a criaÇÃo fantÁsticado humano e o conhecimento de mundo: contextos para o estudo da obra...

7/21/2019 A CRIAÇÃO FANTÁSTICADO HUMANO E O CONHECIMENTO DE MUNDO: CONTEXTOS PARA O ESTUDO DA OBRA FRA…

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ANA CLAUDIA BRIDA

A CRIAÇÃO FANTÁSTICA DO HUMANO E O CONHECIMENTO DE MUNDO:

CONTEXTOS PARA O ESTUDO DA OBRA FRANKENSTEIN DE MARY SHELLEY

UEMS / 2005



ANA CLAUDIA BRIDA

A CRIAÇÃO FANTÁSTICA DO HUMANO E O CONHECIMENTO DE MUNDO:

CONTEXTOS PARA O ESTUDO DA OBRA FRANKENSTEIN DE MARY SHELLEY

Trabalho de Conclusão de Curso aresen!ado "#unda$ão Un%&ers%dade Es!adual do Ma!o 'rosso doSul( curso de Le!ras/In)l*s( sob or%en!a$ão da +ro,-.MSc. Lu%a Mello asconcelos.

D1URAD1S MS

2005



3 Senhora Mary Wollstonecraft Shelley( ela )en%al%dade

e sens%b%l%dade ara elaborar a h%s!4r%a de cr%a$ão huana a%s

,an!6s!%ca( s%)n%,%ca!%&a e reresen!an!e do conhec%en!o de

undo do ser huano( deo%s da Cr%a$ão do 7oe or Deus(

rela!ada no Gênesis( or Mo%s8s.



'os!ar%a de a)radecer r%e%raen!e a Deus e ao

Senhor 9esus Cr%s!o ela ro,unda ,8 e au:;l%o nos

oen!os a%s 6rduos da %nha &%da( e "s essoas <ue

colaborara co a %nha =ornada nes!es <ua!ro anos e

u%!o e %ncen!%&ara a ser ers%s!en!e>

M6rc%o de Alencas!ro Br%da(

Mar%a da S%l&a Br%da(

Neua Bord%n% Br%da(

E r%nc%alen!e a u ser( <ue a%s do <ue !udo

e ,o% a )rande %ns%ra$ão ara en,ren!ar !odas as

d%,%culdades e &encer !odos os obs!6culos>

9ul%a Br%da Loure%ro.



“Of what a strange nature is knowledge! It clings to the

mind, when it has once seized on it, like a lichen on the rock

Frankenstein – Mary Shelley

“Oh, "ue coisa estranha # o conhecimento! $ma %ez

"ue alcan&ou o c#re'ro, agarra(se a ele como o l)"uen numa

rocha



SUMÁRIO

RESUM1........................................................................................

ABSTRACT.....................................................................................

? INTR1DU@31.....................................................................................

2 #RANENSTEIN DE MAR S7ELLE A 1BRA............................................

2.? 1 roance )4!%co e o roance de ,%c$ão c%en!;,%ca...........................................2.2 7%s!4r%a do roance #ranens!e%n.............................................................2. Es!ru!ura da obra #ranens!e%n.............................................................102. An6l%se dos +ersona)ens.......................................................................2.5 #oco Narra!%&o e #ranens!e%n...............................................................

2.F 1 Teo e o Esa$o e #ranens!e%n........................................................2.G A M%!olo)%a e #ranens!e%n...............................................................222.H #%lo)ra,%a.....................................................................................2. A In!er!e:!ual%dade resen!e e #ranens!e%n................................................

A CRIA@31 #ANTJSTICA D1 71MEM E 1 C1N7ECIMENT1 DE MUND1.............? Conce%!o de #an!6s!%co..........................................................................2 A Cr%a$ão #an!6s!%ca do 7uano e #ranens!e%n............................................ Conhec%en!o de Mundo......................................................................

C1NSIDERA@KES #INAIS.......................................................................

RE#ERNCIAS.................................................................................



RESUMO

*rankenstein( a obra( narra a h%s!4r%a da cr%a$ão do hoe elo hoe e as suasconse<*nc%as. U!%l%ando ua s8r%e de recursos ,an!6s!%cos( 8 cons%derado coo u roance)4!%co no en!an!o( a obra &a% al8> ode se carac!er%ar coo u dos r%e%ros roancesc%en!;,%cos da h%s!4r%a e !ab8 o <ue es!uda a%s aro,undadaen!e as rela$Oes huanas.+aralelos co a +)'lia( o ara)so erdido de 9ohn M%l!on e a h%s!4r%a de +roe!eu não ,al!a(

o%s !odos !* a !e6!%ca da &%da e a de)rada$ão do hoe( e ass% coo !odas essas obrasc%!adas( *rankenstein !ab8 !e ua oral <ue oder%a ser> a soc%edade Pou huan%dadeQ(co seus &;c%os e reconce%!os( des!r4% as &%r!udes do hoe. Na ada!a$ão de enne!hBranna)h ara o c%nea( a Cr%a!ura er)un!a ara %c!or( seu Cr%ador> -uem eram estas

.essoas "ue me formam/ essoas 'oas/ essoas m0s/ 1ocê me deu %ida, e de.ois me

a'andonou .ara "ue eu morresse -uem sou eu/ 2cha "ue eu # "ue sou mau/ 9us!aen!e or essas <ues!Oes 8 <ue nes!e !rabalho 8 anal%sada 2 3ria&4o *ant0stica do 5omem e o3onhecimento de Mundo( o%s es!a assa or !oda a s8r%e de &alores e conce%!os ,orados aolon)o da h%s!4r%a da huan%dade( e 8 e *rankenstein <ue se !orna oss;&el encon!rar a cha&e(ou a resos!a( ara as a$Oes dos hoens( as cr%a$Oes dos hoens( suas descober!as e o seue)o;so.



ABSTRACT

*rankenstein( !he or( !als abou! !he h%s!or o, !he anVs crea!%on b !he an and %!sconse<uences. Us%n) a ser%es o, ,an!as!%c resources( !h%s %s cons%dered a 'o!h%c no&el hoe&er(!he or )oes beond> %! can be charac!er%ed as one o, !he ,%rs! sc%en!%,%c no&els o, !he h%s!or!ha! also s!ud%es ore deel !he huan rela!%onsh%s. +arallels !o !he +i'le( 9ohn M%l!onWs 6ost

aradise and !he h%s!or o, +roe!heus donW! lac( !here,ore !he all ha&e !he !hea!%c o, l%,e

and anVs de)rada!%on( and as ell as all !hose en!%oned ors( *rankenstein also has aorals !ha! could be> !he soc%e! Por huan%!Q( %!h %!s add%c!%ons and re=ud%ces( des!rosanVs &%r!ues. In enne!h Branna)hVs ada!a!%on ,or !he o&%es( !he Crea!ure ass %c!or( %!sCrea!or> 7Who were these .eo.le that form me/ Good .eo.le/ +ad .eo.le/ 8ou ga%e me life,

and later you left me so that I died Who am I/ 9o you think I am 'ad/7 Th%s %s !he reasonh Man:s *antastic 3reation and !he ;nowledge of World are analed %n !h%s or( ,or %!)oes !hrou)h !he hole ser%es o, &alues and conce!s ,ored dur%n) !he h%s!or o, huan%!Wand *rankenstein becoes oss%ble !o ,%nd !he e( or !he anser( ,or enVs ac!%ons( enVscrea!%ons( enVs d%sco&er%es and enVs sel,%shness.



1 INTRODUÇÃO

Xuando Mar Shelle !e&e o lae=o de cons!ru%r sua h%s!4r%a ese!acular sobre a &%da

de u c%en!%s!a e o ser or ele cr%ado( aenas coo u assa!eo( nu cas!elo r4:%o aos

Ales Su;$os no ano de ?H?F( al sab%a ela <ue sua obra se !ornar%a( ao lon)o da h%s!4r%a da

huan%dade( ua &erdade%ra reon%$ão dos !eos ,u!uros( nos <ua%s Deus não a%s

rec%sar%a es!ar no os!o de Cr%ador( as <ue coe!%r%a co a cr%a$ão do hoe elo hoe.

*rankenstein( a obra( con!a a h%s!4r%a de u hoe obcecado ela busca da &erdade e

elas oss%b%l%dades <ue a c%*nc%a lhe o,erece. +ro!4!%o do c%en!%s!a louco( %c!or #ranens!e%n

de%:aYse le&ar( so%nho e cada &e a%s a,as!ado da soc%edade( or !odos os ca%nhos <ue a sua

cur%os%dade c%en!;,%ca rocura. Buscando coreender os ecan%sos a%s ro,undos da &%da(

%c!or acaba or dar or%)e ao seu ons!ro P<ue lhe &a% roubar o noe no %a)%n6r%o oularQ(

<ue assa a assobr6Ylo e no ,% o le&a " des!ru%$ão essoal( ao des!ru%r !udo o <ue lhe 8 caro.

A draa!%c%dade( a elo<*nc%a( a ser%edade e a cr%a!%&%dade co <ue Mar Shelle

coZs #ranens!e%n são c%!adas or !odos os seus anal%sadores. E( r%nc%alen!e( o ,a!o de

ua ulher !er coos!o u !e:!o narra!%&o )4!%co( co a ,%nal%dade de deser!ar horror no

cora$ão a !orna a %one%ra nas h%s!4r%as de susense e ,%c$ão c%en!;,%ca <ue che)a a!8 os d%as

a!ua%s.

Desnecess6r%o !ab8 ca!alo)ar <uan!as ,%la)ens ,ora ,e%!as u!%l%ando os

ersona)ens dessa h%s!4r%a( as( ua <ue erdura( =us!aen!e or rocurar rese%!ar a



l%!erar%edade e %r a ,undo nos !e:!os <ue se %n!erl%)a a #ranens!e%n( 8 a &ersão de ?(

d%r%)%da or enne!h Branna)h.

Es!e !rabalho !e or ob=e!%&o es!udar a cr%a$ão ,an!6s!%ca do hoe( não aenas no

sen!%do b%ol4)%co e ,an!as%oso do !ero( as e !odas as es,eras coo a cr%a$ão de u on!o de

&%s!a a%s !ranscenden!e( onde são en)lobados os sen!%dos rel%)%osos( soc%a%s e ,%los4,%cos a%nda

re!ende anal%sar o conhec%en!o de undo Pseus &aloresQ na obra *rankestein( de Mar

Shelle( &ol!ado ara os resul!ados <ue se ob!* <uando h6 osse do saber e <uando se deara

co ua real%dade <ue não 8 a %a)%nada( e <ue descons%dera o anZalo &ale ressal!ar <ue(

ara %sso( al8 de ua an6l%se da obra e do es!udo da %n!er!e:!ual%dade en!re re,er*nc%as e a

&ersão c%nea!o)r6,%ca c%!ada( e a%nda( a re,erenc%a$ão b%bl%o)r6,%ca e os aralelos !ra$ados( 8

oss;&el( co u conhec%en!o a%or( che)ar aos eleen!os <ue coOe o ,an!6s!%co e

relac%on6Ylo co a cr%a$ão do hoe e a a<u%s%$ão do saber.

2



2 FRANKENSTEIN DE MARY SHELLEY – A OBRA

2.1 O ro!"#$ %&'(#o $ o ro!"#$ )$ *(#+,o #($"'-*(#!

*rankenstein( ou o Moderno rometeu( con!8 eleen!os dos do%s )*neros r%nc%a%s

da l%!era!ura ro[n!%ca> o es!%lo )4!%co e a ,%c$ão c%en!;,%ca.

Mar%a Cr%s!%na 'ool% P?HF( . 0HQ e:l%ca <ue o )4!%co 8 ar!e do o&%en!o

ro[n!%co <ue sur)%u no %n;c%o do s8culo \III e eraneceu a!8 as !r*s r%e%ras d8cadas do

s8culo \I\. 1 o&%en!o ro[n!%co 8 carac!er%ado ela %no&a$ão Pao %n&8s do

!rad%c%onal%soQ( eson!ane%dade de acordo co o oe!a ]ordsor!h( a oes%a boa 8 u

!ransbordaen!o eson![neo de sen!%en!os oderosos ( l%berdade de ensaen!o e e:ressão

Pesec%alen!e os sen!%en!os e ensaen!os do r4r%o oe!aQ( ua %deal%a$ão da na!urea

Pos oe!as ro[n!%cos !ab8 era chaados de oe!as da na!ureaQ e a con&%c$ão de &%&er

nua era de no&os coe$os e al!as oss%b%l%dades.

1 r%e%ro roance <ue ,o% %den!%,%cado coo !endo %n,lu*nc%a )4!%ca ,o% O 3astelo

de Otranto< $ma 5ist=ria G=tica( e ?GF( de 7orace ]alole. O 3astelo de Otranto( ass%

coo u%!os ou!ros roances )4!%cos( ,%:aYse nua soc%edade ed%e&al( !e u%!os

desaarec%en!os %s!er%osos coo !ab8 al)uas ocorr*nc%as sobrena!ura%s. 1 ersona)e

r%nc%al )eralen!e !e u car6!er sol%!6r%o de na!urea e)oc*n!r%ca. Ebora es!e )*nero se=a



ua ,ase do o&%en!o ro[n!%co( 8 cons%derado coo o recursor do %s!8r%o oderno ou o

roance de ,%c$ão c%en!;,%ca.

Mu%!os dos eleen!os ac%a c%!ados sur)e e *rankenstein. +or e:elo( a na!urea

8 ,re<en!een!e u!%l%ada ara cr%ar a a!os,era en&ol&en!e da h%s!4r%a. 1s caos deser!os

)lac%a%s dos Ales e as n8&oas do Jr!%co ser&e ara %nd%car o %solaen!o dos ersona)ens

r%nc%a%s. 1 car6!er sol%!6r%o e *rankenstein ode ser al%cado !an!o a %c!or coo a sua

Cr%a!ura( o%s abos os ersona)ens( e oen!os cruc%a%s da &%da( se %sola soc%alen!e.

Ebora u%!os dos roances )4!%cos se=a escr%!os ara ro&ocar !error e seus

le%!ores( eles !ab8 ser&e ara os!rar o lado ne)ro da na!urea huana( con,ore nos

rela!a Cn!h%a 7aber) P2005Q( o%s eles descre&e os esadelos horrorosos <ue &%&e na

con!rolada e ordenada suer,;c%e do c8rebro. Surreenden!een!e( e:%s!e u &as!o n^ero de

au!ores )4!%cos ,e%n%nos. Não 8 %ro&6&el <ue es!e !%o de ,%c$ão !enha roo&%do ua

l%bera$ão dos dese=os secre!os dessa classe re=ud%cada ela au!or%dade ascul%na en!ão &%)en!e.

1 )*nero )4!%co !ab8 se es!ende " oes%a. +oeas coos!os or Coler%d)e e ea!s

P3hrista'el e 1#s.era de Santa 2gnes( resec!%&aen!eQ aresen!a a !ransa$ão do ,an!6s!%co

ara a e:lora$ão da en!e %nconsc%en!e.

A ,%c$ão c%en!;,%ca e:lora as ara&%lhas das descober!as e es<u%sas <ue ode

resul!ar e desen&ol&%en!os ,u!uros na c%*nc%a e na !ecnolo)%a. Mar Shelle usou u dos

a%s recen!es es!udos !ecnol4)%cos de sua 8oca ara cr%ar *rankenstein. Ela subs!%!u%u o ,o)o

d%&%no do %!o de +roe!eu co a ,a;sca da ele!r%c%dade recen!een!e descober!a. 1s conce%!os

de ele!r%c%dade e calor condu%ra " descober!a do rocesso de )al&an%so <ue se suunha ser a

cha&e da &%da. Realen!e( es!e 8 u dos rocessos u!%l%ados ara rean%ar a cr%a!ura de %c!or.

2.2 H('&r(! )o ro!"#$ Fr!"/$"'$("



Xuan!o "s c%rcuns![nc%as e <ue a obra ,o% cr%ada( &ale lebrar <ue ele acon!eceu

<uase de ane%ra casual. Con,ore nos rela!a 7arold Bloo P2002( . 2F2Q( Mar Shelle e seu

ar%do +erc es!a&a assando o &erão de ?H?F "s ar)ens de u la)o na Su;$a e !%nha

coo &%%nho o oe!a Lord Bron?. Duran!e as no%!es ou <uando o !eo não es!a&a ro;c%o

aos asse%os( os a%)os reun%aYse ara ler h%s!4r%as aleãs de ,an!asas e d%scu!%re !eor%as

c%en!;,%cas <ue es!a&a e roa)a$ão na<uela 8oca( coo( or e:elo( o )al&an%so2 e as

e:er%*nc%as do Dr. Erasus Dar%n Pa&Z de Charles Dar%nQ no cao das le%s da &%da

or)[n%ca. No ,ul)or das d%scussOes( eles che)ara a co)%!ar a oss%b%l%dade de se rean%ar u

cad6&er.

+ara assar o !eo( Bron roZs <ue cada essoa resen!e Pele r4r%o( seu a%)o

+ol%dor% e os ShelleQ escre&esse ua h%s!4r%a ,an!asa)4r%ca. Sob a %n,lu*nc%a das h%s!4r%as

l%das e das d%scussOes ,%los4,%cas e c%en!;,%cas( Mar Shelle con,ore ela esa d%( &%u e

ua no%!e <ue es!a&a co %nsZn%a a cena r%nc%al de sua h%s!4r%a> u =o&e c%en!%s!a

aa&orado d%an!e da cr%a!ura d%s,ore <ue acabara de dar &%da. No ou!ro d%a( Mar d%sse aos

seus a%)os <ue !%nha ensado e ua h%s!4r%a e escre&eu u con!o de oucas 6)%nas <ue se

%n%c%a&a co a ,rase> It was on a dreary night of >o%em'er ?@ PS7ELLE( ?F( . 25Q

<ue( na &ersão de,%n%!%&a da obra( es!6 local%ada no %n;c%o do ca;!ulo ( 6)%na 25( onde

=us!aen!e a Cr%a!ura recebe a &%da. En!us%asados co o <ue lera( os a%)os( e

r%nc%alen!e o ar%do( %ncen!%&araYna a !rans,orar a<uele con!o nu roance( <ue ,o%

ubl%cado ela r%e%ra &e e ?H?H. A %d8%a de Mar Shelle ,o% a elhor <ue sur)%u no )ruo

na<uele oen!o e a ^n%ca <ue ,o% conclu;da.

? Lord Bron> 'eor)e 'ordon Noel Bron P?GHHY?H2Q 8 cons%derado o r%nc%al e:oen!e do o&%en!o alYdoYs8culo( na l;n)ua %n)lesa sua &%da rele!a de oen!os %n!ensos carac!er%a a os!ura do hoe

ro[n!%co. _ au!or do c8lebre 9on Auan( be coo +e..o< $ma 5ist=ria 1eneziana e %n^eros oeasPBUR'ESS( ?( . ?HGQ.2 'al&an%so> con=un!o de ,enZenos de na!urea ele!ro<u;%ca <ue se assa e s%s!eas cons!%!u;dos ore!a%s d%,eren!es os!os e con!a!o co ele!r4l%!os PSILA #RIEDMAN( 2005Q. Tradu$ão> Era ua no%!e l^)ubre de No&ebro PS7ELLE( 2002( . F5Q.

5



A h%s!4r%a 8 d%&%d%da e )randes blocos narra!%&os( a coe$ar elas <ua!ro car!as do

e:lorador %n)l*s Rober! ]al!on( o )randeYnarrador( or ass% d%er> 8 ele <ue descobre(

nua e:ed%$ão ao +4lo Nor!e( e e%o "s )ele%ras( o de,%nhado dou!or #ranens!e%n( <ue %r6

con!arYlhe !oda a sua h%s!4r%a. Sendo ass%( na o%n%ão de Cn!h%a 7aber) P2005Q( os

e%s4d%os desen&ol&eYse de ane%ra se<enc%ada e ad%!e( u%!o a%s do <ue cenas de

!error ror%aen!e( as !ab8 u car6!er de re,le:ão ,%los4,%ca.

7e !hen !old e !ha! he ould coence h%s narra!%&e !he ne:! da hen I

should be a! le%sure ` Th%s anuscr%! %ll doub!less a,,ord ou !he)rea!es! leasure bu! !o e( ho no h%( and ho hear %! ,ro h%s onl%s( %!h ha! %n!eres! and sa!h shall I read %! %n soe ,u!ure da

PS7ELLE( ?0( . ??Q.

Deo%s de al)uns d%as de reouso no na&%o( %c!or #ranens!e%n dec%de con!ar a sua

h%s!4r%a ara o ca%!ão( co a ,%nal%dade de não de%:ar <ue a busca desen,reada elo

conhec%en!o e sabedor%a arru%nasse a &%da de ]al!on.

%c!or con!a sua &%da desde <uando era e<ueno. Rela!a coo sua aada El%abe!h

en!rou ara a ,a;l%a coo rocura&a descobr%r a or%)e das co%sas a or!e de sua ãe e o

dese=o dela de <ue %c!or e El%abe!h se casasse. An!es de se casar( no en!an!o( %c!or &a% ara

a un%&ers%dade e In)ols!ad! es!udar ed%c%na. A4s do%s anos de es!udo( dec%de es!udar

#%s%olo)%a e descobre coo an%ar a a!8r%a se &%da de&%do "s conse<*nc%as ca!as!r4,%cas

de !al descobr%en!o( %c!or não esec%,%ca es!e se)redo>I as surr%sed !ha! aon) so an en o, )en%us( ho had d%rec!ed !he%r%n<u%r%es !oards !he sae sc%ence( !ha! I alone should be reser&ed !od%sco&er so as!on%sh%n) a secre!5 PS7ELLE( ?0( . 2Q.

