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A CONCENTRAÇÃO DO SOLO URBANO COMO OBSTÁCULO PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL: UMA QUESTÃO SOCIAL Gabriela Oshiro Reynaldo 1 João Otávio Chinem Alexandre Alves 2 José Manfroi 3 RESUMO O presente artigo objetiva analisar a concentração do solo em Campo Grande/MS e suas implicações para o desenvolvimento local. Justifica-se a pesquisa em virtude da expansão urbana na maioria das cidades brasileiras, tendo como consequência a intensificação da produção e consumo do espaço urbano, acirrando as desigualdades existentes. Na referida capital, verifica-se que cerca de 35% da cidade está “vazia”, ao passo que a concentração do solo só aumenta. Os vazios urbanos constituem-se interessante fenômeno no espaço em questão, uma vez que se configuraram a partir de iniciativas do poder público local e a iniciativa privada, corroborando para uma disparidade no valor dos imóveis em determinados locais. A concentração do solo urbano nas mãos de poucas pessoas faz dele um instrumento de especulação imobiliária, “jogando” uma grande parte da população a distâncias geográficas significativas, dificultando sua vida em todos os aspectos, de modo a criar, nas capitais, um cinturão da pobreza. Normalmente esses especuladores imobiliários são políticos ou estão ligados as elites políticas do município contando sempre com informações privilegiadas, sabendo que em determinados locais passarão serviços e benefícios públicos propiciando o aumento do valor dos imóveis. Logo, isso impede um uso e apropriação do solo urbano de forma equânime e justa, sendo, deste modo, um obstáculo para o Desenvolvimento Local. A priori, entende-se que democratização do solo urbano criaria outras dinâmicas nos serviços públicos, tornando-os mais eficazes, de modo que município gastaria menos e poderia investir mais em saúde e educação. PALAVRAS-CHAVE: 1. Solo Urbano. 2. Concentração do solo. 3. Vazios Urbanos. 4. Desenvolvimento Local. 1 Graduada em Geografia pela UEMS. Acadêmica do 9º semestre no curso de Direito na UCDB, pesquisadora voluntária PIBIC-UCDB no projeto intitulado “Diversidade cultural e grupos em processo de inclusão no MS: análise sócio jurídica interdisciplinar”, coordenado pelo professor Doutor José Manfroi. Mestranda em Desenvolvimento Local Bolsista CAPES/TAXA/PROSUP, com ênfase em Políticas Públicas e Dinâmicas de Inovação em Desenvolvimento Territorial. E-mail: [email protected] 2 Graduado em Direito pela Universidade Católica Dom Bosco. Pós-Graduando em Direito de Família pela Universidade Estácio de Sá. Mestrando em Desenvolvimento Local Bolsista CAPES/PROSUP, com ênfase na Cultura, Identidade e Diversidade na Dinâmica Territorial UCDB. E-mail: [email protected] 3 Graduado em Filosofia. Mestre em Educação pela UFMS. Doutor em Educação pela UNESP Campus de Marília/SP. Professor pesquisador e orientador nos programas de pós-graduação stricto sensu e lato sensu da Universidade Católica Dom Bosco e Professor no Curso de Direito da Universidade Católica Dom Bosco; Pesquisador e orientador no PIBIC/UCDB/CNPQ. E-mail: [email protected]. Anais do XIV Congresso Internacional de Direitos Humanos. Disponível em http://cidh.sites.ufms.br/mais-sobre-nos/anais/

