a biblioteca como fator de estÍmulo À leituraexerce o papel de primeira e mais importante...

25
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURA CURITIBA DEZEMBRO/2009

Upload: others

Post on 16-Oct-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOSUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAISPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURA

CURITIBA

DEZEMBRO/2009

Page 2: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURA

Marilda de Paula Soares1

RESUMO: O presente artigo apresenta os resultados de uma pesquisa quantitativa

aplicada aos alunos de 5a séries do Colégio Estadual Prof. Mário Brandão Teixeira

Braga, de Piraquara, PR, a fim de verificar de que forma o espaço da biblioteca da

escola vem sendo utilizado de modo a estimular no aluno o gosto pela leitura. Dentre

as conclusões às quais se chegou, a principal foi a de que, mesmo entre os poucos

alunos que tomam livros emprestado da biblioteca, quase nenhum a frequenta.

A partir das análises realizadas, pretende-se estabelecer algumas estratégias

pedagógicas através de atividades a serem realizadas com o objetivo de que a

mesma seja conhecida, percebida como um espaço importante no ambiente escolar

e, assim, assuma a sua real função.

Palavras-chave: Leitura. Biblioteca escolar.

RESUMEN: El artículo presenta los resultados de una investigación quantitativa

realizada con alumnos de 5ª series del Colegio Estadual Profesor “Mario Brandão

Teixeira Braga”, situado en Piraquara – Pr, con el objetivo de verificar de que

manera el espacio de la biblioteca escolar es utilizado. Las principales conclusiones

a que se ha llegado es que pocos alumnos la utilizan para emprestimos de libros, los

mismos casi no la visitan.

A partir de los análisis realizados, se pretiende estabelecer algunas

estrategias pedagogicas, a través de actividades que serán realizadas con el

objetivo de que la misma sea conocida, percibida como un espacio importante en el

ambiente escolar y, así, asuma su real función.

1 Professora participante do PDE:2008, orientada pelo professor Adão de Araújo, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

2

Page 3: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

1 INTRODUÇÃO

Vivemos num processo de constante transformações, a chamada era da

informação e do conhecimento. Diante desta enorme quantidade de informações

que se processam de forma muito rápida, a escola deve utilizar todos os recursos

disponíveis para que essas informações se processem. Entre os recursos, está a

biblioteca escolar, uma vez que ela também exerce uma função sócio-educativa.

Entretanto, para que ela exerça a contento sua função, muitos obstáculos de

ordem física e estratégica devem ser superados, dadas as evidentes precariedades,

como espaço físico inadequado, acervo insuficiente e falta de um profissional

qualificado para atuar.

Sabemos também que a escola vive um momento em que a crise da leitura é

evidente, crise constatada pelos professores, que asseveram o aluno apenas

soletrar as palavras, sem fazê-las ter sentido. Quem atua na escola percebe o

distanciamento dos alunos dos livros e a dificuldade em fazê-los entender a

necessidade da leitura para o desenvolvimento da aprendizagem.

Dados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, publicada em maio de 2008,

cujo objetivo principal foi diagnosticar e medir o comportamento leitor da população,

revelam que a escola exerce um papel extraordinariamente poderoso no

desenvolvimento da leitura e sinaliza os caminhos para fomentar sua prática fora

dela e pela vida afora dos leitores. Tais dados confirmam a necessária e estreita

relação entre leitura e educação e, objetivamente, com a escola, primeira

encarregada da alfabetização e do letramento. Esse vínculo torna-se imperativo num

país com as desigualdades sociais como as verificadas no Brasil, onde a família não

exerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com

relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas, a pesquisa mostra que

muitos dos entrevistados sequer conhecem este espaço, e ela é vista como um lugar

3

Page 4: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

desinteressante.

A situação das bibliotecas despertou o interesse em saber de que maneira ela

é vista pelo aluno no contexto escolar e buscar alternativas que contribuam para a

formação do leitor.

