a cultura do espaço virtual

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2011 Nádia Ferreira Gaspar Escola Secundária de Pombal 28-04-2011 As Artes na Actualidade Prof.ª: Paula Morgado Disciplina: História da Cultura e das Artes

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Page 1: A cultura do espaço virtual

Nádia Ferreira Gaspar

Escola Secundária de Pombal

28-04-2011

2011As Artes na Actualidade

Prof.ª: Paula Morgado

Disciplina: História da Cultura e das Artes

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A Materialização da Vida nos Movimentos, Gestos e Objectos do Quotidiano

1.Analisar as alterações de forma e conceito da arte contemporânea

Tanto na forma como no conceito, a arte a partir da década de 60 muda totalmente. Surge agora uma arte voltada para a vida concreta e para o quotidiano, utilizadas como forma de conhecimento e acção.

Jasper Jones: Três Bandeiras

2.Relacionar a sociedade de consumo com o novo conceito de arte

No século XX surge uma Sociedade dominada pelo consumo, activa por publicidade agressiva gerando necessidades, surgindo uma arte como reflexo das novas formas de relacionamento social, onde objectos e imagens se estabelecem como ícones.

Foi através destas imagens, figuras com brilho e objectos que se criou a Pop Art, dos quais se serviu Andy Warhol.

3.Pop Art: temas, recursos técnicos e influências de correntes artísticas

Pop Art é um movimento artístico que surgiu na década de 1950 no Reino Unido e nos Estados Unidos. Nas décadas de 60 e 70 ocorreu o auge da Pop Art. Lawrence Alloway foi o seu criador e um dos principais participantes.

Diz-se que a Pop art é o marco de passagem da modernidade para a pós-modernidade na cultura ocidental.

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Temas: Cultura Popular (imagens do quotidiano de Bandas Desenhadas “BD”, revistas e jornais, fotografia, cinema, televisão).

Recursos Técnicos: mecânicos ou semimecânicos “fotografia e serigrafia”;

O resultado plástico deveu-se à imagem que detém frieza e

impessoalidade;

Ai Influências foram Dadaístas e Surrealistas por Robert Motherwell, ready

made de Duchamp e colagens de Kurt Schwitters.

4.Reconhecer na Coca-Cola de Andy Warhol o expoente da utilização da publicidade e da vida quotidiana como meio de expressão ( caso prático1 ).

A Coca-Cola de Andy Warhol como retratista da sociedade capitalista mostrou a vulgaridade e o Kitsch da cultura de massas, pois fez com que os objectos banais e do quotidiano fossem elevados à categoria de obra de arte e fez com que estes falassem, por eles mesmos da sociedade americana. As suas garrafas transformaram-se num ícone de cultura pop porque tanto pela bebida como pela concepção da própria garrafa, a Coca-Cola já era um símbolo do consumismo e da América.

5.Definição de Op Art

Op Art significa Optical Art ou Arte Óptica, designa uma forma de arte que usa a ilusão óptica do movimento, ou seja, cinetismo. Esta é definida pela expressão do movimento real ou aparente, mostrando diferentes formas e métodos.

6.Principais Tipologias da Op Art, obras e autores.

Tipologias:

1º Movimento real e autónomo;

2º Jogos de luzes e reflexos luminosos;

3º Reacções fisiológicas da percepção visual;

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4º Efeitos Ópticos Ondulados;

Obras e Autores:

Calder: Mobile

Le Parc: Mobile Perpétuo

7.Distinção entre Arte-Acontecimento e Arte Conceptual.

A Arte-Acontecimento aparece em meados de 1950 em formas de arte com características efémeras. Foi influenciada pelos movimentos vanguardistas, pelo desenraizamento do objecto e do Informalismo, em particular a Action Paiting, tendo recuperado a acção que entendeu como atitude: princípios básicos.A Arte Conceptual teve o seu início em 1965, estendeu-se pela década de 70 e afectou a profunda revisão dos processos criativos e expressivos pertencentes à arte. Nesta arte o mais importante é a ideia, o conceito subjacente à obra, pelo qual se valorizou o processo mental e a reflexão sobre o trabalho. Interrogou os fundamentos da arte, a colocação da obra de arte na sociedade e o reconhecimento público do artista. Pôs em causa a razão de existir e a função da arte. Atribuiu-lhe um papel de documento, colocando-a em causa como forma de realização. “A arte é coisa mental”.Neste movimento considerou-se a arte como acção linguística, como comunicação e formação do pensamento.A arte Conceptual usou vários suportes, tais como, vídeo, fotografia, telegramas, telefonemas, gravações, documentos escritos….

8. Identificar as diferentes manifestações da arte-acontecimento, o Happening, a Performance e a Body Art.O Happening não tem definição e pode ser entendida como uma vivência que coloca em relevo uma estreita ligação entre Arte e Vida.Não é uma representação teatral (não tem princípio, meio e fim) nem uma narrativa. Põe o autor e o espectador expectante comparativamente a determinados acontecimentos. Surge e oculta-se no acto de fazer, sendo a mais pura expressão da arte efémera. Compara-se ao ready-made de Duchamp, em que o objecto surge fora de contexto, transformando-se em ritual, o que reactiva a função mágica da arte, perdida com a industrialização.

