a bela catherine: dos contos maravilhosos para a … · novos modelos de sociedade, e sua paradoxal...

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III SEMINÁRIO A BELA CATHERINE: D Resumo: Para compreender co histórias seculares e de que form de Beauty and the beast, analisa como é representada a personag Vincent Keller que, por causa de são fundamentais as reflexões fundamentaram os gêneros popu história de A Bela e a Fera. Tam para à cena a historicidade e a ide Palavras-chave: Relações de Gên Os contos populares des mudando seu status, mas mante objetivo era preencher o tempo comportamento social e instruçõe em narrativas voltadas para cria permaneceram no imaginário d trouxeram também outros format transformadas ou adaptadas, volt que se apropriam de elementos d Beast, que fazem isso com uma re Essas séries, que leio aqu novas tecnologias desenvolva-se entretenimento, mantendo-se co temporadas. O gênero se consoli história da televisão. No Brasil, hegemonia das telenovelas, espe independentes, as séries não pre 1 Professora Adjunta da Un O INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDAD 15 a 17 de Maio de 2013 Universidade do Estado da Bahia – Campus I Salvador - BA DOS CONTOS MARAVILHOSOS P DE TELEVISÃO Alva omo as atuais narrativas ficcionais televisi ma personagens e relações são ressignificadas ando-a a partir das perspectivas feministas, gem principal, a detetive Catherine Chandler e uma experiência no Afeganistão, torna-se um sobre a literatura popular, revendo as estr ulares, como o conto maravilhoso onde loca mbém é importante o suporte da análise crític eologia subjacente às práticas discursivas soc nero; Literatura Popular; Séries de Televisão; esenvolveram-se ao longo da história, atra endo uma função social importante. De an o ocioso entre as atividades laboriosas e a es normativas de convivência na comunidad anças, que mantiveram o fim educativo; as h das pessoas. Novos meios de comunicação tos narrativos, mas também incorporaram as tam a ser visitadas. Assim, são produzidas no desses textos, tais como as mais recentes Gr eferência direta, anunciando um diálogo inter ui como narrativas de ficção, embora o form como um gênero próprio, têm permanecido c om uma grande audiência, o que as faz co idou ao longo de sua história que caminha qu , as séries conseguem também segura audi ecialmente, após o advento da TV por assin ecisam ser acompanhadas dia a dia, no entan niversidade Federal da Bahia (UFBA) - alvani DES 1 PARA A SÉRIE anita Almeida Santos 1 ivas apropriam-se de s, apresento um estudo considerando a forma r, em sua relação com ma fera. Neste estudo, ruturas narrativas que alizamos a tradição da ca do discurso que traz ciais. Conto Maravilhoso avessando os séculos, ntigas narrativas cujo apresentar modelos de de, até a transformação histórias maravilhosas o e de entretenimento s antigas histórias que, ovas séries de televisão rimm e Beauty and the rtextual. mato que se adequa às como opção de lazer e ontinuarem em várias uase pari passu com a iência, mesmo com a natura. Com episódios nto seus consumidores [email protected].

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III SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES

A BELA CATHERINE: DOS CONTOS MARAVILHOSOS PARA A SÉRIE

Resumo: Para compreender como histórias seculares e de que forma personagens e relações são ressignificadasde Beauty and the beast, analisandocomo é representada a personagem principal, a detetive CathVincent Keller que, por causa de uma experiência no Afeganistão, tornasão fundamentais as reflexões sobre a literatura popular, revendo as estruturas narrativas que fundamentaram os gêneros populares, como o conto maravilhoso onde localizamos a tradição da história de A Bela e a Fera. Também é importante opara à cena a historicidade e a ideologia subjacente às práticas discursivas sociais. Palavras-chave: Relações de Gênero; Literatura Popular; Séries de Televisão; Conto Maravilhoso

Os contos populares desenvolveram

mudando seu status, mas mantendo uma função social importante. De antigas narrativ

objetivo era preencher o tempo ocioso entre as atividades laboriosas e apresentar modelos de

comportamento social e instruções normativas de convivência na comunidade, até a transformação

em narrativas voltadas para crianças, que mantiveram o fim e

permaneceram no imaginário das pessoas. Novos meios de comunicação e de entretenimento

trouxeram também outros formatos narrativos, mas também incorporaram as antigas histórias que,

transformadas ou adaptadas, voltam a s

que se apropriam de elementos desses textos, tais como as mais recentes

Beast, que fazem isso com uma referência direta, anunciando um diálogo intertextual.

Essas séries, que leio aqui como narrativas de ficção, embora o formato que se adequa às

novas tecnologias desenvolva-se como um gênero próprio, têm permanecido como opção de lazer e

entretenimento, mantendo-se com uma grande audiência, o que as faz contin

temporadas. O gênero se consolidou ao longo de sua história que caminha quase

história da televisão. No Brasil, as séries conseguem também segura audiência, mesmo com a

hegemonia das telenovelas, especialmente, após o adven

independentes, as séries não precisam ser acompanhadas dia a dia, no entanto seus consumidores

1 Professora Adjunta da Universidade Federal da Bahia (UFBA)

SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES

15 a 17 de Maio de 2013

Universidade do Estado da Bahia – Campus I

Salvador - BA

CATHERINE: DOS CONTOS MARAVILHOSOS PARA A SÉRIE DE TELEVISÃO

Alvanita Almeida Santos

compreender como as atuais narrativas ficcionais televisivas apropriamhistórias seculares e de que forma personagens e relações são ressignificadas

, analisando-a a partir das perspectivas feministas, considerando a forma como é representada a personagem principal, a detetive Catherine Chandler, em sua relação com

que, por causa de uma experiência no Afeganistão, torna-se uma fera. Neste estudo, são fundamentais as reflexões sobre a literatura popular, revendo as estruturas narrativas que

ulares, como o conto maravilhoso onde localizamos a tradição da Também é importante o suporte da análise crítica do discurso que traz

para à cena a historicidade e a ideologia subjacente às práticas discursivas sociais.

chave: Relações de Gênero; Literatura Popular; Séries de Televisão; Conto Maravilhoso

Os contos populares desenvolveram-se ao longo da história, atravessando os séculos,

mudando seu status, mas mantendo uma função social importante. De antigas narrativ

objetivo era preencher o tempo ocioso entre as atividades laboriosas e apresentar modelos de

comportamento social e instruções normativas de convivência na comunidade, até a transformação

em narrativas voltadas para crianças, que mantiveram o fim educativo; as histórias maravilhosas

permaneceram no imaginário das pessoas. Novos meios de comunicação e de entretenimento

trouxeram também outros formatos narrativos, mas também incorporaram as antigas histórias que,

transformadas ou adaptadas, voltam a ser visitadas. Assim, são produzidas novas séries de televisão

que se apropriam de elementos desses textos, tais como as mais recentes Grimm

, que fazem isso com uma referência direta, anunciando um diálogo intertextual.