Dessa forma, este artigo propõe-se a refletir sobre uma questão fundamental

que poderá contribuir para uma nova maneira de ver a biblioteca. Apresenta o

resultado de uma pesquisa quantitativa implementada entre os alunos de 5a. série

do período da manhã e tarde, a fim de procurar identificar de que forma o espaço da

biblioteca vem sendo utilizado para, então, criar alternativas para que ela seja

conhecida e frequentada e assuma a sua real função dentro do espaço da escola.

Além disso, procurará apresentar novas possibilidades para que a escola apresente

projetos voltados à leitura.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A leitura na escola

Já é proverbial a falta de leitura na escola e a dificuldade em compreender um

texto lido. Com freqüência, ouve-se pessoas afirmar que não lêem com assiduidade.

Entretanto se perguntarmos sobre a importância da leitura, ninguém afirmará o

contrário, indicando que ela não é importante para a transformação sócio-

econômica, uma experiência enriquecedora de conhecimento e satisfação pessoal e

se constitui fator primordial no processo educativo.

Segundo Zilberman (2003, p. 16), “a sala de aula é um espaço privilegiado

para o desenvolvimento do gosto pela leitura”. Não só a sala de aula, mas toda a

escola deveria ser esse espaço privilegiado para se promover o hábito de ler. Ela

deve assumir verdadeiramente a sua responsabilidade na constituição do sujeito

4

Page 5: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

leitor. Nesse aspecto, o espaço da biblioteca é de suma importância no contexto

escolar. Quem atua na escola percebe o distanciamento dos alunos dos livros e a

dificuldade em fazê-los entender a necessidade da leitura para o desenvolvimento

da aprendizagem.

Oferecer possibilidades para que se promova a leitura é um compromisso que

deve ser assumido por toda a sociedade, criando condições para que as escolas e

as bibliotecas desenvolvam atividades que se destinam ao cultivo do interesse pelo

livro, só assim é possível também pensar no prazer de ler. Apenas afirmar que o

aluno não lê, não resolverá o problema. Ele precisa perceber a importância da

leitura, sentir o prazer em ler, estar em contato com o objeto livro, e, obviamente,

com a literatura uma vez que ela é a representação de uma cultura.

Na sala de aula e nos outros espaços de encontro com os alunos, professores de Língua Portuguesa e Literatura têm o papel de promover o amadurecimento do domínio discursivo da oralidade, da leitura e da escrita, para que os estudantes compreendam e possam interferir nas relações de poder com seus próprios pontos de vista fazendo deslizar o signo verdade-poder em direção a outras significações que permitam, ao mesmos estudantes, a sua emancipação e a autonomia em relação pensamento e às

práticas de linguagem imprescindíveis ao convívio social. ( PARANÁ, 2008, p.29)

Outro fator importante que deve ser levado em conta é o papel do professor

enquanto mediador dos processos de leitura. É necessário estar comprometido com

a formação do leitor, só assim o aluno será capaz de agir frente à realidade de

maneira crítica e, principalmente, se posicionar diante dessa realidade tão

diversificada.

Ao mesmo tempo, afirma Silva (1983, p. 59), “é infantilidade atribuir

exclusivamente à escola a culpa pela não formação de leitores”. Para o autor, as

raízes do problema estão em todo o corpo social. Só será possível o

5

Page 6: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

amadurecimento do leitor quando houver o questionamento da alienação imposta e

ele for levado a ler mais criticamente a realidade. Há, também, três condicionantes

da leitura: tempo, poder aquisitivo e a presença de bibliotecas.

É necessário, pois, refletir de que maneira o espaço escolar está contribuindo

para a leitura, se a concepção do professor sobre o assunto influencia a sua prática

em sala e como é cultivado o gosto pela leitura.

Há muito, também, se vem inquirindo a respeito da gênese da leitura, e

muitos são os conceitos que a definem, desde a formação do leitor até o ato de ler.

Pesquisas e estudos sobre a leitura escolarizada cresceram no país a partir dos

anos 80, gerando várias concepções e possibilidades de promovê-la no ambiente

escolar. Com essa crescente popularização do tema devido aos estudos

linguísticos, a leitura recebeu atenção de maneira especial. Há muito se conhece a

importância da formação do hábito ou do gosto pela leitura já nos primeiros anos de

vida de uma criança.

