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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E JURÍDICAS - CEJURPS CURSO DE DIREITO A DEFINIÇÃO DE BANHEIRO PÚBLICO PARA FINS DE DEFERIMENTO DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE DA SÚMULA 448 DO TST JACKSON DA SILVA SANTOS Biguaçu 2015

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E JURÍDICAS - CEJURPS

CURSO DE DIREITO

A DEFINIÇÃO DE BANHEIRO PÚBLICO PARA FINS DE DEFERIMENTO DO

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE DA SÚMULA 448 DO TST

JACKSON DA SILVA SANTOS

Biguaçu

2015

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E JURÍDICAS - CEJURPS

CURSO DE DIREITO

A DEFINIÇÃO DE BANHEIRO PÚBLICO PARA FINS DE DEFERIMENTO DO

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE DA SÚMULA 448 DO TST

JACKSON DA SILVA SANTOS

Monografia apresentada como requisito parcial

para a obtenção do título de Bacharel em Direito,

pela Universidade do Vale do Itajaí, Centro de

Ciências Sociais e Jurídicas, campus de Biguaçu.

Orientador: Prof. Leonardo Vieira Ávila

Biguaçu 08 de junho de 2015

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AGRADECIMENTO

Agradeço em primeiro lugar a Deus por ter me concedido a

oportunidade da concretização de um sonho de criança.

Ao meu amigo Pedro Joaquim Cardoso Júnior por ter me ajudado

muito no início desta empreitada, me impulsionando e me ajudando a elucidar

assuntos que eu tinha pouco conhecimento e com as suas palavras de incentivo

e apoio.

A minha esposa Janete Fávero Santos pelo apoio e compreensão, e

de mostrar-se presente nos momentos de angústia, dispensando-me carinho e

o incentivo necessário a prosseguir na luta para alcançar o objetivo.

Também aos meus familiares que sempre acreditaram na minha

capacidade com palavras que me faziam cada vez mais perseverar, pois só os

perseverantes conquistam seus objetivos.

Agradeço também a cada colega de faculdade pelo companheirismo

e respeito demonstrado a cada aula.

Aos professores da UNIVALI, pelo empenho em passar para seus

alunos os melhores e mais atuais conteúdos e, principalmente por sempre

estarem dispostos a elucidar dúvidas tanto presencial quanto pelos meios

eletrônicos.

Por fim, em especial aos Professores Marcio Roberto Paulo do TIC I

e o

Ilustríssimo Mestre Leonardo Ávila do TIC II que estiveram em todos

os momentos comprometidos com orientação deste trabalho científico, indicando

o caminho e tirando as dúvidas a respeito do presente trabalho.

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DEDICATORIA

Dedico este trabalho ao Deus criador dos céus e da terra,

que tem me inspirado, fortalecido e principalmente por ter

mudado a minha história, e também à memória dos meus

pais o Sr. Analício Francisco dos Santos e a Sr.ª Maria da

Silva Santos (in memorian) que com certeza se aqui

estivessem estariam radiantes de orgulho a meu respeito,

pelo que sempre me ensinaram a acreditar nos meus

sonhos e correr atrás dos mesmos, pois pela minha

perseverança Deus os tornaria reais.

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TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE

Declaro, para todos os fins de direito, que assumo total

responsabilidade pelo aporte ideológico conferido ao presente trabalho,

isentando a Universidade do Vale do Itajaí, a coordenação do Curso de Direito,

a Banca Examinadora e o Orientador de toda e qualquer responsabilidade

acerca do mesmo.

Biguaçu ___ de_______ de 2015

JACKSON DA SILVA SANTOS

Graduando

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ROL DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CF/88 – Constituição da República Federativa do Brasil de 1988

CCB - Código Civil Brasileiro de 2002

CLT - Consolidação das Leis do Trabalho

CPC – Código de Processo Civil

TRT 12 – Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região – Santa Catarina

TST – Tribunal Superior do Trabalho

STF - Supremo Tribunal Federal

Art. – Artigo(s)

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Sumário

RESUMO............................................................................................................ 9

ABSTRACT ...................................................................................................... 10

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 11

1. HISTÓRA DO DIREITO DO TRABALHO .................................................... 13

1.1 A ESCRAVIDÃO ........................................................................................ 14

1.1.1 SERVIDÃO FEUDAL .............................................................................. 15

1.1.2 AS CORPORÇÕES DE OFÍCIOS ........................................................... 15

1.2 O EMPREGO, DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A ERA DA

INFORMATICA ................................................................................................. 16

1.2.1 MANUFATURAS MONOPOLISTA ......................................................... 16

1.2.2 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL ............................................................... 17

1.3 INTERVENÇÃO ESTATAL COMO FORMA DE EQUILIBRAR A RELAÇÃO

ENTRE EMPREGADO E EMPREGADOR E CRIAÇÃO DO DIREITO DO

TRABALHO ...................................................................................................... 19

1.3.1 HISTÓRIA DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL ......................... 21

1.4 RELAÇÃO DE TRABALHO ........................................................................ 22

1.4.1 CONCEITO DE RELAÇÃO DE TRABALHO .......................................... 23

1.4.2 ESPÉCIES DE RELAÇÃO DE TRABALHO ........................................... 23

1.5 RELAÇÃO DE EMPREGO ......................................................................... 26

1.5.1 CONCEITO DE RELAÇÃO DE EMPREGO ............................................ 26

1.5.2 SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO ............................................. 27

1.5.3 ELEMENTOS ESSENCIAIS DA RELAÇÃO DE EMPREGO ................. 27

1.6 EMPREGADO ............................................................................................ 30

1.7 EMPREGADOR ......................................................................................... 31

2. DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO .......................................... 33

2.1- HISTÓRICO DO CONTRATO DE TRABALHO ......................................... 33

2.1.1 – CONCEITO DE CONTRATO DE TRABALHO .................................... 34

2.1.2 DENOMINAÇÃO ..................................................................................... 34

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2.1.3 DEFINIÇÃO ............................................................................................. 35

2.1.4 NATUREZA JURÍDICA ........................................................................... 35

2.1.5 CARACTERÍSICAS DO CONTRATO DE TRABALHO .......................... 36

2.1.6 REQUISITOS DO CONTRATO DE TRABALHO: .................................. 36

2.1.7 PRESSUPOSTOS DO CONTRATO DE TRABALHO: ......................... 37

2.1.8 CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE TRABALHO ........................ 38

2.1.9 CLASSIFICAÇÕES DOS CONTRATOS DE TRABALHO ..................... 39

2.2- DA REMUNERAÇÃO ................................................................................ 41

2.3- DOS ADICIONAIS ..................................................................................... 43

2.3.1 DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE ............................................... 43

2.3.2 DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE .................................................. 45

2.4 AGENTES INSALUBRES E NR 15 DO MTE ............................................. 50

2.4.1 DOS AGENTES FÍSICOS ....................................................................... 50

2.4.2 DOS AGENTES QUÍMICOS ................................................................... 51

2.4.3 DOS AGENTES BIOLÓGICOS .............................................................. 52

3. DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE POR EXPOSIÇÃO AOS AGENTES

BIOLÓGICOS CONSTANTES NA LIMPEZA DO BANHEIRO PÚBLICO ...... 55

3.1. Conceito de banheiro público segundo a jurisprudência dos Tribunais. .... 57

3.2. Entendimento da súmula 448 do TST ....................................................... 58

3.3. Entendimento jurisprudencial dos tribunais no período pelo concessão do

adicional ........................................................................................................... 60

3.4. Entendimento jurisprudencial dos tribunais no período pelo não concessão

do adicional ...................................................................................................... 61

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 67

REFERÊNCIA DAS FONTES CITADAS ......................................................... 69

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RESUMO

A presente Monografia tem como objeto estudar a definição de

banheiro público para fins de deferimento do adicional de insalubridade da

súmula 448 do TST.

O seu objetivo é pesquisar na doutrina e na jurisprudência aporte para

concessão ou não do respectivo adicional com base No anexo 14 da Norma

Regulamentadora n.15 do MTE.

Para tanto, principia–se, no Capítulo 1, tratando de apresentar um

histórico do Direito do Trabalho com as fases e transições até chegarmos ao

direito que hoje compreendemos.

No Capítulo 2, tratando de Contrato Individual de Trabalho e em

especial a relação de emprego, com ênfase na remuneração ou onerosidade do

contrato, onde é uma das principais para que haja a vinculação de emprego.

Sendo que, a onerosidade do contrato é que gera o salário, que vem a gerar a

remuneração, onde uma das verbas que a compõem, é o adicional de

insalubridade, assunto o qual é o destaque no qual será discutido pelo presente

trabalho, e por fim;

No Capítulo 3, tratando do direito ao adicional de insalubridade nos

termos da sumula 448 do TST. As decisões nos TRTs e o posicionamento das

turmas do Colendo TST e seus entendimentos na concessão ou não respectivo

adicional nas demandas das pessoas que laboram na conservação e limpeza

dos banheiros públicos ou assim considerados.

Palavras-chave: Direito do Trabalho – Remuneração – adicional de

Insalubridade

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ABSTRACT

This monograph has as object study the application or not of summary

448 of the TST. Your goal is to search the doctrine and jurisprudence contribution

to granting or not of the Additional based in Annex 14 of Regulatory Norm n.15

MTE. Therefore, it begins, in Chapter 1, trying to present a history of labor law

with the phases and transitions until we get to that right now understand. In

Chapter 2, dealing with Individual Employment Agreement and in particular the

employment relationship, focusing on remuneration or burden of the contract,

which is one of the main so there is the linkage of employment. Since the burden

of the contract is generating earnings, which is to generate the compensation,

where one of the funds that comprise it, is the hazard pay, subject which is the

highlight in which will be discussed by this work, and purpose; In Chapter 3,

dealing with the right to hazard pay under the roster 448 of the TST. Decisions in

TRTs and the positioning of the classes of the Venerable TST and their

understanding in granting or not its additional demands on the people who work

in the conservation and cleaning of public toilets or so considered.

Keywords: Employment Law - Remuneration - Additional for

Unhealthy

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INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo estudar a definição de banheiro público

para fins de deferimento do adicional de insalubridade da sumula 448 do TST, como

tendo direito ao respectivo adicional os trabalhadores que laboram no asseio e

limpeza de banheiros com grande fluxo de pessoas, também chamados banheiro de

uso coletivo ou públicos, quanto a sua adequação com o anexo 14 da Norma

Regulamentadora nº 15 do Ministério do Trabalho e Emprego pela portaria 3.214 de

08 de junho de 1978, com as razões que se admite para a concessão do respectivo

adicional, assim também como os argumentos que existem pela não concessão do

mesmo.

O objetivo principal foi verificar quando o banheiro será considerado público

para fins de imposição do pagamento do adicional de insalubridade. Esta discussão

mostra-se deveras relevante, uma vez que diante da súmula 448 do TST a

insalubridade deve ser paga para todos os trabalhadores expostos aos agentes

descritos na NR (lixo urbano), entretanto, em nenhum momento a referida orientação

faz menção a quantidade de pessoas que precisam circular pelas dependências do

banheiro investigado, para fins de reconhecimento judicial do adicional.

Para alcançar uma compreensão do objetivo proposto, dividiu-se o

presente trabalho em três capítulos, sendo que no primeiro, explanar-se-á sobre a

história do direito do trabalho, no segundo sobre o contrato de trabalho e os adicionais,

especialmente, o de insalubridade; e no terceiro foi feita uma análise jurisprudencial

acerca da caracterização do banheiro público para fins de aplicação do adicional.

Além disto, se buscará respostas tanto no entendimento doutrinário pátrio

quanto na jurisprudência, aportes que se exprimem, pelos os dois lados dos

defensores, tanto da concessão, quanto da não concessão.

Para isso, foram estudados as normas e os institutos que darão meios

norteadores para se chegar a uma conclusão lógica quanto ao assunto estudado.

Por isso, inicia-se pelo histórico do Direito do trabalho que hoje

conhecemos, seguindo a trilha das transições e mudanças implantadas ao longo do

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tempo, para demonstrar com dados científicos esta historização e aprimoramento,

como base de um trabalho cada vez mais humanizado.

Para compreender estas inovações é imprescindível que passemos pela

história, que nos que nos trará por força das evoluções e Revoluções sociais em

épocas distintas, que nos fizeram passar por fases nebulosas, quanto assim também,

por fases clássicas que adentraram ao nosso direito contemporâneo.

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CAPÍTULO 1

1. HISTÓRA DO DIREITO DO TRABALHO

Para compreender o direito do trabalho e sua evolução ao longo do tempo,

é preciso conhecer um pouco da história, características e as mudanças que ao longo

do tempo foram sendo introduzidas ao assunto, até chegarmos aos dias atuais1.

Na origem etimológica da palavra, trabalho deriva do latim tripalium2, que

tem por seu significado, instrumento de tortura formado por três paus, ou, ainda, uma

canga que dava peso sobre os animais3.

Será aqui citado o conceito simples mais de grande profundidade, que nos

mostra em poucas palavras o que é trabalho. Segundo o Ímpar Doutrinador Arnaldo

Süssekind, Trabalho é toda energia humana, física e ou intelectual, empregada para

um fim produtivo4.

Como ensinam os doutrinadores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino é

imprescindível para compreender um dado ramo jurídico, o conhecimento de sua

história, do seu surgimento, da sua evolução, analisar os aspectos políticos, sociais e

econômicos que o influenciaram etc.

Isso se torna ainda mais verdadeiro quando se está diante de um ramo

jurídico extremamente dinâmico e marcadamente social, como o direito do trabalho,

que sofre constantes e importantes influências das questões socioeconômicas

nacionais e internacionais5.

Assim descreve o Doutrinador Arnaldo Süssekind ao narrar a história do

Direito do Trabalho quando diz que:

1 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho, 22. Ed. – São Paulo: Atlas, 2006. P3 2Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008, P.1 3CUNHA, Antônio Geraldo. Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa. 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. 4 SUSSEKIND, Arnaldo. Curso de Direito do Trabalho, 2ª.ed.rev e atual. Rio de Janeiro: Renovar, 2004, P.3 5Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008, P1

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Pode-se afirmar que o trabalho é tão antigo quanto o homem. Mesmo na mais remota antiguidade o homem trabalhou: na fase inicial da pré-história, com o objetivo de alimentar-se, defender-se e abrigar-se do frio e das intempéries; no período paleolítico, ele produzia lanças, machados e outros instrumentos que ampliou a sua capacidade de defesa e sua instintiva agressividade. A necessidade de agrupamento impôs a formação de pequenas tribos, que lutavam entre si. A princípio, os prisioneiros eram mortos e comidos; depois, porque a caça, a pesca e, mais tarde, a agricultura abasteciam os componentes dos grupos, os derrotados passavam a condição de escravo para a execução dos trabalhos mais penosos6.