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A CONCENTRAÇÃO DO SOLO URBANO COMO OBSTÁCULO PARA O

DESENVOLVIMENTO LOCAL: UMA QUESTÃO SOCIAL

Gabriela Oshiro Reynaldo1

João Otávio Chinem Alexandre Alves2

José Manfroi3

RESUMO

O presente artigo objetiva analisar a concentração do solo em Campo Grande/MS e suas

implicações para o desenvolvimento local. Justifica-se a pesquisa em virtude da

expansão urbana na maioria das cidades brasileiras, tendo como consequência a

intensificação da produção e consumo do espaço urbano, acirrando as desigualdades

existentes. Na referida capital, verifica-se que cerca de 35% da cidade está “vazia”, ao

passo que a concentração do solo só aumenta. Os vazios urbanos constituem-se

interessante fenômeno no espaço em questão, uma vez que se configuraram a partir de

iniciativas do poder público local e a iniciativa privada, corroborando para uma

disparidade no valor dos imóveis em determinados locais. A concentração do solo

urbano nas mãos de poucas pessoas faz dele um instrumento de especulação imobiliária,

“jogando” uma grande parte da população a distâncias geográficas significativas,

dificultando sua vida em todos os aspectos, de modo a criar, nas capitais, um cinturão

da pobreza. Normalmente esses especuladores imobiliários são políticos ou estão

ligados as elites políticas do município contando sempre com informações privilegiadas,

sabendo que em determinados locais passarão serviços e benefícios públicos

propiciando o aumento do valor dos imóveis. Logo, isso impede um uso e apropriação

do solo urbano de forma equânime e justa, sendo, deste modo, um obstáculo para o

Desenvolvimento Local. A priori, entende-se que democratização do solo urbano criaria

outras dinâmicas nos serviços públicos, tornando-os mais eficazes, de modo que

município gastaria menos e poderia investir mais em saúde e educação.

PALAVRAS-CHAVE: 1. Solo Urbano. 2. Concentração do solo. 3. Vazios Urbanos. 4.

Desenvolvimento Local.

1Graduada em Geografia pela UEMS. Acadêmica do 9º semestre no curso de Direito na UCDB,

pesquisadora voluntária PIBIC-UCDB no projeto intitulado “Diversidade cultural e grupos em processo

de inclusão no MS: análise sócio jurídica interdisciplinar”, coordenado pelo professor Doutor José

Manfroi. Mestranda em Desenvolvimento Local – Bolsista CAPES/TAXA/PROSUP, com ênfase em

Políticas Públicas e Dinâmicas de Inovação em Desenvolvimento Territorial. E-mail:

[email protected] 2Graduado em Direito pela Universidade Católica Dom Bosco. Pós-Graduando em Direito de Família

pela Universidade Estácio de Sá. Mestrando em Desenvolvimento Local – Bolsista CAPES/PROSUP,

com ênfase na Cultura, Identidade e Diversidade na Dinâmica Territorial – UCDB. E-mail:

[email protected] 3Graduado em Filosofia. Mestre em Educação pela UFMS. Doutor em Educação pela UNESP Campus de

Marília/SP. Professor pesquisador e orientador nos programas de pós-graduação stricto sensu e lato sensu

da Universidade Católica Dom Bosco e Professor no Curso de Direito da Universidade Católica Dom

Bosco; Pesquisador e orientador no PIBIC/UCDB/CNPQ. E-mail: [email protected].

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THE CONCENTRATION OF URBAN SOIL AS AN OBSTACLE FOR LOCAL

DEVELOPMENT: A SOCIAL QUESTION

ABSTRACT

The present article aims to analyze soil concentration in Campo Grande/MS and its

implications for local development. The research is justified by the urban expansion in

most Brazilian cities, resulting in the intensification of production and the consumption

of urban space, exacerbating existing inequalities. In the capital, it is verified that about

35% of the city is "empty", while the concentration of the soil only increases. The urban

voids constitute an interesting phenomenon in the space in question, since they were

shaped by initiatives of the local public power and a private initiative, corroborating to a

disparity of property value in certain places. The concentration of urban land in the

hands of few people makes an instrument of real estate speculation, "throwing" a large

part of the population at significant geographical distances, making life difficult in all

respects, in order to create a poverty belt in the capitals . Usually these real estate

speculators are politicians or are linked as political elites of the municipality always

counting on privileged information, knowing that in certain places they will pass

services and public resources propitiating the increase of the value of the real estate.