Apesar de tantos se debruçarem sobre o assunto, o que se verifica ainda é a

precariedade ou a inexistência dessa formação. Essa “crise da leitura” apresenta

inúmeras dificuldades, principalmente no campo da educação escolar, e, mais

diretamente, evidencia as deficiências no processo de alfabetização.

Segundo SILVA (1983, p. 58), “sem dúvida que, modernamente, a escola se

transformou no principal órgão responsável pela formação e desenvolvimento de

leitores”. O autor também afirma que a leitura é capaz de combater a alienação e é

uma atividade de conscientização e de libertação. Desse modo, a leitura, além de

suporte do conhecimento, é capaz de desempenhar a função social de promover a

transformação do sujeito, a sua emancipação e assimilação de valores. Outro

questionamento ainda é se a circulação do livro se processa democraticamente para

toda a população, e se a mesma permite a presença de leitores críticos e

transformadores.

6

Page 7: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

Sobre a importância do ato de ler, Freire (2005, p. 11) afirma que “a leitura

não se esgota na decodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita,

mas se antecipa e se alonga na inteligência do mundo”. Isso significa que o leitor

não exerce um papel passivo diante da leitura. O mesmo conceito está explícito nas

Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (2008, p.35), ao se referirem à prática

da leitura como um ato dialógico: O aluno/leitor, nesse contexto, passa a ter um

papel ativo no processo de leitura, é o responsável por “reconstruir o sentido do

texto”.

Outros autores também concebem a leitura a partir do ponto de vista do leitor,

que é capaz de relacionar o que leu com outros textos. Para Lajolo, ler:

[...] não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É a partir do texto ser capaz de atribuir-lhe significação, conseguir relacioná-lo a todos os textos significativos para cada um reconhecer nele o tipo de leitura que seu autor pretendia e dono da própria vontade, entregar-se a esta leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo outra não prevista

(LAJOLO,1988, p. 59).

Outro autor que atribui ao leitor o papel de dar sentido ao texto é Foucambert

(1994, p. 5):

Ler significa ser questionado pelo mundo e por si mesmo, significa que certas respostas podem ser encontradas na escrita, significa poder ter acesso a essa escrita, significa construir uma resposta que integra parte de novas informações ao que já se é.

Nas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, ao abordarem o ensino da

literatura, estão presentes os pressupostos teóricos da Estética da Recepção. Nessa

perspectiva de ensino, o leitor não é passivo, há uma relação entre ele e a obra, um

confronto entre a representação do mundo do autor com o mundo desse leitor, no

ato ao mesmo tempo solitário e dialógico da leitura. Aquele que lê amplia o seu

universo, mas amplia também o universo da obra a partir da sua experiência cultural.

7

Page 8: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

Outro aspecto bastante discutido é que, mesmo se a leitura deve ser um

hábito, deve ser também fonte de prazer, nunca uma atividade obrigatória, cercada

de ameaças, castigos ou encarada como uma imposição dos adultos. Para ler, é

preciso gostar de ler. Eis o desafio da escola.

Esse é um objetivo: sabemos que a leitura é uma forma altamente ativa de lazer. Em vez de propiciar sobretudo repouso e abnegação (daí massificação), como ocorre em formas passivas de lazer, a leitura exige um grau maior de consciência e atenção, uma participação afetiva do recebedor leitor. Seria, pois, muito importante que a escola procurasse desenvolver no aluno formas ativas de lazer, aquelas que tornam o indivíduo crítico, mais consciente e produtivo. (CUNHA, 1985, p. 40)

A leitura não é uma técnica que visa à informação e educação simplesmente;

deve ser mais um prazer desencadeante de identificações e compensações, para

uma inserção mais rápida na realidade.

A leitura de mundo da criança inicia antes da leitura da palavra, através de

histórias narradas, brincadeira e outras atividades. Paulo Freire relata experiências

de sua infância que contribuíram para o desenvolvimento da sua primeira leitura, “a

leitura do seu mundo”, para depois a leitura da palavra. Portanto, o gosto pela leitura

começa na infância, muito antes de se aprender a ler.