Essas séries, que leio aqui como narrativas de ficção, embora o formato que se adequa às

se como um gênero próprio, têm permanecido como opção de lazer e

se com uma grande audiência, o que as faz contin

temporadas. O gênero se consolidou ao longo de sua história que caminha quase

história da televisão. No Brasil, as séries conseguem também segura audiência, mesmo com a

hegemonia das telenovelas, especialmente, após o advento da TV por assinatura.

independentes, as séries não precisam ser acompanhadas dia a dia, no entanto seus consumidores

Professora Adjunta da Universidade Federal da Bahia (UFBA) - [email protected]

SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES

1

CATHERINE: DOS CONTOS MARAVILHOSOS PARA A SÉRIE

Alvanita Almeida Santos 1

narrativas ficcionais televisivas apropriam-se de histórias seculares e de que forma personagens e relações são ressignificadas, apresento um estudo

a a partir das perspectivas feministas, considerando a forma erine Chandler, em sua relação com

se uma fera. Neste estudo, são fundamentais as reflexões sobre a literatura popular, revendo as estruturas narrativas que

ulares, como o conto maravilhoso onde localizamos a tradição da suporte da análise crítica do discurso que traz

para à cena a historicidade e a ideologia subjacente às práticas discursivas sociais.

chave: Relações de Gênero; Literatura Popular; Séries de Televisão; Conto Maravilhoso

se ao longo da história, atravessando os séculos,

mudando seu status, mas mantendo uma função social importante. De antigas narrativas cujo

objetivo era preencher o tempo ocioso entre as atividades laboriosas e apresentar modelos de

comportamento social e instruções normativas de convivência na comunidade, até a transformação

ducativo; as histórias maravilhosas

permaneceram no imaginário das pessoas. Novos meios de comunicação e de entretenimento

trouxeram também outros formatos narrativos, mas também incorporaram as antigas histórias que,

er visitadas. Assim, são produzidas novas séries de televisão

Grimm e Beauty and the

, que fazem isso com uma referência direta, anunciando um diálogo intertextual.

Essas séries, que leio aqui como narrativas de ficção, embora o formato que se adequa às

se como um gênero próprio, têm permanecido como opção de lazer e

se com uma grande audiência, o que as faz continuarem em várias

temporadas. O gênero se consolidou ao longo de sua história que caminha quase pari passu com a

história da televisão. No Brasil, as séries conseguem também segura audiência, mesmo com a

to da TV por assinatura. Com episódios

independentes, as séries não precisam ser acompanhadas dia a dia, no entanto seus consumidores

[email protected].

III SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES

mais fieis acompanham a vida dos personagens, ao longo das várias temporadas, que podem se

suceder durante anos, conforme a audiência se mantenha. Algumas delas já chegaram a durar vinte

anos. Aceitas pelo público, vão se renovando. Outras não conseguem tanto sucesso e vão sendo

substituídas. O público mantém-se fiel, provavelmente, porque há algo com que se identifica nessas

produções.

Beaute and the Beast, agora na segunda temporada, parece estar agradando ao público, a se

considerar os comentários postados nos sites que se ocupam da série. E a história de amor de

Vincent e Catherine, pano de fundo das tramas diárias que env

precisa resolver como detetive, parece ser o principal atrativo.

As Belas

A história da Bela e da Fera povoa

II (d.C.), conforme estudou a professora Doralice

demonstrando que o motivo do conto popular, que envolve um personagem (homem ou mulher)

transformado em fera por algum motivo e um personagem por quem se apaixona e com quem

desenvolve uma relação, manteve

alterações, ao ser transmitido oralmente de geração a geração, muitas foram as versões da história,

cuja origem está perdida no tempo.

Alcoforado (2008) localizou o tema já

Cupido e Psiquê, a qual já trazia o tema do amante que aparece como animal e da jovem,

pode vê-lo durante o dia e, ao desobedecer essa ordem, acaba afastando

série de tarefas, para que tudo volte a

Bahia, Alcoforado observou a diversidade

transformando-se em animais diferentes.

como os contos populares repercutiram na Europa, sobretudo com o advento da prensa, que fez se

ampliar a circulação dos textos, chegando ao Brasil, mais tarde, no processo de colonização. Essa

divulgação dos contos de fada acabou por fazê

pessoas, da mesma forma que acontece com a televisão, responsável, neste caso, pela divulgação do

tema, através das séries, que recuperam esses temas dos contos populares.

refletir com Martín-Barbero sobre a importância h

SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES

15 a 17 de Maio de 2013

Universidade do Estado da Bahia – Campus I

Salvador - BA

mais fieis acompanham a vida dos personagens, ao longo das várias temporadas, que podem se

a audiência se mantenha. Algumas delas já chegaram a durar vinte

anos. Aceitas pelo público, vão se renovando. Outras não conseguem tanto sucesso e vão sendo

se fiel, provavelmente, porque há algo com que se identifica nessas

, agora na segunda temporada, parece estar agradando ao público, a se

considerar os comentários postados nos sites que se ocupam da série. E a história de amor de

Vincent e Catherine, pano de fundo das tramas diárias que envolvem os crimes que a protagonista

precisa resolver como detetive, parece ser o principal atrativo.

istória da Bela e da Fera povoa a imaginação das pessoas desde, pelo menos,

, conforme estudou a professora Doralice Alcoforado, em sua tese "As Belas baianas",

demonstrando que o motivo do conto popular, que envolve um personagem (homem ou mulher)

transformado em fera por algum motivo e um personagem por quem se apaixona e com quem

, manteve-se na tradição oral popular, chegando aos nossos dias

alterações, ao ser transmitido oralmente de geração a geração, muitas foram as versões da história,

cuja origem está perdida no tempo.

localizou o tema já no texto de Apuleio, que registrou a história de

e Psiquê, a qual já trazia o tema do amante que aparece como animal e da jovem,

lo durante o dia e, ao desobedecer essa ordem, acaba afastando-o, tendo que

série de tarefas, para que tudo volte ao normal. Tendo se concentrado nas versões localizadas na

Bahia, Alcoforado observou a diversidade de formas que o/a amante assumia, conforme a região,

animais diferentes. A autora também apresenta um estudo em que mostra

populares repercutiram na Europa, sobretudo com o advento da prensa, que fez se

ampliar a circulação dos textos, chegando ao Brasil, mais tarde, no processo de colonização. Essa

divulgação dos contos de fada acabou por fazê-los exercer função importante n

pessoas, da mesma forma que acontece com a televisão, responsável, neste caso, pela divulgação do

éries, que recuperam esses temas dos contos populares.