Tradu$ão> D%sseYe en!ão <ue coe$ar%a sua narra!%&a no d%a se)u%n!e( <uando eu es!%&esse de ,ol)a `... esseanuscr%!o( se d^&%da( roorc%onar6 a &oc* u enore raer ara %( or8( <ue o conhe$o e <ue ou$o

!udo de seus r4r%os l6b%os co <ue %n!eresse e s%a!%a he% de l*Ylo e al)u oen!o( no ,u!uroPS7ELLE( 2002( . 2YQ.5 Tradu$ão> Surreend%Ye de <ue( en!re !an!os hoens de )*n%o <ue ha&%a d%r%)%do suas %nda)a$Oes noeso sen!%do( a % aenas es!%&esse reser&ada a re&ela$ão de u se)redo !ão esan!oso PS7ELLE( 2002(

. 5Q.

F



En!ão cons!r4% co ar!e de cad6&eres( u ser )%)an!esco e lhe d6 &%da. Xuando a

Cr%a!ura abre os olhos e res%ra( ercebe <ue %n,und%u &%da nu ser <ue lhe causa horror e

reulsa. %c!or en!ão ca% nu sono rele!o de esadelos ao deser!ar( &* a ,ace horrenda da

Cr%a!ura a lhe con!elar sa% correndo deseseradaen!e ela no%!e chu&osa e s4 6ra <uando

encon!ra( descendo de ua carrua)e( o a%)o de %n,[nc%a( 7enr Cler&al( <ue &e%o es!udar e

In)ols!ad!. Eles &ão " casa de %c!or( o <ual ,%ca !ão con!en!e e não a%s encon!rar a Cr%a!ura

<ue !e u a!a<ue de r%so( u%!o r4:%o " loucura( e desa%a. %c!or ,%ca acaado duran!e

al)uns eses( !endo( coo en,ere%ro( 7enr.

Ao !er a sa^de res!abelec%da( %c!or coe$a a es!udar L%!era!ura =un!aen!e co

7enr. U d%a( recebe a no!;c%a de <ue ]%ll%a( seu %rão a%s no&o( es!a&a or!o. Ele re!orna

%ed%a!aen!e a 'enebra. Ao che)ar( 8 %oss%b%l%!ado de en!rar or<ue era !arde da no%!e e os

or!Oes da c%dade =6 es!a&a ,echados. En!ão( &%s%!a o lu)ar onde seu %rão ,o% or!o. L6 &* a

Cr%a!ura e lo)o dedu <ue ela 8 a resons6&el ela or!e de ]%ll%a. Ao che)ar e casa( seu

%rão Ernes! d% <ue 9us!%ne Mor%! era culada ela or!e da cr%an$a( or<ue a =4%a <ue ele

es!a&a usando na<uele d%a ,o% encon!rada e seu oder. 9us!%ne ,o% =ul)ada e condenada ao

cada,also elo cr%e.

Melanc4l%co co a or!e de 9us!%ne( %c!or &a% assear elas on!anhas e encon!ra a

Cr%a!ura ela %lora a %c!or <ue ou$a a sua h%s!4r%a. Esse( o&%do elo reorso( dec%de ou&%Y

la> a4s receber &%da( &endoYse so%nha no labora!4r%o( a Cr%a!ura e)a al)uas rouas e se)ue

ara a ,lores!a. Al%( ar%ora seus sen!%dos e arende al)uas co%sas( coo( or e:elo( a

u!%l%dade do ,o)o. De&%do " escasse de co%da( udaYse dal% e re,u)%aYse sob ua cabana.

Nesse lu)ar( a Cr%a!ura obser&a( a!ra&8s de ua ,enda na arede( o coor!aen!o de seus

oradores. Ua ,a;l%a coos!a or u &elho ce)o( de noe De Lace( e seus ,%lhos #8l%: e

J)a!a. Eles &%&%a e +ar%s e !%&era seus bens con,%scados or<ue #8l%: au:%l%ou u

coerc%an!e !urco a ,u)%r da r%são or acred%!ar e sua %noc*nc%a. 1 !urco( e )ra!%dão(

G



roe!euYlhe a ão de sua ,%lha Sa,%e. No en!an!o( a4s a ,u)a( o !urco &ol!a ara sua !erra na!al

e !en!a le&ar a ,%lha co ele( as a o$a ,o)e ara &%&er =un!o ao seu aado. Coo ela não

sab%a ,alar a l;n)ua %n)lesa( #8l%: coe$a a ens%narYlhe o %d%oa. A!ra&8s dessa ,res!a( a

Cr%a!ura ass%s!e "s aulas e arende a ,alar. Lo)o deo%s( encon!ra ua as!a co al)uns l%&ros e

!oa conhec%en!o da le%!ura e da escr%!a. Nessa 8oca( encon!ra( en!re as rouas <ue !rou:era

do labora!4r%o( o d%6r%o de %c!or. +or e%o dele( descobre a sua or%)e( <ue era seu cr%ador e

assa a od%6Ylo. Esse 4d%o auen!a <uando a Cr%a!ura sen!eYse re=e%!ada elos hoens r%e%ro(

ela !en!a ua aro:%a$ão co o &elho De Lace P<ue a acolhe car%nhosaen!eQ( as #8l%: o

esanca e ,o)e co sua ,a;l%a da cabana e se)u%da( a4s sal&ar ua cr%an$a da or!e( 8

,er%da elo hoe <ue a acoanha&a.

Deo%s de se recuerar( a Cr%a!ura se)ue ara 'enebra( na eseran$a de encon!rar seu

cr%ador. U d%a( en<uan!o descansa&a( &* u en%no br%ncando na ,lores!a. Ela acred%!a <ue

a<uela cr%an$a( or ser %nocen!e( não %r%a re=e%!6Yla. Mo&%da or esse %ulso( a)arra o en%no(

<ue coe$a a )r%!ar <ue seu a%( o Sr. #ranens!e%n( a cas!%)ar%a. Ao ou&%r esse noe( a Cr%a!ura

a!a o )aro!o. Lo)o deo%s( encon!ra ua =o&e adorec%da nu cele%ro e coloca e sua

roua a =4%a <ue re!%rou do )aro!o.

Ao !er%nar sua h%s!4r%a( a Cr%a!ura ede a %c!or ara cr%ar ua ,*ea ara lhe ,aer

coanh%a. %c!or concorda co essa %d8%a( desde <ue eles de%:e ara sere os lu)ares

hab%!ados elo hoe. +or sen!%r reulsa e desen&ol&er seus !rabalhos e casa( &a% "

In)la!erra. Nessa &%a)e( !e a coanh%a de 7enr no en!an!o( %c!or des&enc%lhaYse dele e

&a% ara ua %lha <uase deser!a on!ar seu labora!4r%o.

A4s cons!ru%r o no&o ser( %c!or ercebe <ue es!6 coe!endo ou!ro erro e o des!r4%

an!es de lhe dar &%da. Isso deser!a a %ra &%n)a!%&a da Cr%a!ura( <ue roe!e acoanh6Ylo e

sua no%!e de n^c%as. %c!or abandona a %lha e( a4s adorecer nu barco <ue !oou ara se

des&enc%lhar do cad6&er( aor!a na Irlanda. L6( 8 acusado da or!e de u hoe( n%n)u8

H



enos <ue o seu a%)o 7enr. Ao &er o coro( deseseraYse e ca% e coa ro,undo. A4s

recuerar a sa^de( %c!or 8 absol&%do das acusa$Oes e &ol!a a 'enebra ara se casar co

El%abe!h. Des!a ,ora( de!er%nar%a seu ,u!uro> ou orrer%a ou des!ru%r%a a Cr%a!ura.

A4s o casaen!o( o casal se)ue ara sua no%!e de n^c%as. %c!or araYse e a)uarda

<ue a Cr%a!ura &enha ao seu encon!ro. En<uan!o %nsec%ona&a a hosedar%a( ou&e u )r%!o

!err;&el. Ele corre a!8 o <uar!o e encon!ra El%abe!h or!a no le%!o nuc%al. A!ra&8s das &%dra$as(

&* a ,%)ura s%n%s!ra da Cr%a!ura. %c!or saca a sua ara( a!%ra( as ela conse)ue su%r no la)o.

Deo%s d%sso( seu a% adoece e orre de des)os!o.

Mo&%do ela &%n)an$a( %c!or assa a erse)u%r a Cr%a!ura or &6r%as ar!es do undo

so,re u%!o duran!e essa erse)u%$ão( <ue s4 acaba <uando ,%ca reso nu bloco de )elo no ar

e 8 sal&o or Rober!.

Ass% !er%na a narra!%&a de %c!or #ranens!e%n. 1 <ue se)ue ,o% descr%!o or ]al!on.

6r%as &ees( o ca%!ão !en!a arrancar %n,ora$Oes sobre a cr%a$ão da Cr%a!ura( as o c%en!%s!a

sere se ne)a a dar !al %n,ora$ão. A sa^de de %c!or ,o% %orando a cada d%a( a!8 cul%nar

co a sua or!e. Na no%!e e <ue %sso ocorreu( ]al!on en!ra na cab%na onde es!a&a o coro e se

deara co a Cr%a!ura chorando abra$ada ao cad6&er. No en!an!o( a)ora 8 !arde ara

laen!a$Oes( coo ele eso d%. A Cr%a!ura roe!e ruar ara o Nor!e( onde acender%a sua

%ra ,uner6r%a e( ass%( encon!rar%a seu ,%. D%endo %s!o( sal!a do na&%o e desaarece na

escur%dão %n,%n%!a.

2.0 E'r'r! )! or! Fr!"/$"'$("

Cons!ru;da e caadas sucess%&as de flash'ack ( co h%s!4r%as den!ro de h%s!4r%as na

o%n%ão de 9or)e Cande%as P2005Q( a obra *rankenstein ser%a surreenden!een!e oderna( não

,osse !oda a car)a de roan!%so <ue con!8. _ u l%&ro onde são le&an!ados d%leas ora%s



<ue a%nda ho=e con!%nua se resos!a( e onde se abr%ra or!as ara !odas as d^&%das sobre o

lu)ar <ue a busca elo conhec%en!o de&e !er na soc%edade huana( d^&%das <ue a!ra&essara a

,%c$ão c%en!;,%ca desde os seus r%4rd%os a!8 " a!ual%dade( e <ue são ho=e ua reocua$ão

u%!o real e concre!a das soc%edades odernas. Ser6 <ue a busca elo conhec%en!o( u ,%

e s% eso( !er6 de !er l%%!es( ser6 <ue as conse<*nc%as re&%s;&e%s são coensadas elas

recoensas oss;&e%s

Shelle le&an!a as <ues!Oes( as não lhes d6 resos!as de,%n%!%&as( a%nda <ue se=a 4b&%o o

lado ara <ue ende> o ons!ro 8 u cr%%noso( as não 8 u cr%%noso se cora$ão. L%%!aY

se a rea)%r "s %n=us!%$as e o,ensas de <ue ,o% &;!%a. Ass% sendo( <ue 8 o a%or cr%%noso 1

ons!ro( ou #ranens!e%n( <ue lhe deu &%da e deo%s o reel%u( reu)nado ela sua ,ealdade

No ,% das con!as( ara M%chel 9al%l #aua P2005Q( e *rankenstein !eYse ua ,6bula

acerca da resonsab%l%dade huana eran!e a soc%edade coo u !odo e eran!e cada u dos

seus coonen!es( ua )rande ar6bola acerca dos a!os <ue se ra!%ca e das suas

conse<*nc%as( e <ue os!ra coo a &%da !oa ruos %neserados de&%do( or &ees( a

e<uenas co%sas. Escusado ser6 d%er <ue 8 ua obraYr%a( u )rande l%&ro de ,%c$ão

c%en!;,%ca e u 4!%o e:elo do <ue a ,%c$ão c%en!;,%ca ode ser <uando usada de ,ora s8r%a.

Es!ru!uralen!e( o l%&ro ossu% <ua!ro car!as %n%c%a%s( &%n!e e <ua!ro ca;!ulos e ode

ser d%&%d%do da se)u%n!e ane%ra con,ore An!on%o Carlos +%nho S%l&a e Ab;l%o #r%edan

P2005Q>

Introdu&4o do %n;c%o a!8 o ,%nal do ca;!ulo I. A; !eos>

• aresen!a$ão dos ersona)ens

• a ane%ra coo Rober! ]al!on ,a a sua &%a)e ao +4lo Nor!e

• coo ,o% cons!%!u;da a ,a;l%a #ranens!e%n

• a ane%ra coo El%abe!h assou a %n!e)rar a ,a;l%a

?0



• a a,%n%dade en!re %c!or e El%abe!h

• a or!e da ãe de %c!or

• o %n;c%o dos es!udos de %c!or na un%&ers%dade.

3om.lica&4o ca;!ulo .

A col%ca$ão ocorre no oen!o e <ue %c!or d6 &%da a sua Cr%a!ura.

9esen%ol%imento ca;!ulo ao \\II>

• a Cr%a!ura a!a ]%ll%a( %rão a%s no&o de %c!or

• 9us!%ne 8 acusada or esse cr%e e orre no cada,also

• %c!or encon!ra a Cr%a!ura e es!a lhe narra a sua h%s!4r%a

• %c!or concorda e cons!ru%r a ,*ea( as se arreende e des!r4% o ser an!es de

lhe dar &%da

• a Cr%a!ura roe!e &%n)an$a e aea$a a luaYdeYel de %c!or

• a Cr%a!ura a!a 7enr Cler&al

• %c!or se casa co El%abe!h.

3l)maB ca;!ulo \\III.

1 cl;a: se d6 <uando a Cr%a!ura cure a sua roessa de &%n)an$a e a!a El%abe!h

no le%!o de n^c%as.

9esfecho ca;!ulo \\III a!8 o ,%nal da obra>

•

o a% de %c!or orre de des)os!o

• %c!or coe$a a ercorrer o undo a!r6s da Cr%a!ura

??



• %c!or orre a bordo do na&%o de ]al!on

• a Cr%a!ura d% a ]al!on <ue se su%c%dar6( con,ore o dese=o do seu cr%ador e

soe na escur%dão.

2.3 A"45($ )o P$ro"!%$"

• +ro!a)on%s!a %c!or #ranens!e%n

%c!or nasceu e 'enebra coo o ,%lho r%o)*n%!o de ua ,a;l%a d%s!%n!a. Coo ele

eso descre&e e sua h%s!4r%a( !e&e ua %n,[nc%a u%!o a)rad6&el( )ra$as aos a%s car%nhosos

e %ndul)en!es e El%abe!h. Desde cr%an$a ele =6 ossu% u !eeraen!o a)%!ado( a%:Oes

&eeen!es e sede or conhec%en!o. Seu r%e%ro %n!eresse 8 a oes%a( as deo%s de cer!o

!eo ,ocal%a suas a!en$Oes " c%*nc%a. Es!e %n!eresse e bre&e se !orna ua obsessão> ele se

ded%ca cole!aen!e a arender os se)redos do c8u e da !erra. Sua obsessão 8 d%a)nos!%cada

or udan$as rad%ca%s de car6!er e de sa^de. Ele uda de u hoe sens;&el e saud6&el ara

se !ornar u e)o;s!a( doen!%o e <ue se a,as!a da aada e da ,a;l%a duran!e al)uns anos. Deo%s(

%c!or ale)a <ue ,o% en)anado or ua a%:ão e <ue es!a&a sobre o =u)o da> C%il influence,

the 2ngel of 9estruction, which asserted omni.otent sway o%er me from the moment I turned

my reluctant ste.s from my father:s door F PS7ELLE( ?F( . ?Q.

_ aenas deo%s da cr%a$ão do ons!ro <ue %c!or assa a ensar nas conse<*nc%as

dos seus a!os. A obsessão o ha&%a ce)ado( aaren!een!e an!es de conclu%r sua obra. No en!an!o(

se)undo Cn!h%a 7aber) P2005Q( ele não le&a a cula elo <ue acon!eceu. De ,a!o( arece

ans%oso ara es<uecer %s!o de <ual<uer ,ora( as ,%ca claro <ue a Cr%a!ura não o de%:ar6

es<uecer.

F Tradu$ão> Deon;aca %n,lu*nc%a do An=o da Des!ru%$ão <ue e do%nou desde o %ns!an!e e <ue(relu!an!een!e( eu e a,as!e% dos de)raus da or!a da casa de eu a% PS7ELLE( 2002( . 5?Q.

?2



Deo%s <ue a Cr%a!ura lhe con!a sua h%s!4r%a( %c!or sen!e u ouco de coa%:ão( a

on!o de sen!%r( a!8 eso( resonsab%l%dade ela sua cr%a$ão. +or8( a resonsab%l%dade de u

ser huano da sua ca!e)or%a e&en!ualen!e desaarece( e ele dec%de( ao ,%nal( não aca!ar ao

ed%do da Cr%a!ura. Esse sen!%en!o de coa%:ão ela Cr%a!ura desaarece !o!alen!e <uando

El%abe!h 8 assass%nada. A ^n%ca co%sa <ue %c!or assa a sen!%r 8 o 4d%o. 1 ^n%co ro4s%!o de

sua &%da ser6 e:clus%&aen!e a!ar ao ser <ue deu &%da e &%n)ar sua ,a;l%a.

No ,%nal de sua &%da( o 4d%o &%olen!o desaarece( as %c!or eranece !ão

de!er%nado <uan!o an!es. Is!o resul!a e al)uas a$Oes con!rad%!4r%as e coen!6r%os <ue ,a.

+or u lado( o ,a!o de con!ar sua h%s!4r%a( ode ser al)o os%!%&o. #aendo %s!o( ele asse)ura <ue

a h%s!4r%a 8 real e ser&e de ad&er!*nc%a ara as )era$Oes ,u!uras. Is!o le&a " conclusão <ue ele

descobr%u seu erro e <ue ,%nalen!e se resonsab%l%ou elos seus a!os. Mas( or ou!ro lado( h6

o e%s4d%o e <ue a !r%ula$ão do na&%o de ]al!on e:%)e a &ol!a ara a sua !erra na!al( e %c!or

resonde a es!e ,a!o co u d%scurso eoc%onan!e e aa%:onado. En!re ou!ras co%sas( ele acusa

aos hoens de co&ard%a e ,raca ;ndole. Se eles %r%a abandonar a e:ed%$ão( <ue &ol!asse ara

casa co u es!%)a de des)ra$a. 9ul)ando or es!e coen!6r%o( %c!or não areendeu u%!o

da sua ro&a$ão aaren!een!e( a%nda sen!e <ue as essoas de&er%a colocar seus sen!%en!os

e dese=os ac%a de !udo. Es!e 8 u rac%oc;n%o %n!eressan!e da na!urea e)o;s!a de %c!or.

1u!ro e:elo de seu e)o;so( re!ra!ado or An!on%o Carlos +%nho S%l&a e Ab;l%o

#r%edan P2005Q( 8 a ane%ra coo ele l%da co as aea$as da Cr%a!ura. _ 4b&%o <ue a Cr%a!ura

<uer ,er%Ylo des!a ,ora( %c!or acred%!a <ue 8 aenas ele <ue ela <uer el%%nar. +or8(

arece claro <ue a elhor ,ora de a!%n)%r %c!or 8 ,er%r as essoas <ue ele aa. Is!o 8

e:a!aen!e o <ue ,a a Cr%a!ura ao e:!er%nar sua ,a;l%a e seus a%)os. Ass%( %c!or não

ercebe %s!o se ele !%&esse erceb%do( !er%a ro!e)%do a%s a El%abe!h( or e:elo.

Essenc%alen!e( h6 duas ,oras de %c!or escaar da &%n)an$a da Cr%a!ura> ua ,ora 8 a!ar a

Cr%a!ura. %c!or !en!a( as a Cr%a!ura sere escaa ou!ra ,ora ser%a sacr%,%car a sua &%da e

?



!roca das &%das dos a%)os e ,a%l%ares( e ou!ras ala&ras( su%c%darYse. Des!a ,ora( %c!or

!er%a coo se &%n)ar da Cr%a!ura es!a !6!%ca oder%a !er s%do !rabalhada no ,%nal do l%&ro. Es!e

odo dr6s!%co de arar co os assass%na!os da Cr%a!ura não assa ela en!e de %c!or( no

en!an!o( ele não !e edo de orrer. Al%6s( <uando es!a&a adoen!ado( co ,ebre( ele eso

dese=a es!ar or!o> Soon, oh! 1ery soon, will death eBtinguish these thro''ings, and relie%e me

from the mighty weight of anguish that 'ears me to the dustD and, in eBecuting the award of

Eustice, I shall also sink to rest G PS7ELLE( ?F( . HYQ.

• An!a)on%s!a A Cr%a!ura

A r%e%ra aar*nc%a da Cr%a!ura( <ue eranece se noe( 8 descr%!a or seu cr%ador(

ela 8 cons!ru;da de &6r%os coros d%,eren!es>

7%s ello s%n scarcel co&ered !he or o, uscles and ar!er%es benea!hh%s ha%r as o, a lus!rous blac( and ,lo%n) h%s !ee!h o, a earl h%!eness` h%s a!er ees( !ha! seeed alos! o, !he sae colour as !he dun h%!esoce!s %n h%ch !he ere se!( h%s shr%&elled cole:%on and s!ra%)h! blacl%sH PS7ELLE( ?F( . 2FQ.

