a catequese e a prática da caridade

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  • 8/17/2019 A Catequese e a Prática Da Caridade

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    A CATEQUESE DA CARIDADE:

    Como educar para o compromisso do amor ao próximo

    Palavras que sugiro para “ilustrar o texto”, elas podem ser o “fundo” ou uma nuvem...(solidariedade, auxílio, assistêcia, educa!"o, promo!"o #umaa, $olutariado,compromisso social, compromisso político, %rateridade, &ratuidade, amor,terura, cari#o, cuidado, 'usti!a, a'uda, doa!"o, lierdade)

     Na matéria desta edição, vamos mostrar porque caridade e catequese são inseparáveis. Aatequese é educação da fé comprometida com a realidade. !sso significa que ela é tam"émeducação da fé para o serviço, para o amor ao pr#ximo e para a caridade. Para isso, queremosol$ar para dois grandes exemplos inspiradores% &ão 'rancisco de Assis e (adre )eresa dealcutá. Além disso, tam"ém partil$amos algumas orientaç*es e sugest*es de como desenvolver a dimensão caritativa da catequese. A fé cresce e amadurece quando se tornar exerc+cio decaridade.

    C*+R*+ISS* A ARTIR D* -*.* +A-DA+E-T* D* A+*R (/o 01, 12314)

    (uitas par#quias enfeitam os tapetes da procissão eucar+stica de Corpus Christi  comroupas, co"ertores e até mesmo alimentos. m uma dessas par#quias, uma criança perguntou para a catequista porque estavam usando roupas no tapete daquele ano. A resposta estava na ponta da l+ngua% “N#s vamos distri"uir depois para os po"res, pelo serviço da caridade-”.(esmo que não sai"a o significado da palavra caridade, certamente aquela criança entendeu queaquelas roupas seriam dadas para quem mais precisa. A experincia /á l$e proporcionou umanoção do que é caridade.

     No lingua/ar popular, caridade é o mesmo que “fa0er algo de "om para alguém”, dar esmolas ou assistncia. 1 verdade que essas coisas tm a ver com a prática da caridade, mas não

    definem tudo o que essa palavra significa, ela é mais do que isso. Caridade 5 o mesmo 6ueamor ágape, isto 5, o amor 6ue se doa. A caridade está radicada em um ponto central da fécristã, o Novo (andamento de 2esus “Amai3vos uns aos outros como eu vos amei” 4cf. 2o 56,673689 58, 5:35; (ais ou menos... A palavra amor é outra que anda desgastada e mal compreendida. ?ento @! falou so"re essadificuldade logo no in+cio da sua primeira carta enc+clica “ Deus caritas est  B Ceus é amor”, valea pena conferir% $ttp%DDE:.vatican.vaDcontentD"enedict3xviDptDencFclicalsDdocumentsD$fG"en3xviGencG:HH85::8Gdeus3caritas3est.$tml 

    I cardeal Jo"ert &ara$, presidente do onsel$o Pontif+cio Cor Unum, #rgão da KriaJomana responsável pelas o"ras de caridade, assim explica a diferença% L Amor não é o mesmo

    que caridade. I termo MamorM /á existia antes de risto, mas le nos ensinou o ápice do amor,que é precisamente a caridade, ou se/a, entregar3se pelo outroL. $ttp%DDEEE.aleteia.orgDptDestilo3de3vidaDartigoDqual3e3a3diferenca3entre3amor3e3caridade36O:6H6H57H:;:7 

    xistem outros tipos de amor, como o amor entre um $omem e uma mul$er, ou se/a, oamor entre os amantes 4eros< e o amor entre os amigos 4 philia

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    I amor é a força com que nos entregamos a Ceus, que nos amou primeiro, para nos unirmos ale e assim acol$ermos os outros como a n#s mesmos, por amor a Ceus, sem reservas e com ocoração. 4Youcat , n. 6H<

    A caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Ceus so"re todas as coisas, por si mesmo, ea nosso pr#ximo como a n#s mesmos, por amor de Ceus. 2esus fe0 da caridade o novomandamento 4cf. 2o 56,67

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    como le me ama. Is &antos X pensemos, por exemplo, na eata Teresa de Calcut8  X $auriram a sua capacidade de amar o pr#ximo, de modo sempre renovado, do seu encontro como &en$or eucar+stico e, vice3versa, este encontro gan$ou o seu realismo e profundidade precisamente no serviço deles aos outros. Amor a Ceus e amor ao pr#ximo são inseparáveis,constituem um Knico mandamento” 4 Deus caritas est  B  Deus amor  n.5O

