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A CONTRIBUIÇÃO DA MÚSICA E DA POESIA NO ENSINO DE CIÊNCIAS E

CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA

FREITAS, Eliane Aparecida Gonçalves Mendes de1

MIRANDA NETO, Prof. Dr. Marcílio Hubner2

RESUMO: Na abordagem interdisciplinar de conteúdos de diversas disciplinas, dentre elas a de Ciências, a música e a poesia quando empregadas como ponto de partida ou de conclusão trazem consigo uma linguagem dinâmica e lúdica. A utilização dessas expressões diversifica as metodologias e enriquecem as aulas motivando a compreensão dos conteúdos ao integrar conhecimentos científicos e artísticos. O presente trabalho apresenta e discute os resultados obtidos por meio da implementação na escola de um projeto em que se utilizou Músicas e Poesias no Ensino de Ciências e Construção da Cidadania. O público alvo foi 30 alunos dos anos finais do Ensino Fundamental, que aceitaram participar no contra turno. Na primeira fase foi realizada a fundamentação teórica sensibilizando os alunos para perceberem em músicas e em poesias ideias que remetem aos conteúdos de ciência e cidadania. Na sequência assistiram filmes, ouviram músicas, leram poesias e extraíram conteúdos voltados às temáticas. Tomou-se como eixo norteador ―Morte e Vida Severina‖ de João Cabral de Melo Neto. Outras poesias e músicas foram utilizadas no complemento de temáticas como construção de identidade, nutrição, biomas brasileiros e energia para a vida. Para finalizar selecionaram diversas músicas e poesias, produziram cartazes, paródias e dramatizaram ―Morte e Vida Severina‖ na semana de Integração Comunidade Escola. A motivação dos alunos foi intensa e os resultados apresentados à comunidade foram amplamente aceitos. Entendemos que nessa perspectiva é possível a construção de uma cultura geral e científica que possibilite o desenvolvimento intelectual, humano e social e consequentemente o exercício da cidadania.

Palavras-chave: Ciências. Cidadania. Música. Poesia. Interdisciplinaridade.

1 INTRODUÇÃO

Este artigo constitui o relato das ações desenvolvidas no Programa de

Capacitação de Professores do Estado do Paraná – PDE – Programa de

Desenvolvimento Educacional – turma 2012. Apresenta os resultados de uma

abordagem pedagógica em que se privilegiou a utilização de letras de músicas e

poesias como recursos didáticos para o binômio ensino/aprendizagem, em

atividades realizadas no contra turno como estímulo para o aprendizado dos

conteúdos de ciências das séries finais do ensino fundamental.

____________

1. Professora da Rede Estadual de Ensino do Paraná. Especialista em Biologia. Participante do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. 2. Professor Titular do Departamento de Ciências Morfofisiológicas da Universidade Estadual de Maringá e Orientador do Presente Trabalho.

A democratização do saber científico torna-se uma necessidade imperiosa,

fazendo-se indispensável que esse saber seja compreensível e esteja ao alcance de

todos. Apesar da presença cada vez mais constante dos produtos das Ciências no

cotidiano, seja através da tecnologia, no trabalho e em casa, nos meios de

transporte, na prevenção de doenças e no tratamento da saúde, assim como na

participação em decisões políticas e éticas que envolvam o rumo para o qual

podemos nos encaminhar; uma grande parcela da população não consegue

estabelecer relações entre as ciências e seu cotidiano. Neste sentido Delicio

destaca:

Uma grande parcela da população considera as Ciências como algo tão distante, sem relação e função direta com seu cotidiano, isto talvez seja reflexo das formas tradicionais de seu ensino, as quais são realizadas de forma pouco compreensível e não motivante, o que conduz a uma atividade de rechaço, menosprezo ou indiferença para com esta área do conhecimento humano (DELICIO, 2009).

Embora o currículo no Paraná tenha uma organização por disciplina e com

plena valorização dos conteúdos estruturantes de cada uma delas, as Diretrizes

curriculares do Paraná (SEED, 2008) abrem espaço para que a partir dos referidos

conteúdos possa estabelecer conexões interdisciplinares o que oportunizaria uma

compreensão da realidade como um todo e porque não dizer pode tornar as

aprendizagens mais motivadoras, neste sentido a SEED destaca:

As disciplinas escolares não são herméticas, fechadas em si, mas à partir de suas especialidades chamam umas às outras e, em conjunto, ampliam a abordagem dos conteúdos de modo que se busque cada vez mais, a totalidade, numa prática pedagógica que leve em as dimensões científica, filosófica e artística do conhecimento. (PARANÁ, 2008 p.29)