Cob%nadas es!as carac!er;s!%cas " sua es!a!ura )%)an!esca( " sua de,or%dade( a

%a)e de ons!ro es!6 cole!a( no arecer de Cn!h%a 7aber) P2005Q. Seu aarec%en!o se

os!ra coo a causa de !odos os robleas. As essoas ,%ca horror%adas <uando a &*e( e

%ede <ue a Cr%a!ura !en!e an!er con!a!o co elas. Essa ,al!a de con!a!o essoal e o

%solaen!o resul!a( %nd%re!aen!e( nos cr%es <ue ela &e a ra!%car.

Ela !en!a se coun%car co as essoas e &6r%as ocas%Oes( as sere 8 re=e%!ada.

Acaba or erder u ouco da eseran$a( a!8 o oen!o e <ue se re,u)%a na chouana da

,a;l%a De Lace. Ela os obser&a duran!e u%!o !eo( en<uan!o arende seu %d%oa e seus

G Tradu$ão> Bre&e( u%!o bre&e a or!e e:!%n)u%r6 essas al%!a$Oes e e al%&%ar6 da esada car)a de an)^s!%a<ue e condu%r6 ao 4 e( cur%ndo a dec%são da =us!%$a( eu !ab8 de&ere% er)ulhar no reouso e!erno

PS7ELLE( 2002( . 2?2Q.H Tradu$ão> Sua ele aarela al cobr%a o rele&o dos ^sculos e das ar!8r%as <ue =a%a or ba%:o seuscabelos era corr%dos e de u ne)ro lus!roso seus den!es( al&os coo 8rolas ... seus olhos desa%ados( <uaseda esa cor c%nen!a das 4rb%!as onde se cra&a&a( e co a ele encar<u%lhada e os l6b%os ne)ros e re!osPS7ELLE( 2002( . F5Q.

?



h6b%!os. Ao ler roances coo o ara)so erdido de 9ohn M%l!on( coe$a a dese=ar conhecer

sobre a sua or%)e e or<ue a sua aar*nc%a a %sola dos ou!ros> I was a..arently united 'y no

link to any other 'eing in eBistence PS7ELLE( ?F( . FGQ. Claro es!6 <ue ela ale=a u

ouco de bondade( ro!e$ão e coanh%a. Es!es dese=os se !orna a%s e&%den!es a!8 eso

<uando l* o d%6r%o <ue %c!or an!e&e duran!e sua cr%a$ão. A!ra&8s da le%!ura( ercebe <ue seu

cr%ador não ,%cou con!en!e or !*Yla cr%ado( %sso a ,a se sen!%r a%s s4 e re=e%!ada a!8 or ela

esa.

Aenas <uando se con&ence da bondade dos De Lace( 8 <ue dec%de se aro:%ar ara

,aer u con!a!o ela r%e%ra &e. A sua con&ersa %n%c%al co o &elho De Lace 8 u%!o

os%!%&a %s!o acon!ece( r%nc%alen!e( elo ,a!o do &elho ser ce)o e( des!a ,ora( o

aarec%en!o da Cr%a!ura não ode le&ar a <ual<uer %d8%a reconce%!uosa. Ineseradaen!e( os

dea%s ,a%l%ares re!orna ao lar( e a Cr%a!ura 8 e:ulsa da casa. A%nda ass%( ela se recusa a

ensar al deles e se cula or !er s%do descober!a. Aenas <uando ela descobre <ue a ,a;l%a

,u)%u aa&orada da chouana 8 <ue coe$ar6 a nu!r%r sen!%en!os ne)a!%&os coo o 4d%o e a

&%n)an$a. Es!es sen!%en!os não são d%r%)%dos " ,a;l%a De Lace( as s%( ara o seu cr%ador.

+os!er%oren!e( ela declara <ue as a!an$as não lhe ,%era be. Ale)a <ue era> the

sla%e, not the master, of an im.ulse which I detested, yet could not diso'ey?0 PS7ELLE( ?F(

. ?2?Q( u es!ado <ue se asseelha l%)e%raen!e co a obsessão de %c!or ela c%*nc%a. A

Cr%a!ura( da esa ,ora <ue %c!or( che)a a u on!o onde não nu!re ou!ro sen!%en!o al8

do 4d%o. Xuando &* <ue sua ^l!%a &;!%a( %c!or #ranens!e%n( es!6 or!o( os!ra reorso. Ela

a)ora ace%!a <ue nunca ha&er%a oss%b%l%dade de> .ardoning my outward form, would lo%e me

for the eBcellent "ualities which I was ca.a'le of unfolding ?? PS7ELLE( ?F( . ?2?Q( co

Tradu$ão> Aaren!een!e( eu não ossu;a l%ae al)u co <ual<uer ou!ra cr%a!ura &%&a PS7ELLE( 2002(

. ?50Q.?0 Tradu$ão> 1 escra&o( e não o senhor( de u %ulso <ue( ebora de!es!asse( não od%a de%:ar de obedecerPS7ELLE( 2002( . 25FQ.?? Tradu$ão> +erdoando a %nha ,ora e:!er%or( e aasse elas e:celen!es <ual%dades <ue era caa dere&elar PS7ELLE( 2002( . 25HQ.

?5



u %enso rancor( roe!e a ]al!on> consume to ashes this misera'le frame ara <ue as

cur%osas )era$Oes do ,u!uro não cr%e such another as I ha%e 'een?2 PS7ELLE( ?F( .

?22Q.

• Coad=u&an!e Rober! ]al!on

]al!on era u =o&e a&en!ure%ro <ue re!end%a des&endar os %s!8r%os do +4lo Nor!e.

Te&e sua &%a)e ,%nanc%ada or ua heran$a <ue recebeu de u r%o. Nunca se ded%cou aos

es!udos( as sere )os!ou u%!o de ler. Seu a% orreu nua &%a)e ar;!%a. _ or e%o de

suas car!as( des!%nadas " %rã Mar)are!( !oadas en<uan!o %c!or es!a&a en,ero e seu na&%o(

<ue se conhece a h%s!4r%a de %c!or #ranens!e%n e a sua Cr%a!ura.

• Secund6r%o El%abe!h La&ena #ranens!e%n

r,ã u%!o cedo( &%&e co ua ,a;l%a de caoneses e M%lão an!es de ser ado!ada

ela ,a;l%a #ranens!e%n. Eles a le&a ara 'enebra( onde ela 8 %n%c%ada e seus cos!ues.

Desde o oen!o <ue El%abe!h en!rou na casa( =6 es!a&a cer!o <ue ela ser%a esosa de %c!or.

Es!e sere achou <ue ela era realen!e sua ror%edade( ou se=a( o a!r%Zn%o era al)o

%ne&%!6&el> >o word, no eB.ression could 'ody forth the kind of relation in which she stood to

me((my more than sister, since till death she was to 'e mine only? PS7ELLE( ?F( . ?Q.

Ua clara descr%$ão do sur)%en!o de El%abe!h 8 aresen!ada <uando seus ,u!uros

a%s ado!%&os a &*e ela r%e%ra &e>

Th%s ch%ld as !h%n( and &er ,a%r. 7er ha%r as !he br%)h!es! l%&%n) )old( and(des%!e !he o&er! o, her clo!h%n)( seeed !o se! a cron o, d%s!%nc!%on onher head. 7er bro as clear and ale( her blue ees cloudless( and herl%s and !he ould%n) o, her ,ace so e:ress%&e o, sens%b%l%! and see!ness(!ha! none could behold her %!hou! loo%n) on her as o, a d%s!%nc! sec%es( a

?2 Tradu$ão> Redu%re% a c%nas es!e coro %ser6&el...ou!ro ser %)ual a % PS7ELLE( 2002( . 25Q.? Tradu$ão> Nenhua ala&ra( nenhua e:ressão oder%a %ncororar elhor o !%o de aren!esco <ue elareresen!a&a ara % a%s do <ue %rã( =6 <ue a!8 a or!e ela de&er%a ser aenas %nha PS7ELLE( 2002(

. Q.

?F



be%n) hea&enYsen!( and bear%n) a celes!%al s!a %n all her ,ea!ures?

PS7ELLE( ?F( . ?Q.

Todos os !eros dessa descr%$ão são reresen!a!%&os do be e do an)el%cal. Ass%

coo ode ser aresen!ada or &6r%as ou!ras descr%$Oes no roance( ara 9oão Lu;s Ale%da

Machado P2005Q( El%abe!h encarna a ulher =o&e e er,e%!a de classeY8d%a. Ela sere es!6

!ran<%la e concen!rada( se reconce%!os( aa a oes%a e a belea da ona rural e sere 8 leal

aos a%)os e ,a%l%ares.

• Secund6r%o 7enr Cler&al

7enr 8 o ^n%co a%)o de %c!or. _ d%,;c%l de!er%nar or<ue eles são !ão a%)os( o%s

a rela$ão arece u ouco un%la!eral( na o%n%ão de Cn!h%a 7aber) P2005Q. Ao lon)o do

l%&ro( 7enr acoanha seu a%)o> cu%da da sua sa^de e o acoanha e suas &%a)ens.

7enr e %c!or !* ersonal%dades oos!as. _ e&%den!e <ue %c!or ad%ra a

sens%b%l%dade de 7enr( a %a)%na$ão en!us%6s!%ca e a )en!%lea. Ao con!r6r%o de %c!or( 7enr

es!6 a%s %n!eressado e l%!era!ura Pcan$Oes her4%cas( l%&ros de ca&alhe%r%so e roancesQ(

es!udo da l;n)ua e da na!urea. Ebora 7enr !ab8 !enha ua en!e <ues!%onadora e es!e=a

ans%oso or ob!er e:er%*nc%a e %ns!ru$ão( nunca de%:a %sso %n!er,er%r e suas rela$Oes essoa%s.

No roance( 8 declarado <ue 7enr !e ua erce$ão a)uda dos ou!ros or causa

d%s!o e ela ,r6)%l sa^de de %c!or( 7enr sen!e <ue h6 al)o de !err%&elen!e errado acon!ecendo

co o a%)o. Mas( sendo leal( nunca er)un!a a %c!or sobre %s!o( o%s 8 4b&%o <ue es!e não

<uer coar!%lhar seu roblea. +ara An!on%o Carlos +%nho S%l&a e Ab;l%o #r%edan P2005Q(

?

Tradu$ão> Es!a era es)u%a e u%!o bela. Seu cabelo era &;&%do e br%lhan!e coo o ouro( arec%a os!en!ar uacoroa de d%s!%n$ão sobre a cabe$a. Sua ,ron!e era lar)a( seus olhos au%s se ua n8&oa( os l6b%os e o con!ornodo seu ros!o e:r%%a !an!a sens%b%l%dade e do$ura <ue n%n)u8 od%a con!el6Yla se &er nela ua or%)ed%s!%n!a( u ser en&%ado elo c8u( co a arca celes!%al e !odas as suas ,e%$Oes PS7ELLE( 2002( . HQ.

?G



!al&e( se %c!or !%&esse d%&%d%do seu se)redo ao a%)o e <ue !%nha !an!a con,%an$a( 7enr

não !er%a a)o o re$o a%s caro or sua a%ade.

• Secund6r%o Alhonse #ranens!e%n

1 a% de %c!or( Alhonse( 8 u hoe nobre e be rese%!ado na coun%dade.

Tab8 8 ro!e!or e leal a !odos <ue es!ão " sua &ol!a. +or e:elo( ele sere ar!%r6 e

de,esa do ,%lho( a!8 eso <uando es!e 8 acusado de assass%na!o( se se<uer <ues!%onar sua

%noc*nc%a. Ele adora a esosa Carol%ne( or !er lhe al%&%ado os so,r%en!os <uando es!a era

cr%an$a.

Alhonse 8 ac%en!e( e:!reaen!e bene&olen!e e !e u )rande au!ocon!role. +ode

ser cons%derado ua essoa sensa!a e rela$ão aos es!ados s;<u%cos de %c!or>

7ad !aen !he )rea!es! recau!%ons !ha! %nd should be %ressed %!hno suerna!ural horrors. I do no! e&er reeber !o ha&e !rebled a! a !ale o,suers!%!%on( or !o ha&e ,eared !he aar%!%on o, a s%r%!. Darness had noe,,ec! uon ,anc and a churchard as !o e erel !he rece!acle o, bod%es der%&ed o, l%,e( h%ch( ,ro be%n) !he sea! o, beau! and s!ren)!h(had becoe ,ood ,or !he or?5 PS7ELLE( ?F( . 22Q.

• Secund6r%o Y Carol%ne Beau,or! #ranens!e%n

Sendo ua essoa a!enc%osa( Carol%ne( coo ua adolescen!e( cu%da de seu a%

)ra&een!e doen!e duran!e &6r%os eses. As c%rcuns![nc%as são d%,;ce%s ara ela( as sua

cora)e a !%ra das d%,%culdades. Ela !rabalha arduaen!e e ,a e<uenos !rabalhos anua%s ara

a=udar no or$aen!o.

Deo%s <ue se casa co Alhonse #ranens!e%n( as ,%nan$as não a%s lhe reocua

ela se !orna u an=o da )uarda dos enos a,or!unados. Ela 8 del%cada( sens;&el e %ndul)en!e

co seus ,%lhos( e resuo( 8 ua ãe er,e%!a. A descr%$ão de Carol%ne ode ser coarada "

?5 Tradu$ão> Toara !odas as recau$Oes ara <ue %nha en!e não se %re)nasse de horrores sobrena!ura%s.

Não e lebro de ha&er e arre%ado an!e u con!o de suers!%$ão ou ha&er !e%do o aarec%en!o de ues;r%!o. A escur%dão =aa%s e er!urbou( e u ce%!8r%o nada a%s era ara % do <ue o rece!6culo decoros r%&ados de &%da( <ue deo%s de !ere s%do sede da belea e da ,or$a( se ha&%a !rans,orado eal%en!o dos &eres PS7ELLE( 2002( . 5Q.

?H



de El%abe!h abas são a %a)e er,e%!a da ,e%n%l%dade na e!ade do s8culo \III ela

%deolo)%a da nobrea( ara Cn!h%a 7aber) P2005Q.

• Secund6r%o ]%ll%a #ranens!e%n

Irão a%s no&o de %c!or( cr%an$a e%)a e ale)re <ue ,o% assass%nada ela Cr%a!ura

<uando assea&a na ,lores!a.

• Secund6r%o Ernes! #ranens!e%n

Irão de %c!or raa ,or!e e &%)oroso <ue as%ra&a en!rar ara o ser&%$o %l%!ar sua

^l!%a aar%$ão na obra ,o% no =ul)aen!o de 9us!%ne.

• Secund6r%o 9us!%ne Mor%!

e%o orar co a ,a;l%a #ranens!e%n <uando !%nha doe anos ua )aro!a u%!o

hu%lde e er!urbada ela ãe <ue era %nsana( as sere a!en!a "s necess%dades da ,a;l%a

<ue a acolheu. #o% acusada %n=us!aen!e ela or!e de ]%ll%a. No en!an!o( seu con,essor a

assed%ou e aea$ouYa de !al ,ora <ue ela con,essou u cr%e <ue não coe!era e orreu no

cada,also coo assass%na.

• Secund6r%os +ro,essor ree e +ro,essor ]aldan

Abos são os ro,essores de %c!or <uando es!e che)a " un%&ers%dade de In)ols!ad! o

r%e%ro causar6 cer!a reu)n[nc%a a %c!or( de&%do " os!ura oral%s!a <ue ado!a( e sere

en!rarão e d%scussão. 1 se)undo ser6 o ro,essor co <ue %c!or se %den!%,%car6 e <ue %r6

colaborar ara seu arend%ado das c%*nc%as decoos%$ão do hoe.

2.6 Fo#o N!rr!'(7o $ Fr!"/$"'$("

?



Na obra *rankenstein( h6 !r*s ,ocos narra!%&os e r%e%ra essoa. +r%e%ro( Rober!

]al!on con!a( or e%o de <ua!ro car!as en&%adas a sua %rã( os de!alhes de sua &%a)e( <ue

!%nha o %n!u%!o de che)ar ao +4lo Nor!e. Deo%s( !eYse a narra!%&a de %c!or #ranens!e%n( <ue

rela!a sua h%s!4r%a a!8 o oen!o do encon!ro co a Cr%a!ura nua cabana abandonada nas

on!anhas. E se)u%da( a Cr%a!ura narra a sua h%s!4r%a( desde <uando se &%u abandonada no

labora!4r%o a!8 a<uele encon!ro co %c!or. A4s %sso( a narra!%&a &ol!a ara %c!or <ue !er%na

de rela!ar sua h%s!4r%a( e os de!alhes ,%na%s da obra são ,e%!os or ]al!on.

E:elos de ,ocos narra!%&os>

• Rober! ]al!on Y My affection for my guest increases e%ery day, he eBcites at once

my admiration and my .ity to an astonishing degree?F PS7ELLE( ?F( . 0Q.

• %c!or #ranens!e%n Y 5ow can I descri'e my emotions at this catastro.he/?G

PS7ELLE( ?F( . 25Q.

• A Cr%a!ura Y It is with considera'le difficulty that I remem'er the original era of

my 'eingD all the e%ents of that .eriod a..ear confused and indistinct ?H

PS7ELLE( ?F( . 52Q.

2.8 O T$9o $ o E9!+o $ Fr!"/$"'$("

Aesar de e:%s!%r( na obra( ua cer!a orde de narra!%&a( se)undo An!on%o Carlos

+%nho S%l&a e Ab;l%o #r%edan P2005Q( o !eo <ue redo%na 8 o s%col4)%co( ua &e <ue

%c!or( na a%or ar!e da h%s!4r%a( rela!a a Rober! ]al!on a sua h%s!4r%a de %n,or!^n%os( ara <ue

?F Tradu$ão> Auen!a a %nha es!%a elo h4sede( na raão d%re!a da %nha ad%ra$ão e da %nha %edade

PS7ELLE( 2002( . 2Q?G Tradu$ão> Coo osso descre&er %nhas eo$Oes an!e a<uela ca!6s!ro,e PS7ELLE( 2002( . F5Q.?H Tradu$ão> _ co u%!a d%,%culdade <ue e lebro dos r%e%ros !eos da %nha e:%s!*nc%a. Todos osacon!ec%en!os da<uele er;odo es!ão encober!os ela n8&oa do !eo e e arece con,usos e %nd%s!%n!osPS7ELLE( 2002( . ??Q.

20



s%r&a de e:elo ao =o&e ca%!ão e ele( na sua [ns%a or conhec%en!o( não coe!a u erro

seelhan!e ao seu.

A a%or ar!e da h%s!4r%a se assa e 'enebra e In)ols!ad!. Ebora e:%s!a &6r%as

descr%$Oes de on!anhas( &ales( r%os e &e)e!a$ão abundan!e( as cenas de a%or !ensão ocorre

e lu)ares ,echados e a!8 acabros>

• duran!e o rocesso de cr%a$ão do ons!ro( %c!or walk to the occult ones, as a

fugiti%e? PS7ELLE( ?F( . 2Q e se enclausura&a e seu labora!4r%o

• a Cr%a!ura sere hab%!ou lu)ares escond%dos e de d%,;c%l acesso( r%e%ro

re,u)%ouYse na ,lores!a e deo%s( escondeuYse sob ua cabana

• o encon!ro en!re %c!or e a Cr%a!ura d6Yse nua cabana no al!o das on!anhas

• a or!e de El%abe!h( cl;a: da obra( assaYse nu <uar!o de hosedar%a

• ,%nalen!e( o des,echo ocorre na cab%na de u na&%o.

2. A M('o5o%(! $ Fr!"/$"'$("

1 sub!;!ulo O rometeu Moderno re,ereYse " ,%)ura da %!olo)%a )re)a <ue ,o%

resons6&el or u con,l%!o en!re o )*nero huano e os deuses. De acordo co An!on%o Carlos

+%nho S%l&a e Ab;l%o #r%edan P2005Q( +roe!eu era ,%lho do !%!ã L6e!o e de Cl;ene. Ele

esosou Celeno e !e&e Deucal%ão( L%co e Xu%ereu. +roe!eu an!e&eYse neu!ro duran!e a lu!a

en!re os T%!ãs e os 1l;%cos. En!re!an!o( <uando no!ou <ue a &%!4r%a caber%a aos 1l;%cos(

o,ereceu seus r8s!%os a 9^%!er. Desse odo( ,o% receb%do no 1l%o( ar!%c%ando das

assebl8%as e dos ban<ue!es das d%&%ndades. E de!er%nada ocas%ão( ara se &%n)ar do a% dos

deuses or !er e:!er%nado a sua ra$a( resol&eu cr%ar u ser d%,eren!e dos an%a%s aanhou o

? Tradu$ão> Ca%nha&a "s ocul!as( coo u ,ora)%do PS7ELLE( 2002( . F2Q.

2?



barro do chão( uedeceuYo co 6)ua e escul%u a assa( a!8 ob!er as ,e%$Oes %)ua%s " de u

deus. Ins%rado nessa r%e%ra es!6!ua( odelou u%!as ou!ras. E se)u%da( %nsu,louYlhes a

,%del%dade do ca&alo( a ,or$a do !ouro( a eser!ea da raosa( a a&%de do lobo. M%ner&a ,e as

no&as cr%a!uras sor&ere al)uas )o!as de n8c!ar e elas ad<u%r%ra o es;r%!o d%&%no> es!a&a

cr%ada a ra$a huana.

