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A DINÂMICA DA MONTADORA DE CANETAS - UMA SIMULAÇÃO BASEADA EM JOGOS DE EMPRESAS NO ENSINO DA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Tarcísio Althoff (UDESC) [email protected] Tiago Alexandre Colzani (UDESC) [email protected] Silene Seibel (UDESC) [email protected] A utilização de simulações no ensino superior vem se difundindo como uma alternativa altamente eficaz na assimilação dos conceitos teóricos. Estas atividades trazem para dentro da sala de aula a sensação de um ambiente real, onde os acadêmmicos podem aplicar, de forma prática, os conceitos apresentados nas aulas expositivas. Baseada na teoria de jogos de empresas, a Dinâmica da Montadora de Canetas é uma simulação que tem por objetivo demonstrar a situação de uma fábrica durante a implantação da manufatura enxuta, destacando os pontos positivos que o sistema traz em relação à produção convencional. Este artigo traz a operacionalização bem como uma aplicação da dinâmica em uma turma de engenharia de produção, onde são analisados os resultados obtidos pelas fábricas simuladas. Ao final uma pesquisa revela, a partir da visão dos acadêmicos, as vantagens da metodologia proposta em relação ao ensino tradicional. Palavras-chaves: Dinâmica de ensino, manufatura enxuta, simulação XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão. Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009

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A DINÂMICA DA MONTADORA DE

CANETAS - UMA SIMULAÇÃO

BASEADA EM JOGOS DE EMPRESAS

NO ENSINO DA ENGENHARIA DE

PRODUÇÃO

Tarcísio Althoff (UDESC)

[email protected]

Tiago Alexandre Colzani (UDESC)

[email protected]

Silene Seibel (UDESC)

[email protected]

A utilização de simulações no ensino superior vem se difundindo como

uma alternativa altamente eficaz na assimilação dos conceitos teóricos.

Estas atividades trazem para dentro da sala de aula a sensação de um

ambiente real, onde os acadêmmicos podem aplicar, de forma prática,

os conceitos apresentados nas aulas expositivas.Baseada na teoria de

jogos de empresas, a Dinâmica da Montadora de Canetas é uma

simulação que tem por objetivo demonstrar a situação de uma fábrica

durante a implantação da manufatura enxuta, destacando os pontos

positivos que o sistema traz em relação à produção

convencional.Este artigo traz a operacionalização bem como uma

aplicação da dinâmica em uma turma de engenharia de produção,

onde são analisados os resultados obtidos pelas fábricas simuladas. Ao

final uma pesquisa revela, a partir da visão dos acadêmicos, as

vantagens da metodologia proposta em relação ao ensino tradicional.

Palavras-chaves: Dinâmica de ensino, manufatura enxuta, simulação

XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão.

Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009

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1. Introdução

Este artigo traz a adaptação da metodologia de ensino denominada jogos de empresas, ao

ensino de técnicas de engenharia de produção, mais especificamente a filosofia de produção

denominada por Womack (1990) como sistema enxuto de produção.

Os jogos de empresas têm como característica principal o uso da simulação de situações reais

em um ambiente acadêmico, a fim de que os alunos participantes tenham a possibilidade de

tomar decisões e empregar as técnicas absorvidas de forma teórica à realidade prática.

Segundo Tubino e Schafranski (2000), a simulação através de jogos permite que idéias e

conceitos, passíveis de serem aplicados na prática, sejam testados de uma maneira mais

simples, possibilitando a avaliação dos impactos desses e a escolha das estratégias mais

adequadas para cada situação.

Em contrapartida o sistema de produção enxuto apresenta uma filosofia muito ligada ao

conhecimento tácito e a prática do empirismo por parte dos operadores de um sistema fabril,

sendo que os conceitos são de difícil assimilação em um contexto acadêmico totalmente

expositivo.

