a diplomacia e ideologia brasileira

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O presente trabalho tem como tema a mediação brasileira da negociação do programa nuclear iraniano. O objetivo é enfatizar a posição do Brasil em relação ao histórico do conflito envolvendo o programa nuclear do Irã, bem como a posição diplomática e ideológica brasileira a respeito da questão. Deve-se compreender este evento atual das relações internacionais visto que há muitas contradições envolvidas nesta questão. O tema do desarmamento nuclear é hoje um assunto de destaque mundial. É imprescindível que se compreenda as contradições do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) e das relações de poder entre os Estados, bem como a posição, fundamentação legal e o histórico do nosso país em relação a esta questão.

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A diplomacia e ideologia brasileira: a relao com o Ir em questo ao acordo nuclear

Joo Matheus Gonalves Ricardo Luigi Resumo

O presente trabalho tem como tema a mediao brasileira da negociao do programa nuclear iraniano. O objetivo enfatizar a posio do Brasil em relao ao histrico do conflito envolvendo o programa nuclear do Ir, bem como a posio diplomtica e ideolgica brasileira a respeito da questo. Deve-se compreender este evento atual das relaes internacionais visto que h muitas contradies envolvidas nesta questo. O tema do desarmamento nuclear hoje um assunto de destaque mundial. imprescindvel que se compreenda as contradies do Tratado de No Proliferao Nuclear (TNP) e das relaes de poder entre os Estados, bem como a posio, fundamentao legal e o histrico do nosso pas em relao a esta questo.

Palavras-chave: Brasil. Poltica Externa. Programa Nuclear Iraniano.

1. Introduo

Ultimamente, o Ir tem sido o principal motivo de preocupao no setor internacional, devido ao programa nuclear desenvolvido no pas, gerou-se uma grande polmica sobre o projeto. Foi proposto pelo Brasil e Turquia um acordo nuclear, que visa que, o Ir envie urnio para o exterior e em troca, receba urnio com grau maior de enriquecimento. Foi determinado pelo Conselho de Segurana, que o Ir interrompesse o enriquecimento, pois a tcnica utilizada para enriquecer urnio para ser usado como combustvel na produo de energia nuclear pode ser tambm utilizada no enriquecimento de urnio ao nvel mais elevado.

Este no um acordo concreto, apenas um acordo inicial com durao de seis meses, que em afirmativa da Casa Branca, inclui "limitaes substanciais que ajudaro a prevenir que o Ir crie uma arma nuclear". Em sntese, o Ir retarda o programa de desenvolvimento nuclear e com isso, dado o fim de algumas sanes enquanto um acordo mais formal est sendo formulado.

Durante 18 anos, o Ir obteve em segredo seu programa de enriquecimento, com a argumentao de que, o programa nuclear tinha como finalidade, a produo de energia eltrica, sendo que, o Ir tem amplos recursos de petrleo e gs natural e energia nuclear para gerao de eletricidade no era indispensvel. Devido a isso, foi imposto pelo Conselho de Segurana que, o pas deve interromper o enriquecimento e outras atividades nucleares, at que as intenes pacficas do programa nuclear do pas sejam comprovadas.

O argumento contrrio de que, com a aprovao do projeto, o Ir poderia desenvolver mais sua capacidade de enriquecimento e adquirir maior conhecimento nesse campo, at ter condies de construir um dispositivo nuclear, que requer urnio com um alto grau de enriquecimento, de cerca de 90%. Porm, mesmo com todas essas suspeitas, o Ir alega que necessita do combustvel para a criao de um pequeno reator de pesquisas mdicas em Teer, instalado pelos Estados Unidos h muitos anos. Pois o mesmo est sofrendo com a falta de combustvel, que antes era fornecido pelo exterior. Fica evidente a desaprovao dos Estados Unidos e Israel no programa nuclear. Portanto, o Ir conta com a aprovao do Brasil e da Turquia no projeto.

A troca dever ter o supervisionamento da AIEA (Agncia Internacional de Energia Atmica, rgo da ONU). Alm de mostrar que o Brasil pode estar ativo em intervenes internacionais, no s s que se referem Amrica do Sul. O acordo foi uma medida de confiana, no resolveu a questo do programa nuclear iraniano, mas foi uma conjuntura no pensamento diplomtico, de que prefervel negociaes amistosas a duras sanes ou investidas militares para se resolver impasses.

