a comédia humana - vol. 1 - honoré de balzac

Download A Comédia Humana - Vol. 1 - Honoré de Balzac

If you can't read please download the document

Upload: erilia-fernando

Post on 11-Nov-2015

32 views

Category:

Documents


7 download

DESCRIPTION

bom

TRANSCRIPT

Este livro foi digitalizado por Raimundo do Vale Lucas, com ainteno de dar aos cegos a oportunidade de apreciarem mais umamanifestao do pensamento humano..BALZAC1850 o criador do romance moderno. Antes de Balzac o romance limitava-se narrao de aventuras picarescas e de viagens fantsticas, reconstruo de acontecimentos remotos e relao de pessoalssimos casos sentimentais. Depois dele, transformou-se num espelho da sociedade, num verdadeiro documento.Enorme foi a influncia de Balzae. Na Frana e no estrangeiro, dos Goncourt a Zola, de Dostoievski a Ea de Queiroz, toda a seguinte gerao de romancistas trouxelhe a marca inconfundvel. Pode-se dizer, sem exagero, que todo romance social descende dele em linha reta.Sua obra tem uma extenso extraordinria. Nela se contam s dezenas obras-primas como O Tio Goriot, O Primo Pons, A Prima Bette, Um ConcTiego e Solteiro, Eugnia Grandet, uma Estria na "Vida, Iluses Perdidas, Csar Birotteau, etc., dentre as quais uma s bastaria para imortalizar um escritor. Mas o que confere a essa obra uma especial importncia a sua unidade. Todos os romances e quase todos os contos de Balzac - constituindo cada aual. por si mesmo, uma obra completa e acabada formam no entanto um conjunto nico: A COMDIA HUMANA, composto d" oitenta e seis obras ligadas por inmeros fios e por muitas e mesmas personagens.Diversos romances e aleruns contos de Balzac j foram traduzidosPublicao da(oitra. ^/loboComposta" em 3 volumesA COMDIA HUMANA#BIBLIOTECA DOS SCULOSA COMDIA HUMANADEHONOR DE BALZACPrefcios, Notas"e Orientao de Paulo RnaiESTUDOS DE COSTUMESCENAS DA VIDA PRIVADAEDITORA GLOBORio DE JANEIRO - PORTO ALEGRE - SO PAULOHONOR DE BALZACjp N^ < PREFCIOL AO "CHAT-QUI-PELOTE"O BAILE DE SCEAUXMEMRIAS DE DUAS JOVENS ESPOSASA BOLSAMODESTA MIGNONTraduo de Vidal de Oliveira ": ! com 12 ilustraes fora do texto1." EDIO5.a IMPKESSOEDITORA GLOBORio DE JANEIRO - PORTO ALEGRE - SO PAULO1." EDIODIREITOS EXCLUSIVOS DESTA EDIO (TRADUES, PEHCIOS, NOTAS). DAEDITORA GLOBO S. A. - PORTO ALEGRE KIO- GBANDE DO STOESTADOS UNIDOS DO BBASTf, -Biblioteca Pblica "Arthur Vianna^ Sala Haroldo Maranho *NDICEAdvertncia ao leitor IXA Vtda de Balzac, por Paulo Rnai XIIIBibliografia da Vida de Balzac LXXVIIPlano da presente edio LXXXVIIPREFACIO A COMDIA HUMANA 3AO "CHAT-QUI-PELOTE" 27O BAILE DE SCEAUX 79MEMRIAS DE DUAS JOVENS ESPOSAS 135A BOLSA " 321MODESTA MIGNON 353ILUSTRAESO pai de Balzac XVIIIA me de Balzac XIXBalzac aos vinte anos XXVI Um manuscrito indito de Balzac da poca dosromances annimos XXVII Frontispicio de um dos romances publicados sobpseudnimo LIIA Condssa Hanska aos vinte e cinco anos LIIIBalzac aos quarenta e sete anos LXVI A casa habitada por Balzac de 1841 a 1847,atualmente Museu Balzac LXVIIO castelo de Wierzchovnia LXXTIBalzac no leito de morte LXXIII Frontispicio da l.a edio das Cenas da VidaPrivada 25A ltima residncia do escritor 26A misteriosa "Filha de uma terra escrava" 361#ADVERTNCIA AO LEITORf~\. MAIOR PARTE DOS romances e das novelas de Balzac j foram, publicados em Portugal e no Brasil, alguns at em vrias tradues. Nunca se fez, porm, uma traduo portuguesa completa da Comdia Humana, conjunto formado de 86 romances e novelas e que, no esprito do