Sob esse enfoque, observa-se que a integração de um método de ensino baseado em jogos de

empresas com a temática da filosofia de produção enxuta traz um grande avanço no que tange

o ensino da engenharia de produção, aliando uma metodologia que remete o ensino da

administração e da formação gerencial a um assunto técnico relacionado à engenharia.

Este trabalho apresenta toda a operacionalização de uma dinâmica que faz uso da simulação

de uma linha de montagem de canetas visando demonstrar as diferenças entre a produção em

massa e o sistema de produção enxuto. Para tanto, descreve uma aplicação desta dinâmica

demonstrando a diferença percebida pelos alunos quanto aos sistemas produtivos em questão,

e demonstra a opinião dos participantes da dinâmica quanto às vantagens que essa

metodologia traz ao ensino da engenharia de produção em comparação com os métodos

tradicionais.

2. Os princípios do sistema enxuto de produção

Na década de 1940, no Japão, uma fabricante de carros, chamada Toyota, tentava emergir

depois do caos enfrentado durante a segunda guerra mundial. Com poucos recursos para

investir a Toyota se viu obrigada a adaptar os conceitos de produção que visualizara nas

empresas norte-americanas para uma forma que evitasse todos os desperdícios que a

superprodução enfrentava. Além disso, o mercado japonês era marcado por necessitar de uma

grande variedade de veículos, já que cada nicho da sociedade necessitava de um modelo

específico. Era necessário produzir de uma forma mais ágil, flexível e barata. (DENNIS,

2008)

Frente a essas dificuldades, a Toyota identificou ações que considerava desperdícios no

sistema de produção em massa, e como conseqüência buscou suas eliminações. Foram

estabelecidas uma série de técnicas que tinham por objetivo produzir apenas o que o cliente

quer, baseados em uma filosofia de melhoria contínua, foco no que agrega valor do ponto de

vista de quem compra o produto e principalmente na valorização do capital humano da

empresa, visto que o conhecimento intrínseco dos operadores é de suma importância ao

desenvolvimento de um sistema fabril. (SHINGO, 1996)

Foi estabelecida uma produção puxada pela área de vendas, onde a fábrica só produziria caso

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houvesse a necessidade real do produto, ao contrário da produção ocidental que considerava

desperdício parar máquinas por qualquer motivo. Um novo conceito de fluxo de materiais foi

criado, visando a eliminação do tempo de parada entre os processos, possibilitando uma

redução ímpar no inventário e um aumento significativo na agilidade ao mudar o produto a ser

fabricado frente à ausência de grandes lotes.

O princípio de controle de qualidade também foi modificado, visto que cada colaborador

passou a ser responsável pela sua própria operação, melhorando a qualidade final do produto e

reduzindo o desperdício de retrabalho e de produtos defeituosos sendo processados. O

trabalho das máquinas foi separado do trabalho humano, sob o ponto de vista de que era

desperdício pessoas esperarem paradas o processamento ser feito por máquinas. Ao mesmo

tempo o trabalho mecanizado de alta especialidade foi reduzido ao máximo, estabelecendo

maquinários mais simples, ágeis e menos custosos. (OHNO, 1997)

Estava estabelecido um novo conceito de produção, posteriormente chamado de produção

enxuta. Uma filosofia de produzir bens que revolucionou a maneira da engenharia de

manufatura enxergar a fábrica, estabelecendo uma forma menos custosa, mais rápida e mais

flexível de produzir. (WOMACK & JONES, 1990)

3. A prática atrelada ao ensino teórico

Em uma visão tradicional temos a concepção do ensino atrelado a incansáveis aulas

expositivas em sala de aula, onde um professor ministra a teoria aos alunos e cobra o

aprendizado através de provas e trabalhos. Os estudantes normalmente têm a oportunidade de

perguntar e fazer comentários, fato que ocasiona discussões em torno do tema abordado, e

normalmente agrega valor a aula, mas na maioria das vezes eles simplesmente não o fazem, se

resumindo em tomar anotações e ouvir. Essa é a realidade do ensino unilateral, aplicado pela

grande maioria dos colégios e universidades, onde os elementos culturais são repassados aos

alunos pelos professores, da mesma maneira teórica que acontece há vários séculos de

desenvolvimento cultural. (KALLÁS, 2003)