Integrar Ciência e Arte é estimular a criatividade humana, pois, ambas são

formas de expressão do conhecimento individual ou coletivo. Tal integração

enquanto estratégia pedagógica fundamenta-se também nas Diretrizes Curriculares

da Educação Básica (PARANÁ, 2008), que argumenta:

Os conteúdos disciplinares devem ser tratados, na escola, de modo contextualizado, estabelecendo-se, entre eles, relações interdisciplinares, e colocando sob suspeita tanto a rigidez com que tradicionalmente se apresentam quanto o estatuto de verdade atemporal dado a eles. Desta perspectiva, propõe-se que tais conhecimentos contribuam para a crítica às contradições sociais, políticas e econômicas presentes nas estruturas da sociedade contemporânea e propiciem compreender a produção científica, a reflexão filosófica, a criação artística, nos contextos em que elas se constituem (PARANÁ, 2008, p.16).

A Ciência e a Arte formam um lindo par, valendo-se desta parceria, aumenta-

se a chance da escola tornar-se uma agente de transformação social. A análise de

letras de músicas e versos poéticos possibilita formas alternativas de conceber os

conteúdos tanto científicos quanto sociais em elemento de aprendizagem cultural,

interdisciplinar, que estimule a sensibilidade, a reflexão sobre valores, padrões e

regras. Como lembra Matos (apud MASSARANI, 2006) a análise das letras de

canções populares que tratam de temas científicos quando utilizada em sala de aula,

como um recurso didático, não parece ser um fator limitante para auxiliar no

processo ensino e aprendizagem, ao contrário, é uma estratégia que motiva os

jovens e que pode ser utilizada de forma interdisciplinar.

Diante das dificuldades enfrentadas no ensino de ciências e da sua relevância

enquanto meio de formação de cidadãos capazes de conviver, compreender e tomar

decisões em um mundo tão permeado pela ciência e pela tecnologia realizamos este

trabalho, onde os conteúdos estruturantes foram trabalhados tomando como ponto

de partida músicas e poesias que além de remeterem à ciência em si motivassem

também reflexões sobre as relações: Ciência, sociedade, meio ambiente, tecnologia

e Cidadania.

Nosso objetivo foi utilizar músicas e poesias enquanto elementos da cultura

geral para motivar o interesse dos alunos pelo aprendizado de ciências e construção

da sua cultura científica, bem como compreender as inter-relações entre ciência,

arte e exercício da cidadania por meio de análise de letras de músicas e de poesias

comparando as explicações da arte e das ciências para fenômenos naturais,

questões ambientais e problemas sociais.

2 METODOLOGIA / ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

Para alcance dos objetivos deste trabalho foram utilizadas as seguintes

estratégias de ação:

1. Levantamento de dados em Artigos, músicas, poesias, que possam ser

utilizadas na abordagem dos conteúdos de ciências com enfoque em temas

relacionados à nutrição, meio ambiente e cidadania;

2. Produção de uma unidade didática a qual foi utilizada pela professora PDE

para o desenvolvimento do trabalho de Grupo em Rede – GTR, no qual

conforme normas do PDE/Paraná, o docente deve compartilhar através de

rede virtual a metodologia de ação que irá implementar na escola para que

outros professores também possam reaplicar em suas escolas;

3. Escolha da Poesia que seria norteadora da ação pela professora PDE e seu

orientador;

4. Identificação dos conteúdos curriculares na disciplina de ciências a partir dos

quais pode se utilizar as estratégias e tecnologias propostas neste trabalho

para expandir e aprimorar o processo informativo e formativo do aluno;

5. Realização de reunião no inicio do primeiro semestre de 2013, com a Direção

e Equipe Pedagógica da escola envolvida para a apresentação do projeto e do

material didático;

6. Convite a todos os alunos das três salas das séries finais do ensino

fundamental para participarem do projeto. O convite foi realizado pela

professora PDE pessoalmente nas salas onde explicou do que tratava o

projeto;

7. Reunião com os alunos que aceitaram o convite juntamente com seus

respectivos responsáveis para a exposição do tema e explicação de como

seria desenvolvida a sequência didática da implementação;

8. Aplicação de questionário aos alunos, evidenciando o tema do projeto, para

verificar se eles já estabeleciam correlações entre letras de músicas e poesias

com fatos históricos, sociais, científicos e políticos. Investigou-se se gostavam

de música, de poesia, se prestavam atenção nas letras de músicas, se

conheciam alguma música ou poesia que relatasse algum conceito de ciências

e se acreditavam ser possível aprender ciências utilizando música ou poesia;

9. Leitura de várias letras de músicas selecionadas pela professora para que os

alunos procurassem identificar conteúdos voltados à Ciência e a Cidadania;

10. Elaboração de síntese referente a possíveis conteúdos que poderiam ser

abordados a partir das letras das músicas;