autor, constitua uma obra nica. Neste sentido, a Comdia Humana um dos maiores ou talvez o maior projeto j ideado e realizado na literatura universal por um s escritor.Mesmo em outras lnguas so raras as tradues da obra completa. Sei da existncia de duas verses inglesas, de uma italiana e uma alem. Nenhuma delas anotada.Na prpria Frana, onde h, naturalmente, vrias edies da Comdia Humana, s existe uma anota, publicada pelo editor Conard e organizada por Marcel Bouteron e Henri Longnon.Em face desses dados poder o leitor avaliar o alcance da presente iniciativa da Livraria do Globo, de Porto Alegre - iniciativa que constitui legtimo ttulo de orgulho da indstria brasileira do livro.Esta edio brasileira da Comdia Humana distingue-se pelas seguintes caractersticas:I. uma traduo nova, feita por um corpo de tradutores experimentados e conscincia s s, cotejada linha por linha corn, o texto francs da recente edio da Bibliothque de Ia Pliade, organizado por Marcel Bouteron e considerada definitiva;II. o restabelecimento da diviso em captulos e dos ttulos de captulos, existentes nas primeiras edies feitas por Balzac e suprimidos depois pela maioria dos editores por motivos de economia^#III. a incluso dos melhores ensaios biogrficos sobre Balzac? escritos por seus contemporneos mais ilustres, e dos estudos mais importantes que Comdia Humana consagraram os mestres da crtica universal;IV. uma documentao iconogrfica to completa quanto possvel;V. u M sucinta biografia de Balzac, escrita especialmente para a presente edio pelo autor desta advertncia, que desde anos sevem dedicando a estudos balzaquianos;VI. 86 pequenos estudos introdutivos, um para cada romance^ ou novela, jeitos especialmente para a presente edio, pelo mesmo-VII. notas de p de pgina, escritas especialmente para acompanhar o texto da edio brasileira, pelo mesmo.A edio foi empreendida num -momento particularmente difcil para o pesquisador, ante a impossibilidade total de obter livros da Europa em razo da guerra. Assim, por exemplo, no pde utilizar a excelente edio Conard para a redao das notas. Se,embora com muitas falhas, o comentador pde executar a suatarefa, deve-o s bibliotecas pblicas do Rio de Janeiro e extraordinria gentileza de muitos intelectuais e biblifilos brasileiros que lhe permitiram dispor das preciosidades de suas estantes, e aosquais expressa aqui a snia gratido.Devo agradecimentos a todos os tradutores da grande obra: lvaro Gonalves, Aurlio Buarque de Hollanda, Berenice Xavier.,, Bernardo Gersen, Brito Broca, Carlos Drummond de Andrade, Casemiro Fernandes, Elza Lima Ribeiro, Ernesto Pelanda, Gomes da Silveira, Lia Corra Dutra, Mrio D. Ferreira Santos, Mrio Quintana, Rubem Braga, Valdemar Cavalcanti, Vidal de Oliveira, Wilson Lousada, cujo trabalho honesto e inteligente merece ser posto em relevo. Cumpre-me assinalar aqui a valiosa colaborao do meu exaluno Raymundo Francisco Arajo e de minha irm Clara de Grdos, no cotejo das tradues com o original e nas pesquisas de biblioteca, de Aristides Monteiro na interpretao dos trechos deherldica.Gostaria, finalmente, de associar os leitores homenagem, quer ao meu ver, cabe casa editora, - a qual, ciente de sua alta juno cultural, teve a coragem de enfrentar tamanha iniciativa. ~megrato lembrar aqui que o Sr. Maurcio Rosenblatt, gerente da sucursal do Rio de Janeiro da Livraria do Globo, o qual se tornou* um balzaquiano fervoroso, foi o colaborador mais assduo do Balzac brasileiro.Uma grata lembrana