Essa visão não se demonstra totalmente equivocada visto que a produção intelectual,

principalmente se tratando de ensino superior, se desenvolve exponencialmente a cada ano,

mas de alguma maneira ela acaba se tornando incompleta quando o assunto é a prática, que é

exigida aos recém graduados pelo mercado de trabalho. Há a necessidade de ensinar algo mais

que a simples teoria, já que a formação esperada pelas empresas já inclui o senso prático do

saber o que e como fazer, como se no primeiro emprego o profissional já tivesse a carga de

conhecimento que um emprego anterior teria lhe proporcionado. (GODOY, 1997)

Portanto, torna-se necessário abordar o ensino superior de maneira que melhor preparem os

graduandos a atuarem da forma como lhes é exigido pelas empresas. Segundo Sauaia (1995),

um meio que já é empregado há vários anos em alguns cursos específicos de ensino superior e

que é muito bem aceito por alunos e professores, por combinar satisfação e aprendizagem, é o

uso de dinâmicas de ensino ou jogos de empresas.

De acordo com a definição de Zoll apud Godoy & Cunha (1998) os jogos de empresas são um

"(...) exercício em que, num dado contexto empresarial se tomam decisões econômicas válidas

para um período de tempo fixado, são comunicados os resultados dessas decisões e então se

tomam novas decisões para o período de tempo subseqüente".

Nesses jogos é criada uma situação fictícia onde grupos de estudantes são instigados a tomar

decisões de caráter tanto técnico quanto administrativo, a fim de atingir um objetivo pré-

determinado, que normalmente é secundário, visto que o real objetivo a ser atingido é o

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crescimento intelectual dos participantes frente à situação imposta sobre o tema apresentado.

Esse tipo de simulação representa um recurso valioso que, se bem explorado, pode contribuir

grandemente para o avanço do ensino em todos os níveis, principalmente no ensino superior.

(SAUAIA, 1995)

4. As origens do emprego de simulações no aprendizado

Os primeiros registros de utilização dos jogos atrelados ao ensino se dão por volta do ano

3000 a.C. na China, onde um jogo de guerra chamado Wei-Hai era utilizado para treinar

soldados em situações práticas. Na Índia por volta da mesma época, um jogo com a mesma

finalidade chamado Chaturanga também era utilizado como forma de treinamento de

soldados. (SAUAIA, 1995).

Na década de 1950 essas simulações começaram a ser utilizadas em universidades

americanas, mais especificamente no ensino de executivos nos cursos de pós-graduação.

Devido ao seu caráter prático, e da fácil assimilação dos conceitos abordados, os jogos de

empresas logo se tornaram uma alternativa ao ensino tradicional, representando uma

metodologia de ensino que se mostra eficiente, dinâmica e principalmente prática. Em 1963

uma pesquisa feita pela Universidade do Texas constatou que 20% do tempo dedicado ao

ensino em cursos de políticas de negócios, nos Estados Unidos, já era utilizado com o

emprego de jogos de empresas. (SAUAIA, 1995)

Segundo Gramigna (1993), os primeiros jogos de empresas aplicados no Brasil foram

traduções dos modelos americanos, feitas por faculdades de administração, ainda em meados

da década de 80. Desde então os jogos de empresas vem se difundindo como uma técnica

diferenciadora no processo de ensino brasileiro. O Exame Nacional de Cursos, feito pelo

INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) em 2002, mostrou que seis

das catorze universidades paulistas de administração que conseguiram conceito “A” no

exame, utilizam com regularidade em suas grades a metodologia dos jogos de empresas e

dinâmicas de ensino.