Um quesito importante para o Brasil neste assunto que, respeitando o Tratado de No Proliferao Nuclear, utilizando a tecnologia para fins pacficos, ele est defendendo seu prprio programa nuclear de enriquecimento de urnio at 20%. De certo modo, o Brasil cria barreiras para que no futuro, pases centrais no venham tentar interferir na tecnologia brasileira que funciona atualmente em segredo industrial. No entanto, com toda essa polmica sobre o acordo nuclear, a imprensa brasileira da nfase a uma viso negativa sobre a participao do Brasil no acordo e que o pas deveria estar se preocupando mais com seus assuntos internos.

2. Programa Nuclear Iraniano

O Ir percebido como uma ameaa porque no obedeceu s ordens dos Estados Unidos. Militarmente essa ameaa irrelevante. Esse pas no se comportou agressivamente fora de suas fronteiras durante sculos [] Israel invadiu o Lbano, com o beneplcito e a ajuda dos Estados Unidos, at cinco vezes em trinta anos. O Ir no fez nada parecido. (GOESSMANN; SCHEIDLER, 2010).

O projeto nuclear iraniano foi lanado na dcada de 1950, com auxlio tcnico dos Estados Unidos, como parte do Programa tomos para a Paz. No entanto, aps a Revoluo Islmica de 1979, houve a sua paralisao, mas acabou por voltar a lan-lo, embora com menor assistncia ocidental. Atravs de um acordo assinado com a Rssia, em 1995, o projeto nuclear do Ir voltou a ganhar foras. Ainda assim, somente com a eleio de Mahmoud Ahmadinejad, em 2005, o pas deixou o mundo Ocidental e Israel ociosos dos possveis fins blicos desse programa.

Administrado pela Organizao de Energia Atmica do Ir. O Programa atual conta com a incluso de diversos Centros de Pesquisas, tais como: uma mina de urnio, um Reator Nuclear e instalaes de processamento de urnio que incluem uma Central de Enriquecimento. Desde a revoluo, o Ocidente mantm-se receoso de que o Ir tire proveito do seu programa nuclear para a produo de armas atmicas usando de seu urnio enriquecido.

Devido s tais acusaes, o fundamentalista islmico, Mahmoud Ahmadinejad, alega que o programa nuclear iraniano destinado a fins pacficos. Ele acusa o Ocidente de ir contra o desenvolvimento tecnolgico do seu pas. No entanto, Estados Unidos e Israel, principais inimigos do Ir, insistem em afirmar que esse programa nuclear tem por finalidade a fabricao de armas nucleares. De acordo com relatrios dos servios de inteligncia dos Estados Unidos, em menos de dez anos, o Ir ter capacidade de produzir uma bomba atmica.

2.1 Proposta

O acordo oferecido pelo Brasil e Turquia era que, os lderes iranianos revissem a proposta sob a qual o pas persa enviaria urnio com baixo enriquecimento a outro pas, para transform-lo em combustvel altamente enriquecido que o pas precisa para seu reator de pesquisas cientficas - um plano que fracassou em outubro do ano passado.

A princpio, o acordo foi oferecido como uma maneira de permitir que a comunidade internacional, pudesse acompanhar o material nuclear, pois o mesmo gera suspeitas por parte do ocidente em ter fins para a construo de armas nucleares no Ir. Contestando sobre a confiana por parte das grandes potncias, o Ir rejeitou a proposta e disse que s trocaria o seu material por urnio em nveis maiores de enriquecimento e essa troca s seria feita em seu territrio, o que foi rejeitado pelas partes envolvidas no acordo.

"Em Natanz, temos capacidade de enriquec-lo a mais de 20% e tambm a mais do que 80%, mas no faremos isso porque no precisamos." (DELLAGNEZZE, 2012).Baseado na rejeio de ambas as partes para chegar num acordo, o Ir lanou em fevereiro a produo de urnio enriquecido a 20%, o que acelerou a mobilizao dos EUA para adotar novas sanes por parte do Conselho de Segurana.