Barbero sobre a importância hoje dos meios de comunicação.

SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES

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mais fieis acompanham a vida dos personagens, ao longo das várias temporadas, que podem se

a audiência se mantenha. Algumas delas já chegaram a durar vinte

anos. Aceitas pelo público, vão se renovando. Outras não conseguem tanto sucesso e vão sendo

se fiel, provavelmente, porque há algo com que se identifica nessas

, agora na segunda temporada, parece estar agradando ao público, a se

considerar os comentários postados nos sites que se ocupam da série. E a história de amor de

olvem os crimes que a protagonista

, pelo menos, o século

Alcoforado, em sua tese "As Belas baianas",

demonstrando que o motivo do conto popular, que envolve um personagem (homem ou mulher)

transformado em fera por algum motivo e um personagem por quem se apaixona e com quem

tradição oral popular, chegando aos nossos dias. Sofrendo

alterações, ao ser transmitido oralmente de geração a geração, muitas foram as versões da história,

registrou a história de

e Psiquê, a qual já trazia o tema do amante que aparece como animal e da jovem, que não

tendo que realizar uma

o normal. Tendo se concentrado nas versões localizadas na

assumia, conforme a região,

A autora também apresenta um estudo em que mostra

populares repercutiram na Europa, sobretudo com o advento da prensa, que fez se

ampliar a circulação dos textos, chegando ao Brasil, mais tarde, no processo de colonização. Essa

los exercer função importante na formação das

pessoas, da mesma forma que acontece com a televisão, responsável, neste caso, pela divulgação do

éries, que recuperam esses temas dos contos populares. Assim, é importante

oje dos meios de comunicação.

III SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES

... o que estamos tentando pensar é a sociedade: a comunicação convertida no mais eficaz motor de desengate e de inserção das culturas mercado e nas tecnologias globais. No mesmo sentido, estamos necessitando pensar o lugar estratégico que passou a ocupar a novos modelos de sociedade, e sua paradoxal vinculação tanto com o relançamento da modernização desconcertada e tateante experiência da tardomodernidade. (MARTÍN2003, p. 13)

As narrativas que tratam do tema do noivo

compõem: o par amoroso, um dos quais transforma

assim, um segredo que não pode ser conhecido, a descoberta do segredo causando um problema que

será resolvido a partir da realização de uma série de tarefas e o final em que o encant

desfeito.

O tema, além de ter sido retomado nas histórias escritas visando à educação de crianças, no

século XX, foi também transformado em filme, várias vezes. Um dos mais famosos, à época, foi o

de Jean Cocteau, em 1946. Também teve bastante rep

teve por base o texto de Mme. de Beaumont (século XVIII)

vez que, como educadora que era

Alcoforado avalia o padrão que se evidencia na história do século XVIII e que se repete no filme do

século XX.

Para a mulher, a marca da beleza encontrahabilidade e paciência, enquanto a marca de virilidade para o homem deve estar no controle de si, na cortesia, no uso da razão e na perseverança.

Já naquele momento, o propósito de estabelecer os padrões sociais e preservá

tom do que seria veiculado para a comunidade, de forma a controlar os modelos estabelecidos para

os sujeitos sociais. As histórias que percorriam as casas dos aristocratas e da burguesia ascendente,

retiradas das narrativas orais populares, foram adaptadas e utilizadas como forma de deixar claro e

bem estabelecidos os espaços sociais, para as mulheres em especia

ser.

2 MARTÍM-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações

Sérgio Alcides. Rio de Janeiro: Editora URFJ, 2003.3 ALCOFORADO, Doralice. Belas e feras baiana

2008. p. 24-25.

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15 a 17 de Maio de 2013

Universidade do Estado da Bahia – Campus I

Salvador - BA

... o que estamos tentando pensar é a hegemonia comunicacionalsociedade: a comunicação convertida no mais eficaz motor de desengate e de inserção das culturas — étnicas, nacionais ou locais —mercado e nas tecnologias globais. No mesmo sentido, estamos necessitando pensar o lugar estratégico que passou a ocupar a comunicaçãonovos modelos de sociedade, e sua paradoxal vinculação tanto com o relançamento da modernização — via satélites, informática, videoprocessadores desconcertada e tateante experiência da tardomodernidade. (MARTÍN2003, p. 13)2

As narrativas que tratam do tema do noivo-animal apresenta elementos básicos que

amoroso, um dos quais transforma-se em fera, um encantamento que o tornou

assim, um segredo que não pode ser conhecido, a descoberta do segredo causando um problema que

será resolvido a partir da realização de uma série de tarefas e o final em que o encant

O tema, além de ter sido retomado nas histórias escritas visando à educação de crianças, no

século XX, foi também transformado em filme, várias vezes. Um dos mais famosos, à época, foi o

de Jean Cocteau, em 1946. Também teve bastante repercussão a animação da Disney,

teve por base o texto de Mme. de Beaumont (século XVIII) , de cunho altamente moralizante,

que era, produziu e adaptou a história pensando em

o que se evidencia na história do século XVIII e que se repete no filme do

Para a mulher, a marca da beleza encontra-se na submissão, obediência, humildade, habilidade e paciência, enquanto a marca de virilidade para o homem deve estar no

le de si, na cortesia, no uso da razão e na perseverança.

