a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

45
FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE ALEGRE CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA EUFRÂNIO LUCINDO JUNIOR MARLICE MARÍLIA CUSTÓDIO SUHETT A DISTORÇÃO IDADE/SÉRIE NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL, EM ESCOLAS DA REDE PÚBLICA ESTADUAL DO ESTADO DO ESPIRITO SANTO, NO MUNICIPIO DE ALEGRE ALEGRE 2014

Upload: vuongthu

Post on 09-Jan-2017

227 views

Category:

Documents


6 download

TRANSCRIPT

Page 1: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE ALEGRE

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

EUFRÂNIO LUCINDO JUNIOR

MARLICE MARÍLIA CUSTÓDIO SUHETT

A DISTORÇÃO IDADE/SÉRIE NOS ANOS FINAIS DO

ENSINO FUNDAMENTAL, EM ESCOLAS DA REDE

PÚBLICA ESTADUAL DO ESTADO DO ESPIRITO SANTO,

NO MUNICIPIO DE ALEGRE

ALEGRE

2014

Page 2: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

EUFRÂNIO LUCINDO JUNIOR

MARLICE MARÍLIA CUSTÓDIO SUHETT

A DISTORÇÃO IDADE/SÉRIE NOS ANOS FINAIS DO

ENSINO FUNDAMENTAL, EM ESCOLAS DA REDE

PÚBLICA ESTADUAL DO ESTADO DO ESPIRITO

SANTO, NO MUNICIPIO DE ALEGRE

Monografia apresentada ao curso de Pedagogia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Alegre, como requisito parcial para obtenção do título de Pedagogo, na área da Educação, com foco na distorção idade/série sob a orientação da Profª. Rita de Cássia Furtado Torres.

ALEGRE

2014

Page 3: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

Aos nossos familiares que se mantiveram presentes durante

toda esta conquista em nossas vidas.

Dedico

Page 4: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado à vida, me guiando pelo caminho

certo durante a graduação e me abençoado com a presença persistente de pessoas

que me foram suporte.

Aos meus pais Eufrânio Lucindo e Noelia Maria Lucindo, pelo apoio e confiança

depositados em mim, fundamentais na construção do meu conhecimento como

profissional.

As minhas irmãs Simone, Sirlene e Shirley, pelo incentivo, companheirismo e

cumplicidade durante toda minha caminhada acadêmica.

Aos meus sobrinhos Lara, Diego e Nayara que contribuíram de alguma forma nessa

minha grande jornada.

Aos meus professores que me acompanharam, aconselharam e estiveram presentes

durante esse período de graduação e me transmitiram ensinamentos para vida

pessoal e profissional.

À minha turma pela amizade, auxílio, risadas, momentos de estudos e

principalmente pelos momentos de descontração, em especial à Edna Jovelino

Ramos Silva, Luciana de Andrade, Thaynara Moreira de Assis Lobato e, minha fiel

companheira, Marlice Marília Custódio Suhett.

Ao meu grande e incomparável amigo Guilherme de Resende Camara pela atenção,

aprendizado, paciência, auxílio e incentivo durante minha jornada acadêmica.

Aos meus amigos Kamyla Vaillant, Amanda Tristão Meneguelli, Kayque Meneguelli,

Lara Rodrigues Moreira, Maria das Graças Jorge, Onofre Augusto Miranda, Jaimel

de Oliveira Lima, Luiz Carlos, Anderson Luiz Kruger, Wellington Ronildo Clarindo,

Lorena de Castro Campos, Vivian Mainardi, Thayz Guimarães e Fabrício Buffon pela

amizade, apoio e incentivo dado, mesmos nas conversas mais descontraídas.

E a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para este momento!

Agradeço – Eufrânio Lucindo Junior

Page 5: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente а Deus, por ter me dado saúde е força pаrа superar as

dificuldades encontradas durante esta caminhada.

Ao meu amigo, companheiro de trabalhos е irmão na amizade, Eufrânio Lucindo

Junior, qυе fez parte da minha formação е vai continuar presente em minha vida,

com certeza.

A pessoa com quem аmо partilhar а vida, Nycolas Martins. Obrigada pelo carinho,

pela paciência е por sua capacidade dê me trazer paz na correria de cada semestre.

A minha filha Luisa Martins por existir, por estar ao meu lado iluminando todos os

meus dias, minha razão de buscar um futuro melhor.

Aos meus pais, Udson Suhett, Marli Suhett e irmãos, Marlison Suhett, Unison Suhett

com quem pude contar, com muito carinho e amor.

Agradeço também a minha segunda mãe, Maria Aparecida, e minha Amiga/irmã

Flaviane Vieira, pela torcida sempre fiel.

Agradeço a minha sogra Leila Martins e minha cunhada Nicoly Martins pela ajuda

com minha filha para chegar ao final desta jornada.

A todos os professores que me acompanharam durante a graduação.

Aos meus companheiros de turma com os quais convivi ao longo desses quatro

anos, em especial, ao meu eterno grupo Thaynara, Edna, Luciana e Eufrânio, as

experiências compartilhadas com vocês jamais serão esquecidas.

Obrigada a todas as pessoas que contribuíram para meu crescimento como pessoa.

Sentirei saudades!

Agradeço - Marlice Marília Custódio Suhett

Page 6: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a

preparação para a vida, é a própria vida.

John Dewey

Page 7: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

RESUMO

O conhecimento produzido e acumulado pelo educando nos contextos social e

político, assume importância em sua formação como sujeito. O aprimoramento do

saber, da socialização e da indução ao conhecimento, inicia-se no ambiente escolar.

A presença do educando na escola durante sua formação é de grande importância

para que o mesmo desenvolva suas capacidades intelectuais, tornando-se

autônomo e crítico diante da sociedade. A aprendizagem no ambiente escolar é a

identidade e a relação evidente com aquilo que molde os saberes empíricos. A

ausência ou a pouca aprendizagem pode levar o aluno à reprovação ou abandono

da escola. Quando a reprovação acontece seguidamente, ocorre a defasagem ou

distorção idade/série. Nessas condições, o educando continua em processo de

estudos, mas com defasagem em relação à idade considerada adequada para cada

ano de escolaridade. Verifica-se casos em que o aluno abandona o ambiente

escolar para suprir a renda familiar ou cuidar de irmãos mais novos, ocasionando a

evasão escolar cada vez mais cedo. O presente trabalho teve como principal

objetivo verificar, em escolas da rede estadual de ensino, os principais fatores que

acarretam a distorção idade/série dos alunos. Para o desenvolvimento deste, fez-se

uso de questionário fechado, aplicado aos alunos em situação de distorção

idade/série, em cinco escolas da rede pública estadual de ensino, localizadas no

município de Alegre (ES). Os questionários visavam captar, através das respostas

obtidas, as variáveis intervenientes ao aumento dos índices de distorção idade/série

nos anos finais do ensino fundamental. Através do proposto, verificou-se alta

prevalência nos índices de faltas contínuas por desinteresse nos estudos e mudança

familiar, como principais causadores da distorção idade/série dos alunos

entrevistados nas escolas campo.

Palavras chave: Aprendizagem. Distorção idade/série. Evasão escolar.

Page 8: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

ABSTRACT

The knowledge produced and accumulated by educating the social and political

contexts, assumes significance in its formation as a subject. The improvement of

knowledge, socialization and induction to knowledge begins in the school

environment. The student's presence in school during their training is very important

for it to develop their intellectual abilities, becoming autonomous and critical to

society. The learning in the school environment is the identity and the clear

relationship with what mold empirical knowledge. The absence or little learning can

lead the student to failure or dropping out of school. When failure happens then,

there is a lag or distortion age / grade. Under these conditions, the student still in the

process of studies, but with a lag with respect to age deemed appropriate for each

grade. There are cases where the student leaves the school environment to meet the

family income or take care of younger siblings, causing truancy at an earlier age.

This study aimed to verify, in the state schools schools, the main factors that lead to

distortion age / grade students. To develop this, made use of closed questionnaire

administered to students in a situation of age / grade distortion in five schools of the

state of public education, located in the municipality of Alegre (ES). The

questionnaires were designed to capture, through the replies, intervening variables to

increased rates of age / grade distortion in the final years of elementary school.

Through the proposed, there was a high prevalence in the rates of continuous

absence due to disinterest in studies and family change, as main factors of age /

grade distortion of the interviewed students in schools field.

Keywords: Learning. Age / grade distortion. Truancy.