Al)u !eo deo%s( nu ban<ue!e e <ue u bo% ser%a d%&%d%do en!re os 1l;%cos

e os hoens( +roe!eu encarre)ouYse de ,aer a ar!%lha. De u lado( Zs a carne e as

en!ranhas do an%al de ou!ro( aenas os ossos d%s,ar$ados sob )ordura branca. 9^%!er escolheu

a se)unda ar!e. Ao &er%,%car <ue ,ora &;!%a de u ard%l( encoler%ouYse con!ra +roe!eu e os

or!a%s. +ara un%Ylos( escondeuYlhes o ,o)o( ^l!%o eleen!o <ue lhes ,al!a&a ara

desen&ol&ere ua c%&%l%a$ão. +ara a=udar o ser huano( +roe!eu sub%u ao 1l%o e roubou

o ,o)o de feus a ar!%r des!e %ns!an!e( de,%n%!%&aen!e( as essoas ,ora d%,erenc%adas dos

an%a%s( no oen!o e <ue recebera o ,o)o dos deuses e desen&ol&era as hab%l%dades de

cr%ar aras e ,erraen!as. En)anado a%s ua &e( 9^%!er( ara &%n)arYse( andou +andora "

!erra ara esalhar !oda a sor!e de des)ra$as en!re os hoens e acorren!ou +roe!eu no cue do

on!e C6ucaso( onde abu!res %a !odos os d%as coerYlhe o ,;)ado %or!al. Aesar do

so,r%en!o( o !%!ã an!e&e a sua a!%!ude de re&ol!a. Desa,%ou 9^%!er( declarando <ue sab%a u

se)redo sobre a sua deos%$ão. +assados !r%n!a anos( ou !r%n!a s8culos( 9^%!er er%!%u <ue

78rcules l%ber!asse +roe!eu. Es!e re&elou u or6culo20( se)undo o <ual( se 9^%!er esosasse

T8!%s( ela !er%a u ,%lho <ue o des!ronar%a.

Es!a narra$ão %!ol4)%ca( ara Ale:ander Mar!%ns %anna P2005Q( !ab8 recorre "

las!%c%dade co <ue +roe!eu cr%ou o ser huano a!ra&8s do barro esse %!o( %n,und%do e

con=un!o co o ,o)o <ue +roe!eu !%nha roubado( !ornaYse o ,o)o da &%da co <ue ele an%ou

suas es!6!uas.

20 1r6culo> d%&%ndade <ue resonde a consul!as e or%en!a o cren!e. PSILA #RIEDMAN( 2005Q.

22



+or causa do asec!o de cr%a$ão( se)undo Cn!h%a 7aber) P2005Q( +roe!eu !ornouY

se u s;bolo ara a cr%a$ão ar!;s!%ca do s8culo \III. %c!or #ranens!e%n( or e:elo( ode

realen!e ser &%s!o coo o +roe!eu oderno. Ele desa,%a aos deuses Pou a DeusQ <uando cr%a

a &%da. No %ns!an!e da cr%a$ão( ele !oa o lu)ar de Deus e se !orna o cr%ador. Da esa ,ora

<ue +roe!eu( %c!or 8 cas!%)ado or suas a$Oes. No en!an!o( 8 cas!%)ado or sua r4r%a

Cr%a!ura( ao con!r6r%o do !%!ã( <ue ,o% cas!%)ado elos deuses.

2.; F(5o%r!*(!

Coo !odo )rande l%&ro( *rankenstein =6 !e&e &6r%as &ersOes c%nea!o)r6,%cas( sendo

u dos a%s ada!ados e !oda a h%s!4r%a do c%nea( soando a arca de ??0 rodu$Oes

P#RANC1( 2005Q( en!re as <ua%s se des!aca o cl6ss%co de ?2?( d%r%)%do or 9aes ]hale( !endo

Bor%s arlo,, no ael da Cr%a!ura e %or!al%ando seu ros!o Pcoo odeos cons!a!ar a!ra&8s

do desenho de caa da ed%$ão de 2002 da ed%!ora Lg+M +oce!Q. Al)uns desses ,%les não

,ora ,%8%s " es!ru!ura da obra cr%ada or Mar Shelle e l%)ara o noe #ranens!e%n "

Cr%a!ura e não ao cr%ador ou!ros( coo a &ersão do %n)l*s enne!h Branna)h( Mary ShelleyFs

*rankenstein( de ?( rocurara an!er o es;r%!o da obra( sendo es!a a ada!a$ão a%s ,%el

ara o c%nea( es!udando co a,%nco as re,er*nc%as c%!adas no l%&ro.

A obra de Branna)h( =us!aen!e or a!erYse ao !e:!o or%)%nal( d6 ua clara d%ensão

do eba!e en!re cr%ador e Cr%a!ura( en!re a c%*nc%a e a rel%)%ão( !eas !ão resen!es no oen!o

a!ual de&%do "s ol*%cas descober!as c%en!;,%cas. Coo nos rela!a 9oão Lu;s Ale%da Machado

P2005Q( al)uas das <ues!Oes <ue es!ão e au!a no deba!e acerca da clona)e aarece na

!raa do Dr. #ranens!e%n Pas es!udarYseY6 a%s aro,undadaen!e es!as <ues!Oes na r4:%a

un%dadeQ. Deba!es de car6!er ,%los4,%co ronda o !e:!o e !ransarece nas !elas. A,%nal( o <ue

o!%&ou a cr%a$ão desse !e;&el ons!ro Se ele ,o% cr%ado( o <ue o!%&ou seu cr%ador a re=e%!6Y

2



lo de ,ora !ão &eeen!e De&e ser cr%ados l%%!es ara a a$ão da c%*nc%a A cr%a$ão da &%da

não 8 aenas a!r%bu!o de Deus 1s hoens( %er,e%!os coo são( não de&e res!r%n)%r suas

a$Oes e aca!ar os des;)n%os de Deus 1bser&ando es!as %nda)a$Oes e !endo coo base o l%&ro( o

,%le !en!a resond*Ylas.

A &ersão c%nea!o)r6,%ca de ? con!a co a escala$ão de u elenco br%lhan!e e <ue

realen!e d6 &%da aos ersona)ens do l%&ro de Mar Shelle> al8 de d%r%)%r( enne!h Branna)h

!ab8 a!ua no ,%le( ,aendo o ael do a!oren!ado Dr. #ranens!e%n Rober! de N%ro( coo

a Cr%a!ura( concede ua a%or e:ress%&%dade e draa!%c%dade " ,%)ura do ons!ro !*Yse

a%nda ou!ros noes coo A%dan Xu%nn( 7elena Bonha Car!er e 9ohn Cleese.

Se d^&%da al)ua( ua das assa)ens a%s arcan!es do ,%le 8 o d%6lo)o

es!abelec%do en!re %c!or e a Cr%a!ura no %n!er%or de ua ca&erna no Jr!%co aesar da ada!a$ão

,e%!a elos ro!e%r%s!as na ,ala da Cr%a!ura( a esa 8 rele!a de ua %n!ensa ,%loso,%a e

roan!%so. Nes!a ocas%ão( a Cr%a!ura <ues!%ona seu cr%ador ela or!e de ]%ll%e e 9us!%ne( o%s

8 sua cula o ,a!o dela não saber usar ade<uadaen!e as caac%dades <ue ossu%. +er)un!a se ela

!e ala ou se o cr%ador se es<ueceu d%sso> -uem eram estas .essoas "ue me formam/

essoas 'oas/ essoas m0s/ 1ocê me deu %ida, e de.ois me a'andonou .ara "ue eu

morresse -uem sou eu/ 2cha "ue eu # "ue sou mau/

D%an!e de !al ar)uen!a$ão( %c!or sen!eYse !o!alen!e %o!en!e e coo&%do( coo se

,osse assu%r a sua resonsab%l%dade elo ser <ue cr%ara as( de&%do ao seu r4r%o e)o;so(

&*Yse <ue( no !ranscorrer da h%s!4r%a( ele acred%!a <ue a Cr%a!ura !e u ,or!e oder

ar)uen!a!%&o( as <ue não assa de ua arad%lha. A ada!a$ão c%nea!o)r6,%ca u!%l%a( co

u senso acurado( os esa$os ,echados e aber!os( o =o)o do claro e do escuro( e a !r%lha sonora

en&ol&en!e. Nes!e !rabalho de an6l%se( serão desen&ol&%dos ar)uen!os !endo coo base es!a

&ersão( <ue se enca%:a er,e%!aen!e no es!udo da ,an!6s!%ca cr%a$ão do hoe e do seu

conhec%en!o de undo.

2



2.< A I"'$r'$='!5()!)$ 9r$$"'$ $ Fr!"/$"'$("

_ oss;&el cons!a!ar a %n!er!e:!ual%dade e *rankenstein não aenas a!ra&8s do

relac%onaen!o da ,%)ura %!ol4)%ca de +roe!eu a %c!or( as !ab8 elas d%&ersas en$Oes

<ue a obra ,a a c%en!%s!as <ue %n,luenc%ara a cr%a$ão do ons!ro( oe!as do er;odo

ro[n!%co( e al)uas obras l%!er6r%as <ue se relac%ona co a !e6!%ca do l%&ro( <ue ode ser

os l%%!es 8!%cos e rel%)%osos da c%*nc%a( be coo a re=e%$ão ao d%,eren!e e ao anZalo(

carac!er;s!%cas da soc%edade de assa. Aba%:o( se)ue as re,er*nc%as>

Erasmus Darwin: a&Z de Charles Dar%n( ubl%cou o l%&ro oonomia ou 6eis da 1ida

OrgHnica onde ass%nalou <ue a &ar%a$ão do ab%en!e ro&oca ua resos!a do or)an%so

Pes!ru!ura de u 4r)ãoQ. +or!an!o( os an%a%s !rans,ora&aYse elo h6b%!o ro&ocado elasnecess%dades. 9oão Lu;s Ale%da Machado P2005Q rela!a <ue( e sua( Erasus Dar%n

acred%!a&a na heran$a de carac!eres ad<u%r%dos e( co essa cren$a( rodu%u o <ue decer!o era

ua eer)en!e !eor%a da e&olu$ão( ebora( de ,a!o( a%nda de%:asse u%!as <ues!Oes se

resos!a. A c%!a$ão a es!e c%en!%s!a sur)%r6 na In!rodu$ão da Au!ora( ,e%!a ara a ed%$ão de

?H?( onde Mar Shelle con!a a h%s!4r%a <ue ou&%u da boca de seu ar%do e de seus a%)os( e

<ue a ,e ensar na es!ru!ura %n%c%al de seu roance> Eles ,ala&a do Dr. Dar%n... não e

re,%ro ao <ue o dou!or ,e ou d%sse <ue ,e( as no eu r4r%o %n!eresse( no <ue se ,ala&a <ue

ele !er%a ,e%!o PS7ELLE( 2002( . Q.

Paracelso: con,ore a Enc%clo8d%a Barsa P. 25G( &ol. ?0Q( o ,undaen!o do seu

s%s!ea 8 ua ,%loso,%a &%s%on6r%a neola!Zn%ca( na <ual a &%da huana 8 &%s!a coo %nsear6&el

do un%&erso. 1 coro huano 8 r%e%raen!e coos!o de sal( en:o,re e erc^r%o( e a

seara$ão des!es eleen!os ;s!%cos ser%a a causa das doen$as. +ara ele( o 8d%co de&e

25



conhecer as C%*nc%as #;s%cas e a Al<u%%a( a As!rono%a e a Teolo)%a( o%s( al8 do coro e do

es;r%!o( h6( nos seres huanos( u !erce%ro eleen!o( cr%ado or Deus( a ala. E

*rankenstein( +aracelso %n,lu%r6 nos conhec%en!os c%en!;,%cos de %c!or a!ra&8s de suas

le%!uras> when I returned home, my first care was to .rocure the whole works of this author,

and afterwards of aracelsus2? PS7ELLE( ?F( . ?FQ. Na &ersão c%nea!o)r6,%ca de

enne!h Branna)h( a Cr%a!ura er)un!a a %c!or se ela ossu% ala ou( se ele( ao cr%6Yla(

es<ueceu des!e ,a!o suben!endeYse <ue( e de!er%nado oen!o( o c%en!%s!a não obser&ou

ro,undaen!e os ens%naen!os de +aracelso.

Albertus Magnus: san!o adroe%ro das c%*nc%as na!ura%s( rocurou ada!ar as !eor%as

de Ar%s!4!eles " ,%loso,%a cr%s!ã( e recuerou ara a cul!ura oc%den!al os es!udos c%en!;,%cos do

)rande ensador. Eseculando sobre o conhec%en!o da &erdade( Alber!us Ma)nus rocurou

deons!rar <ue se od%a alcan$6Yla !an!o or e%o da re&ela$ão e da ,8( <uan!o da ,%loso,%a e da

c%*nc%a não ha&%a con!rad%$ão en!re esses do%s ca%nhos. Ebora hou&esse %s!8r%os

acess;&e%s soen!e " ,8( al)uns asec!os da dou!r%na cr%s!ã( coo a %or!al%dade da ala(

od%a ser coreend%dos !ab8 ela raão. A %or![nc%a dada " raão &%r%a a ser ua das

r%nc%a%s carac!er;s!%cas da ,%loso,%a de seu a%s no!6&el d%sc;ulo( san!o To6s de A<u%no. De

esec%al %n!eresse ,ora os es!udos de san!o Alber!us sobre Ar%s!4!eles( nos <ua%s %n!rodu%u

coen!6r%os e descr%$Oes de suas r4r%as obser&a$Oes e e:er%*nc%as nos caos da b%olo)%a(

da as!rono%a e das a!e6!%cas. Xuando( na obra( se)undo Cr%s!%na Mar%a Te%:e%ra Mar!%nho

P2005Q( %c!or coe$a a cons!ru%r sua cr%a!ura( não sen!e <ue es!6 desa,%ando as le%s de Deus(

=us!aen!e or acred%!ar <ue os r%nc;%os da c%*nc%a e da rel%)%ão era coa!;&e%s ao <ue ele

se rounha a ,aer no caso( essa ser%a a %n,lu*nc%a de Alber!us Ma)nus> I little eB.ected, in

2? Tradu$ão> Xuando &ol!e% ara casa( eu r%e%ro cu%dado ,o% rocurar !oda a obra da<uele au!or e( deo%s( asde +aracelso PS7ELLE( 2002( . Q

2F



this enlightened and scientific age, to find a disci.le of 2l'ertus Magnus22 PS7ELLE( ?F(

. ?Q.

Cornelius Agrippa: ,o% u a)o <ue &%&eu na Renascen$a( ado!ou o noe de A)r%a

e hoena)e ao ,undador de sua c%dade na!al na Aleanha. Trabalhou coo 8d%co(

ad&o)ado( as!r4lo)o e co curas a!ra&8s da ,8. Mas ,e !an!os %n%%)os <uan!o a%)os e ,o%

acusado de ,e%!%$ar%a. E ?52( ubl%cou u l%&ro chaado So're a *ilosofia Oculta( &alendoY

se de !e:!os hebra%cos e )re)os ara ar)uen!ar <ue a elhor ane%ra de che)ar a conhecer a

Deus era or e%o da a)%a. A I)re=a declarouYo u her8!%co e o rendeu. A)r%a ,o% ua das

%ns%ra$Oes de 'oe!he ara escre&er a e$a *austo( na <ual u hoe de c%*nc%a ,a u ac!o

co o d%abo se)undo Nelson Ascher P200( . ?Q. Seu noe 8 !ab8 u !ero ara des%)nar

u l%&ro de a)%a u%!o esec%al( cor!ado e ,ora de essoa. Ele !ab8 %ns%rou Mar

Shelle na coos%$ão do car6!er de %c!or #ranens!e%n>

In !h%s house I chanced !o ,%nd a &olue o, !he ors o, Cornel%us A)r%a. Ioened %! %!h aa!h !he !heor h%ch he a!!e!s !o deons!ra!e( and !heonder,ul ,ac!s h%ch he rela!es( soon chan)ed !h%s ,eel%n) %n!o en!hus%as.A ne l%)h! seeed !o dan uon %nd and( bound%n) %!h =o( Icoun%ca!ed d%sco&er !o ,a!her. M ,a!her looed carelessl a! !he!%!le a)e o, boo( and sa%d( Y Ah Cornel%us A)r%a M dear %c!or( dono! as!e our !%e uon !h%s %! %s sad !rash.2 PS7ELLE( ?F( . ?5Q.

Luigi al!ani: 8d%co e ,%s%olo)%s!a %!al%ano <ue( ao real%ar es<u%sas sobre o

coor!aen!o dos ^sculos das rãs(,e descober!as %or!an!es ara a ele!r%c%dade P%lan!ar

a)ulhas e on!os &%!a%s do an,;b%o ara obser&ar a con!ra$ão uscularQ se)undo a

Enc%clo8d%a Barsa P. ?( &ol. FQ( ele colaborou ara a cr%a$ão das %lhas el8!r%cas. Sua

dou!r%na 8 chaada de )al&an%so. No ,%le de enne!h Branna)h( an!es de dar &%da "

22 Tradu$ão 9aa%s esere% encon!rar( nes!a %dade das c%*nc%as e das lues( u d%sc;ulo de Alber!us Ma)nusPS7ELLE( 2002( . 52Q.2

Tradu$ão> Nessa casa( eu encon!re% or acaso u &olue das obras de Cornel%us A)r%a. Abr%Yod%sl%cen!een!e a !eor%a <ue ele !en!a deons!rar e os ara&%lhosos ,a!os <ue ele rela!a lo)o !rans,oraraesse sen!%en!o e en!us%aso. +arec%a <ue ua no&a lu sur)%a e eu c8rebro( e &%brando de ale)r%a(coun%<ue% %nha descober!a a eu a%. Meu a% olhou descu%dadaen!e ara a caa do eu l%&ro e d%sse> Y AhCornel%us A)r%a Meu caro %c!or( não erca !eo co %sso. _ ua boba)e PS7ELLE( 2002( . Q.

2G



Cr%a!ura( %c!or ,a ua e:er%en!a$ão rean%ando u sao a!ra&8s de descar)a el8!r%ca e

seus on!os &%!a%s. No l%&ro( e:%s!e &6r%as assa)ens re,eren!es " dou!r%na de 'al&an%( !a%s

coo>

1n !h%s occas%on a an o, )rea! research %n na!ural h%losoh as %!h us(and( e:c%!ed b !h%s ca!as!rohe( he en!ered on !he e:lana!%on o, a !heorh%ch he had ,ored on !he sub=ec! o, elec!r%c%! and )al&an%s( h%ch asa! once ne and as!on%sh%n) !o e2 PS7ELLE( ?F( . ?GQ.

"or#sworth e Coleri#ge: An!hon Bur)ess P?( . ?HY? 200Y20?Q aresen!a

al)uas das r%nc%a%s carac!er;s!%cas desses do%s )randes oe!as do roan!%so %n)l*s. 1

r%e%ro carac!er%aYse elo uso da %n!u%$ão( %s!%c%so( bucol%so( %deal%a$ão das essoas

s%les Psão a%s uras( a%s s6b%as <ue os hab%!an!es da c%dade( e a sua l%n)ua)e 8 enos

corru!a( ossue ua condu!a de acordo co na!ureaQ. +odeYse es!abelecer u aralelo das

suas carac!er;s!%cas r%nc%a%s co a en!al%dade %n%c%al da Cr%a!ura( <ue a)e %n!u%!%&aen!e(

re,u)%aYse e local%dades rura%s ou r4:%as " na!urea e !ab8 ela %deal%a$ão da ,a;l%ade caoneses De Lace. Coo e:elo( h6 u !recho de seu oea intern 2''ey( <ue es!6

den!ro da obra( re,er%ndoYse a u desaba,o de %c!or sobre a ersonal%dade do a%)o

assass%nado( 7enr Cler&al>

The sound%n) ca!arac! / 7aun!ed h% l%e a ass%on> !he !all roc( / Theoun!a%n( and !he dee and )loo ood( / The%r colours and !he%r ,ors(ere !hen !o h% / An ae!%!e a ,eel%n)( and a lo&e( / Tha! had no need o, areo!er char( / B !hou)h! sul%ed( or an %n!eres! / UnborroWd ,ro !heee25 PS7ELLE( ?F( . HQ.

1 se)undo oe!a !e ,%:a$ão elo sobrena!ural( os eleen!os 6)%cos e %s!er%osos(

)eralen!e &ol!ados ara o al ou sensa$Oes s%n%s!ras e as <ual%dades deon;acas das suas

descr%$Oes. U !recho do seu a%s ,aoso oea( 2ncient Mariner ( es!6 %nser%do no ca;!ulo (

2 Tradu$ão> Nes!a ocas%ão( acha&aYse conosco u hoe( )rande es<u%sador das c%*nc%as na!ura%s( <uee:c%!ado or es!e ac%den!e( se Zs a e:l%car ua !eor%a <ue elaborara sobre a ele!r%c%dade e o )al&an%so( ao

eso !eo no&a e esan!osa ara % PS7ELLE( 2002( . FQ.25 Tradu$ão> Assal!a&aYo ua a%:ão> as rochas al!ane%ras( as on!anhas e os bos<ues ro,undos e sobr%os(co suas cores e suas ,oras( deser!a&a nele sensa$Oes e u aor <ue não rec%sa&a de recZnd%!osencan!os( nasc%dos da %a)%na$ão( ou de %n!eresses eres!ados elo <ue a &%são lhe od%a roorc%onarPS7ELLE( 2002( . ?H2Q.