Já naquele momento, o propósito de estabelecer os padrões sociais e preservá

tom do que seria veiculado para a comunidade, de forma a controlar os modelos estabelecidos para

sociais. As histórias que percorriam as casas dos aristocratas e da burguesia ascendente,

retiradas das narrativas orais populares, foram adaptadas e utilizadas como forma de deixar claro e

bem estabelecidos os espaços sociais, para as mulheres em especial, definindo o que e como deveria

Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Trad. Ronaldo Polito e Janeiro: Editora URFJ, 2003. p. 13

Belas e feras baiana: um estudo do conto popular. Salvador: Fundação Pedro Calmon,

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hegemonia comunicacional do mercado na sociedade: a comunicação convertida no mais eficaz motor de desengate e de

— no espaço/tempo do mercado e nas tecnologias globais. No mesmo sentido, estamos necessitando

comunicação na configuração dos novos modelos de sociedade, e sua paradoxal vinculação tanto com o relançamento

satélites, informática, videoprocessadores — quanto com a desconcertada e tateante experiência da tardomodernidade. (MARTÍN-BARBERO,

elementos básicos que as

se em fera, um encantamento que o tornou

assim, um segredo que não pode ser conhecido, a descoberta do segredo causando um problema que

será resolvido a partir da realização de uma série de tarefas e o final em que o encantamento é

O tema, além de ter sido retomado nas histórias escritas visando à educação de crianças, no

século XX, foi também transformado em filme, várias vezes. Um dos mais famosos, à época, foi o

ercussão a animação da Disney, de 1991, que

, de cunho altamente moralizante, uma

adaptou a história pensando em fins pedagógicos.

o que se evidencia na história do século XVIII e que se repete no filme do

se na submissão, obediência, humildade, habilidade e paciência, enquanto a marca de virilidade para o homem deve estar no

le de si, na cortesia, no uso da razão e na perseverança.3

Já naquele momento, o propósito de estabelecer os padrões sociais e preservá-los dava o

tom do que seria veiculado para a comunidade, de forma a controlar os modelos estabelecidos para

sociais. As histórias que percorriam as casas dos aristocratas e da burguesia ascendente,

retiradas das narrativas orais populares, foram adaptadas e utilizadas como forma de deixar claro e

l, definindo o que e como deveria

: comunicação, cultura e hegemonia. Trad. Ronaldo Polito e

: um estudo do conto popular. Salvador: Fundação Pedro Calmon,

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A Bela Catherine da Série

Em 1987, foi desenvolvida uma versão da Bela e a Fera, em uma série de televisão:

"Beauty and The Beast". Em alguns aspectos, semelhante à série atual, como os nomes escolhidos

para os protagonistas: Catherine e Vincent. A primeira tinha um caráter mais fantástico, colocando

os personagens entre dois mundos: a Nova York onde vivia Catherine, uma experiente promotora; e

um mundo subterrâneo onde vivia Vincent

quando a atriz que interpretava Catherine (Linda Hamilton) decidiu que iria deixar a série. Na

trama, a personagem morre, deixando um filho de Vincent. A quebra do par amoroso acabou por

provocar o declínio da audiência que foi fin

Com uma trama romântica, o objetivo de boa parte das narrativas permanece, a indicação

de que o que importa é o que a pessoa é por dentro, não sua imagem. E que o verdadeiro amor não

vê o belo ou feio, que não depende do que a pessoa é na aparên

um animal. Os instintos violentos são compensados com um bom caráter e um coração benevolente

que se compraz de ajudar os outros.

A nova série que estreou em outubro de 2012 está agora na segunda temporada, o que

indica aceitação do público. A trama busca uma explicação menos fantástica para a situação da fera.

O ex-soldado Vincent Keller, que lutou no Afeganistão, foi uma espécie de cobaia para uma

experiência militar para produzir super

morrendo. Vincent é dado como morto

detetive, na adolescência, assiste ao assassinato de sua mãe e

também. Ela vai reencontrá-lo anos depois, em

segredo e, na busca por respostas para o assassinato de sua mãe, alia

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15 a 17 de Maio de 2013

Universidade do Estado da Bahia – Campus I

Salvador - BA

a Série

Em 1987, foi desenvolvida uma versão da Bela e a Fera, em uma série de televisão:

. Em alguns aspectos, semelhante à série atual, como os nomes escolhidos

protagonistas: Catherine e Vincent. A primeira tinha um caráter mais fantástico, colocando

os personagens entre dois mundos: a Nova York onde vivia Catherine, uma experiente promotora; e

subterrâneo onde vivia Vincent, um mítico, nobre fera. Teve três temporadas e acabou

quando a atriz que interpretava Catherine (Linda Hamilton) decidiu que iria deixar a série. Na

trama, a personagem morre, deixando um filho de Vincent. A quebra do par amoroso acabou por

provocar o declínio da audiência que foi finalizada.

Com uma trama romântica, o objetivo de boa parte das narrativas permanece, a indicação

de que o que importa é o que a pessoa é por dentro, não sua imagem. E que o verdadeiro amor não

feio, que não depende do que a pessoa é na aparência, mesmo que seja semelhante a

s são compensados com um bom caráter e um coração benevolente

que se compraz de ajudar os outros.

A nova série que estreou em outubro de 2012 está agora na segunda temporada, o que

itação do público. A trama busca uma explicação menos fantástica para a situação da fera.

soldado Vincent Keller, que lutou no Afeganistão, foi uma espécie de cobaia para uma

experiência militar para produzir super-soldados. A experiência não deu certo e os soldados acabam

morrendo. Vincent é dado como morto, mas é o único sobrevivente. Catherine Chandler, uma

assiste ao assassinato de sua mãe e Vincent a salva de ser assassinada

lo anos depois, em uma investigação policial, acaba por descobrir seu

segredo e, na busca por respostas para o assassinato de sua mãe, alia-se a ele e acaba descobrindo

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Em 1987, foi desenvolvida uma versão da Bela e a Fera, em uma série de televisão:

. Em alguns aspectos, semelhante à série atual, como os nomes escolhidos

protagonistas: Catherine e Vincent. A primeira tinha um caráter mais fantástico, colocando

os personagens entre dois mundos: a Nova York onde vivia Catherine, uma experiente promotora; e

três temporadas e acabou

quando a atriz que interpretava Catherine (Linda Hamilton) decidiu que iria deixar a série. Na

trama, a personagem morre, deixando um filho de Vincent. A quebra do par amoroso acabou por

Com uma trama romântica, o objetivo de boa parte das narrativas permanece, a indicação

de que o que importa é o que a pessoa é por dentro, não sua imagem. E que o verdadeiro amor não

cia, mesmo que seja semelhante a

s são compensados com um bom caráter e um coração benevolente

A nova série que estreou em outubro de 2012 está agora na segunda temporada, o que

itação do público. A trama busca uma explicação menos fantástica para a situação da fera.

soldado Vincent Keller, que lutou no Afeganistão, foi uma espécie de cobaia para uma

o e os soldados acabam

. Catherine Chandler, uma

salva de ser assassinada

uma investigação policial, acaba por descobrir seu

se a ele e acaba descobrindo

III SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES

que sua mãe esteve envolvida com a experiência que o tinha deixado daquela forma.O desafio

passa, então, a ser encontrar um antídoto para que ele se torne apenas humano novamente. O

primeiro passo é controlar a raiva, o estopim para sua transformação em fera.