Dessa forma nasceu o trabalho escravo, no uso do trabalho em favor de

terceiros, apossando-se esses do fruto do esforço do outro7. Desde então o trabalho

assumiu, ao longo do tempo com as mudanças implantadas ao passar dos séculos as

seguintes formas: escravidão, servidão, corporações de ofício e emprego8.

Para melhor compreendermos esse assunto, vamos aqui distinguir cada

um desses momentos históricos. Carlos F. Zimmermann Neto descreve cada um

desses períodos com muita destreza, como veremos a seguir:

1.1 A ESCRAVIDÃO

Em um dado tempo da história o homem passou a perceber que poderia se

beneficiar do trabalho alheio.

A escravidão dava-se por imposição de trabalhos forçados como punição por uma falta cometida, segundo padrões morais do grupo, ou em consequência de captura de inimigos derrotados. A justificação para a escravidão era dada pela lógica da força: se o vencedor “podia” matar o inimigo, podia igualmente força-lo a trabalhar e aproveitar-se do resultado. Tal lógica parecia ser aceita pelo escravizado. Egito e Babilônia (cerca de 1.600 a.C.) já praticavam a escravidão9.

6Sussekind, Arnaldo. Curso de Direito do Trabalho, 2ª.ed.rev e atualiz. Rio de Janeiro: Renovar, 2004, P.3 e 4 7Op.cit. P 3 8Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – 12.ed.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008, p 1 9 NETO, Carlos F. Zimmermann. Direito do Trabalho Coleção Curso e Concurso. -São Paulo: Saraiva, 2006, P.3

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Após muitos séculos, a escravidão foi transformada numa forma mais

branda de prestar os mesmos serviços sem nada ganhar em troca, com nova

denominação como veremos a seguir;

1.1.1 SERVIDÃO FEUDAL

Dessa forma foi que nasceu o feudalismo, um jeito de explorar o trabalho alheio como

justiça divina.

O feudalismo medieval foi apenas uma continuação do sistema anterior, quando o Império Romano se desfez, prevalecendo o sistema de propriedade hereditária dos meios de produção e a vinculação dos servos à propriedade (terra), como parte dela. O Cristianismo tornou-se a Religião Oficial de tudo que restara do Império Romano, agora dividido em Reinos dispersos. Aos proprietários de terra e dos meios de produção convinha a moral cristã herdada do fim do Império: Deus impusera o trabalho como uma obrigação, e o governo e a Igreja organizaram a sociedade em classes sociais estanques, o que resultou na imobilidade econômica e social10.

Assim o governo e a igreja decidiram que os trabalhadores sempre seriam

escravos, pois quem nascia nesta classe jamais poderia ascender a outra classe

social.

1.1.2 AS CORPORÇÕES DE OFÍCIOS

Muitos séculos mais tarde, já era hora de se pensar em expansão dos

negócios, daí com as divisões de funções iniciava-se o pensamento por pagamento

aos serviços prestados, ainda que muito ínfimo.

No século XI, aproximadamente, o aumento do comércio entre Europa e Oriente fez ressurgir o espírito de livre empreendedorismo, para o comércio e produção de bens e serviços, embora em pequena escala. Essas corporações constituem uma criação original da idade média e a definiram ante o tempo e a História11. Tais atividades foram estabelecidas por ramos de negócios: construtores, tecelões, sapateiros, padeiros etc. Em cada cidade formavam-se oficinas de

10 NETO, Carlos F. Zimmermann. Direito do Trabalho Coleção Curso e Concurso. -São Paulo: Saraiva, 2006, P.5 11 RUSSOMANO, Mozart Vitor. Curso de Direito do Trabalho, 8.ed. Curitiba: Juruá, 2000. P. 14

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cada especialidade para atender as demandas pelos produtos ou serviços, na forma de um monopólio local, sem concorrência.

Estrutura de trabalho nas oficinas: a) um mestre, que era detentor do negócio por concessão da autoridade, e proprietário das técnicas, materiais e ferramentas; b) vários jornaleiros ou companheiros, que eram quem produziam os bens – os trabalhadores que recebiam salários; e c) os aprendizes, que eram jovens inexperientes admitidos nas oficinas para aprender o trabalho, gradualmente, em troca de habitação e alimentação. As corporações exerciam função previdenciária, garantindo o sustento de órfãos e viúvas de seus trabalhadores, ou dos que ficassem incapacitados para o trabalho, bem como, auxílio financeiro. As condições de trabalho eram muito duras, trabalhavam todo o período diurno enquanto houvesse luz natural, inclusive aos sábados12.

Ainda que fossem exageradamente exaustivas as jornadas de trabalho, os

trabalhadores já contavam com uma seguridade social para as suas famílias.

1.2 O EMPREGO, DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A ERA DA INFORMATICA

O “emprego’’ nesta época nasce mascarado em uma escravidão

disfarçada, pois o empregado de forma alguma tinha direito de sequer sair do emprego

sem o consentimento do seu empregador, havia um ínfimo salário, porém não havia

liberdade de negociação.

1.2.1 MANUFATURAS MONOPOLISTA

Assim, após o surgimento do regime de manufaturas, nasce também o

salário como descreve Süssekind:

O regime das manufaturas monopolistas surgiu com a decadência das corporações de ofício, as relações de trabalho apresentaram características de transição entre o sistema anterior e o capitalismo, passando o trabalhador a receber um salário como contraprestação do serviço executado. O monopólio de que se despunham as manufaturas não proporcionavam qualquer margem de liberdade para

12NETO, Carlos F. Zimmermann. Direito do Trabalho Coleção Curso e Concurso. -São Paulo: Saraiva, 2006, P.5-6

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negociar o valor ou forma de sua remuneração. E o empregado só podia deixar o emprego mediante a autorização do empresário. Tal como as corporações de ofício, as manufaturas monopolistas também foram abolidas (pela lei Chapelier de 17.06.1791)13.

Já para Russomano, o chamado regime das manufaturas é período

posterior, caracterizado pelo monopólio concedido pelo príncipe (como símbolo do

poder) a determinado produtor. Para o êxito do seu empreendimento, o produtor

admitia trabalhadores, pegando-lhe remuneração, nas condições fixadas,

unilateralmente, pelo produtor, constantes, em geral, dos atos constitutivos da

manufatura e aos quais o trabalhador aderia, pura e simplesmente14.

1.2.2 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Com a revolução Industrial que teve início em 1775 na Inglaterra, quando

JAMES WATT inventou a máquina a vapor. Com essa energia motora, cresceram e

expandiram-se as empresas. A contratação de homens livres foi utilizada num sistema

econômico onde predominava a fisiocracia. Pregava-se, por conseguinte, a não

intervenção do Estado nas relações contratuais – princípio que acabou sendo

consagrado pela Revolução Francesa.

A partir daí se desenvolveu o regime de contrato de trabalho formalmente

livre. Mas as condições de trabalho, inclusive o salário, eram ditados pelo empregador.

Pouco a pouco os trabalhadores organizaram-se nos países industrializados para

lutar contra o liberalismo econômico e a exploração. Nascia então a legislação social-

trabalhista. Hoje em todos os países quer de economia de mercado, quer socialistas, impõe

aos empregadores certas observâncias e condições de proteção ao trabalhador, editadas pelo

Estado ou estipuladas no instrumento de convenção coletiva, da qual participam os sindicatos.

Mesmo com as inovações tecnológicas certamente não imporá mudanças significativas no

Direito do Trabalho.

13 SUSSEKIND, Arnaldo. Curso de Direito do Trabalho, 2ª.ed.rev e atual., Rio de Janeiro: Renovar, 2004, P.10-11 14RUSSOMANO, Mozart Vitor. Curso de Direito do Trabalho, 8.ed. Curitiba: Juruá, 2000. P. 15

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(...). Essa é a nova realidade socioeconômica que o Direito do Trabalho tem que enfrentar. A flexibilização das leis de proteção do trabalho, ainda que sob a proteção sindical, tornou-se significativo na Europa Ocidental desde os anos 80, com reflexos na Constituição brasileira de 198815.

Assim ainda ressalta Sussekind quando diz que é Relevante não

esquecermos que o homem deve ser sempre o início e o fim de qualquer sistema

social e que a Constituição brasileira inclui a dignidade da pessoa humana e os valores

sociais do trabalho (art. 1°, III e IV)16.

Com o fim da escravidão passou-se ao regime de servidão, depois surgiram

as corporações de ofício. E após a Revolução Francesa o fim das corporações de

ofício é que foi dado início ao regime de emprego e os salários como ensina

Alexandrino e Paulo.

Ao passo que a Revolução Francesa forneceu bases ideológicas e

jurídicas para o surgimento do trabalho livre, a Revolução Industrial é apontada como

causa econômica direta do surgimento do Direito do Trabalho. (...) a vinculação entre

o trabalhador e a pessoa beneficiária do seu trabalho passou a consubstanciar a

relação que viria a ser conhecida como regime de emprego, dando origem também

ao salário17.

Sem dúvida o Direito do Trabalho, o contrato de trabalho e o salário tiveram

seu marco de desenvolvimento na Revolução Industrial18.

Com a invenção da Máquina a vapor, que pode ser apontado como marco

inicial da produção em larga escala em razão da sua importância e do seu

desdobramento19.

15SUSSEKIND, Arnaldo. Curso de Direito do Trabalho, 2ª.ed.rev e atualiz. Rio de Janeiro: Renovar, 2004, P. 11-12 16 Op. Cit. P.12 17 Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – 12.ed.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008, P.3 18 Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – 12.ed.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008, Op. cit. 19 NETO, Carlos F. Zimmermann. Direito do Trabalho Coleção Curso e Concurso. -São Paulo: Saraiva, 2006, P.7

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Com esta nova forma de trabalho com muito mais produção em um menor

tempo consequentemente houve a extinção de inúmeros postos de trabalho20.

Com o desemprego em alta fez surgir a necessidade de uma certa

qualificação, e com isso o trabalho assalariado e de certa qualificação formando uma

nova classe, a, classe dos operários, regidas por relação de emprego e com diversos

interesses comuns relativamente a essas relações21.

No início da Revolução industrial, as condições de trabalho dos operários

homens, mulheres e crianças eram extremamente desumanas, chegando a jornada

diária até 16 horas, não existindo idade mínima para o trabalho infantil. Nem tampouco

regras de proteção contra acidentes de trabalho ou amparo de suas vítimas, inexistiam

condições adequadas de higiene e segurança do trabalho22.

Com o tempo a nova classe de trabalhadores foram reunindo-se,

associando-se, para reivindicar melhores condições de trabalho para eles próprios e

foram obtendo, a duras penas, graduais avanços23.

1.3 INTERVENÇÃO ESTATAL COMO FORMA DE EQUILIBRAR A RELAÇÃO

ENTRE EMPREGADO E EMPREGADOR E CRIAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO

Nesta época existia a liberdade de contratação das condições de trabalho.

A ideologia do Liberalismo não tolerava a intervenção do Estado na economia e

consequentemente nas relações de trabalho entre empregados e empregadores

(...)24.

Por haver livre convenção entre e empregadores sendo o segundo

economicamente mais forte que o primeiro imperava o caos nas frentes de trabalhos,

20 NETO, Carlos F. Zimmermann. Direito do Trabalho Coleção Curso e Concurso. -São Paulo: Saraiva, 2006, P.3 e 21 Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – 12.ed.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008, P.4 22 NETO, Carlos F. Zimmermann. Direito do Trabalho Coleção Curso e Concurso. -São Paulo: Saraiva, 2006, P.9 23Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – 12.ed.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008, Op cit. 24 Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – 12.ed.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008, P.4

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onde o empregado era acometido de toda sorte de doença, condições insalubres e

mortes o que levaram ao reconhecimento da necessidade de intervenção do

Estado nas relações de trabalho25.

As primeiras Leis centradas no intuito de proteção ao trabalhador surgiram

na Inglaterra em 1802, com a limitação da jornada máxima para menores em 12 horas”

Lei do Peel”26.

Em 1824 foi reconhecido os sindicatos também na Inglaterra, berço da

Revolução Industrial. Daí em diante foram surgindo Leis que passaram a ser

conhecidas como legislações trabalhistas nos diversos Estados Europeus27.

Na França, o direito de greve foi reconhecido em 1864, na Alemanha os

seguros sociais surgiram em 1881 e assim por diante28.

Contrariando os teóricos do Liberalismo do século XVIII, o Estado passa a

ser intervencionista, com a Lei assumindo a função de garantir condições mínimas de

trabalho29.

Destarte nota-se que se trata de uma situação em que a realidade social

conformou o direito em favor do trabalhador.

Dessa forma, o direito do trabalho surgiu como instrumento capaz de

assegurar uma superioridade jurídica ao empregado, a fim de compensar sua

inferioridade econômica. A função precípua mais evidente do direito do trabalho é a

de proteção30.

A partir do século XIV, as próprias Constituições dos Estados passaram a

incluir os direitos dos trabalhadores nos seus textos. A primeira a fazê-lo foi a

25 Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – 12.ed.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008, Op cit. 26 SÜSSEKIND, Arnaldo. Curso de Direito do Trabalho. 2. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Renovar, 2004. p.16 27 Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – 12.ed.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008, Op cit. 28 Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – 12.ed.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008, Op cit. 29 Curso de direito do trabalho/Sérgio Pinto Martins, -- 4. Ed. Ver. E atual. – São Paulo: Dialética, 2005. P. 10 30 Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – 12.ed.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008, P.5

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Constituição do México em 1917, a segunda foi a da Alemanha de Weimar em 1919,

a partir de então, as Constituições de outros países passaram a dedicar-se ao tema31.

O tratado de Versalhes, de 1919, prevê a criação da Organização

Internacional do Trabalho (OIT). A partir da criação dessa organização no mesmo ano,

passa ela a expandir convenções e recomendações sobre temas trabalhistas e

previdenciários32.