Page 9: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................10

2 A IMPORTÂNCIA DA APRENDIZAGEM NA VIDA DO EDUCANDO..................12

2.1 A APRENDIZAGEM NO AMBIENTE ESCOLAR...............................................14

3 CONCEITOS DE DISTORÇÃO IDADE/SÉRIE.......................................................18

3.1 DISTORÇÃO IDADE/SÉRIE: CONCEITUANDO..............................................18

3.2 VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM A DISTORÇÃO IDADE/SÉRIE....................19

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................. 22

4.1 METODOLOGIA............................................................................................... 22

5 CONCLUSÃO......................................................................................................... 37

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 38

APÊNDICE................................................................................................................. 41

Page 10: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

10

1 INTRODUÇÃO

O conhecimento produzido e acumulado pelo educando nos contextos social e

político, assume importância em sua formação como sujeito. O aprimoramento do

saber, da socialização e da indução ao conhecimento inicia-se no ambiente escolar.

A presença do educando na escola durante sua formação, quando lhe é

oportunizado aprendizagens que contribuam à formação do conhecimento, é de

grande importância para que o mesmo desenvolva suas capacidades intelectuais,

tornando-se autônomo e, possivelmente, crítico diante da sociedade em que vive.

Durante o decorrer do ano letivo, o educando passa pelo processo de ensino

aprendizagem, por meio de atividades didático-pedagógicas, que levam à avaliação

destas durante sua execução em sala de aula. Ao realizar as avaliações, ao final do

ano letivo, o educando pode ser aprovado ou reprovado, de acordo com os objetivos

de aprendizagem que podem ou não terem sido alcançados.

A mudança familiar é um fenômeno que acomete a nossa sociedade, e cada vez

com maior incidência, famílias por necessidades econômicas ou outras, transferem

seu domicílio de uma cidade ou região à outra, fazendo com que o aluno muitas

vezes adaptado à uma escola, requeira sua transferência, fato que, durante o

período letivo, pode levar a dificuldade de adaptação em outras escolas, que utilizam

metodologias de ensino diferentes e um ambiente escolar diverso daquele que o

aluno estava acostumado, acarretando na aceitação na e da nova turma e, com isso,

podendo levar o aluno a uma queda no nível de seu rendimento escolar.

Alguns alunos, por necessidade, abandonam a escola para que possam, muitas

vezes, auxiliar seus familiares na renda mensal, abrindo mão da formação como

educando para se transformarem em trabalhadores. Esse abandono gera ao mesmo

um atraso na vida escolar, acarretando ao desinteresse em frequentar o ambiente

educacional.

Para o desenvolvimento desta pesquisa levantou-se o seguinte problema: ‘quais

situações vivenciadas pelos alunos das escolas: Escola Estadual de Ensino

Fundamental e Médio “Sirena Rezende Fonseca; Escola Estadual de Ensino

Fundamental e Médio “Oscar de Almeida Gama; Escola Estadual de Ensino

Fundamental e Médio “Ana Monteiro de Paiva”; Escola Estadual de Ensino

Page 11: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

11

Fundamental e Médio “Profª Célia Teixeira do Carmo” e; a Escola Estadual de

Ensino Fundamental e Médio “José Corrente”, tem contribuído para que ocorra a

distorção idade/ série nas séries finais do Ensino Fundamental?’

Como objetivo geral da pesquisa buscou-se, através do conhecimento das diversas

situações que interferem no cotidiano da vida escolar desses alunos, elencar as

variáveis que mais direcionam os alunos à distorção idade/série, para tal, no

primeiro momento buscou-se conhecer a importância da aprendizagem adquirida na

escola para a vida do sujeito enquanto cidadão.

No segundo momento, buscou-se conceituar o que seja distorção idade/série de

forma a oportunizar melhor compreensão ao leitor sobre um fenômeno tão comum

na escola atualmente.

Na sequência, procurou-se conhecer, através da pesquisa bibliográfica, que

variáveis vem influenciando a ocorrência da distorção idade/série, identificando entre

eles, segundo a fala de autores como Vygotsky, Fornari e Piletti, a desistência e a

reprovação.

No desenvolvimento da pesquisa utilizou-se como metodologia a pesquisa de

campo, através da seleção, nas escolas da rede estadual de ensino, que ofertam o

Ensino Fundamental no município de Alegre/ES, alunos que apresentavam distorção

idade/série, aplicando aos mesmos um questionário estruturado por perguntas

fechadas, pretendendo-se conhecer o motivo causador da defasagem dos mesmos.

Do questionário aplicado aos alunos em defasagem, foi feita uma análise das

respostas cujo resultado encontra-se em gráficos, acompanhados por sua

interpretação, identificando as variáveis que mais contribuíram para a distorção

idade/série nas escolas campo.

Page 12: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

12

2 A IMPORTÂNCIA DA APRENDIZAGEM NA VIDA DO EDUCANDO

Hamze (2013) nos mostra que a aprendizagem se constitui em um processo de

sucessivas mudanças de comportamento, obtido através das experiências

construídas por fatores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais.

Alexandre (2010) leva a entender que a necessidade do processo de aprendizagem

é algo intrínseco em qualquer indivíduo, ocorrendo durante toda a vida do mesmo,

desde a infância até a velhice, não levando em consideração o grau de capacidade

ou de dificuldade que este apresente. Essa necessidade deve ser estimulada com

sabedoria e precisão, considerando o ambiente escolar, familiar e social, que são,

sem dúvida, os lugares onde esse processo ocorre com mais satisfação e precisão,

pois o indivíduo constrói seu saber cotidiano ao observar as pequenas coisas com

as quais convive nesses ambientes. A aprendizagem está diretamente integrada

com o desenvolvimento cognitivo.

Ainda citando Alexandre (2010), a aprendizagem corresponde a mudanças de

comportamento ocasionadas devido às experiências diárias, tendo como principal

objeto a aquisição de alguma habilidade ou competência. É um processo que

proporciona ao indivíduo a assimilação de determinados conhecimentos e modos de

ação, tanto física quanto mental, organizados e orientados no processo de ensino

aprendizagem.

Piletti (1993) orienta ser a aprendizagem um processo contínuo, que ocorre durante

toda evolução da vida. Crescemos e desenvolvemos na medida em que estivermos

abertos a novos conhecimentos, na medida em que nos encontrarmos dispostos a

modificar nossas opiniões, nossas crenças e nossas convicções. Se estagnarmos

em ideias, sem disposição para debatê-las e para modificá-las, permaneceremos

inertes no tempo.

A aprendizagem é a mudança de comportamento provocada pela experiência de

outro ser humano e não meramente pela experiência própria e prática em si, ou pela

repetição ou associação automática de estímulos e respostas (FONSECA, 1998).

Page 13: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

13

De acordo com Santos (2006), é pela aprendizagem que o Homem se afirma como

ser pensante/racional, constrói sua personalidade e se prepara para cumprir o papel

que lhe foi reservado na sociedade a qual pertence.

Bertoldo (2010) afirma estar à importância da aprendizagem associada à

dependência de formação do cognitivo de cada ser, o que ocorre de forma gradativa.

Seu desenvolvimento está associado ao meio de vivência ou da importância a que

se é dada a sua formação. A eficiência da aprendizagem está, na íntegra, ligada à

existência de problemas, que com o tempo vão surgindo na vida do aprendiz,

acarretando uma situação de insegurança, que pode resultar em fracasso ou

dificuldades no processo da aprendizagem. Pelo medo de fracassar, o educando

busca cada vez mais se superar em relação aos seus métodos de resolução de

problemas.

A aprendizagem depende de inúmeras condições, que frequentemente atuam

interligadas, como: idade, ambiente sociocultural, experiências anteriores,

necessidades, comportamentos, condições ambientais, entre outros. Cada fator

citado torna-se fundamental para que a aprendizagem seja eficaz (BERTOLDO,

2010).

Segundo Torres (2005), o objetivo de continuar a aprender vai além do que

sabemos, não se tratando apenas de transmitir determinados conhecimentos,

exigidos hoje em cada cultura, para satisfazer as necessidades básicas, mas de

expandir/ampliar a capacidade de aprender/assimilar mediante à múltiplos

processos de experiências, oferecendo-se desenvolvimentos básicos para o

aumento da capacidade de autoaprendizagem ou de busca sistemática de

conhecimentos.

Ainda segundo Torres (2005), a reflexão sobre a própria aprendizagem, contribui

para tomar consciência das estratégias e dos estilos cognitivos individuais,

reconstruir os itinerários seguidos, identificar as dificuldades encontradas, assim

como os pontos de apoio que permitem avançar. Todos esses fatores são parte

substancial do aprender e da possibilidade de aprimorar a própria aprendizagem.

Aprender, segundo Brougère (2012), oportuniza ao indivíduo ingressar no mundo

social e dominar os códigos, sendo verdade para família, para o mundo cotidiano,

para o ambiente escolar e para o mundo científico. O aprendizado é situado, mas

Page 14: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

14

pode oferecer métodos para apoio, desenvolvendo performances em novas esferas.