Aps a interrupo do acordo. O Brasil e a Turquia, ambos os membros no permanentes do Conselho de Segurana da ONU (Organizao das Naes Unidas), no concordavam com as novas sanes impostas ao pas iraniano e ofereceram-se para assumir as negociaes e tentar persuadir o Ir a rever a oferta.

"Criamos uma comisso conjunta para supervisionar a implementao do nosso acordo. Esperemos que ambos os lados possam avanar de uma forma que restaurar a confiana. (ALTOBELLI, 2013).

No dia 16 de maio de 2010, na cidade Teer, o Ir, a Turquia e o Brasil, resolveram o impasse e chegaram a um Acordo em relao troca do urnio levemente enriquecido do pas, por urnio enriquecido a 20%. Durante o encontro dos trs Chefes de Governo, em uma Declarao conjunta afirmaram a selagem do acordo que, estipulava o direito de produzir e fazer uso da energia nuclear com fins pacficos. Indo contra a essa afirmativa, o Departamento de Estado dos EUA, continua decidido a propor a adoo de novas e mais duras sanes contra o Ir, ao Conselho de Segurana da ONU. A reao do pas Israelense no demora; o mesmo acusa o Ir de estar manipulando o Brasil e a Turquia, simulando aceitar um acordo.

hora sempre para a diplomacia e para a negociao. (MOYSS, 2010).Aps a assinatura do acordo, intervindo por Brasil e Turquia, o presidente do Ir, Mahmoud Ahmadinejad, solicitou o prosseguimento das negociaes com as potncias mundiais que tendem a considerar o programa nuclear do Ir apenas um pretexto para que o pas possa produzir armas atmicas.No h fundamento nenhum para continuar na busca de novas sanes, luz do que est escrito neste acordo. Que essencialmente aquilo que havia sido pedido ao Ir: 1200 quilos, depositados num terceiro pas, que no caso a Turquia, de uma nica vez. (ABRITTA, 2010).

Com o acordo assinado, Ir, Turquia e Brasil acreditam que no h motivos para serem estudadas novas sanes contra o pas iraniano, pois consideram o acordo positivo, porm, a oposio descreve o acordo como uma estratgia para evitar ou adiar as sanes. A verdade que, os opositores faro todo o possvel para ir contra a repercusso positiva do acordo, a fim de transform-lo em um fracasso total visualizado por todo o setor internacional.2.2 Termos do Acordo

"Aqueles que falam contra o programa nuclear iraniano so os que deveriam eliminar as armas nucleares em seu prprio pas." (REUTERS, 2010).

Para poder ter acesso aos US$7 bilhes dos mais de US$100 bilhes dos seus prprios fundos sem seguro e congelados em contas pelo mundo inteiro, o Ir deve aceitar submeter-se a inspees dirias e sem aviso prvio ao seu modesto programa de energia nuclear. Isso inclui os seus reatores, silos de fabricao, instalaes de armazenamento, minas e fbricas de urnio e todos os registros dessas instalaes.

H muito tempo que o Ir trabalha com a mesma quantidade de combustvel. Eles tm um estoque limitado, resultado de extrao de uma pequena mina, hoje esgotada, e de compras passadas. Entre outubro e agora, eles simplesmente no tiveram como aumentar seu estoque - at porque ningum vendeu urnio ao Ir nesse tempo. No d para gerar urnio a partir de nada. verdade que o urnio que eles tm pode ter sido enriquecido, mas a quantidade no tem como ser aumentada. Esse argumento insinua a possibilidade de o Ir continuar a fabricar uma arma nuclear com um estoque de urnio escondido, mas isso totalmente falso. (OUALALOU, 2010).

O desenvolvimento de armas nucleares requer o enriquecimento de urnio a mais de 90% da fuso de istopo U-235. O Ir deve aceder a no enriquecer o seu urnio em mais de 5% e diluir o seu limitado inventrio de urnio j enriquecido a uns 20%.

O acordo estipula que a aceitao dessas medidas intrusivas sobre a soberania do Iro dar lugar a uma pausa de seis meses aos esforos de reduo das vendas de crude do Ir e suspenso das sanes dos Estados Unidos sobre a indstria automotriz do Ir e sobre as reposies para a aviao civil do Ir.