Tal método, fortemente caracterizado pela aprendizagem vivencial, apresenta diversos

elementos que complementam as técnicas de ensino tradicional. O caráter lúdico dos jogos

somado ao ambiente fortemente participativo e centrado no educando, proporciona a eles uma

possibilidade de aprendizagem satisfatória e efetiva, aliando a teoria apresentada nas aulas

expositivas à aplicação prática no jogo. (GRAMIGNA, 1993)

5. A adaptação da metodologia de jogos de empresas ao ensino de engenharia de

produção

Com a evolução da metodologia do ensino superior sob uma forma geral, os jogos de

empresas saíram da exclusividade dos cursos com temática gerencial e administrativa, e foram

implantados em outras cadeias de ensino, tal como psicologia, marketing, economia, entre

outras áreas. Gramigna (1993) apresenta a seguinte sugestão para classificar os diferentes

tipos de jogos:

Jogos de Comportamento são aqueles cujo tema central permite que se trabalhem temas

voltados às habilidades comportamentais;

Jogos de Processo são os jogos onde a ênfase maior é dada às habilidades técnicas;

Jogos de Mercado são os que reúnem as mesmas características dos jogos de processo, mas

são direcionados para atividades que reproduzem situações de mercado.

Dentre as classificações impelidas, os jogos voltados ao ensino de engenharia se enquadram

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melhor em jogos de processos. Diversos pesquisadores vêm utilizando jogos no ensino de

áreas técnicas. Tommelein (1999) fez uso de um jogo de dados para demonstrar um

determinado fluxo de trabalho, enquanto Santos et al (2002) utilizaram um jogo para simular

técnicas de programação por linhas de balanço.

Especificamente na área abordada por este artigo, temos a aplicação de Saffaro et al (2003),

que promoveram a simulação de um sistema de produção baseado nos princípios do sistema

enxuto utilizando peças tipo Lego, e Pinho et al (2005), que desenvolveram uma dinâmica de

ensino denominada Montagem Interativa de Bloquinhos com o mesmo objetivo.

Souza e Silva (2003) utilizou pela primeira vez uma dinâmica que promovia a montagem de

canetas com a finalidade de instigar uma discussão estratégica entre os participantes em uma

turma de pós-graduação sobre as diferenças entre a produção em massa e a produção enxuta,

enquanto Silveira (2005) usa um método parecido para mostrar as diferenças entre os dois

tipos de manufatura. Costa & Jungles (2006) desenvolveram uma dinâmica de montagem de

canetas enfocando o mapeamento do fluxo de valor, preenchendo uma lacuna deixada pelos

artigos anteriores quanto aos resultados numéricos da simulação.

6. O ensino do sistema de produção enxuto através da “Dinâmica da Montadora de

Canetas”

A dinâmica proposta consiste em simular uma montadora de canetas durante a implantação do

sistema de produção enxuto, em três situações: a primeira situação se refere a uma fábrica

com sistema de produção tradicional, que apresenta os desperdícios descritos por Ohno (1997)

como sendo característicos da produção em massa. A segunda simula um fábrica com

implantação dos princípios iniciais do sistema de produção enxuto, como fluxo contínuo, foco

no cliente e redução de desperdícios. Já a terceira simulação faz uso de todos os conceitos

remetidos ao sistema em questão conhecidos pelos participantes.

Os produtos a serem manufaturados são fardos de cinco canetas da mesma cor, unidos por um

elástico conforme Figura 1, e há três modelos de produto, sendo eles definidos pela cor das

canetas enfardadas, variando entre azul, preto e vermelho como demonstra a Figura 2.

Figura 1 - Produto manufaturado na simulação

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Figura 2 - Modelos de produtos manufaturados

A formação das equipes responsáveis por simular cada fábrica é feita respeitando um número

ideal de dez participantes por equipe, e um máximo de catorze. Aos participantes são

delegadas funções presentes na simulação, e essas funções, bem como seu responsável em

cada equipe, são documentadas em uma planilha a fim de que fique clara a responsabilidade

de cada um durante a aplicação do jogo.