A aprendizagem está presente em todos os lugares, mas, geralmente, é pouco

visível.

Augusti (2008) nos mostra que a aprendizagem não é apenas entendida como um

resultado de somatizações didáticas e pedagógicas, mas também cabe a ela os

fatores tempo e espaço, onde ambos ocupam lugar significativo em relação à

aprendizagem. Aprender resulta da interação entre estruturas mentais e o meio de

vivência (HAMZE, 2013).

Segundo Vygotsky (2007), quando o aprendizado está adequadamente organizado,

proporciona o desenvolvimento mental e coloca em movimento vários processos de

desenvolvimento que seriam impossíveis de acontecer. Gama (2012) afirma que “a

aprendizagem é a apropriação feita pelo indivíduo de informações e conhecimentos

por conta da interação com o meio em que vive”.

2.1 A APRENDIZAGEM NO AMBIENTE ESCOLAR

Castro (1998) orienta que um cidadão, para atuar de forma responsável e crítica na

construção de uma sociedade democrática, deve possuir um perfil de qualificação no

desenvolvimento cognitivo, emocional e afetivo, ser decisivo em sua inserção social

e no mundo do mercado de trabalho. Para que esse processo ocorra, é de grande

importância uma formação ética e solidária, desenvolvendo a capacidade de

resolver problemas, selecionar e processar informações com autonomia e raciocínio

crítico. Assim, destacamos a educação e a aprendizagem como uma das prioridades

essenciais no processo de formação do sujeito, sendo uma das principais

responsáveis pela sua inclusão na sociedade (CASTRO, 1998).

A escola na contemporaneidade, segundo Augusti (2008), é o ambiente onde

acontece, com êxito, o acontecer pedagógico e didático da aprendizagem. Sendo

assim, é necessário que haja a compreensão de como ocorre e o que caracteriza

essa aprendizagem dentro desse espaço regado de conflitos e de relações de poder

que é a sociedade.

Page 15: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

15

O que leva a caracterização e a efetivação da aprendizagem na escola é justamente

a identidade e a relação evidente com aquilo que molde os saberes empíricos, como

os de cunho racional dedutivos. A aprendizagem escolar está ligada a efetivação

espontânea da capacidade de expressar e argumentar formas dialéticas do proposto

em ambas as partes envolvidas, educador e educando (AUGUSTI, 2008).

Para garantir a todos os educandos uma efetiva igualdade de oportunidade para

aprender, Davis e Oliveira (1990) afirmam que a escola que se considera

democrática deve atender a diversificação de sua clientela, considerando as

experiências de vida e as características psicológicas e socioculturais dos

educandos que atende, levando a busca de uma adequação pedagógica - didática à

sua clientela, tornando possível um processo de aprendizagem realmente

significativo. Consideram que quanto mais informações os educadores tiverem sobre

o processo de aprendizagem dos conteúdos escolares, maiores serão as chances

de melhoria das práticas pedagógicas.

A motivação, segundo Piletti (1993), é um fator fundamental no processo de

aprendizagem; sem motivação não há uma aprendizagem satisfatória. Pode ocorrer

aprendizagem sem professor, sem livro, sem escola e sem outros recursos, mas

mesmo que todos esses recursos estejam presentes no processo, se não houver

motivação, não haverá aprendizagem.

Do preparo do consciente até o amadurecimento de ideias, Augusti (2008, p. 5) nos

leva a entender que:

A aprendizagem se torna uma característica no ambiente escolar, surgindo uma paisagem horizontal de decisões e de um esforço contínuo para a contribuição da escola para com a sociedade em que se encontra inserida, ou seja, o aluno está inserido em um processo de intensidade científico-cultural, em que mais cedo ou mais tarde, esse contexto irá se tornar propriedade ou capital comum, sujeito à crítica e à reconstrução conceitual.

Para Davis e Oliveira (1990), a interação entre professores/alunos e/ou

alunos/professores é fundamental para aprendizagem, tornando-se possível a

aquisição do saber e da cultura acumulados. O aluno não aprende apenas na

escola, mas também através do convívio familiar, dos amigos, de pessoas que ele

considera significativas em sua vida, dos meios de comunicação em massa, das

experiências do cotidiano e dos movimentos sociais.

Page 16: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

16

A relação entre professores e alunos para Piletti (1993) deve ser uma relação

dinâmica, como toda e qualquer relação entre seres humanos. Na sala de aula, os

alunos não deixam de ser pessoas para transformar-se em objetos, coisas, que o

professor possa manipular; o aluno é gente, capaz de expor suas ideias e

pensamentos, capaz de refletir e discutir determinados assuntos, assim como o

professor.

Os educadores e os educandos, segundo Fonseca (1998) podem transformar

ativamente as suas formas de pensar, comunicar e agir e, por esse processo

pedagógico interativo e intencional, modificar suas estruturas cognitivas que

observam, analisam, selecionam, organizam e categorizam a informação,

desenvolvendo conceitos supra-ordinários de qualidades ou atributos concretos e

abstratos. Tais componentes sistêmicos da cognição são necessários para todas as

situações de aprendizagem, o que requer uma análise crítica e criativa para que a

informação seja retida e posteriormente reutilizada com mais eficácia.

Cenci e Costas (2010) nos leva a entender que para que as atividades escolares

(conceitos científicos) tenham sentido no aprendizado do educando, o educador

deve levar em consideração as operações anteriores, a “bagagem de

conhecimentos” que o educando traz de seu ciclo de convívio. Quando a

aprendizagem escolar está desintegrada da aprendizagem cotidiana, os conceitos

científicos não mobilizam a estrutura cognitiva, ocasionando a não promoção do

desenvolvimento.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), o educador é visto

como facilitador no processo de busca pelo conhecimento, sendo de sua

responsabilidade organizar e coordenar as situações de aprendizagem, adaptando

suas ações às características individuais dos alunos, desenvolvendo suas

capacidades e habilidades intelectuais. É de grande importância a participação

construtiva do educando e, ao mesmo tempo, da intervenção do educador para a

aprendizagem de conteúdos específicos que favoreçam/contribuam para o

desenvolvimento das capacidades necessárias à formação do indivíduo (BRASIL,

1997).

A aprendizagem no ambiente escolar, segundo Augusti (2008), é justamente a

identidade e a relação evidente com aquilo que molde os saberes empíricos, como

os de cunho racional dedutivos. Não se pode caracterizar a aprendizagem escolar

Page 17: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

17

desvinculada da efetivação dinâmica da capacidade de expressão e argumentação

dialética do proposto em ambas as partes envolvidas.

Piletti (1993) nos leva a entender que o educador, além de ser o “transmissor do

conhecimento” para seu corpo estudantil, também aprende enquanto ensina, e o

educando, enquanto aprende, também ensina. O educador não é o senhor absoluto,

dono da verdade e dos educandos; os educandos são pessoas humanas, tanto

quando ele (educador), e seu desenvolvimento e sua liberdade de manifestação

precisam ser respeitados pelo educador.

Para Augusti (2008) a aprendizagem no ambiente escolar, ocorre de modo a ser

regrado e conduzido por uma didática efetiva. Mas, antes de tudo, o ambiente

escolar é o lugar onde os sujeitos possam reelaborar suas experiências, levando a

mudanças de opinião e postura, tornando-se versões melhores delas mesmas, mais

diferentes e ricas e capazes de respostas mais plurais ao meio ao qual estão

inseridas.

Page 18: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

18

3 CONCEITOS DE DISTORÇÃO IDADE/SÉRIE

3.1 DISTORÇÃO IDADE/SÉRIE: CONCEITUANDO

Quando o aluno (re) ingressa na escola tardiamente ou sofre reprovação estará em

atraso escolar, ou seja, com idade superior a esperada para aquela etapa escolar. A

distorção idade/série é a proporção de alunos com mais de dois anos de atraso

escolar.

A distorção de idade/série ocorre quando o educando reprova e/ou abandona os

estudos por dois anos ou mais, acarretando a repetência de uma mesma série.

Nessas condições, o educando continua em processo de estudos, mas com

defasagem em relação à idade considerada adequada para cada ano de estudo, de

acordo com o que propõe a legislação educacional do país (QEDU, 2013). Digamos

então que a distorção nos apresenta a existência de um descompasso entre a idade

do aluno e a série cursada pelo mesmo.

Para que se saiba o nível de distorção idade/série, é realizado um cálculo a partir de

dados que são coletados no Censo Escolar, sendo que o Censo é realizado

anualmente pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

(Inep), com a colaboração das secretarias estaduais e municipais de Educação e

com a participação assídua de todas as escolas públicas e privadas do país

(OBSERVATÓRIO JOVEM, 2014).