11. Apresentação de um trecho do Poema ―Morte e Vida Severina‖ de João

Cabral de Melo Neto o qual foi norteador da Sequência Didática o que constitui

o elo de integração dos conteúdos de ciência, arte e cidadania os quais foram

estudados por meio de textos científicos, poesias, vídeos e letras de músicas;

12. Após dois bimestres de estudos os alunos selecionaram músicas que a seu

ver eram motivadoras dos estudos de ciência e cidadania, bem como

produziram paródias e dramatização de um trecho de ‖Morte e Vida Severina‖;

13. Apresentação das paródias e da dramatização na Semana de Integração

Comunidade e Escola no mês de Setembro;

14. Apresentação do Projeto de Intervenção Pedagógica na escola, com a

participação da comunidade escolar;

15. Apresentação cultural voltada à comunidade escolar e comunidade em geral;

16. Socialização dos conhecimentos vivenciados pelos alunos com seus familiares

e comunidade escolar;

17. Elaboração da Unidade Didática, voltada para a integração Ciência e Arte.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 PRODUÇÃO DE UNIDADE DIDÁTICA – SEQUÊNCIA DIDÁTICA

A produção da Unidade Didática, que é elaborada durante o segundo

semestre e entregue ao seu final serviu de base para as atividades do GTR – Grupo

de Trabalho em Rede – desenvolvidas via internet sob a tutoria da professora PDE e

destinadas a docentes do Ensino Básico que não estejam fazendo parte do

programa PDE, devendo ser implementada na escola. Estas atividades ocorrem

durante o terceiro semestre do programa.

Para a produção da Unidade Didática buscou-se na literatura impressa e

virtual uma fundamentação teórica que possibilitasse conhecer a importância e

influência da música e da poesia no aprendizado, como elementos que favorecem a

utilização de estratégias pedagógicas para trabalhar conteúdos estruturantes de

Ciências e Construção da Cidadania no contexto interdisciplinar, o que oportuniza a

compreensão da realidade como um todo o que torna a aprendizagem mais

motivadora. Esta proposta de atuação encontra respaldo nas DCEs do Paraná,

como se pode deduzir abaixo:

Embora se compreendam as disciplinas escolares como indispensáveis no processo de socialização e sistematização dos conhecimentos, não se podem conceber estes conhecimentos restritos aos limites disciplinares. A

valorização e o aprofundamento dos conhecimentos organizados nas diferentes disciplinas escolares são condição para se estabelecerem as relações interdisciplinares, entendidas como necessárias para a compreensão da totalidade (PARANÁ, 2008, p.22).

Acreditando nisso é que foi produzido um material didático-pedagógico em

que o foco se dá na análise de letras de músicas e poesias, bem como na produção

de paródias e poesias atribuindo significado aos conhecimentos cientificamente

produzidos e possibilitando, a partir de sua incorporação motivar a atuação dos

alunos como cidadãos.

O Grupo de Trabalho em Rede – GTR objetiva a socialização das produções

do Professor PDE por meio da interação com os Professores da Rede Estadual de

Ensino utilizando Ambiente Virtual de Aprendizagem.

O GTR- Grupo de Trabalho em Rede é uma das grandes possibilidades dos professores conhecerem as produções dos professores PDE e utilizá-las em suas aulas, e neste sentido as produções dos professores adquirem novos significados. O GTR, é uma das atividades inseridas no Plano Integrado de Formação Continuada do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED/PR. Idealizado em 2007 com o objetivo principal de socializar o projeto de implementação pedagógica dos professores ingressos no Programa (SANTOS, 2013).

Ao concluir as atividades do GTR buscou-se sintetizar aqui a participação dos

cursistas, a socialização de todo grupo e os resultados das atividades propostas nas

temáticas. Após a apresentação do tutor e dos cursistas foi proposto na primeira

temática uma análise sobre o projeto de implementação evidenciando-se uma

discussão acerca da contextualização do ensino e aprendizagem da Contribuição da

Música e Poesia no Ensino de Ciências e Construção da Cidadania no Ensino

Fundamental, tendo as letras de canções e poesias como recurso didático

pedagógico, subsidiando o desenvolvimento dos conteúdos.

Notou-se que os cursistas do GTR consideram viável o trabalho com músicas

e poesias como linguagens alternativas que agregam nos meios educacionais bons

resultados, sendo apreciadas pelos nossos educandos por fazer parte de seu

cotidiano, constituindo-se numa metodologia utilizada pelo professor para tornar o

ensino mais reflexivo, atrativo, motivador e participativo.

O GTR oportunizou aos alunos a troca de ideias e dos fundamentos teóricos e

metodológicos relacionados à Produção Pedagógica, possibilitando o

desenvolvimento de discussões e a socialização entre eles e o professor tutor. No

desenvolvimento dessa temática foi possível observar que o entendimento dos

mesmos sobre a Produção Pedagógica apontou aspectos positivos onde

compartilharam experiências e trocaram sugestões para a prática docente.