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    ;RA-CISC* DE ASSIS E TERESA DE CA pageGidT5HO 

    Iração de &ão 'rancisco 4Jemix< 3 C2 2 vangeli0ando letronicamente%$ttps%DDEEE.Foutu"e.comDEatc$>vTYsCPH\I/!]\

    A caridade não se restringe somente para os que fa0em parte da !gre/a, é serviço para omundo, para todas as pessoas, “sem discriminaç*es raciais, sociais ou religiosas” 4 "d gentes n.5:

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    $omem esfarrapado e su/o, deitado no meio de um monte de lixo. (adre )eresa e o /ornalista seaproximaram. I po"re /ogado ali parecia muito doente, de todo desnutrido, pele e osso,misturado aos detritos. (adre )eresa tomou3o nos "raços e conseguiu ergu3lo, de tão magroque estava o po"re. I /ornalista, perplexo, não sa"ia o que fa0er. (adre )eresa simplesmentecomeçou a camin$ar, carregando o $omem. $egando a casa, deitou3o numa cama limpa. I /ornalista, que registrou o fato, disse, depois, que o $omem ol$ava com imensa gratidão para a(adre. )alve0 ele nunca tivesse tido uma cama para se deitar. &em di0er uma palavra, o po"redeu um grande sorriso para (adre )eresa e morreu ali. Atordoado com a rapide0 com que tudoocorrera e diante da ação da (adre, o /ornalista disse3l$e% “(adre, por nen$um ouro destemundo eu teria feito o que a sen$ora fe0”. ela respondeu, rápida% “ eu tam"ém não-”. Não $ádin$eiro no mundo que pague o amor3caridade, movido pela certe0a de fa0er o "em.

    $ttps%DDEEE.Foutu"e.comDEatc$>vTvt5nOg^a[  (adre )eresa B I filme

    Para sa"er mais so"re a vida da ?eata )eresa de alcutá%

    $ttp%DDEEE.mot$erteresa.orgDportuDlaFout.$tml 

    (esmo diante da grande correria dos afa0eres do dia3a3dia, os momentos de oraçãodiários não ficavam em segundo plano. (adre )eresa nunca descuidou de sua vida de oração ealertava sua comunidade para fa0er o mesmo. om efeito, “quem re0a não desperdiça o seutempo, mesmo quando a situação apresenta todas as caracter+sticas duma emergncia e pareceimpelir unicamente para a ação. A piedade não afrouxa a luta contra a po"re0a ou mesmo contraa miséria do pr#ximo. A ?eata )eresa de alcutá é um exemplo evident+ssimo do fato que otempo dedicado a Ceus na oração não s# não lesa a eficácia nem a operosidade do amor ao pr#ximo, mas é realmente a sua fonte inexaur+vel. Na sua carta para a Yuaresma de 5, esta?eata escrevia aos seus cola"oradores leigos% _ N#s precisamos desta união +ntima com Ceus nanossa vida quotidiana. como poderemos o"t3la> Através da oração `” 4?ento @!,  Deuscaritas est  B  Deus amor n# 6

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    alcutá, a coisa muda. Perce"emos que a proposta de seguimento de 2esus é muito maiscomprometedora e exigente. Ca+, ao invés de nos perguntarmos “u sou "om> ”, podemossu"stituir a pergunta por “'aço todo o "em que poderia fa0er> ” para quem é catequista ainda pode3se acrescentar% “!nspiro meus iniciandos R prática do "em, da caridade, por amor ao pr#ximo> ”. 1 imposs+vel con$ecer o vangel$o e o estilo de vida de )eresa de alcutá e

    'rancisco de Assis e não perce"er que $á algo de errado e de muito grave com a sociedade de$o/e e mesmo com algumas de nossas práticas catequéticas. Srge uma conversão, a começar por n#s mesmos, que gere um autntico compromisso na transformação em n+vel familiar, social,cultural, pol+tico, internacional, ecol#gico, etc. “'iguras de &antos como 'rancisco de Assis,!nácio de oFola, 2oão de Ceus, amilo de éllis, icente de Paulo, u+sa de (arillac, 2osé ?.ottolengo, 2oão ?osco, u+s Irione, )eresa de alcutá X para citar apenas alguns nomes X  permanecem modelos insignes de caridade social para todos os $omens de "oa vontade. Is&antos são os verdadeiros portadores de lu0 dentro da $ist#ria, porque são $omens e mul$eresde fé, esperança e caridade” 4?ento @!, Deus caritas est  B  Deus amor n# 7H<

