a crucificação, por joão calvino

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Neste bela Exposição o amado Reformador João Calvino, expõe de forma mui bela e simples algumas cenas a crucificação de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.De forma mui bela e gradualmente o expositor vai no chamado a tenção para os atos que se seguiram a Paixão de nosso amador Senhor e Salvador, Jesus, que nos amou e em Seu sangue nos lavou de nossos pecados. “Além disso, podemos aprender a suportar com paciência as misérias da vida presente, e a não nos privarmos de nos achegarmos ao nosso Senhor Jesus Cristo. Como pudemos ver, o ladrão foi ouvido, no entanto, ele não escapou da morte que foi muito cruel e terrível. Então, que possamos estimar a graça espiritual que nos é dada em nosso Senhor Jesus Cristo, e que nos é oferecida todos os dias pela pregação do Evangelho, para que estejamos acima de todas as angústias, contendas, cuidados, problemas e ataques que poderemos vir a experimentar. Que todas as nossas aflições sejam adoçadas, na medida em que sabemos que tudo vai contribuir para o nosso bem e salvação, pela graça de nosso Senhor Jesus Cristo”.Este, cremos, é um dos sermões mais consoladores de Calvino, é como se o autor buscasse O tempo apontar para o Sofredor Crucificados e Agonizante e nos mostrasse que importa que por muitas tribulações e agonias adentremos ao Reino Celeste. Oh! Que a vida que agora vivemos a vivamos em amor ao Filho de Deus, “pois, a vida dos homens consiste na fé e no refúgio que temos em Deus, firmando-nos sobre Suas promessas. Se somos roubados destes estaremos completamente perdidos e arruinados”.Oh! Queridos crentes, fortalecei-vos no Senhor e na força de Seu poder, andando com temor e tremor durante o tempo da vossa peregrinação aqui na terra, “até chegar o dia em que os nossos sofrimentos serão convertidos em alegria, quando Deus enxugará dos nossos olhos toda a lágrima e, de fato, o que hoje julgamos ser nossa vergonha será convertido em nossa glória. Pois é certo que tudo o que sofrermos por nosso Senhor Jesus Cristo é mais honroso diante de Deus do que toda a pompa deste mundo.”

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A CRUCIFICAÇÃO JOÃO CALVINO

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

Traduzido do Inglês

Sixth Sermon on the Passion of Our Lord Jesus Christ

By John Calvin

Via: Monergism.com

Tradução e Capa por William Teixeira

Revisão por Camila Almeida

1ª Edição: Março de 2015

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida

Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, sob a licença Creative

Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,

desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo

nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

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A Crucificação Por João Calvino

“E logo os soldados do presidente, conduzindo Jesus à audiência, reuniram junto

dele toda a coorte. E, despindo-o, o cobriram com uma capa de escarlate; e, tecendo

uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça, e em sua mão direita uma cana; e,

ajoelhando diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, Rei dos judeus. E, cuspindo

nele, tiraram-lhe a cana, e batiam-lhe com ela na cabeça. E, depois de o haverem

escarnecido, tiraram-lhe a capa, vestiram-lhe as suas vestes e o levaram para ser cru-

cificado. E, quando saíam, encontraram um homem cireneu, chamado Simão, a quem

constrangeram a levar a sua cruz. E, chegando ao lugar chamado Gólgota, que se

diz: Lugar da Caveira, deram-lhe a beber vinagre misturado com fel; mas ele, pro-

vando-o, não quis beber. E, havendo-o crucificado, repartiram as suas vestes, lan-

çando sortes, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Repartiram entre si

as minhas vestes, e sobre a minha túnica lançaram sortes. E, assentados, o guarda-

vam ali. E por cima da sua cabeça puseram escrita a sua acusação: ESTE E JESUS,

O REI DOS JUDEUS. E foram crucificados com ele dois salteadores, um à direita, e

outro à esquerda. E os que passavam blasfemavam dele, meneando as cabeças, E

dizendo: Tu, que destróis o templo, e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo.

Se és Filho de Deus, desce da cruz. E da mesma maneira também os príncipes dos

sacerdotes, com os escribas, e anciãos, e fariseus, escarnecendo, diziam: Salvou os

outros, e a si mesmo não pode salvar-se. Se é o Rei de Israel, desça agora da cruz, e

creremos nele. Confiou em Deus; livre-o agora, se o ama; porque disse: Sou Filho de

Deus. E o mesmo lhe lançaram também em rosto os salteadores que com ele estavam

crucificados” (Mateus 27:27-44).

Seguindo o que já dissemos sobre isso antes, é preciso considerar ainda mais que o Reino

de nosso Senhor Jesus Cristo não é deste mundo. Pois nós vemos como Ele estava em

desgraça, zombavam dEle, e em vez de um diadema real Ele usou uma coroa de espinhos.