A simulação do funcionamento da fábrica acontece de forma que cada dia útil simulado tem a

duração de um minuto real. Cada mês na dinâmica possui 20 dias úteis e a montadora é

simulada por três meses, sendo que cada mês corresponde a uma das etapas propostas.

As funções propostas pela dinâmica incluem participantes responsáveis por analisar os

indicadores da empresa quanto à qualidade dos produtos entregues e ao número de acidentes,

sendo estes definidos por problemas como embalagem frouxa ou tampas mal conectadas, e

quedas de produtos dentro durante algum manuseio, respectivamente.

As demais funções estabelecem responsáveis quanto à movimentação de materiais,

planejamento e controle da produção, operadores e auxiliares, sendo estes últimos os

responsáveis pela montagem dos produtos. É importante salientar que o movimentador de

materiais é o único habilitado a efetuar estas movimentações, e que o planejador de produção

é o responsável por disparar ordens de produção à fábrica.

Além das funções internas de cada fábrica, também é necessário o estabelecimento de um ou

dois clientes, e um fornecedor para cada montadora simulada. Cabe ao fornecedor a

organização da matéria prima em lotes de vintes peças, contemplando tampas, corpos e

cargas. Fica determinado que todo o produto retirado do fornecedor passa a ser contabilizado

como estoque da fábrica.

Cabe aos clientes solicitar um fardo de canetas por minuto de simulação, respeitando uma

seqüência de variação na cor desses pedidos pré-estabelecida pelos instrutores da dinâmica.

Entretanto essa seqüência de pedidos não deve ser de conhecimento dos demais participantes,

sendo que o único dado que eles recebem sobre os pedidos é uma previsão de demanda, sob a

forma de proporção de pedidos de cada cor. Em cada entrega são analisados quesitos

referentes à qualidade do produto, seqüência correta de entrega e o cumprimento do prazo

estabelecido.

Para o bom andamento da dinâmica, foi criado uma descrição da situação da fábrica para cada

rodada, a fim de ilustrar as limitações e características impostas pelas regras. A primeira

rodada, que simula uma fábrica tradicional, possui alguns problemas já conhecidos produção

em massa, como tempo de troca de ferramenta muito elevado, layout estabelecido por

processo, sistema de informações pouco flexível, caro e de difícil utilização por parte dos

funcionários de nível operacional, e liderança autocrática, onde o conhecimento fabril vem da

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engenharia e de níveis superiores.

Devido a situação ilustrada da situação da montadora, algumas regras devem ser seguidas

pelos participantes. O layout fabril deve ser conforme mostra a Figura 3, com ilhas de

produção seguindo o agrupamento dos centro de trabalho por tipo de processo.

Figura 3 - Layout estabelecido para a primeira rodada de simulação

A parte operacional do sistema é composta de quatro operadores com as seguintes funções:

o primeiro insere a carga no corpo;

o segundo testa a funcionalidade da carga;

o terceiro coloca a tampa no sistema;

o quarto embala os produtos acabados em fardos de cinco peças utilizando as borrachas.

A produção funciona em lotes de 20 peças, devido à condição imposta de alto tempo de troca

de ferramental, e todas as operações só devem ser realizadas frente a existência de uma ordem

de produção expedida pelo planejado de produção.

A segunda rodada apresenta uma fábrica em processo de implantação de melhorias. A

descrição da situação da fábrica contempla que a direção entendeu que o layout por produto

facilitaria a organização da empresa. O sistema de informação também foi simplificado

facilitando a interface com os usuários, e os operadores passam a ter mais direito de opinião,

representando uma redução na autocracia da direção da empresa. Porém as mudanças sobre o

tempo de troca de ferramentas das máquinas ainda não foram executadas, impactando

diretamente na flexibilidade da produção da montadora.