2H



=us!aen!e o da cr%a$ão do ons!ro( e e:ressa o es!ado eoc%onal de %c!or a4s es!a

real%a$ão> 6ike one who, on a lonely road, J 9oth walk in fear and dread,J 2nd, ha%ing once

turned round, walks on, J 2nd turns no more his headD J +ecause he knows a frightful fiend J

9oth close 'ehind him tread 2F PS7ELLE( ?F( . 2GQ.

$olney: co a sua obra Im.#rios 2rruinados( aresen!a ua le);!%a descr%$ão

)eo)r6,%ca e h%s!or%o)r6,%ca de &6r%as na$Oes( dandoYlhes u car6!er roanesco se)undo

An!on%o Carlos +%nho S%l&a e Ab;l%o #r%edan P2005Q. A Cr%a!ura ler6 es!e l%&ro e 8 ar!%r dele

<ue saber6 se or%en!ar e d%re$ão a 'enebra ara rocurar seu cr%ador( conhecer6 as re)%Oes

%nab%!adas do lane!a e arender6 o ca%nho ara o +4lo Nor!e <ue lhe ser&%r6 de esconder%=o e

seul!ura>

The boo ,ro h%ch #el%: %ns!ruc!ed Sa,%e as olneWs Ru%ns o,E%res... Throu)h !h%s or I ob!a%ned a cursor noled)e o, h%s!or( anda &%e o, !he se&eral e%res a! resen! e:%s!%n) %n !he orld %! )a&e e an%ns%)h! %n!o !he anners( )o&ernen!s( and rel%)%ons o, !he d%,,eren! na!%ons

o, !he ear!h2G PS7ELLE( ?F( . F?Q.

Plutarco: ,e u &erdade%ro ca!6lo)o de ersonal%dades %s!ura de her4%s( ,%)uras

;!%cas( e e:elares c%dadãos es!ad%s!as ( era o sacerdo!e de Aolo e escre&eu F b%o)ra,%as

coaradas e a%s ad%c%ona%s. In!%!ulouYas de os 1arKes Ilustres P<ue conheceos coo 1idas

IlustresQ( onde rende seu !r%bu!o "s )randes ,%)uras do undo )recoYroano( huan%andoYos

ao cole!arYlhes anedo!as e e<uenos %nc%den!es. #o% nele <ue Shaeseare abeberouYse ara

encenar 2ntLnio e 3le=.atra( e Alio 3#sar ( se)undo M%chel 9al%l #aua P2005Q( en<uan!o 9eanY

9ac<ues Rousseau recoenda&aYo coo le%!ura obr%)a!4r%a na ,ora$ão do car6!er dos =o&ens.

1 r4r%o +lu!arco( <ue cr%ou u c[none( %s!o 8( ua aresen!a$ão adrão ara as &%das <ue

2F Tradu$ão> Coo al)u8 <ue nua es!rada sol%!6r%a( ca%nha !eeroso e a!error%ado( e( !endo olhado e

derredor( a&an$a( se &%rar a%s a cabe$a or saber <ue u !err;&el %n%%)o aro:%aYse or !r6s delePS7ELLE( 2002( . FGQ.2G Tradu$ão> 1 l%&ro co <ue #8l%: %ns!ru;a Sa,%e era I8r%os Arru%nados de olne... A!ra&8s des!e l%&ro(ob!%&e u bre&e conhec%en!o da h%s!4r%a e ua &%são dos %8r%os a!ualen!e e:%s!en!es no undo. Conse)u%coreender os cos!ues( os )o&ernos e as rel%)%Oes das d%,eren!es na$Oes da Terra PS7ELLE( 2002( . ?HQ.

2



escre&eu e )rossos &olues( concorda <ue não ,e h%s!4r%a no sen!%do a%or( de %n&es!%)a$ão

acurada( coo assue( or e:elo( co u uc)dides( as s%les b%o)ra,%as( al)o a%s

descoroe!%do co os r%)ores e!odol4)%cos( as <ue a!8 ho=e a!ra% u un%&erso a%or de

le%!ores. Na obra *rankenstein( <ue c%!a a obra de +lu!arco 8 a Cr%a!ura es!a con!a <ue sen!%u

)rande coo$ão ao !oar conhec%en!o do car6!er huano a!ra&8s da le%!ura>

The &olue o, +lu!archWs L%&es( h%ch I ossessed( con!a%ned !he h%s!or%es o,!he ,%rs! ,ounders o, !he anc%en! reubl%cs `... bu! +lu!arch !au)h! e h%)h

!hou)h!s he ele&a!ed e abo&e !he re!ched shere o, on re,lec!%ons!o ad%re and lo&e !he heroes o, as! a)es2H PS7ELLE( ?F( . FGQ.

oethe: no roance 2s ristezas de Werther 8 rela!ada a &%da do =o&e ar!%s!a

]er!her( er!encen!e ao undo 'las# da al!a bur)ues%a( <ue re,u)%aYse nua buc4l%ca &%la( onde

busca o odo de &%da con!ela!%&o. CercaYse dos cl6ss%cos )re)os( asse%a elos caos e

<uase <ue re=e%!a as ,r%&ol%dades bur)uesas( %nclus%&e aren)ando con!ra al)uns c[nones da<uela

soc%edade. Mas ele r4r%o es!6 reso "<uela cond%$ão> sua e:%s!*nc%a re&ela a car%ca!ura

da<uele sa%oir(%i%re bur)u*s> ,re<en!a ba%les das al!as rodas( relac%onaYse co a ar%s!ocrac%a e

nunca re&ela a <ue &e%o> 8 aenas a o!*nc%a de u ar!%s!a( <ue não se an%,es!a. +o%s es!a

,%)ura de hoe acaba or &er)arYse " a%:ão P%oss;&elQ or Lo!!e. A en%na a)radaYlhe or

seus odos e elas ,e%$Oes %n!adas e !ons as!8%s elo ro[n!%co 'oe!he. Mas 8 no%&a de

Alber!( <ue se !orna barre%ra %n!ranson;&el a ]er!her> a lealdade e corre$ão %edeYno do a!o

a%s &erdade%raen!e s%ncero. E 8 e e%o a es!e enredo de aorY%deal e ren^nc%a <ue

ere%a os conce%!os de su%c;d%o de ]er!her( se)undo Nelson Ascher P200( . ?FQ. E

*rankenstein( a Cr%a!ura sen!e ua ro,unda %den!%,%ca$ão co o ersona)e ]er!her( não

aenas or rocurar o re,^)%o no cao( as or se sen!%r reso na !err;&el cond%$ão de

2H Tradu$ão> 1 &olue <ue eu ossu;a das %das Ilus!res de +lu!arco con!%nha as h%s!4r%as dos r%e%ros,undadores das an!%)as re^bl%cas... as +lu!arco ens%nouYe ensaen!os a%s subl%es( ele&ouYe ara ac%ada ru%nosa es,era de %nhas r4r%as re,le:Oes( ens%nandoYe a ad%rar e aar os her4%s do assadoPS7ELLE( 2002( . ?Y50Q.

0



re=e%!ado <ue seu cr%ador lhe causou e or !oar o roance coo &er;d%co( conced%a ao

ersona)e a!r%bu!os <uase d%&%nos>

In !he Sorros o, ]er!her( bes%des !he %n!eres! o, %!s s%le and a,,ec!%n)s!or( so an o%n%ons are can&assed( and so an l%)h!s !hron uon ha!had h%!her!o been !o e obscure sub=ec!s( !ha! I ,ound %n %! a ne&erYend%n)source o, secula!%on and as!on%shen!... I !hou)h! ]er!her h%sel, a ored%&%ne be%n) !han I had e&er beheld or %a)%ned h%s charac!er con!a%ned no re!ens%on( bu! %! sun dee.2 PS7ELLE( ?F( . FFYFGQ.

Ro)er Sha!!uc P2000( . HY???Q !en!a %den!%,%car u aralelo en!re o ersona)e

%c!or #ranens!e%n co a%s u ersona)e <ue d6 !;!ulo a ou!ro roance de 'oe!he(

*austo, o%s abos são 8d%cos e c%en!%s!as obcecados or &encer a %d8%a da or!e( abos

erde suas aadas e conse<*nc%a dos seus erros e abos cr%a u ser de,orado. A

Cr%a!ura( nes!e caso( 8 os!a e aralelo co o 7o^nculo( ser )ro!esco cr%ado or #aus!o( e

a%nda co Me,%s!4,eles( or ser de,%c%en!e( %ncole!o. Coo a au!ora Mar Shelle não ,a

re,er*nc%a a es!a obra e seu roance( não h6 or<ue aro,undar es!e es!udo no resen!e

!rabalho.

%ohn Milton: u dos %lares da cul!ura de l;n)ua %n)lesa( be coo u cl6ss%co e

<ue a erud%$ão 8%ca renascen!%s!a se assoc%a " sonor%dade re!4r%ca e rel%)%osa do barroco sua

obraYr%a 8 a eo8%a ara)so erdido( e <ue recr%a o con,l%!o en!re L^c%,er e Deus e o %!o

da cr%a$ão do hoe( be coo sua e:ulsão do ara;so co ua e!a,;s%ca on%s!a Pdita

também filosofia biológica, em que a realidade total se reduz sempre à

unidade monista da matéria, vida e espírito; neste sentido não há Deus

separado do mundo, nem há alma separada da matéria, da qual o

psiquismo é apenas uma epifenmeno; encontrou fundamento através das

teorias positivistas de !ousseau e "omte# e ua es8c%e de a!er%al%so cr%s!ão.

2

Tradu$ão> E As Tr%s!eas de ]er!her( al8 do %n!eresse da narra!%&a s%les e coo&en!e( são e:a%nadas!an!as o%n%Oes e !an!a lu ,o% lan$ada sobre o <ue a!8 en!ão ,ora os eus !eas obscuros( <ue nele eu encon!re%ua %n,%nd6&el ,on!e de esecula$ão e esan!o... Eu acha&a <ue ]er!her era( e s% eso( u ser a%s d%&%node <uan!os eu =6 &%ra ou %a)%nara seu car6!er( se o re!ender( ene!ra&a no ,undo de %nha alaPS7ELLE( 2002( . ?Q.

?



Coos!a de doe l%&ros e escr%!a e en![e!ros %n)leses( a obra aresen!a a %no&a$ão dos

&ersos brancos( co e:!raord%n6r%o senso de r%!o e sonor%dade. A rela$ão da obra *rankenstein

co o ara)so erdido 8 ro,undaen!e e&%den!e ara 7arold Bloo P2002( . 2F5Q( não

aenas or causa das duas h%s!4r%as abordare a cr%a$ão e <ueda do hoe( as or os!rar

<ue )eralen!e o )ro!esco( o anZalo 8 o s;bolo do al. Al8 da e;)ra,e ser u !recho do

!e:!o de M%l!on( onde Adão aborda a Deus sobre a sua cr%a$ão( <ue !oar6 conhec%en!o no

roance de Mar Shelle sobre es!a h%s!4r%a 8 a Cr%a!ura( ora se %den!%,%cando co Adão( or

ser u ob=e!o de cr%a$ão( ora o %n&e=ando or !er u Cr%ador sere resen!e ou!ras &ees se

%den!%,%cando co Sa!an6s( ela re=e%$ão or<ue assa e ela %n&e=a do con&;&%o haron%oso

en!re as essoas> +ut aradise 6ost eBcited different and far dee.er emotions Many times I

considered Satan as the fitter em'lem of my conditionD for often, like him, when I %iewed the

'liss of my .rotectors, the 'itter gall of en%y rose within me0 PS7ELLE( ?F( . FGQ.

Schiller: %or!an!e oe!a( draa!ur)o e ,%l4so,o aleão( %n!eressado( sobre!udo( na

Es!8!%ca ,aleceu =o&e( as de%:ou oes%as( e$as !ea!ra%s e escr%!os <ue arcara a l%!era!ura

e a ,%loso,%a aleãs. No l%&ro( ele não 8 enc%onado as ,a ua e<uena ar!%c%a$ão no

,%le de enne!h Branna)h( coo u =o&e e arro)an!e es!udan!e de In)ols!ad!( <ue se

%n!erOe no ca%nho de %c!or e 7enr Cler&al.

0 Tradu$ão> Mas o +ara;so +erd%do ro&ocouYe sensa$Oes a%nda a%s d%&ersas e ro,undas... u%!as &eescons%dere% Sa!an6s coo o eblea <ue a%s se ada!a&a " %nha s%!ua$ão( o%s não raro( coo ele( <uando eu&%a a ale)r%a de eus ro!e!ores( sen!%a den!ro de % o )os!o aar)o da %n&e=a. PS7ELLE( 2002( . ?50Y?Q.

2



0 A CRIAÇÃO FANTÁSTICA DO HOMEM E O CONHECIMENTO DE MUNDO

0.1 Co"#$('o )$ F!"'4'(#o

+r%e%raen!e( ara <ue se ossa en!rar no es!udo do eleen!o ,an!6s!%co den!ro da

obra de Mar Shelle( ,aYse necess6r%o conce%!ual%ar o !ero. Se)undo Aur8l%o Buar<ue de

7olanda #erre%ra P200( . HQ( o ,an!6s!%co 8 o eleen!o e:%s!en!e aenas na ,an!as%a( no

%a)%n6r%o de cada u( !ab8 ode reresen!ar o <ue 8 e:!raord%n6r%o ou o <ue 8 ,also e

s%ulado. Tab8 na obra de Sela Calasans Rodr%)ues P?HH( . Q( o !ero ,an!6s!%co Pdo

la!% .hantasticu( or sua &e do )re)o .hantastik=s( os do%s or%undos de .hantasiaQ recebe

conce%!o s%%lar( acrescen!ando <ue se al%ca elhor a u ,enZeno de car6!er ar!;s!%co( coo 8

a l%!era!ura( cu=o un%&erso 8 sere ,%cc%onal or e:cel*nc%a( or a%s <ue se <ue%ra aro:%6Ylo

do real.

No sen!%do res!r%!o( o ,an!6s!%co a%nda se elabora a ar!%r da re=e%$ão <ue o S8culo das

Lues ,a do ensaen!o !eol4)%co ed%e&al e de !oda a e!a,;s%ca. Nesse sen!%do ele oerou

ua !rans,ora$ão se receden!es do ensaen!o oc%den!al. A ar!%r do )rande o&%en!o de

rac%onal%a$ão( odeYse a,%rar <ue se rocurou absor&er os an!%)os !errores e dar ua

e:l%ca$ão le%)a ara a h%s!4r%a da huan%dade. En!re!an!o( a rac%onal%dade se deara co u

l%%!e %os!o ela r4r%a s%!ua$ão do hoe <ue a ensa( se)undo Cr%s!%na Mar%a Te%:e%ra

Mar!%nho P2005Q.



A oderna narra!%&a ,an!6s!%ca reon!a( e ^l!%a %ns![nc%a( ao roance )4!%co

PGothic >o%el Q <ue sur)%u no s8culo \III. Ao con!r6r%o de seu ances!ral <ue e:lora&a

d%re!aen!e os ab%en!es acabros( os lances dra6!%cos e o r%!o acelerado de a&en!ura o

,an!6s!%co ,o% aula!%naen!e sendo deurado ao lon)o do s8culo \I\ a!8 che)ar no \\ co

u arsenal narra!%&o a%s su!%l( enredos a%s condensados( escr%!ura a%s re<u%n!ada. Seu

cao !e6!%co( or8( ,o% abandonando a r6%da sucessão de acon!ec%en!os surreenden!es(

assus!adores e eoc%onan!es ara aden!rar es,eras a%s cole:as <ue o aro:%a do %!o e

do s;bolo. Cnh!%a 7aber) P2005Q rela!a <ue a narra!%&a ,an!6s!%ca !ornouYse rece!%&a "

%n<u%e!a$ão eran!e os a&an$os c%en!;,%cos e !ecnol4)%cos Pr%nc%alen!e co a obra

*rankenstein( de Mar ShelleQ( aos de&ane%os on;r%cos ou de ,aYdeYcon!a( "s an)^s!%as

e:%s!enc%a%s e s%col4)%cas( e " sensa$ão de %o!*nc%a ,ren!e "s oressOes.

Xual<uer <ue se=a seu re!e:!o ou con!e:!o( a narra!%&a ,an!6s!%ca e,e!ua ua

rea&al%a$ão dos ressuos!os da real%dade( con,ore re,ereYse Sela Calasans Rodr%)ues P?HH(

. 5Q( <ues!%onando sua na!urea rec;ua e colocando e d^&%da nossa caac%dade de

e,e!%&aen!e ca!6Yla a!ra&8s da erce$ão dos sen!%dos. E conse<*nc%a d%sso( o ,an!6s!%co

,a eer)%r a %ncer!ea e o descon,or!o d%an!e da<u%lo <ue era !%do coo ,a%l%ar. Ao con!r6r%o

do )*nero *antasy Phe 6ord of the Nings( de 9. R. R. Tol%enQ( !ão ao )os!o dos le%!ores

odernos( o ,an!6s!%co não cr%a undos ,abulosos( d%s!%n!os do nosso e o&oados or cr%a!uras

%a)%n6r%as( as re&ela e roblea!%a a &%da e o ab%en!e <ue conheceos no d%aYaYd%a.

Esse real%so do ,an!6s!%co não %l%ca( or8( e ua l%%!a$ão ou auer%a$ão

de seu alcance na aborda)e de robleas huanos. An!es( 8 a ,on!e de sua cole:%dade

es!8!%ca e de reresen!a$ão soc%al es!ando a; =us!aen!e sua d%s!%n$ão da s%les h%s!4r%a de

horror( coos!a de ersona)ens e s%!ua$Oes acabras &%sando não soen!e o e,e%!o de !error(

na &%são de Cr%s!%na Mar%a Te%:e%ra Mar!%nho P2005Q. Bo e:elo dessa d%,eren$a es!6 en!re o

l%&ro *rankenstein ou o no%o rometeu P?H?HQ( de Mar Shelle <ue real%a u ro,undo



es!udo da s%colo)%a huana Pe,e%!os da re=e%$ão e ,al!a de a,e!o sobre o %nd%&;duoQ e !ab8

das rela$Oes soc%a%s Preconce%!os e &alor%a$ão das aar*nc%as causando a ar)%nal%a$ão

da<ueles <ue ,ora ua %nor%aQ e d%&ersas &ersOes c%nea!o)r6,%cas da esa obra( e

<ue as nuances do !e:!o or%)%nal es!ão aa)adas e( e seu lu)ar( 8 aresen!ada aenas a

!ra=e!4r%a de u ons!ro ,e%o e au.

Sela Calasans Rodr%)ues P?HH( . ?Q rela!a <ue ao lon)o do ca%nho( o ,an!6s!%co

a!ra&essou ,ases d%s!%n!as( e <ue lan$ou ão de e:ed%en!es d%,eren!es ara cr%ar a sensa$ão de

%nse)uran$a e( se %n%c%alen!e o %ns4l%!o era rodu%do no n;&el se[n!%co( no s8culo \\ ele se

%n,%l!ra no n;&el s%n!6!%co> e ,%ns do s8culo \III e coe$o do \I\( o ,an!6s!%co e:%)%a a

resen$a do eleen!o sobrena!ural( ad&%ndo o edo da ,%)ura de u ,an!asa ou ons!ro Pa

causa da an)^s!%a es!6 no ab%en!e e:!ernoQ !ab8 assa a e:lorar a d%ensão s%col4)%ca(

sendo o sobrena!ural subs!%!u;do or %a)ens assus!adoras cu=a or%)e es!6 na loucura( e

aluc%na$Oes( esadelos Pa causa da an)^s!%a es!6 no %n!er%or do su=e%!oQ.

A%nda e Sela Calasans Rodr%)ues P?HH( . ?GQ( encon!raos o arecer de Ar&de

Bar%ne sobre o ,an!6s!%co na l%!era!ura do s8culo \III>

Nosso s8culo ,o% ,a&or6&el " l%!era!ura ,an!6s!%ca. Nele ela encon!rou seurenasc%en!o( do <ual n4s não &%os senão a aurora. A honra dessa no&a,lora$ão !e or%)e ro&a&elen!e na c%*nc%a. Xuando essa nos ens%na <ueua l%)e%ra al!era$ão de nossa re!%na ,ar%a o undo ara sere descolor%do(ela su)ere a !odos o ensaen!o de <ue o undo real oder%a be não ser

ua aar*nc%a( coo =6 os ,%l4so,os o sab%a. Xuando ela nos ro&* decr%a!uras do!adas de 4r)ãos e de sen!%dos d%,eren!es dos nossos( ela ,a ressen!%r <ue de&e ha&er !an!as aar*nc%as de undos <uan!as ,oras deolhos e de &ar%edades de en!end%en!o. A c%*nc%a !ornaYse ass% a al%ada e(a%s a%nda( a %ns%radora do escr%!or ,an!6s!%co> ela o encora=a a sonharundos %a)%n6r%os ao ,alarYlhe se cessar de undos %)norados.PR1DRI'UES(?HH( . ?GQ.

9us!aen!e e decorr*nc%a dos ,a!os ac%a c%!ados 8 <ue se descobr%u a %or![nc%a

do %nd%&;duo( o deson!ar de d%&ersos eleen!os bas%lares ara a odern%dade coo a

declara$ão dos d%re%!os huanos( o acesso un%&ersal " educa$ão e conse<en!e al%a$ão do

5



^bl%co le%!or( a !rans,ora$ão da ar!e e ercador%a e o sur)%en!o da l%!era!ura de assas

ou se=a( a narra!%&a ,an!6s!%ca %ZsYse coo &e;culo de e:ressão do su=e%!o e ecan%so de

cr;!%ca e !rans)ressão da s%!ua$ão &%)en!e.