1.3.1 HISTÓRIA DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL

A política trabalhista brasileira começa a surgir com Getúlio Vargas em

1930. O Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio foi criado no mesmo ano,

passando a expedir decretos, a partir desta época, sobre profissões, trabalho das

mulheres (1932), salário mínimo (1936), Justiça do Trabalho (1939) e etc.33

No Brasil, a primeira Constituição a tratar sobre o tema foi a de 1934. Dentre

os direitos mais importantes nela assegurados eram: a liberdade sindical, a isonomia

salarial, o salário mínimo, a jornada de oito horas e as férias anuais remuneradas34.

Em 1937 a Constituição outorgada por Getúlio Vargas foi notoriamente

intervencionista, com forte presença do Estado nas relações trabalhistas.

Estabeleceu o sindicato único, criou a contribuição sindical, instituiu os

tribunais do trabalho com poder normativo, como forma de evitar a livre negociação

entre trabalhadores e empregadores, vedou o direito a grave e etc.35

31Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – 12.ed.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008, P. 4-5 32 MARTINS, Sérgio Pinto, Curso de Direito do Trabalho, 4.ed.rev. E atual.- São Paulo, Dialética, 2005, P. 10 33MARTINS, Sérgio Pinto, Curso de Direito do Trabalho, 4.ed.rev. E atual.- São Paulo, Dialética, 2005, P. 11 34 Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – 12.ed.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008, P.5 35 SÜSSEKIND, Arnaldo. Curso de Direito do Trabalho. 2. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Renovar, 2004. p.

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Em 1943 surgiu a CLT com a principal função de reunir em um corpo único

as leis esparsas existentes na época36.

A Constituição de 1946 foi bastante democrática ao romper com o

intervencionismo exagerado da Constituição anterior37.

A Constituição de 1967 manteve os direitos trabalhistas estabelecidos na

Constituição de 194638.

Em 1988, foi promulgada a Constituição vigente, na Carta atual os direitos

trabalhistas são amplamente tratados, encontrando-se insculpidos dos artigos 7° ao

11. O constituinte adotou a técnica de arrolar os direitos trabalhistas como direitos

sociais, parte integrante dos direitos fundamentais39.

1.4 RELAÇÃO DE TRABALHO

Antes de se conceituar a relação de trabalho, faz-se necessário definir a

distinção de, o que são trabalho e trabalhador. Sussekind assim descreve:

Trabalho se define como toda a energia humana, física ou mental, utilizada

na produção de um bem corpóreo ou incorpóreo ou na realização de um serviço; e

aquele que a utiliza é, sem dúvida, um trabalhador40.

Nem todo trabalhador é um profissional, tal como nem todo trabalhador

profissional é um empregado. Deste modo, um trabalhador profissional é o sujeito que

faz de sua atividade-trabalho sua profissão, dela usufruindo com os meios necessários

à sua manutenção é um trabalhador profissional41.

36 SÜSSEKIND, Arnaldo. Curso de Direito do Trabalho. 2. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Renovar, 2004. p.41 37 Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – 12.ed.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008, P.6 38 Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – 12.ed.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008, O cit. 39Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – 12.ed.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008, P. 5-6 40 SÜSSEKIND, Arnaldo. Curso de Direito do Trabalho. 2. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Renovar, 2004. p. 149 41 SÜSSEKIND, Arnaldo. Curso de Direito do Trabalho. 2. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Renovar, 2004. p.150.

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A Relação de Trabalho, como dito, é o gênero dentre as quais se afiguram

como espécies a Relação de Emprego; a do trabalhador avulso e eventual; a Relação

de Trabalho voluntário, a Relação de Trabalho estagiária; a Relação de Trabalho

autônomo e, ainda, o trabalho público e o trabalhado cooperado, dentre outras

espécies ainda existentes.42

1.4.1 CONCEITO DE RELAÇÃO DE TRABALHO

A relação de trabalho consiste mais na prestação de serviço de forma

autônoma, ou seja, na relação onde não há subordinação, vem do direito Romano e

era denominado locatio operis, nesta relação o que importa mesmo é o resultado do

trabalho e o risco do resultado permanece a cargo de quem se obriga a realizar certa

obra (empreiteiro).

No geral é pessoa jurídica que pratica o serviço, ou seja, pode ser

impessoal, pode-se fazer substituir, na empreitada, que é contrato de resultado o

empreiteiro não é subordinado, mas sim um trabalhador autônomo, que exerce sua

atividade profissional por conta própria e essas relações são regidas pelo Código Civil

Brasileiro dos art. 610 ao 626.

Dentre esses profissionais estão inseridos o médico, o advogado, o atleta

profissional, o empreiteiro e et cetra.

1.4.2 ESPÉCIES DE RELAÇÃO DE TRABALHO

A relação de trabalho pode ser configurada das mais variadas formas,

valendo ressaltar, ainda que de forma sucinta, as espécies a seguir.

42 SARAIVA, Renato. Direito do trabalho. 13. ed. rev. e atual. São Paulo: Método, 2011. p. 39.

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1.4.2.1 RELAÇÃO DE TRABALHO EVENTUAL

Trabalho eventual é aquele realizado em caráter esporádico, temporário,

de curta duração, em regra, não relacionado com a atividade-fim da empresa. O

trabalhador eventual é aquele que não exerce seu labor permanentemente, de forma

profissional, e sim esporadicamente43.

1.4.2.2 RELAÇÃO DE TRABALHO INSTITUCIONAL

É a relação de trabalho de natureza estatutária existente entre os

servidores públicos e as pessoas jurídicas de direito público interno.

O servidor estatutário não mantém vínculo de emprego com a

administração pública, e sim vínculo institucional, estatutário44.

1.4.2.3 RELAÇÃO DE TRABALHO AUTÔNOMA

A CLT não se aplica ao trabalhador autônomo, apenas a empregados. A

legislação previdenciária ocupa-se do trabalhador autônomo, pois este é considerado

segurado do seu sistema, considerando-o a pessoa física que exerce, por conta

própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não. (Art.16

da lei 6.019).

O trabalhador autônomo é, portanto, a pessoa física que presta serviços

por conta própria a uma ou mais de uma pessoa, assumindo os riscos de sua atividade

econômica. Não é o autônomo subordinado, pois exerce sua atividade por conta

própria e não do empregador. Por este motivo distingue-se do empregado, pelo que é

independente. É preciso, contudo, verificar a quantidade de ordens a que está sujeito

ao trabalhador, para se notar se notar se pode desenvolver normalmente seu mister

sem qualquer ingerência do seu empregador. É autônomo o trabalhador que atende

aos requisitos da lei n. 4.886/65 e não subordinado à pessoa que recebe a prestação

43SARAIVA, Renato. Direito do trabalho. 13. ed. rev. e atual. São Paulo: Método, 2011. p.40-41 44 Op. Cit. P. 41

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dos seus serviços. Muitas vezes pretende-se distinguir o empregado do autônomo

pelo fato de quem tem as ferramentas do trabalho. Se é o trabalhador ele é autônomo;

se é a empresa será empregado. Esse critério é relativo, necessitando ser examinado

com outros elementos para se verificar se o trabalhador é empregado ou autônomo.

O fato de o trabalhador prestar serviços externos também é relativo, pois os

vendedores, viajantes ou pracistas podem ser empregados (lei 3.207/57). O elemento

subordinação é portanto o divisor das águas45. Diferenciando-se trabalhador

autônomo do eventual, pois o primeiro presta serviço com habitualidade e o segundo,

ocasionalmente, esporadicamente.

Por não haver relação de emprego entre o trabalhador autônomo e aquele

a quem ele presta seus serviços sem subordinação e, por poder fazer-se substituir, a

este não se aplica a CLT.

1.4.2.4 RELAÇÃO DE TRABALHO DE ESTÁGIO

A relação de estágio tem como objetivo preparar estudantes de instituições

de ensino superior, de educação profissional de ensino médio, dos anos finais do

ensino fundamental e da educação especial, para o mercado de trabalho, com o intuito

de melhorar sua formação profissional46.

Tal relação não possui vínculo empregatício, não estando disciplinada na

CLT, sendo regulamentada pela Lei n.º 11.788, de 25 de setembro de 2008, na qual

fica há determinada diversas regras para que seja condicionada a relação de estágio,

devendo estas ser obedecidas rigorosamente, sob pena da descaracterização do

ajuste, passando a gerar vínculo empregatício entre empresa e estagiário (art. 15 da

lei)47.

1.4.2.5 RELAÇÃO DE TRABALHO VOLUNTÁRIA

45MARTINS, Sérgio Pinto, Curso de Direito do Trabalho, 4.ed.rev. E atual.- São Paulo, Dialética, 2005, P. 68-69 46Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – 12.ed.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008. p. 107-108. 47SARAIVA, Renato. Direito do trabalho. 13. ed. rev. e atual. São Paulo: Método, 2011. P.42

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Regulado pela lei 9.608/1998, que definiu, em seu art. 1°, o serviço

voluntário como sendo:

” ... a atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos ou de assistência social, inclusive mutualidade”.

Considerando que o serviço voluntário é prestado a título gratuito, sem o recebimento de qualquer remuneração, não será possível reconhecer-se o vínculo empregatício do trabalhador voluntário com o tomador de serviços (Lei 9.608/1998, art. 1°, § único)48.

Observe-se que os destinatários do serviço voluntário estão definidos em

lei, não podendo ser outros senão aqueles ali arrolados49.

Vale destacar que o prestador de serviço voluntário poderá ser ressarcido

pelas despesas que comprovadamente realizar no desempenho das atividades

voluntárias (art. 3° da lei 9.608/1998)50.

1.5 RELAÇÃO DE EMPREGO

A Relação de emprego por certo é a mais comum relação de trabalho,

diferentemente desta, a relação de emprego necessita de alguns requisitos

imprescindíveis ao seu reconhecimento. É Relação típica de trabalho subordinado, a

denominada relação de emprego, em que se encontram presentes os requisitos

caracterizadores do pacto laboral, sendo, nos dias atuais, a mais comum e importante

existente51.

1.5.1 CONCEITO DE RELAÇÃO DE EMPREGO

48 SARAIVA, Renato. Direito do trabalho. 13. ed. rev. e atual. São Paulo: Método, 2011. P.43 49 MARTINEZ, Luciano. Curso de Direito do Trabalho: relações individuais, sindicais e coletivas do trabalho/ Luciano Martinez. – 2. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2011, P.109 50 SARAIVA, Renato. Direito do trabalho. 13. ed. rev. e atual. São Paulo: Método, 2011. P.43 51 SARAIVA, Renato. Direito do trabalho. 13. ed. rev. e atual. São Paulo: Método, 2011. P. 43-44

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Marcelo alexandrino e Vicente Paulo diz que relação de emprego é o

vínculo obrigacional que une, reciprocamente, o trabalhador e o empregador,

subordinando o primeiro as ordens legítimas do segundo, por meio do contrato

individual de trabalho52.

1.5.2 SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO

Os elementos da relação de emprego estão descritos expressamente no

diploma consolidado, especificamente nos artigos 2° e 3° da CLT, que conceituam

empregado e empregador, sujeitos do contrato de trabalho (contrato de emprego)53.

1.5.3 ELEMENTOS ESSENCIAIS DA RELAÇÃO DE EMPREGO

O doutrinador Renato Saraiva descreve com muita clareza todos os

elementos essenciais ou obrigatórios, assim chamados porque sem eles o trabalhador

não será empregado, dando ainda o conceito de cada um deles, que estão descritos

no art. 3° da CLT e são:

Trabalho desenvolvido por pessoa por pessoa física, Pessoalidade, não

Eventualidade, Onerosidade, Subordinação e ainda a Alteridade conforme

abaixo descrito:

1.5.3.1 TRABALHO POR PESSOA FÍSICA

Para a caracterização da relação de emprego, o serviço deverá ser

prestado sempre por pessoa física ou natural, não podendo o obreiro ser pessoa

jurídica ou Animal54.

52 Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – 12.ed.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008. P. 37 53 SARAIVA, Renato. Direito do trabalho. 13. ed. rev. e atual. São Paulo: Método, 2011 P. 46 54 Fundamentos do Direito do Trabalho/ Sérgio Pinto Martins. – 13. Ed. – São Paulo: Atlas, 2012. P. 29

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1.5.3.2 PESSOALIDADE

O serviço tem que ser executado pessoalmente pelo empregado, que em

hipótese alguma pode enviar outra pessoa em seu lugar, não poderá ser substituído

por outro. O contrato de emprego é intuito personae em relação ao empregado55.

1.5.3.3 NÃO EVENTUALIDADE

A conceituação de trabalho não eventual não das mais fáceis para o

operador do direito. Importante salientar que várias teorias surgiram para determinar

o sentido real de trabalho não eventual, prevalecendo a teoria para os fins do

empreendimento, considerando como trabalho não eventual aquele prestado em

caráter contínuo, duradouro, permanente, em que o empregado, em regra, se integra

aos fins sociais desenvolvidos pela empresa56.

1.5.3.4 ONEROSIDADE

A principal obrigação do empregado é a prestação dos serviços

contratados. Em contrapartida, o seu principal direito é o recebimento da

contraprestação pelos serviços prestados (remuneração).

A relação de emprego impõe a onerosidade, o recebimento pelos serviços

executados, já que, se fosse gratuito descaracterizaria a relação de emprego, que

configuraria mera relação de trabalho, como é o caso do trabalho voluntário (regido

pela lei 9.608/1998)57.

55 SARAIVA, Renato. Direito do trabalho. 13. ed. rev. e atual. São Paulo: Método, 2011. P. 44 56 SARAIVA, Renato. Direito do trabalho. 13. ed. rev. e atual. São Paulo: Método, 2011. P. 43-44 57 SARAIVA, Renato. Direito do trabalho. 13. ed. rev. e atual. São Paulo: Método, 2011. P. 44

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1.5.3.5 SUBORDINAÇÃO

O empregado é subordinado ao empregador. No entanto essa

subordinação não é econômica, pois o empregado pode muitas vezes ser

economicamente superior a condição financeira do seu empregador (como acontece

com alguns atletas profissionais de futebol).

Também não se trata de subordinação técnica, já que o empregado por

muitas vezes é quem possui esta técnica de trabalho que seu empregador não possui.

A subordinação apontada é a subordinação jurídica, que advém da relação

jurídica estabelecida entre empregado e empregador. Em função do contrato de

emprego celebrado, passa o obreiro ser subordinado juridicamente ao patrão,

devendo o empregado acatar as ordens e determinações emanadas, nascendo para

o empregador, inclusive, a possibilidade de aplicar penalidades ao empregado

(advertência, suspensão disciplinar e dispensa por justa causa), em caso de

cometimento de falta ou descumprimento das ordens emitidas58.