A escola é o espaço em que são criadas as condições ao professor, através

de programas, para promover a leitura ou, retomando ainda o conceito de

Foucambert (1994, p.5): ler é “poder ter acesso à escrita”. Desse modo, seria

possível o contato do aluno com bens culturais, principalmente aqueles conservados

através da linguagem escrita.

8

Page 9: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

(...) a escola é, às vezes, a única oportunidade que as crianças têm de entrar em contato com a leitura. Se a gente contar o número absoluto de crianças que lêem ou que tiveram acesso à leitura, vai ver que um grande número teve acesso à leitura através da escola(GARCIA, 1988, p.15)

Para Machado (1999, p.36), a escola é a principal, senão a única fonte de

contato com o livro. Para ele, grande parte da população só vai se tornar leitora se

tiver contato com uma boa bibliografia. Assim sendo, a escola deve, através do

professor, bibliotecário e todos os envolvidos no processo, selecionar textos de

qualidade e desenvolver atividades que funcionem como estímulo à leitura e levem o

leitor à reflexão.

A proposta de que a leitura seja reintroduzida na sala de aula significa o

resgate de sua função primordial, buscando sobretudo a recuperação de contato do

aluno com o livro.

À escola, não cabe apenas “ensinar a ler” ou fornecer informações, mas

enriquecer o aluno com a aquisição de instrumento para o seu processo permanente

de autoformação. A leitura é uma forma de “dar voz ao cidadão e é preciso prepará-

lo para tornar sujeito do ato de ler” (Freire, 1985, p.51). Por conseguinte, deverá a

escola fornecer condições de acesso ao livro, para que este leve à leitura

interpretativa da vida, que ajudará o indivíduo na transformação do mundo.

Por que nossos alunos não lêem? Entre os vários os fatores está a família,

que geralmente não estimula a criança, porque também não lê. Outro fator que pode

provocar problemas de diversas natureza é a própria escola que, com a

responsabilidade de introduzir a criança no mundo dos livros, preocupa-se com uma

avaliação do produto leitura e, quando a inclui em suas atividades, o faz de forma

impositiva e desestimuladora, o que fortalece o quadro alarmante do não saber, não

gostar e não querer ler. Uma obra apresentada de forma impositiva perde seu valor

9

Page 10: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

artístico e, se utilizada pelo professor como portadora de informações prontas e

acabadas, limita o conhecimento do aluno.

A atividade com a literatura infantil - e, por extensão, com todo o tipo de obra de arte ficcional - desemboca num exercício de hermenêutica, uma vez que é mister dar relevância ao processo de compreensão, complementar à recepção, na medida que não apenas evidencia a captação de sentido, mas as relações que existem entre essa significação e a situação atual e histórica do leitor. (ZILBERMAN, 2003. p. 28)

Outro problema que afasta o aluno da leitura são as cobranças de

interpretações através da prova e de ficha de leitura, quase sempre com as mesmas

questões, o que torna o texto mero pretexto de questões acessórias, não deixando o

aluno sentir o texto e fazer seus próprios questionamentos. O texto passa a ser o

que o professor “manda ler”. Oferecem-se, muitas vezes, o livro didático e as

chamadas leituras obrigatórias, formando-se, assim, só leitores passivos, sem

condições de analisar criticamente as idéias contidas nos textos. Não há ousadia,

invenção, criação no trabalho com o livro, o que o torna algo desinteressante e

cansativo, tanto para o professor como, principalmente, para o aluno, que acaba

perdendo o interesse pela leitura.

2.2 A leitura na biblioteca

Como mencionado anteriormente, não cabe somente à escola a

responsabilidade pela formação do leitor, mas depende de uma serie de condições

10

Page 11: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

objetivas, dentre as quais a biblioteca é instrumento de apoio pedagógico e cultural.

Devido a sua estreita relação com o ensino, ela deve estar intimamente ligada ao

trabalho dos educadores. Infelizmente, na prática, as bibliotecas escolares estão

longe de exercer a sua real função: a de ser um instrumento motivador de leitura e

pesquisa ou, nas palavras de Lourenço Filho, citado por Silva (1995):

Ensino e biblioteca são instrumentos complementares [...], ensino e biblioteca não se excluem, completam-se. Uma escola sem biblioteca é um instrumento imperfeito. A biblioteca sem ensino, ou seja, sem a alternativa de estimular, coordenar e organizar a leitura, será por seu lado, instrumento vago e incerto.