Therefore, this prevents the use and appropriation of urban land in an equitable and fair

way, being, therefore, an obstacle to Local Development. A priori, it is understood that

democratization of urban land would create other dynamics in public services, making

them more effective, so that the municipality would spend less and wait to invest more

in health and education.

KEYWORDS: 1. Urban Only. 2. Soil concentration. 3. Urban Voids. 4. Local

Development.

INTRODUÇÃO

A expansão urbana na maioria das cidades brasileiras, tendo como consequência

a intensificação da produção e consumo do espaço urbano, acirrando as desigualdades

existentes. Em Campo Grande - MS, verifica-se que cerca de 35% da cidade está

“vazia”, ao passo que a concentração do solo só aumenta (ARRUDA, 2016).

Os vazios urbanos constituem-se interessante fenômeno no espaço em questão,

uma vez que se configuraram a partir de iniciativas do poder público local e a iniciativa

privada, corroborando para uma disparidade no valor dos imóveis em determinados

locais.

A concentração do solo urbano nas mãos de poucas pessoas faz dele um

instrumento de especulação imobiliária, “jogando” uma grande parte da população a

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distâncias geográficas significativas, dificultando sua vida em todos os aspectos, de

modo a criar, nas capitais, um cinturão da pobreza.

Normalmente esses especuladores imobiliários são políticos ou estão ligados as

elites políticas do município contando sempre com informações privilegiadas, sabendo

que em determinados locais passarão serviços e benefícios públicos propiciando o

aumento do valor dos imóveis. Logo, isso impede um uso e apropriação do solo urbano

de forma equânime e justa, sendo, deste modo, um obstáculo para o Desenvolvimento

Local.

É nesse sentido que o presente artigo objetiva analisar a concentração do solo em

Campo Grande/MS e suas implicações para o desenvolvimento local. Para tanto,

consultou-se autores que discutem a temática urbana com foco na concentração do solo,

bem como aparato teórico em nomes da geografia urbana, a exemplo de Corrêa (ano),

Sposito (1998), Singer (1978), dentre outros.

No que tange aos aspectos metodológicos, a pesquisatem uma abordagem mais

qualitativa do que quantitativa, mesmo que o objeto de estudo seja o da concentração

do solo urbano. Apesar de ser um elemento quantitativainterfere profundamente nos

aspectos qualitativos da vida familiar e local.

Como procedimentos para coleta de dados,além da pesquisa bibliográfica,

utilizamos dados colhidos da pesquisa documental, hospedados no campo virtual frutos

de pesquisa de campo em trabalhos de conclusão de curso e dissertações de mestrado e

teses de doutorado com ênfase na geografia humana e no desenvolvimento local.

A priori, entende-se que a concentração do solo consiste em um obstáculo para o

Desenvolvimento Local.

1 A ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DA CIDADE E SUAS CONTRADIÇÕES

Como ponto de partida para este escrito, dar-se-á uma atenção especial para o

conceito de espaço urbano, território e organização espacial, com intuito de

compreender minimamente as dinâmicas da cidade e suas implicações na apropriação

do solo urbano.

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De antemão e de forma geral, cabe destacar que o mundo, atualmente, se

encontra articulado dentro de uma lógica (SANTOS, 1996). Isso significa dizer que

quando analisamos o regional e o local não podemos desintegrá-lo do todo, tendo em

vista o processo de globalização da economia, que se apresenta de modo perverso e

excludente (SANTOS, 2000).

Para Carlos (1992, p. 35) “A paisagem urbana aparece como um ‘instantâneo’,

registro de um momento determinado”, e, também, “A paisagem não é só é produto da

história como também reproduz a história” (CARLOS, 1992, p. 38).

A cidade de Campo Grande a partir da década de 1970 passou a recepcionar um

grande número de pessoas em razão da sua nova condição: capital do Estado de Mato

Grosso do Sul (1979), acelerando de forma significativa sua urbanização, bem como

extrapolando os limites do perímetro urbano (ARRUDA, 2016).

