a crise do modernismo

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teoria e historia

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  • A Crise do Modernismo

    [Ano]

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    Unidade: A Crise do Modernismo

    Unidade - A Crise do Modernismo

    MATERIAL TERICO

    Responsvel pelo Contedo:

    Profa. Ms. Daniele Ornaghi SantAnna

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    Unidade: A Crise do Modernismo

    A CRISE DO MODERNISMO

    1. Antecedentes Histricos.

    O final do sculo XIX e incio do sculo XX testemunharam o surgimento

    de uma convergncia cultural e intelectual, cujas implicaes foram vistas em

    diversos campos da atividade humana. Esse movimento refletiu-se nas artes,

    literatura e como seria de esperar, na produo arquitetnica. Tal movimento

    foi chamado de Movimento Moderno.

    Esse movimento foi caracterizado principalmente pela rejeio aos

    estilos histricos do passado, representada pela averso ao excesso de

    ornamentos, conforme pode ser visto na obra de Adolf Loos, que considerado

    um dos pioneiros da arquitetura moderna, Ornamento Crime (1908), uma

    critica excessiva importncia dada pelos arquitetos com elementos

    superficiais e supruos (S, 2005).

    Essa obra foi uma das precursoras desse novo estilo, e essa nova

    tendncia buscava sempre a soluo mais simples para os projetos e mtodos

    de construo, empregando apenas ocasionalmente motivos ornamentais

    como elementos articuladores. Apresentou uma concepo arquitetnica

    baseada na funcionalidade. Suas obras mais clebres e importantes so a

    moradia Steiner (1910) e a moradia de Michaelplatz (1910-1911), em Viena, e

    a residncia Tzara, em Paris.

    Foi um movimento de contracultura, discutindo aspectos sociais,

    culturais, literrios e artsticos. A liberdade criativa era bastante valorizada e

    incentivada. Tudo que refreasse a criao era considerado ultrapassado e

    prontamente repudiado.

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    Unidade: A Crise do Modernismo

    Os arquitetos modernistas encaravam o adorno como um elemento

    caracterstico dos estilos histricos, conflitante com os seus preceitos. As idias

    das vanguardas artsticas das dcadas de 1910 e 1920 estavam plenamente

    arraigadas nos ideais da arquitetura moderna, marcadamente aquelas que

    almejavam a criao de peas e espaos abstratos e geomtricos. Isso traduz

    exatamente o conceito que a arquitetura reflete o Zeitgeist (esprito do tempo),

    sendo que um movimento arquitetnico s pode ser plenamente compreendido

    na medida em que ele visto como uma expresso da realidade de sua poca.

    O modernismo na arquitetura teve incio na primeira dcada do sculo

    XX, representando uma ruptura com a tradio arquitetnica prvia, que

    preconizava tcnicas construtivas pouco inovadoras, ornamentao em

    profuso e ostensiva, formas que buscavam o belo, a plstica.

    Os avanos tcnicos no campo da engenharia possibilitaram o emprego

    de novos materiais construtivos objetivando dar leveza s estruturas das

    edificaes (como o ferro), permitiu que a altura dos edifcios construdos fosse

    cada vez maior com um nmero de andares bem superiores s tcnicas

    tradicionais.. Novas formas mais arrojadas uma mudana surgiram graas ao

    emprego das peas pr-moldadas produzidas em escala industrial, o que

    reduziu tambm o tempo de construo.

    No modernismo estabelecido um novo paradigma para a arquitetura: a

    ordem moderna, que integra a tcnica, a funcionalidade e a arte. Contudo,

    quando a ordem moderna criada, um novo cenrio j se encontra em

    construo e este ser uma realidade aps o fim da Segunda Guerra Mundial.

    As mudanas sociais que ocorreram criaram uma nova classe mdia, com

    perfil intelectual bem diferente da burguesia tradicional e com elevado poder

    aquisitivo. Esses trabalhadores autnomos anseiam um lugar em meio

    burguesia so o pano de fundo para o surgimento do ambiente ps-moderno.

    Temas como o acelerado crescimento demogrfico das cidades

    europias no sculo XIX, que iniciou aps a Revoluo Industrial, tornou o

    ambiente urbano deletrio e transformou o solo num elemento de especulao

    imobiliria, com preos flutuantes de acordo com as variaes do mercado. O

    aumento da densidade populacional implicou em uma verticalizao das

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    edificaes urbanas, especialmente das regies centrais, assim como a

    ocupao perifrica. Estas foram as conseqncias mais evidentes desse

    fenmeno.