Machado (1999, p.36) também afirma que a escola é a principal, senão a

única fonte de contato com o livro. Para ele, grande parte da população só vai se

tornar leitora se tiver contato com uma boa bibliografia, por isso a escola, através do

professor, bibliotecário e todos os envolvidos no processo deve selecionar textos de

qualidade e desenvolver atividades que funcionem como estímulo à leitura e

reflexão.

Se todo o bom leitor é conseqüência da atmosfera reinante no seu contexto

social, principalmente daquela presente na escola e na biblioteca, esta assume um

papel de suma importância para a promoção da leitura. É um local para apresentar a

leitura como atividade natural e prazerosa, visto que, para muitos, trata-se da única

oportunidade de acesso a livros que não são didáticos.

Na biblioteca, entre as várias instâncias mediadoras da leitura, o professor, de

qualquer disciplina, deveria assumir o papel direto e imediato no processo. Esse

recinto deve ser visto, não como um anexo da escola, mas como espaço ativo do

conhecimento.

Borges (1982, p.3) estabelece, para a biblioteca escolar, duas funções de vital

importância: "a função educativa e a função cultural, justificadas pela preocupação

11

Page 12: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

de integrar a biblioteca aos objetivos, metas e planos da escola". Porém, muitas

vezes, não é o que vemos nas escolas:

(...) as escolas enfrentam inúmeras dificuldades para organizar uma biblioteca, manter - mesmo precariamente - as que existem ou ainda para tentar integrá-las no processo educacional." Com isso, milhões de alunos ficam privados de material bibliográfico, leitura e de outras fontes de informação além do próprio professor e do material didático. Em última análise, então, educandos sem acesso a uma biblioteca em sua própria escola correm mais o risco de ficar à margem de um ensino

democratizado.(FRAGOSO, 2002, p. 126)

Experiências com projetos de leitura revelam que é possível, através de

atividades mediadas pelo professor, articuladas com o bibliotecário e tendo como

objetivos o cultivo do gosto pelo livro, formar novos leitores com capacidade de

contextualizar o assunto dentro de sua realidade. Sabe-se, também, que, num

projeto de leitura, os resultados não são imediatos e exigem envolvimento de vários

segmentos da escola. Entretanto, suscitar a curiosidade, promover o contato com

textos de qualidade e levar o educando a frequentar o espaço da biblioteca já é um

bom começo neste processo de formação de leitores.

12

Page 13: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

3 METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS

A metodologia utilizada para a pesquisa foi a pesquisa-ação. Para Moreira e

Caleffe (2006, p. 89-90), “pesquisa-ação é uma intervenção e pequena escala no

mundo real e um exame muito de perto dos efeitos dessa intervenção”. Como o

objetivo da pesquisa é verificar uma situação específica, num determinado espaço,

justifica-se tal modelo. Ainda, segundo os autores, “a pesquisa-ação é situacional -

está preocupada com o diagnóstico do problema em um contexto específico para

tentar resolvê-lo nesse contexto” (2006, p. 91). Com o resultado, será possível obter

informações que serão úteis ao desenvolvimento de futuros projetos de leitura a

serem implantados na escola.

O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário com

questões fechadas. O público investigado foram 148 alunos de 5ª série, do Colégio

Professor Mário Brandão Teixeira Braga. A pesquisa foi realizada em novembro de

2008; portanto, os alunos já frequentavam a escola havia quase um ano. Antes,

porém, o questionário foi submetido a um teste-piloto, ou seja, as questões foram

aplicadas a outros alunos - pequeno número - que não faziam parte da população-

alvo da pesquisa, com o objetivo de verificar a clareza ou não das perguntas, se a

ordem de apresentação estava adequada, evitar distorções, etc. Com o resultado do

pré-teste, fez-se a revisão do questionário. No instrumento de coleta de dados, em

anexo, os seguintes itens foram contemplados: características do aluno pesquisado;

gostos e preferências de leituras; se a escola proporciona momentos de leitura,

mediada pelo professor; a utilização da biblioteca (se o aluno frequenta e com qual

objetivo); acesso à leitura fora do ambiente escolar.