Apontaram a relevância de diversificação metodológica, afirmando que a

utilização de músicas e poesias inova e melhora as práticas pedagógicas e por isso

atende os requisitos das Diretrizes Curriculares Estaduais de Ciências.

Os cursistas do GTR puderam conhecer o passo a passo de cada atividade,

trocar idéias, sugerir atividades e contribuir com suas experiências. Esse foi o

momento de socialização das atividades de implementação e no decorrer das

interações observou muito interesse em desenvolver as ações propostas; alguns

relataram os resultados satisfatórios que obtiveram. Houve sugestão para que

algumas atividades fossem adaptadas e aplicadas em todas as etapas do Ensino

Fundamental.

Sintetizando os resultados das interações, os participantes relataram que os

exercícios foram bem distribuídos e adequados e que o ensino de ciências, dessa

forma, pode ser mais interessante e produtivo para os alunos e também para o

professor. Afirmaram que essa tendência contempla a linguagem oral, escrita e

artística possibilitando uma reflexão contextualizada e integrada às propostas

curriculares.

Os cursistas compartilharam suas experiências e resultados positivos e

negativos, estes, quase sempre relacionados ao tempo em sala de aula. O recurso

utilizado sozinho não soluciona todos os problemas da Educação. Um dos

problemas a assinalar é que a elaboração de um projeto deste nível requer muitas

horas de pesquisas o que pode dificultar para o professor cumprir todos os

conteúdos curriculares.

Nesse contexto pode ser trabalhosa a preparação de atividades, no entanto,

socializar conhecimentos com os colegas professores faz com que certas táticas

também sejam compartilhadas. De todo modo é sempre preciso um bom

planejamento. A tática do trabalho com musicas e poesias, por exemplo, requer

disponibilidade de tempo e dedicação.

Outro fator bastante importante foram sugestões de textos e de atividades

não só em letras de canções e poesias como também paródias, teatros, elencando

atividades para trabalhar e explorar os conteúdos científicos e de formação cidadã

em sua totalidade focando a aprendizagem dos alunos. Dessa forma, considera-se

que a participação foi bastante produtiva o que comprova seriedade, compromisso e

total envolvimento dos alunos no GTR.

3.2 A IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO NA ESCOLA

Como já mencionado o projeto foi implementado no contra turno sendo que a

participação foi voluntária. Assim, de três turmas que somavam 96 alunos, 30

aceitaram o convite e envolveram-se no projeto participando de todas as etapas ao

longo de dois bimestres específicos da implementação e um bimestre adicional em

que ocorreram os ensaios para apresentação na Semana de Integração

Comunidade e Escola. Isso a nosso ver demonstrou que a estratégia empregada é

fortemente motivadora e geradora de uma postura ativa do educando na

produção/transmissão dos saberes.

A análise das respostas de um questionário sobre a interpretação de letras de

músicas e poesias revelou que a maioria dos alunos ouvia as músicas em função de

sua melodia, porém não possuíam o hábito de analisar as mensagens contidas nas

letras ou nas poesias, portanto não relacionam com fatos históricos, sociais ou

científicos.

Frente a esta realidade a professora levou várias letras de músicas entre elas:

Planeta Água (Guilherme Arantes); As Baleias (Erasmo Carlos/ Roberto Carlos); O

Rio (César Augusto/ Mário Marcos); Rosa de Hiroshima (Vinícius de Moraes); Xote

Ecológico (Luiz Gonzaga/ Agnaldo Batista); Amazônia (Erasmo Carlo/ Roberto

Carlos) entre outras.Procedeu-se então uma leitura crítica destas letras destacando-

se os conteúdos que poderiam ser abordados a partir delas.

Entendemos que neste caso cabe ao professor ensinar seus alunos a se

darem conta das críticas sociais, dos registros históricos e dos sentimentos e

conteúdos científicos que podem ser revelados a partir da análise de letras de

músicas e poesias. Neste sentido, em busca da melhoria de sua condição de

mediador da aprendizagem o professor poderá utilizar-se da música, poesia e

dramatização como é salientado nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica,

A dimensão artística pode contribuir significativamente para humanização dos sentidos, ou seja, para a superação da condição de alienação e repressão a qual os sentidos humanos foram submetidos. A arte concentra, em sua especificidade, conhecimento de diversos campos, possibilitando um diálogo entre as disciplinas escolares e ações que favoreçam uma

unidade no trabalho pedagógico. Por isso, essa dimensão do conhecimento deve ser entendida para alem da disciplina de Arte, bem como as dimensões filosóficas e cientifica não se referem exclusivamente á disciplina de Filosofia, e às disciplinas científicas. Essas dimensões do conhecimento constituem parte fundamental dos conteúdos nas disciplinas do currículo da Educação Básica (PARANÁ, 2008, p.25).