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) (BRASIL, 1998),

vê a defasagem idade/série como um indicador que permite avaliar o percentual de

alunos, em cada série, com idade superior à idade recomendada.

De acordo com o INEP (BRASIL, 1998), a defasagem idade/série atinge 46,7% dos

alunos do ensino fundamental e 53,9% do ensino médio. Traduzindo em números,

significa que 16,7 milhões de alunos, de um total de 35,8 milhões que estão

matriculados no ensino fundamental estão atrasados em relação aos seus estudos.

Destes 16,7 milhões, mais da metade (8,5 milhões) têm 15 anos ou mais de idade.

Page 19: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

19

3.2 VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM A DISTORÇÃO IDADE/SÉRIE

Para o INEP (BRASIL, 1998), as principais causas da distorção idade/série são a

reprovação e o abandono escolar. Outro fator que contribui para a distorção é a

"retenção" de alunos nas chamadas classes de alfabetização – um subnível de

ensino entre o pré-escolar e o ensino fundamental.

Uma das principais consequências da distorção idade/série é o baixo desempenho

dos alunos em atraso escolar quando comparados aos alunos regulares, o que pode

ser evidenciado pelos resultados inferiores aos esperados nas avaliações nacionais

do Ensino Fundamental (JUSBRASIL, 2013).

Saraiva (2014) afirma que a situação de distorção pode ser desencadeada por três

fatores principais: a repetência; a entrada tardia na escola e; o abandono e retorno

do aluno evadido, e que as mesmas representam um grave problema na educação

brasileira.

A distorção idade/série tem sido uma presença tão marcante na educação nacional,

que a legislação brasileira, dentre elas o Regimento Comum das Escolas da Rede

Estadual de Ensino do Estado do Espírito Santo (2010), tem buscado abrir espaços

para minimizar a mesma.

Art. 137 A unidade de ensino pode oferecer um programa especial de estudos para educandos do ensino fundamental com atraso de, pelo menos, dois anos na relação idade cronológica e série/ano, ciclo, etapa ou outra modalidade de organização ou regime escolar, para que possa haver uma correção da defasagem, ocorrendo uma melhoria no índice de distorção idade/série do âmbito escolar (ESPÍRITO SANTO, 2010).

Para Moreira (2013), na busca da melhoria da educação básica e da qualidade da

mesma, pensando em melhor conhecer o nível da educação nacional para tentar

minimizar o problema da distorção idade/série, o Ministério da Educação (MEC)

instituiu o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) que utiliza uma

medida de fluxo para avaliar as escolas, com o objetivo de melhoria nos índices

educacionais.

Page 20: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

20

De acordo com o Ideb (Brasil, 1998), o mesmo busca reunir em um único indicador,

dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação que são o

fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações.

O Ideb, de acordo com Moreira (2013), nos leva a entender que o aluno, para ter um

interesse maior pelo ambiente educacional, necessita que a educação básica

oferecida seja de qualidade, para possibilitar um bom desempenho do mesmo.

Quando o aluno não encontra interesse pela educação ofertada, os níveis de

desistência e reprovação aumentam, interferindo no Índice de Desenvolvimento

Educacional.

Segundo Lopes (2010), a problemática do abandono escolar e da desistência

preocupa os educadores. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), a

desistência atinge 6,9% dos alunos no Ensino Fundamental (dados de 2005). São

mais 2,9 milhões de alunos (dados de 2007) que abandonam as aulas num ano e

retornam no seguinte, elevando outro índice preocupante: o da distorção idade/série.

A reprovação e a desistência escolar, para Fornari (2010), são temas abordados

diariamente no ambiente educacional. Ambos são elementos submetidos pelo

convívio familiar, onde quanto menor for o nível de escolaridade dos pais ou

responsáveis, mais tempo o aluno permanecerá na escola. O desinteresse dos pais

pela vida escolar de seus filhos e o não acompanhamento de suas atividades

escolares são apontados como um dos principais causadores da evasão e do baixo

rendimento escolar do aluno.

Lopes (2010) aponta que o fracasso escolar continua sendo o resultado de

condições sociais dos alunos e educadores assim como das condições de trabalho

nas escolas. Muitos são os motivos que levam os alunos a deixarem os estudos,

como a necessidade de trabalho precoce, a falta de interesse pelo ambiente

educacional, dificuldades no processo ensino-aprendizagem, falta de incentivo dos

familiares, difícil acesso ao ambiente escolar, entre outros. Para que ocorra uma

diminuição desses fatores, cabe ao poder público surgir com ações que promovam a

melhoria dessa situação, através da implementação de políticas publicas.

Moreira (2013) complementa que em alguns casos de distorção idade/série o aluno

abandona o ambiente escolar para suprir a renda familiar ou cuidar de irmãos mais

novos, acarretando a evasão escolar cada vez mais cedo. Em outros casos, a

Page 21: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

21

desestrutura familiar, a falta de proficiência do corpo docente e a oferta de um

ambiente escolar pouco atrativo contribuem para comportamentos indisciplinados,

acarretando resultados num quadro de repetências.

Segundo Expoente (2014), os alunos por ajudarem no sustento familiar através do

trabalho precoce, podem, futuramente, enfrentar sérios problemas em sua

educação, como a repetência e o atraso escolar, fato que leva o aluno a distorção

em relação aos demais da mesma idade. Tal fato gera um círculo vicioso, por ter

repetido a série, o aluno pode acabar abandonando os estudos para se dedicar de

vez ao trabalho, já que muitas vezes recai sobre ele o rótulo de “fracassado” por não

ter tido um desempenho escolar adequado.

Com relação ao ciclo vicioso entre abandono e repetência, Aplicativos, (acesso em

25 nov. 2014), acredita que no Brasil persiste no sistema educacional um ciclo

vicioso entre abandono e repetência, que levam a distorções entre idade e série

cursada que, por sua vez, levam a baixo desempenho escolar.

Fornari (2010), ao invés de se deter em martirizar a educação nacional, nos leva a

entender que a mesma possui solução clara para seus próprios problemas, pois a

solução dos mesmos, como nos casos de desistência e reprovação escolar, está a

urgência de se implementar a transformação social, pois grande parte da mesma é

influenciada pelo ambiente escolar.

A distorção idade/série é resultado de uma cultura antiga da educação brasileira,

baseada na meritocracia, que retém os alunos em uma determinada série. Quando

os alunos não alcançam os objetivos ou não demonstram expectativas de

aprendizagens predeterminadas nas propostas curriculares, obrigatoriamente

repetem, no ano seguinte, tudo o que foi visto em uma determinada série. No Brasil,

essa postura é acentuada nos anos finais do ensino fundamental e ensino médio

(GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, 2012).

Page 22: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

22

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida em 05 escolas da rede pública de ensino do estado do

Espírito Santo, localizadas no município de Alegre.

As escolas campo escolhidas foram: Escola Estadual de Ensino Fundamental e

Médio “Sirena Rezende Fonseca”, localiza na rua José Loureiro Prata, nº 190, no

distrito de Celina; Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Oscar de

Almeida Gama”, localizada na Praça Santo Antônio, no distrito de Araraí; Escola

Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Ana Monteiro de Paiva”, localizada na

rua Sebastião José Vial, nº 320 distrito de Anutiba; Escola Estadual de Ensino

Fundamental e Médio “Profª Célia Teixeira do Carmo”, localizada na rua Theodoro

Pinto de Souza, no distrito de Rive e; a Escola Estadual de Ensino Fundamental e

Médio “José Corrente”, localizada na rua Lucindo Rodrigues Pinto, s/nº, no distrito do

Café. Todas as escolas encontram-se sediadas em distritos pertencentes ao

município de Alegre – ES.

Para o desenvolvimento do presente trabalho procurou-se as escolas selecionadas,

apresentando as mesmas um termo de consentimento para o desenvolvimento da

pesquisa, assinado pelo diretor da escola e os pesquisadores. Na sequência,

buscou-se a secretaria da escola solicitando uma relação dos alunos que se

encontravam declaradamente defasados idade/série e frequentando a escola no

corrente ano.

Listagem fornecida, marcou-se com a escola a data para que se pudesse contatar

com os alunos defasados para solicitar dos mesmos as respostas aos questionários.

Aplicou-se ao todo 44 (quarenta e quatro) questionários aos alunos previamente

selecionados, através de informações da escola, todos em defasagem idade/série

nos anos finais do ensino fundamental. Desses 44 (quarenta e quatro) alunos 24

(vinte e quatro) alunos pertenciam ao sexo masculino e 20 (vinte) alunos pertenciam

ao sexo feminino.

