlos Alberto Brilhante Ustra.

PRISÕES E EXÍLIOS

José Dirceu, advogado, fundador do PT e

foi ministro da Casa Civil durante a primeira

gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da

Silva. Em 1968, aos 22 anos, foi preso em

Ibiúna, interior de São Paulo, durante uma

tentativa de realização do 30º Congresso da

UNE. Em setembro de 1969, foi enviado ao

México, commais 14 presos políticos, em troca

da libertação do embaixador norte-americano

Charles Burke Elbrick. Durante o exílio,

trabalhou e estudou em Cuba.

EXÍLIOS

Clara Charf, militante política desde os 20

anos. Filiou-se ao PCB, aos 21 anos, onde

conheceu Carlos Marighella, seu futuro

companheiro de vida e militância. Ao lado

dele, viveu na clandestinidade, militou pelo

comunismo e contra a ditadura militar.

Integrou ALN. Após a morte de Marighela,

Clara se exilou em Cuba, onde viveu por dez

anos com identidade falsa, trabalhando

como tradutora.

EXÍLIOS

Paulo Freire, pedagogo e educador. A

coragem de colocar em prática um trabalho

de educação libertadora, fez dele um dos

primeiros brasileiros a serem exilados pela

ditadura militar. Acusado de subversão e

preso em 1964, durante 72 dias, partiu para o

exílio no Chile, onde escreveu seu principal

livro: Pedagogia do oprimido (1968). Ele

ainda passou por Estados Unidos e Suíça.

Em 2012, foi criada a Lei que declarou Paulo

Freire patrono da educação brasileira.

EXÍLIOS

Herbert José de Souza, o Betinho, foi

sociólogo e ativista de direitos humanos. Na

UFMG, foi um dos fundadores da AP. Depois

de formado, engajou-se na luta pelas

reformas de base do governo João Goulart.

Quando a repressão se intensificou, partiu

para o exílio, em 1971. Morou no Chile, no

Canadá e no México. No final dos anos 1970,

a volta de Betinho, o irmão do Henfil, virou

marca da campanha da anistia por causa da

música O bêbado e a equilibrista (Aldir Blanc

e João Bosco).

EXÍLIOS

Darcy Ribeiro, antropólogo, dedicou seus

primeiros anos de vida profissional ao estudo

dos índios do Pantanal. Criou a Universidade de

Brasília, a UnB, da qual foi o primeiro reitor. Mais

tarde, foi chamado por João Goulart para ser

ministro-chefe da Casa Civil. Coordenava a

implantação de reformas de base quando

aconteceu o golpe civil - militar de 1964, que o

obrigou a se exilar.

EXÍLIOS

Fernando Henrique Cardoso, sociólogo,

professor emérito da USP, foi ministro das

Relações Exteriores e da Fazenda no

governo Itamar Franco e ex-presidente do

Brasil por dois mandatos seguidos (1994-

1998) e (1998-2002). Exilou-se no Chile e

na França. Voltou ao Brasil em 1968 e se

tornou professor de Ciências Políticas na

USP. Meses depois, foi aposentado

compulsoriamente como consequência do

AI5.

PROPAGANDAS UFANISTAS

Ao mesmo tempo que o governo censurava

os meios de comunicação, ele utilizava-se

da propaganda para divulgar sua ideologia e

exaltar o regime e suas realizações. Grande

parte da propaganda do governo anunciava

o crescimento econômico e suas grandes

obras, como a rodovia Transamazônica, que

pretendia ligar a região Norte e a ponte Rio-

Niterói.

Cartaz da Assessoria Especial de Relações Públicasdurante o governo Médici (1969-1974).

CAMPANHA PELA ANISTIA

• Desde o início de 1978, havia uma

campanha popular pela anistia, que

envolvia movimentos sociais,

militantes e familiares de presos,

mortos e desaparecidos.

• O movimento pedia uma anistia

“ampla, geral e irrestrita”, permitindo

a abertura das prisões sem nenhum

tipo de restrição e a volta dos

exilados de todos os tipos. Já o

governo se recusava a anistiar

militantes da luta armada.

CAMPANHA DAS DIRETAS JÁ

Por se tratar de uma emenda constitucional,

eram necessários votos favoráveis de dois

terços dos deputados (320) para que a

emenda seguisse ao Senado.

Lideranças de diferentes orientações políticas se

uniram na Praça da Sé, no Comício pelas

Diretas Já, em São Paulo, em 1984. Ulysses

Guimarães, Fernando Henrique Cardoso, Luiz

Inácio Lula da Silva, Mário Covas, Franco

Montoro, Leonel Brizola, entre outros. Artistas de

TV, da música, do jornalismo, jogadores de

futebol como o Sócrates, todos na campanha

pelas diretas.

SUGESTÕES DE FILMES

SUGESTÕES DE FILMES

SUGESTÕES DE LIVROS

SUGESTÕES DE LIVROS

REFERÊNCIAS

• CHIAVENATO, Júlio José. O Golpe de 1964 e a Ditadura Militar.

São Paulo: Moderna.

• VAINFAS, Ronaldo. [et. al.]. História. São Paulo: Saraiva, 2010.

• https://institutohelenagreco.blogspot.com

• http://memoriasdaditadura.org.br

• http://vladimirherzog.org