Aliás, no Brasil, de um modo geral, a urbanização acelerou na década de 1970,

conforme demonstra o gráfico abaixo:

Gráfico 1. Taxas de Urbanização – Brasil – 1940/2000.

Fonte: GEOBRASIL, 2002.

Sposito (1998) entende a urbanização como um processo complexo e a cidade

como a materialização deste. Com tal surto de urbanização, verificou-se, na então

capital, loteamentos novos sendo criados, conjuntos habitacionais públicos e ocupações

irregulares (ARRUDA, 2016). O reflexo de tal processo teve facetas negativas,

conforme relata Arruda (2016, p. 07), uma vez que “[...] a cidade teve quase 200

favelas, mais de 10 mil novas casas construídas e uns 120 mil lotes vazios ao fim dos

anos 1990”.

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Sendo assim Campo Grande, desde a criação de Mato Grosso do Sul

está desempenhando um papel fundamental para o desenvolvimento

de toda a região, nas mais diferentes áreas da atividade humana, com

suporte principal na pecuária, na agricultura e na educação média e

superior. Os registros históricos têm demonstrado que desde o início,

Campo Grande está, pouco a pouco, polarizando a região e atraindo

imigrantes de diferentes partes do país do exterior (MARQUES;

MACIEL; LE BOURLEGAT, 2014, p. 45).

O espaço urbano é entendido como:

[...] fragmentado e articulado, reflexo e condicionante social, um

conjunto de símbolos e campo de lutas. É assim a própria sociedade

em uma de suas dimensões, aquela mais aparente, materializada nas

formas espaciais. É este o nosso objeto de estudo (CÔRREA, 1995, p.

09).

Desse modo, a organização espacial se mostra como produto histórico do

trabalho humano no decorrer da história, reúne formas constituídas no passado. O

espaço urbano, por sua vez, demonstra um grande paradoxo: é articulado e fragmentado,

simultaneamente (CORRÊA, 1995).

O ritmo da cidade acelera, as relações de produção e consumo do espaço se

intensificam. Esse ritmo é tão forte e presente na vida dos sujeitos que nela residem, que

identidades com lugares e pessoas, são perdidas (CARLOS, 1992).

Nessa perspectiva, o preço do solo urbano é, por essência, uma construção

histórica. Sobre o uso do solo no capitalismo, Singer (1978) elucida que este é regulado

pelo “mecanismo de mercado”.

O ‘capital’ imobiliário é, portanto, um falso capital. Ele é, sem dúvida,

um valor que se valoriza, mas a origem de sua valorização não é a

atividade produtiva, mas a monopolização do acesso a uma condição

indispensável àquela atividade. [...] (SINGER, 1978, p. 28)

Campo Grande não passa desapercebida quando o assunto é desigualdade

urbana, exemplo disto é a concentração do solo urbano, que priva as camadas mais

pobres de terem um acesso à terra, ou quando o permitem, “jogam” estas pessoas para

lugares de distâncias geográficas significativas, dificultando sua vida em todos os

aspectos.

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Mapa 1 – Rendimento mediano mensal das pessoas por bairros. (2010).

Fonte: PLANURB (2014, p. 141).

Analisando o contexto urbano campo-grandense, percebe-se que são muitos os

espaços “vazios”, sejam eles com pouca ocupação ou sem ocupação. Arruda (2016)

denomina tais espaços de “vazios urbanos”:

Pode-se considerar então como vazio urbano todo espaço inserido na

malha urbana em desuso/inativos ou subutilizado (como áreas de

domínio públicas não estruturadas e consolidadas); áreas que não

apresentam uma funcionalidade social ou ambiental de forma que

permita uso para a cidade (lotes vazios, glebas, espaços em situação

de esvaziamento) ou ainda toda e qualquer porção do território urbano

em total desuso ou que já não cumprem sua função social. Porém,

alguns destes "vazios urbanos" podem ser reabilitados de forma mais

rápida, bastando apenas uma ação planejada do poder público, como é

no caso de praças, parques e imóveis que pertencem ao Estado (p.