O projeto foi criado com sugestões de atividades direcionadas ao público de

5ª série. Durante o ano de 2009, aulas semanais de leitura foram realizadas na

biblioteca, com atividades direcionadas, e outras atividades foram desenvolvidas em

13

Page 14: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

sala de aula.

Os dados foram apresentados para a coordenação pedagógica e a direção, a

fim de que traçar estratégias para o ano letivo de 2009, tendo por base a pesquisa

realizada. Professores interessados em apoiar o projeto, a partir de um plano de

aula, elaboraram e executaram atividades com seus alunos na biblioteca.

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A proposta do trabalho foi levar os envolvidos no processo educacional a uma

reflexão sobre o papel que a biblioteca exerce no espaço escolar. Algumas

atividades foram sugeridas com a finalidade de romper com a visão de que ela é

apenas uma anexo da escola, transformando-a num espaço de apoio ao educador

em suas ações e propiciando ao aluno interagir de forma cativante a esse mundo de

informações. Foi uma tentativa de mostrar a real função de uma biblioteca escolar,

de que pode ser um ambiente dinâmico, valorizando-a e aproximando o aluno do

livro, da leitura.

O questionário, a partir de perguntas simples, tinha como objetivo saber se o

aluno de 5ª série, já frequentando havia quase um ano a escola, conhecia a

biblioteca e de que maneira utilizava aquele espaço.

Os gráficos seguintes demonstram o resultado da pesquisa:

14

Page 15: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

GRÁFICO 1 – GOSTA DE LER?

GRÁFICO 2 – A LEITURA NA FASE INICIAL DE ESCOLARIDADE

0

20

40

60

80

100

120

140

Na escola onde estudou na 4ª série lia livros?

Sim - 121

Não - 27

Percebeu-se que o aluno de 5ª série gosta de ler. Diante desse resultado,

estabelecer estratégias de leitura no interior da escola se torna mais fácil.

A maioria dos pesquisados não conhece a biblioteca da cidade, fato que leva

a crer que a escola é realmente onde o aluno tem acesso ao livro.

15

Page 16: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

GRÁFICO 3 – CONHECE A BIBLIOTECA PÚBLICA?

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

C onhece abiblioteca pública

da cidade?

S im-135

Não - 13

GRÁFICO 4 - PREFERÊNCIA DE LEITURA

No primeiro contato dos alunos com a biblioteca, no processo de

sensibilização e conhecimento das normas de funcionamento, houve a confecção da

carteirinha, e imediatamente muitos passaram a fazer empréstimos, e foi grande o

interesse pelos gibis e livros de poesias. Os dados do questionário, portanto,

16

Page 17: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

confirmam a preferência do leitor.

Analisando os gráficos 5 e 6, abaixo, percebe-se que o aluno entrevistado vai

pouco à biblioteca, e o percentual que a frequenta não o faz com o intuito de

emprestar livros para leitura em casa ─ um número relativamente alto a utiliza com o

objetivo de fazer trabalhos de pesquisa.

GRÁFICO 5 – UTILIZAÇÃO DA BIBLIOTECA DA ESCOLA

17

Page 18: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

GRÁFICO 6 – CONTATO COM A LEITURA EM SALA

Interessante observar que, dos 148 alunos que responderam ao questionário,

124 afirmam que o professor de outras disciplinas lêem para eles em sala de aula.

Porém, não foi perguntado o tipo de texto lido. Acredita-se que estão incluídos os

livros escolares (didáticos). Em relação aos dados abaixo (gráfico 7), os mesmos

alunos afirmam que o professor de Português leva poucos livros para leitura em

sala. Esses dados podem revelar que estimular a leitura em sala também se faz

necessário.

18

Page 19: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

GRÁFICO 7 – LEITURA EM SALA PELO PROFESSOR DE PORTUGUÊS

Perguntados sobre o acesso ao livro fora da escola, dos 148 respondentes,

95 afirmam que não têm nenhuma outra forma de acesso, constatação interessante,

que corrobora a tese de muitos especialistas, de que a escola é a principal ─ senão

a única ─ forma de contato da criança com livros.