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O seu público – alvo foi muito alargado, pois este era em conjunto, espectador e participante.Allan Kaprow foi considerado o inventor do hapenning e discípulo de Cage.

A Performance confunde-se com o hapennig, porém tem uma raiz conceptual, a sua acção é de carácter único, não se repete, gastando-se no próprio acto de fazer. Os actores desenvolvem uma actividade baseada na expressão corporal, não se comparando com a dança e o teatro, usando diferentes formas de actividade humana.A principal diferença é que esta é mais trabalhada, tendo um guião reproduzível. Não tem forçosamente espectadores, pois a obra é captada por vídeo, fotografia ou memórias descritivas.

A Body Art desenvolve acções de curta duração e de rápida absorção. O corpo humano é o protagonista sendo usado como principal meio de expressão. Esta arte incluiu acções muito variadas, por vezes ferozes, como práticas sado-masoquistas. Günter Brus e Hermann Nitsch, são conhecidos pelas suas performances altamente agressivas.

9.Identificar as diferentes manifestações da Arte Conceptual, a Land Art, a Minimal Art e a Instalação, respectivos autores e obras. A Land Art foi uma arte de manifestação artística ligada a preocupações ecológicas, interrogando a obra de arte como objecto comercial. Integrou o grupo das artes de tipo conceptual, tendo posições de contacto com a Arte Pobre, com quem partilha o conceito de matéria. É uma intervenção na paisagem, em grandes espaços naturais e para tal, usa elementos naturais que se danificam, decompõem ou são absorvidos pela Natureza ou elementos artificiais que se desmontam. As construções mais conhecidas são as de Robert Smithson, Walter de Maria; Denis Oppenheim, Richard Long e Christo/Jeanne-Claude.

A Minimal Art baseou-se na necessidade de recorrer a elementos básicos e essenciais da matéria plástica. Desprezou a figuração e empregou um número mínimo de elementos plásticos de materiais industriais, o que lhe

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conferiu um aspecto impessoal. A maior parte das suas obras são tridimensionais, designadas por estruturas primordiais.

Na pintura definiu-se pelo número restrito de elementos, constituída por superfícies monocromáticas.

Autores: Donald Judd ; Richard Serra e Christo

A Instalação um tipo de arte conceptual que surgiu na década de 70 e definiu-se como um processo de realização plástica que observou a realização de cenários e ambientes, com objectos e detritos do quotidiano. Revelou-se de forma crítica relativamente ao fenómeno artístico em si mesmo, como também aos aspectos sociais. Este carácter crítico é revelado pela carga não comercial das obras. Nas décadas de 80 e 90 beneficiou das novas tecnologias, fotografia, vídeo e computador.

10.Salientar o Hiper-Realismo e a Nova Figuração como pólos da criação contemporânea.

Surgiu nos EUA em finais dos anos 60, continuando até aos anos 70. Incluiu a pintura e a escultura, sugerindo uma visão fotográfica de aproximação à realidade. Reagiu às artes mais intelectualizadas das décadas anteriores e usou a máquina fotográfica e as técnicas da fotografia para registo da realidade. Foi uma expressão artística mais impessoal e fria, onde não existem emoções. A pintura não expôs marcas de individualidade, assemelhando-se às fotografias em formato enorme. O Hiper-Realismo teve algumas reflexões na Europa, mas sem significados. Surgiu a Nova Figuração ou Novo Realismo Europeu, que apesar de usar a fotografia, teve características diferentes, mais pessoal.

11.Reconhecer os caminhos da arquitectura contemporânea para além do funcionalismo.O carácter individual que a arte assumiu na actualidade criou dificuldades em estruturar correntes da Arquitectura contemporânea, contudo alguns historiadores salientam tendências maioritárias.

12.Distinguir as diferentes tendências da arquitectura contemporânea, respectivas características, obras e autores.

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Estas tendências maioritárias agrupam em si outras tantas correntes afins ou estilos individuais, sendo elas as seguintes:

Pós-Modernismo surge por oposição ao Modernismo da Arquitectura lançado por Le Coubusier e Gropius antes da 2ª Guerra Mundial.

1.1-Neo-Historicismo1.2-Pós-Modernismo Individual1.3-Neo-Racionalismo

Continuação do Modernismo ou Revivalismo Modernista que procura actualizar a Arquitectura dos anos 20, com novos materiais e tecnologias por Gropius, Breuer, Rohe e Le Corbusier.

2.1-Modernismo Moderado2.2-Twenties Revival2.3-Arquitectura High Tech

Novos Romantismos, que negando o excessivo racionalismo do Modernismo, procuram impor uma arquitectura mais emocional, orgânica, ecológica por Günther Domenig, Karla Kowalski.