188)

Segue detalhadamente o fluxograma com tal explicação:

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Fluxograma 1 – Dinâmica da ocupação do solo urbano em Campo Grande/MS

Fonte: Observatório de arquitetura e Urbanismo da UFMS (2016).

Estes espaços se configuraram a partir de iniciativas do poder público local e a

iniciativa privada, corroborando para uma disparidade no valor dos imóveis em

determinados locais.

Quadro 01. Vazios Urbanos em Campo Grande – MS.

CIDADE

DE

CAMPO

GRANDE

PERÍMETRO

URBANO

VAZIOS

URBANOS

PRIVADOS

Taxa de

Ocupação

de 0%

VAZIOS

URBANOS

PRIVADOS

Taxa de

Ocupação

menor ou

igual a 25%

VAZIOS

URBANOS

PRIVADOS

TOTAL

ESPAÇOS

LIVRES

ÁREAS

DE

DOMÍNIO

PÚBLICO

Áreas (ha)

Em %

35.903,77

100,00%

9.241,61

25,74%

4.246,84

11,83%

13.488,46

37,57%

2.785,36

7,76%

1.701,08

4,74%

Fonte: Observatório de arquitetura e Urbanismo da UFMS.

Reelaborado por: OSHIRO REYNALDO, G. (2016).

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Neste compasso, observa-se o quadro 02 que ilustra o município em estudo,

através de uma análise de vazios urbanos privados e públicos, bem como os espaços

livres da capital:

Quadro 02. Classificação dos Vazios Urbanos em Campo Grande – MS.

Fonte: Observatório de arquitetura e Urbanismo da UFMS.

Reelaborado por: OSHIRO REYNALDO, G. (2016).

Fica claro que quanto mais central, maior a renda, ao passo que quanto mais

periférica, menor a renda. Desse modo, há de considerar a relevante contribuição de

Singer:

Em última análise, a cidade capitalista não tem lugar para os pobres. A

propriedade privada do solo urbano faz com que a posse de uma renda

monetária seja requisito indispensável à ocupação do espaço urbano.

Mas o funcionamento normal da economia capitalista não assegura

um mínimo de renda a todos. (PAUL SINGER, 1978, p. 33).

Nesse sentido, Lefebvre (2001, p. 117 - 118) nos elucida que o Direito à Cidade

não deve ser formulado como uma simples visita ou mesmo retorno às cidades

CIDADE/REGIÃO

URBANA

ÁREAS VAZIOS

URBANOS

PRIVADOS

Taxa de

Ocupação

de 0%

VAZIOS

URBANOS

PRIVADOS

Taxa de

Ocupação

menor ou

igual a 25%

VAZIOS

URBANOS

PRIVADOS

TOTAL

ESPAÇOS

LIVRES

ÁREAS

DE

DOMÍNIO

PÚBLICO

CAMPO GRANDE

(ha)