Em vez de um cetro Ele possuía uma cana. Então, tudo o que poderia ser imaginado como

vergonhoso para um homem, foi lançado sobre Ele. Se limitarmos a nossa atenção para o

que está aqui narrado, será como se fosse um objeto de escândalo para nos afastar de

nosso Senhor Jesus Cristo, e, consequentemente, de toda a esperança de salvação. Mas

temos que contemplar pela fé o Reino espiritual que foi mencionado acima. Então podemos

concluir, que embora os homens zombem do Reino de nosso Senhor Jesus Cristo, que Ele

nunca deixou de ser apreciado de acordo com Sua excelência, tanto diante de Deus quanto

dos Seus anjos. Na verdade, temos que lembrar que o Filho de Deus foi assim tratado em

Sua Pessoa, a fim de receber sobre Si toda a vergonha que nós merecemos. Pois como é

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que podemos estar diante de Deus, enquanto estamos corrompidos em nossas iniquida-

des? Mas desde que o nosso Senhor Jesus foi cuspido na face, e se dispôs a ser fustigado

na cabeça; Ele recebeu todos os insultos, e é por isso que hoje somos reconhecidos e de-

clarados como filhos de Deus e é aí que está a nossa confiança. Na verdade, também te-

mos sempre que considerar que Deus quer nos induzir a sermos mais profundamente toca-

dos por nossas faltas, para que as vejamos com horror e repulsa, ao vermos que foi neces-

sário que o Filho de Deus suportasse as nossas falhas para fazer reparação por elas para

adquirir graça e absolvição para nós, e nisto o Pai celeste não O poupou de modo algum.

Havendo, pois, os nossos pecados causados tal confusão na Pessoa do Filho de Deus, nós

certamente temos que nos humilhar e ser totalmente confundidos em nós mesmos. No en-

tanto, quando viermos diante de Deus nós também devemos ter coragem e nos fundamen-

tarmos em tal confiança a ponto de nos livrarmos de toda dúvida, que o nosso Senhor Jesus

Cristo adquiriu graça para nós quando Ele sofreu em Si mesmo e foi tão difamado por nossa

causa. Pois por este meio Ele adquiriu para nós glória e dignidade diante de Deus e Seus

anjos.

Agora é dito aqui que o nosso Senhor Jesus foi levado ao lugar que é chamado de “Gól-

gota”, isto é “o lugar da Caveira”. A palavra hebraica da qual esta é derivada significa “rolar”,

esta palavra foi usada porque quando um corpo decai, eles encontravam o crânio seco que

é como uma bola. Chamaram, então, este lugar “Gólgota”, porque muitos malfeitores foram

punidos lá, e suas cabeças foram vistas ali. Aqui nós temos que lembrar o que diz o apóstolo

na Epístola aos Hebreus, que o nosso Senhor Jesus Cristo foi levado para fora da cidade,

como era costume com os sacrifícios, isto é, aqueles que tinham sido queimados, e do qual

o sangue foi levado ao santuário para limpar as manchas do povo (Hebreus 13:11-12). Dizia-

se que tal sacrifício era como se fosse uma maldição. Deviam, portanto, ser expelidos longe

da cidade. Eis que o Filho de Deus estava disposto a receber esta condição sobre Si, para

que soubéssemos que de fato estamos agora libertos e absolvidos diante de Deus. Pois

merecemos a rejeição de Deus, sim, que Ele derrame Sua vingança terrível sobre nós, en-

quanto Ele olha para nós como nós somos em nós mesmos. Não existe então nenhum ou-

tro meio para adquirir graça, exceto que nos acheguemos ao nosso Senhor Jesus Cristo,

em Quem nós temos todo o nosso refúgio, uma vez que ficamos aliviados da carga quando

Ele se dispôs a ser amaldiçoado e abominável por nossa causa, a fim de que possamos

encontrar graça diante de Deus e que possamos ser aceitáveis para Ele. Pois, embora Pi-

latos Seu juiz O tenha justificado várias vezes, Ele teve que receber em Sua Pessoa tudo

o que era necessário para nos redimir. Pois Ele era o nosso penhor, e em tudo e por tudo

Ele tinha que responder por nós. Então, depois de conhecer que o nosso Senhor Jesus foi,

assim, rejeitado, como não sendo digno de estar entre os homens, até mesmo, por assim

dizer, como tendo uma infecção de tal forma que Ele não poderia ser suportado; vendo, eu

digo, que nós devemos aprender a segui-lO e a renunciar ao mundo, como somos exorta-

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dos nesta passagem. E se temos que ser ridicularizados, cortados como membros podres,

e nos odiarem, que nós suportarmos tudo pacientemente, rendendo-nos submissamente,

até chegar o dia em que os nossos sofrimentos serão convertidos em alegria, quando Deus

enxugará dos nossos olhos toda a lágrima e, de fato, o que hoje julgamos ser nossa ver-

gonha será convertido em nossa glória. Pois, é certo que tudo o que sofrermos por nosso

Senhor Jesus Cristo é mais honroso diante de Deus do que toda a pompa deste mundo.

Isso, então, é o que temos que lembrar neste ponto.