E por fim Renato Saraiva salienta a alteridade como um dos requisitos

essenciais da relação de emprego.

1.5.3.6 ALTERIDADE

O princípio da alteridade consiste em que todos os riscos da atividade

econômica pertencem única e exclusivamente ao empregador, logo, tendo laborado

para o empregador, independentemente da empresa ter auferido lucros ou prejuízos,

as parcelas sempre serão devidas ao obreiro, o qual não assume os riscos da

atividade econômica59.

A própria CF/88 (Art. 7°, XI) e a lei 10.101/2000 preveem a possibilidade de

participação do empregado nos lucros da empresa. No entanto, jamais o empregado

58 SARAIVA, Renato. Direito do trabalho. 13. ed. rev. e atual. São Paulo: Método, 2011. O Cit. 59 SARAIVA, Renato. Direito do trabalho. 13. ed. rev. e atual. São Paulo: Método, 2011. P. 46

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assumirá os riscos do negócio, sendo os resultados negativos da empresa suportados

exclusivamente pelo empregador60.

1.6 EMPREGADO

O conceito legal de empregado está descrito no Art. 3° da CLT que reza

Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza

não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário61.

José Augusto Rodrigues Pinto descreve que para ser considerado

empregado o obreiro deve preencher cada um dos requisitos apresentados no texto

do artigo 3° da CLT, e ainda discorre doutrinariamente sobre a hierarquia destes, a

saber:

a) Pessoa física ou pessoalidade

b) Habitualidade ou não eventualidade

c) Subordinação

d) Onerosidade

A subordinação é o mais generalizadamente conhecido traço da prestação

de trabalho do empregado, decerto porque serve a caracterização mais imediata

desse sujeito de direito e por servir de canal perfeito para os abusos do empregador,

motivando a reação tutelar do direito do trabalho.

A unanimidade da doutrina conclui que a subordinação se antecipa a

própria prestação, justamente porque o empregador, com seu poder de dirigi-la, já tem

o empregado a mercê das suas ordens, independentemente de dá-las62.

60 SARAIVA, Renato. Direito do trabalho. 13. ed. rev. e atual. São Paulo: Método, 2011. P. 44-45-46 61 BRASIL. Decreto-lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943. Consolidação das Leis do Trabalho. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso em: 03 dez. 2014. 62 PINTO, José Augusto Rodrigues. Curso de Direito individual do Trabalho: noções fundamentais de direito do trabalho, sujeitos e institutos do direito individual/ José Augusto Rodrigues Pinto. – 5. ed. – São Paulo: DLTR, 2003. P. 108-109

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Como acima descrito por Renato Saraiva, ainda há o requisito da

alteridade, onde este consiste na responsabilidade única e exclusiva do empregador

na atividade econômica63.

1.7 EMPREGADOR

Segundo Sergio Pinto Martins o conceito de empregador é pessoa física ou

jurídica que, assumindo os riscos de uma atividade econômica, admite, assalaria e

dirige a prestação de serviços do empregado (art. 2° da CLT)64.

Martins ainda discorrendo sobre o assunto Salienta que:

Na verdade o empregador não precisa ter personalidade jurídica.

Tanto é empregador a sociedade de fato, a sociedade irregular que ainda não tem

seus atos constitutivos registrados na repartição competente, como a sociedade regularmente

inscrita na junta comercial ou no cartório de registros e títulos e documentos. Será também,

quem não tem personalidade jurídica, mais emprega trabalhadores sob o regime da CLT,

como os condomínios (Lei n°2.757/56)65.

Martins continua apresentando as instituições equiparadas a empregadores

As entidades que não tem econômica também assumem riscos, sendo

considerados empregadores. A CLT considera que essas pessoas são empregadoras por

equiparação, como as entidades de beneficência ou as associações66.

Outras pessoas também serão empregadoras, como a União, Estados-membros,

municípios, autarquias, fundações, a massa falida, o espólio, a microempresa. A empresa

pública, a sociedade de economia mista e outras entidades que explorem atividade econômica

tem obrigações trabalhistas, sendo consideradas empregadoras. O empregador assume os

riscos da atividade, ou seja, tanto os resultados positivos quanto os negativos. Estes riscos

63 SARAIVA, Renato. Direito do trabalho. 13. ed. rev. e atual. São Paulo: Método, 2011. P. 46 64 MARTINS, Sérgio Pinto. Fundamentos de Direito do Trabalho/ Sérgio Pinto Martins. – 13.ed. – São Paulo: Atlas, 2012. P.37 65 MARTINS, Sérgio Pinto. Fundamentos de Direito do Trabalho/ Sérgio Pinto Martins. – 13.ed. – São Paulo: Atlas, 2012. O Cit. 66 MARTINS, Sérgio Pinto. Fundamentos de Direito do Trabalho/ Sérgio Pinto Martins. – 13.ed. – São Paulo: Atlas, 2012. P.37

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não podem ser transferidos para o empregado, como ocorre na falência, na recuperação

judicial e quando da edição de planos econômicos governamentais67.

Equívoco de generalização no conceito: nem todo empregador é empresa, ainda

que empregador individual, pois há empregadores que são pessoa física. Empregador é

simplesmente aquele que emprega, independentemente de ser pessoa física ou jurídica,

empresa ou não68.

Exposto essa evolução, vamos adentrar ao instrumento criado para dar base a

esta relação, que faz nascer direitos e obrigações para ambas as partes.

67 MARTINS, Sérgio Pinto. Fundamentos de Direito do Trabalho/ Sérgio Pinto Martins. – 13.ed. – São Paulo: Atlas, 2012. P.37-38 68 NETO, Carlos F. Zimmermann. Direito do Trabalho Coleção Curso e Concurso. -São Paulo: Saraiva, 2006, P. 79

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CAPÍTULO 2

2. DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO

Com um o mundo cada vez mais produtivo de bens de consumo e

globalizado, a mão de obra teve um aumento surpreendente na demanda, com este

aumento, devia-se existir um instrumento que fizesse com que empregadores e

empregados cumprissem com as suas obrigações, aumentaram também os conflitos

inerentes a esta relação e o contrato de trabalho veio para regular tal relação como

veremos na exposição a seguir.

2.1- HISTÓRICO DO CONTRATO DE TRABALHO

O trabalho remunerado só veio existir com o fim da escravidão na maioria

dos países, neste tempo só as classes mais abastardas tinham as suas necessidades

supridas.

Durante muitos e muitos séculos o maior fator de riqueza era a terra, que

era explorada pelo braço escravo e servil, vindo somente a existir o contrato de

trabalho na velha civilização Romana como descreve o doutrinador Eduardo Gabriel

Saad:

O trabalho não escravo, na velha Roma, era regulado por meio de um

contrato chamado “locatio conductio”, que se apresentava de três formas: a) “locatio

rei” tinha como objeto o uso ou gozo de alguma coisa, mediante pagamento prefixado;

b) “locatio operaium” e “locatio operis faciendi” tinham por objeto o trabalho humano,

no primeiro só se considerava a obra ajustada e, no segundo, a prestação de serviço69.

Apesar de o contrato de trabalho ter nascido na velha civilização Romana

sob a nomenclatura de “locatio condutio” no Brasil a denominação contrato de trabalho

surge com a advento da lei n° 62, de 5 de junho de 1935, que tratou da rescisão do

pacto laboral, antes o da referida lei o contrato de trabalho era denominado locação

69 SAAD, Eduardo Gabriel. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 2000, P. 105

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de serviços, sendo que eram utilizadas dos artigos 1.216 a 1.236 do Código Civil de

191670.

2.1.1 – CONCEITO DE CONTRATO DE TRABALHO

O doutrinador Renato Saraiva diz que a CLT no art. 442 conceitua o

contrato individual do trabalho como “o acordo tácito ou expresso, correspondente a

relação de emprego”71.

Há, contudo, autores que preferem distinguir tais conceitos, situando a

relação de emprego como o vínculo obrigacional que une, reciprocamente, o

trabalhador e o empregador, subordinando o primeiro as ordens legítimas do segundo,

por meio do contrato individual de trabalho, o contrato de trabalho por sua vez, seria

o ato jurídico que, efetivamente, cria a relação de emprego72.

A relação de emprego corresponderia, portanto, ao resultado da

celebração do contrato de trabalho, ao passo que o contrato representaria a causa do

surgimento da relação73.

Octávio Bueno Magano conceitua contrato de trabalho como o

negócio jurídico pelo qual uma pessoa física se obriga, mediante remuneração a

prestar serviços, não eventuais, a outra pessoa ou entidade, sob direção de qualquer

das últimas”74.

2.1.2 DENOMINAÇÃO

Sergio Pinto Martins diz que analisando a legislação é possível encontrar

tanto as expressões contrato de trabalho quanto relação de emprego, onde o mesmo

70 Martins, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. – 22.ed. – 2. Reimpr. – São Paulo: Atlas, 2006, P. 80 71 SARAIVA, Renato. Direito do trabalho. 13. ed. rev. e atual. São Paulo: Método, 2011. P.55 72 Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – 12.ed.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008. P. 37 73 Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – 12.ed.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008. P. 37 74 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho, 22. Ed. – São Paulo: Atlas, 2006. P. 81-82

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expressa que o termo a ser empregado deveria ser contrato de emprego e relação de

emprego, pois entende ser contrato de trabalho é o gênero e o contrato de emprego

uma de suas espécies75.

2.1.3 DEFINIÇÃO

Para Aristeu de Oliveira define-se dessa maneira o contrato de

trabalho:

O contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, verbal ou

por escrito e por prazo indeterminado ou determinado, que corresponde a uma ralação

de emprego76.

2.1.4 NATUREZA JURÍDICA

Existem duas teorias para justificar a natureza jurídica do contrato de

trabalho: a teoria contratualista e anticontratualista77.

A teoria contratualista firmou-se na doutrina como corrente dominante, pois

entende que o elemento volitivo é essencial para a formação da relação empregatícia,

o que demonstra a existência de um contrato, expressão máxima da liberdade de

constituir obrigações mútuas, para as partes pactuantes78.

Já Sergio Pinto Martins salienta que na maioria das vezes esse contrato de

trabalho é um pacto de adesão, pois o obreiro adere às cláusulas determinadas pelo

empregador e não as discute79.

75 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho, 22. Ed. – São Paulo: Atlas, 2006. P. 50 76 Oliveira, Aristeu de. Manual de Contratos de Trabalho.4ª ed. São Paulo. Editora Atlas,2009. P. 14 77 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho, 22. Ed. – São Paulo: Atlas, 2006. P.51 78 Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. – 12.ed.- Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008. P. 37 79 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho, 22. Ed. – São Paulo: Atlas, 2006. P.51

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Já a teoria anticontratualista sustenta que o trabalhador incorpora-se à

empresa, a partir do momento em que começa a trabalhar para o empregador, pois

entende que inexiste autonomia da vontade nas discursões de cláusulas contratuais80.

Há autores porém, que entende que o art. 442 da CLT contém aspectos

mistos, já que existem expressões que demonstram tanto a natureza contratualista,

quanto institucionalista.

2.1.5 CARACTERÍSICAS DO CONTRATO DE TRABALHO

O contrato de trabalho para ser reconhecido como tal deve-se ter

algumas peculiares do tipo, nesse rumo o doutrinador Martins, que o dito contrato

deve ter três aspectos:

a) Pessoal: Fundamenta-se pelo fato de não ser mais o trabalhador escravo e, não deve ser tratado como mercadoria, assim a relação é pessoal, devendo haver fidelidade recíproca; b) Patrimonial: Consiste em o objetivo do trabalho será alcançar fins econômicos, patrimônio, logo o trabalhador recebe uma prestação pecuniária pela prestação do seu serviço;

c) Misto: que consiste na relação patrimonial e pessoal que também dar o direito ao empregador de receber seus serviços para

pagar o salário81.

2.1.6 REQUISITOS DO CONTRATO DE TRABALHO:

O contrato de trabalho pela sua razão de existir deve ter os seguintes

requisitos: a) continuidade, b) subordinação, c) onerosidade, d) pessoalidade e, e)

alteridade82.

Martins descreve com maestria cada aspecto conforme veremos a seguir:

A continuidade consiste em uma relação jurídica duradoura e que a cada

dia se renova as obrigações assumidas por ambas as partes;

80 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho, 22. Ed. – São Paulo: Atlas, 2006. Op.Cit. 81 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho, 22. ed. – São Paulo: Atlas, 2006. P. 91 82 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho, 22. ed. – São Paulo: Atlas, 2006. P. 93

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A subordinação é a conduta de acatar a direção de outra pessoa, abrindo

mão de forma voluntária de sua autonomia, ou seja, subordinação é o contrário de

autonomia;

A pessoalidade é um requisito deste contrato pois ele é “intuito personae”,

ou seja, é contratada a pessoa que deve diretamente prestar o serviço, não podendo

ser substituída;

A onerosidade consiste em as duas partes auferirem lucro nesta relação,

já que o empregado recebe um salário pela prestação do seu serviço e o empregador

paga um salário por este serviço prestado pelo empregado;

A alteridade é um atributo somente do empregador, pois o mesmo além

de ter o poder de direção, assume todos os riscos da atividade83.

2.1.7 PRESSUPOSTOS DO CONTRATO DE TRABALHO:

Conforme art. 104 do CCB o negócio jurídico para ter validade pressupõe-

se ter:

I- Agente capaz; II- Objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III- Forma prescrita ou não defesa em lei84. Consoante ao inciso I do artigo acima descrito, os agentes encontram-se

elencados nos artigos 3° e 4° do referido CCB, no art. 3° os absolutamente incapazes

e no 4° os relativamente incapazes, salvo o parágrafo único do art. 4° em relação aos

índios que é regulada por lei especial85.

Renato saraiva explana que:

A lei trabalhista não requer em regra, uma forma especial de contrato para ter validade jurídica, podendo este contrato ser celebrado de forma escrita ou até mesmo verbal

83 MARTINS, Sérgio Pinto. Curso de Direito do Trabalho, 4ª. ed. rev. e atual. – São Paulo: Dialética, 2005. P. 53-54 84 Süssekind, Arnaldo. Curso de Direito do Trabalho – 2ª ed. rev. e atual.- Rio de Janeiro: Renovar, 2004. P. 239 85 Süssekind, Arnaldo. Curso de Direito do Trabalho – 2ª ed. rev. e atual.- Rio de Janeiro: Renovar, 2004. P. 242

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(art. 442 e 443 da CLT), no entanto, há exceções para alguns tipos de contratos, sendo imprescindível a forma, como por exemplo o trabalho temporário, o contrato de trabalho de aprendiz, o marítimo e et cetra86.