O trecho escolhido de ―Morte e Vida Severina‖ escolhido como norteador do

trabalho (transcrito abaixo) foi lido e a seguir os alunos buscaram identificar possíveis

conexões do poema com conteúdos relacionados às disciplinas de ciências, geografia

ou história, onde alguns foram listados no quadro, como exemplo: laços de identidade

– herança genética, nutrientes (proteínas), desnutrição, migração interna, biomas

brasileiros, desigualdades sociais entre outros. A partir daí houve algumas discussões

de como é interessante trabalhar alguns conteúdos utilizando poesias ou músicas.

A ideia primordial do projeto é que em sala de aula os alunos sejam inspirados

para buscar em letras de músicas e poesias favorecendo-lhes a verdadeira leitura de

significados sociais, culturais e científicos fundamentais para uma leitura cidadã do

mundo. Com a finalidade de verificação do entendimento do conteúdo da letra,

algumas questões foram debatidas, tais como: De que trata o poema ―Morte e Vida

Severina‖? Por que Severino faz tanta questão de dar detalhes quando se apresenta?

Como é o clima na região em que Severino vive? Como é a distribuição das riquezas

na região? Por que o sangue dos Severinos tem pouca tinta? Por que a cabeça é

grande e as pernas finas? Por que alguém pode morrer de velhice antes dos trinta

anos?Por que os Severinos emigram?

Após discutirem as questões levantadas selecionaram-se alguns conteúdos

para serem abordados dos quais foram trabalhados utilizando-se recursos como: TV

pendrive, vídeos, letras de músicas e trechos de poesias, textos informativos retirados

da Internet, livros didáticos e pesquisas na internet.

O meu nome é Severino, como não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos, que é santo de romaria, deram então de me chamar Severino de Maria; como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias. Mas isso ainda diz pouco: há muitos na freguesia, por causa de um coronel que se chamou Zacarias

e que foi o mais antigo senhor desta sesmaria. Como então dizer quem fala ora a Vossas Senhorias? Vejamos: é o Severino da Maria do Zacarias, lá da serra da Costela, limites da Paraíba. Mas isso ainda diz pouco: se ao menos mais cinco havia com nome de Severino filhos de tantas Marias mulheres de outros tantos,

já finados, Zacarias, vivendo na mesma serra magra e ossuda em que eu vivia. Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo é que se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas, e iguais também porque o sangue que usamos tem pouca tinta. E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia

(de fraqueza e de doença é que a morte severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida). Somos muitos Severinos iguais em tudo e na sina: a de abrandar estas pedras suando-se muito em cima, a de tentar despertar terra sempre mais extinta, a de querer arrancar algum roçado da cinza. Mas, para que me conheçam melhor Vossas Senhorias e melhor possam seguir a história de minha vida, passo a ser o Severino que em vossa presença emigra.

Visando inteirar-se de quem foi João Cabral de Melo Neto os alunos

pesquisaram em livros e sites sobre a biografia deste autor, investigando o local e

ano de nascimento de João Cabral pesquisando o clima, distribuição de riquezas da

região em que ele viveu investigando sobre que trata o poema. Para melhor

compreender o significado de sua obra:

Após a pesquisa promoveu-se um debate no qual os alunos explicaram o que

teria levado o autor a escrever ―Morte e Vida Severina‖.

Para trabalhar a temática Identidade introduziram-se conteúdos relacionados à

Genética: (Cariótipo, Herança Biológica, Genes, Genótipos, Fenótipos,

Cromossomos) os quais foram trabalhados através de textos informativos retirados da

internet e livro didático, bem como, vídeos disponíveis no youtube.

Após a leitura do texto discutiu-se sobre os laços de identidade de grupos

sociais relacionados à herança genética, expandindo o conceito de como se constrói

a identidade cultural de um povo, bem como se identificam e como são identificados

os grupos humanos em função de sua condição social. Para melhor compreender a

necessidade humana de se identificar e de pertencer a um grupo social recomendou-

se a leitura do trecho do poema ―Morte e Vida Severina‖, leitura realizada

espontaneamente por um aluno que se dispôs a ler para os colegas, trecho este que

os alunos já o tinham em mãos.

Após a leitura do trecho do poema os alunos realizaram as seguintes

atividades: Por que Severino faz tanta questão de dar detalhes quando se apresenta?

Escreva uma auto apresentação à semelhança do que fez o Severino.