Agora, o escritor do Evangelho acrescenta que o nosso Senhor Jesus foi ridicularizado por

todos aqueles que por ali passava, e acima de tudo por sacerdotes, escribas e pelos de seu

tipo. E qual foi a ocasião disto? “Salvou os outros, e a si mesmo não pode salvar-se”. Disse-

ram-Lhe eles, “desça agora da cruz, e creremos nele. Confiou em Deus; livre-o agora, se o

ama; porque disse: Sou Filho de Deus”. Aqui vemos uma terrível cegueira nessas pessoas

miseráveis, que estavam possuídas por Satanás, pelo fato de não possuírem mais nenhu-

ma sensibilidade ou percepção. Eis que os sacerdotes que deveriam ser os mensageiros

de Deus, pelo fato de que Ele lhes havia ordenado a esta função, a fim de que a Sua Palavra

e Sua vontade pudessem ser conhecidas através de sua boca. Eis que os escribas que são

versados na Lei, e, no entanto, supõem que podem esmagar nosso Senhor Jesus, mostram

que eles pisam sob os pés toda as Sagradas Escrituras e toda a religião da qual se gaba-

vam. Quando o Messias foi anteriormente anunciado a eles, eles certamente responderam

que Ele havia de nascer em Belém. Eles também deveriam ter sido avisados e informados

de que o Redentor que foi prometido a eles deveria provar a morte, isto não era algo obs-

curo. A passagem de Isaías (Isaías 53) foi tão clara ao recitar o que nosso Senhor Jesus

Cristo suportou. Eles deviam, então, saber que era impossível ter uma visão mais clara das

coisas do que a do profeta, embora ele tivesse falado dEle há tanto tempo antes. Depois,

há tanto em Zacarias assim como em Daniel as declarações que Deus deve reunir o Seu

povo, e exaltar a Sua Igreja (Daniel 12:1-3; Zacarias 2:11), ou seja, que o Redentor do mun-

do deve sofrer cada reprovação e maldição perante o mundo. Como é, então, que eles de-

safiaram o Filho de Deus quando Ele exercia o Seu ofício, uma vez que isto havia sido sufi-

cientemente declarado pelos profetas? Assim, vemos que Satanás os enredou, quando e-

les esqueceram tudo o que haviam conhecido anteriormente.

Por isso, sejamos advertidos e andemos no temor de Deus, para que depois de termos pro-

vado a Sua Palavra, possamos recebê-la com reverência e obedeçamos ao nosso Senhor

Jesus Cristo, o qual nos é apresentado ali. Pois, é também nEle verdadeiramente que en-

contraremos toda a perfeição das virtudes, se nos achegarmos a Ele em humildade. Por-

que, se nós presumimos e brincamos com Deus, nossa audácia deve receber tal recompen-

sa, como lemos aqui desses homens miseráveis que foram tão conduzidos por sua fúria.

No entanto, devemos tirar algum proveito destas blasfêmias ao aprender com elas a fazer

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o oposto. Pois o nosso Senhor Jesus quis ser o nosso Rei e nosso Cabeça, por isso Ele

não salvou a Si mesmo. Os inimigos da verdade disseram: “Salvou os outros, e a si mesmo

não pode salvar-se. Se é o Rei de Israel, desça agora da cruz”. Mas Ele teve de suportar

isto em Sua Pessoa para adquirir a salvação para nós. Por que, então, nosso Senhor Jesus

não poupou a Si mesmo? Por que Ele suportaria uma morte tão amarga e tão vergonhosa,

a menos que fosse necessário a fim de que pudéssemos ser libertos através de um tal

resgate? Temos, então, desafiado todos os agentes de Satanás, e todos os seus vilões que

vomitaram tais blasfêmias como as que o escritor do Evangelho descreve, e estamos ainda

mais seguros de que realmente temos um Rei que preferiu a nossa salvação do que a Sua

própria vida, e sofreu tudo o que era necessário para a nossa redenção, e não considerava

outra coisa, exceto resgatar o que se havia perdido. Nós teríamos sido destituídos de toda

a esperança, se o Filho de Deus nos houvesse deixado em nosso estado e condição. Mas

quando Ele estava tão absorvido pela morte, que é onde reside a nossa libertação; quando

Ele suportou tudo com tanta paciência, que é a causa pela qual Deus agora estende a Sua

mão e Seu poder para nos ajudar em tempo de necessidade, nosso Senhor Jesus, então,

tinha que estar ali, por assim dizer, abandonado por Deus, a fim de que hoje pudéssemos

sentir que Ele cuida da nossa salvação, e Ele estará sempre pronto para nos ajudar quando

as nossas necessidades o exigem. No entanto, vamos também aprender a nos precaver

contra todas as tentações, quando o Diabo vem para nos assaltar, querendo nos fazer acre-

ditar que Deus nos abandonou, que Ele virou as costas para nós, e que é uma coisa decep-

cionante esperar nEle. Saibamos, então, quando Jesus Cristo é o verdadeiro padrão de to-

dos os crentes e que Ele nos mostrou o caminho que devemos percorrer, e isso é razão

suficiente para que possamos ser conformados a Ele. Ele sofreu tais blasfêmias que foram

proferidas contra Ele, e ainda assim constantemente resistiu a elas de tal forma que por

meio delas a vitória foi adquirida para nós. Lutemos, pois, hoje, quando o Diabo vem nos

sitiar, por assim dizer, para derrubar a nossa fé e para fechar a porta contra nós, para que

não sejamos capazes de termos acesso a Deus, como se Ele tivesse completamente es-

quecido de nós. Sigamos o nosso Senhor Jesus Cristo e esperemos pela hora em que Deus

estende Seu braço para mostrar que Ele é misericordioso e um Pai para nós, embora por

um tempo Ele suporte nos ver assim abatidos.