de discpulo vai aqui a meus grander mestres, a quem devo minka iniciao nos estudos balzaquianos^-xMarcel Bouteron, bibliotecrio do Instituto de Frana e consef" vador da coleo Spoelberch de Lovenjoul (repositrio dos manuscritos de Balzac), suma autoridade em todas as questes relacionadas com o autor da Comdia Humana e Fernand Baldensperger, professor de literatura comparada na Sorbonne, atualmente na Harward University, autor de um livro -magistral sobre Orientations trangres chez Honor de Balzac - que honraram a nossa iniciativa coin os ensaios especialmente escritos para a presente edio, e o Sr. William Hob ar t Roy c, cuja excelente obra de referncia, A Balzac Bibliography, constitui um auxlio indispensvel em qualquer trabalho que se empreende acerca de Balzac e de sua obra.A idia desta publicao, concebida num momento em que a Frana, ocupada pela invasor, vivia uma das horas mais sombrias de sua histria, era a expresso de nossa f comum em sua ressurreio. Sentimo-nos felizes em verificar que esta esperana se transformou numa realidade, antes mesmo da publicao do primeiro volume.Rio de Janeiro, fevereiro de 1945.PAULO RNAITer o plan* completo "- edlb pAfiu LXXXTILXI#A VIDA DE BALZACPORPAULO RNAIA AURLIO BUARQUE DE HOLLANDA#lBIOGRAFIA E MISTRIOOv/ CONHECIMENTO DOS fatos materiais da vida de um artista facilitar realmente a compreenso de sua obra? Sem dvida. A biografia esclarece diversos aspectos da criao artstica, revela as ontes das idias do artista, indica-lhe as inspiraes, segue a cristalizao de sua personalidade intelectual, assinala os impulsos que recebeu de sua poca e os que a esta comunicou. Mais ainda: .graas ao paciente trabalho de reconstruo empreendido pelo bigrafo, a imagem do biografado, deformada pelo tempo e pela glria, reassume feies humanas. Sua personagem lendria e irreal ganha um cunho de familiaridade. Seus atos e suas atitudes encontram um aa apreciao serena, justa e definitiva. O heri acaba por aparecer aos olhos dos leitores como um ser parecido com eles. Em redor da obra, no entanto, a nvoa no se dissipa em medida igual.Quanto mais pormenores se conhecem da existncia de um homem genial, tanto mais enigmtica se torna a essncia de sua personalidade artstica. Poder-se-o penetrar os seus segredos, mas no o seu mistrio. O caso de Balzac confirma este aparente paradoxo. Inmeras pesquisas de mincias, a publicao sucessiva de uma infinidade de testemunhos e de documentos ntimos entregaram-nos toda a sua vida particular. Conhecemo-lo hoje, pode-se afirmar com segurana, bem melhor do que os contemporneos o conheciam, mas nem por isso compreendemos ainda o misterioso desabrochar, naquele indivduo nascido em 16 de maio de 1799 e morto a 18 de agosto de 185O, da anomalia psicolgica que o gnio.Hoje vemos Balzac luz dos refletores da pesquisa como nas -cenas sucessivas de um filme contnuo. Criana de sentimentos recalcados, com uma viva e insatisfeita sede de amor, entre pais esrambticos. Adolescente desambientado num meio escolar de onde da manifestao de fantasia est excluda. Jovem derrotado logo nos primeiros encontros com o destino, marcado pelo resto da vida com o estigma da incapacidade. Homem j feito, arrastando complexos -de inferioridade e procurando compensar a conscincia da inata vulgaridade por um esforo desesperado para atingir os cumes brilhantes da vida, a beleza, a nobreza, a fortuna. Velho antes do empo, esgotado por milhares de noites de trabalho feroz, abatendo-xv#XVIPAULO R