O acordo permitir ao Ir comprar, com fundos congelados pelos Estados Unidos, alimentos e produtos agrcolas, medicamentos, dispositivos mdicos e pagar a matrcula de estudantes iranianos que estudam em universidades do exterior. O relaxamento da trama enorme e constritiva de sanes demonstra o carter invasivo e direto das sanes.

3. Relaes entre Brasil e Ir

"Tivemos uma cooperao muito boa, especialmente na poca do presidente Lula, que at se envolveu na questo nuclear." (ADGHIRNI, 2014).

As relaes entre Brasil e Ir esto relacionadas s relaes diplomticas firmadas entre as duas repblicas que, com encontros entre os ex-presidentes Luiz Incio Lula da Silva e Mahmoud Ahmadinejad tiveram finalidade de aumentar no s as trocas comerciais entre ambos os pases, mas tambm em tentar dialogar sobre os direitos humanos e solucionar as questes sobre o Programa Nuclear Iraniano, que atualmente gera polmica em todo o mundo.

Dada a crescente presso em cima do pas persa devido ao seu Programa Nuclear, o Ir acredita que mesmo com a assuno de Dilma Rousseff Presidncia da Repblica, as relaes diplomticas com o Brasil, seguiram positivas, mesmo que no comeo de sua gesto, Dilma deu mais ateno aos assuntos internos do pas.Entretanto, as grandes potncias ainda permanecem desconfiadas e aps o anncio comemorativo do Iro, Brasil e Turquia, a ONU aplicou uma nova rodada de sanes Repblica Islmica.

Segundo Dellagnezze (2013), em entrevista poca, Marco Aurlio Garcia, assessor especial da Presidncia para Assuntos Internacionais, deixou a entender que o Brasil no ir se envolver de novo de forma direta no curto prazo.

3.1 Entraves do acordo

O nico pas mais mencionado (que Israel) foi o Ir, considerado a maior ameaa segurana da regio pela maior parte das naes no Oriente Mdio. (CHOMSKY, 2013).O programa nuclear iraniano considerado a maior ameaa para a segurana internacional da atualidade. Isso se d a fatores internos e externos.

Interno - O governo violador dos diretos humanos, pois financia, presta treinamento e armamento para duas das maiores faces terroristas (Hamas e Hezbollah). O governo tambm d declaraes ameaando riscar Israel (um dos seus rivais) do mapa. Alm de manter ativo o regime Srio.

Externo - Um Ir com todo esse poder atmico causaria a desordem no Tratado de No Proliferao Nuclear, pois isso resultaria em uma corrida nuclear, principalmente no Oriente Mdio.

Esses fatores servem tambm para entender o porqu de tanta desaprovao e tantas sanes impostas ao acordo com o Ir, visando tambm que, o acordo no tem como foco restabelecer relaes diplomticas com o Ocidente, principalmente com os EUA.

Provavelmente o pas no deixar de promover o terrorismo na regio e isso acarreta na desconfiana de que se o governo iraniano mantm o mesmo padro em todos os outros aspectos, no seria diferente na rea nuclear. Em resumo, o impasse do programa nuclear do Ir ainda est longe de ser resolvido, mesmo com o acordo assinado.

4. Sanes impostas ao Ir e seus motivos

"O Conselho de Segurana das Naes Unidas aprovou uma quarta rodada de sanes contra o Ir devido a seu programa nuclear." (CORRA, 2010).

A presso sobre o pas persa continua, em funo de que o mesmo interrompa seu processo de enriquecimento de urnio e comprove a natureza pacfica de seu programa nuclear. O Ir tende a insistir de que o programa no tem finalidades militares, mas parte da comunidade internacional suspeita que Teer na verdade esteja buscando desenvolver armas atmicas.

A resoluo 1929 (de 9 de junho de 2010) do Conselho de Segurana inclui novas limitaes em relao aos investimentos iranianos no exterior, que j entrou em vigor nas trs rodadas de sanes anteriores. Entre as medidas, est a proibio da venda ao Ir de oito novos tipos de armamento pesado.