Diferentemente da série de 1987, o personagem não tem já a forma animal. Naquela série,

Vincent é caracterizado com um rosto que remete à figura do leão e não se transforma ao longo dos

episódios. O personagem da versão mais nova apresenta

em uma fera que não remete a um animal específico, mas o rosto transforma

as pessoas. No seu estado humano,

Ambas as séries mantêm o fio condutor da narrativa de Mme Deaumont e das diferentes

versões dos contos orais populares: o motivo do "noivo" anima

a beleza interior da fera não se importando com sua aparência física, o segredo que não pode ser

descoberto sob pena de ter que pagar por isso, o personagem responsável pelo "encantamento".

No episódio inicial, há outro

quando Catherine é perseguida pelos assassinos da mãe, ela entra em uma floresta escura (o fato

acontece à noite) o que torna o ambiente assustador e Vincent sai das sombras dessa floresta para

salvá-la, embora isso a tenha assustado também, por causa da transformação que ele assume quando

está com raiva4.

Catherine, a bela, tem uma irmã e o pai que a adora, semelhante ao conto na versão de

Mme Beaumont. Como a produção da série opta por uma versão que alia a história conhecida à

função de detetive, a personagem não é uma frágil moça, mas uma mulher decidida que atua na

investigação de crimes e lida com bandidos.

os vilões na série, tendo mesmo algum sucesso, embora, sendo acuada no final para ser salva por

4 Essa ideia da raiva que provoca a transformação do heroi está em outra série que fez muito suce

1970 e início dos anos 1980: O incrível Hulk.

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15 a 17 de Maio de 2013

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Salvador - BA

que sua mãe esteve envolvida com a experiência que o tinha deixado daquela forma.O desafio

ser encontrar um antídoto para que ele se torne apenas humano novamente. O

primeiro passo é controlar a raiva, o estopim para sua transformação em fera.

Diferentemente da série de 1987, o personagem não tem já a forma animal. Naquela série,

cterizado com um rosto que remete à figura do leão e não se transforma ao longo dos

episódios. O personagem da versão mais nova apresenta-se como um ser humano e se transforma

em uma fera que não remete a um animal específico, mas o rosto transforma-se em

as pessoas. No seu estado humano, o único sinal que resta de diferente é apenas uma cicatriz.

m o fio condutor da narrativa de Mme Deaumont e das diferentes

versões dos contos orais populares: o motivo do "noivo" animal (a "fera"), a boa moça que enxerga

a beleza interior da fera não se importando com sua aparência física, o segredo que não pode ser

descoberto sob pena de ter que pagar por isso, o personagem responsável pelo "encantamento".

No episódio inicial, há outro aspecto que remete para os antigos contos de encantamento:

quando Catherine é perseguida pelos assassinos da mãe, ela entra em uma floresta escura (o fato

acontece à noite) o que torna o ambiente assustador e Vincent sai das sombras dessa floresta para

la, embora isso a tenha assustado também, por causa da transformação que ele assume quando

Catherine, a bela, tem uma irmã e o pai que a adora, semelhante ao conto na versão de

. Como a produção da série opta por uma versão que alia a história conhecida à

função de detetive, a personagem não é uma frágil moça, mas uma mulher decidida que atua na

investigação de crimes e lida com bandidos. São vários os momentos em que ela luta so

os vilões na série, tendo mesmo algum sucesso, embora, sendo acuada no final para ser salva por

Essa ideia da raiva que provoca a transformação do heroi está em outra série que fez muito suce: O incrível Hulk.

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que sua mãe esteve envolvida com a experiência que o tinha deixado daquela forma.O desafio

ser encontrar um antídoto para que ele se torne apenas humano novamente. O

Diferentemente da série de 1987, o personagem não tem já a forma animal. Naquela série,

cterizado com um rosto que remete à figura do leão e não se transforma ao longo dos

se como um ser humano e se transforma

se em algo que assusta

apenas uma cicatriz.

m o fio condutor da narrativa de Mme Deaumont e das diferentes

l (a "fera"), a boa moça que enxerga

a beleza interior da fera não se importando com sua aparência física, o segredo que não pode ser

descoberto sob pena de ter que pagar por isso, o personagem responsável pelo "encantamento".

aspecto que remete para os antigos contos de encantamento:

quando Catherine é perseguida pelos assassinos da mãe, ela entra em uma floresta escura (o fato

acontece à noite) o que torna o ambiente assustador e Vincent sai das sombras dessa floresta para

la, embora isso a tenha assustado também, por causa da transformação que ele assume quando

Catherine, a bela, tem uma irmã e o pai que a adora, semelhante ao conto na versão de

. Como a produção da série opta por uma versão que alia a história conhecida à

função de detetive, a personagem não é uma frágil moça, mas uma mulher decidida que atua na

São vários os momentos em que ela luta sozinha com

os vilões na série, tendo mesmo algum sucesso, embora, sendo acuada no final para ser salva por

Essa ideia da raiva que provoca a transformação do heroi está em outra série que fez muito sucesso no final dos anos

III SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES

Vincent, que sempre aparece quando ela está em apuros, afinal ele desenvolveu super sentidos, por

causa dos experimentos.

Sua apresentação física suge

Um elemento importante na representação da personagem, que contrasta com a sua parceira na

delegacia, é a expressão do rosto: apesar de mostrar, quando na atuação como policial, um olhar

forte e decidido, há momentos em que o olhar e os gestos do rosto sugerem um mi

e fragilidade, como vemos na imagem a seguir, uma cena do episódio 3.

É nesse elemento que compõe também o discurso que podemos ler os significados que

perpetuam um determinado perfil para a personagem. É assim que podemos observar que sinais

estão sendo veiculados através dessas narrativas, mesmo que a personagem não pronuncie uma

palavra. Entendo, aqui, que o discurso ultrapassa a questão da linguagem verbal, embor

um elemento fundante em nossa sociedade. Acompanhando Fairclough, considero importante

pensar no discurso como prática social, para assim discutir como são representados os diferentes

sujeitos sociais.

Ao usar o termo ‘discurso’, proponho conside prática social e não como atividade puramente individual ou reflexo de variáveis situacionais. Isso tem várias implicações. Primeiro, implica ser o discurso um modo de ação, uma forma em que as pessoas podem agir sobrespecialmente sobre os outros, como também modo de representação. (...) Segundo, implica uma relação dialética entre o discurso e a estrutura social...