3.1-Neo-Organicismo3.2-Fractura e Decadência3.3-Romantismo Social

A Nova Modernidade ou Neomodernismo, surgiu a partir de finais da década de 80, substituindo-se ao Pós-Modernismo, hoje considerado como esgotado por Zaha Hadid, Bernard Tschumi Rem Koolhaas.

4.1-Desconstrutivismo4.2-Pluralismo NeoModerno

13.Analisar as vias de expressão da arte portuguesa contemporânea (arquitectura, escultura e pintura).

Na Arquitectura

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Arquitectos: Nuno Teotónio Pereira ; Nuno Portas; Conceição Silva em Lisboa. No Porto Viana de Lima, Arménio Rosa, Cassiano Barbosa, Agostinho Ricca Gonçalves e outros foram e são criadores de obras modernistas, que em Portugal teve de ser conjugado com o nacionalismo do Estado Novo, nomeadamente, Pardal Monteiro; no Porto Morais Soares e Cunha Leão, que iniciaram um caminho de renovação em direcção à modernidade, que teria o seu impulso mais dinâmico na obra de Carlos Ramos, quando este esteve à frente da Escola de Belas-Artes do Porto. A partir da década de 50 este movimento de renovação seria marcado pelas obras de Siza Vieira.

A partir de 1974 surgem os programas de apoio à criação de cooperativas de habitação e de recuperação de zonas degradadas, como o processo SAAL - Serviço Ambulatório de Apoio Local (forte experiência de democracia e intervenção participativas no domínio da habitação social, que se traduziu num esforço associativo para lutar por uma habitação condigna e pelo direito à cidade). Nele participaram arquitectos como, Siza Vieira, F.Távora; P.Ramalho (…) e Cabral de Mello, entre outros, (doc.84, p.167).

A partir dos anos 80 iniciou-se uma produção pós-moderna com a construção das Amoreiras de Tomás Taveira (doc.85,p.167). Até à actualidade persiste uma moda internacional que se posiciona entre o Neo-Racionalismo e as influências da Nova Modernidade, na procura da qualidade de vida e na integração urbanística, concretizadas por arquitectos como, Alcino Soutinho, Souto Moura, Vítor Figueiredo e outros e pelo Projecto Pólis 2001.

Na Escultura

Alberto Carneiro, (land-art). Produz uma arte conceptual com um forte intervencionismo ecológico (doc.89,p.168);

João Cutileiro, dentro do figurativismo, explora a estética do fragmento, com uma expressividade e estilo muito próprios, apoiados por materiais nobres e por maquinaria industrial (doc.90,p.168);

José Rodrigues, inicialmente desenvolveu um estilo abstracto-geométrico, mas actualmente, explora a figuração;

Zulmiro de Carvalho, tem-se mantido no abstraccionismo geométrico e minimalista; Pedro Cabrita Reis, faz construções que criam ambientes enigmáticos com todo o tipo

de materiais e luzes florescentes; José Pedro Croft, obra que se apresenta de um modo fragmentado e empilhado ,

usando pedra, gesso e bronze pintados em esculturas e instalações (doc.91,p.169); Rui Chafes, escultor e desenhador, autor de objectos de clausura em ferro (coroas,

máscaras, peças de tortura) onde acentua o cheio/vazio (doc.93, p.169).

A arte de computação e vídeo também encontrou adeptos como, Clara Menéres, José Nuno da Câmara Pereira (instalações com tecnologia) e Cecília Melo e Castro. A diversidade de modalidades será o futuro.

A Pintura

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O termo neofiguração foi o utilizado para caracterizar as obras de Joaquim Rodrigo, como mostra da diversidade de tendências. (Ler afirmação do crítico e pintor Eurico Gonçalves, no manual, p.168). Ângelo Sousa, Álvaro Lapa; José de Guimarães; Batarda Fernandes (doc.92,p.169); Pedro Chorão; Graça Morais; Fernando Calhau; Julião Sarmento; Mário Botas (doc.94, p.169); Xana (doc.96, p.169); Ana Vidigal, (doc.95,p.169) e Pedro Portugal. Maria Helena Vieira da Silva, artista que viveu o modernismo e depois a arte contemporânea escolheu a pintura como o seu ícone. Mas também trabalha na azulejaria. O Metro de Lisboa tem nas paredes trabalhos seus. Na azulejaria contemporânea trabalham também Júlio Pomar e Júlio Resende, que se tornam referências na pintura contemporânea europeia. O Minimalismo entra definitivamente, nos anos oitenta, na arte contemporânea portuguesa. Portugal hoje em dia, assume cada vez mais um papel de renome na pintura e escultura contemporânea. Joana Vasconcelos é a mais célebre artista contemporânea de Portugal da geração dos finais do anos oitenta.

14.Relacionar a obra de Pina Bausch com a importância do corpo na arte contemporânea. (caso prático2 ). A obra de Pina Bausch chegou à radicalidade de hoje. Pina Bausch mostrou-se como sacerdotisa antiga, passeando pela cena como uma cega (repetindo gestos até à exaustão) encostando se às paredes e transmitindo à peça uma força plástica notável, representando através de da dança a sociedade e o existencial de uma forma tencional.