Muitos eram, então, estes insultos e escárnios que foram amontoadas sobre nosso Senhor

Jesus. Há ainda outros: “Confiou em Deus; livre-o agora, se o ama”. Isso já havia sido tipifi-

cado na pessoa de Davi, pois estas mesmas palavras (Salmo 22:8) são recitadas quando

ele se queixa que seus inimigos têm tido a oportunidade de usar suas línguas contra ele,

(Salmo 22:7) e eles quase colocaram os pés em seu pescoço, ao repreendê-lo pela confi-

ança que ele tinha em Deus. Agora é certo que esta é a praga mais fatal que Satanás pode

conceber contra nós. Pois, a vida dos homens consiste na fé e no refúgio que temos em

Deus, firmando-nos sobre Suas promessas. Se somos roubados destes estaremos comple-

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tamente perdidos e arruinados. É também por isso que Satanás tentou destruir a confiança

que o Senhor Jesus tinha em Deus, Seu Pai. É verdade que Jesus Cristo lutou com um po-

der maior do que nós somos capazes de fazer, pois Ele não estava sujeito a qualquer incre-

dulidade. Embora seja assim, ainda sentia tal fúria que havia nessas tentações. Por-que,

assim como o Diabo já havia traçado essas coisas, agora ele também dobra seus es-forços.

Dizendo-lhe: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães, e co-

ma-as, pois você é um pobre homem faminto (Mateus 4:3), [...] agora, quando isso aconte-

ceu Jesus Cristo não era insensível, não mais do que quando O reprovaram pela confiança

que Ele teve aqui em Deus. Logo, agora, embora nós não tenhamos o mesmo poder para

resistir, de modo a evitar sermos afligidos, ainda assim devemos nos fortalecer nEle, saben-

do que é para nós e para o nosso proveito que Ele venceu esses assaltos e prevaleceu

sobre eles.

Há também aqueles que dizem: “Salvou os outros, e a si mesmo não pode salvar-se”. Nós

vemos mais uma vez como eles estavam confundidos. Pois não foi o fato de que Ele salvou

os outros um certo e infalível sinal de Seu poder Divino? Jesus Cristo havia ressuscitado

os mortos e isso não era desconhecido para eles. Ele havia dado vista aos cegos; Ele curou

paralíticos, coxos, endemoninhados. Eis, então, que Jesus Cristo demonstrou os grandes

tesouros de Sua bondade e poder em todos os milagres que foram operados por Ele. No

entanto, isso ainda é uma objeção contra Ele. Vemos, então, como esses pobres loucos, a

menos que alguém os restrinja, são os seus próprios juízes privando-se de todas as descul-

pas; de modo que, quando eles estiverem perante o grande tribunal de nosso Senhor Jesus

Cristo, eles não poderão alegar qualquer escusa; pois ali eles serão, condenados por suas

próprias bocas. Se nosso Senhor salvou os outros, é certo que ele poderia ter salvado a Si

mesmo, a menos que Ele preferisse os outros a Si mesmo. O que pode ser percebido nisto,

exceto uma bondade admirável, visto que Ele desejou se lançar no abismo que os homens

estavam, a fim de nos tirar da profundidade deste abismo, que Ele estava disposto a sofrer

tudo o que era devido, a fim de nos livrar dele, resumidamente, pelo que Ele renunciou a

toda salvação física, ou seja, Ele em nada considerou a Sua própria vida, Ele não quis em

nada poupar a Sua pessoa, a fim de que possamos ter essa promessa e um tal resgate.

No demais, então, devemos ser confirmados em nossa fé. Vendo que em cada coisa o Dia-

bo trama para nos incomodar e nos impedir de nos achegar ao nosso Senhor Jesus, isso

deveria servir para nos fazer ainda mais seguros, devemos saber como tirar proveito de

tudo isso. Agora é certo que o Diabo emprega todos os seus esforços para impedir-nos

neste ponto: saber em que repousa a nossa salvação, e então ele aplica todos os meios, a

fim de ser capaz de nos privar disso. Pois ele sabe que se puder nos induzir a nos escanda-

lizarmos na Pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo, ele terá nos vencido. E nós experimen-

tamos muito da parte dele. Além disso, todos os escândalos que o Diabo cria e põe diante

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de nossos olhos para nos fazer desviar do Filho de Deus, deve nos servir como confirma-

ção, pois, quando se diz que Jesus Cristo salvou a outros e não salvou a Si mesmo, esta é

uma proposição que de acordo com o nosso julgamento humano, deve nos fazer conceber

algum desdém contra a Pessoa do Filho de Deus, para que O rejeitemos e não coloquemos

a nossa esperança nEle, mas muito pelo contrário, saibamos que o Filho de Deus não tinha

nenhuma consideração por Si mesmo e que Ele não tinha nenhuma preocupação para com

a Sua própria vida, isso para assegurar a salvação das almas tão queridas e tão preciosas,

de forma que Ele desejou empregar tudo para esse fim. Já que é assim devemos corajosa-

mente nos firmar nEle e estejamos completamente certos de que não foi em vão que Ele

sofreu isso por nossa causa.