Page 23: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

23

0

1

2

3

4

5

Oscar de Almeida

Gama

Ana Monteiro de

Paiva

Sirena Resende da

Fonseca

Célia Teixeira do Carmo

José Corrente

Qu

anti

tati

vo d

e A

lun

os

Escolas Campo

12

13

14

15

16

17

O questionário aplicado consistia de 08 (oito) perguntas fechadas e pretendia

conhecer as variáveis que contribuem para a existência dos índices de distorção

idade/série nos anos finais do Ensino Fundamental, nas escolas selecionadas.

Na análise dos dados, procurou-se captar as relações e interferências entre os

conteúdos das respostas com as variáveis que contribuem para o aumento dos

índices de distorção idade/série nos anos finais do Ensino Fundamental.

4.2 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Para confirmar a distorção idade/série achou-se necessário conhecer a idade dos

alunos que responderam o questionário, visto que, considera-se a existência da

mesma, quando o aluno apresenta um distanciamento de dois anos entre a idade e

a série cursada, baseando-se nas orientações de Qedu (2013).

Gráfico 1. IDADE DOS ALUNOS QUE PARTICIPARAM DA PESQUISA.

Fonte: Questionário aplicado aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino do município de

Alegre – ES (Apêndice).

Page 24: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

24

Na análise das respostas verificou-se que em relação à idade dos alunos

entrevistados, na escola Sirena Resende da Fonseca 09 (nove) alunos encontram-

se em distorção idade/série, sendo que 01 (um) possui 13 (treze) anos e está

cursando a 5ª série, 03 (três) possuem 14 (quatorze) anos onde, destes, 01 (um)

cursando a 5ª série e 02 (dois) cursando a 6ª série e; 05 (cinco) estão com 15

(quinze) anos onde, destes, 02 (dois) cursando a 5ª série e 03 (três) cursando a 6ª

série. Na escola Ana Monteiro de Paiva 19 (dezenove) alunos foram entrevistados,

sendo que 13 (treze) alunos se encontram em distorção idade/série. Desses 13

(treze) alunos, 03 (três) alunos possuem 13 (treze) anos e estão na 5ª série; 01 (um)

aluno com 13 (treze) anos encontra-se na 6ª série; 03 (três) alunos com 14

(quatorze) anos encontram-se na 6ª série; 02 (dois) alunos com 15 (quinze) anos, 01

(um) na 5ª série e 01 (um) na 6ª série; 03 (três) alunos possuem 16 (dezesseis)

anos, 02 (dois) alunos na 7ª série e 01 (um) aluno na 8ª série e; 01 (um) aluno

possui 17 (dezessete) anos e está na 8ª série. Na escola José Corrente 04 (quatro)

alunos foram entrevistados e encontram-se em distorção idade/série, sendo que 03

(três) alunos encontram-se com 13 (treze) anos na 5ª série e 01 (um) com 15 anos

na 5ª série. Na escola Oscar de Almeida Gama, 04 (quatro) alunos foram

entrevistados e encontram-se em distorção idade/série, sendo que 01 (um) aluno

com 14 (quatorze) anos encontra-se na 6ª série, 02 (dois) alunos com 16 (dezesseis)

anos encontram-se na 7ª série e 01 (um) aluno com 17 (dezessete) anos encontra-

se na 8ª série e, na escola Célia Teixeira do Carmo, 08 (oito) alunos foram

entrevistados, sendo que 06 (seis) alunos encontram-se em distorção idade/série.

Desses 06 (seis) alunos, 02 (dois) alunos com 14 (quatorze) anos encontram-se na

5ª série e 01 (um) aluno com 14 (quatorze) anos na 6ª série, 01 (um) aluno com 15

(quinze) anos encontra-se na 6ª série e 02 (dois) alunos com 16 (dezesseis) anos

encontram-se na 6ª série.

Achou-se pertinente conhecer o sexo dos pesquisados, de forma a observar se o

mesmo tem contribuído na defasagem, ou seja, conhecer se é maior o número de

adolescentes do sexo masculino ou do sexo feminino em defasagem.

Page 25: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

25

Gráfico 2. SEXO DOS ALUNOS QUE PARTICIPARAM DA PESQUISA.

Fonte: Questionário aplicado aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino do município de

Alegre – ES (Apêndice).

Na análise das respostas, verificou-se que em relação ao sexo dos alunos

entrevistados, na escola Ana Monteiro de Paiva, 10 (dez) alunos são do sexo

feminino e 09 (nove) alunos pertencem ao sexo masculino. Na escola Sirena

Resende da Fonseca, 06 (seis) alunos são do sexo feminino e 03 (três) alunos são

do sexo masculino. Na escola Célia Teixeira do Carmo, 07 (sete) alunos são do sexo

masculino e 01 (um) do sexo feminino. Na escola José Corrente, 03 (três) alunos

são do sexo masculino e 01 (um) do sexo feminino. Já na escola Oscar de Almeida

Gama, 02 (dois) alunos pertencem ao sexo feminino e 02 (dois) alunos pertencem

ao sexo masculino.

No montante dos alunos que responderam o questionário, constatou-se serem 24

(vinte e quatro) alunos do sexo masculino e 20 (vinte) alunos pertencentes ao sexo

feminino. Sendo a diferença entre eles de apenas 04 (quatro) alunos, acreditamos

não haver influencia do fator ou variável sexo na defasagem idade/série.

Mais uma vez, verificando confirmar a existência da defasagem nos anos finais do

ensino fundamental, procurou-se conhecer o ano de ingresso do mesmo neste nível

de ensino.

0123456789

10

Oscar de Almeida

Gama

Ana Monteiro de Paiva

Sirena Resende

da

Fonseca

Célia Teixeira

do Carmo

José Corrente

Qu

anti

tati

vo d

e A

lun

os

Escolas Campo

masculino

feminino

Page 26: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

26

Gráfico 3. ANO DE INGRESSO NA 5ª SÉRIE.

Fonte: Questionário aplicado aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino do município de

Alegre – ES (Apêndice).

Na análise das respostas verificou-se que em relação ao ano de ingresso na 5ª série

dos alunos entrevistados, na escola Ana Monteiro de Paiva, 06 alunos ingressaram

em 2013, já em situação de distorção idade/série. Na escola Sirena Resende da

Fonseca, 05 (cinco) alunos ingressaram em 2013, já em situação de distorção

idade/série. Na escola José Corrente, 03 (três) alunos ingressaram em 2014, já em

situação de distorção idade/série. Na escola Célia Teixeira do Carmo, o quantitativo

de alunos que ingressaram na 5ª série nos anos de 2013 são de 03 (três) alunos e,

em 2014, são de 04 (quatro) alunos, já em situação de distorção idade/série e, na

escola Oscar de Almeida Gama, o quantitativo de alunos que ingressaram na 5ª

série nos anos de 2012 e 2013 são de 02 (dois) alunos, também em situação de

distorção idade/série. Todos os alunos envolvidos no levantamento de dados

sofreram distorção idade/série nas séries iniciais do Ensino Fundamental.

Após conferir a idade dos alunos, verificou-se que um total de 24 (vinte e quatro)

alunos vieram defasados dos anos iniciais do ensino fundamental.

0

1

2

3

4

5

6

Oscar de Almeida

Gama

Ana Monteiro de Paiva

Sirena Resende

da

Fonseca

Célia Teixeira

do

Carmo

José Corrente

Qu

anti

tati

vo d

e A

lun

os

Escolas Campo

antes de 2011

2011

2012

2013

2014

Page 27: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

27

Considerou-se importante conhecer a série atual desses alunos, de forma a

compará-las com sua idade, verificando, através da subtração idade/série, a

presença ou não da defasagem na vida desses alunos.

Gráfico 4. SÉRIE ATUAL DOS ALUNOS.

Fonte: Questionário aplicado aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino do município de

Alegre – ES (Apêndice).

Na análise das respostas, verificou-se que em relação à série atual dos alunos

entrevistados, na escola Ana Monteiro de Paiva, o quantitativo de alunos que estão

na 5ª e 6ª séries são de 12 (doze) alunos, onde desses, 09 (nove) se encontram em

defasagem, pois 03 (três) desses alunos tem apenas 12 (doze) anos, não

apresentando dois anos de defasagem. Nas escolas Sirena Resende da Fonseca e

Célia Teixeira do Carmo, 05 (cinco) alunos estão atualmente na 6ª série. Já na

escola José Corrente, 04 (quatro) alunos se encontram na 5ª série e na escola

Oscar de Almeida, 02 (dois) alunos se encontram na 7ª série.

Conhecendo a série atual dos alunos e comparada com a idade dos mesmos,

podemos constatar se há ou não distorção idade/série.