As novas sanes impostas ao Ir exigem tambm o congelamento de fundos e bens financeiros de 10 entidades e 12 pessoas envolvidas nos programas. Probe tambm o fornecimento de materiais que possam ser utilizados com fins militares ao Ir.

Alm disso, a resoluo exige a inspeo de cargas suspeitas, que possam conter objetos proibidos a caminho ou vindos do Ir, em portos e aeroportos de todos os pases e a proibio de viagem aos funcionrios iranianos envolvidos nos programas nucleares e balsticos.

4.1 Posio do Brasil s sanes

O isolamento, em geral, contribui para mais radicalismo, apenas atinge os mais pobres e vulnerveis, como vimos no Iraque. Essas sanes que dificultam o comrcio tornam o pas mais dependente de outro em vez de permitir um contato mais diversificado. (OLIVEIRA, 2010).

Em uma tentativa de que o programa nuclear do Ir fosse aceito no setor internacional, o presidente Lula props o acordo para transferncia de urnio levemente enriquecido do Ir para a Turquia, entretanto, houve rejeio da proposta pela maioria dos pases.

Apenas o Brasil e a Turquia, que tm vagas rotativas no conselho, os mesmos que vinham tentando solucionar o impasse para a questo nuclear iraniana, votaram contra as sanes impostas ao Ir no Conselho de Segurana das Naes Unidas, em junho. Porm, os Estados Unidos e seus aliados apoiaram as restries, dando nfase ao no comprometimento por parte do Ir na interrupo do enriquecimento de urnio.

O Brasil sempre deixou evidente o seu descontentamento em relao s sanes impostas ao Ir. Porm, aps uma reunio ministerial no CCBB, segundo Kelly Oliveira (2010), o ministro das Relaes Exteriores, Celso Amorim, anunciou a assinatura ao decreto de adeso s sanes impostas ao Ir. Aps assinatura do decreto pelo presidente Lula o ministro das Relaes Exteriores disse que no afetar profundamente a relao do Ir com o Brasil.

5 Consideraes finais

Desde que o Brasil optou por ser o mediador da questo nuclear do Ir, houve muitas crticas quanto s orientaes da diplomacia brasileira, especialmente por parte de pases europeus, e, principalmente pelos EUA. Muitos especialistas afirmam que a mediao do Brasil e da Turquia em relao ao programa nuclear iraniano gerou uma mudana significativa no estudo das relaes internacionais contemporneas.

Ao optarem por seguir uma iniciativa prpria propondo um acordo ao Ir, visando que isso tambm fosse favorvel aos interesses da comunidade internacional, Brasil e Turquia, com esse ato, acabaram por desafiar o Conselho de Segurana das Naes Unidas.

Entretanto, o acordo foi desacreditado por grande parte dos pases, que em afirmativa disseram que este no atende as preocupaes internacionais a respeito do programa nuclear. Poucos dias depois, apesar dos votos contrrios do Brasil e da Turquia que so membros no permanentes do Conselho (sem direito a veto) - foi imposta ao Ir pelo Conselho de Segurana da ONU, outra rodada de sanes.

Contudo, aps meses de debate, visitas diplomticas e um pouco de insistncia por ambos os pases, restou somente ao governo brasileiro aceitar contrariadamente - as sanes das Naes Unidas contra Teer.Analisando profundamente todos os aspectos, podemos concluir que o Brasil mostrou comunidade internacional que possui uma poltica exterior e uma diplomacia notoriamente bem desenvolvida.

Tambm podemos concluir que o Brasil um pas que apresenta uma tradio diplomtica de no interveno e soluo pacfica de conflitos e controvrsias, conforme constatado em sua Constituio Federal. A prtica extraordinria da diplomacia presidencial no governo Lula, certamente fez com que o pas ganhasse mais destaque na poltica internacional, alm de fazer com que outros pases tivessem a viso do Brasil como um membro ativo e crescente no mundo.

Referncias

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UNIP - Instituto de Cincias Sociais e Tecnologia. Campus Swift Campinas, SP. Relaes Internacionais, 6. Semestre Noturno, sala D008. Joo Matheus Gonalves B424FE-1 [email protected] UNIP - Instituto de Cincias Sociais e Tecnologia. Campus Swift Campinas, SP. Professor Ricardo Luigi. 110