Quanto eles disseram: “Tu, que destróis o templo, e em três dias o reedificas”, havia tam-

bém uma vil malícia em distorcer o que Jesus havia dito em relação a destruir o templo, o

que Ele disse foi: “Derribai este templo, e em três dias o levantarei” [João 2:19]. Não era,

portanto, referindo-se à destruição do templo, exceto por seus inimigos. E quando o crucifi-

caram, não deveriam ter sabido que isso já começado a ter cumprimento? Pois eles não

ignoravam o fato de que Jesus Cristo havia declarado que Ele mesmo era o verdadeiro

templo de Deus, referindo ao Seu corpo humano. Pois uma vez que Ele é Deus manifestado

em carne e Sua essência Divina está unida à Sua natureza humana que Ele tomou, assim,

eu digo, toda a plenitude da Divindade habita nEle, é bem certo de que seu corpo merece

ser chamado “Templo”, mais do que o de Jerusalém e mais do que todos os céus. Agora

eles O derrubaram, enquanto Ele estava entre eles, e Ele o reedificou ao fim de três dias.

Eles também não se esqueceram disto; pois, mais tarde, sabiam bem o que dizer a Pilatos

(Mateus 27:63). Mas pelo que vemos o Diabo possui homens e os torna tão estúpidos a

ponto deles não poderem mais discernir entre o bem e o mal. Eles estão cheios de tanta

fúria a ponto de oporem-se a Deus, como se quisessem plenamente desafiá-lO e com pro-

pósito deliberado. Observemos isto, para que possamos ser admoestados a andar ainda

mais no temor de Deus, quando nós entendemos como Ele trabalhou pelo Seu poder admi-

rável para declarar que não foi em vão que Jesus Cristo havia pronunciado: “Derribai este

templo, e em três dias o levantarei”. Nós vemos confusão em Sua morte somente quando

olhamos para as aparências e de acordo com o senso comum dos homens. Mas Jesus

Cristo reparou cada coisa por Sua ressurreição. Já que é assim, então, em tudo convém

nos firmarmos na fé, e resistir a Satanás em tudo que ele possa fazer para nos abalar e nos

levar a duvidar.

Quanto disseram: “deram-lhe a beber vinagre misturado com fel”, é apropriado supor que

isso foi feito de acordo com o costume da época para apressar a morte dos malfeitores.

Jesus Cristo, depois de ter provado, não quis beber, porque Ele sabia que Sua hora ainda

não havia chegado. Eles estavam acostumados a dar-lhes esta bebida antes que os malfei-

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tores fossem pregados na cruz, a fim de que o sangue fosse agitado para cima e eles entre-

gassem os seus espíritos mais cedo. Pois este tipo de morte era bastante cruel, e eles pre-

cisavam ser ajudados por isso. Na verdade, veremos mais tarde como os ladrões tiveram

seus ossos quebrados a fim de que eles não definhassem ainda mais. Embora seja assim,

o nosso Senhor Jesus não queria beber essa bebida, para declarar que Ele estava pronto

para receber, em obediência, a condição a qual seu Pai, Deus, O comprometeu. É verdade

que essa morte foi muito difícil para Ele, pois além do fato de ser terrível, Ele tinha em si

tormentos espirituais, dos quais trataremos amanhã, se Deus quiser. Tudo isso, então, po-

deria muito bem ter induzido nosso Senhor Jesus Cristo a se aproximar da morte, logo que

fosse possível para Ele, mas Ele quis colocar-se com toda a obediência e suportar até que

Ele pudesse ser entregue sem quaisquer meios humanos. Isso, então, em resumo, é o que

temos que lembrar. Mas nestes versos, quando Sua veste foi dividida entre eles e lançaram

sortes sobre ela, para que se cumprisse a Escritura: Davi, um tipo de nosso Senhor Jesus

Cristo, faz tais reclamações. É verdade que isso é uma figura de linguagem, quando ele diz

que eles colocaram em sua bebida fel e vinagre, e eles dividiram as suas vestes, e que, em

sua aflição eles ainda lhe acrescentaram mais agonia, (Salmo 69:20-21; Salmo 22:18) Quão

cruéis e desumanas eram estas pessoas que ainda gostariam de molestar sua pobre vítima

que não podia oferecer nenhuma resistência. Davi, então, usa uma tal figura de linguagem

quando ele diz que sua veste foi dividida entre eles. (Salmo 22:18). Sob essa palavra, ele

fala de sua esposa, de sua casa, de todos os seus bens, e de toda a sua propriedade. Mas

na pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo isso tinha que ser literal. Deram-Lhe, então, vina-

gre e fel, a fim de que fosse conhecido que Davi era realmente o antítipo dele, e que ele

era o verdadeiro Redentor quem fora prometido desde sempre. Pois, por que foi o Reino

suscitado na casa de Davi, a não ser com a promessa de que Ele permaneceria mais do

que o sol ou a lua? Houve, então, este reino eterno que hoje foi estabelecido na pessoa do

Redentor. Por essas coisas que eram, por assim dizer, uma sombra e tipo na pessoa de

Davi, foram aperfeiçoadas em Jesus Cristo, como podemos ver aqui.