0.2 A Cr(!+,o F!"'4'(#! )o H!"o $ Fr!"/$"'$("

Mar Shelle !rabalha a %n!era$ão obra e undo( aresen!ando ua obra <ue ode ser

l%da de d%&ersas ,oras. +rodu%da nu con!e:!o <ue &%a sur)%r o decl;n%o do oe!a coo

de%ur)o( o a!o de cr%ar !oa a d%re$ão da ,an!as%a sobrena!ural( ,u)%ndo de ua concre!%a$ão

es<uea!%ada( con,ore 9oão Lu;s Ale%da Machado P2005Q. E %s!o !e a &er co a

dereensão do %a)%n6r%o e sua na!urea o%s>

1 d%,uso do %a)%n6r%o 8 a cond%$ão ara <ue ele se=a caa de assu%rcon,%)ura$Oes d%&ersas( o <ue 8 sere e:%)%do o%s se !ra!a de !ornar o%a)%n6r%o a!o ara o uso. A ,%c$ão e a con,%)ura$ão a!a ara o uso do%a)%n6r%o Por<ueQ cr%a oss%b%l%dades dele se or)an%ar( as ro&oca

!ea!%a$Oes ra)6!%cas corresonden!es. A ,%c$ão 8 a con,%)ura$ãocon!ra,ac!ual da real%dade e:%s!en!e ela ul!raassa os l%%!es dos do%s lanosY %a)%n6r%o e real. PLIMA( ?H( . GQ.

Mar Shelle !rabalha es!a d%al8!%ca do %a)%n6r%o e roOe !r*s narra!%&as <ue se

%n!erconec!a( con!adas or hoens !o!alen!e des!%!u;dos do sen!%en!o de &%da ,a%l%ar.

Cada u deles aresen!a a ersec!%&a de ne)a$ão des!a e:er%*nc%a. ]al!on( %c!or e a cr%a!ura

são seres <ue roblea!%a o TER da &%da bur)uesa( se)undo Lu;s Carlos Cal%l P2005Q.

]al!on es!6 de!er%nado a encon!rar re)%Oes no +4lo Nor!e ara nelas &%&er e dese=a ar!%lhar

sua descober!a co a huan%dade( da esa ane%ra <ue %c!or. 1s do%s se encon!ra

dulos / arce%ros no %solaen!o. %c!or( ara )erar ua &%da ar!%,%c%al se e:%la da huan%dade(

dos con,or!os da casa( da no%&a. Incaa de con,essar seus a!os( não conse)ue a&%sar sua ,a;l%a

do er%)o <ue a ronda. A Cr%a!ura( cen!ro da narra!%&a( or sua &e( es!6 colocada coo u

ar)%nal na soc%edade se ,a;l%a( areende o undo elos l%&ros e( en,urec%da or

F



coor!aen!os ara ela %ncoreens;&e%s( an%<u%la !odos <ue ossa con!r%bu%r( de al)ua

,ora( ara co a &%da ,el% de seu cr%ador.

%&endo nua 8oca <ue =6 os!ra os s%na%s da decad*nc%a de ua orde <ue não

sa!%s,a%a as deandas do real( na o%n%ão de 7arold Bloo P2002( . 2FHQ( Mar Shelle

arece %re)nada das %d8%as da ãe( ,aosa escr%!ora ,e%n%s!a( e delas se ser&e ara cr%ar

ua ,an!as%a <ue ,ala sobre os e,e%!os er%culosos e ern%c%osos da anu!en$ão r;)%da das

es,eras ascul%na e ,e%n%na do do;n%o ^bl%co. Trabalho %ersus laer( raão %ersus

%a)%na$ão são a !Zn%ca <ue %uls%ona sub&ers%&aen!e o real ,%cc%onal. Inoc*nc%a %ersus

ar)%nal%dade são e%:os <ue de!er%na os narradores.

De acordo co Cr%s!%na Mar%a Te%:e%ra Mar!%nho P2005Q( as !r*s narra!%&as

conc*n!r%cas %Oe u desdobraen!o l%near da l%nha do enredo. Es!e %n%c%aYse e !er%na co

]al!on( escre&endo ara sua %rã %n)lesa( da er%,er%a e:!er%or do undo c%&%l%ado( l%%!e

en!re o conhec%do e o desconhec%do. Des!e on!o( ca%nhaos ara den!ro do c;rculo da

c%&%l%a$ão( os arrabaldes rura%s de 'enebra( cen!ro da 8!%ca +ro!es!an!e. Nes!e lu)ar( hoens e

ulheres deons!ra os bons sen!%en!os( a coos!ura e o decoro decorren!es das

con&en$Oes !rad%c%ona%s. As ,a;l%as l%)adas " !e6!%ca es!ão be cod%,%cadas. Es!as ,a;l%as

não os!ra a &%são de !an!os roances da 8oca( co as a&en!uras <ue sere aresen!ara

,%na%s ,el%es( !r%un,ando sobre <ual<uer os%c%onaen!o con!r6r%o.

Teos( e *rankenstein, na &%são de 7arold Bloo P2002( . 2G0Q( o ca%nho oos!o.

1s le%!ores se deara r%e%ro co a c%&%l%a$ão e seus descon!en!es( e suas !en!a!%&as de

res)a!arYse den!ro des!a soc%edade co a&en!uras %raculosas <ue a!%n=a o &alor de ua

re)enera$ão de &%da. A c%rcular%dade do enredo en,a!%a u ou!ro !%o de &%da an!%da ela

consc%*nc%a das ersona)ens <ue se &%ncula a ou!ros &alores. Ce)os ara <ua%s<uer ou!ros

con!e:!os( ]al!on e %c!or( na real%dade( não se coreendera a%nda coo !r[ns,u)os soc%a%s.

G



Mar Shelle não !ea!%a o rocesso %nconsc%en!e <ue os le&a ao %solaen!o( as !rabalha a

!ranscend*nc%a dos &alores <ue ere%a suas a$Oes.

ale ressal!ar <ue es!e !rabalho não !e a %n!en$ão de se os%c%onar sob ua ou ou!ra

ersec!%&a( as s% o de aresen!6Ylas coo 4los de ensaen!o concernen!es aos ca%nhos

da e&olu$ão Pnão ror%aen!e b%ol4)%ca( as !ab8 soc%alQ( con,%)urando na d%al8!%ca c%!ada

an!er%oren!e. Es!ar;aos( o%s( d%an!e de duas ro&%sOes> a<uela or base rousseaun%ana( de

ae)o " na!urea e a seus cos!ues( " cul!ura r^s!%ca e !r%bal <ue resul!a e con&%&*nc%a =us!a e

a <ue d%!a o ro)resso( o desen&ol&%en!o coo ercal$o na!ural do hoe( des!%no na!ural de

sua es8c%e e <ue a ela ,a =us coo carac!er;s!%ca s%)n%,%can!e do rocesso &%!al e de suas

)era$Oes.

_ nes!e on!o <ue en!ra Shelle e sua ad&er!*nc%a co rela$ão ao ,uror c%en!;,%co

&%&%do r%nc%alen!e no s8culo \III( colocando e lena Euroa ua cr%an$a de,orada(

alYaarada e( o <ue 8 %or( or n%n)u8 ace%!a( con,ore Cr%s!%na Mar%a Te%:e%ra Mar!%nho

P2005Q. he 'eing ( or &ees não ror%aen!e !radu%do coo o ons!ro( não cresce de

,ora d%,eren!e aos 6r%as das soc%edades odernas( se o ;n%o oss;&el de ass%s!*nc%a ou

coa%:ão( e dessa ,ora se !rans,ora no assass%no de consc%*nc%a %ncou. _( se d^&%da(

o ersona)e a%s huano da obra( eso sendo o ^n%co <ue não ,o% )erado coo u.

M%chel 9al%l #aua P2005Q ale)a <ue or essa raão e a ar!%r do ressuos!o de sua

8oca( *rankenstein 8 consensualen!e cons%derado o a% da ,%c$ão c%en!;,%ca( e não aenas u

con!o de horror( coo ass% se !rans,orou ara u%!os le%!ores>

Na &erdade( !ra!aYse do )rande( senão ^n%co %!o or%)%nal rodu%do ela %dade da c%*nc%a e da !8cn%ca( a cu=os r%4rd%os sua au!oraass%s!%u na In)la!erra e cu=a cul%na$ão es!aos ho=e &%&endo eloundo !odo co o ad&en!o da c%bern8!%ca e da en)enhar%a )en8!%caP#AUfA( 2005Q.

A coleen!ar es!as ala&ras( d%Yse <ue a cul%na$ão a%nda es!6 or &%r( =6 <ue no

%n;c%o do s8culo \\I( 8 d%,;c%l a !are,a de de,%n%r o <ue =6 acon!eceu( o <ue es!6 acon!ecendo e o

H



<ue es!6 or &%r e !eros de !ecnolo)%a e c%*nc%a. +or8( 8 cer!o <ue o ser de *rankenstein(

cr%ado a ar!%r do casaen!o hoe g c%*nc%a ,o% o r%e%ro de u%!os huan4%des da

es8c%e na l%!era!ura( se)undo Ed)ar #ranco P2005Q.

De con,or%dade co 9os8 +aulo +aes P?G( . 25Q( a rese%!o des!e !4%co( no

ca;!ulo de *rankenstein( onde 8 descr%!o o oen!o dec%s%&o e <ue o ons!ro se an%a(

%ne:%s!e <ual<uer %nd%ca$ão acerca dos e%os u!%l%ados elo seu cr%ador ara %nsu,larYlhe a

cen!elha da &%da. Es!a 8 rodu!o( !oda&%a( não de ar!es 6)%cas ou de recurso ao sobrena!ural(

coo na ,%c$ão )4!%ca( as de ua descober!a c%en!;,%ca a ar!%,%c%al%dade dessa recr%a$ão de

&%da es!6 be arcada( no re,6c%o de ?H?( ela alusão ao uso de ua 6<u%na ara conse)u%Y

la e ao r4r%o car6!er a<u%nal dos o&%en!os e:ecu!ados elo ons!ro( <ue =6 arece

ar!%c%ar dessa s%b%ose en!re o ec[n%co e o b%ol4)%co carac!er;s!%ca dos cy'orgs da oderna

,%c$ão c%en!;,%ca.

Na &ersão c%nea!o)r6,%ca de enne!h Branna)h( 8 oss;&el che)ar a%s lon)e( o%s

os ro!e%r%s!as er)ulhara nas ,on!es %n!er!e:!ua%s c%!adas na obra e cr%ara ua ,ora de

aresen!ar a cr%a$ão do ons!ro ao ^bl%co. +r%e%raen!e( %c!or( obcecado( %n&ade o

labora!4r%o do ro,essor ]aldan e rouba suas ano!a$Oes. Cons!a!a <ue o ro,essor usou

material errado, .recisa de fontes auBiliaresD a"ui est0 a eB.eriência< um fracasso, o ser

reanimado # deformado e a sua figura causa ascoD esse fator de.ende de mat#ria(.rima

a.ro.riada( a a!8r%aYr%a a <ue se re,ere ser%a os cad6&eres PressuOeYse( de coros

a%nda ,rescosQ. U!%l%ando !odos os seus conhec%en!os sobre a ele!r%c%dade( o )al&an%so e

os es!udos de &6r%os c%en!%s!as( al8 de acuun!ura e ua %d8%a or%)%nal de u!%l%ar l;<u%do

an%4!%co <ue ser%a o resons6&el ela anu!en$ão da &%da nos es!6)%os %n%c%a%s( a Cr%a!ura

cons!ru;da e odelada recebe( al8 de descar)as el8!r%cas( &6r%os cho<ues de en)u%as <ue es!ão

na solu$ão rearada or %c!or( e 8 rean%ada. Nesse on!o da cr%a$ão huana( !an!o de ,ora

%l;c%!a no roance( coo e:l;c%!a no ,%le( de,%neYse o eleen!o ,an!6s!%co a ar!%r do e,e%!o



de %ncer!ea e da hes%!a$ão ro&ocada no rece!or e ,ace de u acon!ec%en!o sobrena!ural(

&%s!o de ua ,ora laus;&el.

+ara Ro)er Sha!!uc P2000( . ?00Q( não h6 lu)ar ara )race=os e 8 lebrado ao

rece!or <ue a rodu$ão ar!%,%c%al de &%da !e conse<*nc%as !err;&e%s( coo se ode coro&ar

lo)o deo%s <ue #ranens!e%n d6 &%da " Cr%a!ura essa eresa recebe os e;!e!os de

ca!6s!ro,e... horror( oera$ão <ue !ra " lu u ons!ro... des)ra$ado... u cad6&er

deon;aco Pca;!ulo Q. A%nda nes!a ocas%ão( %c!or ,o)e ara o seu <uar!o e sonha co

El%abe!h( sua %rã de cr%a$ão e &erdade%ro aor. E seus bra$os( ela se !rans,ora no cad6&er

che%o de &eres de sua ,alec%da ãe. _ d%,;c%l e&%!ar ua %n!erre!a$ão s%b4l%ca> #ranens!e%n(

e busca da real%a$ão de u %la)re c%en!;,%co <ue ere$a ad%ra$ão( descobre !er &%olen!ado

a r4r%a Mãe Na!urea.

Coo se ode obser&ar or e%o desse rela!o( a l%!era!ura ,an!6s!%ca abre u ou!ro

receden!e ara a an6l%se( as &%sOes on;r%cas Pos sonhosQ( e es!as( no undo )4!%co( )eralen!e

e:l%c%!a( desde o %n;c%o( a resen$a do er%)o e da or!e %%nen!e( a ar de ua )rande lu!a

ara &enc*Yla. E con,or%dade co o roance( sabeYse <ue 8 =us!aen!e o <ue ocorre na &%da

de %c!or ao lon)o do seu rela!o.

A)ora( no <ue se re,ere " Cr%a!ura( 7arold Bloo P2002( . 2FY2F5Q ale)a <ue a

esa( a!ra%ndo seu &%n)a!%&o cr%ador ara o undo )elado <ue reresen!a o Jr!%co( 8 ua

Eana$ão P,ora %deal do dese=oQ erse)u%da or u Esec!ro Pa sobraQ( co a enore

d%,eren$a de ser ua Eana$ão d%s,ore( a%s u esadelo da real%dade do <ue u sonho de

dese=o. Ebora a%s od%ado do <ue aado( a Cr%a!ura 8 a reresen!a$ão !o!al do oder cr%ador

de %c!or e a%s %a)%na!%&o <ue o seu cr%ador. A Cr%a!ura 8( ao eso !eo( a%s %n!elec!ual

e a%s eoc%onal <ue seu cr%ador co raão( e:cede de u%!o a #ranens!e%n coo o Adão de

M%l!on e:cede o Deus reresen!ado or M%l!on no ara)so erdido. 1 a%or arado:o e a a%s

esan!osa real%a$ão do roance de Mar Shelle 8 <ue o ons!ro 8 a%s huano <ue seu

0



cr%ador. Es!e( ser se noe( 8 a%s d%)no de aor <ue seu cr%ador( e a%s od%oso( a%s d%)no de

ena e <ue a%s se de&e !eer e( sobre!udo a%s a!o ara causar ao rece!or u cho<ue

a%or de consc%en!%a$ão no <ual o reconhec%en!o es!8!%co coele " a%s ele&ada conce$ão

do e)o. Ass% coo o Esec!ro e a Eana$ão( #ranens!e%n e sua Cr%a!ura cons!%!ue as

e!ades sol%s;s!%cas? de u s4 eu. %c!or 8 a en!e e as eo$Oes &ol!adas ara o %n!er%or de s%

eso( e sua Cr%a!ura( a en!e e as eo$Oes d%r%)%das %a)%nar%aen!e ara o e:!er%or(

rocurando a%or huan%a$ão a!ra&8s do con,ron!o co os ou!ros e)os.

ale no!ar !ab8 <ue( co a or!e r4:%a( %c!or os!ra )rande a)%!a$ão ao ,alar

ao ca%!ão do na&%o>

#areell( ]al!on See ha%ness %n !ran<u%ll%! and a&o%d ab%!%on( e&en %,%! be onl !he aaren!l %nnocen! one o, d%s!%n)u%sh%n) oursel, %n sc%enceand d%sco&er%es. e! h do I sa !h%s I ha&e sel, been blas!ed %n !hesehoes( e! ano!her a succeed2 PS7ELLE( ?F( . ?20Q.

1u se=a( o desa,%o <ue lan$a a s% eso e a udan$a de d%re$ão no ,%nal do !recho

e:%)e( de acordo co Ro)er Sha!!uc P2000( . ?0?Q( ua ausa clara e arca o

reaarec%en!o do c%en!%s!a ,an6!%co <ue dese=a assar ad%an!e o bas!ão. Meso na or!e( o Dr.

#ranens!e%n( o Moderno +roe!eu( não conse)ue descar!ar os %ulsos ab%c%osos <ue

des!ru;ra sua &%da.

Nesse oen!o( sur)e a Cr%a!ura. Nas <ua!ro ^l!%as 6)%nas( sobre o cad6&er de

%c!or( ela ,a u lon)o d%scurso a ]al!on. De odo elodra6!%co( o ser ale)a ha&er so,r%do

a%s <ue seu cr%ador( <ue erdera os en!es a%s r4:%os &%olen!aen!e assass%nados. >o

guilt, no mischief, no malignity, no misery, can 'e found com.ara'le to mine PS7ELLE(

?F( . ?2?Q. En!ão( ara ,%nal%ar seus a!os( a Cr%a!ura roe!e acender ua %ra ,uner6r%a( na

? Sol%s%so> dou!r%na ,%los4,%ca <ue cons%dera o eu coo ^n%ca real%dade no undo. PBL11M( 2002( . 2F5Q2

Tradu$ão> Adeus( ]al!on +rocure a ,el%c%dade na !ran<%l%dade e e&%!e a ab%$ão( eso <ue se=a aenasaaren!e( ara d%s!%n)u%Ylo na c%*nc%a ou e al)ua descober!a. Con!udo( or <ue d%)o %sso Eu !%&e as %nhaseseran$as des!ru;das( as ou!ro ode ser beYsuced%do. PS7ELLE( 2002( . 25Q. Tradu$ão> Não e:%s!e cula( aldade( des)ra$a( ou %s8r%a <ue se ossa coarar " %nha PS7ELLE(2002( . 25HQ.

?



<ual re!ende ser consu%da. Seu e:a)ero 8 !ão )ro!esco <uan!o elodra6!%co. A ba!alha a <ue

se ded%ca esses !err;&e%s %n%%)os 8 a lu!a ela )l4r%a( esse %ulso &%r%l <ue %ns%rou horror "

au!ora( le&andoYa a escre&er seu l%&ro coo u ro!es!o. A Cr%a!ura usura ao hoe <ue o

cr%ou o ael de +roe!eu so,redor. Realen!e( não 8 de se esan!ar <ue no %!o resul!an!e e na

&%são oular o noe #ranens!e%n se=a ass%%lado " Cr%a!ura( e não ao cr%ador.

Na o%n%ão de Ed)ar #ranco P2005Q( a l%!era!ura( u%!as &ees( !e o oder de

an!ec%ar os ,a!os( ou elhor( ro,e!%ar sobre eles. *rankenstein( coo l%!era!ura ,an!6s!%ca(

Zde re&er o sur)%en!o da clona)e huana. +ara ele( o roance ode ser carac!er%ado

coo o arco da l%!era!ura de ,%c$ão c%en!;,%ca( elo ,a!o de narrar a h%s!4r%a da cr%a$ão de u

ser huano h;br%do( ,orado ela un%ão de ar!es huanas re!%radas de d%&ersos coros. Na

8oca e <ue ,o% escr%!o( a c%*nc%a a%nda es!a&a d%s!an!e de des&endar a es!ru!ura do DNA( as

a!8 ho=e o roance deons!ra sua a!ual%dade ser&%ndo de e!6,ora ara ecolo)%s!as do

Green.eace ba!%are os b%o!ecn4lo)os <ue desen&ol&e es<u%sas de h%br%d%a$ão de )enes

huanos co an%a%s ara eresas de b%oen)enhar%a( eles ,ora ael%dados de C%en!%s!asY

#ranens!e%n( nua alusão ao Dr. %c!or #ranens!e%n( resons6&el ela cr%a$ão do ons!ro.

1 roance <ues!%ona a!8 <ue on!o a c%*nc%a ode sub&er!er a 8!%ca e desa,%ar os r%nc;%os da

na!urea( sub&er!endo a orde na!ural das co%sas. No ,%nal( a Cr%a!ura &ol!aYse con!ra o cr%ador(

deons!rando o os%c%onaen!o da au!ora e oos%$ão " on%o!*nc%a da c%*nc%a.

Essa an6l%se da cr%a$ão do ser elo Dr. #ranens!e%n( e do roance or Mar Shelle(

le&a ao ^l!%o dos eleen!os con!e:!ual%an!es do ,an!6s!%co( <ue Sela Calasans Rodr%)ues

P?HH( . GQ chaa de %nan%ado an%ado. Coreendendo( desde =6( or %nan%ado( a<u%lo

<ue não 8 do!ado de ala( de o&%en!o r4r%o ro&en%en!e da &on!ade Pu cad6&er( or

e:eloQ e ao con!r6r%o( o an%ado( o <ue !e ala( &on!ade e o&%en!os r4r%os odeYse

en,ren!ar al)uns o!%&os ,an!6s!%cos coo o das es!6!uas an%adas Pno caso +roe!eu(

2



cons!ru%ndo a es!6!ua de barroQ( ou ou!ros <ue lhe são ho4lo)os( coo( no roance

*rankenstein( a rean%a$ão de u cad6&er.