Em conseqüência a estas mudanças, nesta rodada o layout fica liberado a critério de cada

equipe participante e as ordens de produção não precisam mais acompanhar os lotes,

evidenciando o incentivo a criação de fluxo contínuo na movimentação dos materiais. Porém

os lotes continuam a ser de vinte peças, caracterizando uma produção empurrada e com a

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necessidade de previsão de demanda.

A equipe tem a partir desta rodada a possibilidade de conversar com clientes e fornecedores

para possíveis mudanças na forma de fornecimento e também para melhorias no que diz

respeito ao relacionamento com o cliente, salientando o princípio de que a cadeia de valor de

um produto quebra as barreiras físicas de uma fábrica, e se estende a todos os envolvidos no

processo.

Já a terceira rodada a simulação é baseada em uma situação de fábrica que permite que sejam

aplicados todos os conceitos da manufatura enxuta. Os tempos de troca de ferramentas foram

diminuídos ao ponto de que não há mais a necessidade de haverem lotes na produção, e as

equipes têm liberdade para utilizar todo o conhecimento para desenvolver novas técnicas e

melhorias para maximizar os resultados da empresa. Frente à falta de lotes é incentivada aos

participantes a implantação de um sistema puxado de produção, que visa aumentar a

flexibilidade e diminuir o inventário em processamento.

Após cada uma das rodadas são colhidos dados, que inseridos em uma planilha permitem uma

análise de desempenho das equipes ao final da dinâmica. Os itens analisados das empresas

simuladas são compilados, atribuindo custos ou receitas aos itens a fim de trazer um resultado

financeiro ao desempenho de cada equipe. A avaliação deve ser baseada na área ocupada pela

empresa, mão de obra, estoques, quantidade de pedidos entregues, atrasos, rejeições e

acidentes.

Para que haja um resultado qualitativo do desempenho ao longo das rodadas, as pessoas

envolvidas no processo, como auditores, clientes ou colaboradores, além do professor

orientador da disciplina, podem atribuir notas quanto ao funcionamento geral das fábricas

simuladas em cada rodada.

Depois da reunião dessas informações, é desenvolvida uma discussão sobre os assuntos

referentes a sistemas de produção, gerenciamento de estoques, relacionamento com clientes, e

demais assuntos que venham a agregar conhecimento aos acadêmicos. Os dados coletados

devem ser expressos sob uma forma de fácil entendimento por parte dos participantes, através

do uso de gráficos e comparações visuais. O fluxograma da Figura 4 apresenta as fases da

aplicação da dinâmica proposta.

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Objetivos da

dinâmica

Atribuição e

explanação das

funções aos

participantes

Explanação das

regras gerais

Explanação da

situação da

fábrica e regras

Aplicação da

rodada

Coleta de dados

Apresentação

dos resultados

Explanação da

situação da

fábrica e regras

Aplicação da

rodada

Coleta de dados

Apresentação

dos resultados

Explanação da

situação da

fábrica e regras

Aplicação da

rodada

Coleta de dados

Comparação

dos resultados

de cada rodada

Discussão sobre

melhorias pelos

participantes

Discussão sobre

melhorias pelos

participantes

Introdução 1ª Rodada 2ª Rodada 3ª RodadaAvaliação e

Conclusão

Comentários

sobre os

princípios

aplicado e

oportunidades

de melhorias

Figura 4 - Fluxograma com as etapas de aplicação da dinâmica

7. Exemplo de aplicação

A dinâmica descrita foi aplicada em uma turma do curso de graduação em engenharia de

produção, referenciada à disciplina de sistemas produtivos, e contou com 26 participantes. A

ementa da disciplina contempla os princípios do sistema enxuto de produção, e por este

motivo os alunos participantes já tinham uma boa noção da parte teórica que a dinâmica tinha

como objetivo apresentar na prática. Foram organizadas três seções de duas aulas por seção,

totalizando 6 horas-aula empregadas na aplicação da dinâmica. Em cada uma das seções foi

aplicada uma etapa da simulação proposta, bem como sua avaliação e discussão com os

participantes. A Figura 5 apresenta uma aplicação das simulações descritas.