Além disso, o escritor do Evangelho acrescentou que até mesmo os ladrões que estavam

com o nosso Senhor Jesus zombavam dEle, isto foi dito somente por um, como mostra São

Lucas, que declara essas coisas mais pormenorizadamente. E uma forma bastante comum

de falar, como quando alguém diz: “Fulano fala até mesmo com crianças pequenas”, embo-

ra possa haver apenas um, aquele que fala usa o número plural. “Deve haver mulheres en-

tre eles”. No entanto, não necessariamente haverá somente uma. Desta forma, então, diz-

se que o nosso Senhor Jesus foi cuspido, escarnecido e blasfemado por todos, mesmo pe-

los malfeitores. Ele foi identificado com os dois ladrões a fim de agravar ainda mais a

vergonha de Sua morte. É verdade que este era o lugar onde eles estavam acostumados

com a execução de malfeitores. Ao mesmo tempo, eles não estão satisfeitos com esta ver-

gonha, antes Ele teve que ser considerado pior e mais detestável do que todos os ladrões

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do mundo, quando eles colocam um em cada um dos seus dois lados, para dizer que Ele

é o chefe de todos eles. E nisso, como diz São Marcos, foi confirmado o que foi dito pelo

profeta: “foi contado com os transgressores” (Marcos 15:28, Isaías 53:12). Agora, se isso

não acontecesse, hoje, em que lugar e condição estaríamos diante de Deus? Visto que não

podemos obter a graça sem justiça, Deus deve nos odiar e nos rejeitar até que sejamos

justos e purgados de todas as nossas machas e ofensas à Sua frente. E se assim, Deus

poderia renunciar a Si mesmo? Ele pode privar-se da Sua santidade, justiça e integridade?

Desde que isso não pode ser à medida que trouxermos as nossas manchas diante dEle,

devemos ser abomináveis a Deus. Agora, como seremos justificados diante de Deus, a não

ser na medida em que nosso Senhor Jesus Cristo teve fama entre os transgressores? Es-

tando, pois, isentos deste pecado Deus nos recebe, e nós somos tão aceitáveis a Ele como

se estivéssemos totalmente puros e inocentes, na medida em que o nosso Senhor Jesus

suportou passar por tal vergonha e desgraça diante dos homens. Isso, em suma, é o que

temos que lembrar a respeito dos salteadores.

Mas devemos insistir no objetivo do relato de São Lucas, isto é, que um dos ladrões repre-

ende seu companheiro quando o vê tão obstinado. “Como é agora?”, diz ele: “Nunca haverá

um momento em que você se humilhará? Pois a condenação e o castigo que você suporta

são devidos aos seus malefícios e crimes. Você é um homem mergulhado em toda maldi-

ção, e embora durante toda a sua vida você tenha sido tão brutal tendo prazer em suas fal-

tas, agora você deve começar a gemer”. Pois um homem não importando quão arruinado

ele possa estar, embora ele se alegre durante toda a sua vida, e pense que ele nunca virá

a dar conta de tudo, ele zomba da justiça, e até mesmo o desafia, na medida em que ele

confia que ele ficará impune, mas quando ele é capturado, ele deve largar o seu cantarolar.

“Agora você está aqui”, diz ele, “em grande tormento. Você vê que Deus e os homens agora

estão trazendo-lhe a conta. Também a sua consciência lhe reprova e isso pelos seus pró-

prios crimes que você deve agora suportar. E você ainda desafiará a Deus?”, aqui está uma

frase que mostra bem que este ladrão tinha sido ensinado pelo Espírito de Deus. Embora

logo veremos isso incomparavelmente mais e já nesta palavra podemos julgar que tipo de

professor o Espírito de Deus é, quando Ele dá instrução para aqueles que foram totalmente

desviados, de fato, embrutecidos; de forma que eles não somente reconhecem as suas

culpas e se preparam assim, com a obter graça, mas podem falar apenas como os doutores

eruditos, e como pessoas que por muito tempo foram treinadas na Sagrada Escri-tura. Pois

o principal protesto que podemos fazer contra um homem tão endurecido e que ainda assim

não cessa de atacar a Deus, é que ele deve prostrar-se e arrepender-se, e não foi isto que

este pobre ladrão fez? Porém, apesar desta advertência ter sido feita, de nada aproveitou,

exceto para tornar imperdoável aquele que estava tão possuído por Satanás. Mesmo que

esta advertência não tenha servido para nada em relação àquele a quem foi dirigida

originalmente, certamente deve ser útil para nós hoje.

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Portanto, aprendamos a temer a Deus, embora Ele nos poupe. Mas acima de tudo, se so-

mos fustigados por Sua vara, e Ele nos faz sentir que Ele está ofendido por nós, então po-

demos ser ainda mais incitados a gemer, e que também tenhamos constância e suportemos

pacientemente as nossas aflições, assim como podemos ver que este pobre ladrão fez, e

de modo algum sejamos orgulhosos e furiosos como o outro. Além disso, nestes dois ve-

mos, por assim dizer, espelhos de toda a humanidade, pois vemos as misérias que nos cer-

cam. Esta vida é, por assim dizer, uma profundidade de todas as privações, e estas são os

frutos de nossos pecados. Porque temos sido privados da bênção de Deus na Queda de

Adão. É verdade que, apesar de Deus por Sua bondade inestimável ultrapassar esta maldi-

ção, quando Ele declara nosso próprio Pai de muitas maneiras e nos faz sentir Sua bondade

e amor que Ele tem por nós e pelo cuidado com que Ele nos trata, mas temos muitas marcas

de nossos pecados de cima a baixo, devemos perceber que estamos debaixo da maldição

de Deus. A morte finalmente será o fim comum de todos. Quando teremos definhado neste

mundo, quando seremos todos foram sujeitos a muitas doenças, ao calor e ao frio, quando

devemos ter sido atormentados de uma forma e de outra, brevemente, quando tivermos

sofrido misérias infinitas, qual será o decreto disso? Devemos voltar à corrupção e cinzas.