Finalizando essa atividade realizou-se uma pesquisa identificando quais alunos

ainda não tinham o documento de identidade e nesse caso foram estimulados a

fazerem suas carteiras de identidade e convidados a analisarem o que consta neste

documento, fechando essa etapa assistiram ao vídeo em animação na íntegra do

musical ―Morte e Vida Severina‖.

Como o texto traz um forte conteúdo sobre a fome vivenciada pelos

―Severinos‖ trabalhou-se grupos alimentares e dietas adequadas, conteúdos

abordados por meio de textos informativos encontrados em livros didáticos entre eles

destacaram: Nutrientes e suas funções (CANTO , 2009, p.50), utilizou-se também os

vídeos : Nutrição e Dieta Saudável, ambos disponíveis no portal dia a dia educação.

Depois da exposição dos vídeos e textos os alunos relataram os motivos que

levam as pessoas a não se alimentarem adequadamente. Para finalizar este tópico

foram apresentados trechos das poesias: ―A Morte de Nanã‖ (Patativa do Assaré)

―Morte e Vida Severina‖, e da música ―Asa Branca‖ - (Luiz Gonzaga e Humberto

Teixeira), ―O Último Pau-de-Arara‖ - (Luiz Gonzaga e outros).

Asa Branca

Quando olhei a terra ardendo

Qual fogueira de São João Eu perguntei a Deus do céu, ai

Por que tamanha judiação.

O Último Pau-de-Arara

A vida aqui só ruim, quando não chove no chão mas se chover dá de tudo, fartura tem de montão tomara que chova logo, tomara meu Deus, tomara. Só deixo o meu Cariri no último pau-de-arara.

Com base em tudo o que foi estudado os alunos responderam as seguintes

questões: Por que o sangue dos Severinos tem pouca tinta? Por que a cabeça é

grande e as pernas são finas? Por que alguém pode morrer de velhice antes dos

trinta? Por que os Severinos emigram? Qual a diferença entre emigrante e imigrante?

Em seu percurso o Severino passa por diferentes biomas o que motivou

apresentar aos alunos, várias imagens de localidades diferentes do nosso país com

recurso do data show. Essa atividade objetivou despertar os alunos para que

reconhecessem as principais regiões brasileiras identificando assim seus biomas e

suas principais diferenças. Desta forma os alunos desenvolvem e exercitam a

capacidade de observação dos ambientes analisando a importância dos mesmos

para a manutenção da vida do planeta, respeitando os seres vivos em sua

diversidade e valorizando a vida nas suas variadas formas. Para a abordagem desse

conteúdo utilizou-se o texto de aprofundamento: Os biomas brasileiros.

Abordou-se a importância da água para os seres vivos tendo como referência o

trecho do poema ―Morte e vida Severina‖

— Bem me diziam que a terra se faz mais branda e macia quando mais do litoral a viagem se aproxima. Agora afinal cheguei nesta terra que diziam. Como ela é uma terra doce para os pés e para a vista. Os rios que correm aqui têm a água vitalícia. Cacimbas por todo lado; cavando o chão, água mina. Vejo agora que é verdade o que pensei ser mentira. Quem sabe se nesta terra não plantarei minha sina? Não tenho medo de terra (cavei pedra toda a vida), e para quem lutou a braço contra a piçarra da Caatinga será fácil amansar esta aqui, tão feminina.

Mas não avisto ninguém, só folhas de cana fina; somente ali à distância aquele bueiro de usina; somente naquela várzea um banguê velho em ruína. Por onde andará a gente que tantas canas cultiva? Feriando: que nesta terra tão fácil, tão doce e rica, não é preciso trabalhar todas as horas do dia, os dias todos do mês, os meses todos da vida. Decerto a gente daqui jamais envelhece aos trinta nem sabe da morte em vida, vida em morte, severina; e aquele cemitério ali, branco na verde colina, decerto pouco funciona e poucas covas aninha.

Debateram-se as seguintes questões: Em que tipo de bioma vivem os

Severinos? Em sua emigração Severino encontra um solo mais fértil, um clima mais

úmido, onde os rios são perenes e a terra, ao contrário da encontrada na Caatinga, é

―fácil de amansar‖ por ser ―doce‖ e ―tão feminina‖. Que tipo de bioma é esse? Onde

Severino o encontrou? Diferencie rio perene de rio intermitente; Qual o bioma da

região onde você vive? Por que os biomas têm características diferentes? Por que a

caatinga é seca? Qual o bioma mais destruído no território brasileiro? Por quê? O que

é desenvolvimento sustentável? Cite exemplos. No trecho acima Severino se

maravilha com os rios com ―água vitalícia‖ e com as cacimbas que vertem água e

imagina que ali a vida seja boa para todos. Pensando sobre a água no corpo humano:

Onde ela é encontrada? Quais funções desempenham? O que acontece se o corpo

ficar com menos água do que necessita? Explique a importância da água para as

plantas e animais e relacione sua presença com a agricultura, a pecuária e para os

moradores das cidades. Você conhece algum rio em sua região? Como ele é

―tratado‖ pela população?