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Figura 5 - Simulação de uma linha de montagem de canetas

As equipes obtiveram um resultado crescente em cada rodada, conforme demonstra a Tabela

1, que apresenta os dados retirados diretamente da simulação.

Fábrica 1 Fábrica 2

Rodada 1 Rodada 2 Rodada 3 Rodada 1 Rodada 2 Rodada 3

Área (m²) 10 15 7 10 13 9

Mão de Obra (pessoas) 10 8 5 10 8 5

Estoque inicial (pç) 20 105 80 60 65 35

Estoque final (pç) 105 80 25 65 35 10

Pedidos entregues (pç) 6 20 20 15 20 20

Atrasos (pç) 20 0 2 20 2 0

Rejeições (pç) 9 0 1 9 1 0

Acidentes (evento) 5 1 1 4 2 0

Rodada 1 Rodada 2 Rodada 3 Rodada 1 Rodada 2 Rodada 3

Auditor 6 8 8 6 8 9

Cliente 2 10 8 4 8 10

Colaboradores 1 10 10 7 7 10

Professor 0 5 10 1 6 10

Tabela 1 – Planilha de coleta das informações referentes às rodadas da simulação

A avaliação qualitativa representada pelas notas atribuídas representou um aumento

considerável na avaliação ao decorrer das rodadas, conforme apresenta o gráfico da Figura 6,

que demonstra a evolução em termos do desempenho fabril das equipes após a implantação

dos conceitos da manufatura enxuta.

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Figura 6 - Gráfico referente notas atribuídas pelos envolvidos na dinâmica em cada rodada

Quanto à avaliação financeira, gerada através da coleta de dados em cada rodada da dinâmica,

novamente o desempenho das equipes melhorou substancialmente, onde podemos perceber

aumento considerável nos resultados líquidos, conforme mostra a Tabela 2.

Fábrica 1 Fábrica 2

Rodada 1 Rodada 2 Rodada 3 Rodada 1 Rodada 2 Rodada 3

Receita Bruta 4.500,00 15.000,00 15.000,00 11.250,00 15.000,00 15.000,00

Atrasos (3.000,00) 0,00 (300,00) (3.000,00) (300,00) 0,00

Rejeições (1.800,00) 0,00 (200,00) (1.800,00) (200,00) 0,00

Matéria Prima Consumida (1.800,00) (6.000,00) (6.000,00) (4.500,00) (6.000,00) (6.000,00)

Resultado Operacional Bruto (2.100,00) 9.000,00 8.500,00 1.950,00 8.500,00 9.000,00

Mão de Obra (4.800,00) (3.840,00) (2.400,00) (4.800,00) (3.840,00) (2.400,00)

Custo de estocagem (2.100,00) (1.600,00) (500,00) (1.300,00) (700,00) (200,00)

Transportes (825,00) (900,00) (445,00) (825,00) (805,00) (540,00)

Aluguel (280,00) (420,00) (196,00) (280,00) (364,00) (252,00)

Indenizações Trabalhistas (3.000,00) (600,00) (600,00) (2.400,00) (1.200,00) 0,00

Variação Estoque (5.100,00) 1.500,00 3.300,00 (300,00) 1.800,00 1.500,00

Lucro operacional líquido (18.205,00) 3.140,00 7.659,00 (7.955,00) 3.391,00 7.108,00

Tabela 2 – Dados financeiros das equipes calculados para cada rodada

Visto que o objetivo do sistema enxuto de produção é reduzir desperdícios, é possível

verificar claramente nessa simulação como isto ocorreu, pois em todas as rodadas a demanda

solicitada pelo cliente, e conseqüentemente a receita de vendas máxima a ser obtida foram as

mesmas. Dessa forma toda a melhoria nos resultados líquidos em cada rodada se deu através

da redução de perdas em inventário, movimentação, área, indenizações trabalhistas,

retrabalhos e excesso de produção.