No entanto, vemos aqueles que são tocados por Deus de tal maneira que as aflições pelas

quais eles passam contribuem para a sua salvação e tornam-se seu auxílio, como São

Paulo fala no capítulo 8 de Romanos. Outros tornam-se cada vez piores, e em vez de se

humilharem e serem levados a qualquer arrependimento, apenas se corrompem ainda

mais, e cada vez mais provocam a ira de Deus e inflamam ainda mais o fogo em que serão

consumidos. Sejamos advertidos por isto. Então, lancemos os nossos olhos sobre estes

dois ladrões como sobre os espelhos de todo o mundo, embora desde o maior ao menor

todos nós somos dignos de culpa diante de Deus. E se todos juntos devemos sofrer, quem

se orgulhará de sua inocência? Quem será capaz de absolver-se? Estando nós mergulha-

dos na condenação nós suportaremos justamente a punição por nossos pecados. Entre-

tanto nem todos confessam seus pecados igualmente, pois há aqueles que vão de mal a

pior, e sua rebelião, contra Deus se manifesta. Eles rangem os dentes, espumam pela boca,

em sua fúria e crueldade. E eles não querem de forma alguma ser condenados; ou talvez

eles se riem e mostram um desprezo intencional ao dizer que Deus não obterá nada deles

e que não terão nenhum dominador sobre eles.

E para concluirmos, quando os pobres pecadores reconhecem quem de fato são, quando

se humilham, quando eles confessam sua dívida, quando eles dão glória a Deus, declaran-

do que Ele os trata com toda a equidade e retidão, e que há uma boa razão para que eles

sofram e sejam castigados, quando, eu digo, pobres pecadores são atraídos para tal razoa-

bilidade, estejamos certos de que Deus colocou a mão sobre eles, que Ele os tocou pelo

Seu Espírito Santo e que, nisto se pode observar uma bondade infinita, quando Ele então

livra da perdição e do inferno, aqueles que estavam, por assim dizer, desprovidos de toda

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a esperança. Agora, em resumo, vemos na pessoa deste pobre ladrão um exemplo de fé

que é tão bom quanto qualquer outro que já existiu. Portanto, muito mais devemos ser leva-

dos a admirar o tal milagre que Deus realizou, pois, em que circunstância ele estava? Ele

estava perto da morte, ele sentia tormentos horríveis, ele estava esperando alguém vir e

quebrar suas pernas, perder seus membros, ele estava em um tormento tão amargo e terrí-

vel que seria suficiente para fazê-lo perder o sentido e a memória, ele vê o nosso Senhor

Jesus, que também está na mesma situação de desespero, de fato, com vergonha maior

ainda, e como é que ele fala? Ele não somente reconhece seus defeitos e se humilha diante

de Deus, ele não somente exerce o ofício de um mestre buscando converter seu compa-

nheiro e levá-lo de volta ao bom caminho, mas ele faz uma confissão melhor do que todas

as outras, se considerarmos bem tais circunstâncias. “Lembra-te de mim”, diz ele, “quando

entrares no Teu Reino”. Como é que ele é capaz de perceber o Reino de Jesus Cristo? Ele

estava perecendo na cruz, Ele era maldiçoado tanto por Deus quanto pelos homens, pois

esta sentença da lei havia sido pronunciada pela boca de Deus: “porquanto o pendurado é

maldito de Deus” (Deuteronômio 21:23).

E isso não foi feito por acaso, mas Deus colocou o Seu único Filho ali. Quando, então, ele

vê Jesus Cristo estar sob a maldição, diante de Deus e diante dos homens, de fato nas pro-

fundezas do desespero, do ponto de vista humano, ele não pode reunir seus pensamentos

para dizer que Jesus Cristo é o Rei, a não ser na fé e no espírito. Então, ele vê ali as coisas

que poderiam leva-lo para longe do Filho de Deus e que poderiam fazê-lo concluir que seria

apenas um abuso e um escárnio confiar nEle, no entanto, ele o chama de Rei, vendo-O em

Sua morte. “Salva-me”, diz ele, “Dá-me vida. Porque, toda a minha felicidade consiste em

que Te lembres de mim”. Agora, quando consideramos bem todas essas circunstâncias, é

certo que a fé deste ladrão era tão excelente quanto a de qualquer homem que já viveu,

portanto, não nos envergonhemos de sermos Seus discípulos, pois, de fato, a morte de

nosso Senhor Jesus Cristo de nada nos aproveitará, se não estamos, por assim dizer, con-

denados em nós mesmos, a fim de obter a salvação nEle. E nós não podemos ser absolvid-

os diante de Deus, a menos que tenhamos confessado que em nós há somente a iniquidade

e imundície. Posto que de fato somos condenáveis diante de Deus, e que os juízos de nos-

sas próprias consciências nos condenam, não nos envergonhemos de seguir este ladrão,

vendo que ele pode ser um bom professor para nós.