0

1

2

3

4

5

6

Oscar de Almeida

Gama

Ana Monteiro de Paiva

Sirena Resende

da

Fonseca

Célia Teixeira

do Carmo

José Corrente

Qu

anti

tati

vo d

e A

lun

os

Escolas Campo

5ª série

6ª série

7ª série

8ª série

Page 28: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

28

Quanto à existência de reprovação e repetência, buscou-se conhecer se o aluno

encontra-se cursando a série na qual não conseguiu avançar, ficando reprovado.

Gráfico 5. TEMPO DE PERMANÊNCIA NA SÉRIE ATUAL.

Fonte: Questionário aplicado aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino do município de

Alegre – ES (Apêndice).

Na análise das respostas, verificou-se que em relação ao tempo de permanência na

série atual dos alunos entrevistados, na escola Ana Monteiro de Paiva, 19

(dezenove) alunos permaneceram na série atual no período de 01 ano. Na escola

Sirena Resende da Fonseca, 09 (nove) alunos permaneceram na série atual no

período de 01 (um) ano. Na escola Célia Teixeira do Carmo, 05 (cinco) alunos

permaneceram na série atual no período de 01 (um) ano. Na escola José Corrente,

03 (três) alunos permaneceram na série atual no período de 01 (um) ano e, na

escola Oscar de Almeida Gama, 04 (quatro) alunos permaneceram na série atual no

período de 01(um) ano.

0123456789

10111213141516171819

Oscar de Almeida

Gama

Ana Monteiro de

Paiva

Sirena Resende da

Fonseca

Célia Teixeira do

Carmo

José Corrente

Qu

anti

tati

vo d

e A

lun

os

Escolas Campo

1 ano

2 anos

3 anos

mais de 3 anos

Page 29: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

29

Observou-se quanto à reprovação na série atual, que dos alunos submetidos ao

questionário, 02 (dois) alunos ficaram reprovados na 6ª série na escola Célia

Teixeira do Carmo e apenas 01 (um) aluno se encontra repetindo a 5ª série na

escola José Corrente.

Os demais alunos não apresentam reprovação na série que cursam atualmente.

Buscando verificar se houve repetência em séries anteriores a série cursada,

perguntou-se aos alunos sobre reprovações anteriores.

Gráfico 6. REPETÊNCIA ANTES DA SÉRIE ATUAL.

Fonte: Questionário aplicado aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino do município de

Alegre – ES (Apêndice).

Na análise das respostas, verificou-se que em relação ao quantitativo de alunos que

já repetiram alguma série antes da série atual, na escola Ana Monteiro de Paiva, 17

(dezessete) alunos disseram que já repetiram outra série antes da atual. Na escola

Sirena Resende da Fonseca, 09 (nove) alunos disseram que já repetiram outra série

antes da atual. Na escola Célia Teixeira do Carmo, 05 (cinco) alunos disseram que

0123456789

1011121314151617

Oscar de Almeida

Gama

Ana Monteiro de

Paiva

Sirena Resende da

Fonseca

Célia Teixeira do Carmo

José Corrente

Qu

anti

tati

vo d

e A

lun

os

Escolas Campo

sim

não

Page 30: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

30

já repetiram outra série antes da atual. Na escola Oscar de Almeida Gama, 04

(quatro) alunos disseram que já repetiram outra série antes da atual. Já na escola

José Corrente, 02 (dois) alunos já repetiram outra série antes da atual e 02 (dois)

alunos disseram que não repetiram antes da série atual.

Sobre já haver repetido séries anterior à cursada, observou-se que 37 (trinta e sete)

alunos dos 44 (quarenta e quatro) alunos que responderam o questionário,

apresentam reprovação em alguma série.

Como verificou-se a existência de repetência pelos alunos, procurou-se conhecer

em quais séries tais reprovações aconteceram.

Gráfico 7. SÉRIES DE REPETÊNCIAS ANTES DA SÉRIE ATUAL.

Fonte: Questionário aplicado aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino do município de

Alegre – ES (Apêndice).

Na análise das respostas, verificou-se que em relação a série de repetência antes

da série atual, na escola Ana Monteiro de Paiva, 14 (quatorze) alunos repetiram

antes da 5ª série. Na escola Sirena Resende da Fonseca, 06 (seis) alunos repetiram

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

Oscar de Almeida

Gama

Ana Monteiro de

Paiva

Sirena Resende da

Fonseca

Célia Teixeira do Carmo

José Corrente

Qu

anti

tati

vo d

e A

lun

os

Escolas Campo

nenhuma série

antes da 5ª série

5ª série

6ª série

7ª série

8ª série

Page 31: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

31

antes da 5ª série. Na escola Oscar de Almeida Gama, 02 (dois) alunos repetiram a

5ª série. Na escola Célia Teixeira do Carmo, o quantitativo de alunos que repetiram

antes da 5ª série e da 6ª série, foram de 02 (dois) alunos em cada série. Já na

escola José Corrente, o quantitativo de alunos que repetiram antes da 5ª série e da

6ª série, foi de 01 (um) aluno em cada. Os alunos que repetiram antes da 5ª série,

repetiram a 2ª série do Ensino Fundamental.

Das respostas analisadas, verificou-se que 24 (vinte e quatro) alunos, dentre os 44

(quarenta e quatro) que responderam ao questionário reprovaram antes da 5a serie,

ou seja, ao cursarem as séries iniciais do ensino fundamental.

Comprovada a repetência do aluno, buscou-se verificar, junto aos mesmos, os

motivos que possam ter ocasionado à mesma.

Gráfico 8. MOTIVO CAUSADOR DA REPETÊNCIA.

Fonte: Questionário aplicado aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino do município de

Alegre – ES (Apêndice).

Na análise das respostas, verificou-se que em relação ao motivo causador da

repetência, na escola Ana Monteiro de Paiva, 07 (sete) alunos repetiram a série por

0

1

2

3

4

5

6

7

Oscar de Almeida

Gama

Ana Monteiro de Paiva

Sirena Resende

da Fonseca

Célia Teixeira do

Carmo

José Corrente

Qu

anti

tati

vo d

e A

lun

os

Escolas Campo

mudança familiar

necessidade de trabalhar para ajudar na renda familiar

faltas contínuas por desinteresse nos estudos

não gostava de ir a escola

outros

Page 32: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

32

faltas contínuas e por desinteresse nos estudos. Na escola Sirena Resende da

Fonseca, 05 (cinco) alunos repetiram por motivos de mudança familiar. Na escola

José corrente, 04 (quatro) alunos também repetiram por motivos de mudança

familiar. Na escola Célia Teixeira do Carmo, 03 (três) alunos repetiram a série por

outros motivos. Na escola Oscar de Almeida Gama, 02 (dois) alunos repetiram por

necessidade de trabalhar para ajudar na renda familiar.

Constatou-se que dos 44 (quarenta e quatro) entrevistados, 09 (nove) alunos

repetiram a série por faltarem às aulas, visto não gostarem de estudar, 17

(dezessete) alunos repetiram a série por motivos de mudança familiar (maior índice),

04 (quatro) alunos repetiram a série por terem de trabalhar e ajudar na renda familiar

e 08 (oito) alunos alegaram serem outros o motivo de sua repetência, mas não

identificando o mesmo.

Como constatou-se haver reprovações por todos os alunos e sabendo-se que a

mudança pode dificultar a socialização do aluno, dificultando a aprendizagem,

buscou-se conhecer se entre os alunos existe a incidência de mudanças.

Page 33: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

33

Gráfico 09. QUANTITATIVO DE ESCOLAS QUE OS ALUNOS

ESTUDARAM ANTES DA ESCOLA ATUAL.

Fonte: Questionário aplicado aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino do município de

Alegre – ES (Apêndice).

Na análise das respostas, verificou-se que em relação ao quantitativo de escolas

que os alunos estudaram antes da escola atual, na escola Sirena Resende da

Fonseca, 05 (cinco) alunos estudaram em 02 (duas) escolas antes escola da atual.

Nas escolas Oscar de Almeida Gama e Ana Monteiro de Paiva, 03 (três) alunos

também estudaram em 02 (duas) escolas antes escola da atual, sendo que na

escola Ana Monteiro de Paiva, 11 (onze) alunos não estudaram em nenhuma escola

antes da atual. Na escola Célia Teixeira do Carmo, 03 (três) alunos estudaram em

01 (uma) escola antes da escola atual, sendo que 04 (quatro) alunos não estudaram

em nenhuma escola antes da atual. Já na escola José Corrente, 03 (três) alunos

estudaram em 03 (três) escolas antes da escola atual.

Após análise, verificou-se que dos 44 (quarenta e quatro) alunos entrevistados, mais

da metade deles passou por processos de mudança e de readaptação em novas

escolas.