Valendo salientar ainda que, quanto ao agente capaz a Constituição

Federal de 1988 no seu art. 7°, XXXIII, proíbe categoricamente que o trabalho noturno,

insalubre, penoso ou perigoso seja desenvolvido por menores de 18 anos, e de

qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo se, na condição de menor aprendiz a

partir dos 14 anos ( art. 403 da CLT), Saraiva ainda destaca que o menor pode assinar

o contrato de trabalho e recibos, porém, no momento da quitação advindo da rescisão

contratual, o seu responsável deverá assisti-lo (art. 439 da CLT)87.

Ainda segundo Saraiva, é importante diferenciar quanto ao objeto, o

trabalho lícito com o trabalho proibido, o trabalho é lícito porém a lei proíbe o trabalho

de menores de 18 anos por exemplo na atividades noturnas, insalubres, penosas e

perigosas para salvaguardar a saúde desses menores e o interesse público, tem-se

exemplos como o do (art. 390 da CLT) que proíbe a mulher trabalhar em locais que

demandem força superior a 20 quilos em trabalhos contínuos e 25 quilos para

trabalhos ocasionais, assim como a contratação através da administração pública

direta ou indireta se prestação de concurso público na forma do ( art. 37, II da CF/88),

já o trabalho ilícito se dá quando o objeto do contrato é ilícito, ou seja, o contrato já é

nulo na sua essência, por exemplo o pedido de reconhecimento do vínculo

empregatício do vendedor de drogas com o traficante e outros casos88.

Assim pode se dizer que o objeto do contrato de trabalho pode ser lícito e

ainda assim proibido por lei, pois se o objeto é ilícito o contrato de trabalho já nasce

morto por sua nulidade na origem.

2.1.8 CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE TRABALHO

Para Alexandrino e Vivente podemos destacar as características do

contrato como sendo:

86 Saraiva, Renato. Direito do Trabalho – 13ª ed. rev. e atual. – São Paulo: Método, 2011. P. 80 87 Saraiva, Renato. Direito do Trabalho – 13ª ed. rev. e atual. – São Paulo: Método, 2011. P. 80-81 88 Saraiva, Renato. Direito do Trabalho – 13ª ed. rev. e atual. – São Paulo: Método, 2011. P. 81-82

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É bilateral ou sinalagmático, pois cria direitos e obrigações para ambas

as partes;

É comutativo, pois a prestação de ambas as partes tem equivalência,

conhecida por ambos na celebração do contrato;

É consensual, já que a lei não impõe forma especial para a sua

celebração, bastando apenas a anuência das partes;

É contrato de adesão, pois uma das partes, o empregado, apenas adere

as condições estabelecidas pelo empregador;

É pessoal “intuito personae”, pois o empregado deve ele mesmo prestar o

serviço contratado não podendo fazer-se substituir, salvo com a anuência do

empregador;

É de execução continuada, pois não se exaure em uma só prestação,

como no caso da “compra e venda”, ele prolonga-se no tempo;

É subordinativo, pois o empregado deve acatar as ordens do empregador

que assume todos os riscos da atividade;

É oneroso, pois a remuneração é requisito essencial.

Por fim o Renato saraiva diz que o contrato de trabalho é de direito privado,

pois as partes são livres para estipular suas cláusulas, desde que respeitadas as

normas de proteção ao trabalhador estipuladas pela CF/1988 e no diploma

consolidado89.

2.1.9 CLASSIFICAÇÕES DOS CONTRATOS DE TRABALHO

As formas e a duração dos contratos de trabalho estão elencadas no art.

443 da CLT, são elas:

Tácito ou expresso;

89 Saraiva, Renato. Direito do Trabalho – 13ª ed. rev. e atual. – São Paulo: Método, 2011. P.84

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Expresso verbal ou expresso escrito;

Por prazo determinado;

Por prazo indeterminado90.

2.1.9.1 CONTRATO TÁCITO

Renato Saraiva descreve que: este contrato se concretiza pela reiteração

da prestação de serviço pelo empregado ao empregador, sem que o último se oponha

a esta prestação de serviço, não há uma forma e cláusulas pactuadas, porém o

trabalhador comparece e labora diariamente com tácita anuência do empregador91.

2.1.9.2 CONTRATO EXPRESSO ESCRITO

Os doutrinadores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino dizem que este

ocorre quando há um contrato de trabalho escrito, porém não há uma forma solene

de contrato, salvo se a lei assim obrigar92.

Já para Renato Saraiva a simples assinatura na CTPS é um contrato de

trabalho expresso escrito, ainda que não haja um contrato formal estipulando

cláusulas93.

2.1.9.3 CONTRATO EXPRESSO VERBAL

Este tipo de contrato ocorre quando empregador e empregado pela simples

verbalização acórdão as cláusulas com palavras como acordo de suas vontades e

este produzirá efeito jurídico pelo princípio da informalidade, já que as partes se

90 Saraiva, Renato. Direito do Trabalho – 13ª ed. rev. e atual. – São Paulo: Método, 2011. P.83 91 Saraiva, Renato. Direito do Trabalho – 13ª ed. rev. e atual. – São Paulo: Método, 2011. P.85 92 Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino.12ª ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008, P.40 93 Saraiva, Renato. Direito do Trabalho – 13ª ed. rev. e atual. – São Paulo: Método, 2011. P.85

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obrigam reciprocamente e a lei não os obrigam a celebrar um contrato solene, salvo

em alguns casos com expressa exigência neste sentido94.

2.1.9.4 CONTRATO POR TEMPO DETERMINADO

O contrato por tempo determinado é a exceção à regra, sendo aquele que

as partes ajustam termo inicial e final antecipadamente, ou seja, deve ser evidente e

necessário que seu serviço seja de natureza transitória (art. 443, §2º da CLT)95.

Neste contrato acima citado pode ser citado como exemplo contrato de

experiência, que tem por finalidade permitir que o empregador teste as aptidões do

empregado, e também que o empregado adapte-se as condições estabelecidas pelo

empregador, se este não for rompido no prazo de 90 dias como prevê a lei, será

automaticamente convertido em contrato por tempo indeterminado.

2.1.9.5 CONTRATO DE TRABALHO POR TEMPO INDETERMINADO

Este contrato é a regra, pois pelo princípio da continuidade do emprego

convém que o trabalhador tenha a garantia do seu sustento, por isso não há termo

final do contrato, que entende que o empregado contribuirá com seu labor para o

crescimento da empresa96.

2.2- DA REMUNERAÇÃO

94 Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. 12ª ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008, P.40 95 NETO, Carlos F. Zimmermann. Direito do Trabalho Coleção Curso e Concurso. -São Paulo: Saraiva, 2006, P.86 96 Saraiva, Renato. Direito do Trabalho – 13ª ed. rev. e atual. – São Paulo: Método, 2011. P.86

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Dispõe o art. 457 da CLT que: Compreende-se na remuneração do

empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente

pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.

§ 1º - Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também

as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos

pagos pelo empregador. (Redação dada pela Lei nº 1.999, de 1.10.1953)

§ 2º - Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as

diárias para viagem que não excedam de 50% (cinquenta por cento) do salário

percebido pelo empregado. (Redação dada pela Lei nº 1.999, de 1.10.1953)

§ 3º - Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada

pelo cliente ao empregado, como também aquela que for cobrada pela empresa ao

cliente, como adicional nas contas, a qualquer título, e destinada a distribuição aos

empregados97.

De acordo com o que pode extrair deste artigo segundo Renato Saraiva,

que remuneração é, o salário que é a contraprestação paga diretamente pelo

empregador, seja em pecúnia ou em utilidades, mais a quantia paga indiretamente ao

obreiro por terceiros (gorjetas), assim sendo, remuneração é igual a salário mais

gorjetas98.

Segundo Carlos F. Zimmermann Neto os termos salário e remuneração são

confundidos frequentemente e são utilizados de modo ambíguo pela legislação e

doutrinadores, daí a importância de diferenciá-los:

Salário: embora não definido claramente pela legislação, tem o sentido da

parte principal ou básica da remuneração, a qual são acrescidas de outras verbas,

formando a remuneração total;

Remuneração: a palavra costuma ser usada por indicar o conjunto de

todas as verbas recebidas pelo empregado, incluindo-se as gorjetas, que são pagas

por terceiros99.

97 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm<> acesso em 21/05/2015. 98 Saraiva, Renato. Direito do Trabalho – 13ª ed. rev. e atual. – São Paulo: Método, 2011. P.175. 99 NETO, Carlos F. Zimmermann. Direito do Trabalho Coleção Curso e Concurso. -São Paulo: Saraiva, 2006. P.112.

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2.3- DOS ADICIONAIS

O adicional de insalubridade, penosidade e ou periculosidade são pagos

aos trabalhadores que pelo risco ou exposição a certos agentes nocivos podem ter

com o tempo a saúde prejudicada, em razão disso a CF/88 tem no seu art. 7º, no

inciso XXIII, deu ao empregador a obrigação de pagar aos seus obreiros uma quantia

definida em lei, assim diz a Carta Magna:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que

visem à melhoria de sua condição social:

XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou

perigosas, na forma da lei100;

Os supracitados adicionais estão descritos a partir do art. 189 e ss. da CLT.

Salvo o adicional de penosidade que até a presente data no Brasil não recebeu

regulamentação, ainda não há conceito do que seria atividade penosa e nem qual

seria sua base indexadora e tampouco o percentual a ser recebido101.

2.3.1 DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

Descrito no art. 193 da CLT. A atividade perigosa é assim conceituada:

Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma

da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que,

por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de

exposição permanente do trabalhador a: (Redação dada pela Lei nº 12.740, de 2012)

100https://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/viwTodos/509f2321d97cd2d203256b280052245a?OpenDocument&amp;Highlight=1,constitui%C3%A7%C3%A3o&amp;AutoFramed">Acesso em 26/04/2015. 101 NETO, Carlos F. Zimmermann. Direito do Trabalho Coleção Curso e Concurso. -São Paulo: Saraiva, 2006, P.120

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I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; (Incluído pela Lei nº 12.740,

de 2012)

II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades

profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. (Incluído pela Lei nº 12.740, de

2012)

§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado

um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes

de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. (Incluído pela Lei

nº 6.514, de 22.12.1977)

§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que

porventura lhe seja devido. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

§ 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma

natureza eventualmente já concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo.

(Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012)

§ 4° São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em

motocicleta. (Incluído pela Lei nº 12.997, de 2014)102.

Além desses casos aqui previstos, a portaria n°3.393/1987 concedeu

também o direito ao adicional de periculosidade aos trabalhadores sujeitos a

radiações ionizantes ou substância radioativas, inclusive radioterapia e radiografia,

estas normas são de competência do Ministério do trabalho e emprego MTE, que

através de Engenheiros e Médicos do Trabalho registrados, caracterizam e

classificam tanto a periculosidade quanto o grau de insalubridade103.

Estas normas de atividades perigosas estão contidas na norma

regulamentar número (NR)16 do Ministério do Trabalho e Emprego.

102 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm< acesso em 27/04/2015 103 NETO, Carlos F. Zimmermann. Direito do Trabalho Coleção Curso e Concurso. -São Paulo: Saraiva, 2006, P.119

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2.3.2 DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

Assim ensina Martins que o adicional de insalubridade é uma verba

remuneratória de natureza salarial paga ao empregado que pelas condições ou

métodos do trabalho que exponham o empregado a agentes nocivos à saúde e que

estejam acima dos limites tolerados, pela exposição do agente em razão da natureza

e intensidade104.

Seu conceito está descrito no art.189 da CLT que assim reza:

Art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)105.

Os doutrinadores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino diz que o adicional

de insalubridade é devido ao empregado que presta serviços em condições

insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho

e Emprego106.

Já a doutrinadora Alice Monteiro de Barros diz que enquanto recebido o

adicional de insalubridade, este integra a remuneração do empregado para todos os

efeitos legais107.

A CLT estabelece no art. 192 três faixas de graus de insalubridade, sendo

o (mínimo) 10%, (médio) 20% e (máximo) 40% conforme descrito no caput do

artigo108.

Martins explana que:

104 MARTINS, Sérgio Pinto. Curso de Direito do Trabalho, 4ª. ed. rev. e atual. – São Paulo: Dialética, 2005. P.248 105 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm< acesso em 30/04/2015 106 Manual de Direito do Trabalho/ Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. 12ª ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: METODO, 2008, P.240. 107 Barros, Alice Monteiro de. Direito do Trabalho – 3. Ed. Ver. E ampl. – São Paulo: LTr, 2007. P. 769 108 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm<> acesso em 30/04/2015

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Este cálculo usaria como indexador o salário mínimo da região, após a

promulgação da CF/88 com a implantação de salário mínimo nacional, o valor a ser

pago a título de adicional de insalubridade a partir de julho de 1989 deveria ser pago

com base no último salário mínimo de referência, que daria na época 40 BTN’s, que

depois vem a ser extinta com a criação da TR pela lei nº 8.177/1991109.

Este assunto que gerou muitas discursões e entendimentos controvertidos

teve como primeira resolução a edição da OJ nº 3 da SDI-1 que dizia:

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO, NA VIGÊNCIA DO DECRETO-LEI Nº 2.351/87: PISO NACIONAL DE SALÁRIOS. (Cancelada em decorrência da sua conversão na Orientação Jurisprudencial Transitória nº 33 da SBDI-1) - DJ 20.04.2005 Histórico: Redação original – Inserida em 14.03.1994110.

Esta veio a ser cancelado em decorrência da edição da OJ nº 33 da SDI-1

transitória em 20/04/2005.

Já a OJ nº 2 da SDI-1 rezava que:

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO. MESMO NA VIGÊNCIA DA CF/1988: SALÁRIO MÍNIMO (cancelada) – Res. 148/2008, DJ 04 e 07.07.2008 - Republicada DJ 08, 09 e 10.07.2008

Histórico: Redação original – Inserida em 29.03.1996

Esta veio a ser cancelada em razão da edição da resolução 148/2008

A sumula 17 do TST tinha a seguinte redação:

Súmula nº 17 do TST ADICIONAL DE INSALUBRIDADE (cancelada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 26.06.2008) - Res. 148/2008, DJ 04 e 07.07.2008 - Republicada DJ 08, 09 e 10.07.2008 O adicional de insalubridade devido a empregado que, por força de lei, convenção coletiva ou sentença normativa, percebe salário

109 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho, 22. Ed. – São Paulo: Atlas, 2006. P.233. 110 http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/OJ_SDI_1/n_s1_001.htm#TEMA4=> acesso em 30/04/2015

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profissional será sobre este calculado. Histórico: Súmula restaurada - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Súmula cancelada - Res. 29/1994, DJ 12, 17 e 19.05.1994

Redação original – RA 28/1969, DO-GB 21.08.1969

Nº 17 O adicional-insalubridade devido a empregado que percebe, por

força de lei, convenção coletiva ou sentença normativa, salário-profissional, será

sobre este calculado.