    Diante dessa situao urbana, realizou-se o Congresso Internacional de

    Arquitetura Moderna CIAM (ou em francs Congrs Internationaux

    d'Architecture Moderne), que colaborou com a definio dos parmetros

    modernos de planejamento urbano. Com certa influncia dos utopistas

    (especialmente vista na questo das cidades-jardim), nasce o manifesto Carta

    de Atenas, de Le Corbusier e apresentada no IV CIAM.

    Entre outras coisas, esse manifesto continha propostas de verticalizao

    das edificaes, da permeabilidade atravs dos pilotis, do zoneamento bem

    definido e da circulao funcional de pedestres e de veculos. Essas linhas

    gerais confirmam o estilo internacional, na funcionalidade e racionalidade das

    diretrizes urbanas. Tambm delegava ao estado a posse do solo urbano.

    O vidro comeou a ser empregado em larga escala. Este material

    representa a luz sendo lanada nas insalubres construes da era industrial,

    marcada por edifcios com poucas aberturas, de luminosidade fraca. Com o

    vidro, as grandes aberturas surgiram como resposta ausncia de ventilao e

    da iluminao, antes negligenciadas nas cidades industrializadas (em especial

    nas habitaes das classes menos abastadas, e nas fbricas onde o

    proletariado trabalhava)

    A proposta dos CIAM era debater temas como Design, Arquitetura,

    Urbanismo, Paisagismo e suas conseqncias socioculturais. As questes

    correspondentes Arquitetura foram largamente discutidas, sendo a origem do

    estilo internacional.

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    2. O Declnio dos Ideais Modernos

    O declnio dos ideais modernistas iniciou-se a partir do final da dcada

    de 1950, princpio dos anos 60, representado primeiramente pelo trabalho de

    arquitetos como Louis Khan e Phillip Johnson, que comearam a demonstrar

    discordncia da postura demasiadamente dogmtica dos princpios do

    Movimento Moderno.

    Segunda o historiador e crtico italiano Giulio Argan, a arquitetura

    moderna, especialmente a brasileira na dcada de 1950 padecia do que ele

    chamou de formalismo tcnico. A arquitetura moderna atingiu um elevado

    nvel de qualidade, porm o urbanismo no avanou alm dos primeiros

    passos, ainda parcamente orientados.

    A arquitetura moderna apresentava o problema no tocante ao urbanismo

    que, por sua vez refletia na prpria organizao racional de toda a sociedade.

    Lucio Costa apresentava essa preocupao, quando afirmava ser imperativo

    que se houvesse uma conciliao entre a arte e a tcnica para promover o bem

    geral da sociedade.

    Max Bill criticava amplamente o que seria o formalismo da produo

    arquitetnica brasileira. Crtica reforada por Walter Gropius, Giacarlo De

    Carlo, Sigfried Giedion e Ernesto Rogers em seus artigos publicados na

    Architectural Review durante a dcada de 1950, apontando tendncia da

    produo brasileira privilegiava as qualidades plsticas do projeto.

    Bill era taxativo e afirmava que a arquitetura moderna brasileira padecia

    de um amor intil ao simplesmente decorativo, no levando em considerao o

    aspecto social, como exemplo a Pampulha, onde segundo o autor, a

    coletividade humana foi substituda pelo individualismo exagerado,

    individualismo que destri a prpria coletividade.

    Esse amor forma que caracteriza a arquitetura moderna dessa poca

    visvel nas obras de Niemeyer, que apesar de seu inegvel talento, projetou

    por "instinto", por mero amor forma pela forma. Isso entra em cabal

    contradio com as bases do prprio movimento modernista. As curvas

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    caprichosas e gratuitas cujo sentido arquitetural apenas para si evidente,

    resultando em uma espcie de barroquismo que no pertence no pertence

    nem arquitetura e nem escultura.

    Na dcada subseqente o arquiteto Charles Jencks, (JENCKS, 1977),

    determinou at uma data exata para o fim do Movimento Moderno, o qual seria

    institudo com a demolio do complexo habitacional Pruitt-Igoe do arquiteto

    Minoru Yamasaki, construdo em 1951 segundo os preceitos dos Congrs

    Internationaux d'Architecture Moderne ou simplesmente CIAM e, inclusive,

    premiado na poca pelo Instituto dos Arquitetos Americanos. A demolio teve

    inicio em maro de 1972.

    Fig. 1 Imploso de Pruitt-Igoe.

    Fonte: NEWMAN, 1996.