Em %

35.903,77

100,00%

9.241,61

25,74%

4.246,84

11,83%

13.488,46

37,57%

2.785,36

7,76%

1.701,08

4,74%

REGIÃO DO

ANHANDUIZINHO

6.517,89

18,15%

1.374,85

21,09%

729,10

11,19%

2.103,95

32,28%

195,90

3,01%

600,17

9,21%

REGIÃO DO

BANDEIRA

6.510,00

18,13%

2.082,73

31,99%

1.023,15

15,72%

3.105,88

47,71%

154,70

2,38%

249,93

3,84%

REGIÃO DO

CENTRO

2.010,76

5,60%

129, 14

6,42%

79,21

3,94%

208,34

10,36%

76,52

3,81%

32,16

1,60%

REGIÃO DO

IMBIRUSSU

5.741,69

15,99%

2.224,21

38,74%

360,81

6,28%

2.585,2

45,02%

496,54

8,65%

281,02

4,89%

REGIÃO DO

LAGOA

5.059,50

14,09%

976,33

19,30%

550,82

10,89%

1.527,16

30,18%

1.157,58

22,88%

173,17

3,42%

REGIÃO DO

PROSA

5.560,20

15,49%

1.581,40

28,44%

453,14

8,15%

2.034,54

36,59%

459,23

8,26%

229,58

4,13%

REGIÃO DO

SEGREDO

4.503,73

12,54%

872,95

19,38%

1.050,61

23,33%

1.923,56

42,71%

244,88

5,44%

135,04

3,00%

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tradicionais. Pode (deve) ser concebido como direito ao urbano, de modo renovado e

justo.

Ana Fani entende que:

Para ter-se acesso a um pedaço de terra é necessário pagar por ele

(através da venda ou do aluguel) pelo fato de que, na sociedade atual,

o uso é produto das formas de apropriação (que tem na propriedade

privada sua instancia jurídica). O preço é expressão de seu valor. O

valor é uso de sustentáculo conceitual do tratamento geográfico dos

problemas de uso do solo. Todavia, a teoria do uso do solo urbano

deve ser analisada a partir da teoria do valor, fundamentada na

unidade entre valor de uso e valor de troca (CARLOS, 1992, p. 47).

Nessa perspectiva, Henri Lefebvre (1991) indica a efemeridade do urbano e a

complexidade das relações econômicas que emergem no que ele denomina de

“sociedade burocrática do consumo dirigido”, cunha apartir da ideia de sociedade do

consumo”, aproximadamente na década de 1970. Isso significa afirmar o que Carlos

(1992, 47) reforça “[...] o uso é produto”.

2 IMPLICAÇÕES E OBSTÁCULOS DA CONCENTRAÇÃO URBANA PARA O

DESENVOLVIMENTO LOCAL

Frente a ocupação do solo urbano e sua expansão acelerada, o desenvolvimento

territorial e local emerge como uma questão a se aprofundar, uma vez que ambos se

caracterizaram por serem uma constituição enraizada em determinado espaço

geográfico.

Na obra “Ledéveloppement local”,Pecqueur (2000), define o desenvolvimento

local como um desafio que objetiva “evidenciar uma dinâmica que valorize a eficácia

das relações entre os homens para valorizar as riquezas das quais dispõem”.

A ideia supramencionada se relaciona com o tema central deste artigo, quando o

desenvolvimento local é visto como um processo de mobilização dos atores que leve à

elaboração de uma estratégia de adaptação aos limites externos, na base de uma

identificação coletiva com uma cultura e um território.

O desenvolvimento local é correlacionado com a capacidade de saber algo,

competência para aplicar aquilo que se sabe e habilidade de concretizar com destreza

operacional. Nesse sentido, Ávila (2001, p. 80) enaltece:

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[...] o ‘núcleo conceitual’ do desenvolvimento local consiste no

efetivo desabrochamento –a partir do rompimento de amarras que

prendam as pessoas em seus status quo de vida- das capacidades,

competências e habilidades de uma ‘comunidade definida’ -portanto

com interesses comuns e situada em [...] espaço territorialmente

delimitado, com identidade social e histórica-, no sentido de ela

mesma –mediante ativa colaboração de agentes externos e internos-

incrementar a cultura da solidariedade em seu meio e se tornar

paulatinamente apta a agenciar (discernindo e assumindo dentre rumos

alternativos de reorientação do seu presente e de sua evolução para o

futuro aqueles que se lhe apresentem mais consentâneos) e gerenciar

(diagnosticar, tomar decisões, agir, avaliar, controlar, etc.) o

aproveitamento dos potenciais próprios -ou cabedais de

potencialidades peculiares à localidade-, assim como a

‘metabolização’ comunitária de insumos e investimentos públicos e

privados externos, visando à processual busca de soluções para os

problemas, necessidades e aspirações, de toda ordem e natureza, que

mais direta e cotidianamente lhe dizem respeito.