Após esta, veio a versar sobre o assunto a súmula 228 do TST, que tinha

a seguinte redação:

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno em 26.06.2008) - Res. 148/2008, DJ 04 e 07.07.2008 - Republicada DJ 08, 09 e 10.07.2008. SÚMULA CUJA EFICÁCIA ESTÁ SUSPENSA POR DECISÃO LIMINAR DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012.

A partir de 9 de maio de 2008, data da publicação da Súmula Vinculante nº

4 do Supremo Tribunal Federal, o adicional de insalubridade será calculado sobre o

salário básico, salvo critério mais vantajoso fixado em instrumento coletivo.

Histórico: Súmula alterada - (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais

n.º 88 e 196 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

III - Não há direito da empregada gestante à estabilidade provisória na

hipótese de admissão mediante contrato de experiência, visto que a extinção da

relação de emprego, em face do término do prazo, não constitui dispensa arbitrária ou

sem justa causa. (ex-OJ nº 196 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)

Nova redação - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Nº 228 Adicional

de insalubridade. Base de cálculo O percentual do adicional de insalubridade incide

sobre o salário mínimo de que cogita o art. 76 da CLT, salvo as hipóteses previstas

na Súmula nº 17.

Redação original - Res. 14/1985, DJ 19.09.1985 e 24, 25 e 26.09.1985

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Nº 228 Adicional de Insalubridade. Base de cálculo: O percentual do

adicional de insalubridade incide sobre o salário-mínimo de que cogita o art. 76 da

Consolidação das Leis do Trabalho111.

A Resolução 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 a sumula

228 do TST teve suspensa a sua validade pelo STF, que entende que o adicional de

insalubridade deve ser calculado com base no salário mínimo.

Daí então recomeça novamente as discursões que divergem sobre a

aplicação desta norma.

Renato Saraiva diz que em função do exposto 4 correntes se formaram

para estabelecer a nova base de cálculo do adicional de insalubridade:

A primeira corrente diz que a base de cálculo do adicional de

insalubridade é o salário mínimo da data da edição da súmula vinculante n°4 do STF,

ou seja, R$ 415,00 (quatrocentos e quinze reais) somente podendo ser fixado novo

valor por meio de lei ou norma coletiva.

A segunda corrente diz que o adicional de insalubridade deve continuar a

ser calculado com base no salário mínimo, enquanto não for superada a

inconstitucionalidade por meio de lei ou norma coletiva.

A terceira corrente diz que a base de cálculo do adicional de insalubridade

passa a ser o salário base do empregado, tendo em vista que o art. 7°, XXIII, da CF/88

estabelece que dentre os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais “adicional de

remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei.

A quarta corrente entende que a base de cálculo do adicional de

insalubridade deve ser o salário base ou básico do trabalhador, assim como é no

adicional de periculosidade112.

E ainda segundo ainda Renato Saraiva na decisão em (ver notícias do STF

de 23.09.2010) a Ministra Carmen Lúcia adotou a terceira corrente, entendendo que

o salário mínimo deve ser a base de cálculo do adicional de insalubridade “enquanto

111 http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/OJ_SDI_1/n_s1_001.htm#TEMA4 => acesso em 30/04/2015 112 Saraiva, Renato. Direito do Trabalho – 13ª ed. rev. e atual. – São Paulo: Método, 2011. P.348.

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não superada a inconstitucionalidade por lei ou norma coletiva”, portanto, segundo o

posicionamento atual do STF, até que a Lei ou mesmo a norma coletiva fixe outro

valor, o adicional de insalubridade continuará sendo calculado sobre o salário

mínimo113.

Houve algumas resistências e algumas entidades sindicais recorreram à

corte máxima e tiveram a seguinte decisão:

Ementa: RECURSO DE REVISTA - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - BASE DE CÁLCULO - SÚMULA VINCULANTE Nº 4 DO EXCELSO STF - SUSPENSÃO DA SÚMULA Nº 228 DO TST - DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE SEM DECLARAÇÃO DE NULIDADE - MANUTENÇÃO DO SALÁRIO-MÍNIMO COMO BASE DE CÁLCULO ATÉ A EDIÇÃO DE NOVA LEI EM SENTIDO CONTRÁRIO OU CELEBRAÇÃO DE CONVENÇÃO COLETIVA. O Supremo Tribunal Federal, mediante o julgamento do RE 565.714/SP, editou a Súmula Vinculante nº 4, em que concluiu, quanto aos termos do art. 7º, IV, da Constituição Federal, ser vedada a utilização do salário mínimo como base de cálculo do adicional de insalubridade. Apesar de se reconhecer a inconstitucionalidade da utilização do salário-mínimo como indexador da base de cálculo do referido adicional, foi vedada a substituição desse parâmetro em decisão judicial. Assim, ressalvado meu entendimento no que tange às relações da iniciativa privada, o adicional de insalubridade deve permanecer sendo calculado com base no salário-mínimo enquanto não superada a inconstitucionalidade por meio de lei ordinária ou convenção coletiva. Precedentes da SBDI-1. Recurso conhecido e provido.

Dessa forma, está hoje pacificado o entendimento quanto a base de cálculo

do adicional de insalubridade, até que advenha uma lei que ou norma coletiva que

institua nova base de cálculo para este adicional.

Martins diz que o adicional de insalubridade e de natureza salarial e não

indenizatória, pois visa remunerar o trabalho em circunstâncias insalubres e tem por

objetivo compensar o trabalho desenvolvido em condições gravosas à saúde do

empregado, ainda segundo ele a supressão do trabalho insalubre ou perigoso é mais

vantajosa para o trabalhador, pois o mesmo não desenvolveria nestas condições que

lhe prejudicam a saúde114.

113 Saraiva, Renato. Direito do Trabalho – 13ª ed. rev. e atual. – São Paulo: Método, 2011. P.348-349. 114 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho, 22. Ed. – São Paulo: Atlas, 2006. P.235.

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Superada esta etapa e pacificado o entendimento quanto a base de cálculo

do adicional de insalubridade passa-se a expor cada um dos agentes que criam o

direito ao respectivo adicional.

2.4 AGENTES INSALUBRES E NR 15 DO MTE

Os agentes insalubres estão elencados na norma regulamentadora

número 15 do Ministério do Trabalho e Emprego, estes agentes podem ser

classificados em grau mínimo, médio e máximo com respectivos percentuais de 10%,

20% e 40% conforme os níveis e tempo de exposição a estes agentes (art.190 da

CLT)115. Estes agentes são caracterizados pela avaliação quantitativa116.

2.4.1 DOS AGENTES FÍSICOS

São as diversas formas de energia a que possam estar expostas os

trabalhadores. São os riscos gerados pelos agentes que têm capacidade de modificar

as características físicas do meio ambiente.

Como por exemplo: os Ruídos, Calor, Frio, Radiação não ionizante,

Pressões anormais a atmosférica (condições hiperbáricas), Vibrações e Umidade117.

Para consubstanciar este assunto traz-se aqui uma decisão do Colendo

TRT da 4ª Região no Rio Grande do Sul.

115 Saraiva Renato. Direito do Trabalho – 13ª ed. rev. e atual. – São Paulo: Método, 2011. P.345. 116 Insalubridade e periculosidade: aspectos técnicos e práticos/Messias Tuffi Saliba, Márcia Angelim Chaves Correa. – 5. Ed. Atual. – São Paulo: LTr, 2000. P.136 117 Manual Prático: Como elaborar uma perícia de insalubridade e periculosidade/ Fernando José Pereira, Orlando Castello Filho. – São Paulo: LTr, 1998. P.31-50.

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PROCESSO nº 0021554-41.2014.5.04.0332 (RO) RECORRENTE: FILIPE OTAVIO DE OLIVEIRA RECORRIDO: UNIDASUL DISTRIBUIDORA ALIMENTICIA S/A RELATOR: TANIA ROSA MACIEL DE OLIVEIRA EMENTA: ADICIONAL DE INSALUBRIDADE EM GRAU MÉDIO. INGRESSO EM CÂMARA FRIA. Demonstrada a exposição habitual do empregado a agente insalubre "frio", no exercício de suas atividades, é devido o adicional de insalubridade em grau médio, nos termos do Anexo nº 9 da NR 15 da Portaria 3.214/78. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos. ACORDAM os Magistrados integrantes da 2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 04ª Região: por unanimidade, dar provimento parcial ao recurso ordinário do reclamante para condenar a reclamada ao pagamento de adicional de insalubridade, em grau médio, calculado sobre o salário-base, com reflexos sobre o aviso prévio, férias com 1/3, 13º salário e FGTS com multa de 40%; conceder-lhe os honorários de assistência judiciária de 15% sobre o valor bruto da condenação. Honorários periciais técnicos, fixados na sentença em R$ 800,00, revertidos à reclamada. Custas de R$ 40,00, sobre o valor de R$ 2.000,00, ora atribuído à condenação, para os efeitos legais, pela reclamada.

2.4.2 DOS AGENTES QUÍMICOS

São consideradas agentes químicas as substâncias, compostos que

possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos,

névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição,

possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão,

os principais tipos de agentes químicos que atuam sobre o organismo humano,

causando problemas de saúde, são: gases, vapores e névoas: aerodispersóides

(poeiras e fumos metálicos)118.

Não existem equipamentos ou procedimentos de medição, em que a

caracterização é dada pelo bom censo do perito, de como é empregado, utilizado, o

118 http://www.dracena.unesp.br/Home/Instituicao/cipa/agentes-quimicos.pdf. <> Acesso em 07/05/2015.

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tempo de exposição, isto é, o perito deve anotar tudo o que for observado durante a

vistoria para depois avaliar tecnicamente em conjunto com a NR do MTE119.

Para tanto temos uma decisão que reconhece o direito ao pagamento do

referido adicional:

Processo: Nº 0002522-65.2012.5.12.0019 TRT12 SC Ementa: ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. ANEXO 13 DA NR 15 DA PORTARIA 3214/78. HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS. PREVA-LÊNCIA. No exercício funcional, ficando sujeito o trabalhador a contato com óleos minerais e graxas ao efetuar limpeza de máquinas e peças impregnadas por essas substâncias, o adicional de insalubridade é devido. O agente químico potencialmente prejudicial pode ocasionar dermatose de contato e queimadura de córnea à luz da legislação pertinente.

2.4.3 DOS AGENTES BIOLÓGICOS

De acordo com o anexo 14 da NR 15 são atividades que envolvem

agentes biológicos, cuja insalubridade é caracterizada pela avaliação qualitativa.

Insalubridade de grau máximo Trabalho ou operações, em contato permanente com:

(divisão por minha conta)

14.1 - pacientes em isolamento por doenças infectocontagiosas, bem como

objetos de seu uso, não previamente esterilizadas;

14.2 - carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pelos e dejeções

de animais portadores de doenças infectocontagiosas (carbunculosa, brucelose,

tuberculose);

14.3 - esgotos (galerias e tanques); e

14.4 - lixo urbano (coleta e industrialização).

14.5 - Insalubridade de grau médio Trabalhos e operações em contato

permanente com pacientes, animais ou com material infecto-contagiante, em:

119 Manual Prático: Como elaborar uma perícia de insalubridade e periculosidade/ Fernando José Pereira, Orlando Castello Filho. – São Paulo: LTr, 1998. P.78.

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14.6 - hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos

de vacinação e outros estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana

(aplica-se unicamente ao pessoal que tenha contato com os pacientes, bem como aos

que manuseiam objetos de uso desses pacientes, não previamente esterilizados);

14.7 - hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros

estabelecimentos destinados ao atendimento e tratamento de animais (aplica-se

apenas ao pessoal que tenha contato com tais animais);

14.8 - contato em laboratórios, com animais destinados ao preparo de soro,

vacinas e outros produtos;

14.9 - laboratórios de análise clínica e histopatológica (aplica-se tão-só ao

pessoal técnico);

14.10 - gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia

(aplica-se somente ao pessoal técnico);

14.11 - cemitérios (exumação de corpos);

14.12 - estábulos e cavalariças; e resíduos de animais deteriorados120.

Embora tenhamos aqui um bom número de elementos que fazem jus ao

adicional de insalubridade por agentes biológicos, será colocado apenas uma decisão

do Egrégio TRT 12 de Santa Catarina.

RO 0001354-78.2014.5.12.0012 TRT 12 SC Ementa: AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE. CONTATO COM PACIENTES POTENCIALMENTE ACOMETIDOS POR DOENÇAS CONTAGIOSAS. AGENTE BIOLÓGICO INSALUTÍFERO. ADICIONAL DEVIDO. O contato com agentes biológicos insalutíferos, por meio de pacientes potencialmente acometidos por doenças contagiosas, embora não seja diário, faz parte da rotina de trabalho do agente comunitário de saúde, fazendo jus a

autora, portanto, ao pagamento de adicional de insalubridade. ◦Local: SECRETARIA DA 1A TURMA ◦Publicação: 28/04/2015 ◦Desembargador(a): JORGE LUIZ VOLPATO

120 Manual Prático: Como elaborar uma perícia de insalubridade e periculosidade/ Fernando José Pereira, Orlando Castello Filho. – São Paulo: LTr, 1998. P.78-79.

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Para o nosso estudo que aqui será desenvolvido, discutiremos a súmula

448 do TST no seu item II, que assim está escrita:

ATIVIDADE INSALUBRE. CARACTERIZAÇÃO. PREVISÃO NA NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 DA PORTARIA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO Nº 3.214/78. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS. (Conversão da Orientação Jurisprudencial nº 4 da SBDI-1 com nova redação do item II) – Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014.

I – (...)

II – A higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo de grande circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza em residências e escritórios, enseja o pagamento de adicional de insalubridade em grau máximo, incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE nº 3.214/78 quanto à coleta e

industrialização de lixo urbano121.