19

Page 20: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

GRÁFICO 8 – POSSIBILIDADE DE LEITURA FORA DO ESPAÇO ESCOLAR

A partir da pesquisa, formou-se um Grupo de Apoio ao projeto, integrado por

professores e funcionários, com os objetivos de: socializar com educadores o

Projeto de leitura; debater o tema e o papel dos envolvido no processo de incentivo

à leitura, seja no âmbito da escola/biblioteca, seja no da família; analisar indicadores

apresentados em pesquisas realizadas em nível nacional, estadual e na própria

escola sobre o tema leitura; promover ações de melhorias de acesso ao livro na

biblioteca da escola; identificar de que maneira a leitura estava presente na sala de

aula. Além da leitura de textos teóricos sobre o tema, foram realizadas atividades

práticas a partir de um plano de aula que cada professor elaborou, com o objetivo de

incentivar o uso da biblioteca, promovendo a aproximação entre o aluno e o livro. Foi

importante a ação das responsáveis pela biblioteca.

Os alunos envolvidos no projeto tiveram aulas semanais de leitura na

biblioteca, além do incentivo aos empréstimos. As atividades previstas, e realizadas,

no projeto (levantamento do acervo bibliográfico de acordo com o grupo/tema de

20

Page 21: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

interesses dos alunos; sinopses das obras; leitura dos alunos com mediação da

bibliotecária e professora; atividades direcionadas com diferentes tipos de textos ─

poemas, contos, crônicas, narrativas mais longas...) deverão ter continuidade. As

“rodas de leitura” também foram interessantes para apresentação do livro.

Durante o período de desenvolvimento do projeto (ano de 2009), os

participantes, alunos de 5ª série, afirmaram terem sido muito interessantes as aulas

de leitura na biblioteca e as atividades realizadas. Tais comentários estão

registrados num diário elaborado com essa finalidade.

O projeto propiciou uma conscientização da importância da leitura, uma nova

forma de encarar a Biblioteca e sua funcionalidade; a oportunidade de aproximação

a acervo bibliográfico interessante; do hábito de frequentar este espaço, não como

forma de preencher a aula vaga, mas para usá-la com racionalidade. Durante o

desenvolvimento das atividades, observou-se uma mudança do tratamento dos

professores em relação à biblioteca escolar, que passou a ser vista como um local

de aprender e que existe para se obter informação e conhecimento.

21

Page 22: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados da pesquisa mostraram dados a respeito da presença da leitura

na vida dos entrevistados e do uso que fazem da biblioteca da escola. Apesar de,

muitas vezes, ser a única possibilidade de acesso ao livro, muitos não a frequentam

e, quando isso ocorre, fazem-no com outro objetivo, que não o empréstimo de livros.

Interessante observar que a leitura está presente na vida de alguns deles, que

afirmam gostar de ler.

Desse modo, atividades realizadas na biblioteca poderiam despertar mais o

interesse pelo livro.

Diante do exposto, constata-se ser necessário biblioteca e escola estarem em

sintonia para que os objetivos sejam alcançados. O uso desse espaço tão

importante deve ser incentivado de forma positiva, integrando ao currículo

atividades, ajudando no desenvolvimento criativo e crítico do educando e auxiliando

o professor no processo de aprendizagem.

Este trabalho defende a proposta de que a biblioteca escolar seja utilizada

como mais um ambiente de incentivo à leitura. Espera-se, também, que venha a

suscitar reflexões em todos os profissionais que contribuem na formação do leitor e

nos que atuam diretamente nas bibliotecas. Ressalta-se a contribuição do

profissional que trabalha na biblioteca para o desenvolvimento das atividades e na

execução do projeto. Vale lembrar que as atividades não se restringem ao período

de implementação do trabalho, pois o mesmo terá continuidade.