Para dar ênfase à importância dos rios na vida dos seres vivos e do meio

ambiente sugeriu-se o seguinte texto: Poluição – descaso com o rio e também a letra

da Música Sete Cantigas para Voar.

Para finalizar essa atividade os alunos fizeram uma relação entre os textos e

os vídeos e debateram as seguintes questões: Por que tanta destruição?

Conscientização ambiental tem a ver com idade? Dinheiro? Ou com quê? Em seguida

os alunos confeccionaram cartazes que identificavam a conscientização ambiental da

escola, do município e estes foram expostos no pátio da escola.

Na sequência das atividades abordaram-se conteúdos relacionados à Energia

para a Vida, utilizando trechos do artigo ―Desnutrição: inter-relações entre os

aspectos celulares e sociais‖ de Souza e Neto (2007) vídeo: ―Camponês e latifúndio‖

disponível no youtube, a música ―Meu País‖ (Zezé di Camargo) e o seguinte trecho da

poesia ―A Morte de Nanã‖ (Patativa do Assaré).

E com as braba comida, Aquela pobre inocente Foi mudando a sua vida, Foi ficando diferente. Não se ria nem brincava, Bem pouco se alimentava E enquanto a sua gordura No corpo diminuía, No meu coração crescia A minha grande tortura. Quando ela via o angu, Todo dia de manhã, Ou mesmo o rôxobêjú Da goma da mucunã, Sem a comida querer, Oiava pro de comê, Depois oiava pra mim E o meu coração doía, Quando Nanã me dizia: Papai, ô comida ruim! Se passava o dia inteiro E a coitada não comia, Não brincava no terreiro Nem cantava de alegria, Pois a falta de alimento Acaba o contentamento, Tudo destrói e consome. Não saía da tipóia A minha adorada jóia, Enfraquecida de fome.

Daqueles óio tão lindo Eu via a luz se apagando E tudo diminuíndo. Quando eu tava reparando Os oínho da criança, Vinha na minha lembrança Um candieiro vazio Com uma tochinha acesa Representando a tristeza Bem na ponta do pavio. E, numa noite de agosto, Noite escura e sem luá, Eu vi crescer meu desgosto, Eu vi crescer meu pená. Naquela noite, a criança Se achava sem esperança. E quando veio o rompê Da linda e risonha aurora, Faltava bem poucas hora Pra minha Nanã morrê. Por ali ninguém chegou, Ninguém reparou nem viu Aquela cena de horrô Que o rico nunca assistiu, Só eu e minha muié, Que ainda cheia de fé Rezava pro Pai Eterno, Dando suspiro magoado Com o seu rosto moiado Das água do amô materno

Após a leitura dos trechos do artigo com letra da música e da poesia fez-se o

seguinte questionamento: Por que a chuva e o sol são importantes para a germinação

e crescimento das plantas? Pensando na transformação da energia responda: Qual é

a função da fotossíntese? ―Aqui não falta chuva, aqui não falta sol‖: por que a chuva e

o sol são importantes para a agricultura, para a biodiversidade e para o fluxo de

energia nos ecossistemas? Por que a falta de alimento ―acaba com o contentamento,

tudo destrói tudo consome‖? Pesquise e responda: Qual substância energética é

produzida na fotossíntese? Qual é a principal substância utilizada como fonte de

energia pelas células dos animais e de onde ela vem?

3.2.1 PARÓDIAS COMPOSTAS PELOS ALUNOS PARTICIPANTES DO PROJETO

Finalizando a implementação os alunos pesquisaram poesias e músicas que

possibilitaram reflexões sobre ciências e cidadania identificando os conteúdos

estruturantes, selecionando àqueles que seriam aplicadas as estratégias e

tecnologias propostas, expandindo e aprimorando o processo formativo e informativo.

Também realizaram a composição de poesias e paródias relacionadas aos conteúdos

científicos, culturais e sociais que foram apresentadas na Semana de Integração

Comunidade e Escola, produziram e encenaram um texto enfocando trechos do

poema ―Morte e Vida Severina‖, apresentado também na Semana de Integração

Comunidade e Escola.

Música Original: Livre Cantores: Fernando e Sorocaba Paródia: Vamos cuidar do Planeta Composição: Gabriela Gonçalves Mendes de Freitas; Gabrielli Pasian Santos; Poliana Alberico Gonçalves; Renata Barbieri.

