a conferência de joanesburgo
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A Conferência de Joanesburgo, por Carlos Torres, Publituris Nº 1122, 4 Junho 2012TRANSCRIPT
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Opinião
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PUBLITURIS04 de Junho 2010
O percurso iniciado em Estocolmo (1972) e cimentado no Rio (1992) desdobrou-se com-
preensivelmente numa multiplicidade de caminhos que se reúnem em Joanesburgo, em Agosto
e Setembro de 2002, em que a agenda do desenvolvimento sustentável volta a estar em cima
da mesa para discussão.
No Rio, os líderes mostraram-se solidários com os objectivos e tomadas de posição da confe-
rência, em Joanesburgo importa fundamentalmente ultrapassar o fosso entre o compromisso
político e a sua implementação prática.
Os enormes desafios da globalização e o impacto do 11 de Setembro acentuaram esta necessi-
dade. Solidariedade entre povos ricos e pobres encontra-se no centro da discussão. Daí que
questões como a melhoria das trocas comerciais, acesso aos mercados, eliminação de subsídios
contraproducentes, redução da dívida e aumento da ajuda pública ao desenvolvimento são
algumas das traves mestras da agenda global do desenvolvimento sustentável.
A Conferência apontou a necessidade de consolidar os progressos nestas áreas, com base nou-
tros processos relevantes designadamente os de Doha e Monterrey.
A clara assunção pela maioria dos Estados-Membros da ONU que um desenvolvimento sus-
tentável radica no equilíbrio entre os aspectos económicos (eficácia económica), sociais (justi-
ça social) e ambientais (conservação ambiental) é certamente um dos maiores avanços dos últi-
mos trinta anos, abrindo caminho para uma planificação integrada e uma melhor fundação para
as decisões políticas aos mais variados níveis.
Notas:
1-A saída de Jorge Umbelino da administração do Turismo de Portugal, IP constitui, do meu
ponto de vista, um daqueles exemplos em que a substituição só é explicável por questionáveis
critérios políticos fazendo-se tábua rasa da competência consensualmente demonstrada no
exercício do cargo.
Perante as minhas dúvidas sobre o acerto de algumas medidas governativas sempre se mostrou
solidário com a linha governamental e reconheço que a argumentação por si avançada foi nal-
gumas situações convincente. Ocorre-me até um episódio curioso da solidariedade governa-
mental extrema, característica desta governação socialista do turismo, em que os críticos do
regime foram mantidos à distância: apesar de termos sido colegas de docência declinou o con-
vite para apresentar um livro meu.
Profundamente conhecedor das matérias no plano prático presenciei algumas intervenções suas
em provas académicas na área do turismo que causaram boa impressão: sempre cordato com
os candidatos mas incisivo na argumentação.
Uma dupla valência: no dia a dia da gestão pública do turismo e na componente académica
deste sector.
Da ascensão meteórica de Ana Mendes Godinho a vice-presidente do Turismo de Portugal
devo dizer que não é no facto de ter sido chefe de gabinete do SET que reside o problema:
António Guterres, um dos políticos mais brilhantes da sua geração, foi chefe de gabinete de
Salgado Zenha. O problema é que, apesar de ter acompanhado a feitura do RJET, não terá a
experiência e a profundidade de conhecimentos de Jorge Umbelino na área dos empreendi-
mentos turísticos, que na governação de Vítor Neto foi sub-director geral do turismo. É trocar
o certo e consensual pelo incerto.
A vice-presidência é explicável pelo aumento do poder de Bernardo Trindade e um correlativo
enfraquecimento de Luís Patrão.
2- O Turismo de Portugal, IP deixa degradar, para além dos limites do razoável, as instalações
do Estoril, uma escola de referência do turismo nacional. Jorra água do tecto da biblioteca (dis-
põe de um importante acervo bibliográfico e poderosas ferramentas digitais de investigação),
as instalações sanitárias exalam um cheiro fétido, algum do mobiliário escolar há muito que
devia ter sido substituído. Um confrangedor panorama geral de degradação no interior e exte-
rior do edifício que poderia ter sido combatido, pelo menos em parte, com os recursos finan-
ceiros associados à fracassada experiência do HMI.
3- Paulo Neves vê chegar ao fim o julgamento que durante vários anos certamente afectou a
sua tranquilidade pessoal e condicionou a sua carreira. Caídas as várias acusações, parece-me
particularmente elucidativo o seguinte excerto da sentença do Círculo Judicial de Faro: “Damatéria de facto julgada provada não resulta qualquer comportamento do arguido que sejamerecedor de censura, muito menos penal.”Actualmente administrador hospitalar, está ligado ao turismo através da excelente iniciativa
Algarve Medical Tourism.
A Conferência de Joanesburgo
O desenvolvimentosustentável radica no
equilíbrio entre os aspectoseconómicos, sociais e
ambientais“ “
Advogadohttp://carlosmtorres.blogspot.com
Carlos Torres
OPINIAO~Perspectivas
Conservação Ambiental
Eficácia Económica Justiça Social