0.0 Co">$#($"'o )$ M")o

*rankenstein( da au!ora %n)lesa Mar Shelle( 8 u e:elo cl6ss%co da %deal%a$ãodo

hoe suerYoderoso e do encan!aen!o do undo <ue o c%rcunda( es!e a l8)uas da

s%l%c%dade da &%da co!%d%ana. E ou!ras ala&ras( o l%&ro 8 u reresen!an!e or e:cel*nc%a da

l%!era!ura )4!%ca e cons!%!u% ua es8c%e de resos!a aos %dea%s rac%onal%s!as e &o)a na Euroa

a!8 en!ão( se)undo Cn!h%a 7aber) P2005Q.

Coo d% 'abr%ela Ale%da P2005Q( 8 des!a er%ss%&%dade cr%a!%&a <ue nasce os

a%s %n&en!%&os e:elos des!e !%o de l%!era!ura. 1 escr%!or er)ulha nu undo sobrena!ural

ara ser sal&o or seres suer%ores e c%rcuns![nc%as <ue nada !* a &er co sua !r%s!e real%dade.

*rankenstein 8 cons%derado arco or reun%r !odos os eleen!os es!%l;s!%cos carac!er;s!%cos do

)*nero )4!%co( ao eso !eo e <ue %ns!aura as re%ssas do roan!%so. Tra!aYse da

h%s!4r%a de %c!or #ranens!e%n <ue( nua busca seden!a elo conhec%en!o c%en!;,%co( acaba

erdendo o con!role sobre o ons!ro <ue resul!a de seus e:er%en!os. As re%ssas do )4!%co

se an!ec%a " r4r%a h%s!4r%a> !eos( e &%s!a do r4r%o !ea( u roance cr%a!%&o( l%&re de

do)as e ,oral%sos de escr%!a( onde a na!urea 8 %deal%ada e se acred%!a &%&er nua no&a era

de oss%b%l%dades e !rans,ora$Oes dan!es %n%a)%n6&e%s.

Do on!o de &%s!a 8!%co e rel%)%oso( a obra busca cr%!%car( de cer!a ,ora( a !oda

!en!a!%&a de !rans)ressão da orde na!ural e d%&%na. Ao dar &%da " Cr%a!ura( %c!or es!6 !en!ando

suerar( ou e<u%ararYse( a Deus. Co %sso( !rans)r%de as le%s d%&%nas e 8 un%do co o

so,r%en!o e a or!e. E se( or u lado( a obra ,a ua cr;!%ca " suera$ão de Deus( or ou!ro(

de,ende a raão c%en!;,%ca. #a!o esse <ue 8 erceb%do <uando %c!or des!r4% a no%&a da



Cr%a!ura( e&%!ando( ass%( a rocr%a$ão dessa es8c%e e( <ue sabe( o e:!er;n%o da ra$a

huana.

+ara 9oão Lu;s Ale%da Machado P2005Q( o le%!or 8 le&ado a conhecer a &%da do

ro!a)on%s!a sol%!6r%a e e)oc*n!r%ca( coo o são os ro!a)on%s!as de roances )4!%cos e

!odos os orenores <ue o condue da cr%a$ão do ons!ro " sua r4r%a au!odes!ru%$ão.

%c!or 8 ab%c%oso no <ue d% rese%!o ao conhec%en!o !e( " sua esera( ua ulher <ue o

aa a r%a El%abe!h e co <ue re!ende se casar deo%s de !er conclu;do seus lanos

acad*%cos. 1 %deal ro[n!%co %ncelado ela au!ora na e:ec!a!%&a de un%ão desses do%s

ersona)ens 8 %n!erro%do elos e,e%!os da c%*nc%a( usada coo eleen!o de,la)rador das

!rans,ora$Oes da aaren!e noral%dade na &%da do ro!a)on%s!a. *rom this day natural

.hiloso.hy, and .articularly chemistry, in the most com.rehensi%e sense of the term, 'ecame

nearly my sole occu.ation PS7ELLE( ?F( . 22Q. A ener)%a el8!r%ca rec8Ydescober!a 8 o

on!o al!o da c%*nc%a( resons6&el ela cr%a$ão do ons!ro &er%,%caYse( da;( !ra$os claros de

eleen!os de ,%c$ão c%en!;,%ca resen!es !ab8 na obra.

Ale:ander Mar!%ns %anna P2005Q ale)a <ue( la%c%ando o !ea da PreQcr%a$ão do

PsuerQhoe( Mar Shelle cr%a u lano dra6!%co de condena$ão ara #ranens!e%n or

re!ender roer a barre%ra en!re a &%da e a or!e. A &%são da na!urea coo e:elo er,e%!o

de ,or$a &%!al ressuOe a e:%s!*nc%a do c%clo en!re a &%da e a or!e( o%s a &%da bro!a da

decoos%$ão da a!8r%a or!a e ua ro=e$ão er8!ua ara o ,u!uro. Nesse sen!%do( !al

es%ral não ode ser ro%da e( caso ocorra( es!arYseY%a d%an!e de u no&o arad%)a( al)o

es!ranho a !udo e:%s!en!e e a!8r%a de saber( noras( &alores e con&en$Oes. Tal 8 a cond%$ão

e:%s!enc%al de u ons!ro. 1 ons!ro( ou 6r%a soc%al( 8 o s%nal de <ue al)o den!ro de ua

soc%edade não &a% be. No en!an!o( lon)e de con!elare a s% esas na %a)e do

Tradu$ão> A ar!%r da<uele d%a( as c%*nc%as na!ura%s( e ar!%cularen!e a <u;%ca( no a%s coreens;&elsen!%do do !ero( !ornaraYse <uase <ue %nha ^n%ca ocua$ão PS7ELLE( 2002( . 5GQ.



ons!ro( as soc%edades !ende )eralen!e a cr%ar ,ron!e%ras Prea%s / s%b4l%casQ ara ro=e!ar no

al%en;)ena soc%al os seus ales.

No en!an!o( Mar Shelle não conceder6 !al ecan%so de escae a #ranens!e%n>

a,%nal( a sua escul!ura &%&a não ser%a ua abs!ra$ão d%s!an!e erd%da nua es!a!;s!%ca( as u

ser %nd%&%dual esec%al <ue( desen&ol&endo raão e sens%b%l%dade( era caa de se ,aer resen!e

" en!e de seu cr%ador coo %nd%&;duo e( or!an!o( !ornouYse %oss;&el ara %c!or al%enarYse

dos e,e%!os %re&%s!os de sua obra descon,or!o do <ual 8 ouada a a%or%a dos c%en!%s!as Pdo

assado e do resen!eQ( sob o an!o ro!e!or da neu!ral%dade c%en!;,%ca( esec%al%a$ão e

,%nal%dades nobres.

1 ons!ro( or sua &e( 8 !ab8 ro!a)on%s!a e %ns!aura( na narra!%&a( o d%lea oral

<ue condu " )rande <ues!ão da h%s!4r%a> a aldade do ons!ro ode ser coreend%da( ua

&e <ue a ele ,o% ne)ado <ual<uer !%o de %ns!ru$ão " hora de sua cr%a$ão 5ow delineate the

wretch whom with such infinite .ains and care I had endea%oured to form/5 PS7ELLE(

?F( . 25Q 8 o <ue #ranens!e%n d% ao se dearar co a Cr%a!ura( <ue 8 =o)ada ao undo

se nenhu !%o de !u!ela. 1 ons!ro desaarece( arende a l%dar co os robleas do undo

e re!orna( !eos deo%s( e busca de ua &%n)an$a <ue não 8 )ra!u%!a( as ,undada no

ressen!%en!o <ue &e coo conse<*nc%a das ad&ers%dades or <ua%s assa.

+ara 'abr%ela Ale%da P2005Q( o <ue 8 a%s )ra&e 8 a aldade huana(

reconce%!uosa e %n!oleran!e ou a aldade ac%onada não or o$ão( as coo re&%de ao =ul)o

reconce%!uoso dos seresYhuanos his was then the reward of my 'ene%olence! I had sa%ed

a human 'eing from destruction, and, as a recom.ense, I now writhed under the misera'le .ain

of a wound, which shattered the flesh and 'oneF PS7ELLE( ?F( . GQ rela!a a Cr%a!ura

5

Tradu$ão> Coo descre&er o ser %ser6&el <ue eu lo)rara ,orar a!ra&8s de so,r%en!os e cu%dados%n,%n%!os PS7ELLE( 2002( . F5Q.F Tradu$ão> #o% essa en!ão a recoensa da %nha bondade Eu sal&ara u ser huano da or!e e( coorecoensa( con!orc%aYe a)ora co a dor %ser6&el de ua ,er%da <ue e ras)ara a carne e es!ra$alhara osossos PS7ELLE( 2002( . ?FQ.

5



nu on4lo)o e <ue e:l%ca o or<u* de !er o!ado or od%ar !odos os hoens( <ue o ha&%a

!ra!ado al aenas or causa de sua aar*nc%a horrenda 2m I to 'e thought the only criminal

when all human kind sinned against me/G PS7ELLE( ?F( . ?22Q. 1 ons!ro( a<u%( 8 u

ersona)e redondo( <ue e&olu% ao lon)o da !raa( e <ue !e( de al)ua ,ora( sua aldade

=us!%,%cada.

A:el ahn P2005Q ede ara <ue se obser&e o ,a!o da Cr%a!ura !er não soen!e ,ora e

,or$a huana( as !er ou!ros a!r%bu!os huanos( <ue são a consc%*nc%a( a ea!%a( o dese=o.

Xuando ela escaa e se acha na ,lores!a( no %n!er%or da Su;$a( de onde obser&a ua ,a;l%a( ela

se %ress%ona ela &%da ,a%l%ar( ela a,e%$ão do hoe e da ulher( dos a%s elas suas

cr%an$as. Ela )os!ar%a de( !ab8( e:er%en!ar %sso. Essa 8 a raão ela <ual &a% rocurar

%c!or #ranens!e%n( o cr%ador( e lhe ede ara cr%ar ua cr%a!ura ,*ea. Não !an!o ara se

rerodu%r( as ara ser !o!alen!e huan%ado( ara o <ue 8 rec%so !er ua arce%ra <ue o

olhe coo !al. 1ra( os hoens não olha essa Cr%a!ura coo u hoe( coo u deles(

conse<en!een!e( são %ncaaes de %n!era)%r co ela os%!%&aen!e( são %ncaaes de

huan%6Yla. _ rec%so do%s ara ser u hoe( ou( eso( ua Cr%a!ura huan%ada( e a

Cr%a!ura ede %sso a %c!or #ranens!e%n( <ue coe$a a ,abr%car a ulher. Ele não che)a ao ,%nal

do seu ereend%en!o( or<ue sen!e edo de ua )era$ão de e<uenos ons!ros

con<u%s!ando a Terra. #%caYse( en!ão( d%an!e de u ser <ue !e a caac%dade de ser huano( <ue

!e a caac%dade de !er ua consc%*nc%a( <ue !e o dese=o de aar( as es!6 ro%b%do de

huan%arYse. +ercebeYse <ue os seres huanos es!ão( de al)ua ,ora( na s%!ua$ão de !odos os

)randes cr%%nosos( <ue não ,ora nunca cons%derados elos ou!ros coo er!encen!es ao seu

undo. Ass% as essoas( cu=a &%ol*nc%a e:!raord%n6r%a !e sua or%)e no ,a!o de <ue ,ora

eranen!een!e re=e%!adas( ne)adas coo er!encen!es " huan%dade. E *rankenstein( a

Cr%a!ura reresen!a %sso. _ o!enc%alen!e huana( as 8 %ed%da de ser huan%ada ela

G Tradu$ão> De&o cons%derarYe o ^n%co cr%%noso( <uando !oda a huan%dade ecou con!ra %PS7ELLE( 2002( . 25HQ.

F



^n%ca essoa <ue ode ,a*Ylo. Re%n!erre!aYse ass%( o %!o de #ranens!e%n( conclu%ndo <ue 8

or<ue a !ecnolo)%a não ,o% a!8 o ,% nos seus ro4s%!os <ue o desas!re acon!ece e( não( or<ue

deu %n;c%o a esse ereend%en!o.

1s do%s ar6)ra,os an!er%ores( anal%sados de !odos os [n)ulos( che)a( e a%s u

en,o<ue abordado no l%&ro( ao reconce%!o ao d%,eren!e ou ao anoral( carac!er;s!%cas de !odas

as soc%edades( r%nc%alen!e as de assas. Con,ore rela!a An!on%o Carlos +%nho S%l&a e

Ab;l%o #r%edan P2005Q( a Cr%a!ura sere ,o% desreada e al!ra!ada ela soc%edade. Sob essa

4!%ca( o ons!ro de #ranens!e%n( <ue no ,undo 8 u ser d4c%l e a6&el( assa a ser u s;bolo

dos e:clu;dos. Essa %d8%a 8 re,or$ada elas ,alas da Cr%a!ura es!are sere )ra,adas en!re

asas e elo ,a!o dela não !er se<uer u noe. Ela 8 a Cr%a!ura e a%s nada( e <ue le&a a crer

<ue o ser huano 8 u rodu!o da na!urea e da c%&%l%a$ão.

Ale:ander Mar!%ns %anna P2005Q nos rela!a <ue( or!an!o( a !ra)8d%a de #ranens!e%n

con!ada or Mar Shelle não de%:a de an%,es!ar cer!os %ncZodos co a ,ora <ue as el%!es

)o&ernan!es !ra!a&a a <ues!ão soc%al na 8oca. A arro)[nc%a soc%al( a a,e!a$ão nas a,e%$Oes e a

,al!a de sol%dar%edade cons!roe seus r4r%os ons!ros soc%a%s( <ue são =o)ados ara o nada

soc%al ou ara o al. Nesse sen!%do( não 8 ua condena$ão oral%s!a rel%)%osa con!ra o saber

8d%coYc%en!;,%co <ue Mar Shelle nos aresen!a( as ua ro&oca$ão ro[n!%coYhuan%s!a

<ue re!ende lebrar <ue o hoe( e sua [ns%a de !en!ar aer,e%$oar a s% eso e a seu

undo( não ode erder a sens%b%l%dade( o <ue s%)n%,%ca e<u%l%brar de odo %nclus%&o as

rela$Oes en!re e%os e ,%ns. Tal 8 a l%$ão <ue #ranens!e%n <uer de%:ar ara ]al!on e seus

^l!%os oen!os>

In a ,%! o, en!hus%as!%c adness I crea!ed a ra!%onal crea!ure( and as bound!oards h%( !o assure( as ,ar as as %n oer( h%s ha%ness and ellY be%n) I re,used !o crea!e a coan%on ,or !he ,%rs! crea!ure 7e shoed

unaralleled al%)n%! and sel,%shness( %n e&%l> he des!roed ,r%ends hede&o!ed !o des!ruc!%on be%n)s ho ossessed e:<u%s%!e sensa!%ons( ha%ness(and %sdo nor do I no here !h%s !h%rs! ,or &en)eance a end.M%serable h%sel,( !ha! he a render no o!her re!ched he ou)h! !o d%e.

G



The !as o, h%s des!ruc!%on as %ne( bu! I ha&e ,a%ledTha! he should l%&e!o be an %ns!ruen! o, %sch%e, d%s!urbs eH PS7ELLE( ?F( . ??Q.

Ass%( as ^l!%as ala&ras de #ranens!e%n <ue conclue seu c%clo !r6)%co es!ão lon)e

de anulare as eseran$as de descober!as no cao da c%*nc%a( o%s( eso recoendando o

a,as!aen!o do ca%!ão de ua sor!e coo a sua( acaba or se laen!ar e acred%!a <ue ua

ou!ra essoa oder%a assu%r o seu le)ado as as ala&ras d%!as ser&e ara corr%)%r e

]al!on P<ue es!6 na esa os%$ão do le%!orQ u !%o de [ns%a de saber <ue or dese<u%l%brar

a rela$ão en!re e%os e ,%ns erde a sens%b%l%dade e rela$ão " belea da &%da( e <ual<uer de

suas e:ressOes.

+ara cr%ar u con!raon!o sen!%en!al a %sso( Mar Shelle e:Oe( lo)o e se)u%da( a

%n!erlocu$ão de #ranens!e%n co ]al!on e( ass%( coloca o le%!or nu lano de susense e

se)uran$a e rela$ão "<u%lo <ue de&e ser en!end%do coo a oral da h%s!4r%a>

I do no! no !ha! !he rela!%on o, d%sas!ers %ll be use,ul !o ou e!(hen I re,lec! !ha! ou are ursu%n) !he sae course( e:os%n) oursel, !o!he sae dan)ers h%ch ha&e rendered e ha! I a( I %a)%ne !ha! oua deduce an a! oral ,ro !ale one !ha! a d%rec! ou %, ousucceed %n our under!a%n)( and console ou %n case o, ,a%lure. +reare !ohear o, occurrences h%ch are usuall deeed ar&ellous nor can I doub! bu! !ha! !ale con&es %n %!s ser%es %n!ernal e&%dence o, !he !ru!h o, !hee&en!s o, h%ch %! %s coosed PS7ELLE( ?F( . ?0Q.

+or %sso eso <ue( ara Cr%s!%na Mar%a Te%:e%ra Mar!%nho P2005Q( o arado:o

roe!8%co de #ranens!e%n 8 r%co de %l%ca$Oes ara a an6l%se da sens%b%l%dade ro[n!%ca e

a!8r%a de conhec%en!o> ele !%nha e en!e ua escul!ura &%&a( ua cr%a!ura suer%or ao seu

H Tradu$ão> Nu ras)o de en!us%6s!%ca loucura( cr%e% u ser rac%onal e de&%a asse)urarYlhe( !an!o <uan!o e,osse oss;&el( sua ,el%c%dade e beYes!ar... Eu recuse% cr%ar ua coanhe%ra ara a r%e%ra cr%a!ura. Eladeons!ra&a ua crueldade se ar e u e)o;so d%ab4l%co ele des!ru%u eus a%)os de&o!ouYse " des!ru%$ãode seres <ue ossu;a del%cados sen!%en!os( era ,el%es e s6b%os. Des)ra$ado ele r4r%o( ara <ue não causea%s des)ra$as de&e orrer. A % coe!%a des!ru;Ylo( as ,alhe%... A,l%)eYe ensar <ue ele ossa ,%car &%&o

ara ser u %ns!ruen!o da des)ra$a PS7ELLE( 2002( .25YQ. Tradu$ão> Não se% e <ue a narra$ão dos eus desas!res lhe ser6 ^!%l no en!an!o( <uando enso <ue o senhor

es!6 se)u%ndo os esos ca%nhos( e:ondoYse aos esos er%)os <ue e !ornara no <ue sou( acho <ue osenhor !al&e !%re al)u ro&e%!o da %nha narra!%&a( ua conclusão <ue ossa or%en!6Ylo se ,or be suced%doe sua eresa( e consol6Ylo( se ,alhar. +reareYse ara ou&%r ,a!os <ue couen!e são =ul)ados ara&%lhas...ne eu du&%do <ue a %nha narra!%&a re^na e s% ua s8r%e de e&%d*nc%as %n!ernas da &erdade dosacon!ec%en!os de <ue se coOe PS7ELLE( 2002( .?Y2Q.

H



cr%ador e belea( sens%b%l%dade( %n!el%)*nc%a( ,or$a e res%s!*nc%a as( coo !al cr%a$ão oder%a

ser a %a)e da belea se seu cr%ador( ara !orn6Yla oss;&el( r%&ouYse de &%da e a,e%$ão(

acercandoYse soen!e da or!e A a,e%$ão e a sens%b%l%dade são aresen!adas or Mar Shelle

coo ed%dores ara de,%n%r <uando a busca do saber ad<u%re ,e%$Oes ons!ruosas. L%$ão cara

ara a os!er%dade ...



3 CONSIDERAÇ?ES FINAIS

*rankenstein( ou o Moderno rometeu( aareceu ela r%e%ra &e anon%aen!e( e

!r*s &olues( no ano de ?H?H. Ian 1usb P?( . 5Q rela!a <ue ,o% u sucesso desde o

r%nc;%o( ass% coo u 'est(seller e( esec%alen!e( ua das a%ores resen$as cul!ura%s e

l%!er6r%as de !odos os !eos. Todas as o%n%Oes da cr;!%ca eraYlhe ,a&or6&e%s. +or e:elo(

]al!er Sco!! escre&eu( e +lackwood ( <ue o con!o( aesar dos %nc%den!es sel&a)ens( 8 escr%!o

nu %n)l*s lane=ado e ,or$ado( se aresen!ar a<uela %s!ura h%erb4l%ca )er[n%ca co <ue

noralen!e !e:!os ,an!6s!%cos são aresen!ados. Ele elo)%ou o au!or erroneaen!e ensando

<ue era +erc Shelle elo )*n%o or%)%nal e o encan!ador oder de e:ressão. A!8 eso a

o%n%ão a%s hos!%l( e%!%da or 9ohn ]%lson Croer( na Re&%s!a Tr%es!ral( !er%a es!%ulado o

%n!eresse>

Nossos le%!ores erceberão a!ra&8s des!e resuo( o <ue 8 o !ec%do horrorosode absurdo e de as<ueros%dade <ue es!e !rabalho con!8... 1s sonhos deloucura são encarnados nu ,or!e e no!6&el %d%oa %nsano e( o au!or( aesarda sua rac%onal%dade no re,6c%o( ,re<en!een!e nos de%:a e d^&%da sobrea sua r4r%a o%n%ão a rese%!o de seu her4%... *rankenstein !e assa)ens%n!r%)an!es e ras!e=an!es. PSTILLIN'ER( ?F( . ??Q.