    ?+"lia para crianças 3 A aridade% $ttps%DDEEE.Foutu"e.comDEatc$>vT8e7S[[  

    A CATEQUESE DA CARIDADE

    A Knica forma de aprendermos so"re a caridade é praticando atos de "ondade para comas pessoas a nossa volta. Portanto, a Knica forma de ensinar a prática da caridade a nossosiniciandos é l$es dar a oportunidade de experimentar a alegria que decorre do serviço ao pr#ximo. Para educar a fé para a prática da caridade é preciso%

    5< I%ormar e e$ol$er% I atequista será intermediário no processo de educação R prática da caridade. le tra0 informaç*es e sugest*es de meios, lugares e métodos

    de iniciativas caritativas, procurando enga/ar os iniciandos nessas propostas9

    :< Dar  moti$a!es% I seu testemun$o e o testemun$o de outros mem"ros dacomunidade, além da fundamental inspiração evangélica do seguimento de 2esus,serão durante os encontros de catequese aspectos motivacionais para a prática dacaridade. Nesse v+deo, a atitude insistente e determinada de um garoto foi capa0 demotivar todos a l$e a/udarem% . /enino e a árvore:

    $ttps%DDEEE.Foutu"e.comDEatc$>vT"N!oN@'Ni'\ 9

    6< Dese$ol$er o seso crítico% )rata3se de um ol$ar cr+tico, capa0 de entrever asestruturas que perpetuam as in/ustiças sociais. A seguinte metáfora ilustra essa ideia%Por ve0es, a caridade da !gre/a era exercida somente pela doação de alimentos,remédios, roupas, etc. )udo isso é como “dar o peixe”. om o tempo, perce"eu3se anecessidade de tam"ém “ensinar a pescar”. Ca+ a !gre/a promoveu cursos,oportunidades de empregos, criou INVs, apoiou manifestaç*es e grupos deiniciativas populares, etc. No entanto, uma visão mais cr+tica da desigualdade levoua !gre/a a concluir que o pro"lema estava no “pr#prio rio” que está polu+do e não éa"erto a todos. Por isso, fa03se necessário o empen$o de todos os cristãos na promoção dos valores de /ustiça e igualdade para todos. 4!nspirado em Comláudio Qummes Diálogo com a cidade, pág. 7;

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    8< romo$er $oca!es especí%icas o Bmito do ser$i!o aos irm"os % Yuando ocatequista e a comunidade são testemun$as alegres de doação e amor ao pr#ximo pela prática da caridade, essa alegria é capa0 de contagiar os iniciandos que, poucoa pouco, manifestam o seu dese/o de tam"ém protagoni0ar as iniciativas caritativasda comunidade. Iutros, ainda, serão despertados para tarefas espec+ficas de serviçoaos mais po"res, dentro e fora da !gre/a.

    A atequese e tam"ém as outras pastorais da comunidade precisam desco"rir e dar atenção aos “novos po"res”, os marginali0ados dos dias de $o/e. (uitos deles são imigrantes,n=mades, presos, doentes cr=nicos ou em fase terminal, dependentes qu+micos... Para isso, acatequese exige pessoas cora/osos e capa0es de revisar a sua pr#pria vida e a prática pessoal dacaridade9 Jevisar os conteKdos catequéticos para que este/am em sintonia com a realidade9 revisar os métodos catequéticos, de modo a proporcionar experincias de educação R caridade.

    &ugiro colocar em um quadro ao lado do texto%

    A aridade dentro da !gre/a...

    A áritas ?rasileira  $ttp%DDcaritas.org."rD  é uma entidade de promoção e atuação social quetra"al$a na defesa dos direitos $umanos, da segurança alimentar e do desenvolvimentosustentável solidário. &ua atuação é /unto aos exclu+dos e exclu+das em defesa da vida e na participação da construção solidária de uma sociedade /usta, igualitária e plural.

    A caridade para além da !gre/a...

    A INV (a[e3A3^is$b ?rasil $ttp%DDEEE.ma[eaEis$.org."rD tem como missão a reali0ação deson$os de crianças com doenças que colocam em risco as suas vidas, enriquecendo aexperincia $umana com esperança, força e alegria.

    Educado para a caridade o ecotro de cate6uese777

    omo vimos, a atequese enquanto educação da fé, tam"ém possui uma dimensãocaritativa, isto é, ela tam"ém tem como tarefa iniciar R prática da caridade e do amor ao

     pr#ximo. Ce forma concreta, isso significa propor momentos para que crianças, /ovens e adultosten$am a oportunidade de se colocar a serviço dos outros de forma gratuita.