Vamos cuidar, cuidar Até tudo mudar

O tempo é muito curto Não podemos esperar

Vamos divulgar na internet Pra não deixar ficar pior

O nosso planeta esta feio, esta de dar dó Tem gente nem ligando,

mas vamos passar essa mensagem: O ar ta poluído, principalmente nas grandes cidades Vamos poluir menos e reciclar mais, vamos mudar

Vamos deixar tudo um encanto O nosso planeta vamos melhoraaar

TEEENTE TODOS TEM QUE ENTENDER,

NOSSO PLANETA ESTÁ SENDO DESTRUIDO ANTES ERA TUDO LINDO

E ASSIM NÃO DÁ PRA VIVER (2X)

Vamos cuidar, cuidar chame todos pra ajudar Não tem muito que fazer: é só não poluir e reciclar

Vamos lá garotada Deixar o planeta na paz

Assim vamos dormir Feliz demais

Pois melhoramos o planeta com ajuda da nação Vamos ter ar puro e isso é bom Esse é o jeito de tudo ficar bem,

então vamos cuidar Vamos deixar tudo um encanto

O nosso planeta vamos melhoraaar...

TEEENTE TODOS TEM QUE ENTENDER,

NOSSO PLANETA ESTÁ SENDO DESTRUINDO ANTES ERA TUDO LINDO

E ASSIM NÃO DÁ PRA VIVER (2X)

Música Original: Cuitelinho Cantores: Nara Leão Paródia: Grande Seca Compositores: Brenda Serenini Perina; Gabriela Minto Silva; Thamires Maria Roncolato Sardi; Tiago Pasian Fagundes Santos .

Cheguei lá, na minha terra Onde a chuva já não passa

Onde a comida é pouca E a água é escassa

E o nordestino não gosta Quando a chuva não cai ai ai...

Quando saí de minha terra Despedi da parentada

Eu fui buscar a vida nova.

Em uma nova cidade Lá tinha poluição

Enfrentei fortes queimadas ai, ai... A minha terra é seca

Mas ela deixou saudade As pessoas morrem de fome

E de sede também Tudo por falta d’água

Porque a chuva não vem ai ai...

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A estratégia empregada mostrou-se amplamente motivadora para a

professora e para os alunos participantes, isso deixa claro, pelo fato de os trinta

alunos que aceitaram o convite para participar do projeto terem se envolvido em

todas as atividades ao longo de um processo que entre o início e término

transcorreram três bimestres. Outra questão que ficou evidente foi o

desenvolvimento da capacidade de analisar de maneira crítica os conteúdos das

letras das músicas e poesias empregadas no projeto, partindo inicialmente daquelas

que foram levadas pela professora, mas que resultaram na conquista de uma

autonomia que lhes permitiu selecionar um conjunto de outras músicas nas quais

puderam perceber significados científicos e sociais. Para além desta questão, os

diálogos foram muitas vezes reveladores e fornecedores de importantes

instrumentos de avaliação qualitativa.

Dentre os muitos aspectos destacamos a nova visão para os diferentes

biomas do Brasil em especial a comparação do bioma onde vivem com abundância

de chuva e consequentemente de água e alimentos com o bioma no qual vivia o

―Severino‖ com escassez de chuva água e alimentos. A sensibilização e a

aprendizagem também foram traduzidas pela ótima qualidade e pertinência das

letras das paródias que produziram. Por fim, o grande significado social do trabalho

foi alcançado quando da sua socialização com a comunidade escolar e extraescolar

por meio da apresentação das paródias e da dramatização de ―Morte e Vida

Severina‖ na Semana de Integração Comunidade e Escola.

Essa proposta de atividade rompeu com a estrutura rígida de aulas

tradicionais numa tentativa de superação das dificuldades envolvidas no processo

da aprendizagem no ensino de ciências e mostrou-se bastante eficaz. Dessa

maneira constatamos a necessidade de buscar metodologias diversificadas de

ensino que possam contribuir para o aprendizado significativo dos alunos e

ampliação do sentido social e científico do processo de escolarização. A utilização

de músicas e poesias na abordagem dos conteúdos, além de ter se mostrado como

um elemento motivador permitiu reflexões acerca dos problemas e contextos

históricos, sociais, culturais e científicos e auxiliaram tanto na formação dos alunos

como na formação do professor, neste sentido Chirico destaca:

No contexto de sala de aula, o uso da música é um poderoso instrumento pelo qual se revela o registro da vida cotidiana, na visão de autores que observam o momento social em que vivem. As representações sociais dos autores e intérpretes serão instrumentos na transformação dos conceitos, porque esse tipo de registro traz evidências que facilitam o entendimento do passado e a compreensão histórica por parte dos alunos, pela empatia estabelecida entre eles em relação a outros contextos históricos (CHÍRICO, 2008, p. 01).

REFERÊNCIAS

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