Mas a palavra, o aspecto linguístico do discurso, também terá seu papel, uma vez que é a

forma mais usual de apreensão do mundo. A série faz uso de um recurso narrativo já consolidado. A

personagem, no início e no fim do episódio

oralmente. Ela conversa com a mãe morta, mas como se

5 FAIRCLOUGH, Norman. Discurso e mudança social

2001. p. 90.

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Salvador - BA

Vincent, que sempre aparece quando ela está em apuros, afinal ele desenvolveu super sentidos, por

física sugere essa caracterização, além das posturas nas cenas da série.

Um elemento importante na representação da personagem, que contrasta com a sua parceira na

delegacia, é a expressão do rosto: apesar de mostrar, quando na atuação como policial, um olhar

decidido, há momentos em que o olhar e os gestos do rosto sugerem um mi

, como vemos na imagem a seguir, uma cena do episódio 3.

É nesse elemento que compõe também o discurso que podemos ler os significados que

determinado perfil para a personagem. É assim que podemos observar que sinais

estão sendo veiculados através dessas narrativas, mesmo que a personagem não pronuncie uma

Entendo, aqui, que o discurso ultrapassa a questão da linguagem verbal, embor

um elemento fundante em nossa sociedade. Acompanhando Fairclough, considero importante

pensar no discurso como prática social, para assim discutir como são representados os diferentes

Ao usar o termo ‘discurso’, proponho considerar o uso de linguagem como forma de prática social e não como atividade puramente individual ou reflexo de variáveis situacionais. Isso tem várias implicações. Primeiro, implica ser o discurso um modo de ação, uma forma em que as pessoas podem agir sobrespecialmente sobre os outros, como também modo de representação. (...) Segundo, implica uma relação dialética entre o discurso e a estrutura social...

Mas a palavra, o aspecto linguístico do discurso, também terá seu papel, uma vez que é a

orma mais usual de apreensão do mundo. A série faz uso de um recurso narrativo já consolidado. A

personagem, no início e no fim do episódio 1 e 2, apresenta um comentário, com formato epistolar,

oralmente. Ela conversa com a mãe morta, mas como se escrevesse um diário ou uma carta.

Discurso e mudança social. coord. Trad. Izabel Magalhães. Brasília: Ed. UNB,

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Vincent, que sempre aparece quando ela está em apuros, afinal ele desenvolveu super sentidos, por

re essa caracterização, além das posturas nas cenas da série.

Um elemento importante na representação da personagem, que contrasta com a sua parceira na

delegacia, é a expressão do rosto: apesar de mostrar, quando na atuação como policial, um olhar

decidido, há momentos em que o olhar e os gestos do rosto sugerem um misto de delicadeza

É nesse elemento que compõe também o discurso que podemos ler os significados que

determinado perfil para a personagem. É assim que podemos observar que sinais

estão sendo veiculados através dessas narrativas, mesmo que a personagem não pronuncie uma

Entendo, aqui, que o discurso ultrapassa a questão da linguagem verbal, embora, seja ela

um elemento fundante em nossa sociedade. Acompanhando Fairclough, considero importante

pensar no discurso como prática social, para assim discutir como são representados os diferentes

derar o uso de linguagem como forma de prática social e não como atividade puramente individual ou reflexo de variáveis situacionais. Isso tem várias implicações. Primeiro, implica ser o discurso um modo de ação, uma forma em que as pessoas podem agir sobre o mundo e especialmente sobre os outros, como também modo de representação. (...) Segundo, implica uma relação dialética entre o discurso e a estrutura social...5

Mas a palavra, o aspecto linguístico do discurso, também terá seu papel, uma vez que é a

orma mais usual de apreensão do mundo. A série faz uso de um recurso narrativo já consolidado. A

, apresenta um comentário, com formato epistolar,

ário ou uma carta.

alhães. Brasília: Ed. UNB,

III SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES

Os diálogos, especialmente, entre as parceiras, Catherine e Tess, buscam formar o perfil

dessas mulheres, muito próximas, mas com pensamento diferentes, além de também refletir alguma

coisa da problemática das relações e

comentário sobre os homens, quanto Tess afirma que Catherine não sabe escolher, sempre escolhe

cafajestes. Isto porque o homem com quem estava se relacionando

mensagem de texto, alegando que não suporta seu tipo de atividade, que a ocupa em momentos

pouco convencionais. Diz a personagem:

Tess: Você sente atração cafajeste. Agora estou longe dos homens.

Embora se apresente como

algum aspecto da mulher que precisa de proteção acaba por se evidenciar. Vincent sempre aparece

para ajudá-la e salvá-la em momentos em que corre perigo, tornando

perseguidores para protegê-la. É assim que, quando todos pensam nele como um monstro, ela

afirma que ele a salvou e salvou outras pessoas e que não é um monstro.

Pensando nas diferentes relações que a personagem estabelece com os demais personagens,

observo que ela interage com Vincent, obviam

parceira e amiga; J.T. Forbes, amigo de Vincent e quem o mant

A mãe está no primeiro episódio e permanece depois como lembrança e como in

Há ainda o pai com quem, embora não conviva diariamente, tem um relação bastante próxima.

Envolve-se e casa-se com uma mulher que tem quase a idade de Catherine.

Comparar Catherine com a parceira e amiga acaba por ser inevitável, porque, apesar de

serem muito parecidas fisicamente, são construídas com elementos fortes de diferenciação,

especialmente, na postura de Tess,

abaixo, verificamos a semelhança física entre as duas. Quase não se distinguem. De pé, a amiga é

um pouco mais alta, mas cabelos, rosto e forma de vestir são muito próximos.

também corresponde à profissão, embora lembre um pouco

1970.

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Salvador - BA

Os diálogos, especialmente, entre as parceiras, Catherine e Tess, buscam formar o perfil

dessas mulheres, muito próximas, mas com pensamento diferentes, além de também refletir alguma

coisa da problemática das relações entre homens e mulheres: no primeiro episódio, por exemplo, o

comentário sobre os homens, quanto Tess afirma que Catherine não sabe escolher, sempre escolhe

o homem com quem estava se relacionando termina com ela por uma

texto, alegando que não suporta seu tipo de atividade, que a ocupa em momentos

Diz a personagem:

Tess: Você sente atração por cafajestes. Quando eu namoro um eu sei que ele é cafajeste. Agora estou longe dos homens.

e como uma mulher decidida e forte, na sua relação com Vincent,

algum aspecto da mulher que precisa de proteção acaba por se evidenciar. Vincent sempre aparece

em momentos em que corre perigo, tornando-se mais vulnerável a seus

É assim que, quando todos pensam nele como um monstro, ela

afirma que ele a salvou e salvou outras pessoas e que não é um monstro.