Em que pese está sumula está em vigor desde 23.05.2014, ainda há

divergências quanto a sua aplicação, pois de um lado há o clamor do sindicato que

representa os obreiros que laboram nesta área (conservação e limpeza), e do outro o

sindicato patronal, que tem como argumento a onerosidade que acarreta para a

empresa, além de considerar muitas situações como não sendo devido tal adicional

em muitos postos de trabalho, por serem considerados como ambiente de escritório.

121 http://www.tst.jus.br/sumulas > acesso em 07/05/2015

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CAPÍTULO 3

3. DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE POR EXPOSIÇÃO AOS AGENTES

BIOLÓGICOS CONSTANTES NA LIMPEZA DO BANHEIRO PÚBLICO

O adicional de insalubridade deve ser pago aos trabalhadores que pela

exposição aos agentes nocivos à saúde, sua incidência será em grau, mínimo, médio

ou máximo, em percentuais de 10%, 20% ou 40% sobre o salário mínimo (art. 192 da

CLT)122. No caso aqui estudado, o presente termo “banheiro público” cairá no esteio

de coleta de lixo urbano do anexo 14 da Norma Regulamentadora número 15 do

Ministério do Trabalho e Emprego, este deve ser sempre pago em grau máximo, por

ser o agente biológico um veículo perigosíssimo de transmissão de doenças

patológicas ou infectocontagiosas que podem até mesmo ceifar a vida do obreiro,

como na decisão abaixo inserida.

Decisão trabalhista - Tribunal Superior do Trabalho. 2ª Turma - Acórdão do processo nº RR - 1716-23.2011.5.04.0331 - Data: 19/03/2014 EMENTA: RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE EM GRAU MÁXIMO. LIMPEZA DE SANITÁRIOS DE PRÉDIO PÚBLICO GRANDE FLUXO DE PESSOAS (alegação de violação aos artigos 195 da Consolidação das Leis do Trabalho, à Portaria/MTE nº 3.214/78, contrariedade à Orientação Jurisprudencial da SBDI-1/TST nº 04 e divergência jurisprudencial). É o relatório. V O T O

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE EM GRAU MÁXIMO – LIMPEZA DE SANITÁRIOS DE PRÉDIO PÚBLICO. CONHECIMENTO. A reclamada INCONFIDÊNCIA LOCADORA DE VEÍCULOS E MÃO DE OBRA LTDA. alega que as atividades desempenhadas pela reclamante – limpeza de sanitários e coleta de lixo de banheiros da Secretaria Municipal de Educação – não ensejam o pagamento do adicional de insalubridade em grau máximo. Aponta violação aos artigos 195 da Consolidação das Leis do Trabalho, à Portaria/MTE nº 3.214/78, contrariedade à Orientação Jurisprudencial da SBDI-1/TST nº 04 e divergência jurisprudencial. O Tribunal Regional consignou da ementa de sua decisão: "ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. HIGIENIZAÇÃO DE SANITÁRIOS E COLETA DE LIXO. Atividade que se caracteriza como insalubre em grau máximo, diante da nocividade que representa a higienização de sanitários e coleta de lixo, especialmente na esfera

122 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm =>acesso em 26/05/2015

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urbana. Agentes biológicos que permanecem com a mesma virulência e patogenicidade durante as fases de coleta, armazenagem e industrialização e que, mesmo em um único e breve contato, podem gerar doenças, independentemente do uso de equipamentos de proteção" (seq. 01, pág. 545). E assim fundamentou o julgado: "A prova pericial técnica produzida nas fls. 150/153 atesta que a reclamante, no desempenho de suas atividades na função de servente, procedia à limpeza de sanitários e o recolhimento de lixo junto às instalações da Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Lazer – SMED, no prédio do Ginásio Municipal de São Leopoldo. Os sanitários eram utilizados por cerca de 20 funcionários e demais pessoas que circulavam pela secretaria, tratando-se, portanto, de locais enquadrados como de uso público. (...) A possibilidade de contato com material fecal ou dejetos humanos representa ameaça à saúde do empregado, diante da possibilidade de contaminação existente no lixo dos banheiros e no vaso sanitário, expondo o trabalhador ao contato com germes patogênicos encontrados em dejetos fecais passíveis de transmitir diferentes doenças. Além disso, o vaso sanitário caracteriza-se como o primeiro recipiente do esgoto cloacal. A coleta do lixo urbano compreende o labor não somente dos garis, os quais recolhem qualquer tipo de lixo, mas também dos serventes de limpeza, que na fase inicial do processo de coleta, recolhem o lixo de dentro dos prédios onde trabalham, acondicionando-o e depositando-o nas calçadas. Portanto, quando o lixo urbano é recolhido nas vias públicas, já passou pelos serventes de limpeza, não havendo cogitar de diferença de tratamento entre ambos. A única diferença se refere à fase em que realizada a coleta, ressaltando-se que no caso da limpeza de banheiros a exposição não era restrita à coleta de lixo propriamente dito, mas também e especialmente em face da higienização dos sanitários em si, assemelhando-se, inclusive, aos esgotos (galerias e tanques). O contato é permanente, pois incluída a tarefa nociva entre as atribuições habituais da empregada. Ressalte-se que os agentes biológicos são organismos vivos que se disseminam com extrema facilidade, bastando uma única exposição para colocar em risco a vida do obreiro, sendo possível, inclusive, a contaminação pelas vias respiratórias123.

Embora existam alguns autores que discordem da forma de como é

encaixado a limpeza de banheiros considerados públicos, o entendimento do TST tem

sido cada vez mais sedimentado de que, esses casos, sejam sim enquadrados como

detentores de direitos aos respectivos adicionais.

123 https://consultortrabalhista.com/decisoes-trabalhistas/tst-recurso-de-revista-adicional-de-insalubridade-em-grau-maximo-limpeza-de-sanitarios-de-predio-publ/#ixzz3bLUNllJz = acesso em 25/07/2015

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3.1. CONCEITO DE BANHEIRO PÚBLICO SEGUNDO A JURISPRUDÊNCIA DOS

TRIBUNAIS.

Embora não exista um real conceito na jurisprudência sobre o que é

banheiro público, em geral se usa os termos “banheiro de uso coletivo, banheiro com

grande circulação de pessoas” de forma bem genérica, se formos buscar no dicionário

o significado de coletivo teremos: Que pertence a muitos; Diz-se de ou substantivo

que, mesmo no singular, representa pluralidade124.

Temos uma distinção de banheiro público que diz: Um banheiro público

consiste numa área construída, geralmente em prédios ou áreas públicas e escritórios

e espaços de uso coletivo, ainda que privados, a fim de que as pessoas que tenham

acesso àquela área possa utilizá-la como banheiro. Ao contrário do que acontece em

domicílios particulares, usualmente ocorre a distinção entre gêneros125. Há porém,

raríssimos julgados com um número de usuários que fará a distinção entre banheiro

de escritório por exemplo, possa ser considerado de uso público ou privado como este

que usaremos por base:

"(...) LIMPEZA DE SANITARIOS E COLETA DE LIXO DA EMPREGADORA - ELEVADO NUMERO DE FREQUENTADORES DO LOCAL DE TRABALHO - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE (violação ao artigo 192 da Consolidação das Leis do Trabalho, contrariedade a Orientação Jurisprudencial no 04 da SBDI-1, desta Corte e divergência jurisprudencial). A constatação fática de que o empregado era obrigado ao recolhimento de lixo e limpeza de vasos sanitários de banheiro usado por mais de 100 (cem) pessoas exclui a incidência da Orientação Jurisprudencial no 04, da SBDI-1 desta Corte, por não ser possível considerar hipótese de - limpeza em residências e escritórios -. Recurso de revista não conhecido. (...)" TST-RR-60400-11.2006.5.04.0332, Rel. Min. Renato de Lacerda Paiva, 2a Turma, DEJT de 1o. 6.2012); (grifo nisso).

Assim, a identificação individualizada dos usuários de banheiros

domésticos ou de escritórios, dos sanitários de utilização coletiva, afastaria a

percepção do adicional a contrário sensu, pela leitura dos precedentes acima

alinhados. Exemplifico uma situação prática: uma loja de comércio de

124 http://dicionariodoaurelio.com/coletivo => acesso em 27/05/2015. 125 http://pt.wikipedia.org/wiki/Banheiro_p%C3%BAblico =>acesso em 27/05/2015.

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eletrodomésticos disponibiliza banheiros para higiene pessoal de seus 20

funcionários, situação que determina e identifica a coletividade e não alcança a

percepção do adicional. Todavia, se a mesma loja, disponibiliza suas instalações

sanitárias ao público em geral, indistintamente, o adicional de insalubridade é devido

nos termos da Súmula 448 do TST, aquele responsável pela limpeza e asseio do

ambiente126.

Dessa forma, é possível ter direito ao adicional o empregado que mesmo

fazendo a limpeza de sanitários (internos) para um escritório por exemplo, se este

mesmo empregado conseguir comprovar que tal banheiro é aberto seu uso ao público

externo “clientes e outros” de certo terá o direito reconhecido

3.2. ENTENDIMENTO DA SÚMULA 448 DO TST

Embora seja recente o enunciado da Súmula 448 em especial o item II o

qual é a matéria de discursão deste trabalho monográfico, o C. TST já havia

consolidado o entendimento quanto ao direito ao respectivo adicional, que em muitas

decisões deixavam de aplicar o item II da OJ que veio a ser substituída, a OJ n.4 da

SDI-1 que assim rezava:

I - (...) II - A limpeza em residências e escritórios e a respectiva coleta de lixo não podem ser consideradas atividades insalubres, ainda que constatadas por laudo pericial, porque não se encontram dentre as classificadas como lixo urbano na Portaria do Ministério do Trabalho. (ex-OJ nº 170 da SDI-1 - inserida em 08.11.2000)127.

Portanto a nova súmula além de trazer a atual redação, faz com que o

ensejado direito ao adicional fosse conhecido, pois faz diferenciar a limpeza em

ambiente interno (residência e escritório) para o asseio de quem ali trabalha, dos

outros banheiros (de uso público), assim sendo, aquele obreiro que trabalha no

126 http://www.davidsonmalacco.com.br/wp-content/uploads/2015/01/SEAC_REVISTA-DEZEMBRO-14-pg14-15.pdf => acesso em 27/05/2015. 127 http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/OJ_SDI_1/n_s1_001.htm#TEMA4 => acesso em 28/05/2015.

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ambiente doméstico certamente não terá direito ao adicional de insalubridade, já no

ambiente escritório podem haver duas interpretações, desde que, ou o empregado

comprove que este banheiro era aberto ao público externo, e ou o empregador

comprove que este mesmo banheiro é usado somente por um limitado número de

empregados (internamente), de forma que só poderemos saber do desfecho nas

futuras decisões do Tribuna Superior do Trabalho, como na decisão abaixo:

EEDRR 324700-96.2008.04.0018 - Min. Dora Maria da Costa DEJT 30.10.2013/J-24.10.2013 - Decisão unânime A C Ó R D Ã O RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO PELO SEGUNDO RECLAMADO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. LIMPEZA DE BANHEIROS DE USO PÚBLICO. 1. Nos moldes delineados pelo item II da Orientação Jurisprudencial n° 4 da SDI-1 desta Corte Superior, a limpeza em residências e escritórios e a respectiva coleta de lixo não podem ser consideradas atividades insalubres, ainda que constatadas por laudo pericial, porque não se encontram dentre as classificadas como lixo urbano na Portaria do Ministério do Trabalho. 2. Entretanto, na hipótese dos autos, a controvérsia dos autos não se resume à limpeza de banheiros de residência e de escritórios e na respectiva coleta de lixo, mas, sim, à limpeza e à coleta do lixo de banheiros públicos utilizados por funcionários e pelo público em geral da Secretaria Estadual da Fazenda. 3. Assim sendo, e nos termos do entendimento desta Subseção Especializada, não tem aplicabilidade a diretriz da orientação jurisprudencial supramencionada, fazendo jus a autora ao direito ao adicional de insalubridade, a teor do Anexo n° 14 da NR n° 15 da Portaria n° 3.214/78, pois, tratando-se de limpeza de banheiros de local público, onde transitam inúmeros e indeterminados usuários, ocorre a potencialização do contato com agentes patogênicos causadores de doenças e infecções. Recurso de embargos conhecido e desprovido. (Grifo no entendimento)

Portanto, ainda que alguns Ministros ainda entendessem de forma

contrária, a maioria absoluta dos outros Ministros do Colendo TST já se afirmava na

concessão do respectivo adicional para os trabalhadores que comprovassem laborar

em ambientes equiparáveis a banheiro público.

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3.3. ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL DOS TRIBUNAIS NO PERÍODO PELO

CONCESSÃO DO ADICIONAL

O Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região é o único dentre

os 24 TRTs do país que tem a matéria sumulada dentro dos seus domínios, súmula

esta que foi editada pela resolução n° 08/2013 que fez nascer a sumula n. 46 do TRT

12 que tem a seguinte redação:

SÚMULA Nº 46: “INSALUBRIDADE. LIMPEZA DE BANHEIROS PÚBLICOS. A atividade de limpeza de banheiros públicos, utilizados por grande fluxo de pessoas, equipara-se à coleta de lixo urbano, sendo insalubre em grau máximo, nos termos da NR-15, Anexo 14, da Portaria nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho128.”

Malgrado que tenha sido decidido por maioria, a edição da súmula fez

pacificar o entendimento do C. TRT no sentido de suas decisões, como nas que

seguem:

Processo: Nº 0000909-43.2013.5.12.0029 TRT 12 SC Ementa: ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. SERVIÇO DE LIMPEZA. BANHEIRO PÚBLICO COM GRANDE FLUXO DE PESSOAS. Restando incontroverso nos autos, no que diz respeito à limpeza dos banheiros da ré, que estes eram notoriamente utilizado por um grande número de pessoas, aplica-se a Súmula n. 46 deste Tribunal: "INSALUBRIDADE. LIMPEZA DE BANHEIROS PÚBLICOS. A atividade de limpeza de banheiros públicos, utilizados por grande fluxo de pessoas, equipara-se à coleta de lixo urbano, sendo insalubre em grau máximo, nos termos da NR-15, Anexo 14, da Portaria nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho." Imagem do Documento - Juíza Lília Leonor Abreu - Publicado no TRTSC/DOE em 19-02-2015.