Com base nas informações supramencionadas, no que tange a competências e

habilidades de uma comunidade definida, é preciso atentar a questão da territorialidade,

que sob olhares de Raffestin (1993), possui um valor que reflete na

multidimensionalidade do vivido territorial pelos membros de uma coletividade. O que

sintetiza esse valor agregado é a maneira na qual as sociedades se satisfazem, num

determinado momento e para um certo local.

Ou seja, o território pode ser enquadrado como o local onde as relações sociais

são vividas e sentidas pelos indivíduos, processo que permite a estruturação de uma

conexão entre o próprio território e a sociedade (DI MEO, 1999).

É evidente que a concentração do solo urbano está ligada a motivos de ordem

administrativa e política, o que, consequentemente, transformam as edificações e

estruturas da sociedade, implicando em obstáculos. Acselrad (2001) reitera o

posicionamento acima ao dizer que a cidade passou de limitada, compacta,

monocêntrica e contígua, para extensa, heterogênea, policêntrica e compacta.

Os impactos da concentração urbana são oriundos, também, do processo de

desenvolvimento econômico, que colaboram para uma transformação no território,

permitindo o surgimento de novas formas urbanas, bairros operários e áreas industriais.

Mas, os impactos geram implicações quanto ao solo urbano, como, por exemplo,

sistemas de saneamento, salubridade, poluição, congestionamento e problemas quanto

aos recursos naturais.

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Ligando a ideia de desenvolvimento local com desenvolvimento sustentável e

urbano, é preciso trabalhar com soluções para esses impactos de concentração do solo

urbano. Logo, é imprescindível relembrar que a cidade é o espaço urbano composto por

habitantes, tendo em suas conexões a estrutura social e funções urbanas (CORRÊA,

1995).

O espaço urbano é produzido por agentes sociais de várias categorias, sendo o

principal deles o Estado, como agente de organização da cidade. É garantido ao Estado

o direito de regulamentação do uso do solo, controle de impostos e taxas referentes a

terra e toda superfície imobiliária, entre outras funções relativas a ocupação. Mas,

juntamente ao Estado, há promotores industriais, imobiliários e grupos sociais que

produzem o espaço urbano. (CÔRREA, 1995).

O espaço urbano analisado enquanto concentração que se possibilita a

produção e circulação do capital, portanto, sua produção, não exclui

sua consideração enquanto produto da produção social, e com isso

implica determinado ‘modo de vida’ para a sociedade urbana.

Enquanto uso do solo para processo de reprodução do capital, o

espaço aparece como capital fixo; enquanto o uso para produção da

vida, é meio de consumo coletivo (CARLOS, 1992, p. 49)

O grande problema se dá, pois, cada uma das categorias acima possuem seus

próprios interesses, o que eleva a dimensão das cidades, muitas vezes, multiplicando em

aglomerados urbanos, mas sob a ótica do desenvolvimento local há fatores positivos e

negativos.

Se observadas as ações dos agentes sociais em relação a evolução e

desenvolvimento dos centros urbanos, quanto a expansão e conteúdo social, é um fator

positivo, pois há grandes benefícios aos agentes de maneira geral, bem como para a

sociedade.

Mas, e a dinâmica dessa multiplicidade está sendo desenvolvida da maneira

correta? O desenvolvimento de centros urbanos resulta em modificações na estrutura

das cidades. Sposito (2001) dispõe:

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Simultaneamente, sustentando esse processo, houve a multiplicação

das funções ligadas ao abastecimento das cidades, ao armazenamento

e circulação da produção, ao financiamento das atividades

econômicas, bem como à ampliação dos conhecimentos técnicos e

científicos que, progressivamente, propiciam a reprodução capitalista

(SPOSITO, 2001, p. 618).