Pensando nas diferentes relações que a personagem estabelece com os demais personagens,

Vincent, obviamente seu principal interlocutor;

J.T. Forbes, amigo de Vincent e quem o mantém escondido;

A mãe está no primeiro episódio e permanece depois como lembrança e como in

pai com quem, embora não conviva diariamente, tem um relação bastante próxima.

se com uma mulher que tem quase a idade de Catherine.

Comparar Catherine com a parceira e amiga acaba por ser inevitável, porque, apesar de

serem muito parecidas fisicamente, são construídas com elementos fortes de diferenciação,

de Tess, mais contundente enquanto detetive. Observand

abaixo, verificamos a semelhança física entre as duas. Quase não se distinguem. De pé, a amiga é

um pouco mais alta, mas cabelos, rosto e forma de vestir são muito próximos.

também corresponde à profissão, embora lembre um pouco a produção das

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Os diálogos, especialmente, entre as parceiras, Catherine e Tess, buscam formar o perfil

dessas mulheres, muito próximas, mas com pensamento diferentes, além de também refletir alguma

ntre homens e mulheres: no primeiro episódio, por exemplo, o

comentário sobre os homens, quanto Tess afirma que Catherine não sabe escolher, sempre escolhe

termina com ela por uma

texto, alegando que não suporta seu tipo de atividade, que a ocupa em momentos

cafajestes. Quando eu namoro um eu sei que ele é

mulher decidida e forte, na sua relação com Vincent,

algum aspecto da mulher que precisa de proteção acaba por se evidenciar. Vincent sempre aparece

se mais vulnerável a seus

É assim que, quando todos pensam nele como um monstro, ela

Pensando nas diferentes relações que a personagem estabelece com os demais personagens,

ente seu principal interlocutor; Tess Vargas, sua

ém escondido; e sua irmã, Heather.

A mãe está no primeiro episódio e permanece depois como lembrança e como interlocutora ausente.

pai com quem, embora não conviva diariamente, tem um relação bastante próxima.

Comparar Catherine com a parceira e amiga acaba por ser inevitável, porque, apesar de

serem muito parecidas fisicamente, são construídas com elementos fortes de diferenciação,

mais contundente enquanto detetive. Observando a imagem

abaixo, verificamos a semelhança física entre as duas. Quase não se distinguem. De pé, a amiga é

um pouco mais alta, mas cabelos, rosto e forma de vestir são muito próximos. A caracterização

panteras da década de

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J.T Forbes foi quem conseguiu

tomavam por morto. Desconfiado, o que é compreensível, considerando o seu papel, ele procura

alertar Vincent para o perigo do seu relacionamento com Catherine, pois percebe que é mais do que

a vontade dela de descobrir porque a mãe foi assassinada e mais do que a vontade dele de conseguir

um antídoto para voltar a ser humano.

O impedimento para a personagem da série

conhecer o segredo no passado de Vincent

mãe dela. Como as personagens dos contos de encantamento, ela é muito curiosa e determinada a

descobrir o que aconteceu, o que faz

vilão na história, porque quer impedir que seja divulgado o projeto fracassado de criar super

soldados. Ela não podia saber no que a mãe trabalhava e o que havia acontecido com Vincent e os

demais soldados.

Retomando um tema que conseguiu manter

para o reforço de alguns modelos que já tinham sido questionados pelas mulheres e há que se

atentar para como vão sendo incutidos nas pessoas essas informações, como bem lembra Ivia.

Parto de uma assertiva, de uma afirmação: Estou completamente segura que muitos paradigmas e alinhamentos sociais que estão, atualmente, normatizando a sociedade passam para nós quando lazer. Seja uma revista, seja um programa de televisão ou até músicas. A “baixa da guarda” não nos deixa refletir ou pensar criticamente sobre a situação e é por aí que vão sendo inculcadas algumas normachar certas e outras erradas, pois esses discursos já são dados prontos.

Ao assistirmos as séries, tomando

conta de que estamos bombardeados com informações que

6 ALVES, Ívia. A mídia, as mulheres, o corpo e os modelos. In:

graduação em Crítica Cultural. n. 2, Alagoinhas/BA: UNEB, 2011. p. 29

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J.T Forbes foi quem conseguiu proteger e esconder Vincent por 9 anos, quando todos o

tomavam por morto. Desconfiado, o que é compreensível, considerando o seu papel, ele procura

o do seu relacionamento com Catherine, pois percebe que é mais do que

a vontade dela de descobrir porque a mãe foi assassinada e mais do que a vontade dele de conseguir

um antídoto para voltar a ser humano.

O impedimento para a personagem da série, elemento apropriado do conto popular,

o segredo no passado de Vincent e, consequentemente, o que envolve o assassinato da

. Como as personagens dos contos de encantamento, ela é muito curiosa e determinada a

descobrir o que aconteceu, o que faz com que seja perseguida pelo FBI. O FBI aparece com

vilão na história, porque quer impedir que seja divulgado o projeto fracassado de criar super

soldados. Ela não podia saber no que a mãe trabalhava e o que havia acontecido com Vincent e os

Retomando um tema que conseguiu manter-se, atravessando os séculos, a série contribui

para o reforço de alguns modelos que já tinham sido questionados pelas mulheres e há que se

vão sendo incutidos nas pessoas essas informações, como bem lembra Ivia.

Parto de uma assertiva, de uma afirmação: Estou completamente segura que muitos paradigmas e alinhamentos sociais que estão, atualmente, normatizando a sociedade passam para nós quando “baixamos a guarda”, e isso quer dizer, através do lazer. Seja uma revista, seja um programa de televisão ou até músicas. A “baixa da guarda” não nos deixa refletir ou pensar criticamente sobre a situação e é por aí que vão sendo inculcadas algumas normatizações que, sem pensar, passamos a achar certas e outras erradas, pois esses discursos já são dados prontos.