Hoje também na sua esmagadora maioria das turmas, o colendo TST tem

decidido pela concessão do adicional de insalubridade em atividades que certamente

anteriormente não seriam beneficiados, como nas decisões abaixo:

TST - RECURSO DE REVISTA RR 6490320125020312 (TST) Data

de publicação: 20/02/2015 Ementa: • AGRAVO DE INSTRUMENTO.

RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.

HIGIENIZAÇÃO DE SANITÁRIO E COLETA DE LIXO EM AVIÃO.

USO PÚBLICO. ITEM II DA SÚMULA 448/TST. Constatada decisão

128 http://trtapl3.trt12.gov.br/cmdg/img_legis/2013/082619sn.pdf => acesso em 03/06/2015.

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Regional prolatada com possível violação do item II da Súmula

448/TST, dá-se provimento ao agravo de instrumento para determinar

o processamento do recurso de revista. Agravo de Instrumento

conhecido e provido. RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE

INSALUBRIDADE. HIGIENIZAÇÃO DE SANITÁRIO E COLETA DE

LIXO EM AVIÃO. USO PÚBLICO. ITEM II DA SÚMULA 448/TST. A

higienização em banheiro de avião e a coleta de lixo se amoldam à

situação descrita no item II da Súmula 448/TST, impondo o

deferimento de adicional de insalubridade em grau máximo. Recurso

de Revista conhecido e provido. Brasília, 11 de Fevereiro de 2015.

VANIA MARIA DA ROCHA ABENSUR. Desembargadora Convocada

Relatora

Este entendimento está sendo possibilitado, graças à redação do item II

da sumula 448, que tem afastado cada vez mais as decisões que normalmente eram

proferidas com fundamentos puramente legalistas, que retirava de pessoas que se

expõem a riscos aos agentes biológicos quando da exposição ao laborar nestes

ambientes o direito à percepção do adicional de insalubridade.

3.4. ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL DOS TRIBUNAIS NO PERÍODO PELO

NÃO CONCESSÃO DO ADICIONAL

Há décadas atrás, mais precisamente no ano de 1995 é possível encontrar

uma decisão de negativa de conhecimento do direito a percepção ao adicional de

insalubridade para uma trabalhadora, que certamente hoje faria jus pelo novo

entendimento, quando esta mesma laborava em limpeza de banheiro público.

RO -16086/94. Data de Publicação: 27/01/1995. Órgão Julgador: Primeira Turma TRT 3ª Região MG Relator: Marcos Henley Molinari Tema: ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - LIMPEZA DE SANITÁRIO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - FAXINEIRA DE BANHEIRO COLETIVO INEXISTÊNCIA. O ser humano em geral não pode ser reputado como agente insalubre, pelo simples fato de se utilizar de sanitário público, não podendo ser confundido o esgoto com banheiro público. A se adotar o posicionamento pretendido pela reclamante, até o contato pessoa a pessoa seria considerado como insalubre, quando a legislação fala em secreções humanas daqueles provenientes dos portadores de patologias transmissíveis. (TRT da 3.ª

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Região; Processo: RO -16086/94; Data de Publicação: 27/01/1995, DJMG: Órgão Julgador: Primeira Turma; Relator: Marcos Henley Molinari)129.

Esta decisão parece está muito longe, no passado bem distante, porém é

possível também ter decisões bem mais próximas do nosso tempo no Tribunal

Superior do Trabalho, que reformou o acórdão Regional que havia confirmado a

sentença que com provas contundentes onde demonstraram que a obreira fazia jus

ao respectivo adicional e ainda assim foi rejeitada com base na antiga sumula.

A C Ó R D Ã O 6ª Turma do Colendo TST. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. RECOLHIMENTO DE LIXO E LIMPEZA DE SANITÁRIOS EM AEROPORTOS. Deferimento de adicional de insalubridade à reclamante pelo fato de recolher lixo e efetuar a limpeza de sanitários em aeroportos. Provável contrariedade ao item I da OJ 4 da SBDI-1 do TST. Necessidade de tramitação do recurso de revista. Agravo de instrumento provido para determinar o processamento do recurso de revista.

RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. RECOLHIMENTO DE LIXO E LIMPEZA DE SANITÁRIOS EM AEROPORTOS. O recolhimento de lixo e a limpeza de sanitários públicos em aeroportos não está enquadrada no Anexo 14 da NR 15 da Portaria 3.214/78, sendo, por isso mesmo, impertinente a condenação da reclamada a pagar o adicional de insalubridade. Incidência do item I da OJ 4 da SBDI-1 do TST ("I - Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo

Ministério do Trabalho."). Recurso de revista conhecido e provido. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista nº TST-RR-18/2003-020-04-40.0, em que é Recorrente GOLD SERVICE SISTEMAS

DE LIMPEZA LTDA. e Recorrida GESSI ARAÚJO DE SOUZA.

A Presidência do egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, por meio do despacho às fls. 129-130, denegou seguimento ao recurso de revista interposto pela reclamada com apoio na Súmula 296 do TST, entre outros fundamentos.

Inconformada, a reclamada interpôs agravo de instrumento às fls. 02-18 pretendendo a reforma do despacho denegatório.

Tão-somente contraminuta (fls. 144-151) foi apresentada, sendo dispensada a remessa dos autos ao douto Ministério Público do Trabalho em face do disposto no art. 83, § 2º, inciso II, do Regimento Interno.

129 https://as1.trt3.jus.br/juris/detalhe.htm?conversationId=32526 > acesso em 02/06/2015.

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É o relatório.

V O T O

I - AGRAVO DE INSTRUMENTO

1 - CONHECIMENTO

Atendidos os pressupostos de tempestividade (fls. 02 e 131) e regularidade de representação (fl. 35), conheço do agravo de instrumento.

2 - MÉRITO

2.1 - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE EM CASOS DE RECOLHIMENTO DE LIXO E LIMPEZA DE SANITÁRIOS EM AEROPORTO

O TRT da 4ª Região, no acórdão trasladado às fls. 109-112, concluiu, em linhas gerais, que era devido à reclamante, ora agravada, o pagamento do adicional de insalubridade, já que tinha, entre as suas atribuições, o recolhimento de lixo e a limpeza de sanitários públicos no aeroporto internacional Salgado Filho.

A reclamada, ora agravante, no recurso de revista trasladado às fls. 114-127, afirmou que essa decisão contrariava as OJs 02, 04 e 170 da SBDI-1, além de divergir do entendimento da jurisprudência colacionada.

Tendo em vista que, aparentemente, não há previsão no sentido de que o recolhimento de lixo e a limpeza de sanitários públicos em aeroportos está enquadrada no Anexo 14 da NR 15 da Portaria 3.214/78, pode ser que esteja contrariado o item I da OJ 4 da SBDI-1 do TST, razão pela qual se faz necessário o processamento do recurso de revista, ainda que para melhor exame.

Em face do exposto, dou provimento ao agravo de instrumento para determinar o processamento do recurso de revista.

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II - RECURSO DE REVISTA

Satisfeitos os requisitos extrínsecos de admissibilidade referentes a tempestividade (fls. 113-114), regularidade de representação (fl. 35) e preparo já efetuado no segundo grau de jurisdição, passo à análise dos pressupostos intrínsecos do apelo.

- CONHECIMENTO

1.1 - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE EM CASOS DE RECOLHIMENTO DE LIXO E LIMPEZA DE SANITÁRIOS EM AEROPORTO

O douto Colegiado do egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, mediante o acórdão às fls. 109-112, manteve a sentença que condenara a reclamada, ora recorrente, a pagar à reclamante, ora recorrida, o adicional de insalubridade em grau máximo (40%).

Estes foram os fundamentos da referida decisão: "(...)

Sem razão.

Segundo consta do laudo pericial, a autora, durante o período contratual tinha por atribuição, dentre outras, o recolhimento do lixo e a limpeza de sanitários públicos no Aeroporto Internacional Salgado Filho.

O exercício de tal atividade, diversamente do alegado, não pode ser equiparado com a limpeza de residências e escritórios a que alude a orientação jurisprudencial 170 da SDI-I do E. TST. As atividades de limpeza de vasos sanitários e mictórios de banheiros públicos, bem como as de recolhimento de lixo, desenvolvidas pelo reclamante, estão de acordo com a redação do anexo 14 da NR-15 da Portaria 3.214/78 do MTE, devendo, portanto, ser consideradas insalubres em grau máximo. Não se deve olvidar que os vasos sanitários são o ponto inicial do esgoto, pois ali são dejetadas fezes e urinas. O lixo recolhido nos banheiros públicos não se diferencia do urbano, a não ser quanto à fase da coleta. A referida Portaria é norma integradora do art. 192 da CLT, representando o fundamento legal para deferimento da pretensão.

Assim, deve ser mantida a sentença, devidamente embasada no laudo pericial.

Nego provimento" (fl. 110).

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A recorrente afirma (fls. 114-127) que essa decisão contraria as OJs 2, 4 e 170 da SBDI-1 do TST e a Súmula 228 do TST, divergindo, ainda, do entendimento da jurisprudência colacionada.

A amparar a fundamentação adotada, lembra que não há previsão no Anexo 14 da Norma Regulamentar 15 para inclusão do lixo produzido em estabelecimento comercial, tido como lixo doméstico, no rol daquele urbano, bem como a limpeza de sanitários como insalubre em grau máximo.

Assiste razão à recorrente.

Com efeito, ao contrário do decidido, data vênia, o recolhimento de lixo e a limpeza de sanitários públicos em aeroportos não estão enquadrados no Anexo 14 da NR 15 da Portaria 3.214/78, sendo, por isso mesmo, impertinente a condenação da recorrente a pagar o adicional de insalubridade.

Nesse contexto, a decisão recorrida contraria o item I da OJ 4 da SBDI-1 do TST, assim redigido:

"4. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. LIXO URBANO (nova redação em decorrência da incorporação da Orientação Jurisprudencial nº 170 da SBDI-1) - DJ 20.04.2005.

I - Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho.

(...)" É de bom alvitre esclarecer que a OJ 219 da SBDI-I do TST abraça entendimento no sentido de que é possível conhecer do recurso de revista por contrariedade à OJ do TST, desde que constem das razões recursais o seu número e conteúdo, particularidade verificada no caso em exame.

Nesse contexto, conheço do recurso por contrariedade ao item I da OJ 4 da SBDI-1 do TST.

- MÉRITO

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2.1 - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE EM CASOS DE RECOLHIMENTO DE LIXO E LIMPEZA DE SANITÁRIOS EM AEROPORTO

Conhecido o recurso por contrariedade ao item I da OJ 4 da SBDI-1 do TST, dou-lhe provimento para excluir da condenação o pagamento do adicional de insalubridade.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade, dar provimento ao agravo de instrumento para determinar o processamento do recurso de revista. Conhecer do recurso de revista, por contrariedade ao item I da OJ 4 da SBDI-1 do TST e, no mérito, dar-lhe provimento para excluir da condenação o pagamento do adicional de insalubridade.

Brasília, 2 de setembro de 2009.

HORÁCIO SENNA PIRES

Ministro Relato

Ainda que se estivesse mudando o entendimento dos Juízes de primeiro

grau e em muitas turmas estivessem convencidos os desembargadores do TRT, se

houvesse recursos ao Colendo TST essa decisão ainda poderia ser modificada se

acolhida pelas turmas que entendem contrariamente quanto ao direito ou não do

adicional de insalubridade.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, o presente trabalho buscou analisar a premissas que

possibilitam ou não a aplicação da sumula 448 no seu item II, no que enseja, por

equiparação do item, esgotos (galerias e tanques); e lixo urbano (coleta e

industrialização) aos trabalhadores que laboram em banheiros de uso coletivo

(banheiro público ou de grande circulação de pessoas), pois não há uma norma que

proteja estes profissionais, embora a jurisprudência e a doutrina majoritária dizem que

pela exposição a estes agentes biológicos deveriam os obreiros fazerem jus ao

referido adicional, pois estes estarão em eminente perigo de contrair doenças

infectocontagiosas e outros germes perigosíssimos, por estarem em contato com

dejetos humanos quando promovem o asseio e conservação de tais ambientes.

Por um lado o sindicato destes profissionais lutam por esta compensação

em forma de adicional, do outro lado o sindicato das empresas que usam tais serviços

dizem ser altamente oneroso manter estes profissionais e ainda temem que

futuramente advenha lei específica que, por exemplo, imponham que o percentual que

hoje tem como base o salário mínimo futuramente tenha como base o salário do

obreiro, o que estimam um aumento de 35% no que diz respeito ao custo do

empregado para a empresa em vista da batalha travada no STF em razão da sumula

vinculante n.4.

A CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO DE BENS SERVIÇOS E

TURISMO – CNC entrou com uma RECLAMAÇÃO Nº 18.850/DF onde requeria do

Tribunal Maior do país, requerendo deste que fosse suspensa o enunciado da sumula,

sob o argumento de que o TST estivesse atuando como legislador positivo, e portanto

colide com entendimento da Suprema corte, esta reclamação foi julgada improcedente

ou seja, não prosperou, diante disto é certo que ainda haverá algumas batalhas neste

sentido e só o com tempo teremos as respostas.

Em que pese, existam posicionamentos contrários ao pagamento do

adicional de insalubridade para os trabalhadores que laboram nestas atividades de

limpeza e conservação de banheiro público, tem-se que, após a elaboração deste

trabalho de pesquisa, que efetivamente, os trabalhadores expostos aos agentes

existentes nos banheiros de grande circulação precisam receber o citado adicional.

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A controvérsia ainda pode estar contida na necessidade de especificação

quanto a característica de ser ou não banheiro de grande circulação. Não obstante,

esta análise poderá ser realizada pelo perito judicial, conforme declinado neste

trabalho ou ainda tem-se a possibilidade de ser considerado como público o banheiro

que incontestavelmente não está em locais de grande circulação, tais como terminais

urbanos e aeroportos.

Por fim, tem-se que o adicional deve ser pago para todos os trabalhadores

que tem contato com os agentes presentes nos banheiros de modo geral, eis que

comprovadamente, nenhum tipo de EPI é capaz de afastar definitivamente os malicios

daqueles trabalhadores expostos a estes agentes constantemente. Solução

interessante pode-se verificar na Convenção Coletiva de Trabalho de vários sindicatos

da categoria de asseio e conservação que, negociaram o pagamento do adicional de

insalubridade para todos os trabalhadores de limpeza, independentemente dos

mesmos laborarem em banheiros que circulam 10, 100 ou 1000 pessoas por dia.

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Saliba, Márcia Angelim Chaves Correa. – 5. Ed. Atual. – São Paulo: LTr, 2000.