    A partir de 1974, Peter Blake publica uma srie de artigos na revista

    Atlantic os quais evidenciavam a obsolescncia dos ideais modernistas. Ele

    publica tambm o livro intitulado, Form Follows Fiasco: Why Modern

    Architecture Hasnt Worked - a forma segue o fiasco, uma ironia mxima

    atribuda a Sullivan.

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    Nessa obra, Blake questiona os principais dogmas do modernismo

    arquitetnico, os quais ele chama de fantasias, como a funo; o design, a

    planta livre, a pureza. Tambm questiona outros preceitos modernistas mais

    ligados ao urbanismo como a mobilidade, o housing, o zoning, e a construo

    em altura. Blake chega mesmo a conjecturar uma srie de alternativas. Em sua

    anlise da situao da arquitetura contempornea, ele declara: Afirmando a

    sua f na razo, (...) no homem comum e num mundo igualitrio, (o Movimento

    Moderno) arrastou por todo o lado pessoas para os seus quartis ao servio do

    capitalismo privado ou de Estado.

    Mas esse rompimento no define a arquitetura moderna, somente seu

    pontap inicial. Podemos identificar ao longo deste movimento uma srie de

    tendncias: o estilo internacional, no qual a funo passa a adquirir primordial

    importncia nas questes projetuais; o organicismo, no qual se destaca Frank

    Lloyd Wright, o construtivismo russo, onde se observa o uso de novos materiais

    e da arquitetura-objeto, a arquitetura brutalista, que se desenvolveu mais

    tardiamente (na segunda metade do sculo XX) cujo desenvolvimento foi

    promovido por arquitetos como Frank Lloyd Wright (novamente), Le Corbusier

    e Philip Johnson, dentre outras vertentes.

    O CIAM enfrentou duras crticas, que podem ser estendidas ao

    urbanismo e arquitetura modernos. Uma delas a que critica a massificao

    das necessidades do individuo, projetando e criando espaos coletivos que,

    pela falta de propriedade definida, acabam por transformarem-se em espaos

    abandonados e destitudos de identidade, e, por conseguinte de

    responsabilidade. Os aspectos culturais e climatolgicos eram ignorados.

    Critica ao Internacional Style

    Denomina-se Estilo Internacional ou International Style (em ingls) a

    vertente da arquitetura moderna cujas diretrizes eram: linhas simples, racionais

    e funcionais, que pudessem ser reproduzidas facilmente em escala global.

    Ornatos desnecessrios eram repudiados.

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    A mxima do arquiteto Mies Van Der Rohe, a expresso form should

    follow function (forma deve seguir a funo), sintetiza bem o intento deste

    estilo: a arquitetura deve ser til, econmica, bem dimensionada, dispensando

    adornos que a tornam superficial e gratuita.

    O arquiteto possua um encargo mais multidisciplinar, no somente

    artstico e tcnico: agora questes sociais e econmicas eram de sua

    responsabilidade e deveriam ser agregadas ao projetar.

    A crtica fundamental ao estilo internacional que no se devem

    pasteurizar as diferenas locais, ou seja, aspectos climticos, sociais,

    religiosos, devem ser contemplados no ato de projetar, tanto num contexto do

    edifcio quanto da cidade.

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    Anotaes

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    Referncias

    ARGAN, Giulio Carlo; Arte moderna; So Paulo: Companhia das Letras, 1992; ISBN 8571642516 BENEVOLO, Leonardo; Histria da arquitetura moderna; So Paulo: Editora Perspectiva, 2001; ISBN 8527301490 FRAMPTON, Kenneth. Le Corbusier; New York: Thames & Hudson,2001. JENCKS, Charles, The Language of Post Modern Architecture, London, Academy, 1977. NEWMAN, Oscar. Creating defensible spaces. Washington, DC: U.S. Department of Housing and Urban Development, 1996. PINTO, M. C. Arquitectura moderna e arquitetura verncula. Santander, Espanha, Universidad Internacional Menndez Pelayo, 2008. LOPES, A. R. J. A viso estrangeira sobre arquitetura brasileira nos anos 1950: as crticas de Walter Gropuis, Ernesto Rogers, Hiroshi Ohie e Peter Kramer. Documentation and conservation of buildings, sites and neighbourhoods of the modern movement, s.l. , s.d. MALARD, M. L. Forma, arquitetura. Estudio Virtual de Arquitetura. Universidade Federal de Minas Gerais, s.d. BITTAR, W. Formao da Arquitetura Moderna no Brasil: anos 1920 1940. Documentation and conservation of buildings, sites and neighbourhoods of the modern movement, s.l. , 2008.

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