Como a mudança aparece como interveniente na distorção idade/série, buscou-se

conhecer quais fatores levaram os alunos à mudança.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

Oscar de Almeida

Gama

Ana Monteiro de Paiva

Sirena Resende

da Fonseca

Célia Teixeira do

Carmo

José Corrente

Qu

anti

tati

vo d

e A

lun

os

Escolas Campo

nenhuma escola

1 escola

2 escolas

3 escolas

mais de 3 escolas

Page 34: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

34

Gráfico 10. MOTIVO CAUSADOR DA MUDANÇA ESCOLAR.

Fonte: Questionário aplicado aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino do município de

Alegre – ES (Apêndice).

Na análise das respostas, verificou-se que em relação ao motivo causador da

mudança escolar, na escola Sirena Resende da Fonseca, 08 (oito) alunos tiveram

como motivo a mudança familiar. Na escola Ana Monteiro de Paiva, 06 (seis) alunos

também tiveram como motivo a mudança familiar e 11 (onze) alunos nunca

mudaram de escola. Na escola José Corrente, 04 (quatro) alunos também tiveram

como motivo causador a mudança familiar. Já nas escolas Oscar de Almeida Gama

e Célia Teixeira do Carmo, o quantitativo para os motivos ‘mudança familiar’ e ‘local

de difícil acesso’ foram de 02 (dois) alunos para cada motivo, sendo que na escola

Célia Teixeira do Carmo, 04 (quatro) alunos nunca mudaram de escola.

Como resultado observou-se que apenas um dos alunos mudou-se por necessidade

de trabalho; 22 (vinte e dois) alunos mudaram acompanhando suas famílias e 06

(seis) moravam em lugar de difícil acesso a escola, contribuindo a sucessivas faltas.

Constatada a existência da mudança do aluno para outra escola, procurou-se

conhecer se a mesma influenciou na desistência dos estudos.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

Oscar de Almeida

Gama

Ana Monteiro de Paiva

Sirena Resende

da

Fonseca

Célia Teixeira

do Carmo

José Corrente

Qu

anti

tati

vo d

e A

lun

os

Escolas Campo

nenhum motivo

necessidade de trabalhar para suprir a renda familiar

mudança familiar

local de difícil acesso

Page 35: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

35

Gráfico 11. DESISTÊNCIA DOS ESTUDOS.

Fonte: Questionário aplicado aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino do município de

Alegre – ES (Apêndice).

Na análise das respostas, verificou-se que em relação à desistência dos estudos, na

escola Ana Monteiro de Paiva, 14 (quatorze) alunos responderam que não

pensaram em desistir dos estudos. Na escola Sirena Resende da Fonseca, 08 (oito)

alunos disseram que não pensaram em desistir dos estudos. Na escola Célia

Teixeira do Carmo, 08 (oito) alunos disseram que não pensaram em desistir dos

estudos. Na escola Oscar de Almeida Gama, 03 (três) alunos também disseram que

não pensaram em desistir dos estudos. Já na escola José Corrente, nenhum dos 04

(quatro) alunos disseram já ter pensado em desistir dos estudos.

Mesmo ficando fora da escola por um tempo, trocando de escola, não gostando de

estudar ou ficando reprovados, observa-se que 11 (onze) alunos nunca pensaram

em desistir da escola.

Constatada a existência de alunos que já pensaram em desistir dos estudos,

procurou-se conhecer o motivo causador dessa desistência.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

10 11 12 13 14

Oscar de Almeida

Gama

Ana Monteiro de Paiva

Sirena Resende da

Fonseca

Célia Teixeira do

Carmo

José Corrente

Qu

anti

tati

vo d

e A

lun

os

Escolas Campo

sim

não

Page 36: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

36

Gráfico 12. MOTIVO CAUSADOR DA DESISTÊNCIA DOS ESTUDOS.

Fonte: Questionário aplicado aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de ensino do município de

Alegre – ES (Apêndice).

Na análise das respostas, verificou-se que em relação ao motivo causador da

desistência dos estudos, na escola José Corrente, 03 (três) alunos sentiram

dificuldade na aprendizagem. Na escola Ana Monteiro de Paiva, 02 (dois) alunos

gostavam da escola, mas não gostavam das aulas. Já nas escolas Oscar de

Almeida Gama e Sirena Resende da Fonseca, apenas 01 (um) aluno, em cada

escola, sentiu dificuldade na aprendizagem.

Visto que, conforme apresentado no Gráfico 11 (onze), 33 (trinta e três) alunos

nunca pensaram em desistir dos estudos, o elevado número de respostas referentes

à ‘nenhum motivo’ apresentados neste gráfico, justifica-se.

0123456789

1011121314

Oscar de Almeida

Gama

Ana Monteiro de Paiva

Sirena Resende

da

Fonseca

Célia Teixeira

do

Carmo

José Corrente

Qu

anti

tati

vo d

e A

lun

os

Escolas Campo

nenhum motivo

sentiu dificuldade na aprendizagem

repetiu a mesma série várias vezes

precisou trabalhar para complementar a renda familiar

não gostava da escola

gostava da escola, mas não gostava das aulas

Page 37: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

37

5 CONCLUSÃO

No presente estudo, concluímos que os dados obtidos apresentam alta prevalência

nos índices de mudança familiar e faltas contínuas por desinteresse nos estudos,

constatando-se, através dos resultados obtidos nos questionários, como principais

causadores da distorção idade/série dos alunos entrevistados, a mudança familiar,

acometendo 38,64% dos alunos entrevistados (17 alunos) e faltas contínuas por

desinteresse nos estudos em 20,46% dos alunos entrevistados (09 alunos),

acarretando a distorção idade/série nas escolas campo. Nas demais variáveis,

acometeu a 40,90% dos alunos entrevistados (18 alunos). Constatou-se também

que os altos índices de distorção idade/série ocorrem nas séries inicias do Ensino

Fundamental, portanto, o aluno já ingressa nas séries finais do Ensino Fundamental

em distorção idade/série.

Page 38: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

38

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALEXANDRE, S. de F. Aprendizagem e suas implicações no processo educativo. Revista de Letras (UEG. São Luís de Montes Belos), v. 06, p. 51-60, 2010. Disponível em:< http://www.slmb.ueg.br/iconeletras/artigos/volume6/aprendizagem-e-suas-implicacoes.pdf>. Acesso em: 01 out. 2014.

Aplicativos. Determinantes da taxa de distorção idade-série: uma análise espacial para a região nordeste do brasil. Disponível em: <http://aplicativos.fipe.org.br>. Acesso em: 25 nov. 2014

AUGUSTI, R. B. Como se caracteriza a aprendizagem na escola. Revista Travessias, 2008. Disponível em: <http://erevista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/3030>. Acesso em: 01 out. 2014.

BERTOLDO, A. A importância da aprendizagem na vida do ser humano. Web artigos, 2010. Disponível em: < http://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-da-aprendizagem-na-vida-do-ser-humano/30970/>. Acesso em 01 out. 2014.

BRASIL. Defasagem entre idade e série continua alta. Instituto nacional de estudos e pesquisas educacionais Anísio Teixeira, 1998. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/c/journal/view_article_content?groupId=10157&articleId=20005&version=1.0>. Acesso em: 25 nov. 2014.

BRASIL/MEC. Parâmetros curriculares nacionais para o Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.

BROUGÈRE, G. A aprendizagem no cotidiano. Revista Nova Escola. São Paulo: Abril, p.3, 2012. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/creche-pre-escola/aprendizagem-cotidiano-664585.shtml>. Acesso em: 01 out. 2014.

CASTRO, M. H. G. Avaliação do sistema educacional brasileiro: tendências e perspectivas. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educativas, 1998.

CENCI, A.; COSTAS, F. A. T. Conceitos cotidianos e aprendizagem escolar. Revista Travessias, 2010. Disponível em:< http://e-revista.unioeste.br/index. >. Acesso em: 01 out. 2014.

DAVIS, C.; OLIVEIRA, Z. de. Psicologia na educação. São Paulo: Cortez, 1990.

ESPÍRITO SANTO. Regimento Comum das escolas da rede estadual de ensino do estado do Espírito Santo. Vitória: SEDU, 2010.

EXPOENTE. Material didático da educação infantil ao pré-vestibular. Curitiba: Expoente, 2014.

FONSECA, V. da. Aprender a aprender: a educabilidade cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 1998.

Page 39: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

39

FORNARI, L. T. Reflexões acerca da reprovação e evasão escolar e os determinantes do capital. Passo Fundo: Revista Espaço Pedagógico, 2010.