    Sma catequista me contou que um dos adolescentes iniciandos da sua turma de atequese deonfirmação não levava os encontros a sério. “le parece impermeável”, di0ia ela. onsideravatudo aquilo um "lá"lá"lá furado da catequista e participava dos encontros para não ter que ouvir sua av# em casa reclamando depois. )udo mudou quando a turma foi visitar um asilo, levando presentes que compraram com a arrecadação que fi0eram durante os encontros e com a a/uda defamiliares. Aquele /ovem emocionou3se profundamente. A alegria dos idosos ao v3los, ocarin$o da acol$ida calorosa, os a"raços afetuosos e a felicidade porque alguém lem"rara deles

    e até trouxera presentes, foi uma experincia que o marcou para sempre. Cal+ para frente, tudoque a catequista di0ia nos encontros “passou a fa0er sentido”. Não era s# palavreado, era algo

    http://caritas.org.br/http://caritas.org.br/http://www.makeawish.org.br/http://www.makeawish.org.br/http://caritas.org.br/http://www.makeawish.org.br/

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     poss+vel de ser vivido e era "om. onfira algumas sugest*es de como desenvolver a dimensãoda caridade no encontro de catequese%

    • rianças pequenas tem dificuldade em dividir ou partil$ar as coisas. A/ude3

    as a compreender que quando ela compartil$a suas coisas, fa0 outras pessoasfeli0es. Ciga que Ceus gosta quando ela fa0 o "em e expresse sua satisfação

    com sorrisos e elogios toda ve0 que ela compartil$ar algo com alguém9

    • Irgani0e uma campan$a para arrecadar agasal$os ou alimentos que serão

    doados para pessoas assistidas pela comunidade ou para uma instituição de

    caridade B ou vocs podem aderir a alguma campan$a /á existente. &e

     poss+vel, envolva os iniciandos em todas as etapas da campan$a% divulgação

    com carta0es, arrecadação, separação das roupas ou alimentos doados e a

    entrega do material arrecadado9

    • Irgani0e uma visita a um asilo, orfanato, INV ou instituição de caridade.

    onverse antes com a administração da instituição para acertar todos os

    detal$es. &e poss+vel, levem um "olo ou lanc$in$o e envolva os iniciandos

    em todas as etapas da preparação ou ainda presentes arrecadados por eles9

    • Aproveite datas comemorativas e confeccione cart*es com "elas mensagens

     B que podem ser espontWneas- 3 e incentive os iniciandos a dar os cart*es

     para as pessoas da fam+lia, amigos, vi0in$os ou mesmo descon$ecidos9

    • Promova com os /ovens manifestaç*es de afeto e amor gratuito com

    iniciativas criativas, como o “ 0ree hugs 1 "2ra)os gratuitos”

    $ttps%DDEEE.Foutu"e.comDEatc$>vT/N'E0JgA[U 9

    • nga/e os iniciandos em atividades de pastorais e movimentos sociais da

    comunidade ou do "airro, como os vicentinos. m algumas par#quias a

    catequese de crisma é feita com um encontro de catequese “tradicional” do

    grupo a cada 58 dias, intercalado com a interação dos /ovens em algumadessas outras pastorais e movimentos sociais9

    •  No ?rasil as experincias da Campanha da 0raternidade  4'< na

    Yuaresma são em"lemáticas e pioneiras na prática caritativa R lu0 do

    vangel$o. !nforme3se e procure desenvolver o tema e atingir os

    gestos concretos sugeridos pelos materiais produ0idos para cada

    campan$a B $á inclusive materiais espec+ficos para a catequese. isite

    o site das ampan$as da N?? $ttp%DDcampan$as.cn"".org."rD 9

    https://www.youtube.com/watch?v=jNFwzRgAkZEhttps://www.youtube.com/watch?v=jNFwzRgAkZEhttp://campanhas.cnbb.org.br/http://campanhas.cnbb.org.br/https://www.youtube.com/watch?v=jNFwzRgAkZEhttp://campanhas.cnbb.org.br/

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     Suestão de Frases para colocar em desta*ue+ ao lono do te,to:

    3$regue o Evangelho# e necessário, use as palavras4# (o 0rancisco de "ssis

    3.nde houver triste%a, que eu leve a alegria4# (o 0rancisco de "ssis

    3" todos os que so*rem e est(o sós, d5 sempre um sorriso de alegria# N(o lhes proporcione

    apenas seus cuidados, mas tam2m seu cora)(o4 /adre !eresa de Calcutá

    /o"o +elo

    Vraduando em )eologia 4PS3&P