Uma vez que o crescimento econômico permeado pelos agentes sociais promove

alteração ao processo urbano, é preciso traçar estratégias e planejamentos que visem o

desenvolvimento de maneira correta e efetiva. É o que define o Ministério das Cidades

em parceria com o Governo Federal:

Podemos definir o desenvolvimento urbano como a melhoria das

condições materiais e subjetivas de vida nas cidades, com diminuição

da desigualdade social e garantia de sustentabilidade ambiental, social

e econômica. Ao lado da dimensão quantitativa da infra-estrutura, dos

serviços e dos equipamentos urbanos, o desenvolvimento urbano

envolve também uma ampliação da expressão social, cultural e

política do indivíduo e da coletividade, em contraponto aos

preconceitos, a segregação, a discriminação, ao clientelismo e a

cooptação. O objeto de uma política de desenvolvimento urbano é o

espaço socialmente construído” (MINISTÉRIO DAS CIDADES,

2004, s/p).

Referenciado pela política estabelecida pelo Ministério da Cidade, é importante

refletir no planejamento a partir do território, levando em consideração não apenas a

estrutura da cidade, mas também a forma da cultura e relacionamentos locais,

promovendo a potencialidade local (KOGA, 2003).

Por meio dessa visão de ordenamento na ocupação do solo urbano, espera-se

garantir a resolução dos impactos que afetam direta e indiretamente a ocupação

territorial, mas principalmente a melhoria na estrutura e socialização da cidade, e um

desenvolvimento equitativo.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mesmo sendo uma pesquisa ainda introdutória sobre a concentraçãodo solo

urbano em Campo Grande e seus impactos no desenvolvimento local, nos permitimos

fazer algumas considerações finais, indicativas da situação em foco. Entre outras

destacamos:

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O preço do solo urbano é uma construção histórica. Dentro do sistema

capitalista o solo é regulado pelo “mecanismo de mercado”. Na verdade

somosobrigados a concordar com Singer, (1978) que o capital imobiliário é um falso

capital, pois a sua valoração não advém da atividade produtiva, mas da manipulação de

um bem (a terra) que é indispensável à vida urbana.

Em Campo Grande/MS existem inúmeros“vazios urbanos” que são fruto de

estratégias do sistema imobiliário com as políticas públicas, no sentido de favorecer a

construção de conjuntos habitacionais mais distantes, fazendo com que o “espaço

vazio” entre o centro e a periferia receba os serviços básicos do poder público, quase

sem custos. E além de tudo, transforme estes“vazios” como instrumento de especulação

progressiva.

Fica claro, nesta pesquisa, que quanto mais central está o morador, possui e

precisa de maior renda, e quanto mais periférico está o morador, menor é a sua a renda.

A cidade capitalista não tem lugar para os pobres. Ouse tem, é para ser mão-de-obra a

disposição dos meios de produção e serviços. No entanto, muito pouco se

beneficiamdos bens e serviços por eles construídos e mantidos.

O verdadeiro sentido de desenvolvimento local, leva em conta, não somente o

desenvolvimento das forças econômicas, mastambém e acima de tudo o

desenvolvimento da qualidade de vida humana, que permite o acesso aos direitos

básicos e essenciais para uma vida humana digna. A concentração do solo urbano para

fins de especulação imobiliária, e mesmoo desenvolvimento das forças econômicas, não

necessariamente significam o desenvolvimento social. Estes espaços vazios, são

obstáculo ao desenvolvimento local, pois estão atrelados a objetivos que se distanciam

do conceito mais substancial deste desenvolvimento.

O resultado mais grave desta pesquisa e que se aproxima de uma denúncia é o

vinculo desta concentraçãodo solo urbano com elites econômicas e políticas que atuam

com legislação e planejamento em detrimento dos menos favorecidos e de maior

vulnerabilidade. Os “vazios urbanos” comparados ao sistema bancário, são como

grandes “poupanças” que ano após ano multiplicam seu valor pelo desenvolvimento

promovido pelo próprio poder publico com o dinheiro arrecadado por todos os

municípios.

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