Ao assistirmos as séries, tomando-as apenas como lazer e entretenimentos sem nos darmos

conta de que estamos bombardeados com informações que acabam entranhando

ALVES, Ívia. A mídia, as mulheres, o corpo e os modelos. In: Pontos de Interrogação. Revista do Programa de Pósgraduação em Crítica Cultural. n. 2, Alagoinhas/BA: UNEB, 2011. p. 29-39. p. 30

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proteger e esconder Vincent por 9 anos, quando todos o

tomavam por morto. Desconfiado, o que é compreensível, considerando o seu papel, ele procura

o do seu relacionamento com Catherine, pois percebe que é mais do que

a vontade dela de descobrir porque a mãe foi assassinada e mais do que a vontade dele de conseguir

o apropriado do conto popular, é

e, consequentemente, o que envolve o assassinato da

. Como as personagens dos contos de encantamento, ela é muito curiosa e determinada a

com que seja perseguida pelo FBI. O FBI aparece como um

vilão na história, porque quer impedir que seja divulgado o projeto fracassado de criar super

soldados. Ela não podia saber no que a mãe trabalhava e o que havia acontecido com Vincent e os

se, atravessando os séculos, a série contribui

para o reforço de alguns modelos que já tinham sido questionados pelas mulheres e há que se

vão sendo incutidos nas pessoas essas informações, como bem lembra Ivia.

Parto de uma assertiva, de uma afirmação: Estou completamente segura que muitos paradigmas e alinhamentos sociais que estão, atualmente, normatizando a

do “baixamos a guarda”, e isso quer dizer, através do lazer. Seja uma revista, seja um programa de televisão ou até músicas. A “baixa da guarda” não nos deixa refletir ou pensar criticamente sobre a situação e é por aí

atizações que, sem pensar, passamos a achar certas e outras erradas, pois esses discursos já são dados prontos.6

as apenas como lazer e entretenimentos sem nos darmos

acabam entranhando-se em nossas

Revista do Programa de Pós-

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mentes, vamos deixando espaço para tais assimilações.

circulando hoje pelos diversos meios, sobretudo pela internet, de onde se pode retirar quase tudo,

observo que há algumas rasuras nos discursos hegemônicos, mas ainda não se conseguiu uma

mudança profunda na estrutura. Desestabilizam

permanecer. Isso se evidencia na cultura de um certo tipo de corpo, por exemplo, se lembramos das

duas detetives da série, magras como modelos de passarela,

tratados, considerando que seria difícil manter isso na sua profissão. É bem verdade que não são

loiras, mas parece-me o único item que destoa do modelo.

Também é possível pensar sobre o comportamento da personagem principal, Catherine,

que atua com destreza como policial, mas é bem comportada, tentando, inclusive satisfazer a

família, ao inventar um acompanhante para o casamento do pai, porque todos estavam preocupad

que ela estivesse sozinha, não tivesse um namorado: incompleta, portanto.

A retomada dessas histórias populares para as telas da televisão demonstram mais do que

falta de assunto e, talvez, de criatividade dos novos produtores. Revelam, pelos comentário

da série (que se dizem apaixonadas por Vincent, considerado lindo, forte, além de sua grande

compaixão para com os que estão em perigo), que ainda há muito que pensar sobre como esses

produtos veiculados pelos grandes meios de comunicação

Obs.: As imagens que constam do texto foram retiradas da internet e de cenas dos episódios da série e estão sendo usadas apenas para ilustrar a interpretação feita.

Referências

ALCOFORADO, Doralice. Belas e feras baianaPedro Calmon, 2008.

ALVES, Ívia. A mídia, as mulheres, o corpo e os modelos. In: Programa de Pós-graduação em Crítica Cultural. n. 2, Alagoinhas/BA: UNEB, 2011. p. 29

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mentes, vamos deixando espaço para tais assimilações. Da leitura dos produtos da mídia, que estão

circulando hoje pelos diversos meios, sobretudo pela internet, de onde se pode retirar quase tudo,

ras nos discursos hegemônicos, mas ainda não se conseguiu uma

mudança profunda na estrutura. Desestabilizam-se algumas certezas, mas os modelos insistem em

permanecer. Isso se evidencia na cultura de um certo tipo de corpo, por exemplo, se lembramos das

as detetives da série, magras como modelos de passarela, cabelos longos, lisos e muito bem

tratados, considerando que seria difícil manter isso na sua profissão. É bem verdade que não são

me o único item que destoa do modelo.

ssível pensar sobre o comportamento da personagem principal, Catherine,

que atua com destreza como policial, mas é bem comportada, tentando, inclusive satisfazer a

família, ao inventar um acompanhante para o casamento do pai, porque todos estavam preocupad

que ela estivesse sozinha, não tivesse um namorado: incompleta, portanto.

A retomada dessas histórias populares para as telas da televisão demonstram mais do que

falta de assunto e, talvez, de criatividade dos novos produtores. Revelam, pelos comentário

da série (que se dizem apaixonadas por Vincent, considerado lindo, forte, além de sua grande

compaixão para com os que estão em perigo), que ainda há muito que pensar sobre como esses

produtos veiculados pelos grandes meios de comunicação tratam as informações.

Obs.: As imagens que constam do texto foram retiradas da internet e de cenas dos episódios da série e estão sendo usadas apenas para ilustrar a interpretação feita.

Belas e feras baiana: um estudo do conto popular. Salvador: Fundação

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Da leitura dos produtos da mídia, que estão

circulando hoje pelos diversos meios, sobretudo pela internet, de onde se pode retirar quase tudo,

ras nos discursos hegemônicos, mas ainda não se conseguiu uma

se algumas certezas, mas os modelos insistem em

permanecer. Isso se evidencia na cultura de um certo tipo de corpo, por exemplo, se lembramos das

cabelos longos, lisos e muito bem

tratados, considerando que seria difícil manter isso na sua profissão. É bem verdade que não são

ssível pensar sobre o comportamento da personagem principal, Catherine,

que atua com destreza como policial, mas é bem comportada, tentando, inclusive satisfazer a

família, ao inventar um acompanhante para o casamento do pai, porque todos estavam preocupados

A retomada dessas histórias populares para as telas da televisão demonstram mais do que

falta de assunto e, talvez, de criatividade dos novos produtores. Revelam, pelos comentários das fãs

da série (que se dizem apaixonadas por Vincent, considerado lindo, forte, além de sua grande

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Obs.: As imagens que constam do texto foram retiradas da internet e de cenas dos episódios da série

popular. Salvador: Fundação

Pontos de Interrogação. Revista do graduação em Crítica Cultural. n. 2, Alagoinhas/BA: UNEB, 2011. p. 29-39

: de Gutenberg à Internet. 2. ed.

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. coord. Trad. Izabel Magalhães. Brasília:

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: comunicação, cultura e hegemonia. Trad.

. Trad. Judith Hoffnagel e Karina Falcone (orgs.). São