Espera-se que, no ano letivo de 2010, a leitura possa ser mais valorizada, que

haja continuidade do projeto e que outros relacionados ao tema sejam

desenvolvidos e, finalmente, que a biblioteca se torne um espaço, não somente para

realizar trabalhos e pesquisas, mas que seja um lugar acolhedor e atrativo e que a

presença do aluno seja uma constante.

22

Page 23: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

REFERÊNCIAS

CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura infantil: teoria e prática. São Paulo: Ática, 1985.

FOUCAMBERT, Jean. A leitura em questão. Tradução Bruno Charles Magno. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

FRAGOSO, Graça Maria. Biblioteca na escola. Disponível em www.acbsc.org.br/revista/ojs/include/getdoc.php?id=176&article=78&mode=pdf - Rev. ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, v. 7, n. 1, 2002. Consultado no dia 10/10/2009.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 46 ed. São Paulo: Cortez, 2005.

GARCIA, Edson Gabriel. A leitura na escola de 1º grau. São Paulo: Loyola, 1987.

LAJOLO, Marisa; Texto não é pretexto (In: Aguiar, Vera Teixeira de (e outros) Org. Zilberman, Regina. Leitura em crise na escola : as alternativas do professor. Porto Alegre, Mercado Aberto, 1991.)

MOREIRA, Herivelto; CALEFFE, Luiz Gonzaga. Metodologia da pesquisa para o professor pesquisador. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

PARANÁ, Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná. SEED, 2008.

PARANÁ, Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná. Disponível em http://www.seed.pr.gov.br/diaadia/educadores - consultado no dia 18/10/2009.

Retratos da leituta no Brasil. Disponível em http://www.prolivro.org.br/ipl/publier4.0/texto.asp?id=48 - consultado no dia 15/08/2009.

SILVA, Ezequiel Theodoro da. Abaixo as infantilidades no encaminhamento da leitura (In: Khéde, Sonia salomão. Literatura Infanto-juvenil: um gênero polêmico. Rio de Janeiro: Vozes, 1983).

23

Page 24: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

_________ Biblioteca escolar: da gênese à gestão (In: Aguiar, Vera Teixeira de (e outros) Org. Zilberman, Regina. Leitura em crise na escola : as alternativas do professor. Porto Alegre, Mercado Aberto, 1991.)

ZILBERMAN, Regina. A Literatura Infantil na Escola. 11 ed. rev.,atual. e ampl.- São Paulo: Global, 2003.

24

Page 25: A BIBLIOTECA COMO FATOR DE ESTÍMULO À LEITURAexerce o papel de primeira e mais importante definidora do valor da leitura. Com relação aos dados levantados sobre o uso de bibliotecas,

APÊNDICE - FORMULÁRIO DE PESQUISA

COLÉGIO ESTADUAL Professor “Mário Brandão Teixeira Braga”

PESQUISA – LEITURA

1 - Idade:( ) 10 anos ( ) 11 anos ( ) 12 anos ou mais2 - Sexo:( ) masculino ( ) feminino3 - Gosta de ler?( ) sim ( ) Não4 - Numere de 1 a 4 na ordem de sua preferência o que mais gosta de ler.( ) contos/fábulas( ) poemas( ) didáticos( ) gibis4 - Na escola onde estudou na 4ª série lia livros?( ) sim ( ) não5 - Conhece a biblioteca pública da cidade?( ) sim ( ) não6 - Costuma ir à biblioteca deste colégio?( ) sim ( ) raramente ( ) não7 - Quando vai à biblioteca deste colégio é para:( ) fazer trabalho/pesquisa( ) emprestar livros para leitura( ) emprestar livro didático para fazer trabalho ou pesquisa( ) outra finalidade ( entregar material para o/a professor(a), conversar, etc)( ) não vai à biblioteca8 - O/A professor(a) de qualquer disciplina/matéria lê para os alunos em sala?( ) sim ( ) não9 - O/A professora de Português leva livros que não seja o didático para osalunos lerem em sala?( ) sim, sempre ( ) às vezes ( ) não10 - Já foi obrigado(a) a ler um livro para ser avaliado (a)?() sim ( ) não11 - Fora da escola há outras possibilidades de leitura (comprar, ganhar livros,acesso a internet.....)( ) sim ( ) não

25