GAMA, A. M. Fundamentos da teoria Vygotskiana para apropriação de novas tecnologias como instrumentos socioculturais de aprendizagem. Revista Travessias, 2012. Disponível em:< http://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/>. Acesso em: 01 out. 2014.

GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL. Orientações pedagógicas: correção da distorção idade/série. Brasília – DF, 2012.

HAMZE, A. O que é a aprendizagem?. Canal do educador. Brasil Escola, 2013. Disponível em: <http://educador.brasilescola.com/trabalho-docente/o-que-e-aprendizagem.htm>. Acesso em: 01 out. 2014.

JUSBRASIL. Distorção idade-série na educação básica. 2013. Disponível em: <http://cmoreira2.jusbrasil.com.br/artigos/111821615/distorcao-idade-serie-na-educacao-basica>. Acesso em: 25 nov. 2014.

LOPES, N. Como combater o abandono e a evasão escolar. Revista Gestão Escolar, 2010. Disponível em: <http://gestaoescolar.abril.com.br/aprendizagem/como-combater-abandono-evasao-escolar-falta-alunos-abandono-acompanhamento-frequencia- >. Acesso em: 24 maio 2014.

MOREIRA, C. Distorção idade-série na educação básica. Vitória: JusBrasil, 2013. Disponível em: < http://cmoreira2.jusbrasil.com.br/artigos/111821615/distorcao-idade-serie-na-educacao-basica>. Acesso em: 01 out. 2014.

PILETTI, N. Psicologia Educacional. 11ª Ed. São Paulo: Ática, 1993.

QEDU. Aprovação, reprovação, abandono, evasão escolar e distorção idade-série. Santa Catarina, 2013. Disponível em: <http://www.qedu.org.br/ajuda/artigo/212405>. Acesso em: 01 out. 2014.

SANTOS, R. M. dos. A importância da aprendizagem na vida do indivíduo. Revista A Página da Educação. Porto (Portugal): Multiponto, n.152, 2006. Disponível em: <http://www.apagina.pt/?aba=7&cat=152&doc=11318&mid=2>. Acesso em: 01 out. 2014.

SARAIVA, A. M. A. Distorção idade-série. GESTRADO. Disponível em <http://www.gestrado.org>. Acesso em: 25 nov. 2014.

SKINNER, B. F. Tecnologia do ensino. São Paulo: USP, 1972.

TORRES, R. M. Que (e como) é necessário aprender?: necessidades básicas de aprendizagem e conteúdos curriculares. 6 ed. Campinas, SP: Papirus, 2005.

Universidade Federal Fluminense. Mais de 8,5 milhões de estudantes da educação básica estão com atraso de dois anos ou mais. Rio de Janeiro: Observatório Jovem, 2014. Disponível em: <http://www.uff.br/observatoriojovem/materia/mais-de-85-milh%C3%B5es-de-

Page 40: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

40

estudantes-da-educa%C3%A7%C3%A3o-b%C3%A1sica-est%C3%A3o-com-atraso-escolar-de-dois-anos-ou>. Acesso em: 01 out. 2014.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 7 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

Page 41: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

41

APÊNDICE

FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE ALEGRE - FAFIA AUTARQUIA MUNICIPAL

Rua Belo Amorim, 100 - Centro – Alegre/ES – CEP: 29500-000 Telefax: (028) 3552-9850

Questionário

Este questionário faz parte de uma pesquisa monográfica feita pelos alunos Eufrânio Lucindo Junior e Marlice Marília Custódio Suhett do 8º período de pedagogia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Alegre.

Para que possamos apresentar dados reais e fidedignos com relação as causas que mais contribuem com a evasão escolar no município de Alegre, gostaríamos que você participasse de nossa pesquisa, respondendo o questionário abaixo.

Muito Obrigada.

Anote na frente sua idade: _________________

Escreva o nome da escola onde encontra-se estudando atualmente:

___________________________________________________________________

Assinale seu sexo: ( ) masculino ( ) feminino

1) Em que ano você entrou na 5ª série?

____________________________

2) Em que série você se encontra hoje?

a) ( ) 5ª série

b) ( ) 6ª série

c) ( ) 7ª série

d)( ) 8ª série

Page 42: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

42

3) Por quanto tempo você está nessa série?

a)( ) 1 ano

b)( ) 2 anos

c)( ) 3 anos

d)( ) mais de 3 anos

4) Você já repetiu alguma série antes da que está cursando?

a) ( ) sim ( ) não

b) Qual série?

( ) nenhuma série

( ) antes da 5ª série

( ) 5ª série

( ) 6ª série

( ) 7ª série

( ) 8ª série

5) Qual o motivo causador de sua repetência?

( ) mudança familiar

( ) necessidade de trabalhar para ajudar na renda da família

( ) faltas contínuas por desinteresse nos estudos

( ) não gostava de ir a escola

( ) outros

6) Em quantas escolas você estudou antes da escola atual?

( ) nenhuma escola ( ) 1 escola ( ) 2 escolas ( ) 3 escolas ( ) mais de 3 escolas

7) Qual motivo levou você a estudar em outras escolas?

( ) nenhum motivo

( ) necessidade de trabalhar para suprir a renda familiar

( ) mudança familiar

( ) local de difícil acesso

Page 43: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

43

8) Em algum momento pensou em desistir dos estudos?

a) ( ) sim ( ) não

b) Por quê?

( ) nenhum motivo

( ) sentiu dificuldade na aprendizagem

( ) repetiu a mesma série várias vezes

( ) precisou trabalhar para complementar a renda familiar

( ) não gostava da escola

( ) gostava da escola mais não gostava das aula

Page 44: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

44

TERMO DE CONSENTIMENTO INSTITUCIONAL PARA REALIZAÇÃO DE

PESQUISA

Titulo da Pesquisa: A distorção idade/série nos anos finais do Ensino Fundamental

nas escolas da rede pública estadual do estado do Espírito Santo no município de

Alegre.

Pesquisadores responsáveis: Eufrânio Lucindo Junior; Marlice Marília Custódio

Suhett e Rita de Cássia Furtado Torres.

Justificativa: Este projeto vem contribuir para pesquisas na área da Pedagogia

sobre o conhecimento dentre as variáveis mudança familiar, a necessidade do

trabalho, reprovação e abandono escolar, qual delas tem contribuído com maior

intensidade para que aconteça a distorção idade/série nos anos finais do Ensino

Fundamental das escolas estaduais do município de Alegre-ES.

Descrição dos procedimentos a que o participante será submetido: Serão

entrevistados, através de questionário fechado, alunos que se encontram em

situação de defasagem nos anos finais do Ensino Fundamental. Todas as

informações decorrentes das entrevistas serão gravadas e, posteriormente,

transcritas e analisadas.

Benefícios da pesquisa: Esta pesquisa terá os seus resultados publicados por

meio de congressos e de artigos em periódicos especializados, com vistas a

contribuir com a ampliação do corpo de conhecimentos que se tem produzido sobre

alunos em situação de distorção idade/série. Esperamos ainda, que nossa pesquisa

possa gerar referencias e subsídios para futuras pesquisas na área.

Esclarecimentos e direitos: A participação de cada aluno nas entrevistas

individuais será mediante a autorização, por escrito, da instituição e dos

responsáveis pelos mesmos, bem como o seu próprio consentimento.

Serão garantidos a liberdade e o direito de o entrevistado recusar em participar da

pesquisa. Forneceremos, ainda, informações sobre quaisquer etapas dessa

pesquisa, sempre que houver necessidade. A participação do aluno nesta pesquisa

não ocasionará riscos à sua saúde física ou mental.

Confidencialidade: Todos os tipos de informação que possam identificar os

participantes dessa pesquisa deverão ser mantidos sob sigilo, por tempo

indeterminado, tanto pelos pesquisadores, quanto pela instituição onde os dados

serão coletados. Desta forma, ficam assegurados o anonimato e sigilo de todas as

informações coletadas.

Consentimento pós-informação: Após as devidas informações e esclarecimentos

sobre o conteúdo deste Termo de Consentimento, e da pesquisa vinculada a ele,

Page 45: a distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental, em

45

concordo com a participação dos alunos matriculados nesta instituição, bem como

com o fato de as entrevistas individuais serem feitas nas dependências físicas deste

local.

Estando, portanto, de acordo, assinam o Termo de Consentimento em duas vias.

Identificação do Diretor (a) da Instituição de Ensino

Nome da escola:__________________________________________________

Nome do Diretor (a):_______________________________________________

Concordam com a realização da pesquisa descrita neste documento, conforme os

termos nele estipulados.

______________________________________________________

Diretor da Instituição

_______________________________________________________

Orientador da Pesquisa

_______________________________________________________

Responsáveis pela coleta de dados

Alegre, _____de ____________de 2014.