1 au!or( cu=a %den!%dade s4 ,o% re&elada na 6)%na do !;!ulo na se)unda ed%$ão( e

?H2( era Mar Shelle( ,%lha dos do%s escr%!ores rad%ca%s a%s conhec%dos na In)la!erra no ,%nal

do s8culo \III. No re,6c%o da obra e %n)l*s( ,e%!o or 9ac S!%ll%n)er P?F( . 0FQ h6 ua

b%o)ra,%a sobre a au!ora( a <ual 8 ara,raseada nes!as cons%dera$Oes ara au:%l%ar u ouco



a%s na coreensão da h%s!4r%a coo u !odo. 1 a% dela era ]%ll%a 'od%n( ,%l4so,o

%n,luen!e e no&el%s!a u%!o l%)ado ao asec!o =ud%c%al e ol;!%co do Roan!%so. Sua ãe era

Mar ]olls!onecra,!( au!ora de ar!%)os ara re&%s!as( car!as de &%a)e( !radu$Oes( u roance(

ua h%s!4r%a con!eor[nea da Re&olu$ão #rancesa e ua Nei%indica&4o dos 9ireitos das

Mulheres( o !rabalho a%s %or!an!e sobre os d%re%!os das ulheres an!es de 9.S. M%ll e o seu

SuEei&4o das Mulheres( <uase o%!en!a anos deo%s. ]olls!onecra,! ,aleceu al)uns d%as deo%s de

dar " lu a Mar( no ,%nal de a)os!o de ?GG ass%( a au!ora de *rankenstein( ass% coo !odos

os ersona)ens %or!an!es de sua !raa( não !e&e ãe. A =o&e Mar assou ua ar!e de sua

&%da na Esc4c%a e ou!ra e Londres. Aos deesse%s anos( ela conheceu o oe!a +erc Shelle(

en!ão co &%n!e e u anos( <ue era u ad%rador e h4sede ,re<en!e do seu a% eles se

aa%:onara( Mar en)ra&%dou( e o casal ,o% orar =un!o no &erão de ?H?. Duran!e os do%s

anos <ue se se)u%ra a sua un%ão( eles &%&era e cons!an!es d%,%culdades ,%nance%ras. Seu

r%e%ro ,%lho( ua en%na( nasceu rea!uraen!e e ,e&ere%ro de ?H?5 e orreu al)uns d%as

deo%s o se)undo ,%lho( ]%ll%a a <ue Mar deu noe ao %rão a%s no&o de %c!or

#ranens!e%n( <uer%d%nho ]%ll%a( ,o% a r%e%ra &;!%a da Cr%a!ura nasceu deo%s de one

eses( e =ane%ro de ?H?F.

No &erão de ?H?F( os Shelle ,ora orar na Su;$a( res%d%ndo na c%dade de ColZn%a h6

ouca d%s![nc%a de 'enebra( na cos!a sul do la)o. Es!a&a l6( no e%o do *s de =unho( u

&%%nho r4:%o( Lord Bron( <uando Mar Shelle coe$ou a escre&er *rankenstein. Ela

recorda os de!alhes na In!rodu$ão da Au!ora( ,e%!a ara a !erce%ra ed%$ão e ?H?( onde ela

!en!a resonder a er)un!a> Coo 8 <ue eu( en!ão ua =o&e( ude ensar e d%scorrer sobre

u assun!o !ão horr;&elP S7ELLE( 2002( . 5Q. Coo o !eo não es!a&a bo( Mar

Shelle( seu ar%do e a%)os an!%&eraYse no %n!er%or du cas!elo lendo h%s!4r%as aleãs de

,an!asas uns ara os ou!ros( a!8 Lord Bron roor ua coe!%$ão ara a cr%a$ão de ua

h%s!4r%a ,an!asa)4r%ca. Ded%<ue%Ye a ensar nua h%s!4r%a PS7ELLE( 2002( . HQ ela

5?



!en!a&a escre&er( as não conse)u%a cr%ar nada a%nda. Y 96 encon!rou a h%s!4r%a

er)un!a&aYe !odos os d%as( e eu era obr%)ada a resonder co ua or!%,%can!e ne)a!%&a

PS7ELLE( 2002( . Q. Mas nua no%!e( ar!%c%ando de ua lon)a con&ersa sobre o

r%nc;%o da na!urea e da &%da( al)uas e:er%*nc%as do 8d%co Erasus Dar%n( e a

oss%b%l%dade de se rean%ar u cad6&er a!ra&8s do )al&an%so( Mar Shelle !e&e a sua

%ns%ra$ão>

A no%!e escoou or sobre essa con&ersa( e a!8 eso a hora das bru:ar%as h6

u%!o ha&%a assado( <uando nos re!%raos ara reousar. Colo<ue% a cabe$asobre o !ra&esse%ro( as não conse)u%a dor%r( ne od%a d%er <ue eues!%&esse ensando. M%nha %a)%na$ão( sol!a( ossu;aYe( )u%a&aYe(do!ando as sucess%&as %a)ens <ue se er)u%a e %nha en!e de uaclarea <ue %a al8 dos hab%!ua%s l%%!es do sonho. Eu &%a co os olhos,echados( as co ua ene!ran!e &%são en!al ( eu &%a o 6l%do es!ud%osodas ar!es ro,anas a=oelhado =un!o " co%sa <ue ele !%nha reun%do. Eu &%a ohorr;&el esec!ro de u hoe es!end%do( <ue( sob a a$ão de al)ua6<u%na oderosa( os!ra&a s%na%s de &%da e se a)%!a&a co u o&%en!oe%oY&%&o( desa=e%!ado. De&e !er s%do edonho( o%s !err%&elen!e esan!osode&%a ser <ual<uer !en!a!%&a huana ara %%!ar o es!uendo ecan%so doCr%ador do undo. 1 sucesso de&er%a !error%ar o ar!%s!a ele de&%a ,u)%r desua od%osa obra che%o de horror. Ele eserar%a <ue( en!re)ue a s% esa( acen!elha de &%da <ue ele lhe coun%cara e:!%n)u%rYseY%a( <ue a<uela co%sa <uerecebera ua an%a$ão !ão %er,e%!a er)ulhar%a na a!8r%a or!a( e ele oder%a en!ão dor%r na cren$a de <ue o s%l*nc%o do !^ulo en&ol&er%a arasere a bre&e e:%s!*nc%a do hed%ondo cad6&er <ue ele olhara coo ber$o deua &%da. Ele dore as 8 acordado abre os olhos a&%s!a a horrorosa co%sade 8 ao lado de sua caa( a,as!ando as cor!%nas e con!elandoYo co osolhos aarelos( &a%os de e:ressão( as esecula!%&os... #o% en!ão <ue a%d8%a e eol)ou( r6%da coo a lu. iAche% 1 <ue e ha&%a a!error%ado(cer!aen!e encher%a de horror aos ou!ros e eu !%nha aenas de descre&er oesec!ro <ue assobrara o eu sono da e%aYno%!eV. Na anhã se)u%n!e(

anunc%e% <ue =6 ha&%a encon!rado ua h%s!4r%a. Coece% a escre&*Yla na<ueleeso d%a co as ala&ras> iEra ua no%!e l^)ubre de No&ebroV(!ranscre&endo aenas os l^)ubres !errores do eu sonho acordado.PS7ELLE( 2002( . Y??Q.

Sonho acordado ode lebrar a obra de Coler%d)e da &%são dos sonhos e da osse

%a)%na!%&a <ue roos%!adaen!e resul!ou no oea ubla han( se)undo 7arold Bloo

P2002( . 2GQ. *rankenstein( or8( não 8 nenhu ,ra)en!o ne ua cur%os%dade

s%col4)%ca Pcoo Coler%d)e chaou seu !rabalhoQ( as ,a er,e%!aen!e a ,%c$ão co u

enredo col%cado( caadas ^l!%las de narra$Oes( e &6r%os !e:!os co %nes)o!6&e%s

52



s%)n%,%cados !e6!%cos. Mar Shelle !%nha deo%!o anos <uando coe$ou a !ra$ar sua h%s!4r%a

no ano de ?H?F( e deeno&e <uando conclu%u one eses deo%s. Esec%alen!e nas d8cadas

a!ua%s( <uando os roances assara a ser consu%dos a&%daen!e elos es!udan!es

un%&ers%!6r%os e cursos de %n)l*s( 8 <ue ,o% acrescen!ado o %n!eresse elo !rabalho so,%s!%cado

da au!ora <uando ela escre&eu sua h%s!4r%a( era da esa ,a%:a e!6r%a dos seus le%!ores

odernos.

js &ees( os le%!ores são chocados lo)o de %n;c%o ao descobr%r <ue #ranens!e%n 8 o

noe do c%en!%s!a obcecado ao %n&8s da cr%a$ão ons!ruosa or ele cr%ada e <ue a Cr%a!ura não

noeada( ,%)ura )ro!esca dos ,%les oulares e da !ele&%são( 8 na &erdade( o car6!er a%s

elo<en!e e rac%onal do roance. Mar Shelle coe$a a o,erecer %s!as sobre as suas %n!en$Oes

co a ed%$ão de ?H?H( onde no sub!;!ulo coara %c!or #ranens!e%n a +roe!eu( o !%!ã

conhec%do na %!olo)%a )re)a or sua de,esa huan%!6r%a con!ra a !%ran%a o ser <ue roubou o

,o)o dos deuses ara aer,e%$oar sua cr%a$ão do hoe( e <ue ,o% cas!%)ado or 9^%!er( sendo

encadeado nua rocha e !endo abu!res a lhe de&orar o ,;)ado. Des!a ,ora( o sub!;!ulo 8

%rZn%co> #ranens!e%n 8 u +roe!eu oderno cu=os o!%&os huan%!6r%os %n%c%a%s Pdescobr%r o

se)redo da &%da ara ban%r as doen$as <ue a!oren!a ao hoe e !orn6Ylo %n&ulner6&el "

or!e &%olen!aQ( são subord%nados %ed%a!aen!e or ua sede an;aca ela ,aa Pa )l4r%a da

descober!aQ e os seus resul!ados acaba sendo a des!ru%$ão e a or!e.

A e;)ra,e do roance( ala&ras do deseserado on4lo)o de Adão no ,% do ara)so

erdido de 9ohn M%l!on> +ed% eu( 4 eu cr%ador( <ue do barro e ,%esses hoe +ed% ara

<ue e arrancasses das !re&as PMILT1N( 200( . 0Q sub&ers%&aen!e coara

#ranens!e%n co Deus( e a sua Cr%a!ura co o Adão ecador.

A ,ora e%s!olar da narra!%&a 8 aresen!ada elo e:lorador Rober! ]al!on <ue a!ua

coo u !%o de elo en!re os e&en!os da h%s!4r%a e os le%!ores. Ele 8 o r%e%ro dos !r*s

narradores do roance( suas car!as dão ua cred%b%l%dade essoal " ,an!as%a. S%ul!aneaen!e(

5



da esa ane%ra do 2ncient Mariner de Coler%d)e u oea <ue 8 c%!ado e ecoa &6r%as

&ees na !ra=e!4r%a do roance as car!as seara ao le%!or do undo real( a=udandoYos( des!a

,ora( a el%%nar as suas descren$as. 9un!o co seus ar%nhe%ros ]al!on se)ue ara desbra&ar

o +4lo Nor!e( e a sua r%e%ra &%são da Cr%a!ura 8 coo ua obser&a$ão c%en!;,%ca>

]e erce%&ed a lo carr%a)e( ,%:ed on a sled)e and dran b do)s( ass on!oards !he nor!h( a! !he d%s!ance o, hal, a %le> a be%n) h%ch had !he shaeo, a an( bu! aaren!l o, )%)an!%c s!a!ure( sa! %n !he sled)e( and )u%ded !hedo)s. ]e a!ched !he ra%d ro)ress o, !he !ra&eler %!h our !elescoes.0

PS7ELLE( ?F( . GQ.

As car!as de ]al!on !ab8 es!abelece os !eas r%nc%a%s da narra!%&a desde o

%n;c%o e ar!%cular a oos%$ão da c%*nc%a e da oes%a P]al!on 8 u oe!a ,racassado <ue !en!a

buscar a )l4r%a des!a &e coo desbra&adorQ( e a %or![nc%a das rela$Oes coun%!6r%as e do

aor P]al!on sen!e deseseradaen!e ,al!a de u a%)o co %n!eresses s%%lares ao seu ara

d%alo)arQ.

1 !ea da c%*nc%a %ersus a oes%a 8 desen&ol&%do subse<en!een!e no con!ras!e en!re

os %n!eresses e:clus%&aen!e c%en!;,%cos de %c!or #ranens!e%n e das %ncl%na$Oes o8!%cas e

ora%s de sua aada r%a El%abe!h e do seu a%)o 7enr Cler&al.

1 <ue ser%a a%s !arde conhec%do coo o =ar)ão dos or%%dos( !e na obra de Mar

Shelle o &alor de ua ro,ec%a> os al%cerces da ,u!ura soc%edade das assas onde a rela$ão

oressor %ersus or%%do se !orna a%s a!en!e a l%berdade de a$ão !ornaYse a%s l%%!ada e

%d8%as de re!al%a$ão e &%n)an$a são a !Zn%ca de u c%clo %n!e%ro de au!ode,esa( u!uaen!e

ern%c%osa e )eradora da des!ru%$ão. PMARTIN71( 2005Q.

Es!a 8 a d%n[%ca cen!ral de *rankenstein _ ua narra!%&a sobre a d%al8!%ca da

oressão na ersec!%&a ala do oressor e do or%%do( erassando ara a ,a;l%a e da; ara

a soc%edade coo u !odo. Tal&e elhor do <ue <ual<uer h%s!or%a )4!%ca( a obra re!ra!a o0 Tradu$ão> +ercebeos ua carrua)e ba%:a( ,%:ada a u !ren4 e u:ada or cães( <ue assa&a na d%re$ão do

Nor!e " d%s![nc%a de e%a %lha ua cr%a!ura <ue !%nha a ,ora de u hoe( as aaren!een!e de es!a!ura)%)an!esca( es!a&a sen!ada no !ren4 e )u%a&a os cães. Acoanhaos o ro)resso do &%a=an!e co nossaslune!asV PS7ELLE( 2002( . 25Q.

5



!rabalho e:!reo de ua ,ora d%a!Zn%ca da al!er%dade. E:Oe co clarea os resul!ados

%n,el%es da recusa e &al%dar as necess%dades e o d%re%!o da e:%s!*nc%a de U %ersus o 1u!ro.

Ao de%:ar sua casa( %c!or #ranens!e%n !ornaYse elanc4l%co( %n%c%alen!e( as o

ob=e!%&o de suas es<u%sas e a!%n)%r o Conhec%en!o re!%raYo do con!e:!o do c;rculo

do8s!%co. Che)a a dar &%da a sua Cr%a!ura( as or não ser caa de en!ender as &%ncula$Oes

de sua a$ão( a,as!a dela <ual<uer !%o de elo a,e!%&o( ne)l%)enc%ando seu ael. A Cr%a!ura( se

eso receber noe( erde a %den!%dade e a oss%b%l%dade de conse)u%r en<uadrarYse

soc%alen!e( o%s o noe reresen!a a au!ode,%n%$ão e a er!en$a soc%al. Ser %ns%)n%,%can!e( 8

sere enc%onada coo deon;aca( esec!ro( ons!ro( sere reel%da elos ou!ros or

seu asec!o desroorc%onal( u 1u!ro d%,eren!e e aea$ador " soc%edade. Deseserada e

%solada( de!er%naYse ao an%<u%laen!o de abos( cr%ador e Cr%a!ura. A cob%na$ão dos

eleen!os !e:!ua%s !e resson[nc%a na &%da cou a es!a!ura da Cr%a!ura / ons!ro de %c!or

!e seu an6lo)o nas 6<u%nas <ue aarece na In)la!erra e são de es!a!ura )%)an!esca a

!ecnolo)%a de en!ão !%nha ons!ros ec[n%cos enores( <ue Blae e ?H0H chaara de 9ark

Satanic Mills( con,ore o rela!o de 7arold Bloo P2002( .2F2Q.

1 !ea das rela$Oes huanas( de ,a!o( 8 u dos a%s %or!an!es <ue se re,ere "

Cr%a!ura( al8 da sua cr%a$ão ,an!6s!%ca>

Bu! here ere ,r%ends and rela!%ons No ,a!her as a!ched %n,an!das( no o!her had blessed e %!h s%les and caresses I had ne&er e!seen a be%n) resebl%n) e( or ho cla%ed an %n!ercourse %!h e ?

PS7ELLE( ?F( . FQ

1nde o 2ncient Mariner ,%nalen!e encon!ra o sucesso 8 na rela$ão co o res!o de

na!urea e huan%dade( !odas as !en!a!%&as da Cr%a!ura ara se relac%onar soc%alen!e !er%na

? Tradu$ão> Mas( onde es!a&a os eus a%)os e eus aren!es Nenhu a% &%)%ara eus d%as de cr%an$a(nenhua ãe e ded%cara seus sorr%sos e suas car;c%as... 9aa%s &%ra u ser seelhan!e a %( <ue <u%sesserelac%onarYse co%)o PS7ELLE( 2002( . ?0Y?Q.

55



e desas!re> r%e%ro <uando !en!a se un%r " ,a;l%a De Lace e 8 &%olen!aen!e re=e%!ada( e

deo%s <uando 8 ,er%da ao sal&ar ua cr%an$a da or!e.

As ou!ras duas narra!%&as <ue coOe a obra( a de %c!or #ranens!e%n e a da

Cr%a!ura( ad%c%ona as reocua$Oes <ue !er%a s%do claras aos le%!ores de sua 8oca( se o

!eo não as !%&esse obscurec%do. As e:er%*nc%as de #ranens!e%n !* base e

<ues!%onaen!os c%en!;,%cos %or!an!es ,e%!os or Mar Shelle a e&olu$ão( chaada deba!e

&%!al;s!%co sobre o or%)%nal e a na!urea da &%da( e o con,l%!o en!re rel%)%ão e c%*nc%a %neren!e e

!a%s !4%cos. #ranens!e%n 8 coarado a ua e!6,ora ,aus!%ana( de acordo co Ro)er

Sha!!uc P2000( . Q( r%nc%alen!e no %ns!an!e e <ue ad&er!e ]al!on sobre a busca

desed%da or conhec%en!o( e &6r%as &ees( a cr%a!ura 8 ass%%lada ao Sa!an6s de M%l!on.

E &6r%os ca;!ulos %n!eressan!es( a Cr%a!ura 8 descr%!a coo or!adora de u

conhec%en!o au!Znoo( coe$ando <uando es!a areende ra%daen!e suas erce$Oes ,ren!e

aos ,enZenos na!ura%s o sol( os 6ssaros( a lua( as 6r&ores e arendendo co ,ac%l%dade o

%d%oa( a l4)%ca( a l%!era!ura( a ,%loso,%a e a ol;!%ca. Ela !ab8 arece ossu%r ua bondade

na!ural <ue acaba or ser corro%da ela e:os%$ão ao coor!aen!o huano( %s!o a ,a

asseelharYse "s conce$Oes ro[n!%cas de %noc*nc%a huana assoc%adas " ,%loso,%a de

Rousseau. Al)uns dos con!e^dos ol;!%cos cole:os de #ranens!e%n &e elas l%$Oes <ue a

Cr%a!ura arende( baseados na obra de olne>I heard o, !he d%&%s%on o, roer!( o, %ense eal!h and s<ual%d o&er!o, ran( descen!( and noble blood ` I learned !ha! !he ossess%ons os!es!eeed ` ere( h%)h and unsull%ed descen! un%!ed %!h r%che2

PS7ELLE( ?F( . F2Q.

2 Tradu$ão> Toe% conhec%en!o da d%&%são da ror%edade( das %ensas r%<ueas e da %ser6&el obrea dasclasses( da descend*nc%a e do san)ue nobre... Arend% <ue os bens a%s es!%ados... era ua al!a e %aculadal%nha)e( un%da " r%<uea PS7ELLE( 2002( . ?Q.

5F



De cer!a ,ora( 8 ua cr;!%ca ao %er%al%so colon%al( coe$ando ela !en!a!%&a de

]al!on e descobr%r ua ro!a olar ara o +ac;,%co Pal%ando a%nda a%s o %8r%oQ( a!8 e

ou!ros %nc%den!es os!er%ores.

Deo%s <ue seu ar%do orreu a,o)ado e ?H22( Mar Shelle( &%^&a aos &%n!e e

<ua!ro anos( assou a escre&er coo u e%o de sobre&%&*nc%a. Al8 de escre&er a%s c%nco

roances( ar!%)os( l%&ros de &%a)e( b%o)ra,%as( ela or)an%ou e reed%!ou !oda a obra o8!%ca de

+erc Shelle. Lo)%caen!e <ue nenhu dos seus !rabalhos subse<en!es !e&e a or%)%nal%dade e

o car6!er ,an!6s!%co de #ranens!e%n( ne ,ora a%s %n,luen!es. Mas ao ,%nal( es!e ^n%co

roance r%nc%al !e&e a%s e,e%!o na %a)%na$ão oular <ue <ual<uer ou!ro !rabalho de

l%!era!ura ro[n!%ca P1USB( ?( . H5Q.

5G



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