E mesmo agora que o nosso Senhor Jesus subiu ao céu, que Ele tomou posse da glória

que foi dada a Ele por Deus Pai, a fim de que todo o joelho se dobre diante dEle, não duvi-

demos de que estamos totalmente restaurados e sustentados por Ele, concluamos pois que

aqui está toda a toda a nossa felicidade, a saber, que Jesus Cristo nos mantêm em Sua

lembrança e nos governa. Na medida em que Ele tem sido ordenado o nosso Pastor, Ele

cuida de nossa salvação, a fim de que possamos estar seguros sob Sua mão e sob Sua

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proteção. Além disso, podemos aprender a suportar com paciência as misérias da vida pre-

sente, e a não nos privarmos de nos achegarmos ao nosso Senhor Jesus Cristo. Como pu-

demos ver, o ladrão foi ouvido, no entanto, ele não escapou da morte que foi muito cruel e

terrível. Então, que possamos estimar a graça espiritual que nos é dada em nosso Senhor

Jesus Cristo, e que nos é oferecida todos os dias pela pregação do Evangelho, para que

estejamos acima de todas as angústias, contendas, cuidados, problemas e ataques que ve-

nhamos a experimentar. Que todas as nossas aflições sejam adoçadas, na medida em que

sabemos que tudo contribuirá para o nosso bem e salvação, pela graça de nosso Senhor

Jesus Cristo.

Isso, então, é o que temos que observar. Além disso, vamos adicionar-lhe a resposta de

nosso Senhor Jesus Cristo, quando Ele promete ao ladrão que no mesmo que ele estará

com Ele no Paraíso. Embora, então, nosso Senhor Jesus ainda não estivesse ressuscitado

dentre os mortos, e Ele ainda não tivesse cumprido tudo o que foi necessário para a nossa

redenção e salvação, Ele já demonstrou o poder e o fruto da Sua morte e paixão. É verdade

que o cumprimento desta promessa aconteceu na ressurreição, mas já que é conjugada à

Sua morte e paixão, e posto que sabemos, como Ele sofreu na fraqueza da Sua carne, por

isso, Ele é ressuscitado no poder do Seu Espírito; assim como Ele sofreu por nossos peca-

dos a fim de nos fazer aceitáveis diante de Deus, também Ele ressuscitou para nossa justifi-

cação. Quando, eu digo, nós sabemos de tudo isso, com quanto maior coragem podemos

vir livremente a Ele. Não podemos duvidar de nada, quando a Ele agrada lembrar-Se de

nós e nos esconder debaixo da sombra Suas asas, assim podemos resistir a Satanás, à

morte e todas as misérias, e nos gloriamos em nossa fraqueza. Embora de acordo com o

mundo nós sejamos pobres criaturas malfadadas, nunca deixemos de nos regozijar em

Deus, a partir da antecipação da glória celestial que Ele nos dá pela fé, e desta herança

que Ele adquiriu por tal preço e da esperança de que nunca seremos enganados.

Agora, nos curvemos em humilde reverência diante da majestade do nosso Deus.

ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO use este sermão para trazer muitos

Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.

Sola Scriptura!

Sola Gratia!

Sola Fide!

Solus Christus!

Soli Deo Gloria!

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10 Sermões — R. M. M’Cheyne

Adoração — A. W. Pink

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Neotestamentário e Batista — William R. Downing

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Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

Doutrina da Eleição

Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos

Cessaram — Peter Masters

Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da

Eleição — A. W. Pink

Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer

Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida

pelos Arminianos — J. Owen

Confissão de Fé Batista de 1689

Conversão — John Gill

Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel

Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon

Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards

Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins

Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink

Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne

Eleição Particular — C. H. Spurgeon

Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —

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Evangelismo Moderno — A. W. Pink

Excelência de Cristo, A — J. Edwards

Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon

Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink

Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink

In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah

Spurgeon

Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —

Jeremiah Burroughs

Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação

dos Pecadores, A — A. W. Pink

Jesus! – C. H. Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon

Livre Graça, A — C. H. Spurgeon

Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield

Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry

Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

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Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston

Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

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Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.

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Oração — Thomas Watson

Pacto da Graça, O — Mike Renihan

Paixão de Cristo, A — Thomas Adams

Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards

Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

Thomas Boston

Plenitude do Mediador, A — John Gill

Porção do Ímpios, A — J. Edwards

Pregação Chocante — Paul Washer

Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon

Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200

Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon

Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon

Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.

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Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer

Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon

Sangue, O — C. H. Spurgeon

Semper Idem — Thomas Adams

Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

Owen e Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de

Deus) — C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.

Edwards

Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina

é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen

Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.

Owen

Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink

Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.

Downing

Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan

Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval

Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica

no Batismo de Crentes — Fred Malone

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2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está

encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória

de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

10 Trazendo sempre

por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre

entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos

portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas

que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se

não veem são eternas.