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8. Avaliação da metodologia pelos partipantes

Com a finalidade de obter uma opinião quanto a metodologia proposta foi realizada uma

pesquisa de avaliação com os participantes. A pesquisa, feita sob a forma de um formulário

com questões objetivas e dissertativas, avaliou itens referentes ao conteúdo da atividade,

metodologia e recursos didáticos, sendo que o objetivo principal da avaliação foi obter

resultados quanto ao modelo de ensino através de dinâmicas.

Segundo os resultados da pesquisa, o conteúdo da atividade apresentou grande relevância,

demonstrando que os participantes consideraram o tema adequado ao curso e que ele tem

grande importância para a vida profissional de engenheiros de produção.

A metodologia utilizada foi elogiada no que tange o equilíbrio entre a teoria e a prática, a

forma de avaliação dos resultados de cada empresa simulada e o nível de conhecimento

prático adquirido. Tanto os materiais para as dinâmicas quanto o material utilizado para a

apresentação e explicação do caso foi considerado de boa qualidade, o que mostra a

importância de ter apresentações e dinâmicas bem estruturadas, com o objetivo de conseguir

obter comprometimento por parte da equipe.

A divisão do calendário de atividades em três dias não obteve muita aceitação, logo é

interessante avaliar a possibilidade de reservar um dia para o acontecimento da dinâmica,

proporcionando assim a fácil visualização e comparação de cada simulação.

A dinâmica de ensino foi considerada de grande importância para agregar conhecimento aos

acadêmicos e todos assinalaram que recomendariam este curso a outras pessoas o que mostra

que foi grande o envolvimento de todo o grupo. Por fim um questionamento sobre as

vantagens e desvantagens da metodologia proposta em relação às aulas expositivas

demonstrou que a maioria dos alunos acredita no aumento da experiência prática,

possibilitando uma atuação mais assertiva ao se deparar com uma situação real durante suas

vidas profissionais, e na maior assimilação dos conceitos referentes ao assuto, como as

grandes vantagens do uso de dinâmicas de ensino.

9. Conclusão

A utilização de técnicas de ensino baseadas em jogos de empresas no ensino da engenharia de

produção apresenta bons resultados quanto ao desenvolvimento intelectual dos participantes,

pois proporciona um melhor entendimento da teoria utilizando o recurso da simulação como

aplicação prática do conteúdo. As dinâmicas trazem para dentro da sala de aula a sensação de

aprender em um ambiente real, facilitando a assimilação dos conceitos a serem aplicados na

vida profissional dos acadêmicos.

Uma dificuldade no preparo e realização de dinâmicas é prever as reações dos participantes

frente às situações propostas. Devido a essa razão fica clara a importância de vivenciar outras

simulações ao organizar uma dinâmica de ensino, a fim de obter experiência com a

metodologia e visar melhores resultados. Outro ponto a ser observado na organização é a

administração do tempo dos trabalhos, visto que a divisão da aplicação da dinâmica proposta

em três dias impôs grandes espaços entre cada simulação, fato que dificultou a assimilação

dos resultados e a comparação entre as etapas.

Os acadêmicos de engenharia de produção que participaram da simulação reagiram de forma

evolutiva com o desenrolar da dinâmica e encontrando alternativas para resolver os problemas

apresentados, e fazendo uso dos conhecimentos e ferramentas do sistema de produção enxuto,

objetivando o foco no cliente e a redução de desperdícios, demonstrando claramente a

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assimilação desses conceitos ao longo da simulação.

Quando se faz o uso de técnicas de ensino baseadas em jogos e simulações, é essencial

promover uma discussão entre os participantes quanto aos resultados obtidos. É a partir destas

discussões que surge a oportunidade de agregar conhecimento aos alunos, instigando a análise

da situação real, promovendo o crescimento do senso intuitivo que somente a experiência

proporciona e comparando a teoria acadêmica aos resultados alcançados com a prática.

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